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Aparentemente este tipo de moinho surgiu na Caldéia, parte do Iraque atual, onde
consistia de pequenas rochas com faces lisas que eram esfregadas em movimentos
alternados, para frente e para trás, sobre grandes placas fixas de rochas. As pedras fixas
eram ligeiramente furadas e ligeiramente inclinadas para baixo. O movimento alternado era
exaustivo e grande parte da energia aplicada era desperdiçada porque partículas finamente
moídas eram inevitavelmente remoídas com outras ainda grossas.
Ainda assim esses moinhos eram melhores que os moinhos de pilão para a produção
de farinhas finas. Abrasão era o mecanismo mais importante de moagem bem como mais
eficaz que o impacto para a produção de partículas muito finas. As pedras ficavam sempre
em contato o que significa que as partículas eram submetidas ao trabalho de moagem
durante todo o tempo.
Com um moinho deste tipo uma pessoa podia moer trigo para produzir pão
suficiente para oito pessoas. Isto significa por mais de 2.000 anos pelo menos um oitavo da
população do mundo se encarregava de moer manualmente os grãos necessários à
alimentação do resto da população.
.A pedra mais antiga utilizada como sela de um moinho de pedras na produção de
farinha a partir de grãos de trigo foi encontrada em Abu Hureyra, um antiqüíssimo
assentamento nos bancos do Rio Eufrates na Síria.
Trabalhar com tal moinho era extremamente cansativo e esta tarefa se tornou uma
forma penosa de trabalho, tão profundamente odiada que passou a ser exercida somente por
escravos, prisioneiros e os serventes mais humildes.
Até o Livro dos Juízes (16:21) não deixou dúvidas que a moagem era uma severa
punição. Em certa parte deste livro aprendemos que Sansão, líder dos Hebreus iludido por
Dalila, perdeu suas forças após ter seus longos cabelos cortados. Feito prisioneiro dos
Filisteus e tornado escravo, foi posto a ferros e forçado a mover a pesada pedra de moagem
para produzir farinha...
Moinhos de pedras foram essenciais na vida doméstica diária nos tempos bíblicos e
há inúmeras referências aos mesmos em diversas histórias e parábolas:
Agora você é um escravo. Mova o moinho de pedras, moa a farinha, dispa-se de
suas roupas mais finas, retire seus véus (Isaias, 47:2).
Quando você emprestar alguma coisa de um homem não tome seu moinho de pedra
utilizado para a moagem do trigo: isto irá tirar de sua família seu meio para preparar o
alimento necessário à sua sobrevivência (Deuterônio, 24:6).
Então um anjo tomou um grande bloco do tamanho de um moinho de pedra e o
atirou no mar dizendo “isto é como a cidade da Babilônia será violentamente destruída e
nunca mais poderá ser vista” (Revelação, 18:21); seu coração de pedra não tem qualquer
medo, e é tão duro como um moinho de pedra (Jó, 41:24).
Referências aos moinhos de pedras continuaram a ser empregadas em inúmeras em
histórias e lendas até que o moinho de mão substituiu esta ferramenta de forma tal que as
pedras de moagem simples perderam sua mística. Pintores medievais também usaram
moinho de sela para produzir pigmentos e Cennini descreve sua técnica (Associação de
Pesquisa da Pintura Britânica, 1953):
Para moer adequadamente, obtenha uma placa de pórfiro que seja forte e firme;
consiga também outra pedra, também de pórfiro, lisa em um de seus lados, e a coloque
sobre a outra de tal forma que a mão possa mantê-la e guiá-la sem grande esforço;
coloque um pouco do pigmento sobre a placa grande e com a pedra que está em sua mão
passe a quebrar o pigmento em vários pedaços pequenos;
coloque um pouco de água limpa de um rio, fonte ou poço sobre o material
triturado e passe a moê-lo por atrito entre as duas pedras por cerca de meia, uma hora ou
o quanto achar suficiente; tenha entretanto em mente que puder moer o pigmento durante
um ano a qualidade do pigmento resultará numa cor excelente...
As pedras utilizadas nos moinhos de selas geralmente eram tanto grosseiramente
cilíndricas e usadas empregando as duas mãos bem como semi-esferas ásperas usadas com
apenas uma mão. O uso destas ferramentas resultava em um movimento típico de britagem
e não uma ação de moagem propriamente dita.
O moinho de pedra tipo sela permaneceu sendo o principal dispositivo empregado
em moagem fina por mais de 1.500 anos. Sua importância só veio diminuir quando o
moinho de pedra de mão foi inventado, mas, ainda permanece sendo usado em alguns
países ao redor do mundo em pleno século 21.
