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O Abraço Ecumênico de Cristo

No interior da Catedral de Altenberg, Alemanha, existe uma escultura chamada


"Amplexus" (abraço, em latim), feita por Werner Franzen. Nela, Jesus é retratado
inclinando-se para a frente da cruz, abraçando Martinho Lutero, o reformador
protestante alemão, e Bernardo de Claraval, o famoso abade católico francês conhecido
por combater os hereges. Segundo Jürgen Moltmann, a mensagem transmitida pelo
artista é clara: debaixo da cruz de Cristo, as divisões denominacionais do cristianismo
acabam.

Nós, protestantes, por diversas razões, temos uma atitude um tanto quanto fechada e
partidária quando afirmamos quem são ou não nossos irmãos. Isso não nos ajuda a
compreender a amplitude da igreja invisível. Precisamos lembrar que a igreja não
começou com Calvino, nem com Westminster ou Dort. Talvez não seja necessário
levantar as armas logo que ouvimos a palavra ecumenismo cristão. Afinal, o
protestantismo sempre falou que a igreja invisível é invisível justamente porque não
pode ser vista por meio de coisas externas.

Santo Agostinho acreditava que o batismo perdoava pecados, era alegorista na sua
interpretação bíblica, falava favoravelmente sobre a oração aos mortos e, com seu
misticismo cristão, não era nem um pouquinho cessacionista. No final das contas, era
mais católico do que protestante. No entanto, para muitos protestantes, principalmente
reformados, Agostinho é tido como um exemplo de Cristão. Por que aceitamos
Agostinho, mesmo com as coisas que não concordamos, e não podemos enxergar os
católicos através de uma perspectiva mais ecumênica? Talvez pudéssemos olhar para
eles como irmãos que não têm uma teologia exatamente como a nossa, sabendo que isso
não os impede de serem cristãos verdadeiros. Afinal, a salvação é somente pela fé em
Cristo ou também pela exatidão teológica? Se for pela fé, não pode ser pela teologia
exata. Se for pela exatidão teológica, não pode ser somente pela fé, e qualquer pessoa
que acredita em uma doutrina errada estará fadada à condenação eterna. Falamos que a
inexatidão teológica dos pentecostais não os impede de serem cristãos verdadeiros, ao
mesmo tempo em que afirmamos que a inexatidão teológica dos católicos torna-os
incrédulos. Parece que estamos usando dois pesos e duas medidas.

A unidade ecumênica das várias igrejas cristãs pode se tornar algo menos doloroso
quando a busca por união parte do passado em comum de todas as tradições. A busca
por unidade não deve começar pelas diferenças do presente, mas pelas semelhanças do
passado. Só depois disso é que nos movemos para as ramificações das várias tradições
ao longo da história. Trata-se de uma visão em retrospectiva, retraçar a história de cada
tradição e chegar a um ponto de partida em comum. Quando cada tradição traça o
caminho de volta para as suas origens, encontra, nessa origem, a revelação de Deus em
Jesus Cristo, que é algo em comum para todas as tradições. Quanto mais nos
aproximamos de Cristo, mais nos aproximamos uns dos outros.

As diferenças teológicas existem, e não creio que possam ser conciliadas de modo a
desfazer o cisma de 1517. Não precisamos largar nossas convicções teológicas em nome
do relativismo. Contudo, apesar de nossas convicções e diferenças, podemos entender
que a obra de Cristo é muito mais abrangente do que imaginamos. Se olharmos para as
nossas origens, veremos que todos cremos em Cristo, mesmo com diferentes
interpretações de como a obra vicária é aplicada aos pecadores. Se percebermos que
estamos, sob a mesma cruz, sendo abraçados por Cristo, talvez possamos abaixar as
armas teológicas e nos reconhecer mutuamente como cristãos.

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