Sei sulla pagina 1di 74

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

CURSO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

LUÍS RAÚL CHIAU

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÓMICO E FINANCEIRO DAS


INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, FACE AO CRESCIMENTO INSTITUCIONAL:
ESTUDO DE CASO BCI (2012 – 2014)

Beira

Junho, 2016
LUÍS RAÚL CHIAU

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÓMICO E FINANCEIRO DAS


INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, FACE AO CRESCIMENTO INSTITUCIONAL:
ESTUDO DE CASO BCI (2012 – 2014)

Monografia apresentada à Universidade Zambeze,


como requisito parcial para a obtenção do grau de
Licenciatura em Contabilidade e Finanças.

Supervisor: Issufo da Silva, MCA

Beira
Junho, 2016
I
DEDICATÓRIA

Minha querida mãe Orpa Matlombe,

Meu pai Raúl Chiau,

Meus irmãos, Arménio Chiau e Percina Chiau.

II
AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, confesso-vos que escrever notas de agradecimentos não é tarefa fácil, ou seja,
pode até ser a parte mais delicada que a própria pesquisa. Com isso quero dizer que, o autor
teria que apelar à performance da sua memória para que, pelo menos, não se esqueça das
pessoas que participaram directa ou indirectamente da sua formação.

Primeiro, quero agradecer a Deus, por ter atendido as minhas orações, e ter-me mantido forte
e saudável a fim de viver este momento glorioso da minha vida.

Aos meus país Raúl Fabião Chiau e Orpa António Matlombe e aos meus irmãos, por todo o
apoio, sabedoria e amor que sempre me deram, especialmente à minha mãe que sempre esteve
presente e acreditou em mim, desde os primeiros passos até à data da minha formação.

A todos os amigos e colegas que directa ou indirectamente contribuíram para a realização da


presente pesquisa e dizer que convosco aprendi a ser “daqui” e à minha querida namorada
Vânia Félix Daúde pelo amor, carinho e compreensão.

Endereço os meus agradecimentos ao meu supervisor, Mestre Issufo da Silva o meu muito
“Khanimambo” pela aprendizagem nas suas contribuições, atenção e paciência, desde o
projecto até à realização da presente pesquisa.

À Universidade Zambeze por me proporcionar um ensino público digno e de qualidade, ao


corpo docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades, que compartilharam seus
conhecimentos, dedicando horas para uma boa formação e aprendizagem.

III
DECLARAÇÃO

Eu Luís Raúl Chiau, estudante do Curso de Contabilidade e Finanças na Faculdade de


Ciências Sociais e Humanidades, por este meio declaro que o trabalho do fim do curso
intitulado Avaliação do Desempenho Económico e Financeiro das Instituições Financeiras
Face ao Crescimento Institucional: Estudo de Caso BCI (2012-2014) foi preparado por mim,
sob a supervisão do MCA Issufo da Silva como requisito no cumprimento de culminação.
Declaro ainda que o trabalho não foi submetido anteriormente a qualquer Universidade para
obtenção de qualquer grau ou diploma.

O Autor

--------------------------------------

Luís Raúl Chiau


Data: / / 2016

O Supervisor

---------------------------------------

Issufo da Silva, MCA

Data: / / 2016

IV
SUMÁRIO EXECUTIVO

A pesquisa faz uma avaliação do desempenho económico-financeiro do BCI com o objectivo


de avaliar seu crescimento institucional face a bancarização das zonas urbanas e rurais. Neste
contexto, a escolha do tema está ligado às questões discutidas na academia, pois, actualmente
tem-se verificado um grande desafio na expansão da bancarização pelo facto de ter um
impacto importante no desenvolvimento económico e social no País. Neste caso, partindo de
que o desempenho económico-financeiro é ilustrado pelas Demonstrações Financeiras
(Balanço e Demonstrações de Resultados), a pesquisa considera-se de carácter quantitativo
com uma abordagem exploratória. No entanto, da pesquisa foi possível analisar os índices
económico-financeiros assim como análise vertical e horizontal. Por outro lado, os resultados
revelam que ao nível da solidez financeira, o BCI manteve-se estável apesar de apresentar um
aumento significativo dos Custos de Estrutura, e ao nível do desempenho económico-
financeiro o banco não teve dificuldades em dinamizar o sector das vendas, dado que houve
um aumento significativo do Crédito a Clientes na ordem de 80,92%, neste caso, o Resultado
Líquido cifrou-se em 1.425,72 milhões, relativamente aos anos anteriores onde situou-se em
1.420,55 milhões em 2013 e 1.293, 28 milhões em 2012 respectivamente. Contudo, ao BCI
recomenda-se para que tenha atenção aos critérios de eficiência e eficácia, pois, tem-se
verificado níveis de aumento dos Custos de Estrutura decorrentes por um lado da abertura de
agências sem instalações próprias, criando a necessidade de arrendar. Por outro lado, pelo
crescimento inevitável do número médio de colaboradores o que igualmente contribuiu para o
crescimento dos Gastos Administrativos.

Palavras-chave: Desempenho, Económico-Financeiro, Crescimento.

V
ABSTRACT

The survey is an assessment of the economic and financial performance of the BCI in order to
evaluate its institutional growth compared to banking services in urban and rural areas. In this
context, the choice of subject linked to the issues discussed in the gym because at present
there has been a major challenge in expanding banking services for having a major impact on
economic and social development in the country. In this case, from that, the financial
Statements (Balance Sheet and Income Statement) illustrate the economic and financial
performance the search considered a quantitative nature with an exploratory approach.
However, the research was possible to analyze the economic and financial indicators as well
as vertical and horizontal analysis. On the other hand, the results show that the level of
financial strength, BCI remained stable despite showing a significant increase in structure
costs, and the level of economic and financial performance the bank had no difficulty in
boosting the sales sector since there was a significant increase in Loans to Customers in the
order of 80,92% in this case, the net income amounted to 1.425,72 million compared to
previous years which stood at 1.420,55 million in 2013 and 1.293,28 million in 2012
respectively. However, the BCI is recommended to note the efficiency and efficacy criteria,
therefore, there has been increasing levels of structural costs arising by a side opening
branches in non own space, and secondly by growth inevitable in the average number of
employees which also contributed to the growth of Administrative Expenses.

Keywords: Performance, Economic and Financial Growth.

VI
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS...................................................................................................................... III
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................... IV
SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................................. V
ABSTRACT ..................................................................................................................................... VI
GLOSSÁRIO..................................................................................................................................... X
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS ....................................................................................... XI
LISTA DE APÊNDICES ................................................................................................................. XII
LISTA DE FIGURA ........................................................................................................................XIII
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................................. XIV
LISTA DE QUADROS .................................................................................................................... XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................ 3
1.3. OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 4
1.3.1. Geral .................................................................................................................................... 4
1.3.2. Específicos ........................................................................................................................... 4
1.4. PROBLEMÁTICA...................................................................................................................... 4
1.5. HIPÓTESES ............................................................................................................................... 5
1.6. DELIMITAÇÃO ......................................................................................................................... 5
1.7. LIMITAÇÕES ............................................................................................................................ 5
1.8. ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................... 6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 7
2.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
2.2. LITERATURA TEÓRICA .......................................................................................................... 7
2.2.1. Demonstrações Financeiras................................................................................................... 7
2.2.2. Análise das Demonstrações Financeiras ................................................................................ 8
2.2.3. Análise Horizontal ................................................................................................................ 8
2.2.4. Análise Vertical .................................................................................................................... 9
2.2.5. Análise Económica e Financeira ........................................................................................... 9
2.2.6. A Rendibilidade e o Crescimento da Empresa ......................................................................11
2.2.7. A Análise Financeira e o Valor ............................................................................................13
2.2.8. Análise de Rácios ................................................................................................................14

VII
2.2.9. Economic Value Added (EVA) ............................................................................................15
2.2.10. Market Value Added (MVA) ..............................................................................................16
2.3. DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES ..........................................................................................16
2.3.1. Solvência e Liquidez ...........................................................................................................16
2.3.2. Capital e Risco ....................................................................................................................17
2.3.3. Rentabilidade e Lucratividade ..............................................................................................18
2.3.4. Índices de Rentabilidade e Spread ........................................................................................19
2.3.5. Eficiência Operacional.........................................................................................................20
2.3.6. Principais Rácios de Avaliação do Desempenho dos Bancos na Óptica do Accionista ..........20
2.4. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO...........................................................................................21
2.4.1. Conceito de Valor ................................................................................................................21
2.4.2. Percepção de Valor – Perspectiva Financeira .......................................................................22
2.4.3. Percepção de Valor – Perspectiva Pluralista .........................................................................22
2.4.4. Conceito de Desempenho ....................................................................................................23
2.4.5. Sistemas de Avaliação do Desempenho ...............................................................................24
2.4.6. Balanced Scorecard.............................................................................................................25
2.4.7. Perspectiva Financeira .........................................................................................................27
2.4.8. Perspectiva dos Clientes ......................................................................................................27
2.4.9. Perspectiva dos Processos Internos ......................................................................................27
2.4.10. Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento .....................................................................28
2.4.11. Orçamento Estratégico .......................................................................................................29
2.5. LITERATURA EMPÍRICA .......................................................................................................30
2.5.1. Análise do Desempenho Económico-Financeiro em Brasil ...................................................30
2.5.2. Análise Económica e Financeira em Portugal .......................................................................32
2.6. LITERATURA FOCALIZADA .................................................................................................34
CAPÍTULO III: METODOLOGICA.................................................................................................35
3.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................35
3.1.1. Desenho da Pesquisa ...........................................................................................................35
3.1.2. A pesquisa Quanto aos seus Objectivos................................................................................36
3.1.3. Método de Abordagem ........................................................................................................36
3.1.4. Procedimento Técnico .........................................................................................................37
3.1.5. Método de Colecta de Dados ...............................................................................................38
3.1.6. Definição da População .......................................................................................................38
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................................40
VIII
4.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................40
4.2. ANÁLISE DOS ÍNDICES .........................................................................................................40
4.2.1. Análise dos Índices Económico-Financeiros ........................................................................40
4.2.3. Análise Vertical e Horizontal ...............................................................................................46
4.3. EXPANSÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS: DIMENSÃO TERRITORIAL DA
BANCARIZAÇÃO DAS ZONAS URBANAS E RURAIS ...............................................................47
4.3.1. Dimensão Territorial da Bancarização .................................................................................47
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................50
5.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................50
5.2. CONCLUSÕES .........................................................................................................................50
5.3. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................51
5.3.1. Ao Banco Comercial e de Investimentos ..............................................................................51
5.3.2. Aos Futuros Pesquisadores ..................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................53
APÊNDICES ....................................................................................................................................55

IX
GLOSSÁRIO

Análise Du-Pont – é uma técnica que procura analisar a evolução da rentabilidade dos
capitais próprios através da decomposição do Retorno Sobre o Património em três
componentes importantes.

Goodwill - é um termo contabilístico utilizado para designar a parte do valor de mercado que
não está directamente reflectida nos seus activos e nos seus passivos.

Khanimambo – significa “Obrigado” em língua changana (do Sul de Moçambique).

Performance – é um substantivo feminino com origem na língua inglesa que significa


desempenho. Ou seja, a palavra performance vem do inglês “to perform” que significa
realizar, completar, executar ou efectivar.

Stakeholders – O termo provém do neologismo inglês, stake que significa interesse,


participação, risco. Holder significa aquele que possui. Assim, stakeholder também significa
parte interessada ou interveniente. Ou seja, é palavra inglesa utilizada nas áreas de
administração, tecnologia da informação, entre outras, entre as quais se incluem clientes,
accionistas, fornecedores, a sociedade.

X
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

AC – Activo Corrente

ATMs – Caixas Automáticas

BCI – Banco Comercial e de Investimentos

BSC – Balanced Scorecard

DF's – Demonstrações Financeiras

DRE – Demonstração de Resultado do Exercício

EVA – Economic Value Added

LC – Liquidez Corrente

LI – Liquidez Imediata

LR – Liquidez Reduzida

MCA – Mestre em Contabilidade e Auditoria

MVA – Market Value Added

NIRF's – Normas Internacionais de Relato Financeiro

PC – Passivo Corrente

RAT – Rentabilidade dos Activos Totais

RCI – Rentabilidade de Capital Investido

RCP – Rentabilidade dos Capitais Próprios

RDA – Rentabilidade dos Activos

RLV – Rentabilidade Líquida das Vendas

ROI – Retorno Sobre Investimento

TRL – Taxa de Reinvestimento do Lucro

VAB – Valor Actual Bruto

XI
LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1. Análise Vertical e Horizontal do Balanço Patrimonial……..…………………...55


Apêndice 2. Análise Vertical e Horizontal da DRE……………………………..……………57

XII
LISTA DE FIGURA

Figura 1: Balanced Scorecard ................................................................................................... 26

XIII
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Comparativo da Evolução do Encaixe Voluntário e da Liquidez Imediata................. 41

Gráfico 2. Participação de Empréstimos .................................................................................... 41

Gráfico 3. Evolução dos Indicadores de Análise de Capital ....................................................... 42

Gráfico 4. Rentabilidade e Lucratividade .................................................................................. 44

Gráfico 5. Rede de Distribuição de Agências do BCI ................................................................ 48

XIV
LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Solvência e Liquidez................................................................................................. 40

Quadro 2. Capital e Risco ......................................................................................................... 42

Quadro 3. Rentabilidade e Lucratividade ................................................................................... 43

Quadro 4. Análise do EVA e do MVA ...................................................................................... 44

XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. INTRODUÇÃO

Compreender o cenário económico e financeiro duma organização é um dos grandes desafios


actuais do mercado. O desempenho das instituições financeiras face a alta competitividade
imposta pelo mercado faz com que as organizações busquem constantemente por resultados
positivos, aumento de lucratividade, crescimento do património líquido assim como na
expansão dos seus produtos e serviços o que torna imprescindível para a sobrevivência e
crescimento institucional.

A demanda por instituições financeiras nos dias actuais tem sido acompanhada de um
crescimento sustentável no curto, médio e longo prazo. Com a liberalização da economia
nacional, várias instituições financeiras surgiram visando administrar os recursos das pessoas,
garantindo-lhes desta forma uma medida de ganho com produtos de qualidade e serviços mais
eficientes.

Essa visão tem ajudado os consumidores a ganhar mais espaço no desenvolvimento


sustentável da economia do país assim como tem reflectido no alcance dos objectivos das
instituições financeiras na busca pelo crescimento da bancarização entre as zonas urbanas e
zonas rurais onde a banca era manifestamente insuficiente ou ausente.

A percepção do aumento da competitividade no sector bancário tem sido fundamental para a


melhoria dos produtos e serviços, na busca pela vantagem competitiva e consequentemente
pela expansão dos mesmos produtos e serviços, exigindo assim das instituições financeiras a
adopção de ferramentas cada vez mais sofisticadas. Convém deste modo, que o desempenho
considere os pontos de vista das diversas partes interessadas que se relacionam com as
instituições, em termos reais assim como potenciais, (Rodrigues, 2010, apud, Atkinson, et
al.,1997).

