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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA: FORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
DOCENTE: MUNIZ GONÇALVES
ALUNA: JÚLIA MEDEIROS

Fichamento textual
FEST, Joachim. No Bunker de Hitler - Os últimos Dias do III Reich.
<http://lelivros.love/download-no-bunker-de-hitler-joachim-fest-em-epub-mobi-e-pdf/>
(acesso em 23/05/2018)

O livro No Bunker de Hitler foi consolidado após Joachim Fest se sentir desafiado ao
constatar que as obras existentes sobre os tempos finais de Hitler na Segunda Guerra Mundial
não eram satisfatórias, suficientes e atualizadas. O autor então decidiu expor o contexto da
vivência deste declínio final numa compilação do panorama antigo e complementado com
recentes descobertas que combinados realizam um “esboço histórico” com relatos, descrições,
documentos históricos e reflexões sobre a maior catástrofe do século XX.

Em 8 capítulos, o autor fala sobre a resistência de Hitler em aceitar o fim da guerra, sua
força destrutiva que continuou assolando pessoas e lugares mesmo com a ciência de que a
derrota já era uma certeza e de como foram os especulativos últimos dias do terceiro Reich
vividos por Hitler em seu bunker de 10 metros de profundidade, já preparado desde 1940.

O autor procura entender inicialmente a razão pela qual Hitler mesmo debilitado
continuava sendo totalmente respeitado pelo seu exército e nas semanas finais de sua estadia
no bunker alimentaram mais ainda seu ódio pela humanidade. Não há resposta para a indagação
da lealdade de muito soldados. Era praticamente uma honra, um prazer, lutar pela pátria mesmo
que já não houvesse muitas chances de vitória. Nem os próprios alemães sabem responder a
esse fenômeno. Talvez seria “uma longa tradição filosófica — que em teorias revolvidas
anuncia “a vocação dos alemães, na história mundial, para o radicalismo”.” (p. 47)

Panorama inicial
O ataque soviético comandado pelo marechal Zhukov que começou no início de 1945,
depois de derrotas seguidas, foi somando forças a medida em que conseguiam conquistar
territórios cada vez mais próximos de Berlim.

A dificuldade de combate já havia sido alertada a Hitler pelo comandante das duas
unidades atacadas pelo Exército Vermelho, mas foi solenemente ignorada pela obstinação do
Führer em resistir e atacar. “O general Heinrici, sob cujo comando se encontravam as duas
unidades, havia [...] alertado repetidas vezes que o fim estava próximo, devido à carência de
efetivo experiente na infantaria, de munição e de reabastecimento de toda sorte, e ao
esgotamento extremo das tropas.” (p. 12). Recuar seu front não era uma opção.

Hitler acreditava numa recuperação, mesmo com a linha de defesa desfalcada e a linha de
frente igualmente sucumbida, uma reviravolta na guerra poderia acontecer a qualquer momento.
A esperança de Hitler era aquecida seja por alucinações e fantasias, estratégias falaciosas ou até
com base em previsões astrológicas.

Joaquim Fest descreveu detalhadamente a projeção e estruturação do bunker e do pré-


bunker. Estes lugares serviam de abrigo para militares e suas famílias, funcionários e para até
grávidas e crianças se protegerem do bombardeio. Portanto, atingiu a superlotação e o espaço
compacto com iluminação e ventilação comprometidas, além do desamino e tensão pela
consciência de que a guerra estava fatalmente sendo vencida pelos soviéticos, deixava um
ambiente pesado e difícil de habitar. Estes fatores fizeram com que Hitler ficasse mental e
fisicamente abatido e apático, desleixado em sua aparência, com os tremores mais
comprometidos e delirando sobre vitórias inexistentes.

