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Beira
Junho, 2016
LUÍS RAÚL CHIAU
Beira
Junho, 2016
I
DEDICATÓRIA
II
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, confesso-vos que escrever notas de agradecimentos não é tarefa fácil, ou seja,
pode até ser a parte mais delicada que a própria pesquisa. Com isso quero dizer que, o autor
teria que apelar à performance da sua memória para que, pelo menos, não se esqueça das
pessoas que participaram directa ou indirectamente da sua formação.
Primeiro, quero agradecer a Deus, por ter atendido as minhas orações, e ter-me mantido forte
e saudável a fim de viver este momento glorioso da minha vida.
Aos meus país Raúl Fabião Chiau e Orpa António Matlombe e aos meus irmãos, por todo o
apoio, sabedoria e amor que sempre me deram, especialmente à minha mãe que sempre esteve
presente e acreditou em mim, desde os primeiros passos até à data da minha formação.
Endereço os meus agradecimentos ao meu supervisor, Mestre Issufo da Silva o meu muito
“Khanimambo” pela aprendizagem nas suas contribuições, atenção e paciência, desde o
projecto até à realização da presente pesquisa.
III
DECLARAÇÃO
O Autor
--------------------------------------
O Supervisor
---------------------------------------
Data: / / 2016
IV
SUMÁRIO EXECUTIVO
V
ABSTRACT
The survey is an assessment of the economic and financial performance of the BCI in order to
evaluate its institutional growth compared to banking services in urban and rural areas. In this
context, the choice of subject linked to the issues discussed in the gym because at present
there has been a major challenge in expanding banking services for having a major impact on
economic and social development in the country. In this case, from that, the financial
Statements (Balance Sheet and Income Statement) illustrate the economic and financial
performance the search considered a quantitative nature with an exploratory approach.
However, the research was possible to analyze the economic and financial indicators as well
as vertical and horizontal analysis. On the other hand, the results show that the level of
financial strength, BCI remained stable despite showing a significant increase in structure
costs, and the level of economic and financial performance the bank had no difficulty in
boosting the sales sector since there was a significant increase in Loans to Customers in the
order of 80,92% in this case, the net income amounted to 1.425,72 million compared to
previous years which stood at 1.420,55 million in 2013 and 1.293,28 million in 2012
respectively. However, the BCI is recommended to note the efficiency and efficacy criteria,
therefore, there has been increasing levels of structural costs arising by a side opening
branches in non own space, and secondly by growth inevitable in the average number of
employees which also contributed to the growth of Administrative Expenses.
VI
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS...................................................................................................................... III
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................... IV
SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................................. V
ABSTRACT ..................................................................................................................................... VI
GLOSSÁRIO..................................................................................................................................... X
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS ....................................................................................... XI
LISTA DE APÊNDICES ................................................................................................................. XII
LISTA DE FIGURA ........................................................................................................................XIII
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................................. XIV
LISTA DE QUADROS .................................................................................................................... XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................ 3
1.3. OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 4
1.3.1. Geral .................................................................................................................................... 4
1.3.2. Específicos ........................................................................................................................... 4
1.4. PROBLEMÁTICA...................................................................................................................... 4
1.5. HIPÓTESES ............................................................................................................................... 5
1.6. DELIMITAÇÃO ......................................................................................................................... 5
1.7. LIMITAÇÕES ............................................................................................................................ 5
1.8. ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................... 6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 7
2.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
2.2. LITERATURA TEÓRICA .......................................................................................................... 7
2.2.1. Demonstrações Financeiras................................................................................................... 7
2.2.2. Análise das Demonstrações Financeiras ................................................................................ 8
2.2.3. Análise Horizontal ................................................................................................................ 8
2.2.4. Análise Vertical .................................................................................................................... 9
2.2.5. Análise Económica e Financeira ........................................................................................... 9
2.2.6. A Rendibilidade e o Crescimento da Empresa ......................................................................11
2.2.7. A Análise Financeira e o Valor ............................................................................................13
2.2.8. Análise de Rácios ................................................................................................................14
VII
2.2.9. Economic Value Added (EVA) ............................................................................................15
2.2.10. Market Value Added (MVA) ..............................................................................................16
2.3. DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES ..........................................................................................16
2.3.1. Solvência e Liquidez ...........................................................................................................16
2.3.2. Capital e Risco ....................................................................................................................17
2.3.3. Rentabilidade e Lucratividade ..............................................................................................18
2.3.4. Índices de Rentabilidade e Spread ........................................................................................19
2.3.5. Eficiência Operacional.........................................................................................................20
2.3.6. Principais Rácios de Avaliação do Desempenho dos Bancos na Óptica do Accionista ..........20
2.4. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO...........................................................................................21
2.4.1. Conceito de Valor ................................................................................................................21
2.4.2. Percepção de Valor – Perspectiva Financeira .......................................................................22
2.4.3. Percepção de Valor – Perspectiva Pluralista .........................................................................22
2.4.4. Conceito de Desempenho ....................................................................................................23
2.4.5. Sistemas de Avaliação do Desempenho ...............................................................................24
2.4.6. Balanced Scorecard.............................................................................................................25
2.4.7. Perspectiva Financeira .........................................................................................................27
2.4.8. Perspectiva dos Clientes ......................................................................................................27
2.4.9. Perspectiva dos Processos Internos ......................................................................................27
2.4.10. Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento .....................................................................28
2.4.11. Orçamento Estratégico .......................................................................................................29
2.5. LITERATURA EMPÍRICA .......................................................................................................30
2.5.1. Análise do Desempenho Económico-Financeiro em Brasil ...................................................30
2.5.2. Análise Económica e Financeira em Portugal .......................................................................32
2.6. LITERATURA FOCALIZADA .................................................................................................34
CAPÍTULO III: METODOLOGICA.................................................................................................35
3.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................35
3.1.1. Desenho da Pesquisa ...........................................................................................................35
3.1.2. A pesquisa Quanto aos seus Objectivos................................................................................36
3.1.3. Método de Abordagem ........................................................................................................36
3.1.4. Procedimento Técnico .........................................................................................................37
3.1.5. Método de Colecta de Dados ...............................................................................................38
3.1.6. Definição da População .......................................................................................................38
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................................40
VIII
4.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................40
4.2. ANÁLISE DOS ÍNDICES .........................................................................................................40
4.2.1. Análise dos Índices Económico-Financeiros ........................................................................40
4.2.3. Análise Vertical e Horizontal ...............................................................................................46
4.3. EXPANSÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS: DIMENSÃO TERRITORIAL DA
BANCARIZAÇÃO DAS ZONAS URBANAS E RURAIS ...............................................................47
4.3.1. Dimensão Territorial da Bancarização .................................................................................47
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................50
5.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................50
5.2. CONCLUSÕES .........................................................................................................................50
5.3. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................51
5.3.1. Ao Banco Comercial e de Investimentos ..............................................................................51
5.3.2. Aos Futuros Pesquisadores ..................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................53
APÊNDICES ....................................................................................................................................55
IX
GLOSSÁRIO
Análise Du-Pont – é uma técnica que procura analisar a evolução da rentabilidade dos
capitais próprios através da decomposição do Retorno Sobre o Património em três
componentes importantes.
Goodwill - é um termo contabilístico utilizado para designar a parte do valor de mercado que
não está directamente reflectida nos seus activos e nos seus passivos.
X
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
AC – Activo Corrente
LC – Liquidez Corrente
LI – Liquidez Imediata
LR – Liquidez Reduzida
PC – Passivo Corrente
XI
LISTA DE APÊNDICES
XII
LISTA DE FIGURA
XIII
LISTA DE GRÁFICOS
XIV
LISTA DE QUADROS
XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
A demanda por instituições financeiras nos dias actuais tem sido acompanhada de um
crescimento sustentável no curto, médio e longo prazo. Com a liberalização da economia
nacional, várias instituições financeiras surgiram visando administrar os recursos das pessoas,
garantindo-lhes desta forma uma medida de ganho com produtos de qualidade e serviços mais
eficientes.
Rodrigues (2010) apud Thompson et al (2005) realça que o desempenho deve estar
precisamente ligado com a forma de gestão que as organizações adoptam na implementação
1
das suas estratégias. Daí que, cada organização adopta estratégias particulares segundo seu
ramo de actividade que lhe ajudará a concretizar seus objectivos específicos na busca pela
eficiência. Portanto, é inerente que as instituições bancárias desenvolvam estratégias
genéricas de baixo custo, de diferenciação ou de focalização buscando sempre apresentar
vantagem competitiva como estando no centro do desempenho organizacional. Neste
contexto, vem sendo comprovado que as organizações dependem de registos contabilísticos e
económico-financeiros para se obter bom desempenho no seio empresarial.
Assim, a presente pesquisa está dividida em cinco capítulos, além desta introdução. No
capítulo a seguir, apresenta-se o referencial teórico, nos quais aborda diversos conceitos
relacionados com a análise das demonstrações financeiras. Na sequência, descreve-se a
metodologia utilizada e analisam-se os resultados com base nos indicadores económico-
financeiros. Por fim, são realizadas as conclusões.