No entanto, o desempenho corresponde ao ganho de eficiência e eficácia social e


comportamental da empresa, através de diversos processos periódicos no tempo e no espaço
onde a organização opera. (Rodrigues, 2010)

Rodrigues (2010) apud Thompson et al (2005) realça que o desempenho deve estar
precisamente ligado com a forma de gestão que as organizações adoptam na implementação

1
das suas estratégias. Daí que, cada organização adopta estratégias particulares segundo seu
ramo de actividade que lhe ajudará a concretizar seus objectivos específicos na busca pela
eficiência. Portanto, é inerente que as instituições bancárias desenvolvam estratégias
genéricas de baixo custo, de diferenciação ou de focalização buscando sempre apresentar
vantagem competitiva como estando no centro do desempenho organizacional. Neste
contexto, vem sendo comprovado que as organizações dependem de registos contabilísticos e
económico-financeiros para se obter bom desempenho no seio empresarial.

Contudo, esse conceito de avaliação do desempenho económico-financeiro está aliado aos


gestores financeiros, fornecendo-lhes informações que podem ser analisados e a partir daí
diagnosticar a situação financeira da empresa. Deste modo, um dos principais focos desta
pesquisa é abordar a análise do desempenho económico-financeiro visto que, é através desta
análise que se terá o controlo mais adequado para a tomada de decisões dentro duma
organização com vista a comparar uma organização com a outra do mesmo ramo de
actividade.

Assim, a presente pesquisa está dividida em cinco capítulos, além desta introdução. No
capítulo a seguir, apresenta-se o referencial teórico, nos quais aborda diversos conceitos
relacionados com a análise das demonstrações financeiras. Na sequência, descreve-se a
metodologia utilizada e analisam-se os resultados com base nos indicadores económico-
financeiros. Por fim, são realizadas as conclusões.

Em síntese, tratando-se de uma pesquisa de carácter exploratória, caracterizada de métodos


quantitativos, tendo como base dados secundários, obtidos por via de relatórios de 2012 à
2014, respectivamente. Contudo, citar que de modo a sustentar os fundamentos teóricos e
práticos efectuou-se um levantamento da literatura através de uma pesquisa bibliográfica com
base nos (livros, artigos científicos, entre outros), ou seja, a pesquisa vai avaliar as
demonstrações financeiras, analisar os diversos indicadores económico-financeiros, bem
como avaliar o desempenho uma vez que quando se fala da avaliação do desempenho de uma
organização, tem-se por referência a análise dos seus resultados.

Desta feita, após serem colhidos os dados secundários para tal avaliação, foram processados e
revisados com vista a serem extraídas as respectivas conclusões e posteriormente servirem na
tomada de decisões financeiras relativamente ao desempenho económico-financeiro.

2
1.2. JUSTIFICATIVA

Avaliar o desempenho económico-financeiro de uma organização, tem merecido maior


atenção por parte de entidades reguladoras e agentes económicos em geral tendo gerado
grandes debates na actualidade, no contexto das decisões económicas e financeiras.

No que diz respeito ao crescimento da bancarização em Moçambique, recentemente tem-se


verificado um processo de expansão do sector financeiro com vista a cobrir mais áreas do
território nacional, neste caso, as zonas rurais e urbanas do país. Sob o ponto de vista do
sistema financeiro moçambicano importa referir que a expansão dos serviços financeiros tem
alargado com profundidade a cobertura em termos de depósitos e créditos, ou seja, a
bancarização nas zonas rurais e urbanas permite um crescimento sustentável das empresas
moçambicanas, pois, estas precisam de crédito para se manterem estáveis no mercado. Assim,
a presente pesquisa pretende avaliar se a expansão da bancarização é favorável ao processo de
diversificação do crescimento institucional, ou seja, se é proporcional ao desempenho
económico-financeiro nos períodos de 2012 à 2014.

Daí que, torna-se relevante que o processo de avaliação do desempenho económico-financeiro


passe a ser assegurado por ferramentas cada vez mais sofisticadas com algumas estratégias
que possam agregar valor ao modelo de avaliação. Assim, com o enriquecimento do assunto
abordado, ressaltando a sua importância económica e social, as instituições financeiras
dispõem de capital para alavancagem de diversos empreendimentos assim como na concessão
de crédito.

De facto, a escolha do tema é fruto das discussões tidas dentro da academia no decurso do
aprendizado nas disciplinas tidas como: Contabilidade Financeira, Economia e Estatística.

Em síntese, esta pesquisa poderá gerar uma contribuição no seio académico, buscando um
aperfeiçoamento profissional por parte do autor e dentro do possível contribuir e auxiliar para
uma melhoria de avaliação de desempenho da instituição, objecto de estudo, ou seja, aos
gestores financeiros do BCI esta pesquisa poderá ser uma ferramenta ideal, pois, os
indicadores aqui referenciados podem ser utilizados para comparar o desempenho económico-
financeiro do BCI perante outros bancos, com vista a avaliar-se a posição que o BCI tem
perante a competitividade.

3
Por sua vez, ao avaliar-se o crescimento da bancarização nos últimos três anos, pretende-se
responder questões ligadas com o desempenho económico-financeiro face ao crescimento
institucional e ainda identificar o número de agências existentes, analisar a situação
económico-financeira e comparar com o número de abertura de agências.

1.3. OBJECTIVOS

1.3.1. Geral

 Avaliar o desempenho económico e financeiro, face ao crescimento institucional no


período de 2012 à 2014.

1.3.2. Específicos

 Identificar o número de agências do BCI, abertas no período de 2012 à 2014;


 Analisar o desempenho económico-financeiro no período de 2012 à 2014;
 Comparar o desempenho económico-financeiro com o nível de abertura de agências
do BCI no período em estudo.

1.4. PROBLEMÁTICA

De acordo com os Relatórios e Contas do BCI (2012-2014), o objectivo de diversificar a Rede


Comercial, como mira de expandir o crescimento de produtos e serviços financeiros, está
aliado a uma estratégia de bancarização de economia com o objectivo de reduzir a inflação e
estabilidade do sistema financeiro, mantendo-se como um epicentro de actuação do BCI.

Contudo, o BCI procurou responder à forma dinâmica da economia nacional expandindo os


serviços financeiros às zonas urbanas e rurais do país, contribuindo deste modo para uma
maior bancarização da economia nacional. Entretanto, em consonância com o actual estado da
economia de Moçambique sobre a necessidade de expandir o sistema financeiro para cobrir
mais áreas do território nacional, o BCI continuou a desenvolver um conjunto de iniciativas
tendentes à contenção de custos e à consecução de ganhos de eficiência.

No entanto, o problema fundamental da presente pesquisa consiste no facto de haver uma


estratégia de bancarização da economia nacional com o objectivo de estabilizar e expandir o
sistema financeiro moçambicano, por outro, tem-se assistido no mercado internacional e
nacional, as repercussões da crise financeira, ameaçando deste modo a actuação e a
estabilidade das instituições financeira no País, pelo que face a esta situação coloca-se a
4
seguinte questão: Será que o crescimento institucional do BCI tem sido acompanhado pelo
desempenho económico-financeiro para consequente alargamento da bancarização nas zonas
rurais e urbanas?

1.5. HIPÓTESES

H0 – O crescimento institucional do BCI tem sido acompanhado pelo desempenho


económico-financeiro.
H1 – O crescimento institucional do BCI não tem sido acompanhado pelo desempenho
económico-financeiro.

1.6. DELIMITAÇÃO
A pesquisa cinge-se no BCI, tendo como estudo a avaliação do desempenho económico e
financeiro das instituições financeiras face ao crescimento institucional num período de,
(2012 à 2014).

Contudo, a prior nota-se a exclusão dos exercícios económicos referentes aos períodos de
2011 e 2015 respectivamente. Isto deve-se, pelo facto de aquando da escolha e posteriormente
da elaboração da pesquisa, o exercício económico de 2015 ainda não tinha sido revisada e
tornado público as demonstrações financeiras, daí a sua exclusão para efeitos de análise e
posteriormente optou-se pelos três anos que antecediam o período de 2015, pelo facto de
serem dados já tornados públicos e revisados e que serviriam para efeitos comparativos, daí a
não inclusão do ano de 2011.

No entanto, na presente pesquisa foi possível identificar as variáveis de pesquisa: número de


agências e índices financeiros.

1.7. LIMITAÇÕES
A presente pesquisa encarrou dificuldades essencialmente ligada na interpretação dos
resultados obtidos, isto é, devido a falta de uniformidade, nas tipologias preconizadas pelos
autores, o que dificulta ao estudante a escolha do método ideal para elaborar a pesquisa, além
das discrepâncias apontadas por alguns autores.

Outro facto que limitou a pesquisa é o facto da avaliação da performance basear-se em seus
custos históricos, o que de algum modo pode divergir com os valores de mercados e também
pelo facto da análise do Balanço não reflectir os activos intangíveis valiosos, como é o caso
das marcas, patentes, a própria reputação da empresa, os recursos humanos, entre outros.
5
1.8. ORGANIZAÇÃO

A presente pesquisa está composta por cinco capítulos respectivamente:

 Introdução – este capítulo aborda essencialmente questões relativas à apresentação


clara e coesa da pesquisa, e posteriormente os objectivos na qual a pesquisa visa
alcançar. Contudo, uma pesquisa científica torna-se relevante quando faz menção da
escolha desse estudo, ou seja, a justificativa que depois é acompanhada do problema
que originou essa pesquisa, das limitações na qual o pesquisador se depara ao longo do
trajecto da pesquisa e por fim, a organização da pesquisa na qual aponta o rol da
pesquisa.
 Revisão da Literatura – neste capítulo abordam-se questões de índole primazia que
fundamentam as demonstrações financeiras: a análise das demonstrações financeiras, a
demonstração dos índices, a avaliação do desempenho, entre outras questões inerentes
na qual servem de base para sustentar a pesquisa e que são divididas em três partes
nomeadamente: a primeira parte faz menção ao capítulo na sua totalidade; a segunda
parte traz uma visão do referencial teórico, onde se desenvolve o percurso da pesquisa
com base em algumas teorias relevantes; a seguir temos a terceira parte que é a
literatura empírica, que traz os estudos empíricos realizados por diversos autores em
diferentes países.
 Metodologia – desenvolve-se neste capítulo o percurso que uma pesquisa científica
percorre durante a colecta de dados secundários até à fase da sua elaboração, ou seja,
faz menção aos métodos e procedimentos que são utilizados para a composição da
pesquisa e as técnicas ou métodos para a obtenção desses dados.
 Análise e Interpretação dos Dados – neste capítulo, são feitas as análises e
interpretações dos resultados obtidos com base nos dados secundários recolhidos de
forma a responder as questões de pesquisa com vista a tirar as devidas conclusões.
 Conclusões e Recomendações – neste capítulo, após revisados os resultados obtidos,
faz-se as devidas conclusões para dar resposta às questões levantadas aquando da
elaboração desta pesquisa e posteriormente dar as recomendações ou sugestões para as
futuras pesquisas.

6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta a composição e organização dos conceitos essencialmente teóricos,


relevantes acerca do tópico em estudo e inclui conhecimentos já existentes com base numa
pesquisa bibliográfica, acerca da temática que se apresenta como base que sustenta esta
pesquisa. Portanto, diversas abordagens foram também discutidas através da literatura teórica
e empírica, com vista a trazer uma melhor percepção desta pesquisa. Desta forma, o
referencial teórico é indispensável para a elaboração de um trabalho científico com qualidade,
ou seja, este capítulo busca fazer uma reflexão crítica de ideias a partir da colocação de um
problema, buscando analisar obras mais recentes de diversos autores.

2.2. LITERATURA TEÓRICA


Neste capítulo são revisados os conceitos relevantes de forma a objectivar os conceitos
pertinentes à pesquisa. No entanto, a literatura teórica proporciona uma vasta gama de
informações, mediante material já elaborado, proporcionando conceitos vagos
imprescindíveis para a elaboração da pesquisa.

2.2.1. Demonstrações Financeiras


Segundo o Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro, baseado em Normas Internacionais de
Relato Financeiro (NIRF's) afirma que as demonstrações financeiras são uma exposição
estruturada que ilustram as evidências do desempenho financeiro de uma entidade, com a
finalidade de oferecer informação sobre a maneira como a entidade gere seus recursos no
médio e longo prazo.

Assim, o Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro apresenta um conjunto completo de


demonstrações financeiras que compreende:
 Um balanço;
 Uma demonstração dos resultados durante o período contabilístico;
 Uma demonstração das variações de capital próprio;
 Uma demonstração de fluxos de caixa durante o período contabilístico;
 Notas explicativas, incluindo um resumo das políticas contabilísticas mais
significativas adoptadas e informação adicional e;

7
 Um balanço no início do período comparativo mais antigo, no caso de uma entidade
aplicar uma política contabilística retrospectivamente ou efectuar uma reexpressão ou
reclassificação retrospectiva de itens das suas demonstrações financeiras.

Para Fernandes, Peguinho, Vieira e Neiva (2012) o balanço é uma confirmação patrimonial
destinada a evidenciar ou a expressar a posição financeira de uma entidade num determinado
momento geralmente um ano, envolvendo por isso, um carácter estático.

Contudo, as demonstrações financeiras procuram proporcionar a todos aqueles que têm


interesse na empresa “stakeholders”, uma visão global da situação económico-financeira da
mesma.

2.2.2. Análise das Demonstrações Financeiras


A análise das demonstrações financeiras é o conjunto de técnicas utilizadas para analisar a
situação económica e financeira das entidades com o objectivo de tomar decisões mais
apropriadas e saber da realidade económica e financeira da empresa.

De acordo com Neto (2003) a análise das demonstrações financeiras consiste em diagnosticar
o estado económico-financeiro de uma entidade com vista a avaliar as decisões tomadas, que
servirão de base para uma previsão futura. No entanto, são várias as técnicas de avaliação no
que se refere à riqueza das informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial,
como é o caso da análise horizontal e vertical.

2.2.3. Análise Horizontal


De acordo com Neto (2003) a análise horizontal é uma técnica de evolução que possibilita que
se avalie cada conta das demonstrações de resultados em períodos sequenciais de tempo; por
exemplo, as evoluções das vendas podem ser avaliadas e interpretadas mediante a análise
horizontal.

Enquanto Pandoveze e Benedicto (2004) afirmam que a análise horizontal permite relacionar
uma variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior. Neste caso, toma-se
como 100% as contas de um determinado período.

Portanto, a análise horizontal permite-nos visualizar cada conta das demonstrações


financeiras, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o valor da data
anterior definida como data-base, permitindo assim avaliar o desempenho da evolução da
empresa.
8
2.2.4. Análise Vertical
No Balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da estrutura do
activo e das suas fontes de financiamento. Ou seja, esta análise possibilita que se avalie a
participação de cada elemento de formação do lucro ou prejuízo do período.

Segundo Pandoveze e Benedicto (2004):

Análise vertical é a participação percentual ou de estrutura dos elementos das


demonstrações financeiras. Assume-se como 100% um determinado elemento
patrimonial que, em princípio, deve ser o mais importante e faz-se uma relação
percentual de todos os demais elementos sobre ele.

No entanto, essa análise permite que se faça uma avaliação individual de cada conta das
demonstrações financeiras em relação ao total.

Neto (2003) enfatiza afirmando que a análise vertical fornece informações que dizem respeito
às alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, complementando-se, com isso,
as conclusões obtidas da análise horizontal descrita anteriormente.

Em síntese, tanto a análise vertical assim como horizontal, trazem evidências dos acréscimos
ou diminuições ocorridas dentro das demonstrações financeiras, daí a relevância desta análise,
pois permite aos stakeholders tomarem decisões sob o ponto de vista económico e financeiro.