Os russos avançavam a cada dia e nenhum pedido de reforço era aceito por Hitler. Um
exército composto por soldados restantes de diferentes unidades, jovens, aposentados e muitos
inexperientes combinados com unidades de colunas civis somados à falta de uma liderança
estável eram insipientes para fazer frente aos ataques soviéticos. A falta de organização,
treinamento e armamentos adequados e estratégia obrigou os combatentes a contar apenas com
a improvisação.

A guerra já dava sinais claros de que o fim estava cada vez mais próximo, a maioria dos
alemães já não acreditava nos princípios que os levaram a Alemanha até ali, e nem no pathos
que fez aquele povo acreditar na superioridade da nação e na legitimidade da guerra. Mas, assim
como Hitler previu em 1930 quando ainda imaginava a guerra que estaria por vir, caso não
vencessem, levariam todos juntos em direção ao colapso.
Ascensão de Hitler e do Partido nacional-socialista

O capítulo dois é dedicado a alguns questionamentos acerca da ascensão de Hitler ter sido
uma catástrofe, de acordo com o historiador Friedrich Meineck, ou uma consequência de
diversos fatores históricos anteriores. Para fazer uma reflexão, o autor voltou um pouco na
história e analisou a conjuntura e o psicológico da sociedade alemã pré-hitleriana.

Vale ressaltar que o nacionalismo romântico alemão cultivou o ódio por qualquer etnia
além da alemã, criando uma ideologia xenófoba e preconceituosa que só precisava de um
doutrinador para transformar em prática toda a raiva acumulada.

Além disto, fatores como “distanciamento da realidade, [...] elitismo em torno do conceito
de cultura, [...] focos conservadores nas estruturas sociais, [...] violenta natureza reacionária das
poderosas elites governantes, [...]. Acrescentando isso as deficiências das instituições políticas
do país.” (p. 26) são encontrados em alguma parte da história alemã e servem de precedentes
para a construção da figura de Hitler e seus seguidores.

A república de Weimar teve um peso grande na ascensão do Partido nacional-socialista.


Acabou com o psicológico alemão, já abalado pelo pós-guerra, ao levar o país a níveis
alarmantes de pobreza, escassez de alimentos, desemprego, inflação e deixando toda a
sociedade com um complexo de isolamento diante das potências vitoriosas da Primeira Guerra
Mundial. A população descrente, amarga, revoltada e carente de uma liderança, mesmo com
um inicial receio aos novos personagens da política, só precisava de um “pequeno empurrão”,
que foi a ocupação de posições-chave do partido nacional-socialista na política, para ser
persuadida. A falta de perspectiva dos alemães deu espaço a esperança por tempos melhores e
o levante da autoestima de um povo que já tinha caráter pré-disposto a receber um regime
totalitário. O autor classificou como “condições adequadas” para a entrada de Hitler naquele
cenário.

A ascensão também pode ser atribuída ao apoio vindo de lideranças ainda ressentidas
com o Tratado de Versalhes, apostando em Hitler as fichas para a reconquista de territórios
perdidos pelo acordo. Através do pretexto de colocar em prática o programa de política externa
alemão, Hitler planejava conquistar muito mais do que territórios que já havia sido alemães em
algum momento. O Führer desejava conquistas espaços infindáveis, exterminar o que ele
denominou como “raça inferior”, renovar o sangue do país apenas com arianos “para a salvação
da Terra”. Ele visava estabelecer “uma utopia racial que prometia dar início a uma nova era
mundial.” (p. 29)
Dias finais no bunker

No terceiro e quarto capítulos, o autor descreveu como foram os últimos dias do


Terceiro Reich começando pelo dia vinte de abril, o aniversário de Hitler. Durante a festividade
daquela manhã, soou o Código “Clausewitz”, decretava estado de emergência. A cada dia a
situação piorava.

Naquele momento Hitler cogitou a sair de Berlim. Foi incentivado inclusive pelos
convidados presentes em sua festa de aniversário, mas foi orientado pelo chefe do distrito de
Berlim e companheiro leal, Goebbels a ficar na cidade, pois “devia isso à lealdade para com
a sua missão na história mundial” (p. 32) e assim decidiu. Embora tenha decidido ficar, Hitler
deu permissão para ir embora quem quisesse. E foi assim p que muitos fizeram.

