Sei sulla pagina 1di 4

Interações: Cultura e Comunidade

ISSN: 1809-8479
interacoes.pucminas@gmail.com
Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais
Brasil

Savian Filho, Juvenal


EDITH STEIN E A PSICOLOGIA – TEORIA E PESQUISA Miguel Mahfoud e Marina Massimi (Orgs.)
Interações: Cultura e Comunidade, vol. 8, núm. 14, julio-diciembre, 2013, pp. 400-402
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Uberlândia Minas Gerais, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=313031536014

Como citar este artigo


Número completo
Sistema de Informação Científica
Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
RESENHA
 

EDITH STEIN E A PSICOLOGIA – TEORIA E PESQUISA


Miguel Mahfoud e Marina Massimi (Orgs.)

Prefácio de Angela Ales Bello. Belo Horizonte: ArteSã, 2013, 472 p.


ISBN 978-85-880-0934-
 

Se há algo que entusiasma os em que esta não pode ingerir na


filósofos, é a articulação entre teoria esfera de competência da psicologia.
e práxis, numa mútua fecundação Tensão, portanto, sem antagonismo,
em que o trabalho do pensamento fazendo vibrar os acordes próprios de
ilumina a ação, e a ação, por sua vez, cada abordagem, na composição de
nutre e testa o pensamento. Na obra uma mesma melodia.
O problema da empatia, Edith Stein Um exemplo vivo desse procedimento
esclarece que, embora se fale de concebido por Edith Stein é o trabalho
“sentimentos empatizados”, a análise realizado já há algum tempo por
fenomenológica da empatia não pesquisadores brasileiros, num esforço de
deve ser confundida com uma caráter interdisciplinar que conseguiu a
investigação genético-psicológica do proeza de articular diferentes instituições
processo empático, pois uma de pesquisa num âmbito muito além do
investigação desse tipo já pressupõe mero debate intelectual. Esse grupo de
aquilo que procura descrever. Ao pesquisadores não é pequeno, e se
contrário, a análise fenomenológica foi formando com lucidez e coragem
deve investigar justamente aquilo em torno dos professores Miguel
que é pressuposto nas explicações Mahfoud, do Departamento de Psicologia
genético-psicológicas, ou seja, o da UFMG, e Marina Massimi, do
fenômeno na sua essência pura, livre Departamento de Psicologia da USP de
de todos os elementos contingentes Ribeirão Preto. Em relação direta com
que o determinarão no seu devir Angela Ales Bello e Jacinta Turollo
histórico. Com base nessa distinção Garcia, Miguel e Marina abriram os
metodológica, Edith concebe a ouvidos de seus departamentos para as
tensão positiva que caracteriza a ideias fenomenológicas, permitiram
relação entre a fenomenologia e a que essas ideias fossem gestadas em
psicologia: a psicologia, concebida suas mentes e procederam a uma
idealmente, deve partir da fenomenologia, síntese prática em que fenomenologia,
ou seja, deve oferecer sua abordagem pesquisa e clínica entrelaçam-se e
específica para os fenômenos investigados dão origem a uma forma concreta e
pela fenomenologia, ao mesmo tempo nova de vincular teoria e práxis.