2.2.5. Análise Económica e Financeira


A análise financeira, visa analisar e examinar a evolução económico-financeira de uma
entidade, com base nos documentos históricos, com o objectivo de detectar se houve
crescimento ou diminuição da situação financeira face as tendências futuras. (Lousã, Pereira e
Lambert, 2000).

Maximizar o lucro, foi em tempos considerado o principal objectivo das empresas, mas hoje,
este objectivo é substituído pelo objectivo de maximização do valor da empresa, pois, o lucro
não define a liquidez da empresa e muito menos a solvabilidade. Ou seja, interessa aos
proprietários das empresas, que visam o aumento de valor do seu investimento, ter em conta a
incerteza, o risco e o tempo.

Tradicionalmente podem considerar-se na análise financeira quatro vertentes:


 Análise da Estrutura empresarial: verificar se as massas patrimoniais se encontram
correctamente distribuídas.

9
 Análise da Liquidez: averiguar em que medida a empresa dispõe de meios financeiros
adequados às suas necessidades, de modo a poder funcionar com estabilidade, ou seja,
com independência perante terceiros.
 Análise de Rendibilidade: averiguar a capacidade da empresa em gerar fluxos
financeiros positivos (lucro).
 Análise do Risco: avaliar a variabilidade destes fluxos financeiros no futuro.

Contudo, o valor de uma empresa vai além do que a análise da sua situação financeira, pois
tem a ver com a noção de vantagem competitiva, que assenta principalmente, nos seus
produtos, nos recursos humanos que emprega, na tecnologia que utiliza e no mercado que
domina.

Ter fluxos financeiros positivos (lucro) é condição indispensável ao funcionamento de uma


empresa, mas não é suficiente à sua sobrevivência e desenvolvimento.

De acordo com Nabais e Nabais (2007) a análise económica e financeira está directamente
ligada a variáveis económicas e financeiras decorrentes das actividades operacionais. Ou seja,
convém à contabilidade registrar os eventos derivados das principais actividades para que os
gestores possam maximizar os objectivos da empresa e que respondam questões que se
colocam no dia-a-dia para efeitos de obtenção de fluxos de caixa futuros tais como:

 A empresa está endividada?


 Qual o grau de dependência financeira?
 Que investimentos a realizar e como financiá-los?
 Qual a rendibilidade das vendas?
 Que valor do fundo de maneio e o valor do rácio de liquidez?

São estas e outras questões que a análise económica e financeira tenta responder, com o
objectivo de diagnosticar a situação da empresa. Este diagnóstico diz-se económico uma vez
que apura e analisa o valor actual bruto, a produtividade, a rendibilidade e os resultados
gerados. Por sua vez, designa-se por financeiro porque determina e analisa a liquidez e a
solvabilidade do património e, ainda, mede a capacidade da empresa responder aos seus
compromissos a curto prazo.

A situação económico-financeira da empresa é o reflexo não só das estratégias desenvolvidas


da segmentação e da penetração nos mercados, redução de custos, ou qualidade de produto,

10
como também da competitividade económica que a empresa possui no mercado. Assim sendo,
uma análise económico-financeira da empresa passa pela identificação e estudo de variáveis
extrafinanceiras.

No entanto, compete à análise económica e financeira não só medir a rentabilidade, a liquidez


e a solvabilidade mas também medir a sua atractividade, identificar as vantagens, o risco do
negócio da actividade e verificar se a empresa cria valor para os seus accionistas numa
perspectiva histórica e previsional.

Ou seja, a análise económica e financeira é um processo contínuo que tem por finalidade
avaliar a situação patrimonial da empresa no tempo e no espaço, e utiliza um conjunto de
técnicas que se baseiam na actividade extra contabilística e nos documentos contabilísticos
que resumem um conjunto alargado de informações económico-financeiras.

2.2.6. A Rendibilidade e o Crescimento da Empresa

A análise económica trata-se, sobretudo de uma análise da rendibilidade e do crescimento


como factores de criação de valor sem, contudo, esquecer as outras medidas de eficiência de
gestão que avaliam o desempenho económico da empresa (Nabais e Nabais, 2007).

A rendibilidade é um dos conceitos mais importante para proceder a uma análise


económica e financeira. A sua análise permite-nos avaliar o desempenho económico
e financeiro da empresa, identificando de forma coerente e integradora os grandes
factores que a influenciam. Ou seja, a rendibilidade avalia a qualidade monetária de
uma actividade em que o valor dos proveitos do negócio é superior ao dos custos dos
factores de exploração necessários a obter (Nabais e Nabais, 2007).

Ou seja, a rendibilidade tem a ver com a capacidade da empresa em gerar retorno positivo
para os accionistas (Lousã, et al., 2000). De um modo geral, os rácios de rendibilidade
relacionam o Resultado (lucro ou prejuízo) com os capitais que o segregam. Neste grupo de
indicadores encontra-se: a rendibilidade líquida das vendas (RLV), a rendibilidade dos
capitais próprios (RCP) e a rendibilidade do activo total (RAT).

Rendibilidade líquida das vendas: segundo Lousã, et al (2000) este indicador visa informar o
lucro (prejuízo) da empresa após a dedução de todos os gastos da entidade.

11
Rendibilidade dos capitais próprios: este indicador relaciona o lucro que a empresa obteve em
determinado exercício face aos capitais próprios de que dispunha. Afirmam, ainda, que este
indicador é muito utilizado por bancos e accionistas.

Este é um dos indicadores mais utilizados para medir a rendibilidade da entidade, sendo que
quanto maior melhor.

Rendibilidade do activo total: segundo Das Neves (2006), caso se queira analisar a
rendibilidade, separadamente das decisões financeiras, tem de se recorrer ao rácio de
rendibilidade do activo, que é um rácio de avaliação do desempenho dos capitais totais
investidos na empresa, independentemente da sua origem (próprios ou alheios).

Nabais e Nabais (2007) afirmam que o valor da empresa é em grande parte condicionado
pelas vendas efectivas e potenciais e por estas gerarem resultados, que por sua vez estão
dependentes das potencialidades do mercado e do seu poder competitivo.

Indicadores de Liquidez: de acordo com Lousã, et al (2000) este indicador avalia a


competência da empresa em honrar com os seus compromissos face às suas obrigações a
curto prazo. No entanto, estes indicadores permitem-nos verificar se a empresa tem ou não
capacidade para pagar as suas dívidas na data do seu vencimento.

Entre os índices de liquidez pode-se considerar os seguintes: a liquidez corrente (LC), a


liquidez imediata (LI) e a liquidez reduzida (LR).

Liquidez Corrente (LC): mostra a relação directa entre o activo corrente (AC) e passivo
corrente (PC). Este indicador representa o quanto foi aplicado em bens e direitos e quanto a
entidade deve a curto prazo.

Sendo que, quanto maior melhor. Ou seja, se o valor apurado for maior que 1, a empresa pode
utilizar activos líquidos para liquidar dívidas a menos de 1 ano.

12
Liquidez Imediata (LI): este indicador mede a capacidade financeira da entidade em pagar as
suas dívidas imediatamente usando as disponibilidades sem ter em consideração os outros
elementos do activo corrente.

De acordo com Das Neves (2006), este índice é utilizado pelos analistas que pretendem
conhecer o grau de cobertura dos passivos circulantes por disponibilidades.

Liquidez Reduzida (LR): Para Lousã, et al (2000) este indicador mede o peso dos stocks na
estrutura da empresa.

Assim como os outros indicadores deste grupo quanto maior, também, podem ser melhor mas
deve levar-se sempre em conta o sector, pois há sectores que permitem maior índice de
liquidez enquanto outros exigem menor índice.

Em suma, estes índices têm por objectivos analisar a capacidade da empresa para fazer face
aos compromissos de curto prazo, permitindo avaliar a evolução relativa do Fundo de Maneio.

2.2.7. A Análise Financeira e o Valor


Actualmente, a análise tradicional debruça-se fundamentalmente sobre os aspectos financeiros
da empresa. Ou seja, tem surgido uma nova metodologia de análise financeira que tem em
conta o meio e o sector onde a empresa está inserida, com a finalidade de analisar a
atractividade e a posição concorrencial da empresa, de modo a identificar as vantagens
competitivas e as perspectivas futuras da empresa como factores determinantes no processo
de criação de valor.

Conforme Nabais e Nabais (2007), a situação económico-financeira de uma entidade é o


espelho não só das estratégias desenvolvidas como por exemplo, na contenção dos custos,
como também da competitividade económica que a entidade possui. Assim sendo, uma
análise económico-financeira da empresa passa pela análise dos documentos da empresa
(Balanço, Demonstrações dos resultados, componentes de fluxos de caixa, entre outros) e pela
identificação e estudo de variáveis extrafinanceiras (concorrência, imagem, marca, quota de
mercado e vantagens competitivas).
13
Neste caso, compete à análise económica e financeira não só medir a rendibilidade, a liquidez
e a solvabilidade mas também medir a sua atractividade, identificar as vantagens, o risco do
negócio da actividade e verificar se a empresa cria valor para os seus accionistas numa
perspectiva histórica e previsional.

2.2.8. Análise de Rácios

Os rácios são ferramentas importantes que expressam uma relação entre diversos elementos
contidos nas DF’s com vista a avaliar a situação económica e financeira de uma entidade,
(Lousã, et al., 2000). Ou seja, um rácio é, simplesmente uma forma conveniente de juntar
duas peças de informação numa só. Desta forma o rácio, só por si, tem um alcance limitado,
pelo que necessita de um padrão ou uma referência que lhe possa servir de comparação.

Na medida em que a análise de rácios só utiliza a informação actual e a informação histórica,


não permite qualquer opinião em relação ao que poderá vir a acontecer no futuro.

Neste contexto, podem fazer-se dois tipos de análise com base na informação actual e
histórica:

 A análise estática: que consiste na comparação efectuada com os valores obtidos pelos
outros bancos, com o objectivo de posicionar o banco alvo da nossa análise em termos
económicos e financeiros face aos seus concorrentes, considerados como referencial
da sua própria competitividade;
 A análise dinâmica: que está mais orientada para o estudo de como tem evoluído o
próprio banco, como gera os seus resultados, como se tem financiado, onde tem
aplicado os seus fundos (podendo esta análise, no entanto, também ser efectuada
comparativamente com os outros bancos).

Mais especificamente, segundo (Lousã, et al., 2000), a análise dinâmica consiste em três
aspectos:
 A comparação entre Bancos consecutivos, de forma a analisar a evolução da estrutura
patrimonial do banco;
 A análise do mapa de origem e aplicação de fundos, a fim de se evidenciar em que
rúbricas foram aplicados novos recursos financeiros e quais foram as fontes de
financiamento, internas ou externas, utilizadas;
 A análise da estrutura da Demonstração de Resultados, em que há um estudo da
formação dos custos por natureza, por actividades ou por funções.
14
2.2.9. Economic Value Added (EVA)

Conforme Rodrigues (2010) apud Plihon (2000) o EVA define-se como o resultado de
exploração da organização, depois da remuneração do conjunto dos capitais investidos–
endividamento e fundos próprios.

De acordo com Nabais e Nabais (2007) o EVA exprime o resultado obtido após remunerado o
investimento líquido do negócio, independentemente de ser financiado em capitais alheios ou
capital próprio.

Entretanto, Pandoveze (2005) define o conceito do EVA (valor económico adicionado) como
sendo um conceito de custo de oportunidade, ao lucro residual, retomado mais recentemente.
Segundo o mesmo autor, o conceito significa, em linhas gerais, que há realmente valor
adicionado à empresa, caso o lucro líquido após o imposto de renda seja superior a um
determinado custo de oportunidade de capital.

O EVA tem vindo a substituir o Retorno Sobre Investimento (ROI) na avaliação de


performance dos negócios, das actividades, dos mercados e centros de responsabilidade, das
filiais em grupos económicos, dos produtos, dos clientes, uma vez que é o único que integra
numa só unidade as vertentes financeiras e económicas.

O EVA é determinado através da seguinte relação:

Onde: RCI = Rendibilidade de capital investido

WACC = Custo médio ponderado do capital

Capital investido = Capital próprio + Capital Alheio

Se o valor obtido for negativo significa que o resultado de exploração não é suficiente para
cobrir o financiamento do investimento líquido necessário. Um valor superior a zero indica
que a organização remunera os capitais investidos a uma taxa considerada justa pelos
investidores e ainda liberta meios financeiros, isto é, a organização cria valor (Rodrigues,
2010).

Portanto, o EVA caracteriza-se por ser um conceito de lucro residual ou o lucro que excede a
uma rentabilidade mínima sobre o investimento.

15
2.2.10. Market Value Added (MVA)

Neto (2003), afirma que o MVA reflecte a expressão monetária da riqueza gerada aos
proprietários de capital determinada pela capacidade operacional da empresa em produzir
resultados superiores a seu custo de oportunidade.

Portanto, numa perspectiva financeira, o objectivo dos gestores é o de maximizarem o valor


do MVA.

O valor do MVA só aumenta quando o capital investido gerar uma taxa de rendibilidade
superior ao custo do capital. Ou seja, o crescimento da empresa não cria, necessariamente
valor; só cria valor quando a sua taxa de crescimento for superior à taxa de crescimento do
capital investido (Rodrigues, 2010, apud, Young et al O'Byrne, 2001).

Desta feita, o valor da empresa pode ser efectuada pelo valor actual do EVA, conforme
proposta por Stewart (1991)1.

2.3. DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES

Rodrigues (2010), afirma que a análise dos rácios constitui um método que permite-nos
avaliar ou diagnosticar uma situação económico-financeira de uma determinada organização.

2.3.1. Solvência e Liquidez

De acordo com Lousã et al (2000) afirmam que, uma empresa é considerada solvente quando
tem a capacidade de pagar os seus compromissos a médio e longo prazo. Já a liquidez reflecte
a capacidade financeira em cumprir com as suas obrigações.

No caso das instituições financeiras o objectivo é atender ao fluxo das despesas operacionais,
possíveis resgates de depositantes, reservas compulsórias e atendimento a solicitações de
empréstimos financeiros. Os principais índices para mensurar a Solvência e Liquidez dos
bancos são:

1
STEWART, G. Bennett III.The quest for value. HarperBusiness, 1991.
16
O Encaixe Voluntário demonstra a capacidade financeira imediata de um banco em cobrir
saques contra depósitos à vista na data de encerramento do exercício social.

São as disponibilidades do banco e as suas aplicações financeiras negociáveis a qualquer


momento (mercado aberto e depósitos inter-financeiros). Quando superior a 1, mostra que o
banco tem condições de cobrir seus depósitos a vista e parte dos depósitos a prazo.

Revela que em cada 1 u.m de capital emprestado pela instituição quanto foi captado sob
forma de depósito.

Capital de Giro Próprio = Património líquido – Activo Permanente

Indica os recursos próprios da instituição que se encontram financiando as operações activas.


Revela o nível de folga financeira com o Património Líquido.

Revela o activo total do banco que se encontra aplicado em operações de empréstimos.

2.3.2. Capital e Risco

Para definir de forma objectiva e prioritária os investimentos que devem ser feitos para
redução, eliminação ou aceitação destes riscos, várias ferramentas estabelecem que a base
para administração de risco inicie na gestão contínua, onde é possível definir, dar segmento e
planear as acções necessárias para evitar que uma vulnerabilidade seja aproveitada.

