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Estudo Leishmaniose
Victor Romano, DVM
Departamento R&D Affinity Petcare S.A.
1. ANTECEDENTES
A Leishmaniose canina é uma doença causada por um parasita intracelular, endémica da zona mediterrânica. No final da década
de 90, publicaram-se 2 estudos retrospetivos, cada um dos quais incluindo 150 animais infetados de forma natural pelo parasita
Leishmania infantum, e por meio dos quais se analisaram os principais sintomas e alterações analíticas em cães com
Leishmaniose. Os resultados de ambos os estudos foram bastante semelhantes e demonstravam que as principais complica-
ções eram a linfadenopatia, palidez das mucosas, dermatite, perda de peso e anorexia.
Figura 1
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- alta digestibilidade e bom paladar para ajudar
Animais com valores anormais: proteínas Dia 0 Dia 30 Dia 90
na recuperação do peso (Nº de animais/21)
- conteúdo reduzido de bases purinas para 14
prevenir a formação de cálculos de xantina, como 12 13
efeito secundário do tratamento com alopurinol 12
1 11
10
0 9
8 8
8 7 7 7
3. Esquema do estudo 6
4 3
2 2 1
2 1
O estudo foi multicêntrico e englobou 6 clínicas Eritrócitos Hct Hb TTodos Algum
veterinárias da área mediterrânica (zona endémica). 0
Tal como já foi referido, os animais com sintomas Figura 2
de Leishmaniose e possíveis candidatos a ser
incluídos no estudo por cumprirem todos os critérios Animais com valores anormais: proteínas Dia 0 Dia 30 Dia 90
(Nº de animais/21)
de inclusão foram diagnosticados pelo veterinário.
Se o diagnóstico era positivo, eram chamados para 16
14 15
a primeira de 3 consultas programadas durante os 12
90 dias de duração do estudo: 10 12
8 10 9 9
6 7 8
Dia 0: dia da primeira consulta. O veterinário 5
preenchia uma ficha de recolha de dados, que 4 3
2 4 2
2 3
incluía os sinais clínicos e a exploração clínica, com 0 1 0 1 0 0
especial atenção às lesões cutâneas. Nesta primeira Prot Alb g-Glob A/G Todos Algum
visita, eram recolhidas amostras de sangue e de Figura 3
urina. De igual forma, neste primeiro dia iniciava-se
o tratamento farmacológico e dietético.
A ração diária para cada animal era estabelecida Dia 90: era realizada a consulta do fim do estudo, nos 3 parâmetros analisados [contagem
de acordo com as recomendações nutricionais que incluía a folha de recolha de dados (idêntica de eritrócitos, hematócrito e hemoglobina]
da Advance Veterinary Diets Leishmaniasis à do dia 0). Também se extraía sangue e urina, bem e 13/21 animais apresentavam pelo menos um dos
Management. como uma avaliação do estado do animal. três valores anormais. Ao fim de 30 dias, e de forma
mais clara aos 90 dias, verificava-se uma clara
Dia 30: Realizava-se uma consulta/revisão do Durante os 90 dias de duração do estudo, os cães melhoria, comprovada pelo facto de no fim do estudo
estado do animal e procedia-se à extração de continuaram com o seu estilo de vida, já que em (dia 90) apenas 3/21 animais apresentavam, ainda,
sangue e de urina. De igual forma, preenchia-se nenhum momento foi necessário o internamento alguma alteração, e somente 1/21 apresentava
a ficha de recolha de dados relativa a esta visita na clínica nem nenhuma outra atividade que alteração nos três parâmetros. (Figura 2)
intermédia. implicasse uma modificação dos seus hábitos.
4.1.2 Trombócitos
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de creatinina em todos os animais, para verificar estudo (peso inferior ao ideal) apresentavam piores também diminuirão. O seu estudo permite conhecer
o estado renal dos animais do estudo, que estavam resultados em certos parâmetros (contagem de o estado inflamatório do animal.
a ser tratados com alopurinol e antimoniato de eritrócitos, hemoglobina e hematócrito; proteínas
meglumina, e alimentados com uma dieta com totais, albumina e globulinas; proteína C reativa), Os níveis de CRP no início do estudo foram de
níveis moderados de proteínas. indicando que não só a sua condição corporal era 53,1 ng/ml, dando-se uma rápida diminuição
pior do que a dos outros animais (maior que 4), aquando dos 30 dias (24,5 ng/ml) e uma diminuição
Todas as amostras realizadas nos 21 animais como também o seu estado geral. mais lenta até aos 90 dias (15,3 ng/ml). (Figura 5)
durante o estudo (3 amostras por animal)
apresentaram níveis dentro do normal, 4.2.2 Linfadenopatia 4.3.2 Vitamina E
demonstrando o bom estado renal dos cães.
