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Produção de Material

Didático

Validação de Material Didático


Universidade Federal de Lavras – UFLA
Departamento de Ciência da Computação – DCC
Centro de Educação a Distância – CEAD

VALIDAÇÃO DE M ATERIAL D IDÁTICO

1a edição

Frank Mendes Nobre

Lavras/MG – 2015
Ficha Catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da Biblioteca Central da UFLA

Nobre, Frank Mendes


Validação de Material Didático. 1.ed. - - Lavras: UFLA, 2015.
79 p. : il.
Uma publicação do Centro de Apoio à Educação a Distância da Univer-
sidade Federal de Lavras 1. Didática. 2. Ensino a Distância. 3.
Informática. 4. Material didático. I. Nobre, F.M. II. Universidade Federal
de Lavras. III. Centro de Educação a Distância. IV. Título.
CDD-371.3
-371.33
-371.35
PMD-LE – Curso de Pós-graduação Lato Sensu em
Produção de Material Didático Utilizando
o Linux Educacional
Governo Federal
PRESIDENTA
Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Renato Janine Ribeiro
Coord. de Aperf. de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Universidade Aberta do Brasil (UAB)
Universidade Federal de Lavras – UFLA
REITOR
José Roberto Soares Scolforo
VICE-REITORA
Édila Vilela de Resende Von Pinho
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Alcides Moino Júnior
PRÓ-REITOR ADJUNTO LATO SENSU
Daniel Carvalho de Rezende
COORDENADOR DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NA UFLA
Cleber Carvalho de Castro
COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ronei Ximenes Martins
Departamento de Ciência da Computação – DCC
CHEFE DO DEPARTAMENTO
Joaquim Quinteiro Uchôa
COORDENADORA DO CURSO
Ana Paula Piovesan Melchiori
COORDENADOR DE TUTORIA
André Vital Saúde
REVISÃO TEXTUAL
Rosemary Chalfoun Bertolucci

REVISÃO TÉCNICA
André Luiz Zambalde
DESIGNER INSTRUCIONAL
Kátia Cilene Amaral Uchôa

Este documento foi produzido em LATEX, a partir de classe desenvolvida pela equipe do curso,
utilizando-se fontes Bookman no texto e Avant Garde nos títulos. Os títulos dos capítulos foram
produzidos com a fonte CBGreek. As caixas foram produzidas com o auxílio do pacote tcolorbox,
sendo que as imagens utilizadas nessas caixas (Atividade, Saiba Mais, Para Discussão, etc.) foram
adaptadas de imagens disponibilizadas gratuitamente na Openclipart. Para referências conforme
normas da ABNT, foi utilizado o pacote ABNTEX2. O arquivo pdf gerado foi produzido para possibi-
litar impressão frente-e-verso, portanto, é natural existirem páginas pares em branco.
Dedico este trabalho aos meus amores, Cassia e Fernanda.
Apresentação do Guia de Estudos

Caro cursista, em primeiro lugar, parabéns por chegar até aqui, nesta última dis-
ciplina do curso de especialização em Produção de Material Didático Utilizando o
Linux Educacional. Com um pouco mais de esforço e perseverança você vai conse-
guir finalizar esta disciplina, que explora e desenvolve o tema Validação de Material
Didático. E finalizar o seu curso de especialização com sucesso.
A partir da leitura e estudo da primeira unidade deste guia você vai aprender
como planejar o uso ou aplicação de um dado material didático em sala de aula.
Serão apresentadas técnicas, métodos e estratégias estudadas anteriormente, em
outras disciplinas e guias de estudos, mas, com foco no planejamento de uso ou
aplicação de matérias didáticos digitais à processos de ensino em sala de aula.
Na segunda unidade será apresentado um método que pode ser utilizado
para validação de material didático: antes, durante ou após a aplicação deste ma-
terial em sala de aula. Para uma melhor contextualização serão utilizados ao longo
deste guia exemplos de matérias didáticos digitais. Em especial, serão apresenta-
das aplicações de materiais didáticos do Software Linux Educacional, que também
foi apresentado em disciplinas e guias de estudos anteriores, ao logo deste curso
de especialização.
Por fim, na Unidade 3, será apresentado uma aplicação didática do mé-
todo apresentado na Unidade 2 para exemplificar a validação de material didático.
Sendo assim, caro discente, organize-se, fique atendo e seja curioso, participe com
entusiasmo das atividades propostas no AVA. E, sempre que possível, pesquise em
materiais complementares os temas relacionados a Validação de Material Didático
para ampliar seu conhecimento a respeito. Dessa forma, você estará assumindo
uma postura proativa e criará o seu aprendizado. Bons estudos!
Sumário

1 Planejamento e Projeto para Aplicação de Material Didático 1


1.1 Comentários Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Planejamento para Aplicação de Material Didático . . . . . . . . . . . 2
1.3 Projeto para Aplicação de Material Didático . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2 Análise e Avaliação da Aplicação de Material Didático 19


2.1 Comentários Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital . . . . . . 21
2.2.1 Instruções para Aplicação do Método TICESE . . . . . . . . . . 22
2.2.1.1 Reconhecimento do Software . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2.1.2 Reconhecimento do Método TICESE . . . . . . . . . . . 22
2.2.1.3 Início do Processo de Avaliação com o Método TICESE 23
2.2.1.4 Análise de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2.2 Módulos de Avaliação do Método TICESE . . . . . . . . . . . . 26
2.2.2.1 Módulo de Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.2.2 Módulo de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.2.2.1 Avaliação da Documentação . . . . . . . . . . 30
2.2.2.2.2 Avaliação do Produto . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.2.3 Módulo de Avaliação Contextual . . . . . . . . . . . . . 48
2.3 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

3 Aplicando o método TICESE na validação de uso de Material Didático 51


3.1 Comentários Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.2 Módulo de Avaliação Contextual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.3 Módulo de Avaliação do Aprendizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

A Apêndice 61
A.1 Classificação de Software Educacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
A.2 Formulário de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Lista de Figuras

1.1 Etapas do Planejamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10


1.2 Exemplo de gráfico de Gantt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.1 Exemplo de checklist com questões, respostas e pesos – Fonte: (GA-


MEZ, 1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Atribuição de valores as questões do checklist – Fonte: (GAMEZ, 1998) 24
2.3 Estrutura do Módulo de Avaliação TICESE - Fonte: (GAMEZ, 1998) . 29

3.1 Resultado da aplicação do Módulo de Avaliação Contextual do método


TICESE (avaliação fictícia do software X - III - Módulo de Avaliação
Contextual) - Fonte: próprio autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.2 Resultado da aplicação do Módulo de Avaliação - tabela de Avaliação
do Aprendizado - método TICESE (avaliação fictícia do software X - II
- Módulo de Avaliação) - Fonte: próprio autor . . . . . . . . . . . . . . 55
Lista de Ícones Indicadores

Os ícones a seguir foram utilizados para melhor direcioná-lo no estudo deste guia.

Atividade
Aponta uma atividade que você deve realizar. Quando este ícone
aparecer, fique atento: ele indica que é a sua vez de fazer, de cumprir
alguma atividade, inclusive no ambiente virtual do curso.

Para Discussão
Apresenta uma ideia formulada para ser posteriormente discutida
com os demais participantes do curso.

Exemplo
Disponibiliza um ou mais exemplos para melhor esclarecer o con-
teúdo.

Importante!
Aponta uma observação importante, orientando o leitor a prestar
mais atenção à informação destacada.

Pesquise
Indica a necessidade de fazer pesquisas, buscando informações adi-
cionais sobre o tema abordado

Para Refletir
Orienta a necessidade de fazer uma pausa e pensar sobre o assunto
abordado para responder a algum questionamento.
Saiba Mais
Indicação de material ou leituras adicionais para aprofundamento
teórico ou prático

Síntese
Apresenta um resumo dos principais assuntos abordados no tópico
ou unidade.
Sobre o Autor

Frank Mendes Nobre


Graduado em Ciência da Computação pela Univer-
sidade Federal de Lavras (2003), aperfeiçoamento
em Administração de Redes Linux pela Universi-
dade Federal de Lavras (2008) e mestrado em Ciên-
cia da Computação pela Universidade Federal de Mi-
nas Gerais (2011). É coordenador de Tecnologia da
Informação do Centro Universitário de Lavras, atu-
ando com gestão de projetos e serviços de TI. Do-
cente nas disciplinas da área de TI para os cursos
de Engenharia de Produção, Gestão Comercial e Ad-
ministração no Centro Universitário de Lavras.

U NIDADE 1
Planejamento e Projeto para Aplicação de
Material Didático

Objetivos da Unidade:
Nesta unidade são abordados os principais funda-
mentos sobre planejamento e gestão de projetos di-
recionados para a aplicação material didático digi-
tal em sala de aula.

Conteúdos Abordados:

• Planejamento de projetos;

• Gestão de projetos;

• Aplicação material didático digital em sala de


aula.
2 Validação de Material Didático

1.1 Comentários Iniciais


Em um curto período de tempo, a Tecnologia da Informação foi responsável por in-
troduzir mudanças significativas em praticamente todas as áreas de conhecimento
e atividades humanas, destacando-se a área de educação. No contexto educaci-
onal, estas mudanças foram intensificadas nos últimos anos, principalmente, em
função do uso ou aplicação dos vários recursos de Tecnologia da Informação a
processos educacionais.
De acordo com (BARBOSA; MOURA; NAGEM, 2002), o contexto mundial
apresenta um grande desafio quanto à forma de assimilar as mudanças que estão
ocorrendo em função do desenvolvimento das Tecnologias da Informação e suas
interações com o sistema educacional. Ainda, segundo estes autores, o problema
a ser considerado, neste cenário, é estabelecer claramente qual deve ser o melhor
caminho para introduzir, de forma sistemática, organizada e efetiva, a Tecnolo-
gia da Informação e seus recursos como elementos facilitadores dos processos
didático-pedagógicos da escola. Bem como, buscar aprendizagens significativas e
a melhoria dos indicadores de desempenho do sistema educacional como um todo,
onde as novas tecnologias sejam empregadas de forma natural e transparente.
A primeira unidade deste guia de estudos realiza uma introdução sobre
a aplicação de recursos de Tecnologia da Informação à processos educacionais,
como, por exemplo, o processo de aplicação de um dado material didático digi-
tal em sala de aula. Neste sentido, alguns dos métodos, técnicas e estratégias
para planejamento e gestão de projetos, estudados em (SOARES; UCHÔA, 2015) e
(NOBRE; UCHÔA, 2014), serão aqui utilizados, mas com foco na aplicação de ma-
teriais didáticos digitais em sala de aula. Visando uma melhor contextualização,
será adotado um exemplo de aplicação de material didático do Linux Educacional.
Este Software Educacional e suas aplicações foram estudados nos guias Labora-
tório de Linux Educacional I (MELCHIORI; ANDRADE, 2014a) e Laboratório de
Linux Educacional II (MELCHIORI; ANDRADE, 2014b), ao longo deste curso de
especialização em Produção de Material Didático.

1.2 Planejamento para Aplicação de Material Didático


Esta seção é amplamente baseada no trabalho de (NOBRE; UCHÔA, 2014) e no
guia de estudos Planejamento de Material didático (SOARES; UCHÔA, 2015). Se-
gundo estes autores, uma das principais abordagens para o planejamento de um
trabalho, como, por exemplo, a aplicação de um dado material didático digital em
1.2. Planejamento para Aplicação de Material Didático 3

sala de aula, é planejar as diferentes etapas a serem executadas. A estratégia a


ser utilizada é dividir o problema em vários subproblemas, simplificando sua aná-
lise e solução. Assim, uma primeira recomendação para a aplicação de um dado
material didático digital em sala de aula, consiste em estabelecer as diferentes
etapas que fazem parte desse processo. Nesse caso, deve-se ter em mente que a
preparação desses estágios requer a construção de passos detalhados para que o
professor possa se orientar.

De uma maneira geral, o processo de planejamento irá envolver, em maior


ou menor grau, as seguintes etapas:

Importante!
Essas etapas são genéricas e podem ser adaptadas e aplicadas para
diversos tipos de planejamento, como, por exemplo, no planejamento
de aplicação de um dado material didático digital em sala de aula.
Contudo, a maior parte delas é extremamente útil para a maioria
das situações.

1. Estabelecer Objetivos: A primeira grande tarefa em qualquer tipo de tra-


balho complexo ou demorado, após sua idealização, é estabelecer o que se pretende
obter ao término de sua execução. O estabelecimento claro de objetivos permite
ao professor monitorar, avaliar, controlar e garantir o grau de sucesso desejado
ao término da aplicação de um material didático. Neste sentido, é importante es-
tabelecer os objetivos gerais e específicos para a aplicação de um dado material
didático, estabelecendo o que se pretende obter com a implantação desse recurso
na sala de aula. Esse tipo de reflexão irá permitir estabelecer, com maior clareza,
quais são os recursos relacionados à aplicação do material didático, bem como
se ele será aplicado em sala de aula ou em outro ambiente, como, por exemplo,
um ambiente virtual de aprendizagem. Observe que é importante, aqui, refletir
sobre quais habilidades e conhecimentos pretende-se que o aluno desenvolva com
a aplicação do material didático. O professor pode, por exemplo, desejar desenvol-
ver habilidades e conhecimentos matemáticos por meio de atividades do software
GCompris, que pode ser instalado no Linux Educacional.
4 Validação de Material Didático

Saiba Mais
GCompris a é uma suite de aplicações educacionais que compreende
numerosas atividades para crianças de idade entre 2 e 10 anos. Al-
gumas das atividades são de orientação lúdica, mas sempre com um
caráter educacional. Abaixo você encontra uma lista de categorias,
com algumas das atividades disponíveis em cada uma delas.

• descoberta do computador: teclado, mouse, diferentes usos do


mouse, ...

• aritmética: memorização de tabelas, enumeração, tabelas de


entrada dupla, imagens espelhadas, ...

• ciências: controle do canal, ciclo da água, o submarino, simu-


lação elétrica, ...

• geografia: colocar os países no mapa

• jogos: xadrez, memória, ligue 4, sudoku ...

• leitura: prática de leitura

• outros: aprender a identificar as horas, quebra-cabeças com


pinturas famosas, desenho vetorial, produção de quadrinhos,
...

O GCompris é um software livre, o que significa que você pode


adaptá-lo às suas necessidades, melhorá-lo e, o mais importante,
compartilhá-lo com as crianças de toda a parte.
a <http://gcompris.net/index-pt_BR.html>. Acessado em 10/06/2015.

De acordo com (MELCHIORI; ANDRADE, 2014b), o GCompris oferece cerca


de 100 atividades, sendo ideal a introdução destas atividades de maneira plane-
jada e pouco a pouco, à medida que os alunos vão avançando no desenvolvimento
dos conhecimentos e habilidades desejáveis. Esta estratégia pode manter a curio-
sidade dos alunos e evitar que eles percam tempo fazendo atividades que possam
ser complexas, o que pode causar desinteresse ou desmotivação no processo de
aprendizagem.

2. Analisar a Situação Atual: Para a maioria dos casos, o estabelecimento


de objetivos surge a partir de uma análise da situação atual. Dessa maneira, para
1.2. Planejamento para Aplicação de Material Didático 5

o exemplo de uso da aplicação de um dado material didático, é importante avaliar


os problemas existentes na sala de aula, quais as dificuldades de aprendizagem
e os principais motivos dessas dificuldades. Isso irá permitir uma reflexão mais
profunda e o estabelecimento mais claro dos objetivos para a aplicação do mate-
rial didático. Em relação ao exemplo anteriormente citado, a análise da situação
atual possibilitará ao professor avaliar qual é a ferramenta de software do Linux
Educacional mais adequada para aplicação em sala de aula e que forneça o me-
lhor suporte ao ensino de conceitos matemáticos. O professor poderá decidir sobre
utilizar o GCompris ou TuxMath, por exemplo.

Exemplo
Suponha uma situação em que o professor observe que os alunos
estão apresentando dificuldades na aprendizagem dos conceitos de
soma e valor com dinheiro, quando estes conceitos estão sendo apli-
cados por meio de materiais didáticos tradicionais. Uma alternativa
seria o ensino destes conceitos com o GCompris, que possibilitaria
ao professor desenvolver as habilidades e conhecimentos desejados
com uma abordagem diferente, utilizando um recurso de tecnologia
da informação, que pode atrair a atenção dos alunos e auxiliar no
processo de aprendizagem.

3. Definir Conteúdos: A partir do momento em que se tem o estabele-


cimento de objetivos claros, bem como uma análise da situação atual, torna-se
imprescindível estabelecer quais conteúdos são necessários para atender os obje-
tivos propostos. Nesse momento, deve-se avaliar e definir quais informações são
mais importantes e quais devem ser utilizadas para reforço. É importante avaliar
quais conteúdos são mais adequados aos vários tipos de possibilidade de aplica-
ções de um dado material didático e também o inverso: quais tipos de aplicação
6 Validação de Material Didático

do material didático são mais adequados a um determinado tipo de conteúdo.

Exemplo
O GCompris, por exemplo, é perfeitamente aplicável ao ensino dos
conceitos matemáticos de soma e valor com dinheiro para crianças
de 2 a 10 anos e é importante estabelecer quais conteúdos podem
ser abordados indiretamente nesta aplicação, com a finalidade de
guiar o processo de utilização deste material didático. Podem ser
adotados conteúdos complementares para treinamento e ambienta-
ção dos alunos com o Linux Educacional e o GCompris, por meio da
utilização de manuais. Pode ser observado que este tipo de conteúdo
é fundamental para o sucesso da aplicação das atividades de ensino
via GCompris.

4. Esboçar as Atividades: Após estabelecer os objetivos, analisar a situação


atual e definir os conteúdos, é o momento de esboçar as atividades ou fazer um
desenho inicial da aplicação do material didático em sala de aula, um rascunho de
suas principais características. Algumas ferramentas e recursos podem ser extre-
mamente úteis nessa etapa, como o uso de roteiros, diagramas e cronogramas. O
objetivo desta etapa é permitir uma visão inicial do que se pretende ao término do
processo de aplicação, a fim de se obter uma melhor execução do planejamento do
projeto.

Exemplo
No caso da aplicação do GCompris para ensino dos conceitos de
soma e valor com dinheiro, o professor pode criar um roteiro para
ter uma ideia inicial de como será o resultado desta aplicação. Neste
roteiro, pode ser registrado o que precisa ser feito antes da aplicação,
durante e após. Dessa forma, o professor terá uma boa visão de to-
dos os acontecimentos previamente à aplicação do material didático,
além de um guia para se orientar no processo de aplicação. Tam-
bém pode ser criado um cronograma em que constem as principais
atividades ou tarefas, os responsáveis por executar as atividades e
as datas para execução destas atividades, a fim de controlar, princi-
palmente, os prazos envolvidos na aplicação do GCompris.
1.2. Planejamento para Aplicação de Material Didático 7

5. Verificar Recursos Necessários: A partir do esboço construído, a pró-


xima etapa de planejamento consiste em levantar quais são os recursos neces-
sários para execução dos processos de aplicação do GCompris para ensino dos
conceitos matemáticos de soma e valor com dinheiro. Assim, devem ser identi-
ficados os recursos materiais, tecnológicos e humanos que serão determinantes
para a execução do projeto. Devem ser destacados não apenas os equipamentos,
mas os aplicativos de computadores e os profissionais que serão essenciais para
o sucesso do projeto. É importante, também, verificar os custos envolvidos, para
evitar maiores surpresas durante o desenvolvimento do projeto.

Exemplo
Para o exemplo de aplicação do GCompris, deve ser verificado se há
um laboratório de informática disponível e se é possível instalar este
software nos computadores deste laboratório. Além disso, é interes-
santes observar se será necessário a presença de monitores durante
a aplicação das atividades no GCompris. Estes monitores podem au-
xiliar os professores, esclarecendo dúvidas de alunos. É importante,
também, prover um treinamento ao aluno antes da aplicação, caso
ele não esteja ambientado com o Linux Educacional e o GCompris.

6. Estabelecer Linhas Estratégicas de Desenvolvimento: Além dos re-


cursos necessários, deve ser avaliado como será a aplicação do GCompris para o
ensino dos conceitos de soma e valor com dinheiro em sala de aula. Deve ser ve-
rificado quais etapas e tarefas devem ser realizadas até o término desta aplicação.
O processo de desenvolvimento está relacionado aos recursos que estarão disponí-
veis para a realização do projeto. Inclusive, o planejamento adequado desta etapa
tem o objetivo de evitar imprevistos, de maneira similar ao processo de verificação
8 Validação de Material Didático

dos recursos necessários.

Exemplo
Utilizando o exemplo de aplicação do GCompris, o professor deve es-
tar atento para a diversidade de estratégias de aplicação deste ma-
terial didático. Como visto, o GCompris possui mais de 100 tipos
de atividades, que podem ser aplicadas em momentos diferentes do
processo de ensino. Além disso, há a recomendação para que es-
tas atividades sejam aplicadas de maneira organizada, sequencial e
paulatinamente. Dessa forma, as habilidades e conhecimentos dos
alunos serão pouco a pouco despertados. Observa-se, nesta etapa,
uma série de cuidados que precisam ser observados para garantir o
sucesso na execução do projeto de aplicação de um dado material
didático em sala de aula. Cabe ressaltar, aqui, que estes cuidados
podem variar para os diferentes tipos de projeto.

7. Estabelecer Linhas Estratégicas de Aplicação e Avaliação: O processo


de aplicação do GCompris em sala de aula é tão ou mais importante que o próprio
processo de desenvolvimento da estratégia de aplicação. Nesse sentido, é necessá-
rio que o professor reflita sobre como será a aplicação deste material didático para
o ensino dos conceitos de soma e valor com dinheiro, e como os resultados dessa
aplicação serão avaliados.

Exemplo
Estabelecer a forma de como será a aplicação do GCompris em sala
de aula irá permitir refletir sobre quais os recursos que deverão estar
disponíveis nessa aplicação, bem como suas principais característi-
cas. Por outro lado, é importante planejar uma forma de avaliar
o resultado após uso desta aplicação, permitindo corrigir eventu-
ais desvios do processo na próxima oportunidade em que uma nova
aplicação do GCompris for ser utilizada em sala de aula.

Assim, tomando-se o exemplo do GCompris, pode-se planejar a aplicação


dos conceitos de soma e valor como atividades a serem realizadas neste software.
Em seguida, após uso deste material didático para ensino destes conceitos, pode-
1.2. Planejamento para Aplicação de Material Didático 9

se aplicar uma atividade avaliativa, que o professor vai, posteriormente, corrigir e


observar o efeito do uso do material didático no ensino e aprendizagem dos alu-
nos. O resultado deste cenário pode ser comparado com o resultado do cenário em
que o professor utilizou materiais didáticos tradicionais para o ensino do mesmo
conteúdo.

8. Formalizar o planejamento: Em geral, a aplicação do GCompris em


sala de aula pelo professor é realizada a partir de uma reflexão, utilizando, em al-
guns casos, planos de aula para formalizar o processo. Entretanto, determinadas
aplicações podem requerer uma construção mais formal, exigindo que o próprio
planejamento esteja documentado de alguma maneira. Existem diferentes formas
para formalizar o projeto de aplicação de um dado material didático e a maneira
mais adequada irá depender do tipo de material didático a ser utilizado, bem como
a metodologia/estratégia que será utilizada na aplicação deste recurso em sala de
aula.

Exemplo
No caso da aplicação do GCompris para ensino de conceitos ma-
temáticos de soma e valor com dinheiro, por exemplo, a criação
detalhada de um roteiro pode ser essencial para o bom desenvol-
vimento desta aplicação, além da criação de um cronograma para
controlar os prazos deste projeto e garantir sua realização dentro do
tempo planejado. Deve ser percebido que o planejamento do pro-
cesso de aplicação de um determinado material didático em sala de
aula, como o GCompris, tem, como principal objetivo, evitar con-
tratempos durante o desenvolvimento e aplicação desse recurso de
Tecnologia da Informação. Esta situação é aplicável a qualquer ou-
tro tipo de projeto. Além disso, o planejamento incorpora um grau
de profissionalismo ao projeto, sendo que, quanto maior o profissi-
onalismo que se pretenda ter na aplicação do material didático em
sala de aula, maior deve ser a atenção dada ao planejamento desse
processo.

As etapas de planejamento apresentadas nesta seção e ilustradas na Fi-


gura 1.1, podem ser utilizadas em praticamente todos tipos de projetos de apli-
cações de materiais didáticos em sala de aula. Entretanto, ressalta-se que, estas
etapas podem não ser as mesmas para o planejamento dos diferentes tipos de pro-
10 Validação de Material Didático

jetos das várias áreas de negócio (economia, política, tecnologia da informação,


etc). Sendo assim, estas etapas devem ser adaptadas de acordo com a realidade
de cada área.

Figura 1.1: Etapas do Planejamento

Atividade 1
Selecione algum material didático digital do Linux Educacional e in-
forme como poderia ser realizado o planejamento da aplicação deste
material em sala de aula.

Na seção a seguir, serão apresentados os principais fundamentos sobre ges-


tão ou gerenciamento de projetos (neste guia, gestão e gerenciamento de projetos
têm o mesmo significado). Ainda será utilizado o exemplo de aplicação de ativida-
des do material didático GCompris em sala de aula, a fim de auxiliar a compreen-
são do leitor sobre os principais aspectos da gestão de projetos no contexto deste
estudo.

1.3 Projeto para Aplicação de Material Didático


Uma das maneiras de se executar os processos do projeto de aplicação de um dado
material didático em sala de aula, que já teve suas etapas planejadas, é utilizar
técnicas de gerenciamento de projetos. Existem várias definições para projetos,
1.3. Projeto para Aplicação de Material Didático 11

uma das mais utilizadas é a adotada no PMBOK R (PROJECT MANAGEMENT INS-


TITUTE, 2008), um guia para gerenciamento de projetos: “Um projeto é um esforço
temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A
sua natureza temporária indica um início e um término definidos.”. É importante
ressaltar que o PMBOK encontra-se atualmente em sua quinta edição. Entretanto,
neste guia, será utilizada a quarta edição, que é, ainda, a mais difundida e é reco-
nhecida como padrão nessa área pela ANSI1 e IEEE2 .
Deve ser observado que, na definição do PMBOK, há destaque para o termo
“temporário”, que não implica, necessariamente, em curta duração, mas sim, a
visão de que um projeto é algo que possui prazo para começar e terminar. Além
disso, ressalta-se nessa definição o fato que um projeto possui um objetivo bem
específico, sob a forma de produto, serviço ou resultado a ser alcançado. Assim,
inclusive, o término do projeto dá-se quando seus objetivos são alcançados ou
quando se verifica que o projeto não é mais necessário, seja porque esses obje-
tivos não poderão ser atingidos, foram alcançados de outras maneiras, ou então
esses objetivos deixaram de ser interessantes aos que gerenciam e/ou executam o
projeto.

Para Refletir
• O que é um projeto segundo o PMBOK?

• Qual o significado do termo temporário no PMBOK?

Um outro aspecto destacado no PMBOK , R é o fato de que embora o projeto


possua prazo delimitado, os resultados desejados geralmente não estão delimita-
dos a esse prazo. Em geral, a maioria dos projetos é realizada tendo-se em vista
a produção de resultados duradouros. Isso se aplica muito bem ao contexto de
aplicação de um dado material didático em sala de aula, uma vez que após sua
utilização e validação, a aplicação pode ser adotada diversas vezes, podendo provo-
car diferentes resultados em cada aplicação. E esses resultados, inclusive, podem
persistir por um longo período, inclusive com mudanças significativas no conhe-
cimento e/ou habilidade do aluno. Assim, o uso de técnicas e metodologias de
gestão de projetos podem ser extremamente úteis para projetos de aplicação de
materiais didáticos em sala de aula.
De acordo com o PMBOK , R “Gerência de Projetos é a aplicação de conheci-
mentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto com o obje-
1 ANSI – American National Standards Institute: <http://www.ansi.org/>.
2 IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers: <https://www.ieee.org/>.
12 Validação de Material Didático

tivo de atender os requisitos do projeto”. Gerenciar um projeto implica, portanto,


em buscar garantir que os objetivos do projeto sejam alcançados, garantindo-se
que o mesmo alcance a qualidade desejada, dentro do cronograma estabelecido e
sem fugir aos custos previstos. Isso implica em gerenciar também o alcance (es-
copo) do projeto, os recursos humanos envolvidos, bem como gerir os riscos do
projeto, para evitar o seu fracasso. Para isso, o PMBOK R dedica nove capítulos
de seu texto às áreas de conhecimento relacionadas ao gerenciamento de projetos,
aqui exemplificados no contexto de aplicação do material didático GCompris no
processo de ensino dos conceitos matemáticos de soma e valor com dinheiro:

1. Gerenciamento de integração do projeto: Nesta área, busca-se gerenciar


a execução do projeto, suas diversas etapas, seu início e término. No caso
da aplicação do GCompris em sala de aula, por exemplo, implica em geren-
ciar como as diferentes etapas de desenvolvimento desta aplicação irão ser
integradas, do início ao fim.

2. Gerenciamento do escopo do projeto: No caso da aplicação do GCompris


em sala de aula, esta área inclui os processos necessários para garantir que o
projeto inclui todo o trabalho necessário, sem esforços desnecessários, para
a aplicação com sucesso. Entre as ferramentas que podem ser utilizadas
nessa área, encontram-se o brainstorming, processo de discussão de ideias
em grupo, bem como o uso de diversos tipos de diagramas, incluindo os
mapas mentais.

3. Gerenciamento de tempo do projeto: Esta área inclui os processos ne-


cessários para garantir o término pontual do projeto. Assim, no contexto
de aplicação do GCompris em sala de aula, essa área inclui a estimativa
dos recursos necessários, bem como a duração de cada tarefa envolvida na
aplicação adotada. Obviamente, essa área também inclui desenvolvimento e
controle de um cronograma que cobre todo o desenrolar do projeto. Entre as
ferramentas dessa área, destaca-se o uso de gráficos de Gantt, extremamente
úteis para gerenciamento do cronograma e dos recursos envolvidos.

4. Gerenciamento de custos do projeto: Esta área, no contexto de aplicação


do GCompris em sala de aula, busca estimar e controlar os custos envolvidos
durante o desenvolvimento dessa aplicação. Assim, ressalta-se a importância
da existência de um orçamento detalhado do projeto, tão logo os custos sejam
estimados, para posterior acompanhamento, evitando surpresas maiores no
processo. O professor precisa dar muita atenção a esse planejamento, para
1.3. Projeto para Aplicação de Material Didático 13

evitar maiores dissabores durante a etapa de execução. As planilhas eletrô-


nicas destacam-se entre as ferramentas desta área para criação e controle de
orçamentos.

5. Gerenciamento da qualidade do projeto: Esta área busca identificar quais


os requisitos básicos de qualidade envolvidos no projeto, bem como quais os
padrões existentes e que estão relacionados ao projeto como um todo. No
caso de aplicação do GCompris em sala de aula, torna-se importante avaliar,
durante a etapa de planejamento quais critérios serão utilizados para medir o
grau de sucesso do desenvolvimento dessa aplicação. Assim, é extremamente
importante estipular quais indicadores educacionais, por exemplo, podem ser
utilizados após a aplicação do GCompris para avaliar a qualidade dessa apli-
cação. Durante o processo de estruturação, deve-se utilizar de mecanismos
de inspeção, de forma a garantir que a aplicação esteja sendo estruturada
de acordo com os critérios estabelecidos. Ao término do processo, por sua
vez, deve-se avaliar os resultados obtidos, verificando os pontos críticos de
falhas, de forma a evitar novos problemas quando da execução de projetos
semelhantes.

6. Gerenciamento de recursos humanos do projeto: No contexto de aplicação


do GCompris, essa área busca inicialmente estabelecer as habilidades neces-
sárias para a aplicação desse recurso na sala de aula. Isso possibilita definir
os papéis e os respectivos responsáveis por essas funções. Durante a etapa de
desenvolvimento, deve-se atentar para os aspectos de mobilização e gerenci-
amento da equipe do projeto, tarefas que irão demandar tanto mais atenção,
quanto maior o número de pessoas envolvidas. Através das ferramentas de
cronograma é possível realizar um bom gerenciamento de atividades/tarefas
e recursos humanos responsáveis pela execução dessas tarefas.

7. Gerenciamento das comunicações do projeto: Uma vez que a equipe envol-


vida no projeto de aplicação do GCompris em sala de aula tenha sido definida,
é importante planejar como as informações serão distribuídas e como se dará
o processo de comunicação entre os participantes. Nessa área, devem ser de-
finidos quais os recursos preferenciais para a troca de informações, como, por
exemplo: e-mail, chat, grupos de discussão, avisos, memorandos, etc. Deve-
se atentar também sobre qual estilo de comunicação será adotado quando da
aplicação do GCompris em sala de aula para os alunos.

8. Gerenciamento de riscos do projeto: Essa área tem o objetivo de identifi-


car e controlar os riscos de um dado projeto. Assim, no caso de aplicação
14 Validação de Material Didático

do GCompris, tem-se a intenção de aumentar a probabilidade e impacto dos


eventos positivos na aplicação desse recurso em sala de aula, bem como di-
minuir o impacto dos imprevistos e eventos negativos que ocorrerem nesse
processo. Ou seja, cabe ao professor tentar prever quais os principais riscos
que podem ocorrer durante todo o processo de aplicação do GCompris, bus-
cando criar mecanismos que minimizem o impacto desses riscos. Algumas
ferramentas de gerenciamento de cronogramas possuem também funcionali-
dades para análise de riscos associados ao projeto.

9. Gerenciamento de aquisições do projeto: Essa área inclui os mecanismos


de gerenciamento de compra ou aquisições de produtos ou serviços neces-
sários ao desenvolvimento do projeto. No caso de aplicação do GCompris
em sala de aula, isso implica em administrar o processo de obtenção dos
recursos necessários para a aplicação. Por exemplo, se um dado equipa-
mento encontra-se disponível na escola e pode ser utilizado para a aplicação
do GCompris, o planejamento deverá destacar esse fato, uma vez que é um
produto que precisa ser “adquirido” durante o desenvolvimento do projeto.
Assim, deve ser feito um controle em um documento de texto ou planilha ele-
trônica, por exemplo, para que os produtos ou serviços estejam disponíveis
quando forem necessários, isso pode evitar atrasos nas tarefas previstas em
cronogramas ou aumento dos custos anteriormente estimados.

O objetivo de apresentar essas áreas é o de destacar os vários aspectos que


podem estar envolvidos na gestão de projetos, chamando a atenção do leitor para
os diversos elementos que precisam ser analisados, por exemplo, quando da apli-
cação de atividades no GCompris para o ensino dos conceitos matemáticos de
soma e valor visando melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos
em sala de aula. Como comentado anteriormente, quanto mais profissionalismo
queira se dar ao processo de gerenciamento do projeto, maior é a necessidade de
planejamento do projeto.

Para Discussão
Avalie, com seus colegas, no fórum da disciplina, como as áreas de
conhecimento do PMBOK podem ser utilizadas para um projeto de
aplicação de material didático do Linux Educacional em sala de aula.

Um projeto, como pode ser percebido em suas diversas áreas de gerencia-


mento, possui todo um ciclo de vida, sendo composto por várias etapas. Em várias
1.3. Projeto para Aplicação de Material Didático 15

situações, essas etapas são bem delimitadas e possuem um cronograma especí-


fico. Além disso, pode envolver vários tipos de recursos, incluindo uma equipe
com papéis bem diferenciados. Assim, é bastante comum o uso de ferramentas
de software para gerenciamento de projetos, com destaque para o gerenciamento
de integração, de tempo e recursos do projeto. Várias dessas ferramentas são
gratuitas e podem ser instaladas no Linux Educacional, podendo-se destacar o
dotProject, OpenProj, GanttProject e Planner.
As ferramentas apresentadas permitem, por exemplo, a produção de gráficos
de Gantt, que são cronogramas extremamente úteis para planejar as etapas de um
dado projeto. Na Figura 1.2, encontra-se ilustrado um gráfico de Gantt de um
projeto educacional de implantação de uma aplicação da internet em sala de aula.

Figura 1.2: Exemplo de gráfico de Gantt

Dentre as ferramentas citadas para gerenciamento de projetos até aqui, a


mais poderosa e completa é, com certeza, o Redmine (NOBRE; UCHÔA, 2014).
Entretanto, é também a que possui instalação mais complexa. É uma ferramenta
para ser instalada em um servidor web, como o Apache, exigindo também o uso de
serviços de banco de dados. Ou seja, é uma ferramenta direcionada a instituições
que trabalham com vários projetos ao mesmo tempo, envolvendo diversas equipes.
16 Validação de Material Didático

Os outros três produtos apresentados são aplicativos desktop, isto é, rodam di-
retamente na máquina onde forem instalados. Cabe ressaltar que o OpenProj e o
GanttProject são aplicativos Java que rodam em qualquer sistema operacional que
possua a máquina virtual instalada. Com isso, é possível rodar esses aplicativos
no Linux Educacional, Windows e MacOSX, entre outros sistemas. O Planner, por
outro lado é uma aplicação nativa do Linux, mas que possui versão também para
Windows. Por fim, é importante ressaltar que as aplicações citadas possuem bom
suporte para o português em seus menus e diálogos.
Há ainda as ferramentas Internet para apoio ao planejamento e gestão de
projetos, dentre as quais pode-se citar as ferramentas de groupware do Google,
que podem ser utilizadas para apoio a processos de comunicação e formalização
de documentos (textos, desenhos e planilhas) de um projeto. Além do Gqueues,
Creately, Gantter, Trello, entre outras. Entretanto, não serão aprofundados os
conhecimentos sobre as ferramentas citadas até aqui, pois se trata de um tema
que foge ao escopo deste guia de estudos.