No entanto, não existe um consenso universal a respeito de qual a melhor estrutura para levar
a cabo um processo de gestão de riscos, pelo qual o processo de gestão de risco se faz
dependente do contexto, seja por via dum Software ou Administração.

Risco de negócio pode ser definido como a incerteza inerente às projecções dos resultados de
exploração futuros de uma empresa.

Conforme Nabais e Nabais (2007), a análise do risco é um dos assuntos importantes a tratar
na análise financeira da empresa e uma componente importante do processo de criação de
17
valor. Ou seja, inicialmente, a análise do risco baseava-se no estudo da liquidez e do
equilíbrio financeiro do balanço patrimonial.

Recentemente tem-se dado importância à análise do risco quando se relaciona o risco com a
rendibilidade no processo de criação de valor. Seguem-se a seguir os indicadores de análise de
capital:

ctivo
atrimónio íquido

í
ê

çã ó
í

ó í
çã
ó

Os itens citados, não avaliam o risco operacional dos bancos mas sim analisam o montante de
capital próprio a ser mantido pelo banco para cobrir eventuais perdas que possam ocorrer
independentemente do risco assumido em seus negócios.

Taxa de Reinvestimento do Lucro (TRL): indica o incremento de capital próprio do banco


mediante a retenção de seus resultados. Ou seja, quanto maior for esta taxa, maior a
capacidade da instituição em financiar operações em seus activos por meio de recursos
próprios gerados pelas operações.

í
í

2.3.3. Rentabilidade e Lucratividade

Ressaltar que os bancos têm como seu principal propósito maximizar a riqueza dos seus
proprietários, através de uma adequada relação de risco e retorno. Aliás, até porque nos
bancos, os recursos captados e geridos são suas matérias-primas.

18
Indica o ganho percentual auferido pelos proprietários como consequência da margem de
lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planeamento de seus negócios.

Este indicador revela os resultados operacionais de negócios accionados pelo banco.

A Margem Líquida é composta por vários resultados de gestão dos activos e passivos do
banco como taxas, prazos, receitas e despesas, permitindo avaliar a função básica de
intermediação de um banco.

2.3.4. Índices de Rentabilidade e Spread

Este indicador faz a relação entre o resultado bruto de intermediação financeira e o total do
activo, ou seja, este indicador demonstra para cada 1,00 Mt de activo, quanto a instituição
apurou de intermediação financeira.

í
ó
ó
Segundo Ludícibus (2012), este indicador expressa os resultados auferidos pela gerência, na
gestão de recursos próprios e de terceiro, em benefício dos accionistas, ou seja, indica quanto
a empresa proporcionou de retorno sobre os recursos investidos pelos accionistas ou sócios.
Assim, este indicador indica qual é a taxa de rendimento de capital próprio a empresa obteve
de lucro para cada 100,00 Mt de capital próprio investido.

çã

Este indicador faz a relação entre as receitas de intermediação financeira com o activo total do banco.

19
2.3.5. Eficiência Operacional

Eficiência é o processo pelo qual as organizações adoptam para alcançar e maximizar seus
objectivos com o uso mínimo de recursos disponíveis. Ou seja, a eficiência diz respeito, ao
método ou estratégia que uma organização abraça para atingir seus fins.

O autor De Lima (2002), afirma que a eficiência bancária visa apurar o montante investido
pelo banco para fazer face às despesas administrativas e de pessoal, com base no montante
resultante de receitas de serviços e intermediação financeira. Logo, quanto menor for o índice
melhor para a instituição.

No entanto, há que perceber que a redução dos custos operacionais não é sinónimo de
eficiência, ou seja, essa redução pode resultar de vários factores que assolam a organização
como por exemplo da redução do quadro dos colaboradores, o encerramento de agências,
entre outros. Neste caso, essas reduções nem sempre são relativas a melhoria de eficiência, o
que quer dizer que as organizações devem adoptar métodos capazes de diminuir os custos em
uma proporção maior do que a entrada de recursos.

Não obstante, existem diversos indicadores apresentados pela literatura de forma a mensurar a
eficiência das organizações, pelo que iremos usar o índice proposto por Neto (2002).

Relaciona as despesas operacionais da instituição com sua receita de Intermediação


Financeira. Quanto menor for, mais elevada é a produtividade.

2.3.6. Principais Rácios de Avaliação do Desempenho dos Bancos na Óptica


do Accionista

Descrevem-se, a seguir, os principais indicadores utilizados na avaliação de desempenho dos


bancos, na óptica do accionista. A rentabilidade dos activos (RDA) é uma avaliação de
desempenho dos bancos numa perspectiva contabilística. Este indicador mede o valor de cada
activo investido pelo banco.

20
Ou seja, num ambiente competitivo, um banco que consegue uma RDA superior está, muito
provavelmente, a ter um melhor desempenho.

A Análise Du-Pont consiste numa fragmentação do rácio relativo à rentabilidade dos capitais
próprios, de forma a melhor evidenciar como este foi conseguido.

O modelo da rentabilidade dos capitais próprios (RCP) mede a rentabilidade contabilística na


perspectiva do accionista, e representa o lucro contabilístico por cada capital próprio
investido.

Assim, a rentabilidade dos capitais próprios (RCP) mede a rentabilidade do ponto de vista dos
accionistas, embora calculada em termos contabilísticos, e traduz o lucro contabilístico para
cada capital próprio investido.

A margem financeira por unidade de activo (MF) definida como a diferença entre os outros
proveitos e os outros custos, à excepção dos juros, os impostos e os dividendos a pagar aos
accionistas.

2.4. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

2.4.1. Conceito de Valor

Na visão de Rodrigues (2010) valor é tido como algo que possa ser mensurado no sentido em
que gera recursos para uma entidade. Neste caso, a noção de valor emergiu, historicamente
das teorias económicas.

Sabe-se que a noção de valor é algo subjectivo uma vez que reflecte as preferências dos
consumidores, neste caso, o valor é determinado pelo mercado. (Rodrigues, 2010)

O objectivo de qualquer empresa é criar valor a seus accionistas, promovendo a maximização


da sua riqueza, através do aproveitamento de todas as oportunidades de investimento. Neste
contexto, a existência de lucro não garante a remuneração do capital aplicado e,
consequentemente, a atractividade económica de um empreendimento.

21
Contudo, uma empresa é considerada como criadora de valor quando for capaz de oferecer a
seus proprietários de capital uma remuneração acima de suas expectativas mínimas de ganho.
(Neto, 2003)

O sucesso de uma organização para além da eficiência e eficácia, entre outros, depende
também de decisões fiáveis, logo é imprescindível que os gestores responsáveis por tais
decisões tenham acesso a informação actualizada e real.

2.4.2. Percepção de Valor – Perspectiva Financeira

Percebe-se que a criação de valor é sinónimo de rendibilidade de um investimento, que é


gerado por uma rendibilidade superior ao de risco e não é outra coisa senão o valor actual
líquido transferido para a empresa. (Rodrigues, 2010)

Numa perspectiva económica, um negócio é rentável apenas se o custo de oportunidade de


investir hoje for inferior à rendibilidade do capital próprio utilizado. (Rodrigues, 2010)

Todavia, na perspectiva contabilística, uma empresa é rentável sempre que os seus proveitos
forem superiores às suas despesas, ou seja, quando seus resultados forem positivos.

Logo, pode-se dizer que o valor de uma empresa não está relacionado com a decisão quanto à
estrutura de capital adoptada, mas sim com a rendibilidade esperada dos seus activos.

2.4.3. Percepção de Valor – Perspectiva Pluralista

Para a perspectiva pluralista, a empresa é vista como uma organização que, mediante a
produção de bens e serviços, deseja satisfazer os interesses dos diferentes constituintes
organizacionais como por exemplo os credores e accionistas, dos quais ela depende para a sua
sobrevivência. (Rodrigues, 2010)

Desta feita, uma empresa tem por finalidade gerar valor e o seu crescimento sustentável,
tendo em conta os preços e os custos de oportunidade, incluindo a avaliação das
externalidades positivas e negativas. (Rodrigues, 2010)

Este autor acrescenta ainda:

22
Deste ponto de vista, no contexto da perspectiva pluralista, criar valor significa que a
organização consegue, através da combinação dos seus recursos, produzir uma renda
para si própria, igual à diferença entre o valor de oportunidade dos produtos ou
serviços por si oferecidos, ou seja, o preço que os clientes estão dispostos a pagar e
os custos de oportunidade dos recursos consumidos, necessários para a empresa
obter aquele “outcome”, qualquer que seja a sua natureza, (Rodrigues, 2010, apud,
Charreaux e Fernández, 2000c, 2005).

Na verdade, esta perspectiva implica que a criação de valor e a sua repartição sejam dois
processos indissociáveis, apesar das dificuldades da sua aplicação, devido às estimativas
exigidas pelos preços e custos de oportunidade (Rodrigues, 2010, apud, Charreaux et
Desbrières, 1998).

Assim, torna-se claro que os gestores devem criar e aproveitar as oportunidades que lhes
surgem e que também necessitam do capital humano qualificado a fim de tirar o máximo
proveito possível numa óptica de longo prazo e não em decisões tomadas de forma isolada.

Contudo, podemos concluir que os gestores têm todo o interesse em perceber quais os activos
que criam ou destroem valor para, assim poderem tomar medidas correctivas e identificar
oportunidades futuras de criação de valor. Porém, o crescimento organizacional por si só não
cria valor, por isso, os gestores procuram um grau de diversificação superior ao dos
accionistas, maximizando a dimensão da organização e da sua remuneração, ate ao ponto em
que uma degradação do desempenho os coloque sob a ameaça de despedimento ou de uma
tomada de controlo hostil. Logo, pode-se afirmar que estar atento a este factor é crucial para
que a empresa mantenha o seu posicionamento estratégico.

2.4.4. Conceito de Desempenho

O desempenho de uma organização é um acto de gestão, ligada à interpretação que as


diferentes partes interessadas fazem das componentes em que se desenvolve (Rodrigues,
2010).

Neste contexto, a expressão performance trata-se de um conceito vasto e complexo na qual


traduz-se para a linguagem portuguesa palavra desempenho.

Todavia, vale ressaltar que a avaliação de performance é um conceito ambíguo devido a


complexidade do mesmo, ou seja, a sua definição é por vezes contraditória. Assim, o
desempenho de uma organização corresponde à eficiência e eficácia diante da criação de
valor, através de procedimentos contínuos no tempo e no espaço.

23
Desta feita, o desempenho não existe por si só, neste caso, são traçadas estratégias de
informação pelos utilizadores através de um processo contínuo, e está estritamente
relacionado com as variáveis que contribuem para alcançar os objectivos estratégicos da
empresa.

De acordo com Rodrigues (2010), os enigmas de avaliação do desempenho de uma


organização estão mais relacionados com a obtenção de dados inerentes e não com o uso de
um sistema de avaliação ou metodologia de escolha de valores, em particular.

Pelo que, relativamente a avaliação de valor criado pela empresa este autor afirma o seguinte:

Contudo, ao ter-se o desempenho como o resultado económico, ou financeiro,


apurado no sistema de informação contabilístico, não se está a captar todo o valor
criado pela empresa, ou seja, existe uma parcela do valor criado, que não é avaliada
quando da estimativa do valor da empresa – os ganhos de eficiência, que permitem
proporcionar a mesma utilidade ao cliente, por um preço menor (Rodrigues, 2010,
apud, Ferreira, 2004).

Ou seja, é necessário aprender a desenvolver novos conceitos sobre a performance de uma


organização, pois, a sobrevivência a longo prazo da empresa não se baseia apenas num grupo
de interessados, mas sim em todos eles.

Todavia, diversas pesquisas revelam que embora exista eficiência e eficácia dentro das
organizações, ainda persistem instituições que não sejam 100% eficientes ou eficazes. Assim,
a análise do desempenho de uma organização deve estar ligada a um sistema de avaliação que
garanta informação fidedigna quanto ao grau de sucesso da estratégia, permitindo, assim,
comparar se as decisões foram tomadas de acordo com os resultados traçados.

Portanto, é essencial que as organizações necessitem de transformações no seu sistema de


avaliação de desempenho devido a diversos ambientes de produção, concorrência e novas
estratégias de informação.

2.4.5. Sistemas de Avaliação do Desempenho

Segundo (Rodrigues, 2010), o sistema de avaliação de desempenho é uma das melhores


formas de demonstrar a eficiência e eficácia ao gestor, ou seja, está ligado ao
acompanhamento do colaborador nas actividades realizadas durante um certo intervalo.

Neste contexto, o sistema de avaliação do desempenho pode ser definido como


sendo um conjunto de indicadores do desempenho que possibilitam a tomada de
decisões e acções fundamentadas, ao quantificar a eficiência e a eficácia de acções

24
passadas, através da recolha, compilação, ordenação, análise, interpretação e
disseminação dos dados apropriados (Rodrigues, 2010, apud, Neely, 1998).
De acordo com Rodrigues, 2010, apud, (Kennerley et Neely, 2002) um sistema de avaliação
de desempenho é constituído por um conjunto de subsistemas:

 Indicadores individuais que quantificam a eficiência e a eficácia das acções;


 Um conjunto de indicadores interrelacionados que avaliam o desempenho das
organizações como um todo;
 Uma infra-estrutura de suporte que possibilita a recolha, compilação, ordenação,
análise, interpretação e disseminação dos dados.

Por outro lado, para se obter a máxima utilidade de um sistema de avaliação do


desempenho, este deve ser adequado e eficiente, em cada um dos subsistemas; se um
dos subsistemas não funciona, o processo de avaliação fica incompleto, logo, não
pode haver lugar a decisões e acções fundamentais (Rodrigues, 2010, apud,
Kennerley et Neely, 2002b).

Na verdade, o maior desafio de uma avaliação de performance organizacional é, constituído


pela dificuldade em definir “o que” medir, devido a não haver um critério universal com o
qual seja possível uma organização comparar directamente os seus valores de desempenho,
para além disso, deve-se garantir que os gestores tenham toda a informação relevante para
uma “boa” decisão apropriada para utilizar essa informação de acordo com os interesses da
empresa e de todos os utilizadores.

De facto, existem diversos tipos de sistema de avaliação de desempenho no mercado, dentre


muitas abordagens propostas para estimar a criação de valor, e um dos modelos conceptuais
de avaliação do desempenho organizacional mais conhecido e utilizado é o balanced business
scorecard.

2.4.6. Balanced Scorecard

A competitividade e o elevado grau de exigências dos mercados em que as organizações se


inserem, a fim de fazer face a essa reflexão, faz com que as organizações busquem por
medidas que possam avaliar estratégias para lidar com as exigências impostas pelo mercado e
para tal, não basta somente avaliar o desempenho financeiro, ou seja, a avaliação do
desempenho é essencial na actividade de gestão para monitorar e coordenar uma organização.

Russo (2006) afirma que existem diversas formas relevantes de avaliar o desempenho
organizacional fundamentalmente:

25
 Para alinhamento da missão, da estratégia, dos valores e comportamentos;
 Para continuar o aperfeiçoamento dos processos, produtos e resultados;
 Para quantificar os sucessos ou os fracassos alcançados.

O BSC é uma ferramenta que traduz a visão e a estratégia da empresa num conjunto coerente
de objectivos e medidas de desempenho, organizados em quatro perspectivas diferentes
(Russo, 2006).