Desta feita, após serem colhidos os dados secundários para tal avaliação, foram processados e
revisados com vista a serem extraídas as respectivas conclusões e posteriormente servirem na
tomada de decisões financeiras relativamente ao desempenho económico-financeiro.
2
1.2. JUSTIFICATIVA
De facto, a escolha do tema é fruto das discussões tidas dentro da academia no decurso do
aprendizado nas disciplinas tidas como: Contabilidade Financeira, Economia e Estatística.
Em síntese, esta pesquisa poderá gerar uma contribuição no seio académico, buscando um
aperfeiçoamento profissional por parte do autor e dentro do possível contribuir e auxiliar para
uma melhoria de avaliação de desempenho da instituição, objecto de estudo, ou seja, aos
gestores financeiros do BCI esta pesquisa poderá ser uma ferramenta ideal, pois, os
indicadores aqui referenciados podem ser utilizados para comparar o desempenho económico-
financeiro do BCI perante outros bancos, com vista a avaliar-se a posição que o BCI tem
perante a competitividade.
3
Por sua vez, ao avaliar-se o crescimento da bancarização nos últimos três anos, pretende-se
responder questões ligadas com o desempenho económico-financeiro face ao crescimento
institucional e ainda identificar o número de agências existentes, analisar a situação
económico-financeira e comparar com o número de abertura de agências.
1.3. OBJECTIVOS
1.3.1. Geral
1.3.2. Específicos
1.4. PROBLEMÁTICA
1.5. HIPÓTESES
1.6. DELIMITAÇÃO
A pesquisa cinge-se no BCI, tendo como estudo a avaliação do desempenho económico e
financeiro das instituições financeiras face ao crescimento institucional num período de,
(2012 à 2014).
Contudo, a prior nota-se a exclusão dos exercícios económicos referentes aos períodos de
2011 e 2015 respectivamente. Isto deve-se, pelo facto de aquando da escolha e posteriormente
da elaboração da pesquisa, o exercício económico de 2015 ainda não tinha sido revisada e
tornado público as demonstrações financeiras, daí a sua exclusão para efeitos de análise e
posteriormente optou-se pelos três anos que antecediam o período de 2015, pelo facto de
serem dados já tornados públicos e revisados e que serviriam para efeitos comparativos, daí a
não inclusão do ano de 2011.
1.7. LIMITAÇÕES
A presente pesquisa encarrou dificuldades essencialmente ligada na interpretação dos
resultados obtidos, isto é, devido a falta de uniformidade, nas tipologias preconizadas pelos
autores, o que dificulta ao estudante a escolha do método ideal para elaborar a pesquisa, além
das discrepâncias apontadas por alguns autores.
Outro facto que limitou a pesquisa é o facto da avaliação da performance basear-se em seus
custos históricos, o que de algum modo pode divergir com os valores de mercados e também
pelo facto da análise do Balanço não reflectir os activos intangíveis valiosos, como é o caso
das marcas, patentes, a própria reputação da empresa, os recursos humanos, entre outros.
5
1.8. ORGANIZAÇÃO
6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. INTRODUÇÃO
7
Um balanço no início do período comparativo mais antigo, no caso de uma entidade
aplicar uma política contabilística retrospectivamente ou efectuar uma reexpressão ou
reclassificação retrospectiva de itens das suas demonstrações financeiras.
Para Fernandes, Peguinho, Vieira e Neiva (2012) o balanço é uma confirmação patrimonial
destinada a evidenciar ou a expressar a posição financeira de uma entidade num determinado
momento geralmente um ano, envolvendo por isso, um carácter estático.
De acordo com Neto (2003) a análise das demonstrações financeiras consiste em diagnosticar
o estado económico-financeiro de uma entidade com vista a avaliar as decisões tomadas, que
servirão de base para uma previsão futura. No entanto, são várias as técnicas de avaliação no
que se refere à riqueza das informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial,
como é o caso da análise horizontal e vertical.
Enquanto Pandoveze e Benedicto (2004) afirmam que a análise horizontal permite relacionar
uma variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior. Neste caso, toma-se
como 100% as contas de um determinado período.
No entanto, essa análise permite que se faça uma avaliação individual de cada conta das
demonstrações financeiras em relação ao total.
Neto (2003) enfatiza afirmando que a análise vertical fornece informações que dizem respeito
às alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, complementando-se, com isso,
as conclusões obtidas da análise horizontal descrita anteriormente.
Em síntese, tanto a análise vertical assim como horizontal, trazem evidências dos acréscimos
ou diminuições ocorridas dentro das demonstrações financeiras, daí a relevância desta análise,
pois permite aos stakeholders tomarem decisões sob o ponto de vista económico e financeiro.
Maximizar o lucro, foi em tempos considerado o principal objectivo das empresas, mas hoje,
este objectivo é substituído pelo objectivo de maximização do valor da empresa, pois, o lucro
não define a liquidez da empresa e muito menos a solvabilidade. Ou seja, interessa aos
proprietários das empresas, que visam o aumento de valor do seu investimento, ter em conta a
incerteza, o risco e o tempo.
9
Análise da Liquidez: averiguar em que medida a empresa dispõe de meios financeiros
adequados às suas necessidades, de modo a poder funcionar com estabilidade, ou seja,
com independência perante terceiros.
Análise de Rendibilidade: averiguar a capacidade da empresa em gerar fluxos
financeiros positivos (lucro).
Análise do Risco: avaliar a variabilidade destes fluxos financeiros no futuro.
Contudo, o valor de uma empresa vai além do que a análise da sua situação financeira, pois
tem a ver com a noção de vantagem competitiva, que assenta principalmente, nos seus
produtos, nos recursos humanos que emprega, na tecnologia que utiliza e no mercado que
domina.
De acordo com Nabais e Nabais (2007) a análise económica e financeira está directamente
ligada a variáveis económicas e financeiras decorrentes das actividades operacionais. Ou seja,
convém à contabilidade registrar os eventos derivados das principais actividades para que os
gestores possam maximizar os objectivos da empresa e que respondam questões que se
colocam no dia-a-dia para efeitos de obtenção de fluxos de caixa futuros tais como:
São estas e outras questões que a análise económica e financeira tenta responder, com o
objectivo de diagnosticar a situação da empresa. Este diagnóstico diz-se económico uma vez
que apura e analisa o valor actual bruto, a produtividade, a rendibilidade e os resultados
gerados. Por sua vez, designa-se por financeiro porque determina e analisa a liquidez e a
solvabilidade do património e, ainda, mede a capacidade da empresa responder aos seus
compromissos a curto prazo.
10
como também da competitividade económica que a empresa possui no mercado. Assim sendo,
uma análise económico-financeira da empresa passa pela identificação e estudo de variáveis
extrafinanceiras.
Ou seja, a análise económica e financeira é um processo contínuo que tem por finalidade
avaliar a situação patrimonial da empresa no tempo e no espaço, e utiliza um conjunto de
técnicas que se baseiam na actividade extra contabilística e nos documentos contabilísticos
que resumem um conjunto alargado de informações económico-financeiras.
Ou seja, a rendibilidade tem a ver com a capacidade da empresa em gerar retorno positivo
para os accionistas (Lousã, et al., 2000). De um modo geral, os rácios de rendibilidade
relacionam o Resultado (lucro ou prejuízo) com os capitais que o segregam. Neste grupo de
indicadores encontra-se: a rendibilidade líquida das vendas (RLV), a rendibilidade dos
capitais próprios (RCP) e a rendibilidade do activo total (RAT).
Rendibilidade líquida das vendas: segundo Lousã, et al (2000) este indicador visa informar o
lucro (prejuízo) da empresa após a dedução de todos os gastos da entidade.
11
Rendibilidade dos capitais próprios: este indicador relaciona o lucro que a empresa obteve em
determinado exercício face aos capitais próprios de que dispunha. Afirmam, ainda, que este
indicador é muito utilizado por bancos e accionistas.
Este é um dos indicadores mais utilizados para medir a rendibilidade da entidade, sendo que
quanto maior melhor.
Rendibilidade do activo total: segundo Das Neves (2006), caso se queira analisar a
rendibilidade, separadamente das decisões financeiras, tem de se recorrer ao rácio de
rendibilidade do activo, que é um rácio de avaliação do desempenho dos capitais totais
investidos na empresa, independentemente da sua origem (próprios ou alheios).
Nabais e Nabais (2007) afirmam que o valor da empresa é em grande parte condicionado
pelas vendas efectivas e potenciais e por estas gerarem resultados, que por sua vez estão
dependentes das potencialidades do mercado e do seu poder competitivo.
Liquidez Corrente (LC): mostra a relação directa entre o activo corrente (AC) e passivo
corrente (PC). Este indicador representa o quanto foi aplicado em bens e direitos e quanto a
entidade deve a curto prazo.
Sendo que, quanto maior melhor. Ou seja, se o valor apurado for maior que 1, a empresa pode
utilizar activos líquidos para liquidar dívidas a menos de 1 ano.
