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1. INTRODUÇÃO
Um ponto importante de atenção tem sido a relação entre o grau de redução de tamanho e a
energia empregada no processo da moagem. Na maioria dos casos os estudos utilizaram
dados empíricos coletados em moinhos produzindo em bateladas sob condições controladas
em laboratórios.
Infelizmente, não é fácil desenvolver uma teoria matemática simples que explique todo o
processo de moagem porque durante o mesmo o material fica exposto à várias influências
diferentes que podem ou não estar interelacionadas.
Estas variáveis podem muitas vezes ser explicadas individualmente (com algum grau de
aceitabilidade), mas o processo de moagem como um todo, particularmente em um moinho
de fluxo contínuo, não pode ser adaptado a uma teoria qualquer que cubra todos os aspectos
da cominuição.
2. TEORIAS DE COMINUIÇÃO
O propósito das teorias de cominuição é, portanto definir uma descrição numérica da
redução de tamanho em relação ao consumo de energia. Têm sido empregados inúmeros
esforços para relacionar o grau de energia admitida ou empregada com o grau de
cominuição produzido.
Esses esforços resultaram em certo número do que passou a se denominar de leis. Essas não
são leis da mesma natureza da lei de Newton e nenhuma delas foi conclusivamente provada
e, desta forma, devem ser amis apropriadamente denominadas de hipóteses ou teorias.
A teoria mais antiga de moagem (1867) foi elaborada por R.P. von Rittinger, e continua
tendo certa utilidade. Publicando os resultados de seus estudos relativos à energia
empregada em moagem demonstrou que a energia empregada é proporcional a nova
superfície criada.
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constante e independente tanto da granulometria do material alimentado como do produto
obtido.
Esta “lei” é uma boa aproximação para operações de redução de tamanho que utilizem
baixos níveis de demanda de energia, e é aplicável em casos onde a maior parte da energia
suprida é transferida para criar novas supefícies. Por estas razões, na maior parte das vezes
só é empregada para a moagem fina de materiais bem friáveis.
Em 1984, Austin sugeriu modificar esta lei de forma que fosse aplicada somente quando
uma quantidade mínima de energia fosse requerida, desde que esta ebnergia mínima fosse
suficiente para quebrar as forças de ligaçcoes moleculares, que existiam previamente
através das novas superfícies que foram criadas.
F. Kick tornou pública, em 1885, suas descobertas relativas à moagem. Trabalhando com
moagem grossa determinou que a energia necessária para a moagem é dependente somente
da taxa de redução e é independente do tamanho inicial da partícula.
Isto significa que o trabalho requerido é proporcional a redução do volume das partículas
envolvidas e que quantidades iguais de energia serão consumidas para produzir mudanças
relativas iguais nos tamanhos das partículas.
De acordo com Kick, o trabalho admitido necessário por tonelada é proporcional a taxa de
redução Rr que é igual a f / p, onde f é o diâmetro das partículas alimentadas e p é o
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diâmetro das partículas do produto da moagem. Deste modo, esta “lei” pode ser expressa
como:
E = K2 x ln (D1 / D2)
onde:
A “lei” de Kick’ assume que todo material tem uma estrutura homogênea.
Como nenhuma das teorias anteriores concorda plenamente com os resultados práticos de
britagem e moagem, após longos estudos e pesquisas Frederic C. Bond desenvolveu a
Terceira Teoria em 1951.
Trabalhando com um moinho de via úmida de laboratório em bateladas, determinou que a
energia admitida é proporcional a nova fratura produzida durante a quebra da partícula.
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Esta lei se situa entre as leis de Rittinger e Kick. Trabalhos posteriores de outros autores
tem refinado e melhorado estas “leis” de modo que as seguintes relações podem ser
estabelecidas:
Lei de Bond: moagem em faixa média – 2500 cm2/g < D < 10mm
Bond foi ainda um pouco mais longe, definindo um índice denominado de work index (em
kWh/ton) para vários materiais e caracterizou a moabilidade destes materiais através de
testes padronizados utilizando um equipamento standard.