O balanced scorecard foi inicialmente criado para ser um sistema de medição para avaliação
das empresas utilizando-se de factores financeiros e não financeiros. De acordo com Kaplan e
Norton (2000) ao usar o balanced scorecard para integrar os processos de planeamento e
orçamento, as empresas se tornam capazes de superar importantes barreiras à implementação
da estratégia.

Contudo, o balanced scorecard tem como objectivo principal proporcionar aos gestores uma
visão ampla do desempenho organizacional, através de uma relação conjunta e equilibrada
dos indicadores com base nas quatro perspectivas (Rodrigues, 2010, apud, Tangen, 2004).

Figura 1. Balanced Scorecard


Perspectiva Financeira

Objectivos Indicadores Metas Acções

Perspectiva Financeira Perspectiva Financeira


Visão e estratégia
Objectivos Indicadores Metas Acções Objectivos Indicadores Metas Acções

Perspectiva Financeira

Objectivos Indicadores Metas Acções

Fonte: Adaptado de Rodrigues (2010).

Assim, a metodologia do Balanced Scorecard visa traduzir a missão e a estratégia da


organização numa combinação equilibrada de indicadores do desempenho, de forma a
possibilitar a execução da estratégia e um sistema de gestão eficiente. Ou seja, este conjunto
equilibrado de indicadores de desempenho inclui indicadores financeiros, que mostram o
resultado de acções do passado, e é complementado com indicadores não financeiros, em
geral, de mensuração mais difícil, relacionados com a satisfação dos clientes, com os
processos internos e com a capacidade da organização aprender a melhorar e crescer.

26
2.4.7. Perspectiva Financeira

Referir que esta perspectiva financeira representa os objectivos a longo prazo da organização,
ou seja, pretende responder à questão: como nos vêm os accionistas?
Em geral, são três os objectivos financeiros que guiam a estratégia e estão relacionados com a
rendibilidade do capital utilizado e os resultados da exploração:
 Crescimento e diversificação do volume de negócios;
 Redução de custos: melhoria da produtividade;
 Estratégia de utilização dos activos e do investimento.

Desta feita, estes indicadores permitem antever se as intenções estratégicas irão contribuir
para melhorar o resultado financeiro.

2.4.8. Perspectiva dos Clientes

Na visão de Rodrigues (2010) a perspectiva do cliente resulta da organização em atingir


resultados satisfatórios, ou seja, se os clientes estiverem satisfeitos. Logo, é a resposta à
questão: como lidar com os clientes? Portanto, é o goodwill, representando a importância de
uma organização, o relacionamento com os seus clientes, fornecedores e sociedade em geral.

Rodrigues (2010) enfatiza ainda que, o interesse dos clientes enquadrar-se em quatro
categorias: prazos (de execução, de entrega), qualidade dos produtos e serviços, nível de
serviços e custos. Portanto, os indicadores mais utilizados nesta perspectiva são os números
de clientes, quota de mercado, volume de vendas anual, entre outros.

Desta feita, para que uma organização seja bem-sucedida é necessário conhecer seus clientes,
as suas necessidades e os factores a que atribuem valor comercial.

2.4.9. Perspectiva dos Processos Internos

Esta perspectiva está relacionada com as duas perspectivas anteriores, devendo responder à
questão: onde podemos ser excelentes num ambiente de negócios em que os produtos e
serviços são copiados com facilidade. Desta feita, torna-se relevante se identificar e seguir a
eficácia dos processos críticos em particular a inovação, a produção e os serviços após a
venda, através de uma visão transversal da organização. Rodrigues (2010) afirma ainda que, é
através desta perspectiva que se identificam os aspectos críticos das actividades da

27
organização, os quais devem ser controlados e avaliados, para a satisfação dos clientes e
accionistas.

De acordo com Russo, 2006, apud, (Brewer e Speh, 2000) afirma que, pretende-se
nesta perspectiva, a determinação do que é necessário fazer internamente para
conhecer e exceder as expectativas dos clientes. Para esse efeito, recorre-se
essencialmente a medidas não-financeiras, focalizadas em quatro tipos de atributos:
medidas de orientação para a qualidade, medidas baseadas no tempo, medidas sobre
a orientação para a flexibilidade e medição dos custos.

2.4.10. Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento

Russo (2006) afirma que a visão desta perspectiva centra-se na valorização do recurso
humano e no capital intelectual necessário, promovendo o talento e as capacidades internas
para a concretização dos objectivos contemplados. Ou seja, esta perspectiva visa responder à
seguinte questão: como podemos continuar a inovar e a criar valor? Neste contexto, esta
perspectiva compreende os indicadores que traduzem a criação de valor para os clientes, pelo
aumento de aprendizagem organizacional e por todas as outras acções que permitem
desenvolver a organização.

Segundo Rodrigues (2010) esta perspectiva traduz a criação de valor para os clientes,
permitindo desenvolver competências capazes de aumentar o aprendizado organizacional.

Na opinião de (Russo, 2006), a perspectiva de aprendizagem e desenvolvimento deve incluir


dois tipos de indicadores:

1. Indicadores genéricos dos resultados – traduzem três objectivos em indicadores


principais.
 Satisfação dos trabalhadores: a satisfação dos clientes depende também da
satisfação dos colaboradores, razão pela qual as empresas devem proceder à
sua análise periódica.
 Retenção dos trabalhadores: torna-se tanto mais importante quanto maior for o
investimento feito pela empresa no colaborador ou os conhecimentos que este
possua sobre os processos organizacionais e sobre a clientela. Pode ser medido
através da taxa de rotação dos elementos-chave da organização.

28
 Produtividade dos trabalhadores: permite avaliar o resultado dos esforços para
revelar a moral e as capacidades dos trabalhadores, para fomentar a inovação,
para melhorar os processos internos e para satisfazer os clientes.
2. Indutores específicos de cada situação da perspectiva de aprendizagem e
desenvolvimento:
 Recursos Humanos (capacidade ou formação dos empregados): pretende-se
que os trabalhadores não se limitem apenas a reagir aos pedidos dos clientes,
mas que tenham uma atitude mais activa, antecipando-se às suas necessidades,
oferecendo-lhes um conjunto mais amplo de produtos e serviços.
 Capacidades dos Sistemas de Informação: usam-se indicadores para medir a
disponibilidade em tempo real e a finalidade da informação sobre os clientes,
sobre os processos internos e sobre as consequências financeiras das decisões
tomadas, factores essenciais para a eficiência duma empresa em mercados
competitivos.
 Motivação, Empowerment e Coordenação: um clima de motivação e de
fomento da iniciativa dos trabalhadores é essencial para que estes dêem o seu
contributo para os resultados pretendidos. Quanto ao empowerment (atribuição
de poderes), o BSC contribui para a descentralização de poderes.

Assim, (Russo, 2006) enfatiza que, a perspectiva de aprendizagem e


desenvolvimento é o indutor dos resultados a obter nas três primeiras perspectivas,
pois, é a infra-estrutura que possibilita a consecução de objectivos ambiciosos
estabelecidos nas demais perspectivas, com o fim último de melhorar os resultados
financeiros.

2.4.11. Orçamento Estratégico

Do ponto de vista de Kaplan e Norton (2000) o orçamento estratégico identifica as


necessidades de desenvolvimento de novas operações; de criação de novas
capacidades; de lançamento de novos produtos e serviços; de atendimento a novos
clientes, mercados, aplicações e regiões, e de formação de novas alianças e joint
ventures.
O orçamento estratégico autoriza as iniciativas necessárias ao fechamento de lacunas de
planeamento entre o desempenho extraordinário almejado e o desempenho alcançável por
meio de melhorias contínuas e do prosseguimento dos negócios rotineiros (Kaplan e Norton,
2000).

Contudo, ao usar o BSC para integrar os processos de planeamento e orçamento, as empresas


tornam-se capazes de superar importantes barreiras à implementação de estratégias.

29
Kaplan e Norton (2000) afirmam ainda que o orçamento operacional, gerenciado por meio de
um processo orçamentário com base em actividades, autoriza despesas e fornecimento de
recursos com base em previsões de demanda de actividades e prognósticos sobre o grau de
eficiência dos processos.

Neste contexto, BSC fornece estratégias para seleccionar, identificar lacunas e divulgar entre
todos os empregados a fonte básica de novas ideias e programas onde as novas iniciativas
serão mais valiosas.

2.5. LITERATURA EMPÍRICA

Neste capítulo, o pesquisador visa trazer informações sobre estudos feitos por diversos autores
em diversos países em torno da análise do desempenho económico e financeiro das
instituições financeiras. Neste caso, esta literatura é de extrema importância pelo facto de
contribuir activamente para as presentes e futuras pesquisa, ou seja, é com base nos métodos e
recomendações deixadas por esta literatura que o pesquisador dá por segmento pesquisas em
torno da matéria e em prol do desenvolvimento académico.

2.5.1. Análise do Desempenho Económico-Financeiro em Brasil

Na sua monografia para conclusão do curso de Ciências Contábeis no Centro Universitário


Univates, Da Silva (2014) apresentou no seu estudo intitulado “ nálise do Desempenho
Económico-Financeiro de Empresas da Região do Vale do Taquari – RS”. No entanto, esse
estudo tinha como objectivos identificar o índice padrão do grupo de empresas analisadas da
região do Vale do Taquari e o comportamento económico-financeiro de cada empresa em
relação ao índice encontrado. Contudo, a autora ao desenvolver o estudo tinha em vista
identificar o perfil das empresas; padronizar as demonstrações financeiras; descrever o
comportamento económico-financeiro das empresas e do grupo, para obter respostas às
dificuldades vividas pelas empresas Brasileiras.

Para o efeito, Da Silva (2014) usou o método misto (qualitativo e quantitativo), descritivo e de
estudo de caso. Com a necessidade de delinear o seu estudo, a autora em questão, enquadra
seu estudo como uma pesquisa descritiva, pois trata-se de um tema que tem a finalidade de
identificar, colectar, padronizar, analisar, relatar dados e posteriormente compará-los com
outras variáveis e é exploratória por não haver estudos sobre esta mesma amostra. Desta feita,

30
para a busca de informações, a autora recorreu ao material divulgado, nomeadamente das
pesquisas bibliográficas e documental.

Portando, a escolha do tema deve-se sobretudo, do estudo da análise das Demonstrações


Financeiras ser uma principal ferramenta para a política de crédito, avaliação da viabilidade
dos negócios e controle geral de uma empresa, influenciando e contribuindo com a
administração para a tomada de decisão.

De salientar que, a autora ao desenvolver esta pesquisa, tinha em conta os obstáculos na


comparação das informações face ao desempenho das empresas, ou seja, verificou que as
empresas não apresentavam uma tendência de comportamento uniforme, não sendo possível
identificar um padrão para as mesmas.

A autora supracitada realça que após a execução do processo de análise das demonstrações
financeiras é possível obter as seguintes informações da empresa: desempenho económico-
financeiro; eficiência na utilização de recursos; pontos positivos e negativos; tendências e
perspectivas; causas e alterações na rendibilidade. Ou seja, tais informações são apresentadas
em relatórios de análises, os quais devem abranger uma linguagem descodificada, facilitando
a interpretação e o conhecimento das partes interessadas.

Em síntese, Da Silva (2014) afirma que as informações das análises das demonstrações
financeiras são apuradas através de cálculos de indicadores, onde os mesmos se tornam mais
atractivos quando comparados com padrões de empresas do mesmo porte. Contudo, a autora
observou no seu estudo um aspecto negativo em que as empresas não apresentavam as suas
notas explicativas de forma muito sucinta, faltando-lhes muitas vezes detalhamento de
algumas operações para que melhor se possa ser compreendido o restante das demonstrações
financeiras, e deu como exemplo a empresa Cofasa S/A que não apresentou depreciação nos
períodos e também não justificou tal facto nas notas explicativas.

Desta forma, Da Silva (2014) procurou reunir e aplicar de forma criteriosa os métodos de
pesquisa e sobretudo em querer interpretar uma realidade, através de documentos e registos
levantados. Por fim, conseguiu demonstrar a relação que os indicadores possuem um com o
outro, trazendo informações precisas na análise das demonstrações financeiras de uma
empresa e demonstrando assim maior segurança na tomada de decisões para os gestores.

31
Certamente, esta autora considera na sua pesquisa um aspecto relevante comparável com a
presente pesquisa, no que diz respeito ao conhecimento da posição das instituições financeiras
no curto e longo prazo, pois, segundo a autora, cita que mesmo que a operação se liquide em
curto prazo, existe possibilidade de renovações de empréstimos entre o cliente e a empresa, ou
seja, nesta análise há que ter em conta aspectos relevantes como é o caso do endividamento, a
solvência e a rentabilidade.

Portanto, em termos de tema e contextualização, a presente pesquisa assemelha-se com a de


Da Silva no que diz respeito ao teor ilustrado pela autora. Ou seja, não basta uma empresa
apresentar valores elevados de imobilizado, sendo que esses activos não geram valor para a
empresa, ou seja, as empresas são avaliadas com base no resultado e não com base nos bens
que ela tem.

Todavia, Da Silva (2014) tinha em vista identificar o comportamento económico-financeiro


das empresas da Região do Vale do Taquar após confrontar e analisar as informações,
verificou que as empresas não apresentavam uma tendência uniforme, uma vez que não é
possível definir um padrão para as mesmas.

2.5.2. Análise Económica e Financeira em Portugal

Em Portugal foi desenvolvida uma pesquisa no Instituto Politécnico da Guarda, sob autoria de
ugusto (2014), cujo teor era “ nálise Económica e Financeira: Um Caso de Estudo do
Sector da Construção”. Esta pesquisa tinha como objectivo estabelecer uma análise
económica e financeira de empresas de construção civil, com vista a determinar as suas
competências, capacidades e potencialidades, assim como organizar e sumariar os dados, de
forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para a investigação.

Portanto, umas das motivações que fez com que a autora elaborasse esta pesquisa foi pelo
facto de que a crise financeira em Portugal afectou a maioria das empresas, em geral, e de
modo mais intenso o sector da construção civil e obras públicas.

No entanto, metodologicamente com recurso ao estudo de caso foi desenvolvida uma análise
exploratória longitudinal das demonstrações financeiras dos exercícios económicos de 2005 a
2010. Assim, como forma de obter as informações, a autora recorreu ao material divulgado,
nomeadamente da pesquisa documental e bibliográfica.

32
Entretanto, a autora supracitada afirma que o acesso a informação contabilística relevante
permite avaliar a situação económica da empresa em cada momento, sendo de grande
utilidade para o ajustamento de estratégias e políticas operacionais, principalmente em
sectores económicos com fortes impactos nos mercados. Assim, torna-se importante
acompanhar a evolução dos indicadores macroeconómicos que integram com os mercados
financeiros, como elementos essenciais para a estabilidade desses mercados e garantia das
decisões de investimento, quer das famílias, quer das empresas.

Neste caso, a autora dá ênfase à importância das demonstrações financeiras no sentido em que
auxiliam os stakeholders na obtenção de informações financeiras assim como na tomada de
decisões. Desta feita, é imprescindível que a informação contemple um conjunto de
características qualitativas, em especial a compreensibilidade, a tempestividade, a relevância,
a fiabilidade e a comparabilidade, de forma a não comprometer a sua utilidade.