12
Liquidez Imediata (LI): este indicador mede a capacidade financeira da entidade em pagar as
suas dívidas imediatamente usando as disponibilidades sem ter em consideração os outros
elementos do activo corrente.
De acordo com Das Neves (2006), este índice é utilizado pelos analistas que pretendem
conhecer o grau de cobertura dos passivos circulantes por disponibilidades.
Liquidez Reduzida (LR): Para Lousã, et al (2000) este indicador mede o peso dos stocks na
estrutura da empresa.
Assim como os outros indicadores deste grupo quanto maior, também, podem ser melhor mas
deve levar-se sempre em conta o sector, pois há sectores que permitem maior índice de
liquidez enquanto outros exigem menor índice.
Em suma, estes índices têm por objectivos analisar a capacidade da empresa para fazer face
aos compromissos de curto prazo, permitindo avaliar a evolução relativa do Fundo de Maneio.
Os rácios são ferramentas importantes que expressam uma relação entre diversos elementos
contidos nas DF’s com vista a avaliar a situação económica e financeira de uma entidade,
(Lousã, et al., 2000). Ou seja, um rácio é, simplesmente uma forma conveniente de juntar
duas peças de informação numa só. Desta forma o rácio, só por si, tem um alcance limitado,
pelo que necessita de um padrão ou uma referência que lhe possa servir de comparação.
Neste contexto, podem fazer-se dois tipos de análise com base na informação actual e
histórica:
A análise estática: que consiste na comparação efectuada com os valores obtidos pelos
outros bancos, com o objectivo de posicionar o banco alvo da nossa análise em termos
económicos e financeiros face aos seus concorrentes, considerados como referencial
da sua própria competitividade;
A análise dinâmica: que está mais orientada para o estudo de como tem evoluído o
próprio banco, como gera os seus resultados, como se tem financiado, onde tem
aplicado os seus fundos (podendo esta análise, no entanto, também ser efectuada
comparativamente com os outros bancos).
Mais especificamente, segundo (Lousã, et al., 2000), a análise dinâmica consiste em três
aspectos:
A comparação entre Bancos consecutivos, de forma a analisar a evolução da estrutura
patrimonial do banco;
A análise do mapa de origem e aplicação de fundos, a fim de se evidenciar em que
rúbricas foram aplicados novos recursos financeiros e quais foram as fontes de
financiamento, internas ou externas, utilizadas;
A análise da estrutura da Demonstração de Resultados, em que há um estudo da
formação dos custos por natureza, por actividades ou por funções.
14
2.2.9. Economic Value Added (EVA)
Conforme Rodrigues (2010) apud Plihon (2000) o EVA define-se como o resultado de
exploração da organização, depois da remuneração do conjunto dos capitais investidos–
endividamento e fundos próprios.
De acordo com Nabais e Nabais (2007) o EVA exprime o resultado obtido após remunerado o
investimento líquido do negócio, independentemente de ser financiado em capitais alheios ou
capital próprio.
Entretanto, Pandoveze (2005) define o conceito do EVA (valor económico adicionado) como
sendo um conceito de custo de oportunidade, ao lucro residual, retomado mais recentemente.
Segundo o mesmo autor, o conceito significa, em linhas gerais, que há realmente valor
adicionado à empresa, caso o lucro líquido após o imposto de renda seja superior a um
determinado custo de oportunidade de capital.
Se o valor obtido for negativo significa que o resultado de exploração não é suficiente para
cobrir o financiamento do investimento líquido necessário. Um valor superior a zero indica
que a organização remunera os capitais investidos a uma taxa considerada justa pelos
investidores e ainda liberta meios financeiros, isto é, a organização cria valor (Rodrigues,
2010).
Portanto, o EVA caracteriza-se por ser um conceito de lucro residual ou o lucro que excede a
uma rentabilidade mínima sobre o investimento.
15
2.2.10. Market Value Added (MVA)
Neto (2003), afirma que o MVA reflecte a expressão monetária da riqueza gerada aos
proprietários de capital determinada pela capacidade operacional da empresa em produzir
resultados superiores a seu custo de oportunidade.
O valor do MVA só aumenta quando o capital investido gerar uma taxa de rendibilidade
superior ao custo do capital. Ou seja, o crescimento da empresa não cria, necessariamente
valor; só cria valor quando a sua taxa de crescimento for superior à taxa de crescimento do
capital investido (Rodrigues, 2010, apud, Young et al O'Byrne, 2001).
Desta feita, o valor da empresa pode ser efectuada pelo valor actual do EVA, conforme
proposta por Stewart (1991)1.
Rodrigues (2010), afirma que a análise dos rácios constitui um método que permite-nos
avaliar ou diagnosticar uma situação económico-financeira de uma determinada organização.
De acordo com Lousã et al (2000) afirmam que, uma empresa é considerada solvente quando
tem a capacidade de pagar os seus compromissos a médio e longo prazo. Já a liquidez reflecte
a capacidade financeira em cumprir com as suas obrigações.
No caso das instituições financeiras o objectivo é atender ao fluxo das despesas operacionais,
possíveis resgates de depositantes, reservas compulsórias e atendimento a solicitações de
empréstimos financeiros. Os principais índices para mensurar a Solvência e Liquidez dos
bancos são:
1
STEWART, G. Bennett III.The quest for value. HarperBusiness, 1991.
16
O Encaixe Voluntário demonstra a capacidade financeira imediata de um banco em cobrir
saques contra depósitos à vista na data de encerramento do exercício social.
Revela que em cada 1 u.m de capital emprestado pela instituição quanto foi captado sob
forma de depósito.
Para definir de forma objectiva e prioritária os investimentos que devem ser feitos para
redução, eliminação ou aceitação destes riscos, várias ferramentas estabelecem que a base
para administração de risco inicie na gestão contínua, onde é possível definir, dar segmento e
planear as acções necessárias para evitar que uma vulnerabilidade seja aproveitada.
No entanto, não existe um consenso universal a respeito de qual a melhor estrutura para levar
a cabo um processo de gestão de riscos, pelo qual o processo de gestão de risco se faz
dependente do contexto, seja por via dum Software ou Administração.
Risco de negócio pode ser definido como a incerteza inerente às projecções dos resultados de
exploração futuros de uma empresa.
Conforme Nabais e Nabais (2007), a análise do risco é um dos assuntos importantes a tratar
na análise financeira da empresa e uma componente importante do processo de criação de
17
valor. Ou seja, inicialmente, a análise do risco baseava-se no estudo da liquidez e do
equilíbrio financeiro do balanço patrimonial.
Recentemente tem-se dado importância à análise do risco quando se relaciona o risco com a
rendibilidade no processo de criação de valor. Seguem-se a seguir os indicadores de análise de
capital:
ctivo
atrimónio íquido
í
ê
çã ó
í
ó í
çã
ó
Os itens citados, não avaliam o risco operacional dos bancos mas sim analisam o montante de
capital próprio a ser mantido pelo banco para cobrir eventuais perdas que possam ocorrer
independentemente do risco assumido em seus negócios.
í
í
Ressaltar que os bancos têm como seu principal propósito maximizar a riqueza dos seus
proprietários, através de uma adequada relação de risco e retorno. Aliás, até porque nos
bancos, os recursos captados e geridos são suas matérias-primas.
18
Indica o ganho percentual auferido pelos proprietários como consequência da margem de
lucro, da eficiência operacional, do leverage e do planeamento de seus negócios.
A Margem Líquida é composta por vários resultados de gestão dos activos e passivos do
banco como taxas, prazos, receitas e despesas, permitindo avaliar a função básica de
intermediação de um banco.
Este indicador faz a relação entre o resultado bruto de intermediação financeira e o total do
activo, ou seja, este indicador demonstra para cada 1,00 Mt de activo, quanto a instituição
apurou de intermediação financeira.
í
ó
ó
Segundo Ludícibus (2012), este indicador expressa os resultados auferidos pela gerência, na
gestão de recursos próprios e de terceiro, em benefício dos accionistas, ou seja, indica quanto
a empresa proporcionou de retorno sobre os recursos investidos pelos accionistas ou sócios.
Assim, este indicador indica qual é a taxa de rendimento de capital próprio a empresa obteve
de lucro para cada 100,00 Mt de capital próprio investido.
çã
Este indicador faz a relação entre as receitas de intermediação financeira com o activo total do banco.
19
2.3.5. Eficiência Operacional
Eficiência é o processo pelo qual as organizações adoptam para alcançar e maximizar seus
objectivos com o uso mínimo de recursos disponíveis. Ou seja, a eficiência diz respeito, ao
método ou estratégia que uma organização abraça para atingir seus fins.
O autor De Lima (2002), afirma que a eficiência bancária visa apurar o montante investido
pelo banco para fazer face às despesas administrativas e de pessoal, com base no montante
resultante de receitas de serviços e intermediação financeira. Logo, quanto menor for o índice
melhor para a instituição.
No entanto, há que perceber que a redução dos custos operacionais não é sinónimo de
eficiência, ou seja, essa redução pode resultar de vários factores que assolam a organização
como por exemplo da redução do quadro dos colaboradores, o encerramento de agências,
entre outros. Neste caso, essas reduções nem sempre são relativas a melhoria de eficiência, o
que quer dizer que as organizações devem adoptar métodos capazes de diminuir os custos em
uma proporção maior do que a entrada de recursos.
