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Conceição de Ipanema – MG
2018
José Aristides da Silva Gamito
Conceição de Ipanema – MG
2018
RESUMO
O presente trabalho parte do conceito de controle social para analisar a atuação dos conselhos
municipais do FUNDEB e do CAE no município de Conceição de Ipanema (MG). São
coletados dados de funcionamento dos conselhos como frequência de reunião, pautas e
autonomia para medir o grau de eficiência do trabalho dos conselheiros. Em seguida, são
discutidos esses resultados à luz do conceito de controle social.
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................04
2. CONCEITO DE CONTROLE SOCIAL ................................................................ 04
3. ATUAÇÃO DOS CONSELHOS EM CONCEIÇÃO DE IPANEMA ................. 05
4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................ 06
5. OS ENCAMINHAMENTOS PRÁTICOS E SOLUÇÕES ................................... 07
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 08
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 08
4
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho, discutimos sobre a importância dos conselhos municipais da educação para
a efetivação da democracia nas políticas públicas. Iniciamos com a conceituação de controle
social e falamos de sua importância nos municípios. Em seguida, tomamos dados dos
conselhos municipais do FUNDEB e do CAE do município de Conceição de Ipanema (MG).
Avaliamos a atuação desses conselhos e se eles, de fato, cumprem a função de controle social.
O objetivo deste levantamento é contribuir para melhoria do funcionamento dos conselhos
no município observado. Os conselhos são um instrumento importante da democracia para
garantir a efetividade das políticas públicas.
1
BRASIL, FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Cadernos de Estudos do Curso
Competências Básicas/FNDE. Brasília: FNDE, 2018, p. 116.
5
que seus membros são representantes oriundos do executivo e também da sociedade civil e
que tem o poder de controlar, acompanhar e interferir nas ações do governo municipal.
Os conselhos têm como função maior impulsionar a eficiência nas políticas públicas. Eles
são a sociedade cobrando responsabilidade e resultados do governo. Eles contrabalanceiam a
força da autoridade do executivo para que ele não haja fora dos interesses da sociedade. A
transparência e a consolidação da democracia são dois objetivos que podem e precisam ser
alcançados por eles.
Os programas do FNDE são acompanhados por conselhos no âmbito dos municípios. O
controle social é exercido pelo conselho do FUNDEB, do conselho de alimentação escolar e
pelas unidades executoras próprias das escolas. O conselho do FUNDEB é composto por 9
membros incluindo servidores indicados pelo executivo e membros da comunidade escolar
(pais, professores e alunos). Essas pessoas não são remuneradas. E seus membros têm como
função acompanhar e o controlar “a repartição, a transferência e a aplicação dos recursos do
Fundo.” Todas as verbas que o governo federal repassar para os municípios neste fundo dever
ser conhecidas pelo conselho e, principalmente, acompanhadas em sua execução.2
O Conselho de Alimentação Escolar é um conselho deliberativo e de controle social que
acompanha a aplicação de recursos na merenda escolar. Os conselhos escolares são outra
forma de acompanhamento da gestão educacional. Eles ajudam a decidir e a acompanhar as
decisões administrativas e de aplicação de recursos das unidades escolares. 3 Portanto, os
conselhos são a extensão da comunidade “vigiando” o que o prefeito e o secretário de
educação estão fazendo com o dinheiro da educação.
2
BRASIL, 2018, p. 118-119.
3
BRASIL, 2018, p. 120-121.
6
periodicidade das reuniões seria mensal (artigo 6º). A primeira reunião aconteceu a 30 de
março de 2001. Portanto, são 17 anos de funcionamentos.4 A nossa proposta é analisar a sua
atuação a partir dos livros de atas, verificando a periodicidade das reuniões e as pautas
debatidas. Procedimento idêntico nós aplicaremos ao Conselho de Alimentação Escolar.
Em consulta ao livro de atas do Conselho do FUNDEB constatamos que entre 2001 e 2018
aconteceram apenas 19 reuniões.5 A média foi de duas reuniões por ano, sendo que a previsão
da lei de criação era de 10 por ano (excluímos os dois meses de férias e de recesso escolar).