Assim, dum jeito de conclusão, de acordo com os resultados obtidos, Augusto (2014)
evidenciou que a nível da solidez financeira, a empresa apresentou um significativo aumento
dos gastos financeiros, bem como dificuldades nas cobranças aos clientes, que acarrectam,
consequentemente debilidades por via do elevado endividamento.

Neste contexto, ao nível do desempenho económico-financeiro, a empresa tem dificuldades


em dinamizar o sector de vendas, dado a recessão de investimentos da construção e obras
públicas, levando ao aumento dos gastos operacionais e à ineficiência em termos de
produtividade, bem como a uma ineficiência de resultados que afecta a rendibilidade, e
consequentemente, a sustentabilidade futura da empresa.

No entanto, em termos de tema, há uma relação da actual pesquisa com a pesquisa de Augusto
(2014), ou seja, a autora buscou dar maior ênfase aos aspectos relacionados com a crise que
afectou as empresas de construção civil em Portugal, com vista a determinar as suas
competências, capacidades e potencialidades com base nas DF’s, como um factor
determinante para os stakeholders. Contudo, a autora ao levantar essa questão, percebe-se que
houve aumento significativo da competitividade entre concorrentes pela escassez de mercado
e forte redução das decisões de investimento (quer da habitação das famílias, quer de edifícios
das empresas).

33
2.6. LITERATURA FOCALIZADA

Este capítulo é de extrema importância, pois, visa trazer informações sobre estudos feitos a
nível nacional, ou seja, feitas em Moçambique em torno da análise do desempenho económico
e financeiro das instituições financeiras, face ao crescimento institucional.

Neste contexto, uma vez que esta pesquisa é do âmbito exploratório, não havendo autores que
abordam sobre o tema em alusão, o pesquisador não pôde apresentar estudos relacionados
com a pesquisa, com vista a aprofundar mais conhecimento sobre a percepção da análise do
desempenho económico e financeiro das instituições financeiras.

34
CAPÍTULO III: METODOLOGICA

3.1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo, desenvolve-se o percurso que uma investigação percorre durante o seu
problema de investigação, como se procede à revisão crítica da bibliografia e se formulam um
conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a avaliação do desempenho económico e
financeiro, definindo-se os procedimentos a serem adoptados nas etapas: método de
investigação, colecta e análise de dados com a finalidade de responder à questão do problema.

Em suma, este capítulo é de grande primazia, ou seja, a metodologia de pesquisa aborda as


principais regras de produção científica, fornecendo ao pesquisador uma melhor compreensão
sobre a sua natureza e objectivos, auxiliando assim para uma melhor produtividade e
qualidade na pesquisa.

3.1.1. Desenho da Pesquisa

Importa referir que, a escolha do tema para a presente pesquisa, surgiu com base nas
discussões tidas na academia com os colegas. Ou seja, com o tema já em vista, traçou-se os
objectivos e posteriormente as questões de pesquisa que serviram de guião para o
desenvolvimento da pesquisa.

No entanto, a definição do tema, análise do desempenho económico e financeiro das


instituições financeiras tem em vista analisar os desafios da expansão dos serviços financeiros
em Moçambique.

Para efeito, essa análise geralmente é feita com base nas DF's de modo a estudar com mais
detalhes a situação económica e financeira da empresa, daí que surgiu a oportunidade de
efectuar a presente pesquisa.

Contudo, com o tema já pré-estabelecido assim como os seus objectivos e questões de


pesquisa com vista a dar resposta e posteriormente solucionar e dar as devidas conclusões do
problema identificado, o pesquisador ciente de que realmente devia recorrer a instrumentos ou
métodos científicos adequados, mencionou a seguinte classificação.

35
3.1.2. A pesquisa Quanto aos seus Objectivos

Embora a análise económica e financeira não seja um tema novo, mas no que concerne à
avaliação do desempenho das instituições financeiras, o tema em alusão é pouco desenvolvido
no país, daí que a presente pesquisa possui uma característica exploratória com vista a
aprofundar mais os conhecimentos existentes sobre o assunto abordado.

No entanto, é possível verificar a importância da análise do desempenho das instituições


financeiras, visto que as instituições financeiras dispõem de capital necessário para a
alavancagem financeira de diversos empreendimentos assim como na concessão de crédito,
permitindo desta maneira um crescimento sustentável das empresas moçambicanas.

Segundo Raupp e Beuren (2006) realizam-se estudos exploratórios, geralmente quando se


tem pouco conhecimento sobre o assunto estudado, normalmente incluem estudos de caso,
observações e análises históricas que podem fornecer dados qualitativos ou quantitativos.

Da Silva e Menezes (2005) consideram que a pesquisa exploratória visa a criação de ideias e
conceitos capazes de tornar o problema mais claro e coeso ou formular hipóteses com a
finalidade de solucionar o problema de pesquisa.

Portanto, a inquietação desta pesquisa tem a ver com uma realidade pouco estudada,
suscitando questões com vista a torná-las mais explícita.

De acordo com Da Silva e Menezes (2005), as técnicas usadas em pesquisa exploratória


envolvem levantamento bibliográfico, proporcionando assim uma expansão do conhecimento
à tomada de decisão face ao mundo de negócios e à competitividade que se tem verificado na
actualidade.

3.1.3. Método de Abordagem

Quanto à abordagem, a pesquisa tem um carácter quantitativo, pois, a colecta de dados foi
feita com base nas demonstrações financeiras do BCI, onde serão avaliados e, as avaliações
feitas levarão em conta alguns indicadores de desempenho económico-financeiro.

Sendo assim, a abordagem quantitativa descreve-se pela mensuração na recolha de dados


assim como no tratamento dos mesmos, por meio de procedimentos estatísticos, entre outros
(Raupp e Beuren, 2006, apud, Richardson, 1999).
36
Portanto, o objectivo principal desta pesquisa consiste em avaliar o desempenho económico e
financeiro, face ao crescimento institucional, onde foi realizada uma busca das variáveis
estudadas como é o caso das DF's, da análise dos indicadores e da avaliação do desempenho
económico-financeiro com vista a avaliar esta situação.

Assim, desenvolve-se uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso, visto que a pesquisa
bibliográfica é imprescindível pois, permite ao investigador tomar conhecimentos sobre a
produção científica existente, ou seja, mediante material já elaborado, principalmente livros e
artigos científicos.

Conforme Raupp e Beuren (2006) o material consultado na pesquisa bibliográfica abrange


todo referencial já tornado público em relação ao tema de estudo. Contudo, utilizou-se este
método, principalmente para elaborar e formular o referencial teórico que integra esta
pesquisa, pois, com ausência deste método não teríamos como inteirar-nos sobre os factos
passados.

Na elaboração do trabalho monográfico, sempre se valerá desse tipo de pesquisa, notadamente


por ter que reservar um capítulo do trabalho para reunir a teoria condizente com seu estudo,
normalmente chamado de revisão de literatura ou fundamentação teórica (Raupp e Beuren,
2006).

O método de estudo de caso, segundo Da Silva e Menezes (2005) envolve o estudo profundo
e exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento. Em outras palavras, o estudo de caso tem uma amplitude reduzida em função
do baixo número de elementos de pesquisa, ou seja, não se pode generalizar as conclusões,
pois, elas são particulares.

3.1.4. Procedimento Técnico

Para esta pesquisa, destaca-se a presença da pesquisa documental, devido à natureza da


pesquisa, neste caso, para a colecta de dados foram utilizadas as DF’s do BCI nos períodos
em análise (2012-2014) respectivamente.

Raupp e Beuren (2006) afirmam que esta pesquisa tem como mira extrair algum sentido,
buscando esclarecer informações no sentido de agregar valor à comunidade científica com
vista a interpretar a informação bruta. Portanto, esta pesquisa é justificada pela sua

37
notabilidade no momento da recolha dos dados, neste caso, integra nesta pesquisa um rol de
informações dispersas.

Assim, de modo a avaliar a situação económico-financeira e verificar o valor dos activos e


dos proveitos bem como dos resultados do BCI, recorreu-se às DF’s financeiras (Balanço e
Demonstração de Resultado do Exercício) elaboradas pela própria instituição nos períodos em
análise.

3.1.5. Método de Colecta de Dados

Em relação à tipologia de pesquisa, os documentos são classificados em dois tipos principais:


Dados Primários e Dados Secundários.

Raupp e Beuren, 2006, apud, (Gil, 1999) consideram dados primários como sendo dados que
ainda não foram sujeitas a nenhum procedimento analítico.

O autor supracitado afirma ainda que, os dados secundários são aqueles que de alguma
maneira já foram revisados e tornados públicos, como é o caso de boletins da república, dos
relatórios de empresas, entre outros.

Todavia, a colecta de dados secundários para a presente pesquisa foi feita com base nas DF's
da própria instituição financeira, encontradas em seu Website, com vista a extrair alguma
informação no que tange ao desempenho económico-financeiro face ao crescimento
institucional.

3.1.6. Definição da População

A população integrante que fará parte da presente pesquisa será o Banco Comercial e de
Investimentos, precedida pela avaliação do desempenho económico-financeiro face ao
crescimento institucional.

O Banco Comercial e de Investimentos2 é uma sociedade subscrita e realizada meramente por


investidores moçambicanos com um capital de 30 milhões de meticais, cuja sede está
localizada em Maputo na Av. 25 de Setembro, nº1465, sendo seu objecto social o apoio ao
desenvolvimento da economia das empresas e das famílias, isto é, de todos os segmentos do
mercado.
2
https://www.bci.co.mz/institucional/Historia.html. [Acesso no dia 14/04/2016]
38
Fundado em 1996 com a designação “ JM – Banco de Investimentos”, o BCI tem sido ao
longo de sua história um dos maiores bancos nacionais no que concerne ao desenvolvimento
do país e no esforço da bancarização da população nas zonas rurais ou mais recônditas.
Posteriormente, a designação inicial foi alterada, passando assim a designar-se “Banco
Comercial e de Investimentos, S R ”

Em Abril de 1997, os rumos do BCI mudaram radicalmente, pois, a estrutura accionista foi
modificada, depois de um aumento de capital de 30 para 75 milhões de meticais, e mais tarde
viria a operar como um Banco Comercial a 24 de Abril. Portanto, o objecto principal do BCI é
contribuir activamente para o desenvolvimento económico e social do país, criando valor e
gerando satisfação para os Clientes, Accionistas, Colaboradores, Parceiros e Comunidade em
geral, de modo socialmente responsável e sustentável.

39
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresenta-se uma análise profunda dos resultados através do recurso a
indicadores económico-financeiros bem como da análise vertical e horizontal onde serão
apresentados nos apêndices abaixo. Portanto, o objectivo desta pesquisa é de analisar o
desempenho económico-financeiro face ao crescimento institucional, e ainda comparar a
situação económica e financeira com o nível de abertura das agências.

4.2. ANÁLISE DOS ÍNDICES

Este capítulo levará em consideração os resultados económico-financeiros extraídos de suas


demonstrações financeiras nos períodos de 2012-2014 respectivamente.

4.2.1. Análise dos Índices Económico-Financeiros


Quadro 1: Solvência e Liquidez

BANCO BCI 2012 2013 2014


Solvência e Liquidez
Encaixe Voluntário % 0,15 0,15 0,13
Liquidez Imediata % 1,17 1,2 1,18
Empréstimos/Depositos 0,67 0,66 0,76
Participação de Empréstimos % 0,54 0,55 0,6
Capital de Giro Próprio 1.939.170.525,00 2.883.345.294,00 3.043.104.943,00
Capital de Giro Próprio % 100 149 107

Fonte: Autor (2016).

Analisando e comparando os índices dos períodos em estudo, observou-se um crescimento


significativo na Liquidez Imediata relativa ao ano de 2013 em torno de 1,2%, mesmo havendo
uma queda ligeira em torno de 1,17% e 1,18% em 2012 e 2014 respectivamente, ainda assim
a liquidez manteve-se estável, o que mostra que o BCI tem a capacidade de pagar suas dívidas
a longo prazo, conforme ilustra o gráfico abaixo. No entanto, é possível notar que esse
crescimento foi substancialmente superior com um total de 60,26% formado pelo Crédito a
Clientes e 33,17% dos activos a serem constituídos pelo Caixa, Disponibilidades em
Instituições de Crédito, Aplicações em Instituições de Crédito e Activos Financeiros
disponíveis para venda.

40
No que respeita ao Capital de Giro Próprio, este indicador apresentou um crescimento de
149% em 2013 face a uma diminuição na ordem de 107% em 2014. Neste contexto, o
resultado dessa queda pode ter sido originada pelo aumento dos custos de estrutura.

Gráfico 1. Comparativo da Evolução do Encaixe Voluntário e da Liquidez Imediata

Fonte: Autor (2016).

No que diz respeito à Participação de Empréstimos em relação ao activo e aos depósitos,


vimos que houve um crescimento significativo de 60% em 2014 face aos anos anteriores,
visto que, este crescimento foi originado pelo incremento do Activo Total, o que se deveu em
grande medida à evolução favorável do Crédito a Clientes e das Aplicações em Instituições
Financeiras. Portanto, para cada 1,00 Mt captado, 0,76 Mt era proveniente de depósitos.

Gráfico 2. Participação de Empréstimos

Fonte: Autor (2016).

41
Quadro 2. Capital e Risco

BANCO BCI 2012 2013 2014


Capital e Risco
Independência Financeira % 0,08 0,08 0,07
Leverage % 12,1 13,21 13,37
Relação Capital/Depositantes % 0,09 0,09 0,09
Imobilização do Capital Próprio % 0,63 0,54 0,58
Taxa de Reinvestimento do Lucro (TRL) 0,25 0,23 0,2

Fonte: Autor (2016).

Em relação à análise de Capital e Independência Financeira, o índice possui uma pequena


diferença entre os períodos em análise, ou seja, verificou-se que para os anos de 2012 e 2013,
este indicador manteve-se constante num percentual de 8%, sendo que para 2014, registrou
uma diminuição de 7%, mantendo-se em níveis confortáveis, reafirmando assim a solidez do
Banco. No entanto, como é sabido, a utilização de capital de terceiros acarrecta custos
acrescidos para a empresa, no pagamento ou amortização do capital emprestado. Com isso, é
aconselhável à empresa a usufruir de capital de terceiros, não acima de 50% do seu capital
próprio, para que no momento da falta de liquidez, os seus activos possam cobrir as suas
obrigações.
No entanto, o leverage indica que o Activo do BCI é em média 13,37% maior que seu
Património Líquido.

Gráfico 3. Evolução dos Indicadores de Análise de Capital

Fonte: Autor (2016).

42
No caso da Imobilização do Capital Próprio significa que para cada montante investido no
Património Líquido, o BCI possuía 58,00 Mt aplicados no Activo Permanente, ou seja, o ideal
é que a instituição tenha Património suficiente para cobrir o Activo Permanente e ainda parte
do Activo Circulante para não colocar em risco a possibilidade de cobrir seus activos no caso
de emergência.

Quadro 3. Rentabilidade e Lucratividade

BANCO BCI 2012 2013 2014


Rentabilidade e Lucratividade
Índices básicos de Rentabilidade
Retorno Sobre o Património Líquido % 0,25 0,23 0,2
Retorno Sobre o Investimento Total % 1,9 1,73 1,46
Margem Líquida % 23,42 24,15 19,79
Índices de Rentabilidade e Spread
Margem Financeira % 6,42 6,32 6,83
Efeito Fiscal % 85,04 84,56 74,5
Rentabilidade de Capitais Próprios % 24,88 22,88 19,54
Lucratividade dos Activos % 8,11 7,16 7,39
Juros Passivos % 4,5 4,62 5,24
Índice de Eficiência
IE Operacional -51,61 -59,7 -65,95

Fonte: Autor (2016).

