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O latim vulgar era somente falado. Era a língua do quotidiano, usada pelo povo
analfabeto da região central da actual Itália e das províncias: soldados, marinheiros, artífices,
agricultores, barbeiros, escravos, etc. Era a língua coloquial, viva, sujeita a alterações frequentes
e por isso apresentava diversas variações.
Seja como for, será errado considerar Latim Urbanus e Latim Vulgaris como duas
línguas diferentes. Do mesmo modo que não será correto estabelecer-se entre estas duas
denominações uma diferenciação assente na oposição entre língua escrita e língua falada, uma
vez que ambas eram utilizadas quer por escrito, quer oralmente. Os próprios Romanos
distinguiam já sermo urbanus (linguagem culta) de sermo vulgaris ou sermo plebeius (linguagem
popular ou corrente). Cícero, nas suas Cartas, além de empregar certos vulgarismos, comprazia-
se com o uso da linguagem da vida quotidiana (cotidianis verbis). E também Catulo e Petrónio
deram foros de literário ao latim vulgar.