Não obstante, existem diversos indicadores apresentados pela literatura de forma a mensurar a
eficiência das organizações, pelo que iremos usar o índice proposto por Neto (2002).
20
Ou seja, num ambiente competitivo, um banco que consegue uma RDA superior está, muito
provavelmente, a ter um melhor desempenho.
A Análise Du-Pont consiste numa fragmentação do rácio relativo à rentabilidade dos capitais
próprios, de forma a melhor evidenciar como este foi conseguido.
Assim, a rentabilidade dos capitais próprios (RCP) mede a rentabilidade do ponto de vista dos
accionistas, embora calculada em termos contabilísticos, e traduz o lucro contabilístico para
cada capital próprio investido.
A margem financeira por unidade de activo (MF) definida como a diferença entre os outros
proveitos e os outros custos, à excepção dos juros, os impostos e os dividendos a pagar aos
accionistas.
Na visão de Rodrigues (2010) valor é tido como algo que possa ser mensurado no sentido em
que gera recursos para uma entidade. Neste caso, a noção de valor emergiu, historicamente
das teorias económicas.
Sabe-se que a noção de valor é algo subjectivo uma vez que reflecte as preferências dos
consumidores, neste caso, o valor é determinado pelo mercado. (Rodrigues, 2010)
21
Contudo, uma empresa é considerada como criadora de valor quando for capaz de oferecer a
seus proprietários de capital uma remuneração acima de suas expectativas mínimas de ganho.
(Neto, 2003)
O sucesso de uma organização para além da eficiência e eficácia, entre outros, depende
também de decisões fiáveis, logo é imprescindível que os gestores responsáveis por tais
decisões tenham acesso a informação actualizada e real.
Todavia, na perspectiva contabilística, uma empresa é rentável sempre que os seus proveitos
forem superiores às suas despesas, ou seja, quando seus resultados forem positivos.
Logo, pode-se dizer que o valor de uma empresa não está relacionado com a decisão quanto à
estrutura de capital adoptada, mas sim com a rendibilidade esperada dos seus activos.
Para a perspectiva pluralista, a empresa é vista como uma organização que, mediante a
produção de bens e serviços, deseja satisfazer os interesses dos diferentes constituintes
organizacionais como por exemplo os credores e accionistas, dos quais ela depende para a sua
sobrevivência. (Rodrigues, 2010)
Desta feita, uma empresa tem por finalidade gerar valor e o seu crescimento sustentável,
tendo em conta os preços e os custos de oportunidade, incluindo a avaliação das
externalidades positivas e negativas. (Rodrigues, 2010)
22
Deste ponto de vista, no contexto da perspectiva pluralista, criar valor significa que a
organização consegue, através da combinação dos seus recursos, produzir uma renda
para si própria, igual à diferença entre o valor de oportunidade dos produtos ou
serviços por si oferecidos, ou seja, o preço que os clientes estão dispostos a pagar e
os custos de oportunidade dos recursos consumidos, necessários para a empresa
obter aquele “outcome”, qualquer que seja a sua natureza, (Rodrigues, 2010, apud,
Charreaux e Fernández, 2000c, 2005).
Na verdade, esta perspectiva implica que a criação de valor e a sua repartição sejam dois
processos indissociáveis, apesar das dificuldades da sua aplicação, devido às estimativas
exigidas pelos preços e custos de oportunidade (Rodrigues, 2010, apud, Charreaux et
Desbrières, 1998).
Assim, torna-se claro que os gestores devem criar e aproveitar as oportunidades que lhes
surgem e que também necessitam do capital humano qualificado a fim de tirar o máximo
proveito possível numa óptica de longo prazo e não em decisões tomadas de forma isolada.
Contudo, podemos concluir que os gestores têm todo o interesse em perceber quais os activos
que criam ou destroem valor para, assim poderem tomar medidas correctivas e identificar
oportunidades futuras de criação de valor. Porém, o crescimento organizacional por si só não
cria valor, por isso, os gestores procuram um grau de diversificação superior ao dos
accionistas, maximizando a dimensão da organização e da sua remuneração, ate ao ponto em
que uma degradação do desempenho os coloque sob a ameaça de despedimento ou de uma
tomada de controlo hostil. Logo, pode-se afirmar que estar atento a este factor é crucial para
que a empresa mantenha o seu posicionamento estratégico.
23
Desta feita, o desempenho não existe por si só, neste caso, são traçadas estratégias de
informação pelos utilizadores através de um processo contínuo, e está estritamente
relacionado com as variáveis que contribuem para alcançar os objectivos estratégicos da
empresa.
Pelo que, relativamente a avaliação de valor criado pela empresa este autor afirma o seguinte:
Todavia, diversas pesquisas revelam que embora exista eficiência e eficácia dentro das
organizações, ainda persistem instituições que não sejam 100% eficientes ou eficazes. Assim,
a análise do desempenho de uma organização deve estar ligada a um sistema de avaliação que
garanta informação fidedigna quanto ao grau de sucesso da estratégia, permitindo, assim,
comparar se as decisões foram tomadas de acordo com os resultados traçados.
24
passadas, através da recolha, compilação, ordenação, análise, interpretação e
disseminação dos dados apropriados (Rodrigues, 2010, apud, Neely, 1998).
De acordo com Rodrigues, 2010, apud, (Kennerley et Neely, 2002) um sistema de avaliação
de desempenho é constituído por um conjunto de subsistemas:
Russo (2006) afirma que existem diversas formas relevantes de avaliar o desempenho
organizacional fundamentalmente:
25
Para alinhamento da missão, da estratégia, dos valores e comportamentos;
Para continuar o aperfeiçoamento dos processos, produtos e resultados;
Para quantificar os sucessos ou os fracassos alcançados.
O BSC é uma ferramenta que traduz a visão e a estratégia da empresa num conjunto coerente
de objectivos e medidas de desempenho, organizados em quatro perspectivas diferentes
(Russo, 2006).
O balanced scorecard foi inicialmente criado para ser um sistema de medição para avaliação
das empresas utilizando-se de factores financeiros e não financeiros. De acordo com Kaplan e
Norton (2000) ao usar o balanced scorecard para integrar os processos de planeamento e
orçamento, as empresas se tornam capazes de superar importantes barreiras à implementação
da estratégia.
Contudo, o balanced scorecard tem como objectivo principal proporcionar aos gestores uma
visão ampla do desempenho organizacional, através de uma relação conjunta e equilibrada
dos indicadores com base nas quatro perspectivas (Rodrigues, 2010, apud, Tangen, 2004).
Perspectiva Financeira
26
2.4.7. Perspectiva Financeira
Referir que esta perspectiva financeira representa os objectivos a longo prazo da organização,
ou seja, pretende responder à questão: como nos vêm os accionistas?
Em geral, são três os objectivos financeiros que guiam a estratégia e estão relacionados com a
rendibilidade do capital utilizado e os resultados da exploração:
Crescimento e diversificação do volume de negócios;
Redução de custos: melhoria da produtividade;
Estratégia de utilização dos activos e do investimento.
Desta feita, estes indicadores permitem antever se as intenções estratégicas irão contribuir
para melhorar o resultado financeiro.
Rodrigues (2010) enfatiza ainda que, o interesse dos clientes enquadrar-se em quatro
categorias: prazos (de execução, de entrega), qualidade dos produtos e serviços, nível de
serviços e custos. Portanto, os indicadores mais utilizados nesta perspectiva são os números
de clientes, quota de mercado, volume de vendas anual, entre outros.
Desta feita, para que uma organização seja bem-sucedida é necessário conhecer seus clientes,
as suas necessidades e os factores a que atribuem valor comercial.
Esta perspectiva está relacionada com as duas perspectivas anteriores, devendo responder à
questão: onde podemos ser excelentes num ambiente de negócios em que os produtos e
serviços são copiados com facilidade. Desta feita, torna-se relevante se identificar e seguir a
eficácia dos processos críticos em particular a inovação, a produção e os serviços após a
venda, através de uma visão transversal da organização. Rodrigues (2010) afirma ainda que, é
através desta perspectiva que se identificam os aspectos críticos das actividades da
27
organização, os quais devem ser controlados e avaliados, para a satisfação dos clientes e
accionistas.
De acordo com Russo, 2006, apud, (Brewer e Speh, 2000) afirma que, pretende-se
nesta perspectiva, a determinação do que é necessário fazer internamente para
conhecer e exceder as expectativas dos clientes. Para esse efeito, recorre-se
essencialmente a medidas não-financeiras, focalizadas em quatro tipos de atributos:
medidas de orientação para a qualidade, medidas baseadas no tempo, medidas sobre
a orientação para a flexibilidade e medição dos custos.
