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CURSO ON-LINE – ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS EM EXERCÍCIOS P/

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PROFESSOR: MARLOS FERREIRA

AULA 03: MODELOS IS-LM E MUNDELL-FLEMING

ECONOMIA INTERTEMPORAL

ECONOMIA BRASILEIRA

¾ SÍNTESE DO MODELO IS-LM

Inclinação da IS Elasticidade I Propensão Multiplicador Política Fiscal

em relação marginal a
aos juros consumir

( + inclinada - Eficaz
↓ ↓ ↓
+ vertical )

(+ achatada + Eficaz
↑ ↑
+ horizontal )

Efeito da taxa de Demanda por Demanda

juros encaixes reais real por

títulos

↑ ↓ ↑

↓ ↑ ↓

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Inclinação da LM Elasticidade da Elasticidade da Política


Monetária
demanda por demanda por

moeda em relação à moeda em relação

renda (motivo aos juros (motivo


transação) especulação)

( + inclinada + Atuante
↑ ↓
+ vertical )

(+ achatada - Atuante
↓ ↑
+ horizontal )

Trecho IS-LM Política Fiscal LM Política Monetária

Caso Keynesiano EFICAZ Horizontal INEFICAZ

(armadilha da liquidez)

Caso Clássico INEFICAZ Vertical EFICAZ

  

¾ SÍNTESE DO MODELO MUNDELL FLEMING

Quando a taxa de juros doméstica for superior à taxa de juros fixada


nos mercados financeiros internacionais, ocorrerá atração de capitais,
elevando a demanda por bens, serviços e ativos domésticos, o que
gera apreciação/valorização da moeda local .

Por outro lado, em se tratando de taxa de juros doméstica inferior à


taxa de juros internacional, ocorrerá fuga de capitais para o resto do
mundo, refreando a demanda por bens/serviços e ativos locais,
depreciando/desvalorizando a moeda doméstica.

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Política/Regime Flutuante Fixo

Cambial
Y e NX Y e NX

Expansão Fiscal
- ↑ ↓ ↑ - -

Expansão Monetária - - -
↑ ↓ ↑

Regime cambial/ Política Taxa de câmbio fixa Taxa de câmbio


macroeconômica flutuante

Política Monetária OPERANTE

Política Fiscal OPERANTE

¾ SÍNTESE DE ECONOMIA INTERTEMPORAL

1) Restrição orçamentária de uma família, de uma empresa:


Cenário de aumento dos juros:

Efeitos Renda e Consumo Presente Consumo Futuro


Substituição

Ef. Renda > Ef. Aumenta Aumenta


Substituição

Ef. Substituição > Ef. Diminui Aumenta


Renda

2) Restrição orçamentária intertemporal de um governo:


2.1. Visão tradicional:

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Alimenta que a dívida pública reduz a poupança nacional e inibe a


acumulação de capital. Apresenta as restrições de crédito dos
consumidores para combater o modelo alternativo de renda
permanente. Além disso, os consumidores são tidos como
imprevidentes e o ônus do incremento futuro dos impostos recai
sobre as gerações futuras.

2.2. Visão moderna (equivalência ricardiana)

A concepção alternativa da dívida pública ( equivalência ricardiana)


sustenta que a dívida pública não influi sobre as poupanças e
acumulação de capital. Os consumidores julgam que uma redução
tributária será inevitavelmente compensada por novo aumento de
carga tributária no futuro, o que não motivará variações no nível de
consumo total, que é função da renda permanente das famílias. Não
se verifica redução da carga de impostos. Ocorre um deslocamento,
um remanejamento.

3) Restrição orçamentária de uma nação:

Esquema Ponzi de financiamento: o país incorre em déficit de forma


definitiva e os credores internacionais questionam a capacidade de honrar
compromissos futuros. Efeito dominó de colapso e bancarrota de contas
externas.

¾ SÍNTESE DE ECONOMIA BRASILEIRA

ANOS 70: caracterizados pelas elevadas taxas de crescimento econômico,


encerrando um longo período de prosperidade iniciado no pós-guerra
mundial. Encerrou um modelo de desenvolvimento denominado de
substituição de importações, no qual o processo de industrialização ocorreu
motivado por estrangulamentos externos, contando com elevada proteção
do mercado interno. A abundância de recursos em poder dos bancos
internacionais viabilizou o crescente endividamento dos países da América
Latina.

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ANOS 80: DÉCADA PERDIDA: dívida externa excessiva, altas taxas de


inflação, excesso de intervenção estatal na economia e uma crise fiscal
profunda do Estado que lhe retirou toda a capacidade de poupança e
praticamente o imobilizou. Três choques externos: i) segundo choque do
petróleo (1979), ii) elevação brusca das taxas de juros internacionais e iii)
recessão norte-americana (1979-1982).

PLANOS CRUZADO, BRESSER E VERÃO:

- Não conseguiram assegurar a manutenção da estabilidade a longo


prazo e reforçaram as atitudes defensivas dos agentes econômicos .

- Práticas heterodoxas: congelamento dos preços e salários, quebra de


contratos, mudança de moeda, alteração das regras de indexação,
entre outras.

- Plano Cruzado (fev-1986), Plano Bresser (junho-1987) e Plano Verão


(jan-1989), foram incapazes de eliminar a inflação, não tendo êxito
em conter a demanda agregada e reduzir o déficit público.

PLANO COLLOR (MARÇO;1990): tripé: ajuste fiscal provisório,


congelamento de preços e salários e bloqueio dos ativos financeiros por 18
meses também não conseguiram assentar as bases de estabilização a longo
prazo. Plano Collor II: conseguiram-se ganhos temporários, mas a
permanência da crítica situação fiscal, os choques de oferta, o grau de
indexação da economia e as expectativas adversas dos agentes quanto ao
comportamento da economia mantinham as pressões inflacionárias.

PLANO REAL: JULHO DE 1994: Tripé:âncora monetária (elevação dos


juros), âncora cambial (valorização do Real) e âncora fiscal (ajuste fiscal
robusto com superávits primários sólidos).

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QUESTÕES PROPOSTAS

01- (NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Suponha que vários


países grandes reduzam o gasto do governo, levando a uma redução na
taxa de juros mundial. Em uma pequena economia aberta, é provável que
ocorra:

(A) uma redução do gasto do governo;

(B) uma redução do investimento;

(C) um aumento no investimento estrangeiro líquido;

(D) um aumento no déficit comercial (ou uma redução no superávit


comercial);

02-(NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Considere o modelo IS-


LM. Alterações na política fiscal que reduzam a demanda por bens e
serviços:

a) deslocam a curva IS para a direita.

b) deslocam a curva IS para a esquerda.

c) não afetam nenhuma das curvas.

d) afetam apenas a curva LM.

e) tornam a curva IS horizontal.

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03-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) O Modelo Mundell-Fleming


tenta avaliar o impacto da política econômica em diferentes economias que
apresentam diferentes regimes cambiais.

A respeito de alguns de seus resultados, analise as seguintes afirmativas:

I) A expansão fiscal em uma pequena economia aberta com regime cambial


de taxas flutuantes é inócua em termos de alteração do produto.

II) A expansão monetária em uma pequena economia aberta com regime


cambial de taxas fixas é inócua em termos de alteração na balança
comercial.

III) A contração monetária numa economia fechada aumenta a taxa de


juros e reduz parcialmente o investimento.

IV) A política comercial de restrição às importações numa pequena


economia aberta com regime cambial de taxa fixa é inócua em termos de
alteração do produto.

As afirmativas corretas são somente:

(A) I e II;

(B) I e III;

(C) I, II e III;

(D) I, II, III e IV;

(E) nenhuma.

04-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) Numa pequena economia


aberta, com taxas de câmbio fixas, uma tarifa às importações aumenta as
exportações líquidas porque:

(A) diminui a renda e, em conseqüência, a poupança, o que resulta num


aumento de exportações líquidas;

(B) desloca a curva IS para a esquerda, o que leva ao aumento na oferta da


moeda para manter a taxa de câmbio fixa, trazendo como conseqüência um
aumento da taxa de juros, o que provoca redução da poupança, aumento
do investimento e das exportações líquidas;
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(C) induz uma redução da oferta monetária por seu efeito sobre a curva LM,
aumentando a taxa de juros, a poupança e, conseqüentemente, leva a um
aumento das exportações líquidas;

(D) desloca a preferência dos consumidores pelo efeito preço, induzindo


uma substituição de importações que atua sobre a escala da indústria, de
modo a aumentar as exportações líquidas, já que as importações foram
contraídas pela tarifa;

(E) desloca a curva IS para a direita, o que leva ao aumento da oferta de


moeda para manter a taxa de câmbio constante, trazendo como
conseqüência um aumento da renda, que causa um aumento de poupança,

05-(ANPEC-Economista-2004/2005) A respeito do modelo Mundell-


Fleming, analise as proposições a seguir:

a) Em uma economia com regime de câmbio fixo, a política fiscal tem efeito
pleno.

Conforme o gráfico abaixo, esse contexto é denominado acomodação


monetária do Banco Central.

b) Neste modelo, a curva que explica o equilíbrio externo será horizontal


caso haja plena mobilidade de capitais e negativamente inclinada caso a
mobilidade não seja plena.

c) Em um país pequeno, com taxa de câmbio fixa e perfeita mobilidade de


capitais, uma política monetária contracionista provoca uma redução no
estoque de moeda estrangeira em poder do Banco Central.

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06- Sobre o modelo Mundell-Fleming, avalie as proposições a seguir:

a) A perfeita mobilidade do capital implica igualdade entre as taxas de juros


dos ativos nacionais e estrangeiros, independentemente de fatores
relacionados à tributação dos ativos.

b) Sob o regime cambial flexível, uma expansão monetária provoca uma


depreciação cambial.

c) Numa economia sob regime de câmbio flutuante e com mobilidade


perfeita de capitais, uma elevação dos impostos provoca uma depreciação
cambial.

d) De acordo com o modelo IS-LM adaptado à economia aberta, num


regime de taxa de câmbio flexível e livre mobilidade de capital, uma
expansão monetária deve ocasionar, no curto prazo, um aumento das
exportações.

e) Numa economia com livre mobilidade de capitais, a política monetária é


mais eficaz num regime de taxa de câmbio fixa do que num regime de taxa
de câmbio flutuante.

07- Sobre o modelo IS-LM ajustado para uma economia aberta com
perfeita mobilidade de capitais, julgue o que se segue:

a) De acordo com o modelo IS-LM adaptado à economia aberta, a


política fiscal é mais eficaz num regime de livre mobilidade de capital
com taxa de câmbio fixa do que numa economia fechada.
b) Sob a hipótese de um regime de câmbio flexível, perfeito movimento de
capitais e expectativas estáticas sobre a taxa de câmbio nominal, esta será
determinada pela oferta e demanda de moeda estrangeira.

c) Sob a hipótese de um regime de câmbio flexível, uma contração


monetária é mais eficiente, em termos de seus efeitos reais, do que uma
contração fiscal.

d) Sob a hipótese de um regime de câmbio fixo, uma expansão fiscal não


resulta em efeitos reais devido à acomodação monetária requerida para
manter o câmbio fixo.

e) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio fixa, um aumento da oferta monetária não deve ter qualquer
efeito sobre o produto.

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08- A respeito do modelo Mundell Fleming e suas variações, interprete as


evidências abaixo:

a) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio flutuante, uma redução dos gastos do governo deve provocar
uma redução do produto.

b) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio fixa, uma redução dos gastos do governo deve provocar uma
redução do produto.

c) Com salários nominais rígidos, câmbio nominal fixo e perfeita mobilidade


do capital, uma política fiscal expansionista não afetará a renda nacional.

d) No caso de uma pequena economia aberta, a política fiscal não


exerce impacto sobre a renda quando as taxas de câmbio são fixas.

09-(FJP/FISCO RONDÔNIA-2006) Considerando a implementação de


política fiscal expansionista em uma economia pequena, com livre
mobilidade de capital e regime de câmbio flexível, o nível de renda e a taxa
de juros vão apresentar, respectivamente, a seguinte posição:

a) aumenta/diminui

b)diminui/diminui.

c) aumenta/aumenta.

d) aumenta/não se altera.

e) não se altera/não se altera.

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10-(NCE/UFRJ-ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO-ANAC-ECONOMISTA
– 2007) A respeito do modelo Mundell-Fleming para uma economia
pequena, com perfeita mobilidade de capitais, não é correto afirmar que:

a) a adoção do regime de câmbio fixo elimina a possibilidade de o governo


influenciar o nível de renda de equilíbrio através da política monetária.

b) a adoção de regime de câmbio flexível fará com que a política fiscal


tenha efeitos apenas na composição da demanda e não sobre o nível de
renda de equilíbrio.

c) em regime de câmbio flexível, uma política monetária expansionista irá


gerar uma melhora na balança comercial e um aumento no nível de renda
de equilíbrio.

d) em regime de câmbio flexível, uma política monetária contracionista irá


gerar uma redução na taxa de juros doméstica.

e) em regime de câmbio flexível, a expansão da oferta monetária irá


gerar uma depreciação da moeda doméstica.

11-(CESGRANRIO/INEA/2008) Considere o gráfico usual do


modelo IS/LM.

Segundo os economistas da escola clássica, neste gráfico.


a) curva IS deveria ser vertical.
b) curva LM deveria ser vertical.
c) curva LM deveria ser horizontal.
d) curva IS deveria ser horizontal.
e) duas curvas, IS e LM, deveriam ser horizontais.

12-(CESGRANRIO/BNDES/2008) O gráfico abaixo mostra as curvas IS e


LM numa certa economia.

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Maiores gastos públicos financiados por novas emissões monetárias

a) expandiram a produção e a renda acima de Y0.

b) reduziriam necessariamente a taxa de juros para baixo de i0.

c) reduziriam as importações.

d) deslocariam a IS e a LM para posições tais como AB e CD.

e) provocariam, necessariamente, aumento dos preços.

13-(FCC-MPU/2007) Se a função LM for infinitamente elástica em relação


à taxa de juros e a economia apresentar taxa de desemprego acima da taxa
natural, uma medida de política econômica recomendada para aumentar a
renda de equilíbrio é:

a) aumento da oferta monetária.

b) redução da taxa de juros da economia.

c) valorização da taxa de câmbio.


d) redução da tributação.

e) diminuição dos gastos do governo.

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14-(ESAF-AFC-STN-2008) Considerando o modelo IS-LM sem os


denominados casos clássicos e da armadilha da liquidez, é incorreto afirmar
que:

a) Um aumento das aquisições de bens de capital, por parte dos


empresários, eleva a taxa de juros.
b) uma política monetária expansionista reduz a taxa de juros de equilíbrio.

c) o equilíbrio de curto prazo do modelo IS-LM não precisa ser o de pleno


emprego.

d) considerando uma função consumo linear do tipo C = C0 + cY, com


0<c<1, um aumento de C0 reduz a taxa de juros.

e) uma política fiscal contracionista reduz a taxa de juros.

15-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) Um aumento
substancial na entrada de capital externo num certo país leva, de imediato,
à(ao)

a) maior taxa de crescimento do PIB.

b) redução das reservas internacionais, se a taxa de câmbio for fixa.

c) valorização cambial da moeda do país, se a taxa de câmbio for flutuante.

d)menor deficit em conta corrente do balanço de pagamentos.

e) aumento do consumo da população.

16-(CESGRANRIO/BNDES/2008) Uma face importante da chamada


globalização financeira é a extraordinária expansão recente dos fluxos
financeiros internacionais (sejam empréstimos, financiamentos ou
investimentos em portfólio). Tal expansão

a) levou à adoção de regimes cambiais fixos por parte da maioria dos


países.
b) reduziu a necessidade de manter reservas internacionais por parte dos
bancos centrais.

c) aumentou a potência das políticas monetária e fiscal domésticas dos


diversos países.

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d) aumentou a capacidade do FMI (Fundo Monetário Internacional) de


realizar, com sucesso, empréstimos compensatórios de balanço de
pagamentos.

e) aumentou a necessidade de coordenação das políticas monetárias e


fiscais dos diversos países.

17-(CESGRANRIO/BNDES/2008) A participação intensa do setor


privado, em parceria com o setor público, nos investimentos de infra-
estrutura, por exemplo, depende, em grande parte, das condições listadas
abaixo, exceto uma. Indique-a.

a) Credibilidade do governo.
b) Marco regulatório estável.

c) Facilidades ou subsídios fiscais.

d) Mercado de capitais desenvolvido.

e) Estabilidade macroeconômica.

18-(CESGRANRIO/BNDES/2008) Assinale, entre as opções abaixo, a


que não corresponde a uma das principais características da política de
industrialização brasileira no Pós-Guerra.

a) Fornecimento de crédito a longo prazo para implantação de novos


projetos.

b) Proteção à indústria nacional, mediante tarifas de importação e barreiras


não tarifárias.

c) Participação direta do Estado no suprimento da infra-estrutura


(energia, transporte).
d)Participação direta do Estado na produção em alguns setores tidos como
prioritários (siderurgia, mineração, petróleo).

e) Intensa preocupação em atender o consumidor doméstico com produtos


de qualidade e baratos.

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19-(CESGRANRIO/BNDES/2008) O período de 1974/78 foi de


adaptação da economia brasileira e mundial à enorme alta dos preços do
petróleo. Nesse período houve mudanças importantes, tais como:

a) redução substancial dos gastos brasileiros com a importação de petróleo.

b) redução das taxas de juros no mundo e no Brasil, devido à grande oferta


de “petrodólares” pelos países exportadores de petróleo.

c) aumento considerável dos déficits em conta corrente dos países


importadores de petróleo, financiados pela reciclagem dos “petrodólares”
via sistema financeiro internacional.

d) expansão econômica mundial, financiada pela reciclagem dos


“petrodólares” promovida pelo sistema financeiro internacional.

e) grande aumento das exportações brasileiras, mais do que compensando


os maiores gastos com a importação do petróleo.

20-(CESGRANRIO/INEA/2008) A produtividade é o determinante-chave


do padrão de vida médio da população. Não é importante na determinação
da produtividade num certo país o(a)

a) capital físico acumulado.

b) capital humano acumulado.

c) conhecimento tecnológico.

d) existência de recursos naturais.

e) elevada participação da indústria no PIB.

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21-(CESGRANRIO/INEA/2008) O investimento em capital físico ou em


capital humano tem um custo de oportunidade. A respeito de tal custo,
pode-se afirmar que

a) a concentração elevada da distribuição da renda é o custo do


crescimento.

b) a insuficiência de demanda agregada é o custo do crescimento


econômico.

c) a poupança externa e o investimento estrangeiro podem eliminar os


custos do crescimento econômico.

d) o crescimento econômico implica custos de redução de consumo e do


lazer da população.

e) uma política vigorosa de incentivo às exportações propicia o crescimento


econômico com custos mínimos.

22-(CESGRANRIO/INEA/2008) O índice de Desenvolvimento Humano


(IDH) e o PIB per capita de um país são medidas do bem-estar de suas
populações. Ao estabelecer um paralelo entre estas duas medidas, tem-se
que

a) um país com elevado PIB per capita e baixo IDH se desenvolveu mais do
que cresceu.

b) o IDH, comparado com o PIB per capita, leva mais em consideração a


distribuição de renda ao medir o bem-estar da população.

c) a ordenação dos países pelo IDH coincide com a ordenação pelo PIB per
capita.

d) quanto maior o IDH, maior o PIB per capita do país.

e) quanto mais elevado o coeficiente de Gini, maior o IDH e o PIB per capita
do país.

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23-(ESAF-STN-2008) Nos dez anos que se seguiram à posse do


Presidente José Sarney, foram implementados vários planos de
estabilização com o intuito de reduzir a inflação no Brasil, sendo o último o
Plano Real. Em relação a esses planos, é correto afirmar que:

a) o conceito de inflação inercial esteve subjacente a grande parte de tais


planos de estabilização, sendo assim, entendia-se a inflação como sendo
explicada por uma série de choques de custos ocorridos no período.

b) o conceito de inflação inercial era a principal tese acerca da inflação no


período, esse tipo de inflação estava associado às constantes acelerações
que a inflação apresentava no período, sendo que os períodos em que a
inflação apresenta uma tendência de estabilidade, esta tendência estava
associado a um baixo hiato do produto.

c) apesar de a inflação inercial ser um conceito de inflação importante para


a maioria desses planos de estabilização, a estratégia de combate a essa
inflação foi diferente: por exemplo se compararmos o Plano Cruzado com o
Plano Real, já que no primeiro optou-se pelo congelamento de preços, não
utilizado no último.

d) o Plano Collor difere dos demais planos no período tanto por não se valer
do congelamento de preços como por usar uma forte âncora monetária.

e) Os Planos Cruzado, Bresser e Verão utilizaram o congelamento de


preços, salários e de taxa de câmbio, além de terem mantido uma política
de juros elevados, após o plano.