A linfadenopatia presente na maioria dos animais No início do estudo, os níveis de vitamina E eram
4.2 Sintomatologia clínica com Leishmaniose deveu-se à estimulação dos de 7,1 μg/ml, enquanto que aos 30 dias os níveis
folículos linfoides e à proliferação dos macrófagos, aumentaram para 22,9 μg/ml, e até 38,6 μg/ml no
4.2.1 Peso e Estrutura Corporal devido, basicamente, a uma resposta imunitária final do estudo.
deficiente. Assim, a melhoria na linfadenopatia é um
Durante os três meses do estudo, deu-se um sinal de melhoria do estado imunitário do animal. Este aumento dos níveis de vitamina E é de suma
aumento do peso corporal de 8 %, em média. importância para animais com Leishmaniose, já
No início do estudo, 12/21 animais apresentavam que a vitamina E estimula o sistema imunitário:
Dado que a avaliação do peso não tem em conta linfadenopatia importante (avaliada pelo veterinário aumenta a atividade dos macrófagos e dos
o estado do animal (baixo peso/sobrepeso), como sendo de grau 3 ou 4 numa escala de 1 - 4). neutrófilos, estimula a produção de linfócitos CD4+
estudou-se o Índice de Massa Corporal (BCS, do Esta situação reverteu-se durante o tratamento: no (T helper), incrementa as interleucinas essenciais
Inglês “Body Condition Score”), utilizando para fim do estudo apenas 2/21 animais apresentavam para a resposta celular tipo Th1 (IL-2) e diminui os
o efeito uma tabela de 9 pontos. a referida inflamação dos gânglios linfáticos. mediadores da resposta humoral Th2 (IL-6, PGE2).
Assim, é possível potenciar a imunidade celular,
Este método avalia o animal em função de 4.2.3 Alterações dermatológicas essencial para uma boa resposta imunitária,
parâmetros objetivos (palpação das costelas, diminuindo-se a imunidade humoral, responsável
observação da cintura, etc.) e classifica os animais Para avaliar as alterações da pele, pediu-se por parte dos sintomas da doença.
de acordo com a avaliação de uma escala de 1 - 9, aos veterinários que avaliassem o seu estado
onde 1 representa um animal magro, 5 é o peso ideal numa escala 0 - 3, onde 0 representa ausência 4.3.3 Populações de linfócitos
e 9 representa um animal extremamente obeso. e 3 representa uma pele muito afetada.
Os animais com Leishmaniose apresentam
Utilizando a avaliação BCS nos animais que no A evolução foi muito positiva: no início do geralmente um desequilíbrio nas populações
início do estudo apresentavam um peso abaixo estudo 14/21 animais apresentavam alterações de linfócitos. Em particular, os linfócitos CD8+
do ideal (BCS menor ou igual a 4), ou seja, aqueles consideradas graves (valores de 2 e 3 numa (T citotóxicos) encontram-se elevados e os
animais que realmente necessitam aumentar de escala de 0 - 3), enquanto que no dia 90 nenhum CD4+ (T helper) baixos.
peso, durante os 90 dias de tratamento deu-se um animal apresentou um valor de 2 nem de 3 (todos
aumento de 24 %. apresentavam lesões leves ou ausência de lesões). O tratamento combinado de fármacos e nutrição
(Figura 4) ou seja, uma proteína que aumenta deverá reverter esta situação, ajudando o animal
De igual forma, verificou-se um relação entre o a resposta à inflamação/infeção, de forma rápida. a possuir uma resposta imune mais eficaz para
BCS e certos parâmetros de saúde: os animais que Igualmente, se não existe uma nova infeção e a lutar contra a infeção.
apresentavam um BCS menor que 4 no início do inflamação for diminuindo, os níveis desta proteína
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No início do estudo, os valores de CD4+ e de CD8+ Desta forma, a linfadenopatia poderia representar
Relação linfadenopatia/ Dia 0
estavam alterados (42,8 % e 35,7 % respetivamente). um bom indicador de resposta imunitária eficaz nos
população linfócitos Dia 90
Esta situação alterou-se após os 90 dias do animais com Leishmaniose. (Figura 7)
tratamento, quando os valores se normalizaram 1,6
1,6
(CD4+ 53,3 % e CD8+ 29,8 %). (Figura 6) 1,5
1,4
Foi observado que os animais com níveis elevados - Melhorou a resposta imunitária, como se pode 0,4
de CD4+ após 90 dias de tratamento farmacológico demonstrar pelo aumento da vitamina E, pela 0,2 0,3
e nutricional (animais com boa resposta imunitária) normalização das populações de linfócitos
apresentavam uma redução mais evidente na (aumento de CD4+/ diminuição de CD8+) 0,0
CD4+ dia 90<50 CD4+ dia 90>50
linfadenopatia, quando comparados com os animais e pela normalização dos níveis de proteínas
com níveis de CD4+ menos elevados aquando do plasmáticas (diminuição das proteínas totais
fim do estudo. e das gamuloglobulinas e aumento da albumina). Figura 7
LEITURAS RECOMENDADAS
Linfadenopatia 12 – 83 %
Ciamarella P, et al: A retrospective clinical study of canine leishmaniasis in
Dermatologia 14 – 100 % 150 dogs naturally infected by Leishmania infantum. Veterinary Record 1997;
22: 539-543
CRP 17 6 % 75 %
Koutinas A, et al: Clinical Considerations on Canine Visceral Leishmaniasis in
32 % 87 % Greece: A retrospective Study of 158 Cases (1989-1996). J Am Anim Hosp Assoc
1999; 35: 376-383
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Affinity Petcare S.A.
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