Russo (2006) afirma que a visão desta perspectiva centra-se na valorização do recurso
humano e no capital intelectual necessário, promovendo o talento e as capacidades internas
para a concretização dos objectivos contemplados. Ou seja, esta perspectiva visa responder à
seguinte questão: como podemos continuar a inovar e a criar valor? Neste contexto, esta
perspectiva compreende os indicadores que traduzem a criação de valor para os clientes, pelo
aumento de aprendizagem organizacional e por todas as outras acções que permitem
desenvolver a organização.
Segundo Rodrigues (2010) esta perspectiva traduz a criação de valor para os clientes,
permitindo desenvolver competências capazes de aumentar o aprendizado organizacional.
28
Produtividade dos trabalhadores: permite avaliar o resultado dos esforços para
revelar a moral e as capacidades dos trabalhadores, para fomentar a inovação,
para melhorar os processos internos e para satisfazer os clientes.
2. Indutores específicos de cada situação da perspectiva de aprendizagem e
desenvolvimento:
Recursos Humanos (capacidade ou formação dos empregados): pretende-se
que os trabalhadores não se limitem apenas a reagir aos pedidos dos clientes,
mas que tenham uma atitude mais activa, antecipando-se às suas necessidades,
oferecendo-lhes um conjunto mais amplo de produtos e serviços.
Capacidades dos Sistemas de Informação: usam-se indicadores para medir a
disponibilidade em tempo real e a finalidade da informação sobre os clientes,
sobre os processos internos e sobre as consequências financeiras das decisões
tomadas, factores essenciais para a eficiência duma empresa em mercados
competitivos.
Motivação, Empowerment e Coordenação: um clima de motivação e de
fomento da iniciativa dos trabalhadores é essencial para que estes dêem o seu
contributo para os resultados pretendidos. Quanto ao empowerment (atribuição
de poderes), o BSC contribui para a descentralização de poderes.
29
Kaplan e Norton (2000) afirmam ainda que o orçamento operacional, gerenciado por meio de
um processo orçamentário com base em actividades, autoriza despesas e fornecimento de
recursos com base em previsões de demanda de actividades e prognósticos sobre o grau de
eficiência dos processos.
Neste contexto, BSC fornece estratégias para seleccionar, identificar lacunas e divulgar entre
todos os empregados a fonte básica de novas ideias e programas onde as novas iniciativas
serão mais valiosas.
Neste capítulo, o pesquisador visa trazer informações sobre estudos feitos por diversos autores
em diversos países em torno da análise do desempenho económico e financeiro das
instituições financeiras. Neste caso, esta literatura é de extrema importância pelo facto de
contribuir activamente para as presentes e futuras pesquisa, ou seja, é com base nos métodos e
recomendações deixadas por esta literatura que o pesquisador dá por segmento pesquisas em
torno da matéria e em prol do desenvolvimento académico.
Para o efeito, Da Silva (2014) usou o método misto (qualitativo e quantitativo), descritivo e de
estudo de caso. Com a necessidade de delinear o seu estudo, a autora em questão, enquadra
seu estudo como uma pesquisa descritiva, pois trata-se de um tema que tem a finalidade de
identificar, colectar, padronizar, analisar, relatar dados e posteriormente compará-los com
outras variáveis e é exploratória por não haver estudos sobre esta mesma amostra. Desta feita,
30
para a busca de informações, a autora recorreu ao material divulgado, nomeadamente das
pesquisas bibliográficas e documental.
A autora supracitada realça que após a execução do processo de análise das demonstrações
financeiras é possível obter as seguintes informações da empresa: desempenho económico-
financeiro; eficiência na utilização de recursos; pontos positivos e negativos; tendências e
perspectivas; causas e alterações na rendibilidade. Ou seja, tais informações são apresentadas
em relatórios de análises, os quais devem abranger uma linguagem descodificada, facilitando
a interpretação e o conhecimento das partes interessadas.
Em síntese, Da Silva (2014) afirma que as informações das análises das demonstrações
financeiras são apuradas através de cálculos de indicadores, onde os mesmos se tornam mais
atractivos quando comparados com padrões de empresas do mesmo porte. Contudo, a autora
observou no seu estudo um aspecto negativo em que as empresas não apresentavam as suas
notas explicativas de forma muito sucinta, faltando-lhes muitas vezes detalhamento de
algumas operações para que melhor se possa ser compreendido o restante das demonstrações
financeiras, e deu como exemplo a empresa Cofasa S/A que não apresentou depreciação nos
períodos e também não justificou tal facto nas notas explicativas.
Desta forma, Da Silva (2014) procurou reunir e aplicar de forma criteriosa os métodos de
pesquisa e sobretudo em querer interpretar uma realidade, através de documentos e registos
levantados. Por fim, conseguiu demonstrar a relação que os indicadores possuem um com o
outro, trazendo informações precisas na análise das demonstrações financeiras de uma
empresa e demonstrando assim maior segurança na tomada de decisões para os gestores.
31
Certamente, esta autora considera na sua pesquisa um aspecto relevante comparável com a
presente pesquisa, no que diz respeito ao conhecimento da posição das instituições financeiras
no curto e longo prazo, pois, segundo a autora, cita que mesmo que a operação se liquide em
curto prazo, existe possibilidade de renovações de empréstimos entre o cliente e a empresa, ou
seja, nesta análise há que ter em conta aspectos relevantes como é o caso do endividamento, a
solvência e a rentabilidade.
Em Portugal foi desenvolvida uma pesquisa no Instituto Politécnico da Guarda, sob autoria de
ugusto (2014), cujo teor era “ nálise Económica e Financeira: Um Caso de Estudo do
Sector da Construção”. Esta pesquisa tinha como objectivo estabelecer uma análise
económica e financeira de empresas de construção civil, com vista a determinar as suas
competências, capacidades e potencialidades, assim como organizar e sumariar os dados, de
forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para a investigação.
Portanto, umas das motivações que fez com que a autora elaborasse esta pesquisa foi pelo
facto de que a crise financeira em Portugal afectou a maioria das empresas, em geral, e de
modo mais intenso o sector da construção civil e obras públicas.
No entanto, metodologicamente com recurso ao estudo de caso foi desenvolvida uma análise
exploratória longitudinal das demonstrações financeiras dos exercícios económicos de 2005 a
2010. Assim, como forma de obter as informações, a autora recorreu ao material divulgado,
nomeadamente da pesquisa documental e bibliográfica.
32
Entretanto, a autora supracitada afirma que o acesso a informação contabilística relevante
permite avaliar a situação económica da empresa em cada momento, sendo de grande
utilidade para o ajustamento de estratégias e políticas operacionais, principalmente em
sectores económicos com fortes impactos nos mercados. Assim, torna-se importante
acompanhar a evolução dos indicadores macroeconómicos que integram com os mercados
financeiros, como elementos essenciais para a estabilidade desses mercados e garantia das
decisões de investimento, quer das famílias, quer das empresas.
Neste caso, a autora dá ênfase à importância das demonstrações financeiras no sentido em que
auxiliam os stakeholders na obtenção de informações financeiras assim como na tomada de
decisões. Desta feita, é imprescindível que a informação contemple um conjunto de
características qualitativas, em especial a compreensibilidade, a tempestividade, a relevância,
a fiabilidade e a comparabilidade, de forma a não comprometer a sua utilidade.
Assim, dum jeito de conclusão, de acordo com os resultados obtidos, Augusto (2014)
evidenciou que a nível da solidez financeira, a empresa apresentou um significativo aumento
dos gastos financeiros, bem como dificuldades nas cobranças aos clientes, que acarrectam,
consequentemente debilidades por via do elevado endividamento.
No entanto, em termos de tema, há uma relação da actual pesquisa com a pesquisa de Augusto
(2014), ou seja, a autora buscou dar maior ênfase aos aspectos relacionados com a crise que
afectou as empresas de construção civil em Portugal, com vista a determinar as suas
competências, capacidades e potencialidades com base nas DF’s, como um factor
determinante para os stakeholders. Contudo, a autora ao levantar essa questão, percebe-se que
houve aumento significativo da competitividade entre concorrentes pela escassez de mercado
e forte redução das decisões de investimento (quer da habitação das famílias, quer de edifícios
das empresas).
33
2.6. LITERATURA FOCALIZADA
Este capítulo é de extrema importância, pois, visa trazer informações sobre estudos feitos a
nível nacional, ou seja, feitas em Moçambique em torno da análise do desempenho económico
e financeiro das instituições financeiras, face ao crescimento institucional.
Neste contexto, uma vez que esta pesquisa é do âmbito exploratório, não havendo autores que
abordam sobre o tema em alusão, o pesquisador não pôde apresentar estudos relacionados
com a pesquisa, com vista a aprofundar mais conhecimento sobre a percepção da análise do
desempenho económico e financeiro das instituições financeiras.
34
CAPÍTULO III: METODOLOGICA
3.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo, desenvolve-se o percurso que uma investigação percorre durante o seu
problema de investigação, como se procede à revisão crítica da bibliografia e se formulam um
conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a avaliação do desempenho económico e
financeiro, definindo-se os procedimentos a serem adoptados nas etapas: método de
investigação, colecta e análise de dados com a finalidade de responder à questão do problema.