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Moinhos de Pedra de Mão
Os moinhos tipo pilão bem como os moinhos tipo sela sempre apresentaram vários
problemas: o movimento exaustivo requerido pelo operador, a natureza do processo de
produção em bateladas e, finalmente, a moagem desnecessária das partículas que já haviam
sido moídas pequenas o suficiente.
A invenção do moinho de mão (em inglês, quern), na atual região da Espanha, por
volta do ano de 600 a.C., data apenas estimada, podendo variar por várias centenas de anos,
veio solucionar todos estes problemas.
Moinhos de mão utilizam forças de compressão e cizalhamento e se constituem de
uma pedra inferior fixa e uma pedra superior que roda em torno de um pino de modo que as
superfícies fixas e móveis ficam distanciadas entre si. O furo na parte inferior dos primeiros
moinhos de mão possuía um ressalto sobre o qual a pedra superior rodava, mantendo uma
folga entre as superfícies.
Originalmente a pedra superior sempre era erguida quando grãos frescos eram
alimentados. Posteriormente, contudo, a pedra superior passou a ter um furo central
enquanto a pedra inferior tinha uma projeção que passava através deste furo.
Entre o pivô e o furo havia espaço suficiente para adicionar os grãos quando se fazia
necessário. Para espalhar os grãos alimentados pelo furo central sobre a área entre as duas
pedras de moagem havia pequenas ranhuras radiais entre as quais outras ranhuras
adicionais eram inseridas com ângulos agudos em relação às ranhuras radiais.
Eles podiam ser operados manualmente em um movimento rotativo por meio de um
eixo-manivela que consistia de um eixo vertical conectado à uma haste horizontal. Este
eixo foi um importante avanço da engenharia em si e tornou a pedra muito mais fácil de ser
movimentada:
Este moinho apareceu primeiro entre os povos que ainda permaneciam moendo seus
grãos em casa. O fabricante do moinho fazia um furo vertical perto da borda da pedra
superior e nele fixava um pino de madeira. O operador podia então rodar e rodar a pedra
superior mais facilmente do que com as ranhuras radiais onde deveria ajustar sua
compressão a cada rotação, De fato, com este novo poderia produzir quase quarenta litros
de farinha a cada dia, doze vezes mais do que anteriormente.
Este tipo de moinho foi inicial manufaturado e muito utilizado como pequenas
unidades operadas manualmente em moradias onde se produzia farinha suficiente para uma
farinha. À medida que passou a ser usado por várias famílias e, gradativamente, por
vilarejos e até cidades, moinhos muito maiores passaram a ser construídos para obter
maiores taxas de produção.
Finalmente os moinhos Romanos e Gregos assumiram o formato de uma ampulheta
(hour glass mill). Enquanto a pedra inferior era cônica, a superior era cilíndrica. Esta pedra
cilíndrica era perfurada para ajustar-se ao cone inferior e tinha um formato similar a um
cone em sua parte superior onde era alimentado o grão.
Com um pivô ajustável de madeira podia-se regular a abertura entre as duas pedras
de modo a obter a finura desejada do grão. Os novos moinhos deste tipo e fornos foram
construídos em Pompéia durante o Império Romano com o objetivo de montar um grande
complexo comercial de moagem e produzir pão em larga escala. Simultaneamente a
qualidade da farinha também passou a melhorar muito.
Moinhos tubulares são constituídos por cilindros horizontais rotativos que contem a
carga moedora e a massa de material a ser moída. A medida que o cilindro é acionado passa
a rodar fazendo com que parte da carga moedora e material se mova para cima junto a
parede do cilindro. Quando a força gravitacional excede a força centrífuga e força de
fricção, o material cai de volta sobre o próprio leito composto por carga moedora e material
As partículas são quebradas quando são captadas pelas colisões entre os corpos
moedores ou pela fricção a parede e os corpos moedores. Através da rotação do moinho
tubular a carga moedora e a massa de material adquirem energia potencial que se
transforma em energia cinética a medida que o conjunto carga moedora e material é
lançado em queda livre.
A figura seguinte mostra um moinho típico desta época composto por um tambor
metálico com duas cabeceiras também metálicas revestido com placas protetoras. Ao longo
das paredes estão dispostas placas laterais, perfuradas que deixam passar o material moído.
Na parte central de cada disco estão fixados os cubos, um dos quais, duplo, está provido em
seu interior com palhetas fundidas ao mesmo em um única peça sólida por meio da qual se
guia o material é alimentado por meio de tremonha.
O acionamento do moinho é efetuado por meio de uma transmissão com
engrenagem e polias montadas sobre eixo horizontal. As placas laterais são montadas sobre
o tambor seguindo seu sentido da rotação, de modo tal que quando as bolas alcançam certa
altura são submetidas a ação da gravidade e caem triturando e parcialmente desgastando
por fricção o material que se encontra entre elas.