A Lucratividade dos Activos era de 8,11% em 2012, sendo que este índice diminuiu 7,15%
em 2013 e 7,39% em 2014 respectivamente. Portanto, o resultado desta lucratividade deve-se
a possibilidade do BCI em produzir receitas com a prestação de serviços, tarifas, entre outros,
mas essa diminuição pode ter sido afectada pelo aumento dos custos gerais decorrentes por
um lado pelo aumento do quadro de colaboradores.
Contudo, o BCI deve concentrar seus esforços em seus clientes mais rentáveis como uma
medida de conter essa queda de lucratividade.
Relativamente ao Rácio de Eficiência, este rácio é utilizado para mensurar quanto a
instituição gasta para gerar receita. Ou seja, o Banco demonstra a necessidade de uma menor
estrutura operacional para sustentar suas actividades, neste caso, quanto menor for a relação
entre duas variáveis, mais elevada será a sua produtividade.
Neste contexto, este rácio demonstra que apesar do volume das receitas de prestação de
serviço terem aumentado, o custo dos recursos consumidos, neste caso dos Gastos Gerais
Administrativos e com Gastos com o Pessoal também foi proporcional a esse crescimento na

43
ordem de 65,95% em 2014 e 59,70% em 2013 comparativamente ao ano de 2012 que foi de
51,61%. Logo, quanto menor for o índice de eficiência melhor será para o BCI.

Gráfico 4. Rentabilidade e Lucratividade

30
20
10
0
Retorno Sobre o Margem Financeira % Retabilidade de Capitais IE Operacional
-10 Investimento Total % Próprios %
-20
-30
-40
-50
2012; -51,61
-60
2013; -59,7
-70 2014; -65,95
-80

Fonte: Autor (2016).

Quadro 4. Análise do EVA e do MVA

Fontes de Capital 2012 2013 2014


Empréstimos 552.546.189,00 558.593.354,00 452.317.042,00
Títulos de Dívida 1.118.744.072,00 1.119.683.333,00 1.120.148.011,00
Patrimonio Liquido 5.197.549.462,00 6.209.921.372,00 7.295.623.607,00
Total 6.868.839.723,00 7.888.198.059,00 8.868.088.660,00

EVA 2012 2013 2014


Resultado Operacional 4.371.027.109,00 5.191.285.731,00 6.665.614.751,00
Resultado Líquido 5.420.073.615,16 6.437.194.306,44 8.265.362.291,24
Custo de Capital (Total
de Fontes Cap.* Wacc 1.256.641.109,39 1.460.105.460,72 1.660.993.006,02
%)
WACC % 18,29% 18,51% 18,73%
EVA 4.163.432.505,77 4.977.088.845,72 6.604.369.285,22
MVA = EVA/WACC 22.757.452.677,59 26.888.648.545,21 35.260.914.496,65
%
Valor de Mercado da
Empresa (Total Fontes
Cap + MVA) 29.626.292.400,59 34.776.846.604,21 44.129.003.156,65

Fonte: Autor (2016).

44
Conforme ilustra o quadro 4.4, a metodologia do EVA precisa que o resultado operacional
seja líquido da contribuição social e imposto de renda, ou seja, para o cálculo do EVA é
preciso que se faça uma simulação de quanto o BCI pagaria de contribuição social e imposto
de renda sobre o resultado operacional. De salientar que, esse cálculo é exclusivo do EVA.

Neste contexto, as empresas que estão enquadradas no lucro real, somente pagam
contribuição social e imposto de renda sobre o lucro que a empresa tem ou seja, sobre o
resultado antes de imposto.

Assim, o EVA indica se a empresa está agregando valor ou destruindo valor ao accionista,
neste caso, como o resultado é positivo, pode-se dizer que o BCI está agregando 6.604 mil
milhões de resultado ao accionista em 2014 e 4.977 mil milhões em 2013, o que quer dizer
que o BCI tem a capacidade de gerar lucro suficiente para pagar todas as suas obrigações se
fosse hoje. Neste contexto, o BCI está tendo lucro acima da espectativa que os accionistas
desejam.

Contudo, se o resultado do EVA fosse negativo, o BCI estaria destruindo valor para os
accionistas apesar de ter apurado lucro. Neste caso, o BCI está conseguindo cobrir todas as
fontes de recursos que ela tem com o resultado apurado até agora.

Por outro lado, o MVA é um complemento para o cálculo do valor de mercado de uma
empresa, ou seja, o MVA está ligado ao futuro da empresa e não ao passado como o EVA,
neste caso, o MVA significa qual é o valor da empresa no mercado tendo em vista o potencial
económico. Portanto, quanto mais uma empresa gerar ganho de resultado operacional com os
recursos que ela utiliza, mais valiosa é, ou seja, se usa poucos recursos e consegue gerar um
resultado maior, consequentemente o valor da empresa também será maior. No entanto, o
valor de uma empresa não é avaliada pela quantidade de bens que a empresa possui mas sim
pela capacidade de gerar resultados futuros, daí que não adianta a empresa ter muitos activos,
sendo que esses activos não são eles que geram valor para os accionistas, por isso que as
empresas são avaliadas pelo valor que elas tem e não pela quantidade de activos.

Desta feita, ao analisar-se o valor de mercado constatou-se que em 2014 o BCI valia 26,9%
comparativamente ao exercício económico de 2013 e 48,95% nos últimos três anos.

45
4.2.3. Análise Vertical e Horizontal

A Análise Vertical permite-nos que fiquemos a par de todas as variações ou alterações


ocorridas de cada item das demonstrações financeiras em intervalos sequenciais de tempo. Ou
seja, mediante esta análise, será possível produzir as mesmas interpretações quer se trabalhe
em bases absolutas, quer em bases relativas.

Contudo, na Análise Horizontal, toma-se o ano que antecede o ano de 2013, neste caso o ano
de 2012 como ano base. No entanto, esta análise vai permitir-nos que se relacione cada
resultado obtido em determinada data com o verificado na data anterior, ou seja, a que foi
definida como data-base, multiplicando-se esse quociente por 100.

No entanto, pode-se observar nos apêndices 1 e 2 todos os valores referentes a análise vertical
e horizontal.

No que diz respeito ao Activo Total, importa destacar que o activo cresceu 43,27% nos
últimos três anos, passando de um total de 82,17 mil milhões em 2013, para 97, 56 mil
milhões em 2014, sendo que esse activo foi financiado pelo Capital Próprio e Depósitos de
Clientes na ordem de 80,92%.

Ao analisar o Balanço Patrimonial, verificou-se que o Passivo esteve na sua maioria


representada pelos Recursos de Clientes, ou seja, pelos depósitos tanto a ordem, a prazo, entre
outros, na ordem de 80,92% em 2014, 79,05% e 79,77% em 2013 e 2012 respectivamente.
Assim, observou-se um acréscimo de 22% em 2014, comparado com o período de 2013, e
20% em 2013 comparado com o ano base (2012).

Ao analisar a DRE do BCI, indica que o desempenho da empresa, no exercício encerrado em


31 de Dezembro de 2013 esteve aquém do apresentado no final do exercício de 2014.
Efectivamente, o resultado bruto não acompanhou a evolução verificada nas vendas líquidas,
denotando-se maior consumo dessas receitas pelos custos de produção.

Em outras palavras, as receitas operacionais líquidas cresceram 6,49% e 30,45% em 2013 e


2014, respectivamente, tomando-se como base os valores obtidos no ano base.

No entanto, salientar-se que o crescimento dos custos de produção foi proporcionalmente


maior que suas respectivas receitas, absorvendo essa diferença uma parte do lucro bruto.

46
No final do exercício económico de 2014, porém a situação inverte-se e observa-se uma
evolução proporcional do lucro bruto, em relação as receitas operacionais. A evolução desses
valores, tomando-se como base o exercício económico de 2013, valida essa colocação, tendo
as vendas líquidas evoluídas 1,22 e o lucro bruto 1,28.

Neste contexto, o Resultado Líquido em 2014 cifrou-se em 1.425,72 milhões


comparativamente com o período homólogo em 1.420,55 milhões de meticais em 2013. Por
outro lado, o BCI obteve um crescimento de 10,24% nos últimos três anos.

4.3. EXPANSÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS: DIMENSÃO


TERRITORIAL DA BANCARIZAÇÃO DAS ZONAS URBANAS E RURAIS

Esta secção tem como finalidade analisar a expansão dos serviços e produtos financeiros do
BCI, numa abordagem de expansão da bancarização nas zonas urbanas e rurais.

4.3.1. Dimensão Territorial da Bancarização

No que diz respeito à expansão dos serviços financeiros importa referir que, o alargamento de
produtos e serviços financeiros visa o aumento da profundidade financeira, neste caso, uma
maior cobertura em termos de depósitos e crédito à economia. Contudo, são utilizados
diversos indicadores para mensurar a expansão da bancarização, ou seja, na dimensão
territorial são usados o número de Instituições Financeiras, o número de Agências, o número
de Caixas Automáticas (ATMs), entre outros.

Na verdade, esta secção procura demonstrar, qual vem sendo a evolução do número de
agências, de maneira a avaliar o desempenho económico-financeiro e o crescimento
institucional.

Segundo os Relatórios e Contas do BCI (2012-2014):

A estratégia de expansão da Rede de Distribuição, como forma estrutural de


potenciar o crescimento, de melhorar a qualidade de atendimento e as condições de
acesso da população aos serviços bancários, manteve-se como um epicentro da
actuação do BCI. Neste contexto, o BCI teve em 2014, um registo nunca alcançado
desde a sua existência, abrindo num único exercício económico 37 Agências novas,
sendo, 28 Agências Tradicionais e 9 Centros Exclusivos. Importa destacar que no
processo de expansão da rede de agências, o BCI deu enfase às Zonas Rurais, onde
foram instalados 17 balcões (31% do total instalado em 2014).

47
Em síntese, no final do exercício económico de 2014, a rede de distribuição de Agências
passou a ser composta por um total de 168 Agências, das quais 143 do Tipo Tradicional, 21
Centros Exclusivos, 2 bancos móveis, 1 Centro Corporate e 1 Private.

Gráfico 5. Rede de Distribuição de Agências do BCI

Fonte: Dados Secundários (2016).

Contudo, conforme ilustra o gráfico acima, indica que o BCI teve um crescimento
significativo em termos de Agências, ou seja, um crescimento de 26,32% em 2014 face ao
exercício económico de 2013, isto é, houve um crescimento de 31,25% nos últimos três anos
comparativamente ao ano base (2012).

Assim, esse crescimento foi concretizado pelo empenho que o BCI tem-se dedicado na
concretização dos seus objectivos ambiciosos, no que concerne à expansão dos serviços e
produtos financeiros assim como na captação dos Recursos de Clientes que esteve na sua
maioria representada por 80,92%, ultrapassando uma fasquia dos 1.000.000 (milhão) de
Clientes.

Com a instalação destas Agências o BCI demonstra a sua contribuição no processo expansão
da rede bancária e suporte ao crescimento da economia nacional, permitindo assim vários
benefícios no que concerne ao fornecimento de serviços financeiros e redução de riscos que a
população corria.

48
Neste contexto, no final do exercício, o BCI apresentou um desempenho significativo
comparativamente com o nível de abertura de agências, ou seja, diante de mudanças tão
rápidas no macro e microambiente, o BCI esteve atento e envolvido na implementação de
estratégias que visavam o alcance dos seus objectivos e do crescimento institucional
alargando cada vez mais a sua rede comercial.

Contudo, esses resultados foram favorecidos pelo desempenho da Margem Financeira que
esteve directamente ligado ao volume de negócios do banco. Portanto, a expansão numérica e
territorial de agências, tem tido um impacto significativo nos níveis de distribuição de
agências pelo País, embora essa distribuição esteja somente a verificar-se em altos níveis de
concentração bancária nas zonas urbanas comparativamente com as zonas rurais. No entanto,
esse crescimento, demonstra igualmente, que tanto os depósitos a prazo assim como à ordem,
representam uma maior proporção dos depósitos totais, o que de algum modo, aumenta a
expectativa da bancarização vir a aumentar as poupanças pelas seguintes razões: os
rendimentos monetários estão a aumentar; há uma maior concentração de depósitos, tanto
para empresas como para particulares, e é provável que as contas individuais detenham mais
95% do total dos depósitos de particulares.

49
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. INTRODUÇÃO

Este capítulo pretende concluir os aspectos pesquisados após o decurso da presente pesquisa,
bem como deixar algumas considerações que o pesquisador acha pertinentes quer para o BCI,
ou então a todos os que terão a oportunidade de ler a presente pesquisa. Daí que, esta
componente é de extrema importância, pois, é composta pelas conclusões e recomendações
que podem de algum modo auxiliar aos demais utilizadores.

5.2. CONCLUSÕES

De uma forma geral, o pesquisador considera ter alcançado os seus objectivos, quer gerais,
quer específicos, bem como às hipóteses da pesquisa. Pois, relativamente ao objectivo geral
concluiu-se que o BCI apresentou um desempenho económico-financeiro significativo
comparativamente com o nível de abertura de agências, ou seja, esteve atento e envolvido na
implementação de estratégias que visavam o alcance dos seus objectivos e do crescimento
institucional alargando cada vez mais a sua rede comercial com a abertura de novas agências,
dinamizando assim o acesso aos serviços financeiros nas zonas urbanas e rurais.

Por sua vez, quanto ao primeiro e segundo objectivo específico foi possível constatar que
quanto ao nível de agências, o BCI teve um crescimento nunca alcançado desde a sua
existência, abrindo num único exercício económico 37 Agências novas, sendo 28 Agências
Tradicionais e 9 Centro Exclusivos, ou seja, foi um crescimento na ordem de 31% do total de
agências instaladas de 2012 até 2014.

Porém, essa estratégia de expansão da Rede de Distribuição foi potenciada pelo aumento da
qualidade no atendimento ao cliente bem como nos objectivos ambiciosos que o BCI tem-se
dedicado na concretização dos seus objectivos, passando assim a Rede de Distribuição de
agências a ser composta por 168 agências das quais 143 são do tipo Tradicional, 21 Centros
Exclusivos, 2 Bancos Móveis e 1 Centro Corporate e 1 Private. Assim, quanto aos resultados
obtidos da análise económica e financeira, os mesmos confirmam um cenário de nível de
solidez financeira significativos, ou seja, o BCI manteve-se estável quanto à liquidez
imediata, apesar do aumento significativo dos gastos financeiros bem como dos gastos não
operacionais, neste caso, dos Gastos Administrativos assim como dos Gastos com Pessoal. Ao
nível do desempenho económico, o BCI não teve grandes dificuldades em dinamizar o sector

50
das vendas, dado ao aumento dos gastos operacionais, bem como dos gastos administrativos e
com pessoal, ou seja, mesmo diante de diversos custos directamente associados à expansão da
rede comercial do banco, o Resultado Líquido cifrou-se em 1.425,72 milhões, relativamente
aos anos anteriores que situou-se em 1.420,55 milhões em 2013 e 1.293, 28 milhões em 2012.
Por outro lado, foi possível verificar um crescimento substancial formado pelo Crédito a
Clientes na ordem de 60,26% e 33,17% dos Activos, confirmando assim a capacidade do BCI
em atender suas dívidas de longo prazo.