O Work Index é o parâmetro de moagem que expressa a resistência oferecida pelo material
crua ao trabalho de britagem ou moagem. Numericamente é expresso em kWh por ton
curta requerida para reduzir o material de tamanho alimentado teoricamente infinito até 80
% passante na peneira de 100 microns, equivalente a cerca de 67% passante em 200 mesh.
Capa do trabalho
Original de Bond
sobre cálculos de
Britagem e Moagem.
Em seus estudos Bond utilizou um moinho via úmida em circuíto fechado, chegando à
seguinte fórmula:
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1 1
W = 10 * Wi * ( ------- -------- )
d80 D 80
onde:
W = energia em kWh/T;
Wi = índice de Bond’s para determinado material;
d80 e D80 = peneiras em que tanto o material alimentado como o produto são 80%
passantes; d (produto) e D (alimentação).
Entretanto, deve-se lembrar que os valores fornecidos na Tabela constituem apenas uma
indicação geral. O valor real do índice de Bond muitas vezes varia com o teste de
peneiramento além do material em si que sempre tem características próprias diferentes.
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Charles e Holmes bem como Svenson e Murkes chegaram todos a mesma conclusão em
1.957. Estes pesquisadores introduziram uma segunda constante de forma exponencial, até
então ausente nos cálculos, na relação entre a redução de tamanho e energia.
dE
------ = c * Xn
dX
onde:
E = consumo específico de energia
X = tamanho da partícula
c e n = constantes
1 1
E = c * ( --- - --- )
Xp Xf
Xf
E = c * ln ---
Xp
1 1
E = 2c * ( ------- - ------ )
Xp Xf
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O gráfico seguinte mostra uma comparação entre estas três diferentes teorias de
cominuição. Neste gráfico, as abcissas mostram o tamanho do produto, e as ordenadas o
consumo específico de energia para a cominuição de um tamanho na alimentação de 1 m
até um tamanho de produto indicado pelas abcissas.
Huki chegou à conclusão que todas as três teorias são válidas, mas somente em faixas
limitadas de tamanhos. Kick para britagem, Bond para uma moagem entre grossa e fina, e
finalmente, Rittinger, para moagem fina.
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Isto significa que, realmente, a Quarta Teoria de Cominuição proposta por Charles e outros
deve ser usada com n não como uma constante, mas como uma função do tamanho da
partícula, de modo que n torna-se menor quando o tamanho da partícula é reduzido. A
proposta de Huki é ilustrada como uma linha tracejada no gráfico em concordância com os
resultados de testes reais de moagem.
dR
-------- = - C * R
dE
Ro
E = W * log ------
Rf
Baseada nesta teoria, pode se desenvolver uma ferramenta extremamente valiosa para
avaliação dos circuítos de moagem como será descrito na sequência.
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seqüência, torna possível calcular diretamente como o separador influencia o consumo de
energia pela moagem e, ao mesmo tempo, também torna possível calcular a influência da
distribuição granulométrica das partículas do produto final.
A eficiência do separador pela moagem em circuito fechado é, então, definida pelo cálculo
da redução do consumo de energia quando se passa de moagem em circuito aberto para
moagem em circuito fechado em relação à redução máxima possível do consumo de
energia calculada para um separador ideal.
A base para os cálculos seguintes é que a redução de resíduo em determinada peneira pela
moagem pode ser considerada como um processo de primeira ordem (consideração esta
tomada do ponto de vista matemárico, ou seja, basta um processo simples de integração).
ES
1 1
RO Rf
Ro
Es = W * log.-----
Rf
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O consumo de energia para moagem em circuito fechado pode ser calculado do mesmo
modo, utilizando-se o mesmo índice de cominuição para redução a um determinado
resíduo.