Importa referir que, a escolha do tema para a presente pesquisa, surgiu com base nas
discussões tidas na academia com os colegas. Ou seja, com o tema já em vista, traçou-se os
objectivos e posteriormente as questões de pesquisa que serviram de guião para o
desenvolvimento da pesquisa.
Para efeito, essa análise geralmente é feita com base nas DF's de modo a estudar com mais
detalhes a situação económica e financeira da empresa, daí que surgiu a oportunidade de
efectuar a presente pesquisa.
35
3.1.2. A pesquisa Quanto aos seus Objectivos
Embora a análise económica e financeira não seja um tema novo, mas no que concerne à
avaliação do desempenho das instituições financeiras, o tema em alusão é pouco desenvolvido
no país, daí que a presente pesquisa possui uma característica exploratória com vista a
aprofundar mais os conhecimentos existentes sobre o assunto abordado.
Da Silva e Menezes (2005) consideram que a pesquisa exploratória visa a criação de ideias e
conceitos capazes de tornar o problema mais claro e coeso ou formular hipóteses com a
finalidade de solucionar o problema de pesquisa.
Portanto, a inquietação desta pesquisa tem a ver com uma realidade pouco estudada,
suscitando questões com vista a torná-las mais explícita.
Quanto à abordagem, a pesquisa tem um carácter quantitativo, pois, a colecta de dados foi
feita com base nas demonstrações financeiras do BCI, onde serão avaliados e, as avaliações
feitas levarão em conta alguns indicadores de desempenho económico-financeiro.
Assim, desenvolve-se uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso, visto que a pesquisa
bibliográfica é imprescindível pois, permite ao investigador tomar conhecimentos sobre a
produção científica existente, ou seja, mediante material já elaborado, principalmente livros e
artigos científicos.
O método de estudo de caso, segundo Da Silva e Menezes (2005) envolve o estudo profundo
e exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento. Em outras palavras, o estudo de caso tem uma amplitude reduzida em função
do baixo número de elementos de pesquisa, ou seja, não se pode generalizar as conclusões,
pois, elas são particulares.
Raupp e Beuren (2006) afirmam que esta pesquisa tem como mira extrair algum sentido,
buscando esclarecer informações no sentido de agregar valor à comunidade científica com
vista a interpretar a informação bruta. Portanto, esta pesquisa é justificada pela sua
37
notabilidade no momento da recolha dos dados, neste caso, integra nesta pesquisa um rol de
informações dispersas.
Raupp e Beuren, 2006, apud, (Gil, 1999) consideram dados primários como sendo dados que
ainda não foram sujeitas a nenhum procedimento analítico.
O autor supracitado afirma ainda que, os dados secundários são aqueles que de alguma
maneira já foram revisados e tornados públicos, como é o caso de boletins da república, dos
relatórios de empresas, entre outros.
Todavia, a colecta de dados secundários para a presente pesquisa foi feita com base nas DF's
da própria instituição financeira, encontradas em seu Website, com vista a extrair alguma
informação no que tange ao desempenho económico-financeiro face ao crescimento
institucional.
A população integrante que fará parte da presente pesquisa será o Banco Comercial e de
Investimentos, precedida pela avaliação do desempenho económico-financeiro face ao
crescimento institucional.
Em Abril de 1997, os rumos do BCI mudaram radicalmente, pois, a estrutura accionista foi
modificada, depois de um aumento de capital de 30 para 75 milhões de meticais, e mais tarde
viria a operar como um Banco Comercial a 24 de Abril. Portanto, o objecto principal do BCI é
contribuir activamente para o desenvolvimento económico e social do país, criando valor e
gerando satisfação para os Clientes, Accionistas, Colaboradores, Parceiros e Comunidade em
geral, de modo socialmente responsável e sustentável.
39
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo apresenta-se uma análise profunda dos resultados através do recurso a
indicadores económico-financeiros bem como da análise vertical e horizontal onde serão
apresentados nos apêndices abaixo. Portanto, o objectivo desta pesquisa é de analisar o
desempenho económico-financeiro face ao crescimento institucional, e ainda comparar a
situação económica e financeira com o nível de abertura das agências.
40
No que respeita ao Capital de Giro Próprio, este indicador apresentou um crescimento de
149% em 2013 face a uma diminuição na ordem de 107% em 2014. Neste contexto, o
resultado dessa queda pode ter sido originada pelo aumento dos custos de estrutura.
41
Quadro 2. Capital e Risco
42
No caso da Imobilização do Capital Próprio significa que para cada montante investido no
Património Líquido, o BCI possuía 58,00 Mt aplicados no Activo Permanente, ou seja, o ideal
é que a instituição tenha Património suficiente para cobrir o Activo Permanente e ainda parte
do Activo Circulante para não colocar em risco a possibilidade de cobrir seus activos no caso
de emergência.
A Lucratividade dos Activos era de 8,11% em 2012, sendo que este índice diminuiu 7,15%
em 2013 e 7,39% em 2014 respectivamente. Portanto, o resultado desta lucratividade deve-se
a possibilidade do BCI em produzir receitas com a prestação de serviços, tarifas, entre outros,
mas essa diminuição pode ter sido afectada pelo aumento dos custos gerais decorrentes por
um lado pelo aumento do quadro de colaboradores.
Contudo, o BCI deve concentrar seus esforços em seus clientes mais rentáveis como uma
medida de conter essa queda de lucratividade.
Relativamente ao Rácio de Eficiência, este rácio é utilizado para mensurar quanto a
instituição gasta para gerar receita. Ou seja, o Banco demonstra a necessidade de uma menor
estrutura operacional para sustentar suas actividades, neste caso, quanto menor for a relação
entre duas variáveis, mais elevada será a sua produtividade.
Neste contexto, este rácio demonstra que apesar do volume das receitas de prestação de
serviço terem aumentado, o custo dos recursos consumidos, neste caso dos Gastos Gerais
Administrativos e com Gastos com o Pessoal também foi proporcional a esse crescimento na
43
ordem de 65,95% em 2014 e 59,70% em 2013 comparativamente ao ano de 2012 que foi de
51,61%. Logo, quanto menor for o índice de eficiência melhor será para o BCI.
30
20
10
0
Retorno Sobre o Margem Financeira % Retabilidade de Capitais IE Operacional
-10 Investimento Total % Próprios %
-20
-30
-40
-50
2012; -51,61
-60
2013; -59,7
-70 2014; -65,95
-80
44
Conforme ilustra o quadro 4.4, a metodologia do EVA precisa que o resultado operacional
seja líquido da contribuição social e imposto de renda, ou seja, para o cálculo do EVA é
preciso que se faça uma simulação de quanto o BCI pagaria de contribuição social e imposto
de renda sobre o resultado operacional. De salientar que, esse cálculo é exclusivo do EVA.
Neste contexto, as empresas que estão enquadradas no lucro real, somente pagam
contribuição social e imposto de renda sobre o lucro que a empresa tem ou seja, sobre o
resultado antes de imposto.
Assim, o EVA indica se a empresa está agregando valor ou destruindo valor ao accionista,
neste caso, como o resultado é positivo, pode-se dizer que o BCI está agregando 6.604 mil
milhões de resultado ao accionista em 2014 e 4.977 mil milhões em 2013, o que quer dizer
que o BCI tem a capacidade de gerar lucro suficiente para pagar todas as suas obrigações se
fosse hoje. Neste contexto, o BCI está tendo lucro acima da espectativa que os accionistas
desejam.
Contudo, se o resultado do EVA fosse negativo, o BCI estaria destruindo valor para os
accionistas apesar de ter apurado lucro. Neste caso, o BCI está conseguindo cobrir todas as
fontes de recursos que ela tem com o resultado apurado até agora.
Por outro lado, o MVA é um complemento para o cálculo do valor de mercado de uma
empresa, ou seja, o MVA está ligado ao futuro da empresa e não ao passado como o EVA,
neste caso, o MVA significa qual é o valor da empresa no mercado tendo em vista o potencial
económico. Portanto, quanto mais uma empresa gerar ganho de resultado operacional com os
recursos que ela utiliza, mais valiosa é, ou seja, se usa poucos recursos e consegue gerar um
resultado maior, consequentemente o valor da empresa também será maior. No entanto, o
valor de uma empresa não é avaliada pela quantidade de bens que a empresa possui mas sim
pela capacidade de gerar resultados futuros, daí que não adianta a empresa ter muitos activos,
sendo que esses activos não são eles que geram valor para os accionistas, por isso que as
empresas são avaliadas pelo valor que elas tem e não pela quantidade de activos.
Desta feita, ao analisar-se o valor de mercado constatou-se que em 2014 o BCI valia 26,9%
comparativamente ao exercício económico de 2013 e 48,95% nos últimos três anos.
45
4.2.3. Análise Vertical e Horizontal
Contudo, na Análise Horizontal, toma-se o ano que antecede o ano de 2013, neste caso o ano
de 2012 como ano base. No entanto, esta análise vai permitir-nos que se relacione cada
resultado obtido em determinada data com o verificado na data anterior, ou seja, a que foi
definida como data-base, multiplicando-se esse quociente por 100.