No dia seguinte, Hitler se dava conta, através dos estrondos e tiroteios, que os russos
estavam mais próximos do que ele imaginava. Suas ordens de contra-ataque já eram inviáveis
visto que seu Exército incapaz de enfrentar além das duas frentes russas, uma terceira que estava
avançando (2ª Frente Bielo-Russa).

O cenário fora do bunker era caótico. A cidade estava coberta uma poeira incandescente.
A queda de energia e água eram cada vez mais recorrentes. Falta de insumos. Destruição, fogo
e corpos em decomposição para todos os lados.

A adrenalina de estar sob um fio também foi abordada no texto, como se Hitler visse mais
interesse em situações desafiadoras, de quase morte, de escapar por um fio para depois sair-se
vitorioso do que nas batalhas que foram facilmente vencidas como as da Polônia, Noruega e
França. Morrer de forma honrosa era cogitada de forma excitada pelo Führer.

Hitler começou a refletir sobre os erros que cometeu durante sua ditadura. A vontade de
formar uma aliança com a Inglaterra que não aconteceu; a falta de maturidade psicológica do
povo alemão para travar uma guerra que não poderia esperar; a aliança com Mussolini que o
fez impossibilitou de conquistar territórios africanos e islâmicos e o fez atrasar em 6 semanas a
ofensiva à Rússia, sendo esse tempo crucial para enfrentar as temperaturas baixas rigorosas.
O Führer chegou à conclusão de que tinha sido, exceto com os judeus, muito complacente e
pouco radical.

A véspera da morte

No capítulo cinco, o autor relata que mesmo quando informações pessimistas e reais sobre
a guerra eram levadas a Hitler, como a surpresa união dos exércitos soviético e americano,
qualquer história, verdadeira ou falsa, que pudesse alimentar a esperança de Hitler era aceita.
O líder não queria acreditar no que estava acontecendo. Enquanto isso, ele concretizava a cada
hora que passava o plano de suicídio.

O clima era de colapso. Em Berlim, o pensamento suicida assolava alguns, enquanto


outros esqueciam qualquer norma instaurada até então e se alcoolizavam, festejavam com
roupas de gala em meio aquele cenário, saqueavam, matavam uns aos outros. Dentro do Bunker,
Hitler havia distribuído algumas ampolas de veneno, moradores faziam cartas de despedida.
Todos já sabiam que o fim nunca esteve tão próximo.

Hitler resolveu casar-se com Eva Braun na véspera da morte de ambos. Aquele seria um
marco simbólico de sua rendição, já que renunciara qualquer tipo de vínculo humano em nome
da política, pois achava que as duas relações não poderiam coexistir. Além deste, vários outros
casamentos foram realizados naquela madrugada.

Em meio as despedidas, Hitler escreveu um testamento político nomeando novos nomes


para o comando e exonerando outros e um testamento pessoal apenas justificando seu
casamento, sua morte e como gostaria de ser cremado.

A notícia de que Mussolini havia sido morto junto à sua esposa e seus
corpos execrados em lugar público, só confirmou a decisão de Hitler de tirar a própria vida e
não deixar sobrar nenhum resto para que os russos tivessem a oportunidade de fazer o mesmo.

Hitler recebeu diversos conselhos para tentar fugir até os minutos finais, mas se manteve
firma na decisão. Após distribuir orientações detalhadas do que fazer com os corpos
e realizar uma despedida oficial com os mais íntimos, Hitler e sua esposa, Eva Hitler, foram
para seus aposentos e se suicidaram. Ele, com um tiro na cabeça, ela, ingerindo o veneno. Uma
ampola de ácido cianídrico. Seus corpos foram queimados com gasolina, mas ninguém conferiu
o que foi feito com os restos mortais do casal. Nem mesmo seus aliados de confiança.