       
INTERAÇÕES – CULTURA E COMUNIDADE, BELO HORIZONTE, BRASIL, V.8 N.14, P. 400-402, JUL./DEZ.2013 400
ISSN 1983-2478
 
  RESENHA    
 

Para este resenhista, vindo de um Com efeito, a estrutura do livro


ambiente, digamos, eminentemente segue um movimento steiniano: há
teórico, foi uma agradável surpresa três partes, sendo que a primeira
conhecer o trabalho em psicologia estabelece fenomenologicamente os
feito pelos professores Miguel e fundamentos da psicologia; a segunda
Marina. Já conhecia o trabalho dos trata da formação da pessoa; a
professores Gilberto Safra e Andrés terceira analisa casos compreendidos à
Antunez, ambos do Instituto de luz do método fenomenológico. A
Psicologia da USP, e Tommy Akira primeira parte é de uma riqueza
Goto, da Universidade Federal de teórica inestimável. Parte de uma
Uberlândia. Quando ampliei meu apresentação do nascimento da
contato e vi que a palheta de psicologia científica em sua relação
trabalhos tinha muito mais cores, foi com a concepção de psicologia de
encanto puro. Husserl, passa pela concepção da
O livro Edith Stein e a psicologia psicologia como ciência da
– Teoria e pesquisa, organizado por subjetividade e chega às apropriações
Miguel Mahfoud e Marina Massimi, steinianas do pensamento aristotélico-
é a expressão cabal de um trabalho tomista. A segunda parte é um híbrido
steiniano. Os próprios organizadores, de teoria e prática, concentrando-se na
na Introdução, assumem que o formação da pessoa humana e
método fenomenológico permite analisando o modo como algumas
apreender os fenômenos psicológicos experiências de Edith Stein possuem
em sua especificidade, sem reduzi- homologias com experiências de
los às dimensões só corporal ou só outros autores, como Martin Buber,
espiritual, evitando também todo Karol Wojtyla e Luigi Giussani;
psicologismo. Além disso, seguem nesse sentido, essa parte articula a
Edith exatamente no tocante ao fato primeira e a terceira. A terceira, por
de que a fenomenologia oferece sua vez, é mais, digamos, “prática”,
conceitos operacionais para apreensão explorando casos ligados à experiência
do fenômeno humano unitário. religiosa, educativa, da prática da
Como lembra Angela Ales Bello em luta, da elaboração pessoal da
seu instigante prefácio, “a estrutura tradição e mesmo da metodologia da
do livro faria Edith Stein ficar cheia entrevista como acesso às vivências.
de alegria: ela teria visto realizado o O leitor, ao final do livro, dá-se
seu projeto por parte de quem ainda mais conta do porquê do
trabalha no âmbito da psicologia. percurso, pois as experiências analisadas
Idealmente, o livro pertence a ela”. na terceira parte remetem à primeira, à

       
INTERAÇÕES – CULTURA E COMUNIDADE, BELO HORIZONTE, BRASIL, V.8 N.14, P. 400-402, JUL./DEZ.2013 401
ISSN 1983-2478
 
  RESENHA    
 

fundamentação teórica, fechando inclusive nas ciências humanas. Na


um ciclo virtuoso em que o sentido Alemanha, Axel Honneth tem falado
que se revela no fim mostra ser o de Winnicott, mas não exatamente na
mesmo que agia desde o começo. tensão metodológica concebida por
Para concluir, vale dizer uma Edith Stein. No Brasil, há o trabalho
palavra sobre a importância do de Zeljko Loparic, que lê a escola
trabalho expresso no livro: no contexto inglesa de psicanálise com lentes
acadêmico não é comum que filósofos heideggerianas. O trabalho do grupo
trabalhem em conjunto com psicólogos, que se formou em torno de Miguel
nem que psicólogos estudem filosofia. Mahfoud e Marina Massimi, pondo
Infelizmente, foi-se o tempo em que se em movimento o pensamento de Edith
tentavam sínteses entre pensamentos Stein, é, portanto, de forte significação
filosóficos e práticas clínicas. Gente para o contexto atual. Concretiza um
como Lacan leitor de Hegel é algo ideal de pesquisa, seja na academia seja
quase inexistente nesses tempos de na clínica, que merece ser fortalecido e
hegemonia do positivismo científico divulgado.
   
________________________________  
Juvenal Savian Filho

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Brasil.


Professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo, Brasil
E-mail: juvenal.savian@unifesp.br

Recebido em 10/11/2013
Aprovado em 30/11/2013
 

       
INTERAÇÕES – CULTURA E COMUNIDADE, BELO HORIZONTE, BRASIL, V.8 N.14, P. 400-402, JUL./DEZ.2013 402
ISSN 1983-2478
 

Potrebbero piacerti anche