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SEMINÁRIO PRESBITERIANO FUNDAMENTALISTA DO BRASIL – UNIDADE

GARANHUNS
BACHARELADO EM TEOLOGIA

WIRLAN PAJEU DE MORAES

TEOLOGIA DO CULTO E LITURGIA: A LITURGIA NO PRIMEIRO SÉCULO

GARANHUNS – PE
2018
A LITURGIA DA IGREJA NO PRIMEIRO SÉCULO

Com o decorrer de quase dois milênios desde o início da igreja cristã, circunstâncias tais
como idiomas, culturas, política e desdobramentos quanto ao entendimento de doutrinas
bíblicas influenciaram o culto e a liturgia.

Liturgia na Igreja Primitiva

A primeira descrição que temos do culto público dos cristãos se encontra em Atos 2:42-
47, quando a Igreja ainda estava engatinhando e se limitava a cidade de Jerusalém. Ali
percebemos alguns elementos do culto: coletivamente recebiam instrução dos apóstolos
(perseveravam na doutrina dos apóstolos), oravam (no templo e nas casas), louvavam a Deus e
participavam de refeições em comum. Durante estas refeições se celebrava a Ceia do Senhor (1
Co 11:20-22).
A forma do culto dos primeiros cristãos parece ter recebido muita influência do culto
hebraico realizado no templo e principalmente nas sinagogas, mas sem alguns dos elementos
judaicos, como o sistema sacrificial. A primeira descrição importante da liturgia cristã é
fornecida por Justino Mártir em meados do século II:

No dia chamado Domingo, todos que vivem nas cidades ou nos campos se
reúnem em um só lugar, leem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos
profetas, quanto for permitido pelo tempo; quando o leitor termina, o
presidente instrui verbalmente e exorta à imitação destas boas coisas. Em
seguida nos levantamos e oramos e, como já dissemos, quando a nossa oração
termina, trazem-se pão e vinho misturado com água e o presidente da
assembleia oferece orações de agradecimento, de acordo com a sua
possibilidade, a que todos concordam com um amém; e há uma distribuição a
cada um e sua participação nos elementos sobre os quais ações de graça foram
dadas e àqueles que estão ausentes uma porção é levada pelos diáconos1.

Antes do IV século, praticamente todas as igrejas locais eram pequenas e se reuniam em


casas. O cristianismo nem sempre era bem visto e passou por vários períodos de perseguição.
Algumas ondas de perseguição eram regionais enquanto que outras foram promovidas pelos
próprios imperadores romanos com grande repercussão em todo o Império. Em momentos de
grande perseguição, os cristãos eram obrigados a se reunir em esconderijos subterrâneos

1
Tradução: Justino Mártir, Primiero Livro de Apologias, capítulo LXVII, disponível na internet em inglês:
<http://earlychristianwritings.com/text/justinmartyr-firstapology.html>, acessado em 17/08/2018
2
(catacumbas) ou então em locais secretos nas florestas ou nas montanhas. Não havia um padrão
para o local de culto. Nos cultos havia comunhão e ampla participação de todos, assim como a
ceia, que era realizada à mesa. Os cultos eram frequentados por pessoas comprometidas, que
poderiam até perder a vida se fossem descobertos.

Liturgia na Didaquê2

A Didaquê (ou o Didaquê), documento originário do primeiro século, mostra, em


princípio, como se celebravam os serviços litúrgicos na Igreja primitiva:
1. Culto dominical:
“Reunindo-vos no Dia do Senhor, parti o pão e dai graças, depois de haver confessado as vossas
transgressões”. Aqui a ordem inicial do culto aaraônico se obedece:
 Confissão: Tal confissão se fazia à vista do reconhecimento da grandeza e majestade de
Deus: “Porque isto é o que foi dito pelo Senhor: Em todo lugar e tempo oferecer-me-eis um
sacrifício puro, porque eu sou Rei grande, disse o Senhor, e meu nome é admirável entre as
nações”.
 Ação de graças: Gratidão pela certeza do perdão e da redenção, graciosas dádivas do Filho
de Deus.
 Comunhão: Ato memorativo de vinculação a Cristo e de fraternidade comunitária.
2. Celebração eucarística:
“A respeito de ação de graças assim fareis”:
 “Acerca do cálice: Damos-te graças (eucaristia), nosso Pai, pela santa vinha de Davi, teu
servo, a qual nos fizeste conhecida por meio de Jesus Cristo, teu servo. A ti a glória para
sempre”.
 “E sobre o fragmento de pão: Damos-te graças, nosso Pai, pela vida e o conhecimento que
nos deste a saber através de Jesus Cristo, teu servo”. “A ti seja a glória pelos séculos”.
“Como esse fragmento estava disperso sobre os montes e, recolhido, fez-se um, assim seja
reunida a tua Igreja desde os confins da terra em teu reino! Porque tua é a glória, teu o poder
através de Jesus Cristo para sempre”.
 “Depois da distribuição dos elementos eucarísticos: Somos-te gratos, Pai santo, por teu
nome, que fizeste habitar em nossos corações, pelo conhecimento, e fé, e imortalidade, que
nos deste a saber por meio de Jesus Cristo. A ti seja a glória pelos séculos”.