Vício em destruir

O capítulo seis foi dedicado a refletir sobre o as motivações de Hitler durante todo o
tempo de governo da Alemanha: a principal delas é a destruição. Seguindo os princípios de
“Terra Devastada”, tática da guerra de destruir tudo num local que poderia ser usufruído pelo
inimigo, Hitler, depois de ter aderido a isto em vários territórios, desta vez fazia com seu
próprio. O ressentimento com o fracasso do povo alemão diante a derrota somado a sua sádica
vontade de dizimar, fez com que ordenasse a destruição de todas as instalações voltadas para a
manutenção da vida. “Entender essas ordens como o último e desesperado meio de defesa diante
do avanço de um inimigo poderoso é um engano. Pelo contrário, elas sempre foram a primeira
opção de Hitler e seu meio predileto.” (p. 75)

A sua motivação não foi com foco na conquista, poder ou dominação de territórios e
povos. E sim o ódio pela humanidade que orientou seus desejos de aniquilação, dizimação de
vidas, destruição de tudo o que fosse possível. O extermínio de minorias em nome de uma
“missão civilizadora”. A ordem para o bombardeio de Varsóvia quando a cidade já estava a um
passo da rendição. A vontade de continuar ou começar uma guerra acima de qualquer
possibilidade de estabelecimento de relações diplomáticas. A determinação em manter tropas
resistindo e sendo cada vez mais assoladas no fim da guerra. São apenas alguns exemplos de
que o combustível que o levou até ali não foi a política nem o militarismo, e sim a força
destrutiva.

Apesar de Hitler já estar mentalmente perturbado àquela altura, ainda contava com
pessoas próximas que continuavam obedecendo a ordem de um líder “fora de si” em vez de
frear a tantas mortes desnecessárias, de soldados a civis. Por fim, seu último desejo em vida
refletiu mais uma vez a destruição que o movia. “Significativamente, o último desejo de Hitler
foi destrutivo e desvenda, como um símbolo, a motivação dominante de sua vida — a ordem
de queimar seu corpo, dada na tarde de 30 de abril.” (p. 80)

O pós-morte de Hitler

No capítulo sete, o autor discorre sobre o que aconteceu depois do suicídio de Hitler e
Eva. A fuga, o perecimento, o suicídio, a captura e a negociação da própria capitulação de
alguns funcionários e oficiais, como Frietzsche e Weidling, foi o destino dos moradores do
bunker.

A lealdade era tanta que a morte de Hitler foi sufocada o máximo possível para não
desestimular os soldados que ainda resistiam. Somente após a capitulação de Weidling, o
comando para recuarem e a verdade sobre o suicídio vieram à tona. Mesmo assim a mensagem
não chegou a muitos pontos isolados da Alemanha.

Sobre a morte do casal Hitler e Eva, também circulam especulações até os dias atuais. A
fuga para o Japão ou para a Argentina por submarino ou avião, foi suscitada por soviéticos que
desconfiaram da simplicidade de suas mortes. A partir disto, jornais, tabloides e a população
mundial criaram inúmeras teorias, já que seus restos mortais nunca foram oficialmente
encontrados.

No último capítulo, o autor faz as considerações finais a respeito do significado da morte


de Hitler. A falta de rastros de sua morte o deixou com uma “singularidade póstuma” (p. 94).
Como se não fosse uma exceção, entre todos os ditadores por mais cruéis que fossem, por nunca
ter prometido, nem falsamente, paz, progresso e liberdade para a humanidade, Hitler ainda
ganhou forças no imaginário social por ter sumido sem vestígios, uma pessoa com tamanha
projeção.

A capitulação total simbolizando o fim da guerra aconteceu dia 7 de maio. Ali cessou
uma utopia que durou mais de uma década de um líder destrutivo encorajada por fiéis cegos
por suas ideias.

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