Em síntese, correlacionando os valores obtidos com o nível de abertura das agências, o BCI
registou um desempenho económico-financeiro positivo, decorrente duma evolução favorável
do Volume de Negócios, que em conjunto com outros indicadores, foi suficientemente
elevado para compensar o crescimento registado dos Custos de Estrutura.

5.3. RECOMENDAÇÕES

Neste subcapítulo, o autor pretende deixar algumas recomendações na qual tiveram base as
análises efectuadas no Banco Comercial e de Investimentos e das conclusões retiradas.
Certamente, atendendo ao tema pesquisado, para além de se deixar recomendações ao BCI,
esta secção procura também deixar recomendações aos futuros pesquisadores.

5.3.1. Ao Banco Comercial e de Investimentos

Ao BCI recomenda-se que, no desenvolvimento de uma estratégia futura tanto para a


expansão da rede comercial, como para o fornecimento de serviços e produtos, o banco deve
ter em atenção os critérios económicos e financeiros, ou seja, a eficiência e eficácia no quadro
das políticas económicas e financeiras sustentáveis, visto que de acordo com as
Demonstrações Financeiras apresentadas pelo banco nos períodos em estudo, estas
apresentam uma tendência de aumento dos Custos de Estrutura decorrentes por um lado da
abertura de agências em espaços não próprios, e por outro lado pelo crescimento inevitável do
número médio de colaboradores o que igualmente contribuiu para o crescimento dos Gastos
Administrativos.

No entanto, há que perceber que a redução dos custos operacionais e não operacionais, não é
sinónimo de eficiência, ou seja, o banco terá que adoptar estratégias genéricas para alcançar e
maximizar seus objectivos com o uso mínimo dos recursos disponíveis.

51
5.3.2. Aos Futuros Pesquisadores

Uma pesquisa que aborda questões económico-financeiras quer para diversas áreas como é o
caso da Contabilidade, Economia ou até Gestão Financeira, proporciona uma vasta gama de
conhecimentos e informações ao pesquisador. De facto, quanto às linhas de investigação
futura, considera-se de extrema importância que este assunto seja cada vez mais explorado no
País, ou seja, recomenda-se aos futuros pesquisadores que nos próximos anos, tal pesquisa
gere o desafio de construir uma abordagem, através do uso de estatística, com o objectivo de
aprofundar mais a percepção sobre a expansão da bancarização das zonas urbanas e rurais em
Moçambique, assim como fazer uma análise preliminar e detalhada sobre a estratégia dos
bancos e do sistema financeiro em geral, para perceber por que razão alguns bancos se
expandem para determinadas zonas e outras não.

Portanto, como forma de sugestão ou recomendação aos futuros pesquisadores, são essas as
questões colocadas com o intuito de proporcionar mais conhecimentos e mais informações
para as linhas de investigação.

52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGUSTO, Suzana. Análise Económica e Financeira: Um Caso de Estudo do Sector da


Construção. Instituto Politécnico da Guarda. 2014.

DAS NEVES, Carvalho, J. ANÁLISE FINANCEIRA – Técnicas Fundamentais. Lisboa.


2006.

DA SILVA, C, Geisibel. Análise do Desempenho Económico-Financeiro de Empresas na


Região do Vale do Taquari – RS. (Monografia do Curso de Ciências Contábeis).
Lajeado: Centro Universitário Univates, 2014.

DA SILVA, E. L. & MENEZES, M. E. Metodologia da pesquisa e elaboração de


dissertação. 4. Ed. Actual. Florianópolis: UFSC, 2005.

Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro. (NIRFs).

DE LIMA, José Dias. Indicadores de Performance Bancária: análise de vulnerabilidade do


sistema financeiro brasileiro em 1995 e 2000. Brasília. 2002.

FERNANDES, Carla. PEGUINHO, C. VIEIRA, E. NEIVA, J. ANÁLISE FINANCEIRA –


Teoria e Pática. 1ª Ed. Lisboa. 2012.

KAPLAN, S, Robert & NORTON, P, David. Organização Orientada para a Estratégia:


como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam no novo ambiente de
negócios. 3ª ed. Rio de Janeiro, 2000.

LOUSÃ, Aires. et al. Técnicas de Organização Empresarial – Bloco II. Portugal. Porto
Editora. 2000.

LUDICÍBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.

NABAIS, Carlos & NABAIS, Francisco. Prática Financeira I. Análise Económica e


Financeira. 4ª. Ed. Lisboa-Porto. 2007.

NETO, Assaf, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Editora Atlas S. A,
2003.

NETO, Assaf, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque económico-


financeiro. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PANDOVEZE, C, L. & BENEDICTO, G, de Carvalho. Análise das Demonstrações


Financeiras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

PANDOVEZE, C, L. Introdução à administração financeira: texto e exercícios/Clóvis Luís


Pandoveze. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

RAUPP, M, F. & BEUREN, M, I. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais.


2006.

53
Relatórios e Contas do BCI. Disponível:
<https://www.bci.co.mz/institucional/RelatorioContas.htm>. [Acesso em:
05/04/2015].

RODRIGUES, Jorge. Avaliação do Desempenho das Organizações. Lisboa. Escolar Editora,


2010.

RUSSO, João. BALANCED SCORECARD para PME. Lisboa. Maio, 2006. LIDEL –
EDIÇÕES TÉCNICAS, Limitada.

STEWART, G. Bennett III.The quest for value. HarperBusiness, 1991.

54
APÊNDICES
Apêndice 1. Análise Vertical e Horizontal do Balanço Patrimonial

BANCO BCI BALANÇO PATRIMONIAL 2012/2013/2014

(em milhares de MZM)

ACTIVO 31-12-2012 AV AH 31-12-2013 AV AH % 31-12-2014 AV AH %


% % % %

Caixa e Disponib.
em BC 7.872.279.728,00 11,56 100 8.556.773.724,00 10,41 8,69 9.398.132.890,00 9,63 19,38

Disponibilid.
Instit. Credito 591.834.648,00 0,87 100 1.110.065.173,00 1,35 87,56 613.124.382,00 0,63 3,60

Aplic. em inst. de
credito 8.722.422.571,00 12,81 100 7.213.135.204,00 8,78 -17,30 9.814.123.134,00 10,06 12,52

Activos fin.
disp/venda 10.034.061.024,00 14,74 100 15.027.696.354,00 18,29 49,77 12.529.439.292,00 12,84 24,87

Crédito a clientes 36.818.217.009,00 54,07 100 45.263.408.013,00 55,09 22,94 58.785.599.895,00 60,26 59,66

Invest.
Financeiros 3.871.097,00 0,01 100 3.871.097,00 0,00 0,00 3.871.097,00 0,0 0,00
Act. n. corrente
detido para venda
306.479.198,00 0,45 100 971.496.158,00 1,18 216,99 1.333.223.778,00 1,37 335,01

Propr. de
investimento - 0,00 100 94.755.180,00 0,12 0,00 90.834.276,00 0,09 0,00

Outros activos
tangíveis 2.765.528.504,00 4,06 100 2.725.755.051,00 3,32 -1,44 3.621.921.602,00 3,71 30,97

Activos
intagíveis 488.979.336,00 0,72 100 502.194.750,00 0,61 2,70 535.891.689,00 0,55 9,59
Activos p. imp.
correntes 32.638.034,00 0,05 100 40.386.719,00 0,05 23,74 39.526.223,00 0,04 21,10
Activos p.
impost. Diferidos - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

Outros activos 457.916.026,00 0,67 100 658.282.556,00 0,80 43,76 790.274.017,00 0,81 72,58

TOTAL DO
ACTIVO 68.094.227.175,00 100 100 82.167.819.979,00 100 20,67 97.555.962.275,00 100 43,27

PASSIVO

Recuros de
Inst./credito 4.676.517.133,00 7,44 100 4.355.055.530,00 5,73 -6,87 4.014.538.817,00 4,45 -14,16

Recursos de
clientes 50.172.117.863,00 79,77 100 60.048.182.013,00 79,05 19,68 73.041.654.497,00 80,92 45,58

55
Recursos
consignados 5.501.318.382,00 8,75 100 8.975.183.309,00 11,82 63,15 10.021.833.825,00 11,10 82,17

Emprést.
Subordinados 552.546.189,00 0,88 100 558.593.354,00 0,74 1,09 452.317.042,00 0,50 -18,14

Títulos de dívida 1.118.744.072,00 1,78 100 1.119.683.333,00 1,47 0,08 1.120.148.011,00 1,24 0,13

Passivo p/
impost. C 14.910.090,00 0,02 100 97.512.749,00 0,13 554,01 224.265.550,00 0,25 1404,12

Passivo p/impost.
dif 40.859.596,00 0,06 100 36.894.725,00 0,05 -9,70 931.387,00 0,00 -97,72

Resp. c/fundo d.
pensões 94.479.744,00 0,15 100 100.583.000,00 0,13 6,46 118.015.000,00 0,13 24,91

Outros Passivos 653.521.162,00 1,04 100 605.197.532,00 0,80 -7,39 1.179.923.742,00 1,31 80,55

Provisões 71.663.482,00 0,11 100 61.013.062,00 0,08 -14,86 86.700.797,00 0,10 20,98

TOTAL DO
PASSIVO 62.896.677.713,00 100 100 75.957.898.607,00 100 20,77 90.260.328.668,00 100 43,51

FUNDOS PRÓPRIOS

Capital Social 3.000.000.000,00 57,72 100 3.000.000.000,00 48,31 0,00 3.000.000.000,00 41,12 0,00
Reservas e
resultado
Transitado 919.530.685,00 17,69 100 1.804.638.974,00 29,1 96,26 2.885.176.185,00 39,55 213,77

Acções próprias - 15.262.870,00 -0,29 100 - 15.262.870,00 -0,25 0,00 - 15.262.870,00 -0,21 0,00

Resultado do
exercício 1.293.281.647,00 24,88 100 1.420.545.268,00 22,9 9,84 1.425.710.292,00 19,54 10,24

Accionistas do
Banco - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

Interesses
Minoritários - 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

Interesses -
Minoritários 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

TOTAL
FUNDOS
PRÓPRIOS 5.197.549.462,00 7,63 100 6.209.921.372,00 7,56 19,48 7.295.623.607,00 7,48 40,37

TOTAL
PASSIVO
E FUNDOS
PROP. 68.094.227.175,00 100 100 82.167.819.979,00 100 20,67 97.555.952.275,00 100 43,27
Fonte: Autor (2016).

56
Apêndice 2. Análise Vertical e Horizontal da DRE

BANCO BCI DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS 2012/2013/2014

(em milhares de MZM)

DESCRIÇÃO 31-12-2012 AV % AH 31-12-2013 AV % AH % 31-12-2014 AV % AH %


%
Juros e rend.
Similares 5.523.084.095,00 100 100 5.881.539.178,00 100 6,49% 7.204.860.619,00 100 30,45
juros e encarg.
Similares - 3.277.992.675,00 -59,35 100 - 3.198.935.284,00 -54,39 -2,41% - 3.606.449.963,00 -50,06 10,02
Margem
Financeira Estrita 2.245.091.420,00 40,65 100 2.682.603.894,00 45,61 19,49% 3.598.410.656,00 49,94 60,28
Rend. de instr. de
Capital - 0,00 100 - 0,00 0,00% 1.735.546,00 0,02 0,00
Comissões Líq.
Ass. Custo 87.641.475,00 1,59 100 108.685.038,00 1,85 24,01% 133.551.742,00 1,85 52,38

Margem
Financeira 2.332.732.895,00 42,24 100 2.791.288.932,00 47,46 19,66% 3.733.697.944,00 51,82 60,06
Rend. de taxa e
comissões 1.040.426.909,00 18,84 100 1.295.261.194,00 22,02 24,49% 1.541.779.516,00 21,40 48,19
Gastos c/taxas e
comissões - 149.847.116,00 -2,71 100 - 208.722.623,00 -3,55 39,29 - 263.589.538,00 -3,66 75,91

Result. em operaç.
Financeir. 737.942.067,00 13,36 100 1.059.767.887,00 18,02 43,61 1.457.032.119,00 20,22 97,45
Outros rend.
Operacionais 510.230.082,00 9,24 100 436.697.766,00 7,42 -14,41 431.597.409,00 5,99 -15,41
Outros gastos
operacionais - 100.457.728,00 -1,82 100 - 183.007.425,00 -3,11 82,17 - 234.902.699,00 -3,26 133,83
Resultados
operacionais 4.371.027.109,00 79,14 100 5.191.285.731,00 88,26 18,77 6.665.614.751,00 92,52 52,50

Gastos com pessoal - 1.332.857.602,00 -24,13 100 - 1.661.476.458,00 -28,25 24,66 - 1.937.935.666,00 -26,90 45,40
Outros gastos
administrativos - 1.251.121.719,00 -22,65 100 - 1.400.073.178,00 -23,80 11,91 - 1.931.034.552,00 -26,80 54,34
Outros rendimentos
136.533.349,00 2,47 100 448.541.601,00 7,63 228,52 304.658.419,00 4,23 123,14
Imparidade de
crédito - 65.864.424,00 -1,19 100 - 383.219.087,00 -6,52 481,83 - 762.004.997,00 -10,58 1056,93

Imparidade de
outros activos - 30.827.776,00 -0,56 100 - 95.043.301,00 -1,62 208,30 - 23.309.696,00 -0,32 -24,39
Amortizações do
exercício - 288.491.646,00 -5,22 100 - 421.497.495,00 -7,17 46,10 - 376.582.011,00 -5,23 30,53

Provisões líquidas - 17.663.828,00 -0,32 100 1.406.165,00 0,02 -107,96 - 25.687.736,00 -0,36 45,43

Resultados antes
de imposto 1.520.733.463,00 27,53 100 1.679.923.978,00 28,56 10,47 1.913.718.512,00 26,56 25,84

57
Gasto de imposto

Imposto corrente - 227.451.816,00 -4,12 100 - 259.378.711,00 -4,41 14,04 - 487.998.221,00 -6,77 114,55

Imposto diferido - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

Resultado Líquido 1.293.281.647,00 23,42 100 1.420.545.267,00 24,15 9,84 1.425.720.291,00 19,79 10,24
Resultado consol. Atribuível a:

Accionistas do
banco 1.293.281.647,00 23,42 100 14.200.545.271,00 241,4 998,02 1.425.720.291,00 19,79 10,24

Interesses
minoritários - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00

Outros Rendimentos

Itens q/podem ser post. reclass.

Result. d. justo
valor s/act. disp. 155.193.088,00 2,81 100 - 50.750.078,00 -0,86 -132,70 - 104.630.348,00 -1,45 -67,42

Imposto diferido - 40.363.929,00 -0,73 100 3.964.871,00 0,07 -109,82 35.963.339,00 0,50 -189,10

Itens q/n. podem ser post. reclas.


Resultados
d/ganhos e perdas
act. - 0,00 100 - 42.972.000,00 -0,73 0,00 - 3.042.000,00 -0,04 0,00

Rendimento
integral 1.408.110.806,00 25,50 100 1.330.788.060,00 22,63 -5,49 1.354.011.282,00 18,79 -3,84
Resultado por
acção 4,33 0,00 100 4,76 0,00 9,93 4,78 0,00 10,39
Fonte: Autor (2016).

58

Potrebbero piacerti anche