Uma boa técnica instrumental é pré-requisito necessário para uma interpretação
fluente e coerente de uma música, representa um conjunto de procedimentos mentais e mecânicos que permitem a transmissão de uma idéia musical. O termo instrumento acústico é um retrônimo, foi criado depois da invenção dos instrumentos elétricos e representa todos os instrumentos musicais que produzem sons “naturais” sem depender do auxílio de circuitos elétricos para emitir sons. Neste caso, Existem uma grande variedade de instrumentos acústicos, são todos os instrumentos da classe dos cordofones, aerofones, membranofones e idiofones. Aqui, daremos maior ênfase às técnicas de execução em instrumentos de cordas dedilhadas com braço. Os instrumentos de cordas dedilhadas com braço têm como princípio de execução a vibração das cordas através do contato de um plectro ou dos próprios dedos, no geral apresentam pouca capacidade de sustentação das notas e tem uma caixa de ressonância como parte integral do instrumento. É uma família com uma grande variedade de instrumentos com diferentes formatos, tamanhos, timbres, número de cordas, dentre outras características, porém, apresentam princípios de técnicas de execução semelhantes. Neste texto, tais técnicas de execução serão divididas em técnicas de mão direita, técnicas de mão esquerda e técnica expandida. No geral a mão direita é responsável pela produção do som em seus diferentes aspectos tais como o timbre (sonoridade), dinâmica e controle rítmico. Em alguns instrumentos é bastante comum o uso da palheta (plectro) a exemplo do bandolin, cavaquinho e até mesmo o violão (principalmente com cordas de aço), entre as técnicas mais comuns do uso da palheta são a palhetada alternada, que consiste em alternar o sentido da palheta ( para cima e para baixo) economizando movimento na execução; o trêmolo, muito característico em instrumentos como bandolin, levando em conta que tais instrumentos possuem pouco sustentação do som, deve-se executar rapidamente e repetidamente a palhetada para cima e para baixo com velocidade certa e número certo de subdivisões com o objetivo de criar um efeito de sustentação do som. A palheta permite execuções de um acompanhamento rítmico (arpejos, rasgueados, levadas ritmicas ) , porém, o uso exclusivo da palheta limita um no contexto da execução de polifonias, neste caso o instrumentista terá de tocar com os próprios dedos. Com a mão direita livre de acessórios, o instrumentista poderá utilizar toques plaquê ( execução simultânea de dois ou mais dedos da mão direita, diferente do toque arpejado, muito característico em levadas de samba e bossa nova), o polegar no acompanhamento rítmico, executar melodias em contraponto, além de executar técnicas de rasgueados típicos da música flamenca e música andina, utilizados em instrumentos como violão e charango por exemplo. Na música brasileira é muito comum o acompanhamento rítmico com os próprios dedos da mão direita em instrumentos como o violão e o violão sete cordas em estilos como o samba e o choro para citar alguns. As técnicas de mão esquerda são praticamente semelhantes entre os instrumentos de cordas dedilhadas com braço. Como princípio geral, o instrumentista deve posicionar os dedos da mão esquerda próximo ao traste, evitando o “trastejado” ( ruído indesejável causado pelo atrito da corda com o traste), no mais, os ligados, ornamentos, vibratos, campanelas, nuances de articulação, glissandos, acordes e escalas são executados de maneira semelhantes entre os instrumentos. O termo técnica extendida é comum na música contemporânea de concerto e está relacionado á sonoridades não comums á tradição de um instrumento, por exemplo, utilizar o tampo do violão como acompanhamento de percussão, ou utilizar um outro acessório como um arco de violino para tocar um bandolin, dentre outros exemplos, estes efeitos podem e são explorados na música contemporânea através deste tipo de instrumentos a exemplo dos Estudos Percussivos para violão do compositor Arthur Campela e OBRA QUALQUER CONTEMPORÂNEA PARA BANDOLIN . Apesar das várias semelhanças técnicas, cada instrumento possui características próprias , o aprendizado de muitos destes instrumentos são acessíveis apenas de maneira informal ( ensino informal), ou seja, baseado na observação- imitação, tirando músicas de ouvido, autodidatismo, porém, instrumentos como o bandolim, cavaquinho, violão e violão sete cordas, já estão inseridos em conservatórios ( conser.pernambucano e outros) e cursos superior (UFRJ, Faculdade Cantareira, UFPB?, outros, ceará?) o que aos poucos contribuem para uma sistematização e maior divulgação do instrumento nos meios musicais do país.