O material fracionado, depois de passar pelas aberturas entre as placas, entra nas
peneiras que giram juntamente com o tambor. Uma das peneiras tem aberturas grandes e
atua como proteção da outra peneira que tem malha menor.
As partículas grandes que não passam pela peneira grossa são elevadas até certa
altura pela rotação desta peneira e caem devido ao seu nos espaços vazios compreendidos
pelas placas laterais, voltando ao interior do tambor para nova moagem. O material fino que
passa pela segunda peneira entra na caixa receptora de onde é dirigido ao duto de saída.
Para prevenir a emissão de poeiras todo o conjunto, tambor e peneiras, é coberto por
uma caixa protetora. Na parte superior desta caixa há uma saída para um duto de exaustão
dos gases e pó fino.
Outro tipo de moinho cilíndrico mono-câmara fabricado pela empresa alemã Straub
M.F.G.Co. pode ser visto na figura seguinte. Comparado ao moinho anterior há uma
notável diferença estrutural.
O tambor do moinho tem apenas uma parede de cabeceira fundida junta com o
munhão oco que repousa sobre um mancal de apoio. Do outro lado do tambor está calçada
uma coroa que se apóia sobre dois rolos de apoio. Do lado da coroa se encontra uma parede
com placas perfuradas e cone de saída bem como a peneira.
Dentro do tambor se encontram rebordos em espiral destinados a elevar as bolas a
uma altura máxima para que caiam sobre o material alimentado pela bica de entrada. O
moinho também é acionado por engrenagens.
Em 1891 uma patente foi registrada no Patent Office do German Reich na qual se
enfatizava a necessidade de empregar seções metálicas sólidas no ligar de peneiras na parte
cilíndrica do moinho. O propósito da invenção era eliminar os problemas operacionais
ocasionados pelas peneiras. Tais moinhos, cônicos ou cilíndricos, podem ser vistos na
figura seguinte.
Uma empresa que contribuiu muito para a tecnologia dos moinhos tubulares foi a
F.L.Smidth da Dinamarca. Esta companhia foi fundada pelo engenheiro consultor Frederik
Lassøe Smidth em 1882. Em 1887 dois coordenadores, Poul Larsen e Alexander Foss,
foram feitos a sócios e o nome de companhia foi mudado a F.L.Smidth & a Co, crescendo
raoidamente graças aos contratos que obteve para construir plantas de cimento ao redor do
mundo.
Em 1893 a F.L.Smidth adquiriu os direitos sobre um moinho tubular registrado por
um inventor francês e passou a vender largamente tal equipamento após modificar seu
projeto. Um problema enfrentado por estes moinhos é que eram muito grandes e pesados
para serem transportados além das vias de transporte extremamente precárias em naquela
época, mas, sempre foram encontradas soluções criativas para superar tais obstáculos.
Os moinhos com descarga periférica eram similares aos moinhos com peneiras
periféricas desenvolvidos pela Krupp na Alemanha. No entanto, já no início dos anos 1900
os moinhos Krupp tinham passado a operar com descarga do produto moído através de um
munhão de saída como pode ser visto em uma planta de moagem de 1906.
O moinho similar fabricado pela Polysius naquela época era o moinho “Solomühle”
que, em ao invés de assentar-se sobre mancais tradicionais era instalado sobre roletes de
apoio. O moinho também possuía duas câmaras de moagem separadas por um tabique.
A primeira câmara era recoberta exteriormente por outro tambor de diâmetro maior
provido de paletas. Interiormente o tambor era revestido com placas de proteção. O
material cru passava por uma etapa de britagem na primeira câmara: as partículas maiores,
não podendo passar pela parede divisória caiam sobre o tambor exterior e, recolhidas pelas
palhetas, voltavam para nova moagem.
As partículas suficientemente moídas atravessavam o tabique, eram erguidas pelas
palhetas dispostas no espaço formado pela parede dupla e caiam sobre o cone que as
direcionava para a segunda câmara. Daí o material passava por uma parede de controle,
instalada na outra extremidade do moinho e se dirigia ao munhão oco e a caixa de descarga
na saída. O moinho era acionado por meio de transmissão por engrenagens.
O moinho de três câmaras “Solomühle” da Polysius tinha seu cilindro apoiado por
munhões. Internamente era dividido por tabiques dotados de placas ranhuradas. As câmaras
eram dotadas de placas de revestimento para proteção do casco. O material que entrava no
moinho por uma extremidade passava sucessivamente pelas três câmaras e, moído, era
descarregado pela parede instalada na extremidade de saída. O moinho era acionado por
uma coroa de engrenagem calçada sobre o cilindro.