24-(ESAF-STN-2008) Se observarmos a economia brasileira, entre 1980


e 1984, poderemos notar que:

a) entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais,


para fazer frente aos pagamentos da dívida exerna no período, está a
diminuição da absorção doméstica.

b) nesse período, houve o encarecimento da dívida externa, tendo sido


necessária a geração de superávits comerciais para o pagamento dos juros
correspondentes a tal dívida, a partir da crise do Méxiso, em 1982, porém,

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o acesso a novas fontes privadas de financiamento externo possibilitou que


parte desses pagamentos fosse feito com novos empréstimos externos.

c) a inflação, durante estes anos, se manteve em patamares bastante


elevados, porém estabilizada.

d) as empresas estatais foram fundamentais no período já que, por meio


delas, o país obteve acesso a empréstimos internacionais, que puderam ser
usados para financiar o déficit no Balanço de Pagamentos.

e) a alta inflação brasileira é caracterizada como sendo de custos, causada


pelos choques de petróleo e dos juros internacionais em no seu combate, foi
utilizado, durante o período, o regime de câmbio fixo.

25-(ESAF/APO-MPOG-2008) A utilização de indicadores sociais como


parte da avaliação da riqueza de um país insere-se na discussão entre
crescimento e desenvolvimento econômico. Com relação a indicadores
sociais, aponte a única opção falsa.

a) Uma avaliação de como a renda é distribuída na economia pode ser


realizada a partir do índice de Gini, com este índice variando de zero a um.

b) Quando o índice de Gini está mais próximo da unidade, pior é a


concentração de renda.

c) O índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pelas Nações Unidas,


tem como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países.

d) O IDH agrega, em sua metodologia de cálculo, três variáveis: saúde,


educação e renda per capita.

e) O IDH varia de zero a um, classificando os países em três grupos: os de


baixo desenvolvimento (IDH maior do que 0,8); os de médio
desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8) e os de alto desenvolvimento (IDH
menor do que 0,5).

26-(ESAF/APO-MPOG-2008) Identifique qual das afirmações abaixo não


corresponde a uma descrição da situação fiscal ou do contexto
macroeconômico no período 1981/1994.

a) O período posterior a 1986 caracterizou-se pela observação de taxas de


inflação superiores a 1000% ao ano em quase todos os anos.

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b) Foi uma fase caracterizada por uma estagnação contínua da economia ao


longo do período.

c) Devido à elevação da inflação, os mecanismos de indexação tributária


foram sucessivamente aperfeiçoados ao longo do período.

d) Em que pese a tese de que o déficit público causa o aumento dos preços,
a alta inflação do início dos anos 1990 parece ter colaborado para diminuir o
déficit operacional do setor público.

e) As principais causas da deterioração das contas públicas nos anos de


1980 foram: o aumento do gasto com pessoal, notadamente na esfera
estadual e municipal, maiores despesas previdenciárias e o crescimento do
fluxo de pagamento de juro da dívida pública.

27-(CESPE/UNB- AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL -2002) A


expressão Consenso de Washington, cunhada em 1990, traduz, em
linhas gerais, um conjunto de teses e idéias neoliberais defendidas
por altos funcionários da área econômica dos Estados Unidos da
América (EUA) e pelos organismos multinacionais lá sediados. Esse
ideário, espécie de esteio da economia dita globalizada, estabeleceu o
tom da evolução econômica e financeira mundial desde então,
angariando adeptos e opositores pelo mundo afora. Relativamente a
esse tema, julgue os itens que se seguem.
a) O Consenso de Washington defendia a austeridade fiscal como
condição essencial ao sucesso dos programas de estabilização
monetária, de que decorria a adoção de um programa de corte dos
gastos públicos e reformas administrativas, previdenciárias e fiscais.
b) Tendo em vista a abertura e a desregulação do mercado cada vez
mais internacionalizado, o Consenso de Washington propunha – e
praticou – que o capital fosse pesadamente taxado para não colocar
em risco as economias mais frágeis.
c) O modelo de industrialização adotado pelos países periféricos após
a Segunda Guerra Mundial, que envolvia sensível presença estatal,
segundo a perspectiva de Washington, estava ultrapassado e, como
tal, deveria ser desmontado.
d) Paradoxalmente, ao mesmo tempo que propunha a desregulação
do mercado financeiro, o Consenso de Washington estimulava a
presença mais ativa do Estado na defesa do trabalho ampliando a
legislação trabalhista como forma de impedir conflitos sociais.

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e) Ampla abertura comercial e privatização das empresas e dos


serviços públicos foram alguns dos aspectos mais marcantes do
receituário elaborado pelo Consenso de Washington.

28-(CESPE/UNB-TCE-AC/2006) O estudo da economia brasileira,


incluindo-se aí o fenômeno inflacionário que a caracterizou durante um
longo período, é importante para a compreensão da situação econômica
atual. Acerca desse assunto, julgue os itens subseqüentes.

a) O caráter concentrador, em termos de renda, do processo de substituição


de importações deveu-se, em parte, ao uso intensivo do capital na
industrialização brasileira, que limitava a expansão do emprego no setor
urbano.

b) A partir de 1991, iniciou-se um processo de substituição da dívida interna


por dívida externa, com o aumento da dívida externa líquida viabilizada em
razão da acumulação de reservas.

c) A valorização da taxa de câmbio, adotada no âmbito do Plano Real, ao


baratear as importações, constitui um fator importante para limitar a alta
dos preços domésticos e controlar a inflação.

29-(CESPE/UNB- PETROBRAS – ECONOMISTA-2007) A análise


da economia e do orçamento público brasileiros ajuda a compreender
os fenômenos econômicos que caracterizam o Brasil. Com base nessa
análise, julgue os itens abaixo.
a) Como parte das reformas de 1964/67, o Plano de Ação Econômica
do Governo (PAEG), lançado em novembro de 1964, tinha por
objetivo combater a inflação, sem comprometer o ritmo de
crescimento econômico.
b) O crescimento da economia brasileira foi, até 1973/74, liderado
pela indústria de bens de consumo duráveis, destinados,
majoritariamente, às camadas de poder aquisitivo médio e alto.
c) No período de 1995 a 1998, a crise dos estados deveu-se
unicamente à Lei Kandir, já que, desde o início dos anos 80, os
gastos com pessoal – ativos e inativos – tinham sido equacionados e,
por isso, não pressionavam o orçamento das unidades da federação.
d) No Brasil, o processo de privatização é parte do projeto de
reformulação do papel estatal na economia; nesse projeto, o Estado
produtor é substituído pelo Estado regulador.
e) Na evolução recente da dívida pública brasileira, o reconhecimento
de dívidas antigas e não-registradas inicialmente – os chamados
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esqueletos – representou um aumento do valor da dívida não-


relacionado ao resultado fiscal.

30(CESPE/UNB- PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO-


2007) O estudo da evolução da economia brasileira é importante
para a compreensão da situação econômica atual. Acerca desse
assunto, julgue os itens a seguir.
a) A industrialização embasada na substituição de importações,por
ser capital intensiva e, portanto, restringir a criação de empregos no
setor urbano, contribuiu para aumentar a concentração de renda.
b)Os investimentos realizados no âmbito do II PND (Plano Nacional de
Desenvolvimento), que visavam eliminar as restrições estruturais e
externas ao crescimento, concentraram-se nos setores de bens de capital,
energético e exportador, excluindo-se, porém, investimentos em
infraestrutura.

c) No Plano Cruzado, políticas fiscais e monetárias restritivas, aliadas ao


congelamento de preços, concorreram para reduzir a inflação.

d) No amplo debate acerca das causas da inflação, a visão heterodoxa


enfatizava o papel desempenhado pelo conflito distributivo, em que cada
grupo social tentava maximizar sua parcela na renda nacional, parcelas
essas que, somadas, eram superiores à renda agregada da economia.

e) No Plano Real, o principal instrumento para se atingir a estabilização da


economia foi a âncora cambial.

31-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) No que diz respeito ao


desenvolvimento da economia brasileira contemporânea, assinale a opção
correta.

a)No período de crescimento acelerado (1968-1972), a expansão da


demanda agregada foi viabilizada pelo aumento do investimento
público, pela adoção de políticas fiscais e monetárias expansionistas,
bem como pela utilização de um sistema de incentivos à exportação
de produtos manufaturados.

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b) Parte substancial dos investimentos realizados no âmbito do II Plano


Nacional de Desenvolvimento foi financiada com recursos do setor privado,
impulsionado pelas elevadas taxas de poupança então prevalecentes na
economia brasileira.

c) No período 1981-1990, apesar do baixo crescimento da renda média,


ocorreram melhoras substanciais na distribuição de renda.

d) O aumento expressivo da pobreza no período entre 1995 e 2002 vai de


encontro à idéia de que a estabilidade macroeconômica constitui um
instrumento efetivo para elevar as condições de vida da população mais
pobre.

e) Embora a desigualdade educacional seja elevada no Brasil, o prêmio à


escolaridade é muito baixo, sugerindo, pois, que as disparidades de renda
não decorrem dessa desigualdade.

32-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) A inflação recorrente


que assolou, durante anos, a economia brasileira motivou a adoção de
diversos planos de estabilização. Acerca desses planos, assinale a opção
correta.

a) No Plano Cruzado, a pressão inflacionária decorrente da expansão dos


gastos de consumo e investimento dificultou a manutenção do
congelamento de preços.

b) No Plano Verão, contrariamente àqueles que o precederam,o


ajuste fiscal, que restringiu fortemente os gastos públicos e elevou a
arrecadação, permitiu que a inflação se mantivesse em patamares
relativamente baixos.
c) O sucesso do Plano Bresser no combate à inflação se fez às expensas do
equilíbrio externo, conforme atestado pelos substanciais deficits da balança
comercial durante a vigência desse plano.

d) O confisco da liquidez realizado no âmbito do Plano Collor, acompanhado


de um controle estrito dos meios de pagamento, permitiu ao governo fazer
uma política monetária ativa, vista como fundamental para o controle da
inflação.

e) No período de 1994 a 1998, o sucesso do Plano Real no controle da


inflação deveu-se à adoção da âncora cambial e à redução substancial do
desequilíbrio fiscal e da dívida pública.

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33-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) Com respeito ao


processo de industrialização da economia brasileira, assinale a opção
correta.

a) Ao longo do período de 1945 e 1955, a forte expansão da indústria de


transformação se deu na ausência de políticas intervencionistas,
representando, assim, uma vitória das teses liberais sobre o “estatismo-
nacional”.

b) A concepção de acordo com a qual o crescimento industrial


coincidia com a expansão da economia cafeeira é defendida pelos
adeptos da teoria dos choques adversos.
c) Os investimentos realizados no âmbito do Plano de Metas direcionaram-
se, prioritariamente, para os setores de bens de consumo não-duráveis.

d) Em virtude do caráter “capital-intensivo” do investimento industrial, o


processo de industrialização contribuiu para aumentar as disparidades de
renda da economia brasileira.

e) A industrialização via substituição de importações apoiou-se na elevação


das tarifas aduaneiras para compensar a valorização real do câmbio.

34-(CESPE-UNB/ECONOMISTA-MINISTÉRIO DOS ESPORTES-2008)


O desenvolvimento econômico e social requer que o crescimento econômico
se faça acompanhar de melhorias significativas dos indicadores
socioeconômicos. A respeito desses aspectos, que são particularmente
relevantes no Brasil em razão das desigualdades entre indivíduos e regiões
que caracterizam o país, julgue os itens subseqüentes.

a) A redução da pobreza entre 1980-2002 ocorreu principalmente na


década de 90, mais especificamente após a implementação do Plano Real.

b) No Brasil, os níveis educacionais explicam uma parte substancial das


desigualdades salariais.

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c) Apesar das fortes disparidades de renda, o Brasil apresenta coeficientes


de Gini bem menores que a maioria dos países com índice de
desenvolvimento humano (IDH) superior ao seu.

d) No âmbito das parcerias público-privadas, a criação das sociedades de


propósito específico, além de canalizar recursos privados para viabilizar
investimentos em infra-estrutura e serviços de utilidade pública, permite,
também, acompanhar e fiscalizar os projetos de investimentos referentes
aos setores mencionados.

35-(CESPE-UNB/ECONOMISTA-MINISTÉRIO DOS ESPORTES-2008)


Com referência à história da economia brasileira, cujo estudo é importante
para a compreensão da situação econômica atual do país, julgue os itens .

a) Durante o período do milagre econômico, a principal fonte de


crescimento da economia brasileira foi a agricultura, impulsionada pela forte
expansão do crédito agrícola durante esse período.

b) No II Plano Nacional de Desenvolvimento, o crescimento econômico


baseou-se, sobretudo, na expansão dos setores que produziam bens de
capital e insumos básicos.

c) A estratégia utilizada para estabilizar a economia no âmbito do Plano


Real incluiu a coexistência de uma política monetária restritiva com a
valorização da moeda nacional.

d) Taxas de juros elevadas e dificuldade de obter recursos adicionais no


mercado externo culminaram na crise da dívida externa, que obrigou o
Brasil a buscar superávits externos mediante a contenção da demanda
agregada e a modificação da estrutura de preços relativos, tornando-os
mais favoráveis à exportação.

e) No período imediato após o Plano Real, a adoção do sistema de


minibandas e a desvalorização anual do câmbio, além de impedirem novas
apreciações do real, eliminaram também a sobrevalorização do câmbio.

f) A baixa inflação mensal inicial associada a uma política monetária rígida


restringiu o impacto inflacionário da desvalorização cambial em 1999 e
garantiu que a inflação, embora superior à de 1998, se mantivesse abaixo
dos dois dígitos.

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g) No período 2002-2004, ocorreu uma redução substancial do resultado


primário do governo decorrente da política fiscal expansionista em vigência
nesse período.

36- Sobre os planos de estabilização anteriores ao Real, podemos assinalar


que:

a) Em meados de 1990, o Plano Collor expandiu instrumentos para aquecer


a liquidez do sistema econômico.

b) Quando a gestão Collor decidiu-se por abrir as comportas de liquidez, a


gestão das políticas monetária e fiscal foi acertada.

c) O Plano Cruzado, diferentemente dos planos anteriores, foi o único que


conseguiu controlar a demanda no período de 1986 a 1993.

d) O Plano Verão trouxe elementos que culminaram com o que se


convencionou chamar de hiperinflação.

37-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) O plano Real de


estabilização da economia brasileira, lançado em meados de 1994, foi
acompanhado de

a) valorização inicial do Real em relação ao dólar americano.

b) aumento imediato das reservas internacionais do país.

c) redução das importações brasileiras.


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d)forte redução da taxa de juros doméstica.

e) crescimento real do PIB e do investimento acima de 8% a.a.

38-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) A política de
substituição de importações na economia brasileira:

a) esgotou-se devido ao primeiro choque de petróleo da década de 1970.

b) protegeu a indústria nascente brasileira da competição de produtos


importados.

c) se encerrou imediatamente após a Grande Depressão Mundial da década


de 1930.

d) barateou os produtos importados para o consumidor brasileiro.

e) começou durante os governos militares da década de 1970.

39-(CESGRANRIO-ECONOMISTA-ANP-2008) Na concepção e
execução do Plano Real, visando à redução da taxa de inflação no
Brasil,
a) a criação da URV teve o objetivo de promover a desindexação da
economia.

b) o desajuste das contas públicas (orçamentos governamentais) não


recebeu a devida importância.
c) o baixo nível de poupança interna foi considerado o fator primordial a ser
revertido.

d) os atrasos cambiais foram considerados o elemento central para a


execução do plano.

e) os déficits em conta corrente do balanço de pagamentos precisavam ser


revertidos.
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40 – ( CESGRANRIO/Economista-Petrobras-2005) Os fatores
que determinam a eficácia da política fiscal no modelo IS-LM são
a(o):
a) potência da política monetária e o tamanho do multiplicador dos
gastos autônomos.

b) elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de câmbio e


a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros.
c) tamanho do gasto público e o tamanho do multiplicador.

d) multiplicador dos gastos autônomos e o tamanho da armadilha da


liquidez.

e) multiplicador dos gastos autônomos, a elasticidade do


investimento em relação à taxa de juros e a elasticidade da demanda
de moeda em relação à taxa de juros.

41- (NCE/UFRJ – IBGE – 2001) Suponha que dois países difiram


somente no que diz respeito à magnitude das suas propensões
marginais a consumir. No país A, a propensão marginal a consumir é
alta e no país B, a propensão marginal a consumir é pequena.
Assumindo que as funções de demanda e oferta de moeda são iguais
em ambos os países, é falso que

a) a curva IS é mais inclinada no país A do que no país B

b) o formato da curva LM não é afetado pela propensão marginal a


consumir

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c) supondo que a política monetária seja capaz de alterar o nível do


produto nos dois países, ela será mais eficaz para alterar o produto
no país A.

d) intuitivamente, quando a taxa de juros cai, o investimento


aumenta e o produto cresce via o efeito direto do investimento e
efeitos multiplicadores sobre o consumo.

e) se os dois países estiverem na “armadilha da liquidez”, a política


monetária será igualmente ineficaz para aumentar o nível do produto
nos dois países.

42- Considerando um modelo do tipo IS-LM, verifique se são


verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações:
a) Se ocorre a armadilha da liquidez, a política econômica torna-se
inoperante para influenciar os níveis de renda e emprego.

b) Quanto maior a elasticidade-renda da demanda por moeda, maior


a inclinação da curva LM, e, portanto, menor a eficácia de uma
política fiscal expansionista.

c) A armadilha da liquidez trata de uma situação em que o público


está preparado para, a uma dada taxa de juros, reter qualquer
quantidade de moeda que lhe for oferecida.

d) A armadilha da liquidez implica que a curva LM é horizontal e que


aumentos da quantidade de moeda não a tiram do lugar.

e) A armadilha da liquidez implica que uma política monetária –


consistindo de compras, com dinheiro, pelo BACEN, de títulos do
governo em poder do público – tem um forte efeito de redução da
taxa de juros e de aumento do nível de renda.

43 – (NCE/UFRJ – BNDES-Economista – 2005) Analise as


proposições a seguir sobre o modelo IS-LM:

I – Considerando uma economia aberta pequena, com perfeita


mobilidade de capital e taxa de câmbio flexível, uma expansão
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monetária irá elevar o nível do produto de equilíbrio e aumentar o


saldo da conta corrente através de uma depreciação induzida.

II – Considerando uma economia aberta pequena, com perfeita


mobilidade de capital e taxa de câmbio fixa, se o atual nível de
produto de equilíbrio está abaixo do pleno emprego, o governo terá
como uma de suas opções para elevá-lo a expansão da oferta
monetária.
III – No caso “clássico”, uma política fiscal não terá efeito sobre o
nível de renda e a demanda por moeda não depende da taxa de
juros.

Assinale a alternativa correta:

a) apenas as proposições I e II estão corretas.

b) apenas as proposições I e III estão corretas.

c) apenas as proposições II e III estão corretas.

d) todas as proposições estão corretas.

e) nenhuma das proposições está correta.

44- Avalie as proposições:

a) Em um regime de taxas flutuantes de câmbio, uma expansão


monetária gera uma alta inicial dos investimentos, mas uma queda
das exportações líquidas.

b) Havendo plena mobilidade de capitais, o equilíbrio com taxas fixas


de câmbio é encontrado na interseção da curva IS com a curva BP,
que representa o equilíbrio externo. Neste caso, a curva LM é
redundante.

c) Em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capital, a


taxa de juros doméstica (ajustada para risco) não se desvia da taxa
de juros internacional por períodos prolongados.
d) É possível melhorar a conta corrente mediante expansão
monetária.
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e) Em um regime de taxas flutuantes de câmbio e perfeita mobilidade


de capitais, expansões fiscais são ineficazes para influenciar a renda.

45- (VUNESP/CMSP-2007) Se um país A tem mais da metade da


sua população entre as idades 0 a 15 anos e um país B tem sua
população majoritariamente entre 20 e 50 anos, de acordo com a
Teoria do Ciclo de Vida, espera-se que:

a) a taxa de poupança no país A seja menor do que no país B.

b) a taxa de poupança no país B seja menor do que no país ª

c) o país A importe bens do país B.

d) o país A exporte bens ao país B.

e) o país A tome empréstimos do país B.

46- (ESAF/ENAP – 2006 e AFRF/2005) Considere válida a


seguinte restrição orçamentária intertemporal de dois períodos para
uma nação hipotética:

C1 + C2/( 1 + r) =Q1 + Q2/(1 + r)

Onde C1 e C2 são os valores para o consumo nos períodos 1 e 2,


respectivamente. Q1 e Q2 as rendas dos períodos 1 e 2,
respectivamente.
Considerando que essa economia hipotética “respeita” essa restrição
e mantém relações comercial e financeira com o resto do mundo, é
incorreto afirmar que:
a) o consumo no primeiro período pode ser maior do que a renda no
primeiro período.

b) se C1 > Q1 então C2 < Q2.

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c) um déficit comercial no primeiro período deve ser necessariamente


compensado por um superávit comercial no segundo período.

d) se a nação tiver um déficit na conta corrente no primeiro período,


incorrendo assim em dívida externa, deverá ter um superávit futuro
para pagar a dívida.

e) o consumo no período 1 não pode ser igual ao consumo no período

GABARITO DAS QUESTÕES PROPOSTAS

01-D 11-B 21-D 31-A 41-A

02-B 12-A 22-B 32-A 42-*

03-C 13-D 23-C 33-D 43-B

04-E 14-D 24-A 34-* 44-*

05-VFF 15-C 25-E 35-* 45-A

06-FVVVF 16-E 26-B 36-D 46-E

07-VVVFV 17-C 27- VFVFV 37-A

08-FVFF 18-E 28-VFV 38-B

09-E 19-C 29- VVFVV 39-A

10-D 20-E 30- VFFVV

*34- VVFV 

*35- FVVVFVF

*42-FVVVF

*44-FVFVV

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QUESTÕES E COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01- (NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Suponha que vários


países grandes reduzam o gasto do governo, levando a uma redução na
taxa de juros mundial. Em uma pequena economia aberta, é provável que
ocorra:

(A) uma redução do gasto do governo;

(B) uma redução do investimento;

(C) um aumento no investimento estrangeiro líquido;

(D) um aumento no déficit comercial (ou uma redução no superávit


comercial);

(E) um aumento na taxa de juros.

Comentários:

Uma redução generalizada dos gastos do governo operacionalizada por


países de expressão no cenário mundial acarreta, invariavelmente, uma
redução dos juros dos mercados financeiros mundiais. Dessa forma, a taxa
de juros doméstica (nacional) se vê valorizada frente às demais taxas,
servindo de fator atrativo para a captação de recursos internacionais em
busca de uma melhor remuneração.

A moeda doméstica se valoriza frente à moeda forte, reduzindo as


exportações líquidas (maiores importações e menores exportações)
trazendo no bojo um crescente déficit comercial, isto é, um saldo negativo
na balança comercial.

A assertiva “D” está correta.

02-(NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Considere o modelo IS-


LM. Alterações na política fiscal que reduzam a demanda por bens e
serviços:

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a) deslocam a curva IS para a direita.

b) deslocam a curva IS para a esquerda.

c) não afetam nenhuma das curvas.

d) afetam apenas a curva LM.

e) tornam a curva IS horizontal.

Comentários:

Alterações na política fiscal que reduzam a demanda por bens e serviços


são provenientes de menor despesa governamental em gastos correntes e
de capital bem como aumento de tributação. São medidas contracionistas
de cunho fiscal. A curva IS se desloca para a esquerda, reduzindo a renda e
a taxa de juros.

LM

IS’

IS”

A assertiva “B” está correta.

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03-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) O Modelo Mundell-Fleming


tenta avaliar o impacto da política econômica em diferentes economias que
apresentam diferentes regimes cambiais.

A respeito de alguns de seus resultados, analise as seguintes afirmativas:

I) A expansão fiscal em uma pequena economia aberta com regime cambial


de taxas flutuantes é inócua em termos de alteração do produto.

II) A expansão monetária em uma pequena economia aberta com regime


cambial de taxas fixas é inócua em termos de alteração na balança
comercial.

III) A contração monetária numa economia fechada aumenta a taxa de


juros e reduz parcialmente o investimento.

IV) A política comercial de restrição às importações numa pequena


economia aberta com regime cambial de taxa fixa é inócua em termos de
alteração do produto.

As afirmativas corretas são somente:

(A) I e II;

(B) I e III;

(C) I, II e III;

(D) I, II, III e IV;

(E) nenhuma.

Comentários:

A política fiscal expansiva acarreta aumento da taxa de juros doméstica.


Essa elevação provoca uma apreciação da moeda doméstica frente à
internacional em razão do diferencial de juros favorável à moeda nacional.
Esse ingresso maciço de capitais estrangeiros provoca maior demanda por
reais no mercado de câmbio, reduzindo as exportações líquidas (
exportações menos importações), provocando déficit na balança comercial.
Dessa forma, os efeitos expansionistas da política de aumento dos gastos
públicos e/ou redução da carga tributária são anulados pelos impactos
contracionistas da apreciação da moeda nacional, o que provoca
imutabilidade dos níveis de produto e renda da economia.
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A assertiva I está correta.

A política monetária expansionista gera invariavelmente redução dos juros


domésticos, o que sinaliza uma atração por títulos estrangeiros que
remuneram a uma taxa mais atraente. Como a taxa de câmbio é fixa, o BC
se vê obrigado a reduzir a oferta de moeda ao diminuir a quantidade de
reservas internacionais no seu ativo em troca de moeda nacional. Com isso,
a oferta de moeda e a curva LM voltam às suas posições originais. Não há
impactos sobre a balança comercial nem sobre a renda e o produto.

A assertiva II está correta.

A política monetária contracionista reduz a oferta de moeda, aumentando a


taxa de juros, no modelo original IS-LM. O investimento, por sua vez, é
notoriamente afetado pelo aumento dos juros, desestimulando novas obras,
compras e gastos privados e públicos.
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A assertiva III está correta.

A política comercial expansiva ( restrição às importações via cotas ou tarifas


e/ou subsídios às exportações) provoca superávit na balança comercial,
melhorando as exportações líquidas. O aumento observado da taxa de juros
motiva a atração de capitais, o que força o BC a comprar moeda
estrangeira, aumentado a oferta monetária ( taxa de câmbio fixa). A
indução de aumento na oferta de meios de pagamento com o propósito de
manter constante a taxa de câmbio traz, como conseqüência, o crescimento
da renda agregada.

A assertiva IV está incorreta.

A assertiva “C” está correta.

04-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) Numa pequena economia


aberta, com taxas de câmbio fixas, uma tarifa às importações aumenta as
exportações líquidas porque:

(A) diminui a renda e, em conseqüência, a poupança, o que resulta num


aumento de exportações líquidas;

(B) desloca a curva IS para a esquerda, o que leva ao aumento na oferta da


moeda para manter a taxa de câmbio fixa, trazendo como conseqüência um
aumento da taxa de juros, o que provoca redução da poupança, aumento
do investimento e das exportações líquidas;

(C) induz uma redução da oferta monetária por seu efeito sobre a curva LM,
aumentando a taxa de juros, a poupança e, conseqüentemente, leva a um
aumento das exportações líquidas;

(D) desloca a preferência dos consumidores pelo efeito preço, induzindo


uma substituição de importações que atua sobre a escala da indústria, de
modo a aumentar as exportações líquidas, já que as importações foram
contraídas pela tarifa;

(E) desloca a curva IS para a direita, o que leva ao aumento da oferta de


moeda para manter a taxa de câmbio constante, trazendo como
conseqüência um aumento da renda, que causa um aumento de poupança,
resultando num aumento das exportações líquidas.

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Comentários:

Uma tarifa ou cota de importação da mesma forma que uma política de


subsídios às exportações desloca a curva IS para a direita. O saldo da
balança comercial melhora em função de um aumento das exportações
líquidas. Em razão da taxa de juros ser dada a nível mundial, a elevação da
taxa doméstica motiva o ingresso maciço de capitais internacionais. O BC
compra moeda estrangeira, aumentando a oferta monetária doméstica.
Essa indução de aumento na oferta de moeda com a finalidade de manter
constante a taxa de câmbio traz, como conseqüência, o crescimento da
renda agregada.

A assertiva “E” está correta.

05-(ANPEC-Economista-2004/2005) A respeito do modelo Mundell-


Fleming, analise as proposições a seguir:

a) Em uma economia com regime de câmbio fixo, a política fiscal tem efeito
pleno.

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Conforme o gráfico abaixo, esse contexto é denominado acomodação


monetária do Banco Central.

b) Neste modelo, a curva que explica o equilíbrio externo será horizontal


caso haja plena mobilidade de capitais e negativamente inclinada caso a
mobilidade não seja plena.

c) Em um país pequeno, com taxa de câmbio fixa e perfeita mobilidade de


capitais, uma política monetária contracionista provoca uma redução no
estoque de moeda estrangeira em poder do Banco Central.

Comentários:

A assertiva “A” está correta porque a política fiscal expansionista


incrementa a taxa de juros a um nível mais acentuado que a observada nos
mercados financeiros internacionais, provocando forte atração de capitais
do resto do mundo. O BC, como autoridade monetária responsável, tem que
comprar o excedente de moeda estrangeira, injetando moeda na economia,
para evitar um processo de desvalorização cambial. A política fiscal tem
efeito máximo sobre o nível de produto real.

LM’

LM”

Acomodação monetária do Banco Central

IS”

IS’

Com mobilidade perfeita de capitais, a taxa de juros exerce papel


preponderante na determinação do equilíbrio do balanço de pagamentos. A

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curva BP é horizontal, uma vez que o saldo do balanço de pagamentos se


mostra infinitamente elástico a variações na taxa de juros. Essa plena
mobilidade de capitais é característica marcante do que é chamado na
literatura econômica de pequenas economias abertas.

Com mobilidade imperfeita de capitais, o equilíbrio no balanço de


pagamentos depende tanto da taxa de juros quanto da renda. Um estágio
mais elevado de renda provocará desvalorização cambial o que motiva um
balanço de pagamentos em transações correntes deficitário. A demanda por
recursos no mercado internacional será maior, motivando nova rodada de
aumentos de juros. A curva BP será positivamente inclinada. Essa
imperfeita mobilidade de capitais é característica marcante do que é
chamado na literatura econômica de grande economia aberta.

A assertiva B está incorreta.

BP

Economia com perfeita mobilidade de capitais (pequena economia


aberta)

BP

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Economia com mobilidade imperfeita de capitais (grande economia


aberta).

A assertiva “C” está incorreta porque uma política monetária


contracionista eleva a taxa de juros doméstica, deslocando a curva LM para
cima (para a esquerda). Observa-se-á uma entrada significativa de recursos
do setor externo em razão da ascensão dos juros domésticos frente aos
verificados nos mercados internacionais. O BC tem como missão comprar
esses recursos para evitar a valorização da taxa de câmbio nominal.

Tanto a oferta monetária quanto o estoque de moeda estrangeira


aumentam, mas a renda permanece constante.

r LM”

LM’

40
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BP

IS

06- Sobre o modelo Mundell-Fleming, avalie as proposições a seguir:

a) A perfeita mobilidade do capital implica igualdade entre as taxas de juros


dos ativos nacionais e estrangeiros, independentemente de fatores
relacionados à tributação dos ativos.

b) Sob o regime cambial flexível, uma expansão monetária provoca uma


depreciação cambial.

c) Numa economia sob regime de câmbio flutuante e com mobilidade


perfeita de capitais, uma elevação dos impostos provoca uma depreciação
cambial.

d) De acordo com o modelo IS-LM adaptado à economia aberta, num


regime de taxa de câmbio flexível e livre mobilidade de capital, uma
expansão monetária deve ocasionar, no curto prazo, um aumento das
exportações.

e) Numa economia com livre mobilidade de capitais, a política monetária é


mais eficaz num regime de taxa de câmbio fixa do que num regime de taxa
de câmbio flutuante.

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Comentários:

A assertiva “A’”está incorreta porque a tributação de ativos altera o seu


rendimento líquido proporcionado. Logo, a perfeita mobilidade de capitais
implica a igualdade entre as taxas de juros dos ativos nacionais e
estrangeiros levando-se em consideração a incidência da tributação sobre
seus ganhos brutos.

A assertiva “B” está correta porque a citada expansão monetária


ocasiona uma redução dos juros nacionais. A queda relativa dos juros
domésticos frente aos observados nos mercados mundiais torna os títulos
nacionais menos atraentes que os externos, gerando uma saída de recursos
em benefício dos títulos internacionais. O novo portfólio é formado agora
preferencialmente com títulos estrangeiros que remuneram melhor que os
nacionais. A troca da moeda doméstica pela moeda internacional para a
aquisição dos títulos externos provoca uma desvalorização da moeda
nacional.

A assertiva “C” está correta porque uma elevação dos impostos (política
fiscal contracionista) reduz a taxa de juros doméstica. Essa queda da taxa
de juros interna provoca uma mudança de portfólio dos investidores, pois a
taxa de juros internacional se torna mais atraente, servindo de estímulo
para as aplicações em moeda estrangeira. A demanda por moeda
estrangeira cresce e a moeda nacional sofrerá uma desvalorização em razão
da troca dos reais pela moeda estrangeira no front externo.

A assertiva “D” está correta porque, em um regime de câmbio


flexível com livre mobilidade de capital, uma dita política monetária
expansionista desloca a curva LM para a direita, reduzindo a taxa de
juros doméstica. Essa queda na taxa de juros repercute na forma de

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saída de capitais em busca de um portfólio mais rentável. Ocorre a


desvalorização da moeda nacional frente à estrangeira em razão da
maior procura por divisas internacionais. As exportações líquidas são
beneficiadas (exportações menos importações).

A assertiva “E” está incorreta porque a política monetária é


completamente ineficaz em um contexto de câmbio fixo. Em contextos de
câmbio flexível, a política monetária é eficaz, conforme visto na opção
acima.

07- Sobre o modelo IS-LM ajustado para uma economia aberta com
perfeita mobilidade de capitais, julgue o que se segue:

a) De acordo com o modelo IS-LM adaptado à economia aberta, a


política fiscal é mais eficaz num regime de livre mobilidade de capital
com taxa de câmbio fixa do que numa economia fechada.

b) Sob a hipótese de um regime de câmbio flexível, perfeito movimento de


capitais e expectativas estáticas sobre a taxa de câmbio nominal, esta será
determinada pela oferta e demanda de moeda estrangeira.

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c) Sob a hipótese de um regime de câmbio flexível, uma contração


monetária é mais eficiente, em termos de seus efeitos reais, do que uma
contração fiscal.

d) Sob a hipótese de um regime de câmbio fixo, uma expansão fiscal não


resulta em efeitos reais devido à acomodação monetária requerida para
manter o câmbio fixo.

e) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio fixa, um aumento da oferta monetária não deve ter qualquer
efeito sobre o produto.

Comentários:

A assertiva “A” está correta porque com câmbio fixo e perfeita


mobilidade de capital, a política fiscal tem um impacto pleno e pode ser
comparado ao resultado obtido no modelo keynesiano simplificado pelo
multiplicador dos gastos. A política fiscal não exerce influência sobre a taxa
de juros face à acomodação monetária levada a efeito pelo BC.

Com taxa fixa de câmbio, a taxa de juros não se altera em decorrência do


maior gasto público, não ocorrendo queda do nível de investimento. A
política fiscal expansionista aumenta a renda às custas de uma expansão
monetária automática. Conclui-se que, neste tipo de regime cambial, a política fiscal é
eficaz.

A assertiva “B” está correta porque os equilíbrios interno e externo são


provenientes da pressão no balanço de pagamentos por meio da taxa de
juros, que alimenta variações na quantidade demandada e ofertada de
moeda estrangeira provocando uma pressão pela depreciação ou apreciação
da taxa de câmbio.

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A assertiva “C” está correta porque, com câmbio flexível e livre


mobilidade de capital, a política fiscal não surte efeitos na economia,
isto é, uma contração ou expansão dos gastos públicos não afeta a
renda/produto da economia. Por sua vez, a política monetária afeta o
produto por meio de uma variação da taxa de câmbio (incrementando
os efeitos via depreciação da moeda e reduzindo o efeito no contexto
de uma apreciação).

A assertiva “D” está incorreta porque com câmbio fixo, a expansão fiscal
observada produz um efeito ainda maior face ao movimento inicial em razão
do processo de acomodação monetária adotado pelo BC.

A expansão fiscal ao elevar a taxa de juros atrai capitais de ordem externa,


sinalizando ao BC uma expansão do estoque de moeda para evitar a
valorização da moeda nacional. Esse processo de acomodação monetária
iguala as taxas de juros, resultando num nível de produto ainda maior.

A assertiva “E” está correta porque a expansão monetária alimenta a


queda na taxa de juros a um nível abaixo do praticado no mercado
internacional, ocasionando séria saída de capitais em busca de um terreno
mais fértil para ganhos com os juros. Essa busca por títulos de origem
estrangeira provoca certa desvalorização da moeda nacional. Contudo,
como o BC no regime de câmbio fixo tem o firme compromisso de
manutenção da mesma, ele se vê obrigado a reduzir o montante de
reservas internacionais, o que repercute na queda da oferta de moeda.
Dessa forma, evita-se a desvalorização da moeda em função da maior
demanda por moeda estrangeira. O equilíbrio é novamente alcançado,
sinalizando a total ineficácia da política monetária no contexto exposto.

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08- A respeito do modelo Mundell Fleming e suas variações, interprete as


evidências abaixo:

a) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio flutuante, uma redução dos gastos do governo deve provocar
uma redução do produto.

b) Numa pequena economia aberta com livre mobilidade de capitais e taxa


de câmbio fixa, uma redução dos gastos do governo deve provocar uma
redução do produto.

c) Com salários nominais rígidos, câmbio nominal fixo e perfeita mobilidade


do capital, uma política fiscal expansionista não afetará a renda nacional.

d) No caso de uma pequena economia aberta, a política fiscal não


exerce impacto sobre a renda quando as taxas de câmbio são fixas.
Comentários:
A assertiva “A” está incorreta porque a retração fiscal diminui a taxa de
juros e a renda na economia fechada, como visto no modelo IS-LM. Na
pequena economia aberta com taxa de câmbio flutuante, a contração fiscal
deixa a renda inalterada. O motivo da diferença reside na pressão de

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redução dos juros expulsando capital externo. O capital que flui para o
exterior aumenta a demanda por moeda estrangeira no mercado de câmbio
(depreciação do real) aumentando as exportações e freando as importações
(elevação nas exportações líquidas).

Notem que enquanto a taxa interna de juros estiver abaixo da taxa


internacional, a saída de capitais vai continuar a depreciar a moeda
doméstica. O equilíbrio final é atingido quando a taxa de juros volta ao nível
internacional e a demanda agregada sobe. O freio monetário tem um efeito
redutor sobre a demanda agregada e, portanto, sobre a produção. A curva
IS volta para a posição inicial e a demanda agregada permanece inalterada.

Essencialmente, os efeitos contracionistas da política fiscal são anulados


pelos impactos expansionistas da depreciação da moeda. Anula-se assim o
suposto efeito da contração na demanda interna por bens e serviços, de
modo que a renda de equilíbrio permanece constante.

A assertiva “B” está correta porque toda redução dos gastos públicos
promove uma queda na taxa de juros doméstica, ocasionando saída de
capitais, o que reflete numa maior demanda por moeda estrangeira via
maior interesse por títulos externos. A moeda nacional preterida pela
moeda estrangeira acarreta, invariavelmente, uma desvalorização da
moeda nacional.

Como o câmbio é fixo, a autoridade monetária vende suas reservas, o que


reduz a base monetária de sorte a atender a crescente demanda por moeda
estrangeira. A contração da base monetária de modo a evitar a
desvalorização da moeda doméstica é conhecida como acomodação
monetária do Banco Central.

A assertiva “C” está incorreta porque com câmbio fixo, uma expansão
fiscal incrementa o produto e a renda, o que eleva a taxa de juros. Com
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uma taxa de juros doméstica mais interessante que a observada no


mercado internacional, ocorre uma atração de capitais externos para a
economia nacional. O BC adquire esses capitais de sorte a evitar a
valorização da moeda doméstica.

Como os salários são rígidos, ocorrendo, portanto, desemprego, o efeito


final da expansão fiscal sinaliza aumento do emprego e do produto no curto
prazo.

A assertiva “D” está incorreta porque a expansão fiscal produz um


efeito equivalente ao do multiplicador keynesiano, quando a
economia é pequena e aberta com regime cambial fixo.
A elevação da taxa de juros interna frente à observada no mercado
internacional incentiva a captação de recursos, pressionando por uma
valorização da moeda doméstica. Como o BC está comprometido com o
câmbio fixo, aumenta a base monetária, expandindo o produto.

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09-(FJP/FISCO RONDÔNIA-2006) Considerando a implementação de


política fiscal expansionista em uma economia pequena, com livre
mobilidade de capital e regime de câmbio flexível, o nível de renda e a taxa
de juros vão apresentar, respectivamente, a seguinte posição:

a) aumenta/diminui

b)diminui/diminui.

c) aumenta/aumenta.

d) aumenta/não se altera.

e) não se altera/não se altera.

Gabarito: “E”

Comentários:

A política fiscal expansionista como um aumento do gasto público


aumenta a taxa de juros da economia doméstica, o que facilita o
ingresso de capitais estrangeiros na economia doméstica, em busca
de uma rentabilidade mais atraente. Esse movimento valoriza a
moeda nacional frente aos mercados financeiros internacionais.
Entretanto, como estamos lidando com câmbio flexível ou flutuante,
os efeitos expansionistas da política fiscal são anulados pelos
impactos contracionistas da apreciação da moeda. O equilíbrio final é
alcançado quando a taxa de juros volta ao nível internacional e a
demanda agregada cai.

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10-(NCE/UFRJ-ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO-ANAC-ECONOMISTA
– 2007) A respeito do modelo Mundell-Fleming para uma economia
pequena, com perfeita mobilidade de capitais, não é correto afirmar que:

a) a adoção do regime de câmbio fixo elimina a possibilidade de o governo


influenciar o nível de renda de equilíbrio através da política monetária.

b) a adoção de regime de câmbio flexível fará com que a política fiscal


tenha efeitos apenas na composição da demanda e não sobre o nível de
renda de equilíbrio.

c) em regime de câmbio flexível, uma política monetária expansionista irá


gerar uma melhora na balança comercial e um aumento no nível de renda
de equilíbrio.

d) em regime de câmbio flexível, uma política monetária contracionista irá


gerar uma redução na taxa de juros doméstica.

e) em regime de câmbio flexível, a expansão da oferta monetária irá


gerar uma depreciação da moeda doméstica.
Gabarito:”D”

Comentários:

A assertiva “A” está correta porque com câmbio fixo, a oferta monetária
e a curva LM devem voltar às suas posições iniciais, para manter constante

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a taxa de câmbio. A renda e o produto se expandem no curto prazo,


retornando às suas posições iniciais no médio prazo.

A assertiva “B” está correta porque o regime flexível de câmbio faz com
que a política fiscal seja inoperante em razão do freio monetário (apreciação
da moeda) que anula os impactos expansionistas da política fiscal. A
demanda agregada tem seu perfil (sua composição) alterada
qualitativamente, mas não quantitativamente.

A assertiva “C” está correta porque em um regime cambial flexível, uma


política monetária expansionista aumenta a oferta de reais no mercado
cambial, depreciando a moeda doméstica e aumentando as exportações
líquidas. A demanda agregada aumentou influenciada pela alteração no
câmbio.

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A assertiva “D” está incorreta porque em qualquer regime cambial, uma


política monetária contracionista ( redução da oferta de moeda) irá gerar
uma elevação da taxa de juros doméstica frente à internacional,
incentivando o ingresso de capitais estrangeiros rumo a retornos mais
satisfatórios.

A assertiva “E” está correta porque em um regime cambial flexível, a


política monetária expansionista irá gerar queda dos juros domésticos
frente aos internacionais, alimentando a saída de capitais do ambiente
doméstico em busca de retornos mais significativos no cenário
internacional. A oferta de moeda doméstica será abundante assim como a
demanda por moeda estrangeira. Temos, então, um cenário de depreciação
da moeda doméstica.

11-(CESGRANRIO/INEA/2008) Considere o gráfico usual do


modelo IS/LM.

Segundo os economistas da escola clássica, neste gráfico.


a) curva IS deveria ser vertical.
b) curva LM deveria ser vertical.

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c) curva LM deveria ser horizontal.


d) curva IS deveria ser horizontal.
e) duas curvas, IS e LM, deveriam ser horizontais.
Gabarito: “B”
Economias da escola clássica ou monetaristas apregoam que o
contexto em que se presencia eficácia máxima da política monetária e
total inoperância dos instrumentos fiscais é o caso clássico (curva LM
é vertical, perfeitamente inelástica). Uma variação na oferta de
moeda irá deslocá-la produzindo um efeito máximo sobre o nível de
renda Y. Um crescimento do estoque de moeda (oferta monetária),
representado pelo deslocamento para a direita da curva LM vertical,
tem forte efeito para reduzir as taxas de juros e aumentar a demanda
agregada.
O nível de renda é determinado exclusivamente pela quantidade de
moeda na economia. Os instrumentos fiscais são inócuos para
reativar a economia.

12-(CESGRANRIO/BNDES/2008) O gráfico abaixo mostra as curvas IS e


LM numa certa economia.

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Maiores gastos públicos financiados por novas emissões monetárias

a) expandiram a produção e a renda acima de Y0.

b) reduziriam necessariamente a taxa de juros para baixo de i0.

c) reduziriam as importações.

d) deslocariam a IS e a LM para posições tais como AB e CD.

e) provocariam, necessariamente, aumento dos preços.

Gabarito:”A”
Uma política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita
(para cima) e uma emissão monetária (política monetária
expansionista) desloca a LM também para a direita (para baixo),
apresentando como fruto uma renda de equilíbrio mais acentuada
que a observada anteriormente.
A assertiva “B” está incorreta porque não se tem meios de saber o efeito
conclusivo sobre a taxa de juros, uma vez que a política fiscal aumenta os
juros ao passo que a política monetária praticada reduz.

A assertiva “C” está incorreta porque o efeito final sobre as importações


depende do regime cambial estabelecido (fixo ou flutuante).

A assertiva “D” está incorreta porque a curva LM não pode ser deslocada
para a posição CD ( para a esquerda), o que representaria medida de
política monetária contracionista.

A assertiva “E” está incorreta porque a política monetária expansionista


provocaria aceleração de preços somente em um cenário de capacidade
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ociosa nula, ou seja, pleno emprego dos fatores de produção em que a


demanda agregada supera a oferta agregada, trazendo à reboque a inflação
de demanda de meios de pagamento.

13-(FCC-MPU/2007) Se a função LM for infinitamente elástica em relação


à taxa de juros e a economia apresentar taxa de desemprego acima da taxa
natural, uma medida de política econômica recomendada para aumentar a
renda de equilíbrio é:

a) aumento da oferta monetária.

b) redução da taxa de juros da economia.

c) valorização da taxa de câmbio.


d) redução da tributação.

e) diminuição dos gastos do governo.

Gabarito:”D”
O contexto de uma curva LM horizontal (infinitamente elástica) é uma
situação tipicamente keynesiana em que a única saída se dá via
política fiscal que, por meio de um incremento nos gastos do governo
ou redução nos impostos, deslocaria a curva IS para a direita (IS1
para IS2), o que representa aumento de demanda agregada,
incentivando o setor produtivo da economia, provocando um
crescimento da renda e um decréscimo na taxa de desemprego.

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14-(ESAF-AFC-STN-2008) Considerando o modelo IS-LM sem os


denominados casos clássicos e da armadilha da liquidez, é incorreto afirmar
que:

a) Um aumento das aquisições de bens de capital, por parte dos


empresários, eleva a taxa de juros.
b) uma política monetária expansionista reduz a taxa de juros de equilíbrio.

c) o equilíbrio de curto prazo do modelo IS-LM não precisa ser o de pleno


emprego.

d) considerando uma função consumo linear do tipo C = C0 + cY, com


0<c<1, um aumento de C0 reduz a taxa de juros.

e) uma política fiscal contracionista reduz a taxa de juros.

Gabarito: D

A assertiva A está correta e a assertiva D está incorreta porque um


aumento das aquisições de bens de capital (formação bruta de capital fixo e
variação de estoques) sinaliza que o fluxo de recursos ofertados, que é
limitado, tem sua demanda extremamente fortalecida, o que leva ao
aumento do preço do capital (taxa de juros), para selecionar os melhores
projetos industriais privados e públicos. Dito de outra forma, uma política
fiscal expansionista leva invariavelmente ao aumento da taxa de juros, tudo
o mais constante.

Assim, ampliação nos gastos do governo (política fiscal expansionista)


desloca a curva IS para a direita, o que aquece a economia, incrementando
a demanda agregada. A taxa de juros também se eleva em função da maior
demanda por transações e oferta de moeda constante, o que sinaliza
escassez.

Da mesma forma, as considerações aqui observadas para a função


investimento valem para a função consumo, ou seja, aumento dos gastos
autônomos provocam elevação dos juros.

A assertiva B está correta porque a execução de uma política monetária


expansionista, ao incrementar a oferta de meios de pagamentos da
economia, provoca a redução dos juros (preço da moeda), visto que as
disponibilidades (oferta) de crédito e moeda são maiores. Lembrando que

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os instrumentos à disposição do BACEN para a execução da política


monetária são: redução dos recolhimentos compulsórios, redução da taxa
de redesconto e operação de resgate ou recompra de títulos públicos.

A assertiva C está correta porque o modelo de demanda agregada


chamado modelo IS-LM é uma interpretação relevante da teoria
Keynesiana. Pressupõe o nível de preços como sendo exógeno e mostra o
que determina a renda nacional. Pode-se vê-lo mostrando o que leva a
renda a mudar no curto prazo, quando o nível de preços é determinado.
Mas também pode ser encarado como o que provoca o deslocamento da
curva da demanda agregada. Em suma, reside em uma forma útil de avaliar
os efeitos das políticas macroeconômicas sobre a demanda agregada. O
modelo serve como delineador das interações entre estes mercados, que
determinam a demanda agregada, mas não o equilíbrio da economia, pois
IS e LM são calculadas para um certo nível de preços.

A assertiva E está correta porque a a redução nos gastos


governamentais e/ou incremento nos impostos (política fiscal
contracionista) desloca a IS para a esquerda, o que combate a inflação,
desaquecendo a economia, provocando contração de investimentos privados
e desaceleração da atividade econômica, além da queda dos juros.

15-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) Um aumento
substancial na entrada de capital externo num certo país leva, de imediato,
à(ao)

a) maior taxa de crescimento do PIB.

b) redução das reservas internacionais, se a taxa de câmbio for fixa.

c) valorização cambial da moeda do país, se a taxa de câmbio for flutuante.

d)menor deficit em conta corrente do balanço de pagamentos.

e) aumento do consumo da população.

Gabarito: C
A assertiva C está correta. Um aumento substancial na entrada de capital
externo num certo país provocado pelo aumento exponencial da taxa de
juros vigente nesse país ou por condições sócio-econômicas e
mercadológicas muito atraentes, isto é, a atração de capitais via
investimento direto ou investimento em portfólio provoca de imediato
valorização cambial da moeda do país porque todos os investidores
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internacionais desejam aumentar seu portfólio de ativos nacionais, isto é, a


demanda pela moeda nacional aumenta significativamente.

A assertiva A está incorreta porque não se presencia imeditamente


maior taxa de crescimento do PIB. O processo de crescimento da economia
não é observado assim imeditamente e, além disso, a entrada de capitais
maciça que ocorreu pode muito bem se converter em saída ou fuga de
capitais se as condições favoráveis desaparecerem como instabilidade sócio-
política, desconfiança dos fundamentos econômicos e redução abrupta da
taxa de juros nacional.

A assertiva B está incorreta porque não se vislumbra redução das


reservas cambiais ou haveres da autoridade monetária. Em realidade,
observar-se-a variação positiva das reservas internacionais do país, no
conceito de liquidez internacional, deduzidos os ajustes relativos a
valorizações/desvalorizações das moedas estrangeiras em relação ao dólar
americano e os ganhos e perdas relativos a flutuações nos preços dos títulos.

A assertiva D está incorreta porque menor déficit em conta corrente ou


transações correntes do BP representa maior fluxo de exportações de bens
frente ao fluxo de importações de bens. E a entrada de capitais está
contabilizada na conta de capitais (metodologia antiga) ou conta financeira
(metodologia nova) do BP.

A assertiva E está incorreta porque o consumo da população aumenta


quando se tem um período de prosperidade econômica com reduzida taxa
de desemprego, farto acesso ao crédito, rendas crescentes e estáveis e
muitas oportunidades de emprego e colocação de trabalhadores. Em
princípio, não se tem correlação com uma entrada de capitais estrangeiros,
muitas vezes motivada apenas pelo incremento da taxa de juros e da
variação cambial, não guardando relação com investimentos diretos

16-(CESGRANRIO/BNDES/2008) Uma face importante da chamada


globalização financeira é a extraordinária expansão recente dos fluxos
financeiros internacionais (sejam empréstimos, financiamentos ou
investimentos em portfólio). Tal expansão

a) levou à adoção de regimes cambiais fixos por parte da maioria dos


países.
b) reduziu a necessidade de manter reservas internacionais por parte dos
bancos centrais.

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c) aumentou a potência das políticas monetária e fiscal domésticas dos


diversos países.

d) aumentou a capacidade do FMI (Fundo Monetário Internacional) de


realizar, com sucesso, empréstimos compensatórios de balanço de
pagamentos.

e) aumentou a necessidade de coordenação das políticas monetárias e


fiscais dos diversos países.

Gabarito: “E”

Comentários:

A assertiva “A” está incorreta porque a manutenção ou adoção do


câmbio fixo implica na perda do manejo monetário, pois a mobilidade
de capitais é grande e o BC se utiliza de um mecanismo de compra e
venda de divisas para manter a paridade cambial. O câmbio fixo é
adotado em países de economia instável, de moeda fraca em que
somente tem curso na sociedade, por força de lei, em função da
administração da política econômica adotada.
A assertiva “B” está incorreta porque a globalização de mercados e a
expansão desenfreada dos fluxos de capitais acarretou maior
vulnerabilidade dos países em função da dependência de poupança externa
para financiar os freqüentes déficits em transações correntes. Diante da
escassez de poupança doméstica, a dinâmica das economias menos
desenvolvidas depende dos movimentos de expansão e contração dos
mercados financeiros internacionais. Esse contexto torna-se
exponencialmente explosivo quando o grau de exposição financeira eleva-se
muito, porque induz à possibilidade real de ataques especulativos. Mas o
que vem a ser ataques especulativos?

O ataque especulativo tem início quando todos querem vender determinada


moeda e, no limite, o banco central do país passa a ser o único comprador.
Se dispuser de reservas (estoque de divisas estrangeiras e de títulos
externos de curto prazo efetivamente em poder das autoridades
monetárias) suficientes, é capaz de defender sua moeda e provocar muitas
perdas aos que apostaram contra ela.

A assertiva “C” está incorreta e a assertiva “E “ está correta porque,


embora as assertivas sejam próximas, existe uma nítida diferença entre
aumentar o manejo macroeconômico (monetário e fiscal) dos diversos
governos centrais e incrementar a coordenação dessas políticas em âmbito
mundial. É o famoso “pensar global, agir local”, pensamento resultado
direto da globalização dos mercados e suas consequências.

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A literatura econômica costuma comparar especuladores a pombos.


Num momento estão todos reunidos, bicando milho na praça. De
repente, um deles voa. Os demais não sabem por que, mas o instinto
lhes diz que aquele deve ter boas razões para voar e fazem o mesmo,
provocando uma revoada. É preciso jogar mais milho e ter paciência
até que convençam de que não há perigo e retornem. Dessa forma,
políticas econômicas de cunho monetário, fiscal ou cambial
(regulatório) devem ser tomadas em conjunto pelos países, pois o
capital de portfólio envolve somente ativos financeiros, como
aquisição de títulos ou de ações e a transação realiza-se por meio de
instituições financeiras e não implica o controle da empresa
beneficiária do capital por parte do investidor.
Quanto maior a participação de capitais de curto prazo na composição do
financiamento do déficit, maior a exposição do país ao risco dos
movimentos especulativos de capital, porque esses recursos podem retornar
a qualquer momento para o exterior.

A assertiva “D” está incorreta porque os sobressaltos gerados pelos


capitais especulativos reduziram abruptamente a capacidade do FMI de
realizar empréstimos compensatórios. Existe uma corrente que defende o
fortalecimento do poder do FMI, com aperfeiçoamento do sistema de
intervenção vigente e aumento de sua disponibilidade de recursos para
enfrentar as crises. São propostas que pressupõem fortalecimento dos
governos centrais, ao menos como negociador internacional.

17-(CESGRANRIO/BNDES/2008) A participação intensa do setor


privado, em parceria com o setor público, nos investimentos de infra-
estrutura, por exemplo, depende, em grande parte, das condições listadas
abaixo, exceto uma. Indique-a.

a) Credibilidade do governo.
b) Marco regulatório estável.

c) Facilidades ou subsídios fiscais.

d) Mercado de capitais desenvolvido.

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e) Estabilidade macroeconômica.

Gabarito:”C”
A gestão fiscal responsável deve ser a magna diretriz na atuação pública e
conseqüentemente na execução das PPPs. Na contratação da parceria
público-privada, em conformidade com o artigo 4o inciso IV da Lei
11.074/04, serão observadas as seguintes premissas: 1. eficiência no
cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da
sociedade; 2. respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos
serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução; 3.
indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do
poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado; 4.
responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias; 5.
transparência dos procedimentos e das decisões; 6. repartição objetiva de
riscos entre as partes; 7. sustentabilidade financeira e vantagens
socioeconômicas dos projetos de parceria.

18-(CESGRANRIO/BNDES/2008) Assinale, entre as opções abaixo, a


que não corresponde a uma das principais características da política de
industrialização brasileira no Pós-Guerra.

a) Fornecimento de crédito a longo prazo para implantação de novos


projetos.

b) Proteção à indústria nacional, mediante tarifas de importação e barreiras


não tarifárias.

c) Participação direta do Estado no suprimento da infra-estrutura


(energia, transporte).
d)Participação direta do Estado na produção em alguns setores tidos como
prioritários (siderurgia, mineração, petróleo).

e) Intensa preocupação em atender o consumidor doméstico com produtos


de qualidade e baratos.

Gabarito:”E”
A participação estatal explica-se pelo crescente aumento das demandas
sociais, pela inércia empresarial e pela incapacidade do setor privado em
fazer certos investimentos que demandavam recursos vultosos exigindo,
assim, a presença estatal. Além dos investimentos diretos em siderurgia,
telefonia, energia, química e transportes, o Estado atuou ativamente na
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liberação de recursos financeiros de longo prazo para o capital privado.


Destaca-se, também, a proteção concedida à indústria brasileira em
detrimento dos similares importados.

Durante este período de rápida industrialização, podemos destacar três


momentos: o Plano de Metas (1956/62), o Milagre Econômico (1967/73) e
o II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento (1974/78).

Desde o final dos anos 60 e durante quase toda a década seguinte, o


número de empresas estatais aumentou consideravelmente, com a criação
de subsidiárias em setores antes exclusivos de empresas privadas,
coincidindo com a transferência para as mãos do setor público de um
grande número de empresas privadas, sob a égide do II Plano Nacional de
Desenvolvimento (PND).

A expansão do número e do escopo de atuação das empresas estatais nas


décadas de 60 e 70 aumentou desmesuradamente a participação direta do
Estado na economia, fazendo do setor produtivo estatal um gigante sem
estrutura, foco e fora do controle das autoridades centrais.

Já nos anos oitenta, as questões da economia brasileira, relacionadas à


inflação e à dívida externa, eram tão graves que se priorizavam as decisões
de curto prazo em detrimento de temas tradicionais como desequilíbrios
regionais e distribuição da renda ou temas emergentes como a conservação
e a preservação ambiental. Cabe repisar que o desenvolvimento do pós-
guerra até o início dos anos 90, ou seja, toda a década de 60, 70 e 80, não
presenciou nenhuma iniciativa de crescimento econômico ordenado, ou
seja, crescimento econômico com desenvolvimento e inclusão social. Não
houve nenhuma preocupação em atender minimamente o consumidor
doméstico com produtos de qualidade e baratos.

Em meados dos anos 80, a Nova República, promoveu o advento da


privatização em um contexto de reformas liberalizantes para aperfeiçoar os
fundamentos macroeconômicos e resolver a séria crise fiscal. Só que
novamente, os resultados do programa de privatizações foram pífios.

A crise dos anos 1980 deu lugar a dois eventos de grande impacto,
considerando o modo de funcionamento da economia das décadas
anteriores. De um lado, a falência da estrutura de financiamento do setor
público desordenou a capacidade do Estado em ser um elemento ativo na
dinâmica do processo econômico. Ao contrário, os setores com
predominância de empresas estatais passaram a enfrentar problemas de
suprimento corrente de bens e serviços, e o financiamento foi travado ou
praticamente desapareceu. De outro lado, os movimentos de abertura
comercial dos anos 1980 (via exportações lastreadas na desvalorização
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cambial) e 1990 (redução de tarifas e barreiras institucionais) produziram a


emergência de espaços para investimentos que, embora fragmentados em
comparação ao mercado interno anteriormente organizado, representavam
oportunidades para diversos agentes econômicos.

O início deste novo século presencia justamente o choque entre duas


formas de articulação econômica. De um lado, a dependência da ação
estatal em determinados segmentos em que a transição para o
empreendimento realizado pelo setor privado encontrou obstáculos ou não
se completou adequadamente. De outro, um novo tipo de heterogeneidade
da estrutura produtiva privada, mais referida ao resto do mundo, mais
internacionalizada, mas nem por isso isenta da realidade de uma economia
nacional, especialmente no que toca à infra-estrutura econômica.

19-(CESGRANRIO/BNDES/2008) O período de 1974/78 foi de


adaptação da economia brasileira e mundial à enorme alta dos preços do
petróleo. Nesse período houve mudanças importantes, tais como:

a) redução substancial dos gastos brasileiros com a importação de petróleo.

b) redução das taxas de juros no mundo e no Brasil, devido à grande oferta


de “petrodólares” pelos países exportadores de petróleo.

c) aumento considerável dos déficits em conta corrente dos países


importadores de petróleo, financiados pela reciclagem dos “petrodólares”
via sistema financeiro internacional.

d) expansão econômica mundial, financiada pela reciclagem dos


“petrodólares” promovida pelo sistema financeiro internacional.

e) grande aumento das exportações brasileiras, mais do que compensando


os maiores gastos com a importação do petróleo.

Gabarito: “ C“
A assertiva “D” está incorreta porque o ano de 1974 começou
mostrando claras tendências de desaceleração das taxas de crescimento,
com a economia mundial em crise e o padrão tecnológico da revolução
industrial tornando-se obsoleto, sem falar no incremento vigoroso do preço
do barril de petróleo.

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A assertiva “B” está incorreta porque o II PND doméstico vem na


expectativa de superar a crise internacional e manter o vigoroso
crescimento interno. A questão do financiamento é resolvida com recursos
externos (dívida externa). O setor público se aproveita do excesso de
liquidez internacional.

A partir de meados da década em comento, a aceleração da inflação forçou


o aumento dos juros internos, desaquecendo a economia e encolhendo as
receitas governamentais, sem mencionar as bases de financiamento de
longo prazo mais vulneráveis e escassas em razão de incertezas cambiais.

As assertivas “D” e “E” estão incorretas porque até o final dos anos 70,
o Brasil era receptor líquido de capitais. Com o aumento brutal do preço do
petróleo (choques do petróleo em 1973 e 1979) e o conseqüente
fechamento dos canais de financiamento externo para a periferia, com o
aumento brutal dos juros internacionais no início dos anos 80, novamente,
o fantasma da restrição externa ao crescimento doméstico volta a assolar o
país. Há de se ressaltar que o primeiro aumento do preço do petróleo em
1973, a expansão patrocinada pelo II PND e a recessão mundial causaram
déficit considerável na balança comercial brasileira na segunda metade da
década.

A assertiva “C” está correta. 

20-(CESGRANRIO/INEA/2008) A produtividade é o determinante-chave


do padrão de vida médio da população. Não é importante na determinação
da produtividade num certo país o(a)

a) capital físico acumulado.

b) capital humano acumulado.

c) conhecimento tecnológico.

d) existência de recursos naturais.

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e) elevada participação da indústria no PIB.


Gabarito: “E”
A produtividade de uma economia é determinada, essencialmente, pelos
fatores terra (capital físico) e mão-de-obra (trabalho ou capital humano).
Em regra, a tecnologia é dada, sendo fator exógeno. Dessa forma,
crescimento da economia via ganhos de produtividade é obtido através de
incrementos no capital físico ou capital humano. A existência de recursos
naturais abundantes também é importante, mas não essencial. Existem
economias com deficiência nesse aspecto, que se tornaram potências
econômicas graças aos pesados investimentos em educação e tecnologia.

A elevada participação do setor secundário (indústria) no PIB não é


condição necessária para se ter ganhos de produtividade. Economias
emergentes atuais se sustentam, muitas vezes, em ganhos no setor
terciário da economia (serviços), com reduzida participação da indústria e
agricultura.

21-(CESGRANRIO/INEA/2008) O investimento em capital físico ou em


capital humano tem um custo de oportunidade. A respeito de tal custo,
pode-se afirmar que

a) a concentração elevada da distribuição da renda é o custo do


crescimento.

b) a insuficiência de demanda agregada é o custo do crescimento


econômico.

c) a poupança externa e o investimento estrangeiro podem eliminar os


custos do crescimento econômico.

d) o crescimento econômico implica custos de redução de consumo e do


lazer da população.

e) uma política vigorosa de incentivo às exportações propicia o crescimento


econômico com custos mínimos.

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Gabarito: “D “
Importante aqui se faz o conceito de custo de oportunidade em Economia.
Sabemos que os desejos e necessidades da coletividade são infinitos e
insaciáveis ao passo que o orçamento público e a disponibilidade de
recursos da economia são finitos e cada vez menores.

A decisão de investimento em capital físico como a construção de novos


hospitais, reaparelhamento de viaturas policiais para combater o crime,
rodovias mais transitáveis implica em renúncia, uma taxa de sacrifício
frente à possibilidade de gastos em capital humano (leia-se educação básica
e secundária) para aparelhar melhor os cidadãos, isto é, “ensiná-los a
pescar e não apenas fornecer a vara de pescar”.

A própria decisão de vocês concursandos passa, em muitos casos, por uma


situação conhecida em economia como custo de oportunidade. O tão
desejável concurso, que possa organizar as finanças da família requer novos
sacrifícios como o aumento de despesas (gerando mais déficits no
orçamento da família). Isto é, existe uma taxa de sacrifício em prol de uma
situação futura mais confortável. É o sacrifício presente compensado pela
realização futura.

Agora, vamos às opções:

A assertiva “A” está incorreta porque o crescimento econômico pode


acontecer com concentração de renda ou desconcetração de renda, sendo
que o desejável é melhor distribuição de renda compatibilizada com uma
política de crescimento econômico, o que garantiria a redução nos
coeficientes de pobreza e indigência. As camadas mais pobres estariam
detendo maior parcela de renda às custas do “empobrecimento” das classes
mais aquinhoadas. Não existe trade-off crescimento
econômico/concentração de renda.

A assertiva “B” está incorreta porque o crescimento da demanda


agregada, ou melhor, o incremento dos gastos do governo, da taxa de
investimento privada ou do consumo das famílias é condição indispensável
para ocorrer crescimento econômico. A insuficiência de demanda agregada,
como mencionado na opção, levará a uma queda no ritmo de atividade da
economia, podendo levar à recessão.

A assertiva “C” está incorreta porque a poupança externa e os


investimentos estrangeiros podem sustentar o crescimento da economia por
um certo período, pois a poupança externa (Se = M – X + RLEE) financia os
gastos a maior da coletividade nacional, que terá que ser coberta
(financiada, honrada) em um horizonte futuro.

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A assertiva “E” está incorreta porque uma política de incentivos às


exportações pode levar o país ao crescimento às custas de menor
abastecimento interno e, portanto, possibilidade de repique inflacionário,
com vistas à estagflação (recessão/desemprego/inflação). Nota-se que se
faz uma estratégia perigosa e não com custos mínimos, como aventado.

A assertiva “D” está correta porque o crescimento econômico provoca


um custo de oportunidade consumo (lazer) e oferta de trabalho. Em se
tratando de maior crescimento econômico, a oferta de trabalho aumenta, ou
melhor, são mais atraentes as oportunidades e vagas de postos de trabalho,
o que implica em menor taxa de desemprego e menor tempo para o lazer.
Em contrapartida, quando se tem maior lazer, a oferta de trabalho se torna
infrutífera e a coletividade prefere ficar ociosa. Lembrem-se da Curva de
Laffer em que se tem um custo de oportunidade lazer versus oferta de
trabalho em razão da relação alíquota tributária e arrecadação de tributos.

22-(CESGRANRIO/INEA/2008) O índice de Desenvolvimento Humano


(IDH) e o PIB per capita de um país são medidas do bem-estar de suas
populações. Ao estabelecer um paralelo entre estas duas medidas, tem-se
que

a) um país com elevado PIB per capita e baixo IDH se desenvolveu mais do
que cresceu.

b) o IDH, comparado com o PIB per capita, leva mais em consideração a


distribuição de renda ao medir o bem-estar da população.

c) a ordenação dos países pelo IDH coincide com a ordenação pelo PIB per
capita.

d) quanto maior o IDH, maior o PIB per capita do país.

e) quanto mais elevado o coeficiente de Gini, maior o IDH e o PIB per capita
do país.

Gabarito: “B”
A assertiva “A” está incorreta porque um país com elevado PIB per
capita e baixo IDH cresceu mais do que se desenvolveu, uma vez que o PIB
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per capita está relacionado estritamente ao montante de rendimentos da


coletividade (estoque de riqueza de posse dos proprietários) ao passo que o
IDH leva em conta indicadores sociais como taxa de escolaridade e
expectativa de vida além de aspectos da distribuição de renda.

A assertiva “C” está incorreta porque a ordenação dos países pelo IDH é
totalmente distinta daquela realizada sob o prisma do PIB per capita, uma
vez que levam em consideração aspectos totalmente diferentes.

A assertiva “D” está incorreta porque quanto maior o IDH, melhor a


distribuição de renda do país, melhores seus indicadores sociais e de
qualidade de vida e bem-estar, o que não quer dizer que a renda per capita
dessa sociedade aumentou ou diminuiu. Em muitos países como o próprio
Brasil, o PIB per capita tem evoluído sistematicamente, o que nos garante
uma posição de destaque nos países de maior crescimento econômico,
embora estejamos gatinhando na evolução do IDH em razão das políticas
sociais e, principalmente, da concentração de renda ainda ser bastante alta.

A assertiva “E” está incorreta porque o coeficiente de Gini segue a noção


do IDH, isto é, em regra, quanto maior o coeficiente de Gini, maior o IDH.
Contudo, o PIB per capita ou renda per capita não guarda relação direta
com os indicadores sociais mencionados. Os dois primeiros indicadores
medem desenvolvimento sócio-político-econômico ao passo que o último
garante apenas a ótica econômica, monetária.

A assertiva “B” está correta porque o IDH mede a qualidade de vida ao


se admitir em sua estatística os indicadores sociais como a distribuição de
renda enquanto o PIB per capita mede unicamente a média da renda obtida
pela coletividade através de uma razão simples pela população do local.

23-(ESAF-STN-2008) Nos dez anos que se seguiram à posse do


Presidente José Sarney, foram implementados vários planos de
estabilização com o intuito de reduzir a inflação no Brasil, sendo o último o
Plano Real. Em relação a esses planos, é correto afirmar que:

a) o conceito de inflação inercial esteve subjacente a grande parte de tais


planos de estabilização, sendo assim, entendia-se a inflação como sendo
explicada por uma série de choques de custos ocorridos no período.

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b) o conceito de inflação inercial era a principal tese acerca da inflação no


período, esse tipo de inflação estava associado às constantes acelerações
que a inflação apresentava no período, sendo que os períodos em que a
inflação apresenta uma tendência de estabilidade, esta tendência estava
associado a um baixo hiato do produto.

c) apesar de a inflação inercial ser um conceito de inflação importante para


a maioria desses planos de estabilização, a estratégia de combate a essa
inflação foi diferente: por exemplo se compararmos o Plano Cruzado com o
Plano Real, já que no primeiro optou-se pelo congelamento de preços, não
utilizado no último.

d) o Plano Collor difere dos demais planos no período tanto por não se valer
do congelamento de preços como por usar uma forte âncora monetária.

e) Os Planos Cruzado, Bresser e Verão utilizaram o congelamento de


preços, salários e de taxa de câmbio, além de terem mantido uma política
de juros elevados, após o plano.

Gabarito: C

A assertiva A está incorreta porque a inflação inercial está subjacente


ligada ao Plano Real em que se entendia que a memória inflacionária e a
indexação da economia faziam com que a inflação se auto-propagasse. Uma
série de choques de custos ou de oferta é característica da inflação de
custos.

A assertiva B está incorreta porque já vimos que o conceito de inflação


não é o reproduzido em b. Além disso, os planos econômicos dos anos 80
(Cruzado, Bresser e Verão) não diagnosticavam a inflação brasileira como
eminentemente de inercial.

A assertiva C está correta porque o Plano Cruzado se utilizou das


medidas de congelamento de preços e salários, mudança de moeda, quebra
de contratos e alteração das regras de indexação ao passo que o Plano Real
se valeu das três âncoras: âncora cambial (valorização cambial), âncora
monetária (aumento dos juros) e âncora fiscal (ajuste fiscal rigoroso;
superávtis primários robustos).

A assertiva D está incorreta porque o Plano Collor se difere dos demais


planos por ter se valido de uma ferramenta inédita e totalmente impopular:
o bloqueio dos ativos financeiros da população, o famoso “confisco”, na
tentativa de eliminar a inflação, já que não haveria excesso de moeda na
economia. Não usou de fato congelamento de preços e salários nem uma
forte âncora monetária.

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A assertiva E está incorreta porque os Planos da segunda metade dos


anos 80 não se utilizaram do congelamento do câmbio, como apregoa a
assertiva.

24-(ESAF-STN-2008) Se observarmos a economia brasileira, entre 1980


e 1984, poderemos notar que:

a) entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais,


para fazer frente aos pagamentos da dívida externa no período, está a
diminuição da absorção doméstica.

b) nesse período, houve o encarecimento da dívida externa, tendo sido


necessária a geração de superávits comerciais para o pagamento dos juros
correspondentes a tal dívida, a partir da crise do México, em 1982, porém,
o acesso a novas fontes privadas de financiamento externo possibilitou que
parte desses pagamentos fosse feito com novos empréstimos externos.

c) a inflação, durante estes anos, se manteve em patamares bastante


elevados, porém estabilizada.

d) as empresas estatais foram fundamentais no período já que, por meio


delas, o país obteve acesso a empréstimos internacionais, que puderam ser
usados para financiar o déficit no Balanço de Pagamentos.

e) a alta inflação brasileira é caracterizada como sendo de custos, causada


pelos choques de petróleo e dos juros internacionais em no seu combate, foi
utilizado, durante o período, o regime de câmbio fixo.

A assertiva A está correta porque em se tratando de década de 80, os


famosos anos perdidos, o cenário econômico mundial de escassez de
liquidez internacional contaminou o cenário doméstico com recessão e
inflação. A economia nacional estava endividada com elevadas despesas
financeiras e não havia a possibilidade de novos empréstimos internacionais
(poupança externa). Dessa forma, a única saída residia no superávit da
balança comercial (exportações líquidas positivas), repercutindo em divisas
para o país bancar os encargos financeiros da dívida externa. A redução da
absorção doméstica (compras dos residentes nacionais) representa que a
absorção doméstica é menor que a produção doméstica, isto é, como se
tem um excedente de produção nacional, há espaço para novas
exportações, já que a renda interna está deprimida.

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A assertiva B está incorreta porque houve de fato o encarecimento da


dívida externa, tendo sido necessária a geração de superávits comerciais
para o pagamento dos juros correspondentes a tal dívida. Contudo, a partir
da crise do México, em 1982, não existiu o acesso a novas fontes privadas
de financiamento externo (escassez de liquidez internacional; política
monetária contracionista; elevação dos juros), inviabilizando que parte
desses pagamentos fosse feito com novos empréstimos externos.

A assertiva C está incorreta porque a inflação na década de 80 se


manteve em patamares elevados e crescentes, isto é, a espiral inflacionária
era contínua e generalizada. Estabilizada representaria que a inflação
estava alta, mas se mantinha no mesmo patamar, o que não era verdade.

A assertiva D está incorreta porque as empresas estatais (o Estado


nacional) foi decisivo para o crescimento da indústria e do modelo
econômico nos anos 70, mas nos anos 80 a fonte de recursos secou e os
credores internacionais não estavam mais dispostos a fazer novos
empréstimos. Três fatores foram decisivos para que novos empréstimos não
fossem realizados: a crise de petróleo de 1979, a recessão norte-americana
(1979-1982) e a elevação dos juros.

A assertiva E está incorreta porque a alta inflação brasileira não é


diagnostica como de custos e não foi utilizada para o seu combate o câmbio
fixo. A inflação no Brasil nos anos 80 era diagnosticada, principalmente,
como de demanda ou excesso de meios de pagamento e a elevação dos
juros é o instrumento de combate.

25-(ESAF/APO-MPOG-2008) A utilização de indicadores sociais como


parte da avaliação da riqueza de um país insere-se na discussão entre
crescimento e desenvolvimento econômico. Com relação a indicadores
sociais, aponte a única opção falsa.

a) Uma avaliação de como a renda é distribuída na economia pode ser


realizada a partir do índice de Gini, com este índice variando de zero a um.

b) Quando o índice de Gini está mais próximo da unidade, pior é a


concentração de renda.

c) O índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pelas Nações Unidas,


tem como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países.

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d) O IDH agrega, em sua metodologia de cálculo, três variáveis: saúde,


educação e renda per capita.

e) O IDH varia de zero a um, classificando os países em três grupos: os de


baixo desenvolvimento (IDH maior do que 0,8); os de médio
desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8) e os de alto desenvolvimento (IDH
menor do que 0,5).

Gabarito:”E”

Comentários:

As assertivas “A” e “B” estão corretas porque o índice de Gini, que


varia de zero a um, é um indicador da igualdade ou desigualdade de uma
determinada distribuição (renda, serviços educacionais ou de saúde, por
exemplo). Quando o índice é igual a zero, significa que há situação teórica
de igualdade. Quando igual a um, ocorre a situação de máxima
desigualdade. Portanto, à medida em que se aproxima de um significa que
uma dada distribuição está-se concentrando.

As assertivas “C” e “D” estão corretas e a assertiva “E” está


incorreta porque IDH foi criado para o Programa das Nações Unidas Para
o Desenvolvimento (PNUD) em 1990, pelos economistas Mahbub ul Haq e
Amartya Sen, que viria a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Economia
em 1998. O índice é calculado levando em conta não só o PIB per capita -
único indicador utilizado até então - mas, também, outras variáveis que
influenciam e demonstram a melhoria das condições de vida das pessoas.
As variáveis que compõem o IDH são:
Renda - calculada pelo PIB per capita ajustado ao custo de vida local com o
emprego da metodologia conhecida como paridade do poder de compra
(PPC);
Longevidade - medida pela esperança de vida ao nascer;
Instrução - medida por uma combinação entre as taxas de alfabetização e
de matrículas nos três níveis de ensino.

O índice de cada uma dessas variáveis (renda, longevidade e instrução)


varia entre 0 (mínimo) e 1 (máximo). A média resultante constitui o IDH da
região ou país. Quanto mais próximo de 1 essa média estiver, maior será o
nível de desenvolvimento humano.

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26-(ESAF/APO-MPOG-2008) Identifique qual das afirmações abaixo não


corresponde a uma descrição da situação fiscal ou do contexto
macroeconômico no período 1981/1994.

a) O período posterior a 1986 caracterizou-se pela observação de taxas de


inflação superiores a 1000% ao ano em quase todos os anos.

b) Foi uma fase caracterizada por uma estagnação contínua da economia ao


longo do período.

c) Devido à elevação da inflação, os mecanismos de indexação tributária


foram sucessivamente aperfeiçoados ao longo do período.

d) Em que pese a tese de que o déficit público causa o aumento dos preços,
a alta inflação do início dos anos 1990 parece ter colaborado para diminuir o
déficit operacional do setor público.

e) As principais causas da deterioração das contas públicas nos anos de


1980 foram: o aumento do gasto com pessoal, notadamente na esfera
estadual e municipal, maiores despesas previdenciárias e o crescimento do
fluxo de pagamento de juro da dívida pública.

Gabarito:”B”

Comentários:

As assertivas “A”, “C” e “D” estão corretas porque “o período


Collor/Itamar Franco (primeros anos da década de 90) é marcado por um
esforço fiscal de resultados primários, estimulados pela inflação galopante,
que permitia ao governo acomodar as pressões por mais gasto, deixando-as
serem depois parcialmente corroídas pela inflação. Em suma, a melhora do
resultado primário foi ancorada na alta inflação que ajustava o valor das
despesas reais em função dos objetivos fiscais em um ambiente de receitas
razoavelmente indexadas à inflação.

A assertiva “B” está incorreta porque o período 1981/84 caracterizou-se


pela elevação de relação dívida/PIB, em um contexto de forte déficit fiscal e
estagnação econômica – que, com o aumento do numerador, implica elevar
a relação dívida /PIB. Já o período 1985/89 foi marcado por um déficit
similar ao da primeira metade da década de 80, porém por uma queda da
relação dívida/PIB, em parte associada ao forte crescimento do
denominador.

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Nos primeiros anos da década de 90, em um quadro de NFSP, no conceito


operacional, em média, nulas e apesar de o PIB ter crescido muito pouco, a
dívida pública caiu substancialmente, processo esse que foi revertido na
segunda metade da década, em um contexto de déficits fiscais elevados.

27-(CESPE/UNB- AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL -2002) A


expressão Consenso de Washington, cunhada em 1990, traduz, em
linhas gerais, um conjunto de teses e idéias neoliberais defendidas
por altos funcionários da área econômica dos Estados Unidos da
América (EUA) e pelos organismos multinacionais lá sediados. Esse
ideário, espécie de esteio da economia dita globalizada, estabeleceu o
tom da evolução econômica e financeira mundial desde então,
angariando adeptos e opositores pelo mundo afora. Relativamente a
esse tema, julgue os itens que se seguem.
a) O Consenso de Washington defendia a austeridade fiscal como
condição essencial ao sucesso dos programas de estabilização
monetária, de que decorria a adoção de um programa de corte dos
gastos públicos e reformas administrativas, previdenciárias e fiscais.
b) Tendo em vista a abertura e a desregulação do mercado cada vez
mais internacionalizado, o Consenso de Washington propunha – e
praticou – que o capital fosse pesadamente taxado para não colocar
em risco as economias mais frágeis.
c) O modelo de industrialização adotado pelos países periféricos após
a Segunda Guerra Mundial, que envolvia sensível presença estatal,
segundo a perspectiva de Washington, estava ultrapassado e, como
tal, deveria ser desmontado.
d) Paradoxalmente, ao mesmo tempo que propunha a desregulação
do mercado financeiro, o Consenso de Washington estimulava a
presença mais ativa do Estado na defesa do trabalho ampliando a
legislação trabalhista como forma de impedir conflitos sociais.
e) Ampla abertura comercial e privatização das empresas e dos
serviços públicos foram alguns dos aspectos mais marcantes do
receituário elaborado pelo Consenso de Washington.
Gabarito: “VFVFV”
Comentários:
Em finais dos anos 80, reuniram-se em Washington, diversos
economistas latino-americanos, funcionários do FMI, Banco Mundial e
Banco Interamericano de Desenvolvimento para discutir um conjunto
de reformas essenciais para a retomada do crescimento na América
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Latina, que apresentava um diagnóstico temerário: inflação crescente


ou hiperinflação, estagflação, dívida externa elevada, déficit público
comprometedor....
O Consenso de Washington representa uma corrente de pensamento
neoliberal em favor da economia do mercado com a redução do papel
do Estado na economia (Estado mínimo), utilizando-se do receituário
neoliberal: privatização das empresas estatais, flexibilização da
legislação trabalhista, redução da carga fiscal e ampla abertura
comercial. Os principais pontos ou regras universais desse receituário
estão descritos a seguir:
1. Disciplina fiscal, com buscas de superávit primário, com vistas a
eliminar o déficit público.
2. Reforma tributária que amplie a base sobre a qual incide a carga
tributária, com maior peso nos impostos indiretos e maior
progressividade nos impostos diretos.
3. Liberalização financeira, com o fim dos obstáculos à livre circulação
dos capitais.
4. Liberalização do comércio exterior, com redução das alíquotas de
importação e incentivos à exportação.
5. Eliminação de restrições ao capital externo, com permissão ao
investimento direto estrangeiro.
6. Privatização massiva das empresas estatais.
7. Desregulação, com redução da legislação de controle do processo
econômico e das relações trabalhistas.
Historicamente, as idéias do neoliberalismo se contrapõem ao
keynesianismo – ideário formulado pelo economista John Keynes,
dominante no período do pós-guerra,a partir de 1945, que defendia
um papel determinante e uma presença ativa do Estado na economia
como forma de impulsionar o desenvolvimento.Os mais conhecidos
elaboradores do neoliberalismo são os economistas Friedrich Hayek,
austríaco, e Milton Friedman, norte-americano, ambos vencedores do
Prêmio Nobel de Economia na década de 1970.

28-(CESPE/UNB-TCE-AC/2006) O estudo da economia brasileira,


incluindo-se aí o fenômeno inflacionário que a caracterizou durante um
longo período, é importante para a compreensão da situação econômica
atual. Acerca desse assunto, julgue os itens subseqüentes.

a) O caráter concentrador, em termos de renda, do processo de substituição


de importações deveu-se, em parte, ao uso intensivo do capital na

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industrialização brasileira, que limitava a expansão do emprego no setor


urbano.

b) A partir de 1991, iniciou-se um processo de substituição da dívida interna


por dívida externa, com o aumento da dívida externa líquida viabilizada em
razão da acumulação de reservas.

c) A valorização da taxa de câmbio, adotada no âmbito do Plano Real, ao


baratear as importações, constitui um fator importante para limitar a alta
dos preços domésticos e controlar a inflação.

Gabarito:” VFV”

Comentários: 

A assertiva “A” está correta porque a partir dos anos 30 e notadamente


após a Segunda Guerra Mundial, a expansão do PIB se ancora no setor
industrial via dinamização do setor exportador cafeeiro que se tornou a
principal fonte de capitais. A partir de meados dos anos 50, foi criado o
Plano de Metas (1956/61) na imponente figura de JK, com a intensificação
do processo de substituição de importações. O próprio tamanho e
crescimento do mercado brasileiro permitiu às estatais intensivas em capital
obter economias de escala que não seriam obtidas em países em
desenvolvimento. Países como o Brasil que apresentam mercados
consumidores extraordinários por serem continentais geram economias de
escala, o que facilitou e muito o modelo de substituição de importações em
benefício das estatais intensivas em capital.

A assertiva “B” está incorreta porque no início da década de 90, um fato


que merece ser ressalvado é o aumento da importância relativa da dívida
de estados e municípios. Esta, que representava apenas 17% da dívida
líquida total do setor público em 1990, passou a ser de 38% em 1994 e
chegou a 42% do total em 1997. Entretanto, o maior problema da dívida
pública brasileira na época não era tanto o seu montante e sim o seu prazo
de maturação, que era relativamente curto, já que a maior parte dos títulos
eram emitidos com prazos de alguns meses ou, no máximo, um ou dois
anos de vencimento. Por outro lado, o desejável alongamento da dívida só
tenderia a ocorrer, voluntariamente, à medida que os credores do setor
público tivessem confiança de que este iria gerar no futuro um resultado
primário que lhe permitisse, se não pagar a dívida, pelo menos evitar que a
relação dívida/PIB continuasse aumentando. A definição da meta adequada
de resultado primário que deve ser perseguida depende do nível esperado
da taxa de juros.

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O desequilíbrio externo e a conseqüente necessidade de ter uma


remuneração em dólares suficientemente atrativa para os investidores
internacionais, a ponto destes ingressarem recursos no país através da
conta de capitais, de modo a compensar o déficit na conta corrente do
balanço de pagamentos, passa a ter seu cenário a partir do final da década
de 90 e não do início como colocado na questão.

A assertiva “C” está correta porque a valorização do Real frente ao dólar


permite que os reais comprem mais mercadorias estrangeiras já que a
moeda nacional está temporariamente “forte”. Com Reais mais fortes, a
aquisição de similares estrangeiros é estimulada e, dessa forma, a oferta
(disponibilidade) de produtos cresce de forma exponencial. Quem ganha
com esse cenário de abundância (produtos nacionais + produtos
estrangeiros) é o consumidor nacional, com produtos mais baratos e maior
leque de escolhas, e a inflação nacional, que se encontra em nível
controlado.

29-(CESPE/UNB- PETROBRAS – ECONOMISTA-2007) A análise


da economia e do orçamento público brasileiros ajuda a compreender
os fenômenos econômicos que caracterizam o Brasil. Com base nessa
análise, julgue os itens abaixo.
a) Como parte das reformas de 1964/67, o Plano de Ação Econômica
do Governo (PAEG), lançado em novembro de 1964, tinha por
objetivo combater a inflação, sem comprometer o ritmo de
crescimento econômico.
b) O crescimento da economia brasileira foi, até 1973/74, liderado
pela indústria de bens de consumo duráveis, destinados,
majoritariamente, às camadas de poder aquisitivo médio e alto.
c) No período de 1995 a 1998, a crise dos estados deveu-se
unicamente à Lei Kandir, já que, desde o início dos anos 80, os
gastos com pessoal – ativos e inativos – tinham sido equacionados e,
por isso, não pressionavam o orçamento das unidades da federação.
d) No Brasil, o processo de privatização é parte do projeto de
reformulação do papel estatal na economia; nesse projeto, o Estado
produtor é substituído pelo Estado regulador.
e) Na evolução recente da dívida pública brasileira, o reconhecimento
de dívidas antigas e não-registradas inicialmente – os chamados
esqueletos – representou um aumento do valor da dívida não-
relacionado ao resultado fiscal.
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Gabarito: “VVFVV”
Comentários:
A assertiva “A” está correta porque o PAEG procurava criar
condições adequadas à expansão do capital, corrigindo as distorções
da economia, sobretudo a inflação, tida como o problema maior. Foi
um plano gradualista em contraposição ao tratamento de choque
prescrito pelo FMI. Embora sem alcançar inteiramente os objetivos
pretendidos, consegue lançar as bases para o desenvolvimento a
longo prazo, preparando o país para retomar o crescimento
econômico, com plena garantia ao capital estrangeiro.
A assertiva “B” está correta porque o Brasil de finais dos anos 60 (
período 1967/73) é tido como a época do “Milagre Econômico” no governo
Costa e Silva. A liderança do crescimento do setor de bens de consumo
durável foi mantida, ficando o crescimento industrial entre 13% ao ano. A
dívida externa se encontrava excessivamente alta em razão de
empréstimos feitos para a modernização do Brasil. Foram estabelecidas
mais de duas centenas de empresas de cunho estatal, representando a
grande fonte de crescimento da economia doméstica.

A assertiva “C” está incorreta porque ao longo do período 1995/98, o


governo federal foi aperfeiçoando os seus mecanismos de controle sobre o
déficit estadual e municipal, embora em alguns casos os resultados só serão
visíveis a médio prazo.

Entre as mudanças que merecem ser citadas, encontram-se:

• O fim do uso dos bancos estaduais para o financiamento dos tesouros


estaduais, seja por via de privatização ou de sua transformação em
banco de fomento, com regras rígidas de funcionamento, que
impeçam a utilização dos seus recursos para a cobertura de gastos
dos governos estaduais;
• O maior controle das “antecipações de receitas orçamentárias” (ARO)
amplamente utilizadas até 1995 como forma de os tesouros estaduais
se financiarem junto ao sistema bancário e cuja prática foi
seriamente limitada desde então, por parte das autoridades
monetárias;
• A renegociação das dívidas mobiliárias estaduais;
• A inibição do instrumento “precatórios”;
• A aprovação da reforma administrativa deu aos estados condições de
cumprir com os dispositivos da Lei Camata, que definiu 60% o teto
da despesa com pessoal em relação à receita disponível.
A assertiva “D” está correta porque o lançamento do Plano
Nacional de Desestatização (PND) privilegiou a venda de empresas
tradicionalmente estatais inserido em uma estratégia geral do
governo, que contemplava a promoção das chamadas “ reformas de

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mercado” (abertura comercial, desregulamentação da economia,


redução do tamanho do Estado etc).
Com a aprovação, em fevereiro de 1995, da Lei de Concessões – que teve
como objetivo estabelecer regras gerais pelos quais o governo concede a
terceiros o direto de explorar serviços públicos – foram lançadas as bases
para a terceira fase do processo de privatização. Caracterizou-se pela
privatização dos serviços públicos – com destaque para os setores de
energia elétrica e telecomunicações e pela magnitude das receitas
envolvidas, podendo ser considerada como a fase das “megaprivatizações”
ou da venda de algumas das “ jóias da coroa” do Tesouro Nacional.

A assertiva “E” está correta porque na análise da evolução da


dívida pública mais recente é necessário levar em conta os passivos
ocultos (“esqueletos”) e o efeito de redução de dívida associado às
privatizações. Sobre os “esqueletos” tem-se, por exemplo, o Fundo
de Compensação de Valores Salariais (FCVS) não relacionado ao
resultado fiscal propriamente dito, mas que afeta o esforço fiscal das
contas públicas negativamente.

30(CESPE/UNB- PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO-


2007) O estudo da evolução da economia brasileira é importante
para a compreensão da situação econômica atual. Acerca desse
assunto, julgue os itens a seguir.
a) A industrialização embasada na substituição de importações,por
ser capital intensiva e, portanto, restringir a criação de empregos no
setor urbano, contribuiu para aumentar a concentração de renda.
b)Os investimentos realizados no âmbito do II PND (Plano Nacional de
Desenvolvimento), que visavam eliminar as restrições estruturais e
externas ao crescimento, concentraram-se nos setores de bens de capital,
energético e exportador, excluindo-se, porém, investimentos em
infraestrutura.

c) No Plano Cruzado, políticas fiscais e monetárias restritivas, aliadas ao


congelamento de preços, concorreram para reduzir a inflação.
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d) No amplo debate acerca das causas da inflação, a visão heterodoxa


enfatizava o papel desempenhado pelo conflito distributivo, em que cada
grupo social tentava maximizar sua parcela na renda nacional, parcelas
essas que, somadas, eram superiores à renda agregada da economia.

e) No Plano Real, o principal instrumento para se atingir a estabilização da


economia foi a âncora cambial.

Gabarito: VFFVV
A assertiva A está correta porque, numa retrospectiva da evolução
da economia brasileira, três fatores se sobressaem: o avanço do
processo de industrialização orientado e coordenado pelo Estado, os
problemas advindos da insuficiente capacidade de financiamento do
desenvolvimento econômico e a incapacidade de assegurar,
paralelamente à performance econômica, a melhoria substantiva da
situação social.
A assertiva B está incorreta porque os investimentos realizados no
âmbito do II PND, que visavam eliminar as restrições estruturais e
externas ao crescimento, concetravam-se nos setores de bens de
capital, energético e exportador, incluindo-se os investimento em
infra-estrutura.
A assertiva C está incorreta porque estes planos econômicos de
estabilização heterodoxos (Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão)
tiveram a sua máxima expressão em países como a Argentina e o Brasil,
mas veremos que a exemplo das receitas ortodoxas do FMI, foram
incapazes de resolver os problemas básicos que afligiam estas economias: a
enorme dívida externa e interna, a quase hiperinflação e a profunda crise
fiscal do Estado.

Esperva-se que a redução das despesas do Estado, a redução da quantidade


de moeda em circulação e a elevação da taxa de juros (que leva
tecnicamente à redução dos investimentos) tivessem como consequência
reduzir a procura agregada e provocar a recessão (aumentando as taxas de
desemprego e diminuindo os níveis de produção). Como consequência, a
inflação cairia, uma vez que por definição é considerada como sendo
causada por um excesso de procura. A redução da procura interna teria um
efeito duplo sobre as contas externas. De um lado, a queda do consumo
faria com que sobrassem mais mercadorias para serem exportadas. De
outro, a queda no investimento implicaria numa menor procura por bens
importados. Aumentadas as exportações e reduzidas as importações, a
balança comercial tornar-se-ia superavitária e o balanço de pagamentos
tenderia a equilibrar-se.

A assertiva D está correta porque o processo de inflação no Brasil


apresentava algumas características bastante peculiares. A inflação inercial
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apresenta como corolário fundamental a memória inflacionária, isto é, cada


agente na economia (consumidores, famílias, empresas e setor público)
provoca a perpetuação da inflação à medida em que procura se proteger da
corrosão monetária, aumentando sua fatia no bolo nacional. Em suma, a
inflação inercial tem sua origem no conflito redistributivo entre os diversos
agentes econômicos, via mecanimos de indexação de preços pela inflação
anterior, com o fito de manutenção da participação relativa no bolo da
renda da economia. Os empresários aumentam os preços dos bens e
serviços oferecidos à coletividade, os exportadores e os investidores forçam
a taxa de câmbio, o setor público não fica atrás da corrente de transmissão:
atrelam aos impostos à variação ascendente de preços. E os trabalhadores,
por sua vez, na medida do possível, tentam se indexar via movimento
sindical através de salários reajustados. Quando um novo choque de oferta
ou de demanda se anuncia, ou melhor, quando os agentes econômicos
aguardam nova perturbação, a espiral inflacionária sobe de parâmetro e,
por inércia, é transmitida para toda a economia em um novo patarmar.

A assertiva E está correta porque o sucesso do Plano Real no que tange à


estabilização de preços se deu graças ao tripé âncora cambial (valorização
da moeda nacional frente ao dólar), âncora monetária (aumento dos juros)
e combate ao déficit público (via superávits primários). No que se refere à
âncora cambial, promoveu-se um incremento do fluxo de importações, o
que aumentou a disponibilidade (oferta) de produtos (domésticos +
estrangeiros), repercutindo em queda dos preços e, portanto, controle da
inflação.

31-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) No que diz respeito ao


desenvolvimento da economia brasileira contemporânea, assinale a opção
correta.

a)No período de crescimento acelerado (1968-1972), a expansão da


demanda agregada foi viabilizada pelo aumento do investimento
público, pela adoção de políticas fiscais e monetárias expansionistas,
bem como pela utilização de um sistema de incentivos à exportação
de produtos manufaturados.

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b) Parte substancial dos investimentos realizados no âmbito do II Plano


Nacional de Desenvolvimento foi financiada com recursos do setor privado,
impulsionado pelas elevadas taxas de poupança então prevalecentes na
economia brasileira.

c) No período 1981-1990, apesar do baixo crescimento da renda média,


ocorreram melhoras substanciais na distribuição de renda.

d) O aumento expressivo da pobreza no período entre 1995 e 2002 vai de


encontro à idéia de que a estabilidade macroeconômica constitui um
instrumento efetivo para elevar as condições de vida da população mais
pobre.

e) Embora a desigualdade educacional seja elevada no Brasil, o prêmio à


escolaridade é muito baixo, sugerindo, pois, que as disparidades de renda
não decorrem dessa desigualdade.

Gabarito: A
A assertiva A está correta porque o Plano Nacional de Desenvolvimento -
I PND (Governo Emílio Garrastazu Médici- 1969 / 1974) abrangia uma série
de investimentos no campo siderúrgico, petroquímico, de transporte e de
energia elétrica, além do PIN (Programa de Integração Nacional). De-
senvolveu-se, durante o período, um clima de grande euforia, era tanto o
entusiasmo que à época ficou conhecida como o período do "milagre
brasileiro": a economia cresceu a altas taxas anuais, tendo como base o
aumento da produção industrial, o crescimento das exportações e a
acentuada utilização de capitais externos. Em contrapartida, o Governo
adotou uma rígida política de arrocho salarial. O "milagre brasileiro" durou
pouco porque não tinha bases sólidas para permanecer, o resultado foi o
aumento da inflação e da dívida externa.

A assertiva B está incorreta porque o II Plano Nacional de


Desenvolvimento - II PND (Governo Ernesto Geisel- 1974 / 1979)
enfatizava a necessidade de expansão das indústrias de bens de produção,
a fim de conseguir uma sólida infra-estrutura econômica para o progresso
econômico-industrial. O Governo assumiu o objetivo de fazer do Brasil uma
potência mundial emergente. Nesse período, estimularam-se grandes obras
no setor da mineração (exploração do minério de ferro da Serra dos
Carajás; extração de bauxita através da ALBRAS e da ALUNORTE), e no
setor energético (construção de usinas; ingresso do Brasil na era da energia
nuclear marcado pelos acordos feitos com a Alemanha Ocidental para a
instalação de oito reatores nucleares no Brasil.

A assertiva C está incorreta porque a interrupção na década de 80, de


uma longa história de crescimento que caracterizava o Brasil, é resultado de

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um amplo conjunto de causas entre as quais, o peso insustentável da dívida


externa, o imobilismo gerado por uma excessiva proteção à indústria
nacional, o fracasso dos programas de estabilização no combate à inflação e
o esgotamento de um modelo de desenvolvimento, baseado
fundamentalmente na intervenção generalizada do Estado na economia,
esgotamento esse assente na crise do Estado brasileiro que diminuiu
sensivelmente a sua capacidade de investimento, retirando-lhe o grande
papel de principal promotor do desenvolvimento. No entanto, é no seu
aspecto financeiro que a crise se torna mais aguda, levando a economia a
uma espiral inflacionária que provocou uma queda dos níveis de poupança
do setor público, criando um ambiente de incertezas que dificultou a
retomada dos investimentos e continua a provocar o alargamento dos
desníveis sociais, com consequências imprevisíveis no futuro.

A sucessão de desequilíbrios nos anos de 1980 e o impacto na produção e


no emprego significaram uma alteração efetiva de tendência da economia.
A crise da dívida externa, provocada pela elevação dos juros internacionais
e pelo fim do fornecimento de crédito externo em prazos e juros atrativos,
aprofundou o desequilíbrio nas contas externas, já debilitadas pela segunda
grande elevação do preço do barril do petróleo ao final dos anos de 1970.
Com o agravamento da situação das contas externas, o governo brasileiro
recorre ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter novos recursos e
o aval da instituição para um programa de ajuste da economia,
conseguindo, assim, renegociar os débitos vencidos e a vencer com os
credores internacionais e obter novas linhas de créditos comercial e
interbancário. O acordo fechado com o FMI para o biênio 1983-1984 impôs
uma política drástica de ajuste interno e externo, sob a responsabilidade do
setor público. As metas a serem atingidas, seja na área fiscal, visando à
redução do déficit público, seja na área externa, com objetivo de obter o
equilíbrio no balanço de pagamento, resultaram na redução da demanda
interna com sérios impactos sociais decorrentes do aumento do
desemprego, da queda dos rendimentos dos trabalhadores e da aceleração
da inflação.

A assertiva D está incorreta porque a estabilidade macroeconômica


obtida com o Plano Real a partir de meados da década de 90 constitui
instrumento efetivo para elevar as condições de vida da população mais
pobre, sendo compatível com a queda expressiva da pobreza no período de
1995/2002 da economia brasileira.

A assertiva E está incorreta porque o prêmio à escolaridade é muito alto


sugerindo que as disparidades de renda decorrem, em grande monta, dessa
desigualdade. Vários estudos de instituitos governamentais como da
iniciativa privada demonstram empiricamente que salários mais altos estão
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intimamente ligados à grau de instrução mais elevado. Sinalizam que


incrementos de anos de estudo levam invariavelmente a remunerações
mais dignas e atrativas.

32-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) A inflação recorrente


que assolou, durante anos, a economia brasileira motivou a adoção de
diversos planos de estabilização. Acerca desses planos, assinale a opção
correta.

a) No Plano Cruzado, a pressão inflacionária decorrente da expansão dos


gastos de consumo e investimento dificultou a manutenção do
congelamento de preços.

b) No Plano Verão, contrariamente àqueles que o precederam,o


ajuste fiscal, que restringiu fortemente os gastos públicos e elevou a
arrecadação, permitiu que a inflação se mantivesse em patamares
relativamente baixos.
c) O sucesso do Plano Bresser no combate à inflação se fez às expensas do
equilíbrio externo, conforme atestado pelos substanciais deficits da balança
comercial durante a vigência desse plano.

d) O confisco da liquidez realizado no âmbito do Plano Collor, acompanhado


de um controle estrito dos meios de pagamento, permitiu ao governo fazer
uma política monetária ativa, vista como fundamental para o controle da
inflação.

e) No período de 1994 a 1998, o sucesso do Plano Real no controle da


inflação deveu-se à adoção da âncora cambial e à redução substancial do
desequilíbrio fiscal e da dívida pública.

Gabarito: A
A assertiva A está correta.

As assertivas B, C e D estão incorretas. No governo Sarney as políticas


de estabilização implementadas (Plano Cruzado, Plano Bresser, ortodoxia
gradualista e Plano Verão) não conseguiram assegurar a manutenção da
estabilidade a longo prazo e, ao contrário, reforçaram as atitudes
defensivas dos agentes econômicos, os quais não desejavam mais ser
surpreendidos com políticas heterodoxas, que significavam congelamentos
dos preços e salários, quebra de contratos, mudança de moeda, alteração
das regras de indexação, entre outras. A manutenção da inflação em

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elevados patamares, chegando a um processo hiperinflacionário ao final do


ano de 1989, e a crítica crise fiscal, com o encurtamento dos prazos da
dívida interna, rolada no curtíssimo prazo, levaram à implementação de
ousadas (e criticáveis) medidas de estabilização no início do governo Collor,
em março de 1990. A política de combate à inflação desse governo,
assentada no tripé “ajuste fiscal provisório, congelamento de preços e
salários e bloqueio dos ativos financeiros por 18 meses”, também não
conseguiu assentar as bases de estabilização a longo prazo.

O que se verificou foi a manutenção prolongada de elevadas taxas de


inflação, problemas crescentes com a gestão das dívidas externas,
estagnação econômica e redução da renda por habitante. A crescente
espiral inflacionária vivida na maior parte destes países, só foi
parcialmente interrompida em períodos de congelamentos de preços,
através dos chamados choques econômicos heterodoxos, para logo a
seguir voltar de uma forma geral a níveis iguais ou superiores aos
anteriormente estabelecidos. A dívida externa excessiva,altas taxas
de inflação, excesso de intervenção estatal na economia e uma crise
fiscal profunda do Estado que lhe retirou toda a capacidade de
poupança e praticamente o imobilizou. De qualquer forma não há
como negar que a grave crise que se abate sobre a economia
brasileira.
A assertiva E está incorreta porque, no período 1994/1998, o
sucesso no controle da inflação deveu-se à adoção da âncora cambial
(valorização do Real frente ao dólar) e à rígida política monetária de
juros altos, que trouxe, no seu bojo, o aumento da dívida pública,
nesse período. Em 1995, o mecanismo de “mascarar” as contas
públicas pelo fenômeno inflacionário se exauriu e a displicência no
controle da máquina pública se fez notar com toda a grandeza. Os
anos 1994/98 são tidos como de transição e são marcados por um
resultado primário das contas públicas modesto ou até mesmo
deficitário e, em função dos juros, a dívida pública cresceu e se
tornou de certa forma preocupante. A dívida líquida do setor público
(DLSP) que, no advento do Plano Real (1994) era de 30% do PIB,
alcançou a cifra de 40% do PIB em 1998. O déficit primário de 0,2%
do PIB na média de 1995/98 somado às despesas de juros da ordem
de 6% do PIB geraram um déficit nominal médio de 6,2% do PIB.

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33-(CESPE/UNB/TCE-AC-ECONOMISTA-2008) Com respeito ao


processo de industrialização da economia brasileira, assinale a opção
correta.

a) Ao longo do período de 1945 e 1955, a forte expansão da indústria de


transformação se deu na ausência de políticas intervencionistas,
representando, assim, uma vitória das teses liberais sobre o “estatismo-
nacional”.

b) A concepção de acordo com a qual o crescimento industrial


coincidia com a expansão da economia cafeeira é defendida pelos
adeptos da teoria dos choques adversos.
c) Os investimentos realizados no âmbito do Plano de Metas direcionaram-
se, prioritariamente, para os setores de bens de consumo não-duráveis.

d) Em virtude do caráter “capital-intensivo” do investimento industrial, o


processo de industrialização contribuiu para aumentar as disparidades de
renda da economia brasileira.

e) A industrialização via substituição de importações apoiou-se na elevação


das tarifas aduaneiras para compensar a valorização real do câmbio.

Gabarito: D
A assertiva A está incorreta porque ao longo do período 1945-55, a forte
expansão da indústria de transformação se deu na presença fundamental de
políticas de cunho keynesiano, isto é, intervencionistas, representando,
assim, uma vitória das teses “estatismo-nacional” sobre liberais.

A assertiva B está incorreta a concepção de acordo com a qual o


crescimento industrial coincide com a expansão cafeeira é incompatível com
a teoria dos choques adversos.

A assertiva C está incorreta porque os investimentos realizados no


âmbito do Plano de Metas direcionaram-se, prioritariamente, para os
setores de bens de consumo duráveis.
A assertiva D está correta porque, numa retrospectiva da evolução
da economia brasileira, três fatores se sobressaem: o avanço do
processo de industrialização orientado e coordenado pelo Estado, os
problemas advindos da insuficiente capacidade de financiamento do
desenvolvimento econômico e a incapacidade de assegurar,
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paralelamente à performance econômica, a melhoria substantiva da


situação social.
A assertiva E está incorreta porque a industrialização via
substituição de importações apoiou-se na elevação das tarifas
aduaneiras, contando com elevada proteção do mercado, seja através
de controles diretos ou indiretos das importações. Não havia
valorização real do câmbio.

34-(CESPE-UNB/ECONOMISTA-MINISTÉRIO DOS ESPORTES-2008)


O desenvolvimento econômico e social requer que o crescimento econômico
se faça acompanhar de melhorias significativas dos indicadores
socioeconômicos. A respeito desses aspectos, que são particularmente
relevantes no Brasil em razão das desigualdades entre indivíduos e regiões
que caracterizam o país, julgue os itens subseqüentes.

a) A redução da pobreza entre 1980-2002 ocorreu principalmente na


década de 90, mais especificamente após a implementação do Plano Real.

b) No Brasil, os níveis educacionais explicam uma parte substancial das


desigualdades salariais.

c) Apesar das fortes disparidades de renda, o Brasil apresenta coeficientes


de Gini bem menores que a maioria dos países com índice de
desenvolvimento humano (IDH) superior ao seu.

d) No âmbito das parcerias público-privadas, a criação das sociedades de


propósito específico, além de canalizar recursos privados para viabilizar
investimentos em infra-estrutura e serviços de utilidade pública, permite,
também, acompanhar e fiscalizar os projetos de investimentos referentes
aos setores mencionados.

Gabarito: VVFV 

A assertiva A está correta. Existem dois instrumentos capazes de reduzir


a pobreza: o primeiro versa sobre o crescimento econômico balanceado,
que eleva igualmente a renda de todos os grupos e o segundo trata da
redução no grau de desigualdade, que eleva a fatia da renda total

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apropriada pelos pobres, mesmo na ausência de crescimento, em


detrimento da renda dos mais ricos.

O ideal é poder contar com ambos os instrumentos, visto que o crescimento


incrementa a renda de todos ao passo que as reduções no grau de
desigualdade garantem que a renda dos pobres cresça mais rapidamente
que a dos ricos. Vale ressaltar que, quando se prefere mais igualdade, uma
transformação desejável não necessariamente levará ao crescimento da
renda dos mais ricos ou mesmo ao aumento da renda da classe média. A
única garantia é que a renda dos mais pobres deverá aumentar.

Nos últimos anos, temos visualizado uma redução inequívoca na


concentração de renda brasileira, ou seja, a desigualdade na distribuição
vem sofrendo uma queda substancial, embora o país ainda esteja situado
como um dos campeões mundiais de concentração de renda.

Percebemos também que a queda recente na desigualdade não se constitui


em uma das mais prolongadas (os anos 70 e início dos 90 foram
mascarados por acentuadas reduções de desigualdade), mas é uma
tendência positiva. Ao mesmo tempo, cabe repisar que a renda apropriada
pelos 10% mais pobres era maior nos anos 70 e 80 do que a vivenciada nos
anos recentes.

O nível de desigualdade atual permanece ainda muito elevado, podendo


assimilar que o contingente de 1% dos mais ricos e os 50% mais pobres se
apropriam da mesma parcela de renda total.

Conforme ressalta PASTORE; PAGOTTO (2005), a diferença da queda


recente na pobreza em relação aos episódios anteriores não é,
portanto, a magnitude da queda, mas sua origem. Nos episódios
anteriores, o instrumento dominante foi o crescimento. Nos últimos
anos, a queda da pobreza deveu-se essencialmente a reduções no
grau de desigualdade. De fato, imediatamente após o Plano Real e
entre 2001 e 2005, a despeito de um crescimento irrisório da renda
per capita, a pobreza declinou acentuadamente.
A assertiva B está correta porque o combate à desigualdade tem
implicações frutíferas no combate à pobreza e pode ser sustentável, sendo
resultado, no caso nacional, de fatores vinculados ao mercado de trabalho
e ao desenvolvimento de redes efetivas de proteção social.

A assertiva C está incorreta porque o índice de Gini, que varia de zero a


um, é um indicador da igualdade ou desigualdade de uma determinada
distribuição (renda, serviços educacionais ou de saúde, por exemplo).
Quando o índice é igual a zero, significa que há situação teórica de
igualdade. Quando igual a um, ocorre a situação de máxima desigualdade.

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Portanto, à medida em que se aproxima de um significa que uma dada


distribuição está-se concentrando.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela ONU, parte do


pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve
considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras
características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da
vida humana. Tem o objetivo de oferecer um contraponto a outro indicador
muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera
apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul
Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do
Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral,
sintética, do desenvolvimento humano.
Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de
compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros
componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o
indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item
educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula
em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em
dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo
de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância
no índice, que varia de zero a um. Países com IDH superior ao observado no
Brasil tendem apresentar também coeficientes de Gini inferiores ao Brasil,
uma vez que o nosso país é um dos campeões de concentração de renda
(coeficiente de Gini mais próximo de 1), a despeito das reduções no grau de
desigualdade observadas aqui.

A assertiva D está correta porque a Parceria Público-Privada – PPP


- se apresenta como uma nova modalidade de delegação de
atividades, tradicionalmente executadas pelo setor público, que
passam para a esfera de ação do setor privado. A parceria com o
setor privado passará a ser identificada por diversos governos como
sendo uma grande alternativa para viabilizar projetos de infra-
estrutura e de provisão de serviços públicos requeridos pela
sociedade. E embora não se ignore os diversos tipos de PPP
existentes, de modo geral podemos conceituá-la como sendo um
novo modelo de delegação, onde o particular assume o risco de
projetar, financiar, construir e operar um determinado
empreendimento de interesse público, podendo compartilhar este
risco com o Estado. Mantendo a propriedade após a conclusão do
empreendimento, o parceiro privado coloca os seus serviços à
disposição do Estado ou da comunidade mediante um contrato de
operação de longo prazo, fazendo jus a uma remuneração periódica

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do Estado, conforme o atendimento de metas e requisitos


previamente acordados.
Concebida na Inglaterra no inicio da década de 1990 e já tendo sido
adotada em diversos países, como Portugal, Holanda, Irlanda, África do Sul
e Canadá, as parceria público-privadas construíram um histórico de
sucessos, mas também de alguns tropeços diante do cenário internacional.

Longe de representar exclusividade das nações desenvolvidas, a PPP já


constitui uma realidade importante nos países da Europa Central e da
própria América Latina, com destaque aí para México e Chile.

O interesse internacional em PPP pode ser atribuído principalmente a três


fatores. O primeiro deles está associado a necessidade de investimento,
tendo em vista que o crescimento econômico é altamente dependente do
desenvolvimento e aperfeiçoamento da infra-estrutura, particularmente em
serviços púbicos (como energia elétrica, água e telecomunicações) e
sistemas de transportes. Além disso, existe em diversos países uma
necessidade urgente de novas infra-estruturas sociais, como hospitais e
equipamentos de assistência médica, instalações escolares e habitação.
Para diversos governos, isso é encarado como a área no qual o
envolvimento do setor privado é mais premente. Por outro lado, os países
têm buscado também uma maior eficiência no uso dos recursos, a
experiência das privatizações demonstrou que diversas atividades, mesmo
as tradicionalmente assumidas pelo setor público, podem ser
desempenhadas de forma mais econômica com a aplicação das disciplinas e
competências administrativas do setor privado. Por fim, existe também uma
forte demanda pela geração de valor comercial para os ativos do setor
público. Montantes significativos de recursos públicos são investidos no
desenvolvimento de ativos como tecnologia de defesa e sistemas de
informação com tecnologia de ponta, que freqüentemente são usados para
uma estreita faixa de aplicações dentro do setor público.

35-(CESPE-UNB/ECONOMISTA-MINISTÉRIO DOS ESPORTES-2008)


Com referência à história da economia brasileira, cujo estudo é importante
para a compreensão da situação econômica atual do país, julgue os itens .

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a) Durante o período do milagre econômico, a principal fonte de


crescimento da economia brasileira foi a agricultura, impulsionada pela forte
expansão do crédito agrícola durante esse período.

b) No II Plano Nacional de Desenvolvimento, o crescimento econômico


baseou-se, sobretudo, na expansão dos setores que produziam bens de
capital e insumos básicos.

c) A estratégia utilizada para estabilizar a economia no âmbito do Plano


Real incluiu a coexistência de uma política monetária restritiva com a
valorização da moeda nacional.

d) Taxas de juros elevadas e dificuldade de obter recursos adicionais no


mercado externo culminaram na crise da dívida externa, que obrigou o
Brasil a buscar superávits externos mediante a contenção da demanda
agregada e a modificação da estrutura de preços relativos, tornando-os
mais favoráveis à exportação.

e) No período imediato após o Plano Real, a adoção do sistema de


minibandas e a desvalorização anual do câmbio, além de impedirem novas
apreciações do real, eliminaram também a sobrevalorização do câmbio.

f) A baixa inflação mensal inicial associada a uma política monetária rígida


restringiu o impacto inflacionário da desvalorização cambial em 1999 e
garantiu que a inflação, embora superior à de 1998, se mantivesse abaixo
dos dois dígitos.

g) No período 2002-2004, ocorreu uma redução substancial do resultado


primário do governo decorrente da política fiscal expansionista em vigência
nesse período.

Gabarito: FVVVFVF 

A assertiva A está incorreta porque o Plano Nacional de Desenvolvimento


- I PND (Governo Emílio Garrastazu Médici- 1969 / 1974) abrangia uma
série de investimentos no campo siderúrgico, petroquímico, de transporte e
de energia elétrica, além do PIN (Programa de Integração Nacional). De-
senvolveu-se, durante o período, um clima de grande euforia, era tanto o
entusiasmo que à época ficou conhecida como o período do "milagre
brasileiro": a economia cresceu a altas taxas anuais, tendo como base o
aumento da produção industrial, o crescimento das exportações e a
acentuada utilização de capitais externos. Em contrapartida, o Governo
adotou uma rígida política de arrocho salarial. O "milagre brasileiro" durou
pouco porque não tinha bases sólidas para permanecer, o resultado foi o
aumento da inflação e da dívida externa.

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A assertiva B está correta porque o II Plano Nacional de


Desenvolvimento - II PND (Governo Ernesto Geisel- 1974 / 1979)
enfatizava a necessidade de expansão das indústrias de bens de
produção, a fim de conseguir uma sólida infra-estrutura econômica
para o progresso econômico-industrial. O Governo assumiu o objetivo
de fazer do Brasil uma potência mundial emergente. Nesse período,
estimularam-se grandes obras no setor da mineração (exploração do
minério de ferro da Serra dos Carajás; extração de bauxita através
da ALBRAS e da ALUNORTE), e no setor energético (construção de
usinas; ingresso do Brasil na era da energia nuclear marcado pelos
acordos feitos com a Alemanha Ocidental para a instalação de oito
reatores nucleares no Brasil. Os objetivos do II PND eram audaciosos,
e o País não dispunha de condições internas para custear os
gigantescos investimentos planejados pelo Governo.

A assertiva C está correta porque o Plano Real como programa de


estabilização econômica estava originalmente ancorado em dois
pilares: política monetária contracionista, austera de juros altos e
âncora cambial de valorização do Real frente ao dólar americano.
Dessa forma, impedia-se aumentos bruscos de consumo que
poderiam trazer novos repiques inflacionários e maior disponibilidade
de produtos (domésticos e internacionais) de forma a estimular maior
concorrência e, por conseqüência, preços mais baixos. De certa
forma, quinze anos após o Plano Real (1994), a âncora cambial se
desfez, mas a âncora monetária ainda prevalece.
A assertiva D está correta porque, a partir de 1979, o padrão de
crescimento baseado no financiamento externo ou estatal,através do
investimento direto do Estado ou do investimento privado subsidiado,
que tinha prevalecido durante a década de 70, entrou em crise,
quando o fluxo de financiamento externo líquido cessou em 1982.
Assim é que, em razão da crise nacional que se segue, emerge uma
questão política básica, que é a de que nos anos oitenta, o Brasil
perdeu o controlo do seu destino. Três fatores contribuíram
decisivamente para isso, frustrando os intentos de colocar o país na
trajetória do progresso e da modernidade: a dívida externa, as
elevadas taxas de inflação e uma profunda crise do Estado. Embora
variem os graus de relevância destes três fatores, eles estiveram
sempre presentes na conjuntura da crise.
A sucessão de desequilíbrios nos anos de 1980 e o impacto na produção e
no emprego significaram uma alteração efetiva de tendência da economia.
A crise da dívida externa, provocada pela elevação dos juros internacionais
e pelo fim do fornecimento de crédito externo em prazos e juros atrativos,
aprofundou o desequilíbrio nas contas externas, já debilitadas pela segunda

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grande elevação do preço do barril do petróleo ao final dos anos de 1970.


Com o agravamento da situação das contas externas, o governo brasileiro
recorre ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter novos recursos e
o aval da instituição para um programa de ajuste da economia,
conseguindo, assim, renegociar os débitos vencidos e a vencer com os
credores internacionais e obter novas linhas de créditos comercial e
interbancário. O acordo fechado com o FMI para o biênio 1983-1984 impôs
uma política drástica de ajuste interno e externo, sob a responsabilidade do
setor público. As metas a serem atingidas, seja na área fiscal, visando à
redução do déficit público, seja na área externa, com objetivo de obter o
equilíbrio no balanço de pagamento, resultaram na redução da demanda
interna com sérios impactos sociais decorrentes do aumento do
desemprego, da queda dos rendimentos dos trabalhadores e da aceleração
da inflação.

A assertiva E está incorreta porque no período imediato após o


Plano Real, a adoção da âncora cambial (valorização do Real)
permitiu o controle efetivo da inflação e garantiu a estabilidade
econômica.
A assertiva F está correta porque a baixa inflação mensal associada a
uma política monetária rígida (juros altos) foi mantida, mesmo com a
desvalorização cambial que aconteceu no final da década passada, uma vez
que embora a âncora cambial tenha se perdido, a austera gestão da política
monetária pelo BACEN garantiu a permanência da taxa de inflação em
dígitos civilizados.

A assertiva G está incorreta porque no período 2002/2004, primeiro


governo Lula, houve um incremento de gastos públicos (medida de política
fiscal expansionista), mas também continuou-se a prática de elevação da
carga tributária (medida clássica de política fiscal contracionista), de forma
que o resultado fiscal primário não sofreu fortes impactos. É a famosa
política “spend and tax”, que serviu de fundamento para as duas gestões
Lula. Já no final do primeiro mandato da gestão Lula (2004/2006), a
persistência do ajuste fiscal, isto é, a manutenção de elevados superávits
primários garantiu a credibilidade dos investidores, o que permitiu a
redução (ainda que em doses suaves) das taxas de juros, gerando
igualmente queda das despesas financeiras do setor público e,
conseqüentemente, um cenário de declínio da relação dívida pública/PIB.
Esse período de controle do endividamento fez com a dívida pública
sofresse uma redução para algo em torno de 44% do PIB (dado referente a
setembro de 2007).

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36- Sobre os planos de estabilização anteriores ao Real, podemos assinalar


que:

a) Em meados de 1990, o Plano Collor expandiu instrumentos para aquecer


a liquidez do sistema econômico.

b) Quando a gestão Collor decidiu-se por abrir as comportas de liquidez, a


gestão das políticas monetária e fiscal foi acertada.

c) O Plano Cruzado, diferentemente dos planos anteriores, foi o único que


conseguiu controlar a demanda no período de 1986 a 1993.

d) O Plano Verão trouxe elementos que culminaram com o que se


convencionou chamar de hiperinflação.

Gabarito: D 
A assertiva A está incorreta porque o Plano Collor irrompeu em meados
de março de 1990 um verdadeiro aprisionamento de liquidez que retirou
dos poupadores, empresas e instituições financeiras o comando sobre suas
riquezas acumuladas na forma de moeda e aplicação financeira. O chamado
confisco deixou indisponíveis para saque as posições em conta corrente,
poupança e outros ativos financeiros.

A assertiva B está incorreta  porque a dureza do Plano Collor


transformou-se, logo depois, em sua principal fragilidade. Como o controle
de liquidez foi excessivo, o Banco Central passou a ser obrigado a abrir as
comportas, frente ao mercado completamente estrangulado, irrigando a
liquidez da economia. As chamadas torneiras da liquidez acabaram por criar
enormes problemas para a gestão fiscal e monetária. Como não poderia
deixar de ser, esta reentrada da moeda foi descontínua e gerou agentes
detentores de expressiva liquidez, desequilibrando as suas relações
econômicas. A história do fatídico ano de 1990 mostrou a política econômica
do governo Collor navegando na falta de credibilidade. No sistema
financeiro, a fragilidade histórica. No campo dos preços, a persistente
volatilidade. No setor externo, nenhuma capacidade de obter recursos
novos e a necessidade de continuar o pagamento de juros. No interno,
preços desequilibrados e um mercado financeiro desorganizado e receoso
de outros confiscos.

A assertiva C está incorreta porque a economia brasileira do início dos


anos noventa poderia ser confundida com um paciente em estado grave e
febre em elevação. Foram três planos de estabilização fracassados. O Plano
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Cruzado, mais audacioso, não conseguiu administrar a demanda e viu seu


término ocorrer numa crise de abastecimento seguida de deterioração da
situação cambial que resultou em uma moratória. Na seqüência, o Plano
Bresser e o Plano Verão nem conseguiram disfarçar que seus intentos não
eram eliminar a inflação, mas apenas deter uma espiral inflacionária que
ameaçava fugir a qualquer controle por parte da política econômica.

A assertiva D está correta porque o período que se seguiu ao naufrágio


do Plano Verão foi dos mais dramáticos. Em que pesem as tentativas de
manter juros reais elevados e câmbio desvalorizado, a realidade da inflação
em aceleração era sempre mais dura que as estimativas. Desta forma,
conjugaram-se câmbio em apreciação, juros reais ex-post em queda e
violenta especulação com ativos financeiros e estoques. Vale lembrar que
um novo conceito foi usado para caracterizar a inflação brasileira, a
superinflação, que refletia um estado de inflação elevada por mecanismos
inerciais sem que houvesse desorganização dos preços relativos e da
estrutura produtiva.

37-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) O plano Real de


estabilização da economia brasileira, lançado em meados de 1994, foi
acompanhado de

a) valorização inicial do Real em relação ao dólar americano.

b) aumento imediato das reservas internacionais do país.

c) redução das importações brasileiras.

d)forte redução da taxa de juros doméstica.

e) crescimento real do PIB e do investimento acima de 8% a.a.

Gabarito: A

A assertiva A está correta porque o Plano Real, implementado em 1994,


significou uma complexa engenharia de combate à inflação, baseado que foi
no ajuste fiscal (novamente provisório), na indexação plena da economia a
uma unidade de conta, a Unidade Real de Valor, que alinhou os preços
relativos, e na reforma monetária. Além disso, também foi fundamental a

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aceleração do processo de abertura e a valorização do real, em relação ao


dólar, no início do plano, que ampliou a oferta de bens importados,
pressionando, para baixo, os preços internos.

As assertivas B e C estão incorretas porque a valorização do Real face ao


dólar norte-americano promoveu um aumento significativo das importações,
gerando sucessivos déficits comerciais, o que não permitia o aumento das
reservas cambiais ou haveres da autoridade monetária.

A assertiva D está incorreta porque houve aumento das taxas de juros


nacionais (taxa Selic) como forma de conter qualquer repique inflacionário (
política monetária rígida, contracionista). Foi uma das principais âncoras da
estabilidade de preços, isto é, do controle da inflação.

A assertiva E está incorreta porque houve crescimento real do PIB e da


taxa de investimento, que não foram tão significativos e tão imediatos.
Além disso, a base de comparação anterior era muito deprimida, o que
superestima os resultados alcançados.

38-(CESGRANRIO/ECONOMISTA-PETROBRAS-2008) A política de
substituição de importações na economia brasileira:

a) esgotou-se devido ao primeiro choque de petróleo da década de 1970.

b) protegeu a indústria nascente brasileira da competição de produtos


importados.

c) se encerrou imediatamente após a Grande Depressão Mundial da década


de 1930.

d) barateou os produtos importados para o consumidor brasileiro.

e) começou durante os governos militares da década de 1970.

Gabarito: B
A assertiva B está correta. Caracterizada pelas elevadas taxas de
crescimento econômico, apesar do primeiro choque do petróleo em
1973, a década de 1970 representou um marco para a economia
brasileira, pois encerrou um período longo de crescimento iniciado no
pós-guerra mundial. A década encerrou um modelo de
desenvolvimento denominado de substituição de importações, no
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qual o processo de industrialização ocorreu motivado por


estrangulamentos externos, contando com elevada proteção do
mercado, seja através de controles diretos ou indiretos das
importações.

39-(CESGRANRIO-ECONOMISTA-ANP-2008) Na concepção e
execução do Plano Real, visando à redução da taxa de inflação no
Brasil,
a) a criação da URV teve o objetivo de promover a desindexação da
economia.

b) o desajuste das contas públicas (orçamentos governamentais) não


recebeu a devida importância.
c) o baixo nível de poupança interna foi considerado o fator primordial a ser
revertido.

d) os atrasos cambiais foram considerados o elemento central para a


execução do plano.

e) os déficits em conta corrente do balanço de pagamentos precisavam ser


revertidos.

Gabarito: A
A assertiva A está correta porque o Plano Real, implementado em 1994,
significou uma complexa engenharia de combate à inflação, baseado que foi
no ajuste fiscal (novamente provisório), na indexação plena da economia a
uma unidade de conta, a Unidade Real de Valor, que alinhou os preços
relativos, e na reforma monetária. Além disso, também foi fundamental a
aceleração do processo de abertura e a valorização do real, em relação ao
dólar, no início do plano, que ampliou a oferta de bens importados,
pressionando, para baixo, os preços internos.

 
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40 – ( CESGRANRIO/Economista-Petrobras-2005) Os fatores
que determinam a eficácia da política fiscal no modelo IS-LM são
a(o):
a) potência da política monetária e o tamanho do multiplicador dos
gastos autônomos.

b) elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de câmbio e


a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros.
c) tamanho do gasto público e o tamanho do multiplicador.

d) multiplicador dos gastos autônomos e o tamanho da armadilha da


liquidez.

e) multiplicador dos gastos autônomos, a elasticidade do


investimento em relação à taxa de juros e a elasticidade da demanda
de moeda em relação à taxa de juros.

O grau de eficácia da política fiscal depende:

i) da elasticidade do investimento em relação aos juros;

ii) da propensão marginal a consumir;

iii) do multiplicador keynesiano.


Veja o quadro resumo abaixo:

Política Elasticidade I Propensão Multiplicador


Fiscal em relação marginal a
aos juros consumir

- Eficaz ↓ ↓ ↓

+ Eficaz

A assertiva e traz corretamente o multiplicador dos gastos


autônomos, a elasticidade do investimento em relação à taxa de

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juros. Elenca a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa


de juros, fator de eficácia direto da política monetária, mas que atua,
indiretamente, na política fiscal.

Uma elevação na taxa de juros compromete a demanda por moeda.


Todavia, para restaurar o equilíbrio e recuperar a demanda por
moeda que afeta a demanda por bens e serviços, faz-se necessária a
queda na taxa de juros e/ou aumento no nível de demanda agregada
( via política fiscal) ou combinações desses efeitos a fim de que a
demanda por moeda se iguale à oferta .
A assertiva e está correta.

41- (NCE/UFRJ – IBGE – 2001) Suponha que dois países difiram


somente no que diz respeito à magnitude das suas propensões
marginais a consumir. No país A, a propensão marginal a consumir é
alta e no país B, a propensão marginal a consumir é pequena.
Assumindo que as funções de demanda e oferta de moeda são iguais
em ambos os países, é falso que

a) a curva IS é mais inclinada no país A do que no país B

b) o formato da curva LM não é afetado pela propensão marginal a


consumir

c) supondo que a política monetária seja capaz de alterar o nível do


produto nos dois países, ela será mais eficaz para alterar o produto
no país A.

d) intuitivamente, quando a taxa de juros cai, o investimento


aumenta e o produto cresce via o efeito direto do investimento e
efeitos multiplicadores sobre o consumo.

e) se os dois países estiverem na “armadilha da liquidez”, a política


monetária será igualmente ineficaz para aumentar o nível do produto
nos dois países.

Partimos da premissa que a propensão marginal a consumir em A é


maior que a propensão marginal a consumir em B e sabemos que a
inclinação da IS depende fundamentalmente:

a) da elasticidade do investimento face à taxa de juros e

b) da magnitude do multiplicador.
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É do conhecimento dos nobres futuros colegas que o multiplicador


keynesiano está diretamente vinculado com a propensão marginal a
consumir ( lembrem-se daquelas assertivas sobre multiplicador
keynesiano do tópico da macroeconomia keynesiana). O que isso
contribui para a resolução da questão?
Bem, como a fórmula demonstra que k = 1/(1 – c), nota-se que se a
propensão marginal a consumir (c) for pequena, o multiplicador (k)
também é pequeno. Da mesma forma, se c for grande, o k também
será. Como o c do país A é maior que o c do país B, sabemos até o
momento que o multiplicador em A é maior que o multiplicador em B.
Além disso, temos que reconhecer que, quanto maior o multiplicador
(k), menos inclinada (menos vertical) é a curva IS.
Assim, fica resolvida a questão. A curva IS em A é menos inclinada
que em B, isto é, o multiplicador em A é maior que em B, posto que a
propensão marginal a consumir em A se faz maior do que em B ( é a
referência do problema).

A assertiva a está incorreta.

42- Considerando um modelo do tipo IS-LM, verifique se são


verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações:
a) Se ocorre a armadilha da liquidez, a política econômica torna-se
inoperante para influenciar os níveis de renda e emprego.

b) Quanto maior a elasticidade-renda da demanda por moeda, maior


a inclinação da curva LM, e, portanto, menor a eficácia de uma
política fiscal expansionista.

c) A armadilha da liquidez trata de uma situação em que o público


está preparado para, a uma dada taxa de juros, reter qualquer
quantidade de moeda que lhe for oferecida.

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d) A armadilha da liquidez implica que a curva LM é horizontal e que


aumentos da quantidade de moeda não a tiram do lugar.

e) A armadilha da liquidez implica que uma política monetária –


consistindo de compras, com dinheiro, pelo BACEN, de títulos do
governo em poder do público – tem um forte efeito de redução da
taxa de juros e de aumento do nível de renda.

Atenção, pois quase todas as assertivas lidam com o caso extremo


armadilha da liquidez ou caso keynesiano, situação inclusive muito
cobrada pelas bancas examinadoras da ESAF, da FCC e do NCE/UFRJ.

Lembrem-se do breve quadro abaixo:

Trecho IS-LM Política Fiscal Política Monetária

Caso Keynesiano EFICAZ INEFICAZ

( armadilha da
liquidez)

Na armadilha de liquidez, a política monetária é impotente para


afetar tanto a taxa de juros quanto o nível de renda. Contudo, a
política fiscal, através de um incremento nos gastos do governo,
conduz a um incremento no produto/renda de equilíbrio, via
multiplicador keynesiano. A curva IS se desloca para a direita e para
cima.

A assertiva a está incorreta.

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Atenção, pois é a única assertiva que não diz respeito à armadilha da


liquidez.

Recordem-se do quadro sobre a inclinação da curva LM arrolado na


aula-texto sobre o modelo IS-LM:

Inclinação da Elasticidade- Elasticidade- Política


LM renda da juros da Monetária
demanda por demanda por
moeda moeda

+ inclinada ↓ + atuante

+ vertical

+ achatada ↓ - atuante

+ horizontal

Quanto maior a elasticidade da demanda por moeda em relação à


renda, ou seja, quanto maior a necessidade de renda para cobrir o
motivo transação, mais inclinada será a curva LM e mais atuante a
política monetária. A eficácia da política fiscal expansionista fica
comprometida.

A assertiva b está correta.

A armadilha da liquidez trata da situação em que a taxa de juros é


tão baixa que o público prefere manter toda a moeda ofertada na
forma de encaixes reais. Qualquer variação na oferta de moeda não
induz ninguém a preferir título à moeda. Para que alocar parcela da
riqueza da família em títulos se a remuneração por isso é desprezível.

A assertiva c está correta.

No ramo da armadilha da liquidez, um aumento na quantidade de


moeda não traz qualquer efeito sobre a taxa de juros e o nível de
renda. E se a taxa de juros não se altera, o investimento não
aumenta e, assim, a renda de equilíbrio também não se altera. Não
se acredita na política monetária como eficaz para a economia.

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A assertiva d está correta.

Já exaustivamente debatido nas opções anteriores que, de acordo


com a situação da armadilha da liquidez, a curva LM é horizontal, de
modo que qualquer variação na oferta de moeda não é capaz de
deslocá-la. Não exerce impacto sobre a taxa de juros e o produto de
equilíbrio.

A assertiva e está incorreta.

43 – (NCE/UFRJ – BNDES-Economista – 2005) Analise as


proposições a seguir sobre o modelo IS-LM:

I – Considerando uma economia aberta pequena, com perfeita


mobilidade de capital e taxa de câmbio flexível, uma expansão
monetária irá elevar o nível do produto de equilíbrio e aumentar o
saldo da conta corrente através de uma depreciação induzida.

II – Considerando uma economia aberta pequena, com perfeita


mobilidade de capital e taxa de câmbio fixa, se o atual nível de
produto de equilíbrio está abaixo do pleno emprego, o governo terá
como uma de suas opções para elevá-lo a expansão da oferta
monetária.
III – No caso “clássico”, uma política fiscal não terá efeito sobre o
nível de renda e a demanda por moeda não depende da taxa de
juros.

Assinale a alternativa correta:

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a) apenas as proposições I e II estão corretas.

b) apenas as proposições I e III estão corretas.

c) apenas as proposições II e III estão corretas.

d) todas as proposições estão corretas.

e) nenhuma das proposições está correta.

Política monetária expansionista, em contexto de regime cambial


flexível, promoverá o incremento do produto/renda bem como uma
melhor situação da balança comercial via aumento das exportações
líquidas em razão da depreciação da moeda doméstica induzida por
taxas de juros locais inferiores às internacionais.

A proposição I está correta.

Política monetária expansionista, em contexto de regime cambial fixo,


promoverá redução da taxa de juros interna e, conseqüente, evasão
de divisas, em função da taxa de juros internacional mais atraente.
Tal movimento ocasiona escassez de demanda por reais, induzindo a
depreciação da moeda nacional. Até aqui, rigorosamente igual ao
movimento observado no regime cambial flexível.

O suposto aumento das exportações líquidas e o incremento da renda


são anulados em função da vinculação do BC à firme manutenção da
taxa de câmbio. Para manter a taxa de câmbio constante, a oferta
de moeda e a curva LM devem voltar às suas posições iniciais.

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Portanto, com regime cambial fixo, é impossível fazer uma política


monetária normal.

A proposição II está incorreta.

Temos aqui uma proposição sobre o modelo IS-LM para uma


economia fechada. O “caso clássico” refere-se à situação em que a
demanda por moeda não depende da taxa de juros. Para esta
situação, a curva LM é vertical ( perfeitamente inelástica) de modo
que uma variação na oferta de moeda irá deslocá-la produzindo um
efeito máximo sobre o nível de renda Y. A política fiscal é inócua.

A proposição III está correta.

A assertiva b está correta.

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44- Avalie as proposições:

a) Em um regime de taxas flutuantes de câmbio, uma expansão


monetária gera uma alta inicial dos investimentos, mas uma queda
das exportações líquidas.

Uma expansão monetária num sistema de taxa de câmbio flutuante


ocasionará, em um primeiro momento, maior demanda por moeda
estrangeira com o fito de se remeter capital ao exterior, gerando
desvalorização da moeda nacional, o que estimula maior ritmo das
exportações e desloca a curva IS para a direita.
A assertiva a está incorreta.

b) Havendo plena mobilidade de capitais, o equilíbrio com taxas fixas


de câmbio é encontrado na interseção da curva IS com a curva BP,
que representa o equilíbrio externo. Neste caso, a curva LM é
redundante.

Taxas de câmbio fixas inseridas em um ambiente de total mobilidade


de capitais faz com que o BC se comprometa a comprar ou vender
qualquer montante de divisas internacionais a uma taxa pré-
determinada. Dessa forma, garantimos que a curva LM seja
horizontal, isto é, a oferta monetária é totalmente inelástica face à
taxa de juros. A política monetária torna-se inócua para afetar o
produto, posto que a oferta monetária passa a ser endógena. A curva
LM torna-se redundante nesse aspecto e os equilíbrios interno e
externo são obtidos via curvas IS e BP.

i LM,BP

IS

Y
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A assertiva b está correta.

c) Em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capital, a


taxa de juros doméstica (ajustada para risco) não se desvia da taxa
de juros internacional por períodos prolongados.
O diferencial de horizonte temporal em que se dá o desvio da taxa de
juros doméstica em relação à internacional está ligado ao tempo
requerido para o ajuste do BP por meio da taxa de câmbio.

A assertiva c está incorreta.

d) É possível melhorar a conta corrente mediante expansão


monetária.

Consideremos aqui uma economia com total mobilidade de capital e


taxa de câmbio flutuante.
Uma expansão monetária acarreta a queda dos juros domésticos, o
que estimula a remessa de capitais para o exterior em razão do
diferencial de juros beneficiar o mercado internacional. A saída de
capital causa depreciação da moeda doméstica, melhorando a
situação da balança comercial, via incremento das exportações.

Até o momento em que os juros domésticos se equilibrem com os dos


mercados internacionais, haverá uma pressão sobre a conta corrente
no sentido da depreciação da moeda nacional, movendo a curva IS
para a direita até o ponto de interseção das curvas IS-LM-BP.

i LM’
LM”

i BP

IS”
IS’
Y

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A assertiva d está correta.

e) Em um regime de taxas flutuantes de câmbio e perfeita mobilidade


de capitais, expansões fiscais são ineficazes para influenciar a renda.

Contexto de mobilidade de capitais e câmbio flutuante faz com que


uma política de expansão fiscal produza incremento na taxa de juros
e, conseqüentemente, elevação da demanda por moeda nacional,
atraindo mais capitais externos. A moeda doméstica se valoriza,
apresentando como impacto deslocamento da curva IS para a
esquerda até alcançar novamente sua posição inicial, eliminando o
suposto efeito expansionista sobre a renda.
A assertiva e está correta.

45- (VUNESP/CMSP-2007) Se um país A tem mais da metade da


sua população entre as idades 0 a 15 anos e um país B tem sua
população majoritariamente entre 20 e 50 anos, de acordo com a
Teoria do Ciclo de Vida, espera-se que:

a) a taxa de poupança no país A seja menor do que no país B.

b) a taxa de poupança no país B seja menor do que no país ª

c) o país A importe bens do país B.

d) o país A exporte bens ao país B.

e) o país A tome empréstimos do país B.

Gabarito: “A”

Comentários:

O Modelo de Modigliani ou modelo do ciclo de vida destaca que a


renda varia ao longo da vida das pessoas e que a poupança permite
aos consumidores deslocar renda dos períodos em que ela é alta para
aqueles em que é mais baixa. Essa interpretação do comportamento
do consumidor constitui a base de sua hipótese do ciclo de vida.
O modelo do ciclo de vida se constitui numa aplicação específica do
modelo intertemporal de consumo e poupança. A ênfase no padrão
regular de renda no decorrer da vida das famílias é seu traço
peculiar. Como as famílias querem manter um padrão de consumo
uniforme, despoupam quando jovens ( renda é desprezível), poupam

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durante os anos produtivos da sua vida adulta ( pagamento de


dívidas contraídas quando jovens e acumulação de riqueza para a
velhice) e despoupam quando ficam idosas.

Se o consumidor nivela o consumo ao longo de sua vida, poupará e


acumulará riqueza durante os anos em que trabalha e consumirá o
patrimônio acumulado na sua aposentadoria.

Observemos agora que nos restam apenas as opções a e b, pois as


demais assertivas se referem à teoria de vantagens comparativas não
sendo compatível com o estudo dos modelos de escolha
intertemporal.

Como sabemos que metade da população do país A é muito jovem


(renda desprezível), portanto, há despoupança enquanto que no país
B a maior parcela da população tem entre 20 e 50 anos (idade
adulta; de poupança para pagar as dívidas passadas e acumular para
uma velhice tranqüila), a taxa de poupança do país A é nitidamente
inferior àquela observada no país B.

A assertiva “A” está correta.

46- (ESAF/ENAP – 2006 e AFRF/2005) Considere válida a


seguinte restrição orçamentária intertemporal de dois períodos para
uma nação hipotética:

C1 + C2/( 1 + r) =Q1 + Q2/(1 + r)

Onde C1 e C2 são os valores para o consumo nos períodos 1 e 2,


respectivamente. Q1 e Q2 as rendas dos períodos 1 e 2,
respectivamente.
Considerando que essa economia hipotética “respeita” essa restrição
e mantém relações comercial e financeira com o resto do mundo, é
incorreto afirmar que:
a) o consumo no primeiro período pode ser maior do que a renda no
primeiro período.

b) se C1 > Q1 então C2 < Q2.

c) um déficit comercial no primeiro período deve ser necessariamente


compensado por um superávit comercial no segundo período.

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d) se a nação tiver um déficit na conta corrente no primeiro período,


incorrendo assim em dívida externa, deverá ter um superávit futuro
para pagar a dívida.

e) o consumo no período 1 não pode ser igual ao consumo no período


2.

Gabarito: “E”

Comentários:

Notem: estamos lidando com um modelo de restrição intertemporal


para uma nação hipotética. O parâmetro consumo da nação está
totalmente dependente do nível de renda obtido nos períodos 1 e 2,
considerando as exportações e as importações.

A assertiva “A” está correta porque o consumo presente pode ser


maior do que a renda presente, ou seja, a nação pode ser devedora
no período atual em razão da possibilidade de tomar empréstimos. A
nação estaria realizando importações para aumentar a disponibilidade
interna de produtos (déficit comercial) que terá que ser financiado
com poupança externa.

As assertivas “B”, “C”, “D” estão corretas porque se o consumo


no presente for maior do que a renda atual, o consumo no futuro
ficará prejudicado, sendo menor que a renda no período 2, uma vez
que nesse período terá que ocorrer o pagamento da dívida externa, o
que acarreta a necessidade de superávit comercial (exportações
maiores que importações). Parcela da produção não será consumida
pela população, mas canalizada para as exportações.

A assertiva “E” está incorreta porque o consumo no período 1


pode ser rigorosamente equivalente ao consumo no período 2. Para
isso, ambos os consumos respeitam a restrição orçamentária de cada
período. O país não apresenta déficit nem superávit comercial em
nenhum dos períodos.

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