No entanto, pode-se observar nos apêndices 1 e 2 todos os valores referentes a análise vertical
e horizontal.
No que diz respeito ao Activo Total, importa destacar que o activo cresceu 43,27% nos
últimos três anos, passando de um total de 82,17 mil milhões em 2013, para 97, 56 mil
milhões em 2014, sendo que esse activo foi financiado pelo Capital Próprio e Depósitos de
Clientes na ordem de 80,92%.
46
No final do exercício económico de 2014, porém a situação inverte-se e observa-se uma
evolução proporcional do lucro bruto, em relação as receitas operacionais. A evolução desses
valores, tomando-se como base o exercício económico de 2013, valida essa colocação, tendo
as vendas líquidas evoluídas 1,22 e o lucro bruto 1,28.
Esta secção tem como finalidade analisar a expansão dos serviços e produtos financeiros do
BCI, numa abordagem de expansão da bancarização nas zonas urbanas e rurais.
No que diz respeito à expansão dos serviços financeiros importa referir que, o alargamento de
produtos e serviços financeiros visa o aumento da profundidade financeira, neste caso, uma
maior cobertura em termos de depósitos e crédito à economia. Contudo, são utilizados
diversos indicadores para mensurar a expansão da bancarização, ou seja, na dimensão
territorial são usados o número de Instituições Financeiras, o número de Agências, o número
de Caixas Automáticas (ATMs), entre outros.
Na verdade, esta secção procura demonstrar, qual vem sendo a evolução do número de
agências, de maneira a avaliar o desempenho económico-financeiro e o crescimento
institucional.
47
Em síntese, no final do exercício económico de 2014, a rede de distribuição de Agências
passou a ser composta por um total de 168 Agências, das quais 143 do Tipo Tradicional, 21
Centros Exclusivos, 2 bancos móveis, 1 Centro Corporate e 1 Private.
Contudo, conforme ilustra o gráfico acima, indica que o BCI teve um crescimento
significativo em termos de Agências, ou seja, um crescimento de 26,32% em 2014 face ao
exercício económico de 2013, isto é, houve um crescimento de 31,25% nos últimos três anos
comparativamente ao ano base (2012).
Assim, esse crescimento foi concretizado pelo empenho que o BCI tem-se dedicado na
concretização dos seus objectivos ambiciosos, no que concerne à expansão dos serviços e
produtos financeiros assim como na captação dos Recursos de Clientes que esteve na sua
maioria representada por 80,92%, ultrapassando uma fasquia dos 1.000.000 (milhão) de
Clientes.
Com a instalação destas Agências o BCI demonstra a sua contribuição no processo expansão
da rede bancária e suporte ao crescimento da economia nacional, permitindo assim vários
benefícios no que concerne ao fornecimento de serviços financeiros e redução de riscos que a
população corria.
48
Neste contexto, no final do exercício, o BCI apresentou um desempenho significativo
comparativamente com o nível de abertura de agências, ou seja, diante de mudanças tão
rápidas no macro e microambiente, o BCI esteve atento e envolvido na implementação de
estratégias que visavam o alcance dos seus objectivos e do crescimento institucional
alargando cada vez mais a sua rede comercial.
Contudo, esses resultados foram favorecidos pelo desempenho da Margem Financeira que
esteve directamente ligado ao volume de negócios do banco. Portanto, a expansão numérica e
territorial de agências, tem tido um impacto significativo nos níveis de distribuição de
agências pelo País, embora essa distribuição esteja somente a verificar-se em altos níveis de
concentração bancária nas zonas urbanas comparativamente com as zonas rurais. No entanto,
esse crescimento, demonstra igualmente, que tanto os depósitos a prazo assim como à ordem,
representam uma maior proporção dos depósitos totais, o que de algum modo, aumenta a
expectativa da bancarização vir a aumentar as poupanças pelas seguintes razões: os
rendimentos monetários estão a aumentar; há uma maior concentração de depósitos, tanto
para empresas como para particulares, e é provável que as contas individuais detenham mais
95% do total dos depósitos de particulares.
49
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo pretende concluir os aspectos pesquisados após o decurso da presente pesquisa,
bem como deixar algumas considerações que o pesquisador acha pertinentes quer para o BCI,
ou então a todos os que terão a oportunidade de ler a presente pesquisa. Daí que, esta
componente é de extrema importância, pois, é composta pelas conclusões e recomendações
que podem de algum modo auxiliar aos demais utilizadores.
5.2. CONCLUSÕES
De uma forma geral, o pesquisador considera ter alcançado os seus objectivos, quer gerais,
quer específicos, bem como às hipóteses da pesquisa. Pois, relativamente ao objectivo geral
concluiu-se que o BCI apresentou um desempenho económico-financeiro significativo
comparativamente com o nível de abertura de agências, ou seja, esteve atento e envolvido na
implementação de estratégias que visavam o alcance dos seus objectivos e do crescimento
institucional alargando cada vez mais a sua rede comercial com a abertura de novas agências,
dinamizando assim o acesso aos serviços financeiros nas zonas urbanas e rurais.
Por sua vez, quanto ao primeiro e segundo objectivo específico foi possível constatar que
quanto ao nível de agências, o BCI teve um crescimento nunca alcançado desde a sua
existência, abrindo num único exercício económico 37 Agências novas, sendo 28 Agências
Tradicionais e 9 Centro Exclusivos, ou seja, foi um crescimento na ordem de 31% do total de
agências instaladas de 2012 até 2014.
Porém, essa estratégia de expansão da Rede de Distribuição foi potenciada pelo aumento da
qualidade no atendimento ao cliente bem como nos objectivos ambiciosos que o BCI tem-se
dedicado na concretização dos seus objectivos, passando assim a Rede de Distribuição de
agências a ser composta por 168 agências das quais 143 são do tipo Tradicional, 21 Centros
Exclusivos, 2 Bancos Móveis e 1 Centro Corporate e 1 Private. Assim, quanto aos resultados
obtidos da análise económica e financeira, os mesmos confirmam um cenário de nível de
solidez financeira significativos, ou seja, o BCI manteve-se estável quanto à liquidez
imediata, apesar do aumento significativo dos gastos financeiros bem como dos gastos não
operacionais, neste caso, dos Gastos Administrativos assim como dos Gastos com Pessoal. Ao
nível do desempenho económico, o BCI não teve grandes dificuldades em dinamizar o sector
50
das vendas, dado ao aumento dos gastos operacionais, bem como dos gastos administrativos e
com pessoal, ou seja, mesmo diante de diversos custos directamente associados à expansão da
rede comercial do banco, o Resultado Líquido cifrou-se em 1.425,72 milhões, relativamente
aos anos anteriores que situou-se em 1.420,55 milhões em 2013 e 1.293, 28 milhões em 2012.
Por outro lado, foi possível verificar um crescimento substancial formado pelo Crédito a
Clientes na ordem de 60,26% e 33,17% dos Activos, confirmando assim a capacidade do BCI
em atender suas dívidas de longo prazo.
Em síntese, correlacionando os valores obtidos com o nível de abertura das agências, o BCI
registou um desempenho económico-financeiro positivo, decorrente duma evolução favorável
do Volume de Negócios, que em conjunto com outros indicadores, foi suficientemente
elevado para compensar o crescimento registado dos Custos de Estrutura.
5.3. RECOMENDAÇÕES
Neste subcapítulo, o autor pretende deixar algumas recomendações na qual tiveram base as
análises efectuadas no Banco Comercial e de Investimentos e das conclusões retiradas.
Certamente, atendendo ao tema pesquisado, para além de se deixar recomendações ao BCI,
esta secção procura também deixar recomendações aos futuros pesquisadores.
No entanto, há que perceber que a redução dos custos operacionais e não operacionais, não é
sinónimo de eficiência, ou seja, o banco terá que adoptar estratégias genéricas para alcançar e
maximizar seus objectivos com o uso mínimo dos recursos disponíveis.
51
5.3.2. Aos Futuros Pesquisadores
Uma pesquisa que aborda questões económico-financeiras quer para diversas áreas como é o
caso da Contabilidade, Economia ou até Gestão Financeira, proporciona uma vasta gama de
conhecimentos e informações ao pesquisador. De facto, quanto às linhas de investigação
futura, considera-se de extrema importância que este assunto seja cada vez mais explorado no
País, ou seja, recomenda-se aos futuros pesquisadores que nos próximos anos, tal pesquisa
gere o desafio de construir uma abordagem, através do uso de estatística, com o objectivo de
aprofundar mais a percepção sobre a expansão da bancarização das zonas urbanas e rurais em
Moçambique, assim como fazer uma análise preliminar e detalhada sobre a estratégia dos
bancos e do sistema financeiro em geral, para perceber por que razão alguns bancos se
expandem para determinadas zonas e outras não.
Portanto, como forma de sugestão ou recomendação aos futuros pesquisadores, são essas as
questões colocadas com o intuito de proporcionar mais conhecimentos e mais informações
para as linhas de investigação.
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOUSÃ, Aires. et al. Técnicas de Organização Empresarial – Bloco II. Portugal. Porto
Editora. 2000.
LUDICÍBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETO, Assaf, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Editora Atlas S. A,
2003.
53
Relatórios e Contas do BCI. Disponível:
<https://www.bci.co.mz/institucional/RelatorioContas.htm>. [Acesso em:
05/04/2015].
RUSSO, João. BALANCED SCORECARD para PME. Lisboa. Maio, 2006. LIDEL –
EDIÇÕES TÉCNICAS, Limitada.
54
APÊNDICES
Apêndice 1. Análise Vertical e Horizontal do Balanço Patrimonial
Caixa e Disponib.
em BC 7.872.279.728,00 11,56 100 8.556.773.724,00 10,41 8,69 9.398.132.890,00 9,63 19,38
Disponibilid.
Instit. Credito 591.834.648,00 0,87 100 1.110.065.173,00 1,35 87,56 613.124.382,00 0,63 3,60
Aplic. em inst. de
credito 8.722.422.571,00 12,81 100 7.213.135.204,00 8,78 -17,30 9.814.123.134,00 10,06 12,52
Activos fin.
disp/venda 10.034.061.024,00 14,74 100 15.027.696.354,00 18,29 49,77 12.529.439.292,00 12,84 24,87
Crédito a clientes 36.818.217.009,00 54,07 100 45.263.408.013,00 55,09 22,94 58.785.599.895,00 60,26 59,66
Invest.
Financeiros 3.871.097,00 0,01 100 3.871.097,00 0,00 0,00 3.871.097,00 0,0 0,00
Act. n. corrente
detido para venda
306.479.198,00 0,45 100 971.496.158,00 1,18 216,99 1.333.223.778,00 1,37 335,01
Propr. de
investimento - 0,00 100 94.755.180,00 0,12 0,00 90.834.276,00 0,09 0,00
Outros activos
tangíveis 2.765.528.504,00 4,06 100 2.725.755.051,00 3,32 -1,44 3.621.921.602,00 3,71 30,97
Activos
intagíveis 488.979.336,00 0,72 100 502.194.750,00 0,61 2,70 535.891.689,00 0,55 9,59
Activos p. imp.
correntes 32.638.034,00 0,05 100 40.386.719,00 0,05 23,74 39.526.223,00 0,04 21,10
Activos p.
impost. Diferidos - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00
Outros activos 457.916.026,00 0,67 100 658.282.556,00 0,80 43,76 790.274.017,00 0,81 72,58
TOTAL DO
ACTIVO 68.094.227.175,00 100 100 82.167.819.979,00 100 20,67 97.555.962.275,00 100 43,27
PASSIVO
Recuros de
Inst./credito 4.676.517.133,00 7,44 100 4.355.055.530,00 5,73 -6,87 4.014.538.817,00 4,45 -14,16
Recursos de
clientes 50.172.117.863,00 79,77 100 60.048.182.013,00 79,05 19,68 73.041.654.497,00 80,92 45,58
55
Recursos
consignados 5.501.318.382,00 8,75 100 8.975.183.309,00 11,82 63,15 10.021.833.825,00 11,10 82,17
Emprést.
Subordinados 552.546.189,00 0,88 100 558.593.354,00 0,74 1,09 452.317.042,00 0,50 -18,14
Títulos de dívida 1.118.744.072,00 1,78 100 1.119.683.333,00 1,47 0,08 1.120.148.011,00 1,24 0,13
Passivo p/
impost. C 14.910.090,00 0,02 100 97.512.749,00 0,13 554,01 224.265.550,00 0,25 1404,12
Passivo p/impost.
dif 40.859.596,00 0,06 100 36.894.725,00 0,05 -9,70 931.387,00 0,00 -97,72
Resp. c/fundo d.
pensões 94.479.744,00 0,15 100 100.583.000,00 0,13 6,46 118.015.000,00 0,13 24,91
Outros Passivos 653.521.162,00 1,04 100 605.197.532,00 0,80 -7,39 1.179.923.742,00 1,31 80,55
Provisões 71.663.482,00 0,11 100 61.013.062,00 0,08 -14,86 86.700.797,00 0,10 20,98
TOTAL DO
PASSIVO 62.896.677.713,00 100 100 75.957.898.607,00 100 20,77 90.260.328.668,00 100 43,51
FUNDOS PRÓPRIOS
Capital Social 3.000.000.000,00 57,72 100 3.000.000.000,00 48,31 0,00 3.000.000.000,00 41,12 0,00
Reservas e
resultado
Transitado 919.530.685,00 17,69 100 1.804.638.974,00 29,1 96,26 2.885.176.185,00 39,55 213,77
Acções próprias - 15.262.870,00 -0,29 100 - 15.262.870,00 -0,25 0,00 - 15.262.870,00 -0,21 0,00
Resultado do
exercício 1.293.281.647,00 24,88 100 1.420.545.268,00 22,9 9,84 1.425.710.292,00 19,54 10,24
Accionistas do
Banco - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00
Interesses
Minoritários - 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00
Interesses -
Minoritários 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00
TOTAL
FUNDOS
PRÓPRIOS 5.197.549.462,00 7,63 100 6.209.921.372,00 7,56 19,48 7.295.623.607,00 7,48 40,37
TOTAL
PASSIVO
E FUNDOS
PROP. 68.094.227.175,00 100 100 82.167.819.979,00 100 20,67 97.555.952.275,00 100 43,27
Fonte: Autor (2016).
56
Apêndice 2. Análise Vertical e Horizontal da DRE
Margem
Financeira 2.332.732.895,00 42,24 100 2.791.288.932,00 47,46 19,66% 3.733.697.944,00 51,82 60,06
Rend. de taxa e
comissões 1.040.426.909,00 18,84 100 1.295.261.194,00 22,02 24,49% 1.541.779.516,00 21,40 48,19
Gastos c/taxas e
comissões - 149.847.116,00 -2,71 100 - 208.722.623,00 -3,55 39,29 - 263.589.538,00 -3,66 75,91
Result. em operaç.
Financeir. 737.942.067,00 13,36 100 1.059.767.887,00 18,02 43,61 1.457.032.119,00 20,22 97,45
Outros rend.
Operacionais 510.230.082,00 9,24 100 436.697.766,00 7,42 -14,41 431.597.409,00 5,99 -15,41
Outros gastos
operacionais - 100.457.728,00 -1,82 100 - 183.007.425,00 -3,11 82,17 - 234.902.699,00 -3,26 133,83
Resultados
operacionais 4.371.027.109,00 79,14 100 5.191.285.731,00 88,26 18,77 6.665.614.751,00 92,52 52,50
Gastos com pessoal - 1.332.857.602,00 -24,13 100 - 1.661.476.458,00 -28,25 24,66 - 1.937.935.666,00 -26,90 45,40
Outros gastos
administrativos - 1.251.121.719,00 -22,65 100 - 1.400.073.178,00 -23,80 11,91 - 1.931.034.552,00 -26,80 54,34
Outros rendimentos
136.533.349,00 2,47 100 448.541.601,00 7,63 228,52 304.658.419,00 4,23 123,14
Imparidade de
crédito - 65.864.424,00 -1,19 100 - 383.219.087,00 -6,52 481,83 - 762.004.997,00 -10,58 1056,93
Imparidade de
outros activos - 30.827.776,00 -0,56 100 - 95.043.301,00 -1,62 208,30 - 23.309.696,00 -0,32 -24,39
Amortizações do
exercício - 288.491.646,00 -5,22 100 - 421.497.495,00 -7,17 46,10 - 376.582.011,00 -5,23 30,53
Provisões líquidas - 17.663.828,00 -0,32 100 1.406.165,00 0,02 -107,96 - 25.687.736,00 -0,36 45,43
Resultados antes
de imposto 1.520.733.463,00 27,53 100 1.679.923.978,00 28,56 10,47 1.913.718.512,00 26,56 25,84
57
Gasto de imposto
Imposto corrente - 227.451.816,00 -4,12 100 - 259.378.711,00 -4,41 14,04 - 487.998.221,00 -6,77 114,55
Resultado Líquido 1.293.281.647,00 23,42 100 1.420.545.267,00 24,15 9,84 1.425.720.291,00 19,79 10,24
Resultado consol. Atribuível a:
Accionistas do
banco 1.293.281.647,00 23,42 100 14.200.545.271,00 241,4 998,02 1.425.720.291,00 19,79 10,24
Interesses
minoritários - 0,00 100 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00
Outros Rendimentos
Result. d. justo
valor s/act. disp. 155.193.088,00 2,81 100 - 50.750.078,00 -0,86 -132,70 - 104.630.348,00 -1,45 -67,42
Imposto diferido - 40.363.929,00 -0,73 100 3.964.871,00 0,07 -109,82 35.963.339,00 0,50 -189,10
Rendimento
integral 1.408.110.806,00 25,50 100 1.330.788.060,00 22,63 -5,49 1.354.011.282,00 18,79 -3,84
Resultado por
acção 4,33 0,00 100 4,76 0,00 9,93 4,78 0,00 10,39
Fonte: Autor (2016).
58