Das 170 reuniões previstas em 17 anos apenas 19 foram realizadas (apenas 0,11%). As pautas
dessas reuniões se reduziram ao mínimo inevitável: A recomposição do conselho e a emissão
de pareceres. Portanto, a atuação do conselho quanto à periodicidade e à pauta é baixa.
Já o Conselho de Alimentação Escolar foi instalado a 18 de setembro de 1996. O artigo 13
de seu Regimento Interno fixava a periodicidade de suas reuniões na segunda semana de cada
mês. Em 22 anos, o conselho deveria ter realizado 220 reuniões, mas realizou somente 23.6
Seu índice de reunião foi de 10% do previsto no Regimento durante o período analisado com
base no livro de ata do conselho. Além disso, as pautas das reuniões tratam da recomposição
do conselho e por assuntos provocados pelo FNDE.
De modo geral, os dois conselhos analisados do município de Conceição de Ipanema têm
registros de pouca iniciativa e baixa frequência de reuniões. As pautas são as mínimas
obrigatórias ou são provocadas por órgãos externos. Embora, não existam dados tangíveis
para comprovar este ponto. Mas a formação do conselho ao longo dos anos foi composta por
pessoas que militavam politicamente a favor do prefeito. A instrução dos conselheiros nunca
foi uma preocupação. Nunca houve registro de treinamentos para os conselheiros promovidos
pela administração. O apoio com infraestrutura é mínimo: São disponibilizados uma sala,
computador e internet para as reuniões.
Com a organização, a atividades e as iniciativas insatisfatórias dos conselhos, percebemos
também que eles possuem pouca autonomia. A variação de sua autonomia e atuação depende
da abertura do gestor. Portanto, a função de acompanhamento e controle social dos gastos
3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4
CONCEIÇÃO DE IPANEMA, Município de. Registro de Decreto e Estatuto do Conselho Municipal de
Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB. Conceição de Ipanema: Prefeitura Municipal, 1998, p. 1-4.
5
CONCEIÇÃO DE IPANEMA, 1998, p. 1-23.
6
CONCEIÇÃO DE IPANEMA, Município de. Registro de Atas para as reuniões do Conselho Municipal de
Alimentação Escolar. Conceição de Ipanema: Prefeitura Municipal, 1996, p. 1-22.
7
A autonomia dos conselhos pode ser pensada em dois sentidos. O primeiro deles é a
infraestrutura e envolve a existência de espaço físico com materiais de escritório,
equipamentos e utensílios necessários para as atividades do conselho. O segundo deles é o
aspecto administrativo e consiste na alocação de funcionários e assessores para auxiliar nas
atividades dos conselhos.7 Os conselhos municipais de Conceição de Ipanema não possuem
espaço físico próprio, utilizam salas e equipamentos da secretaria municipal de educação e,
além disso, não contam com funcionários cedidos para auxiliá-los.
O processo de escolha dos conselheiros segue a legislação, mas contém vícios. Os
segmentos representados nos conselhos não consultam seu público para indicar um membro.
A composição do conselho é controlada indiretamente pelo poder executivo. Portanto, a
pluralidade partidária fica comprometida. A indicação de pessoas de confiança tem como
intenção colocar pessoas no conselho que defendam o interesse do poder executivo.
A efetividade do trabalho dos conselhos fica comprometida porque não possuem
iniciativa, nem autonomia. Muitos membros são inativos e só assinam as atas e os pareceres
sem conhecimento profundo e o acompanhamento das decisões do poder público municipal.
Portanto, o grau de controle social deles se torna baixo e ineficiente.
7
FRITZEN, Adriano; BIEGER, Thiago Beniz; ALLEBRANDT, Sérgio Luís; HINNAH, Daniel; THESING
Nelson José. Controle social e Conselhos Municipais: O caso do Conselho Municipal de Saúde de Santa Rosa
/RS. Espacios, v. 38, n. 03, 2017, p. 20.
8
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS