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CRIMINOLOGIA

3. TEORIAS MACROSSOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE

Com a evolução do estudo sobre a sociologia criminal,


principalmente nos EUA, o foco da criminologia que antes era o indivíduo
ou pequenos grupos, passa a se preocupar com grande ênfase no
estudo da macrocriminalidade, com uma abordagem dos fatores que
levam a sociedade como um todo a praticar ou não infrações criminais.
Teorias criminológicas, em geral, têm como objeto quatro
elementos: a lei, o criminoso, o alvo e o lugar. A forma como são
classificadas diz respeito aos diversos níveis de explicação, que variam
do individual ao contextual.
As teorias criminológicas que adotam o nível individual de
análise partem do pressuposto de que o crime se deve aos fatores
internos aos indivíduos que os motivam.
A maioria das teorias criminológicas mais importantes são
explicações relativamente precisas que procuram propor dedutivamente
hipóteses claras e consistentes entre si e que possam ser submetidas a
propósitos de refutação e superá-los com êxito.
Com o surgimento das teorias sociológicas da criminalidade,
houve uma bifurcação muito forte dessas pesquisas em 2 grupos
principais. Essa divisão tem por base a forma como os sociológicos
encaram a composição da sociedade: consensual ou conflitual.
Assim, as Teorias Macrossociológicas se dividem em: a)
Teorias do consenso, funcionalistas ou de integração; e b) Teorias do
Conflito Social.
Para as Teorias Consensuais, a finalidade da sociedade é
atingida quando há um perfeito funcionamento de suas instituições, de
forma que os indivíduos compartilhem os objetivos comuns a todos os
cidadãos, aceitando as regras vigentes e compartilhando as regras
sociais dominantes.
Já para as Teorias do Conflito, a coesão e a ordem na
sociedade são fundadas na força e na coerção, na dominação por alguns
e sujeição de outros.
Dentro desses dois grupos, ter-se-á as seguintes teorias:
Escola de Chicago; Teoria da Associação Diferencial; Teoria da Anomia;
Teoria da Subcultura Delinquente; Teoria do Labelling Aproach e Teoria
Crítica.
São consideradas teorias de consenso: escola de Chicago,
Associação diferencial, anomia e subcultura delinquente. São
consideradas teorias de conflito: labelling aproach e a teoria crítica.

