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10/20/2018 Bloco sozinho na defesa de tribunais exclusivos para violência doméstica — que podem ser inconstitucionais | Parlamento | PÚBLICO

PARLAMENTO

Bloco sozinho na defesa de tribunais exclusivos


para violência doméstica — que podem ser
inconstitucionais
Pacote de reforço do combate ao fenómeno da violência doméstica foi discutido na Comissão de
Assuntos Constitucionais.

MARIA LOPES • 12 de Outubro de 2018, 7:01

https://www.publico.pt/2018/10/12/sociedade/noticia/bloco-sozinho-na-defesa-de-tribunais-exclusivos-para-violencia-domestica--que-podem-ser-inconstitucionais-1847222?fbclid=IwAR0GTkci5liGo_OGU8Gd_CyZfJ63z0ksZm3T… 1/5
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ADRIANO MIRANDA

O Bloco de Esquerda foi praticamente cilindrado na apreciação que


os restantes partidos fizeram da sua proposta para a criação de
juízos exclusivos para julgar a violência doméstica. A principal
crítica é a possibilidade de a proposta ser inconstitucional, aviso que
é partilhado pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) no
parecer que elaborou sobre o projecto de lei bloquista.

A questão é que a Constituição proíbe a “existência de tribunais


com competência exclusiva para o julgamento de certas categorias
de crimes” — com excepção dos tribunais militares. E foi a esse
argumento que os partidos se agarraram, embora todos se tenham
manifestado preocupados com a quantidade de crimes de violência
doméstica e a repercussão que têm na sociedade, nas famílias e nas
crianças. Houve até quem, entre os deputados, tenha lembrado que
a existência de tribunais dedicados a alguns tipos de crimes era uma
política do Estado Novo.

O parecer do CSM também vai no mesmo sentido de alertar para a


violação da Constituição e considera que “o necessário combate à
violência doméstica melhor passará pelo incremento da formação
dos magistrados judiciais, do que pela formalização de tribunais
especializados”. O CSM também tem dúvidas sobre a aglutinação
num tribunal de competências díspares sobre o tipo de crime

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(violência doméstica) e a regulação das responsabilidades parentais


(que estão nos tribunais de família e menores) que apenas têm em
comum a existência de violência doméstica. E diz que o regime
proposto pelo Bloco “deixa de fora outro tipo de processos, tutelares
cíveis e de crianças e jovens em perigo, que poderão também ter
subjacente um quadro de violência doméstica”.

Quando o PÚBLICO noticiou a iniciativa do Bloco, tanto o Sindicato


dos Magistrados do Ministério Público como a Associação Sindical
dos Juízes Portugueses mostraram dúvidas sobre a pertinência
destes juízos. Nem a Ordem dos Advogados nem o Conselho
Superior do Ministério Público responderam ao pedido de parecer
do Parlamento.

A proposta do Bloco pressupõe duas experiências-piloto nas


comarcas de Braga e Setúbal — as que têm um maior rácio de casos
no país — e os juízes e funcionários teriam que ter formação
específica e especializada na temática da violência doméstica. Estes
juízos assumiriam igualmente os processos de regulação do poder
paternal em que estivesse também em causa a violência doméstica.
Ora esta necessidade de maior formação foi a única questão que
mereceu o aplauso dos deputados do PSD, PS e PCP — o CDS
remeteu a sua opinião para a discussão em plenário que está

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marcada para dia 26. O PSD foi tão crítico que até apelou ao Bloco
para a retirar da agenda, mas a deputada Sandra Cunha não quis
desistir.

Penas mais pesadas


Neste pacote de reforço do combate ao fenómeno da violência
doméstica discutido na quarta-feira na Comissão de Assuntos
Constitucionais, os bloquistas ouviram também críticas à sua opção
de aumentar a moldura penal, no seus limites mínimo e máximo,
para este crime. Os partidos preferem apostar na prevenção,
considerando que não é por se aumentar um ou dois anos em
algumas tipologias deste crime que se irá ajudar a dissuadir os
agressores.

Outra proposta do Bloco prevê alterações ao Código de Processo


Penal para que seja possível a aplicação de prisão preventiva a
crimes de violência doméstica, e para que deixe de se poder
recorrer, nos processos por este tipo de crime, à figura da
suspensão provisória de processo. Seria a forma de contrariar o
“sentimento de impunidade” e a visão de que se trata de um “crime
menor”, já que há um recurso exagerado à suspensão da pena: em
75% dos processos de abuso sexual os autores foram condenados
com pena suspensa e em 1390 casos só 95 cumpriram pena de
prisão efectiva.

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