EC
1 C C 1
S
Ro Rt Rm Rf
C-1
Rg
Ro
Es = W * log.-----
Rf
Rt
Ec = C * W * log ----
Rm
Ro + (C-1) * Rg
Ec = C * W * log -------------------
Rf + (C-1) * Rg
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A moagem em circuito fechado com um separador ideal é definida, pois, como uma
condição em que a fração grossa do separador não contém qualquer partícula fina que possa
passar pela peneira que foi utilizada para determinar a finura.
O consumo de energia para moagem em circuito fechado com um separador ideal pode,
pois, ser calculada utilizando-se a mesma equação anterior para moagem em circuito
fechado, com a única diferença que a fração grossa tem um resíduo de 100% ou uma fração
unitária (Rg = 1).
ECi
1 C C 1
S
Ro Rt Rm
Rf
C-1
Rg =100%
Ro
Es = W * log.-----
Rf
Rt
Eci = C * W * log ----
Rm
Ro + (C-1)
Eci = C * W * log ---------------
Rf + (C-1)
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4. REDUÇÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA DE SEPARADOR
A redução relativa de energia que pode ser obtida quando se modifica um circuito aberto
para fechado pode, então, ser calculada como:
ES - E C
B = ----------
ES
A redução relativa máxima de energia pode ser calculada do mesmo modo, modificando-
se apenas o consumo de energia em circuito fechado de moagem para consumo de energia
em circuito fechado de moagem, com um separador ideal:
ES - ECi
Bmax = ----------
ES
B E S – EC
VS = ------- = -----------
Bmax ES - ECi
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A figura seguinte mostra a redução máxima no consumo específico de energia para
moagem em circuito fechado, comparado com moagem em circuito aberto em relação ao
fator de circulação. As curvas foram desenhadas para um produto final com diferentes
resíduos.
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No caso de moagem de cimento a um resíduo de 40% em 30, esta redução será de apenas
cerca de 30%.
As curvas foram estabelecidas para material alimentado com 100% de resíduo na peneira,
em que está sendo considerado o produto final e para um fator de circulação de 2,5.
Pode ser visto que a eficiência do separador diminui quando a fração grossa torna-se mais
fina. Se a fração grossa é muito fina, existe até possibilidade de se obter uma eficiência
negativa. Isto significa que, neste caso, o consumo específico de energia para a moagem em
circuito fechado é maior do que para moagem em circuito aberto.
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Utilizando-se os novos conceitos, é possível calcular o consumo de energia para moagem
em circuito fechado através do consumo de energia em moagem em circuito aberto, se
conhecermos a redução de energia que pode ser obtida pela aplicação do separador.
Esta redução de energia é igual à redução máxima de energia multiplicada pela eficiência
do separador. Se também incluirmos a equação para moagem em circuito aberto, obtemos
uma fórmula adequada para cálculo do consumo específico de energia da moagem em
circuito fechado:
EC = ES * (1 – B)
VS = B / Bmax B = VS * Bmax
Ro
EC = W * log ----- * ( 1 – VS * Bmax )
Rf
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Finalmente, o consumo de energia em moagem de circuito fechado, relativo a determinado
resíduo em uma malha qualquer, pode ser calculado como:
Ro(k2)
n
ES = W(k1) * (k1 / k2) * log -------- * (1 –Bmax(Rf) * VS(Rf))
Rf(k2)
A figura seguinte mostra a porcentagem mais fina que 30 em relação ao consumo
específico de energia. Os cálculos foram feitos para um fator de circulação de 3 e para
diferentes valores de eficiência de separação. Uma eficiência do separador igual a zero
corresponde a moagem de circuito aberto.
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As curvas indicam que o consumo específico de energia obtido ao se moer a determinada
porcentagem mais fina que 30, pode ser consideravelmente reduzido quando a eficiência
do separador é aumentada.