3.1 Escola de Chicago

Na linha da obra pioneira de Robert Park e Ernest Burgess (de


ambos os autores, Introduction to the Science of Sociology, 1921 e The
City, 1925) em sede de sociologia, a escola criminológica de Chicago
visualizou o crime como fenômeno ligado a uma área natural.
Coincidindo historicamente com a época das grandes migrações e da
formação das grandes metrópoles, essa escola teve que enfrentar o
problema do ghetto.
Necessita-se o estudo de dois conceitos para entender melhor
a Teoria da Ecologia Criminal: a) a definição de desorganização social
(nordestinos que vinham para outros pólos) e; b) identificação de “áreas
de delinqüência”.
Essa escola caracterizou-se pelo seu empirismo e seu
emprego da observação direta em todas as investigações, para combater
os urgentes problemas sociais da realidade norte-americana de seu
tempo.
A escola da Chicago pode ter seu trabalho melhor
compreendido dividindo-o em duas fases: a primeira escola vai de 1915 a
1940, enquanto a segunda vai de 1945 a 1960. O trabalho dessa escola
explorou a relação entre a organização do espaço urbano e a
criminalidade.
A escola de Chicago se tornou de fundamental importância
para o estudo da criminalidade urbana. As teorias estabelecidas por seus
seguidores – sociólogos durante aquele período influenciaram estudos
urbanos sobre o crime, mais tarde seriam conduzidos nos Estados
Unidos e Inglaterra. Sua atuação foi marcada pelo pragmatismo, e,
dentre outras inovações que preconizou, destacam-se o método da
observação participante e o conceito de ecologia humana.
Park afirmava que a sociologia não estava interessada em
fatos, mas em como as pessoas reagiam a eles. Neste ponto, a
experiência prática era considerada fundamental, visto que a melhor
estratégia de pesquisa era aquela em que o pesquisador participava
diretamente do objeto de seu estudo. Este método inovador e cuja
introdução na pesquisa se deve à Escola de Chicago é o da observação
participante. Nesse método, o observador toma parte no fenômeno social
que estuda, o que lhe permite examiná-lo da maneira como realmente
ocorre. Assim, o conhecimento tem por base não a experiência alheia e
sim a própria experiência do pesquisador.
A primeira das teorias que eclodem com o surgimento da
escola de Chicago é a Teoria Ecológica. Para os defensores dessa
teoria, a cidade produz a delinqüência. Existiriam até áreas bastante
definidas onde a criminalidade se concentra e outras e que seria
bastante reduzida.
A teoria ecológica explica esse efeito criminógeno da grande
cidade, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio
inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, invocando o
debilitamento do controle social desses núcleos.
Para a Teoria das Zonas Concêntricas de Ernest Burgess, as
cidades não crescem em seus limites, mas tendem a se expandir a partir
do seu centro e de formas concêntricas, que ele chamou de zonas.
Citando texto de Burgess, Wagner Cinelli de Paula Freitas
registra de forma muito clara que a Zona I é o bairro central, com
comércio, bancos, serviços etc. Burgess chamou esse distrito de loop. A
Zona II é a área imediatamente em torno da Zona I e representa a
transição do distrito comercial para as residências. Normalmente
ocupada pelas pessoas mais pobres, é a chamada zona de transição. A
Zona III possui residências de trabalhadores que conseguiram escapar
das péssimas condições de vida da Zona II, sendo composta pela
segunda geração de imigrantes. A Zona IV é chamada de suburbia,
sendo formada por bairros residenciais e é caracterizada por casas e
apartamentos de luxo. É onde residem as classes média e alta. A Zona
V, denominada de exurbia, fica além dos limites da cidade e contém
áreas suburbanas e cidades-satélites. É habitada por pessoas que
trabalham no centro e despendem um tempo razoável no trajeto entre
casa e trabalho. Esta área não é caracterizada por residências
proletárias. Ao contrário, normalmente é composta de casas de classe
média-alta e alta. O conceito de subúrbio das cidades norte-americanas
é diverso das cidades da América Latina. Enquanto nas cidades latino-
americanas o subúrbio é usualmente caracterizado por ser uma área
pobre, nos EUA é onde residem pessoas de alto padrão socioeconômico.
(2002, p. 73-74).
Park e Burgess consideravam a Zona II como de particular
interesse, pois nessa área é que se registravam o maior número de
cometimento de crimes. Eles observaram que a expansão do bairro
central acarretava no deslocamento dos residentes da Zona II. Foi dessa
época que surgiram os estudos de um dos subprodutos da Zona II e que
também é um dos temas centrais da Criminologia de hoje: as gangues.
Quais as principais propostas para controle da criminalidade
por parte da escola de Chicago?
a) Proposta sempre visando a prevenção. Mudança nas
condições econômicas e sociais das crianças.
b) Programas que envolvam recursos humanos junto à
comunidade, para reconstruir a solidariedade social e aproximar os
homens no controle da criminalidade.
c) Programas envolvendo pessoas marginalizadas, como
desempregados e prostitutas.
d) Intensificação na formação sociocultural.
e) Melhoria das residências, conservação físicas dos prédios e
melhoria sanitária das condições de alguns bairros.
Com a escola de Chicago, a Criminologia abandonou o
paradigma até então dominante do positivismo criminológico, do
delinquente nato de Lombroso, e girou para as influências que o
ambiente, e no presente caso, que as cidades podem ter fenômeno
criminal.
Como exemplo da influência dos estudos da escola de
Chicago, tivemos no Brasil o Mapa de Risco da Violência, em São Paulo
no ano de 2005.
Com os estudos da escola de Chicago criou-se também o
ambiente cultural para as teorias que se sucederam e que são a feição
da moderna criminologia.