2
DIDAQUÊ. Pais Apostólicos. Tradução Almiro Pisetta. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2017. 272 páginas.
3
 “Ação de graças pela criação e pela providência: Tu, Senhor onipotente, criaste todas as
coisas por causa do teu nome, e deste alimento e bebida aos homens para deleite, para que
te sejam agradecidos, mas a nós nos agraciaste com o alimento espiritual e a bebida da vida
eterna por instrumentalidade de teu servo. Acima de tudo, damos-te graças porque és
poderoso. A ti seja a glória para sempre”.
 “Intercessão pela Igreja: Lembra-te, Senhor, de tua Igreja, para livrá-la de todo mal e fazê-
la perfeita em teu amor, reúne-a desde os quatro ventos, santifica-a em teu nome, que para
ela preparaste. “Porque teu é o poder e a glória para sempre”.
 “Súplica para volta de Cristo (Maranata): Venha a graça, e passe este mundo! Hosana ao
Deus de Davi! Se alguém é santo, aproxime-se; se não o é, arrependa-se: Maranata. Amém”.
Notamos que toda seção termina com uma doxologia, uma declaração exaltatória da
glória de Deus, geralmente recitada pela congregação. Depois das doxologias comumente liam-
se os seguintes textos: Ap 4.11; Mt 24.31; 21.9,15; I Co 16.22.
A Didaquê mostra-nos que a Igreja dos primeiros séculos possuía uma liturgia elabora,
executada pelo dirigente com respostas da comunidade. Elaboração e regulamentação
observam-se. Nada de improviso e de influências localistas. Mantinham-se os vínculos com a
velha dispensação, entendendo que a Igreja é, de fato, a consumada herança davídica.

Liturgia Segundo Justino Mártir (140 d.C.)

Em sua Apologia a Antonino Pio, registra os seguintes princípios de Ordenação do


Culto:
1. Liturgia da Palavra:
 Memórias dos apóstolos: Textos dos profetas, dos evangelhos e das epístolas.
 Instrução com base nos textos lidos.
 Exortações requeridas pelas lições ministradas. Destaques exortatórios.
 Orações comunitárias em forma de litania.
 Salmos e hinos.
Hinos e cânticos espirituais, acredita-se, sejam os grandes cantos veto e
neotestamentários tais como: O Cântico de Míriam, o Cântico de Débora, Benedictus,
Magnificate e textos do Novo Testamento metrificados e musicados.
2. Liturgia do Aposento Alto:
 Ósculo da paz ou recepção carinhosa dos irmãos.
4
 Ofertório em favor dos irmãos humildes.
 Introdução dos elementos. Palavras da instituição.
 Oração de Consagração.
 Ação de graças pela criação, providência e redenção (Cf Didaquê).
 Recordação da Paixão.
 Dedicação; colocação de dons e virtudes nas mãos de Deus.
 Invocação do Verbo e do Espírito Santo para abençoarem o pão e o vinho.
 Intercessões.
 Amém congregacional.
 Distribuição dos elementos.
 Comunhão.
 Despedida dos fiéis.

5
REFERÊNCIAS

DIDAQUÊ. Pais Apostólicos. Tradução Almiro Pisetta. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2017.
272 páginas.

EAGLETON, Pr. Kenneth. O Culto Cristão. Disponível em: <https://iminc.org/wp-


content/uploads/2016/11/107_O-Culto-Crist%C3%A3o-2013-2.pdf>. Acesso em: 17 de set.
2018.

FIGUEIREDO, Rev. Onezio. O Culto Opúsculo II. Disponível em:


<http://www.monergismo.com/textos/adoracao/o_culto.pdf>. Acesso em: 17 de set. 2018.

MARTYR, Justin. Disponível em: <http://earlychristianwritings.com/text/justinmartyr-


firstapology.html>. Acesso em: 17 de set. 2018.

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