C = A / F
F + G
A = F + G C = -------------
F
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Caso não se disponha de balança para os resíduos grossos, podemos determinar o fator de
circulação coletando-se amostras do circuito fechado nos pontos A,F e G, determinando-se
os resíduos em determinada malha ou peneira. Através do balanço de massas calculamos o
fator de circulação, como:
A = F + G ,ou, A * Ra = ( F * Rf ) + ( G * Rg )
de onde, finalmente,
A=F+G G=A–F
Rg - Rf
c = ----------
Rg – Ra
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A tabela, a seguir, mostra uma experiência realizada com várias peneiras e o cálculo final
do fator circulante:
onde:
Rf : % resídue dos finos (produto final)
Rg : % resíduo dos grossos do separador (rejeitos)
Rm : % resídue para produto na saída do moinho (alimentação do separador)
C : fator de circulação
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A relação entre a eficiência do separador (Vs) e a eficiência para recuperação de finos
(R.F), pode ser vista no gráfico seguinte e esta relação é muito dependente do fator de
circulação.
Pelo gráfico pode ser visto que com um baixo valor do fator de circulação, o valor da
recuperação de finos pode ser relativamente alto enquanto somente se obtém uma pequena
margem de economia pelo uso do separador que está envolvido.
Por exemplo, se o fator de circulação for muito baixo, em torno de 1,5, com uma
Recuperação de Finos de 70 a 75%, ainda assim esta recuperação não terá influência
eficiente no consumo específico de energia para a moagem, que será de apenas 50%.
Rg (c – 1)
R.G = ------ * -------- * 100
Ra c
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9. CÁLCULOS DE MOINHOS
Entretanto, atualmente temos em mãos fórmulas e cálculos mais práticos para determinar a
energia aplicada no trabalho de moagem baseando-se em testes de laboratório e
experiências de campo.
Através dos anos, um grande número de procedimentos de testes tem sido utilizado para
determinar a moabilidade de diferentes materiais. Alguns dos testes mais utilizados serão
descritos na sequência.
O produto final é peneirado em malha de 90 m, removido e reposto por certa quantidade
de material fresco, idêntica à removida, e o processo de moagem é repetido novamente por
um novo número determinado de revotações. Assim, tal procedimento é repetido até que
determinada quantidade de produto com a finura desejada seja obtida.
A energia necessária à moagem por tonelada de material cru é determinada de acordo com
a fórmula de Bond com base na razão de material acabado e número de rotações do
moinho.
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Moinho de
Laboratório de
BOND
A teoria de Bond’s sobre moagem foi intensamente utilizada no passado e ainda hoje
permanence razoavelmente bem empregada. A base para os cálculos é a determinação do
work index Wi que representa o trabalho necessário para reduzir um material de tamanho
inicial infinito para 80% mais fino que 100 micron.
Wi é calculado como kWh (net = líquido) por short ton (908 kg). O work index é
determinado em um teste padronizado de laboratório, à úmido, em um moinho de bolas
com 305 mm de diâmetro e 305 mm de comprimento. O consumo específico de energia é
calculado na prática como:
ci-n
E = Wi x (√ Xn - √ Xf ) kWh/sh.ton
Do mesmo modo, um fator de 1.33 deverá ser utilizado no caso de moagem seca no lugar
de moagem úmida. Outros fatores serão necessários dependendo da granulometria da
alimentação, diâmetro do moinho, etc.
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9.2 TESTE DE HARDGROVE
H = 11 + 6.7 * W
Moinho de
Laboratório de
HARDGROVE
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9.3 Moinhos Verticais de Rolos:
Para cálculos de moinhos verticais de rolos, testes de moagem contínua são efetuados em
laboratório utilizando pequenos moinhos verticais. O teste de laboratório é efetuado
simulando as condições reais de uma planta operacional, com a única exceção do tamanho
do moinho.
N (kW) = K * μ * v
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onde
Claim e Stairmand publicaram um estudo no qual a britagem livre, onde as partículas são
fraturadas através de uma compressão lenta e uma pequena taxa de redução de tamanho,
representa a menor energia admitida praticável para um determinado grau de cominuição.
Moinho de bolas 8%
É interessante notar que britadores de rolos operam com muito mais eficiência do que
outros moinhos. Esta máquina, contudo, somente é utilizada para britagem, onde o
consumo de energia é sempre baixo, e até então impossível de ser utilizada para moagem
fina.
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