3.2 Teoria da Associação Diferencial

Essa teoria foi iniciada por Edwin Sutherland, um dos


sociólogos que mais influenciou a Criminologia moderna, com inspiração
em Gabriel Tarde. O primeiro contato que Sutherland teve com a
criminologia foi em 1906, na Universidade de Chicago, sendo por ela
influenciado.
No final dos anos 30, Sutherland lança a expressão “white-
collar crimes”, que passa a identificar os autores de crimes diferenciados,
que apresentavam pontos acentuados de dessemelhança com os
criminosos chamados comuns. Depois de 10 anos, este melhorou suas
idéias, sendo que chegou numa formulação mais parecida com a que se
conhece hoje.
A Teoria da Associação Diferencial trabalha com o processo de
aprender que alguns tipos de comportamentos desviantes requerem
conhecimento especializado e habilidade, bem como a capacidade de
tirar proveito de oportunidades para usá-las de maneira desviantes.
Assim, a prática do crime não pode ser atribuída somente às
pessoas pobres ou com dificuldades sociais, podendo também ser
praticadas por pessoas de condições financeiras diferenciadas. Com
isso, o homem aprende a praticar crimes e associa-se com referência
nela.
Aqui, as idéias de imitação de Gabriel Tarde foram bastante
importantes para fixação de sua linha de pesquisa. Portanto, não se pode
dizer que alguém nasce criminoso, mas que o delito e a delinqüência são
resultado de uma socialização incorreta (SHECAIRA, 2012, p. 173).
Segundo Molina e Gomes, a Teoria da Associação Diferencial
de Sutherland é resumida em 9 proposições:
1ª) A conduta criminal se aprende, como se aprende também o
comportamento virtuoso ou qualquer outra atividade: os mecanismos são
idênticos em todos os casos;
2ª) A conduta criminal se aprende em interação com outras
pessoas, mediante um processo de comunicação. Requer, pois, uma
aprendizagem ativa por parte do indivíduo;
3ª) A parte decisiva do citado processo de aprendizagem
ocorre no seio das relações mais íntimas do indivíduo com seus
familiares ou com pessoas do seu meio. A influência criminógena
depende do grau de intimidade do contato interpessoal;
4ª) A aprendizagem do comportamento criminal inclui também
a das técnicas de cometimento do delito, assim com ao da orientação
específica das correspondentes motivações, impulsos, atitudes e da
própria racionalização (justificação) da conduta delitiva;
5ª) A direção específica dos motivos e dos impulsos se
aprende com as definições mais variadas dos preceitos legais, favoráveis
ou desfavoráveis a ele. A resposta aos mandamentos legais não é
uniforme dentro do corpo social, razão pela qual o indivíduo acha-se em
permanente contato com outras pessoas que têm diversos pontos de
vista quanto à conveniência de acatá-los. Nas sociedades pluralistas, dito
conflito de valorações é inerente ao próprio sistema e constitui a base e o
fundamento da teoria sutherlaniana da associação diferencial;
6ª) Uma pessoa se converte em delinquente quando as
definições favoráveis à violação da lei superam as desfavoráveis, isto é,
quando por seus contatos diferenciais aprendeu mais modelos criminais
que modelos respeitosos ao Direito;
7ª) As associações e contatos diferenciais do indivíduo podem
ser distintas conforme a freqüência, duração, prioridade e intensidade
dos mesmos. Contatos duradouros e freqüentes, é lógico, devem ter
mais influência pedagógica, mais que outros fugazes ou ocasionais, do
mesmo modo que o impacto que exerce qualquer modelo nos primeiros
anos de vida do homem costuma ser mais significativo que o que tem
lugar em etapas posteriores; o modelo é tanto mais convincente para o
indivíduo quanto maior seja o prestígio que este atribui à pessoa ou
grupos cujas definições e exemplos aprende;
8ª) Precisamente porque o crime se aprende, isto é, não se
imita, o processo de aprendizagem do comportamento criminal mediante
contato diferencial do indivíduo com modelos delitivos e não delitivos
implica a aprendizagem de todos os mecanismos inerentes a qualquer
processo deste tipo;
9ª) Embora a conduta delitiva seja uma expressão de
necessidades e de valores gerais, não pode ser explicada como
concretização deles, já que também a conduta adequada ao Direito
corresponde a idênticas necessidades e valores. A perda de raízes
pessoais e a falta de controle social informal sobre as pessoas é que
fazem com que elas se interessem a prática de crimes. (MOLINA;
GOMES, 2002, p. 375-377).
Para Sutherland, nas palavras de Shecaira (2012, p.176), o
crime de colarinho branco é aquele que é cometido em razão da sua
profissão por uma pessoa de respeitabilidade e elevado estatuto social.
Esse crime possui 5 características: a) o crime de colarinho branco é um
crime; b) é praticado por pessoa que possui respeitabilidade perante a
sociedade; c) essas pessoas tem um elevado estatuto social, ou seja, um
cargo importante aos olhos da sociedade; d) esses crimes não são
comuns, mas sim praticados em razão da função do agente; e e) como
são pessoas de respeitabilidade que praticam esses crimes, há uma
violação de confiança.
Mas porque analisar essas pessoas de forma diferencial?
Segundo Sutherland há três motivos básicos: 1) esses homens possuíam
um status que não os permitia ser confundidos com criminosos comuns,
causando um medo e admiração por parte da sociedade e do próprio
Estado; 2) As respostas as condutas desviantes desses tipos específicos
de criminosos eram, de regra, não penais. Nesses crimes, as penas não
são altas, admitem penas substitutivas as de prisão, as penas são mais
em multas do que privativas de liberdade, tudo com base na ideia da
desnecessidade de uma ressocialização de tais pessoas, por não serem
elas dessocializados; e 3) outra situação que esses delitos são
analisados de forma diferente é que não causam um impacto direto na
sociedade, ou seja, são de efeitos difusos.
Mais tarde, trabalhou-se com o papel da mídia na sociedade,
sendo esta considerada mais uma forma de instigar a violência urbana,
pela forma que aborda os problemas sociais.
Em relação às críticas de tal teoria, a primeira está relacionada
com a desconsideração da incidência de fatores individuais de
personalidade, ocultos e até inconscientes na associação e demais
processos psicossociais. Ainda, essa teoria não explica a razão pela qual
em um mesmo meio social, uma pessoa pratica crime e outra não.

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