Atividade 2
Elabore um cronograma simplificado para um projeto de aplicação
do material didático digital do Linux Educacional, selecionado na
Atividade 1. Utilize o arquivo disponibilizado no ambiente virtual
chamado cronograma.odt

1.4 Considerações Finais


Os métodos, técnicas e ferramentas de software relacionados ao planejamento e
gestão de projetos estudados até aqui são aplicáveis a quaisquer áreas de negó-
cio, desde empresas do ramo de construção, indústria, tecnologia da informação,
até instituições educacionais, dentre outras. Em especial, as instituições educa-
cionais buscam cada vez mais adotar planejamento e gestão de projetos, visando
profissionalizar a execução de suas atividades. É o caso, por exemplo, do plane-
jamento e projeto para aplicação do software GCompris para apoio a processos de
ensino e aprendizagem em sala de aula.
Na próxima unidade serão desenvolvidos conhecimentos complementares a
aqueles estudados nesta unidade. Serão abordados temas relacionados à análise e
avaliação da aplicação de um dado material didático digital em sala de aula, como,
1.4. Considerações Finais 17

por exemplo, da aplicação do Software GCompris para apoio a processos de ensino


e aprendizagem.
18 Validação de Material Didático
U NIDADE 2
Análise e Avaliação da Aplicação de
Material Didático

Objetivos da Unidade:
Nesta unidade são abordados os principais funda-
mentos sobre análise e avaliação da aplicação de
material didático digital em sala de aula.

Conteúdos Abordados:

• Análise da aplicação de Material Didático;

• Avaliação da aplicação de Material Didático;

• Método para Avaliação de Material Didático.


20 Validação de Material Didático

2.1 Comentários Iniciais


De acordo com (ARAÚJO; FERREIRA; MELCHIORI, 2014), o entendimento sobre
métodos para a análise e avaliação de materiais didáticos pode ser estendido para
quaisquer tipos de materiais, uma vez que os materiais didáticos contribuem para
o mesmo processo. Entretanto, os critérios de avaliação podem variar, principal-
mente, de acordo com o formato, o meio e as características do material didático a
ser avaliado.
A avaliação da aplicação de materiais didáticos tecnológicos ou digitais,
como, por exemplo, a avaliação da aplicação do software GCompris para o pro-
cesso de ensino dos conceitos matemáticos de soma e valor, tem, como objetivo,
determinar se há uma adequação do material à situação específica de ensino e
aprendizagem em que este material didático está sendo empregado (no caso, se as
atividades aplicadas à alunos através do GCompris estão adequadas ao ensino e
aprendizagem dos conceitos de soma e valor utilizando dinheiro).
Além de compreender a importância da avaliação de materiais didáticos, é
importante que o professor compreenda, também, o momento em que essa avalia-
ção deverá acontecer, sendo três possíveis, segundo (VILAÇA, 2010):

• Antes da aplicação, em que é feita a seleção do material didático de acordo


com o contexto;

• Ao longo da aplicação, com a finalidade de compreender a aplicabilidade do


material didático; e

• Após aplicação, a fim de verificar o grau de satisfação e/ou eficácia, bem como
o impacto que o material provocou.

No guia de estudos Concepção de Materiais Didáticos (ARAÚJO; FERREIRA;


MELCHIORI, 2014), foram apresentados vários métodos e critérios para avalia-
ção de material didático digital em qualquer um dos momentos: antes, durante
ou após a aplicação em sala de aula. Dentre a relação de métodos apresentados
por estes autores, há métodos que podem ser aplicados em qualquer um dos três
momentos, enquanto há outros que podem ser aplicados a apenas um destes mo-
mentos. Nesta unidade de estudos, será apresentado apenas um destes métodos,
devido à complexidade e extensão que seria o trabalho de apresentar em detalhes
todos os métodos e critérios apresentados por (ARAÚJO; FERREIRA; MELCHIORI,
2014).
Para o desenvolvimento deste guia de estudos, foi selecionado o método
TICESE - Técnica de Inspeção de Conformidade Ergonômica de Software Educacio-
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 21

nal (GAMEZ, 1998), que, segundo (ARAÚJO; FERREIRA; MELCHIORI, 2014), pode
ser utilizado para avaliação antes, durante e após o uso de um material didático
digital. Para uma melhor contextualização, o método TICESE será apresentado
utilizando-se, também, o exemplo de aplicação do Software GCompris, aplicativo
do Linux Educacional que pode ser utilizado para o ensino dos conceitos matemá-
ticos de soma e valor.

Importante!
O método TICESE pode ser utilizado para avaliação antes, durante
e após o uso de um material didático digital. Este guia utiliza este
método, mas existem vários outros métodos e critérios para realizar
esta avaliação e que já foram apresentados em outros modulos deste
curso. a

a Veja o trabalho de (ARAÚJO; FERREIRA; MELCHIORI, 2014)

Serão apresentados, também, ao longo do texto, apenas os princípios bási-


cos do método TICESE, uma vez que a sua aplicação é consideravelmente com-
plexa. Segundo (GAMEZ, 1998), pode ser necessária a participação de uma equipe
multidisciplinar, sendo sugerido, inclusive, a presença de um profissional com co-
nhecimentos em Ergonomia de Interação Humano-Computador nesta equipe de
avaliação. Isto porque o TICESE tem um forte enfoque sobre as questões de usabi-
lidade de dispositivos interativos. A apresentação do método TICESE é fortemente
embasada no trabalho de (GAMEZ, 1998).

2.2 Método TICESE para Avaliação de Material Didático


Digital
O TICESE é um método de inspeção que se destina a apoiar o processo de avaliação
de software, como, por exemplo, do GCompris, visando identificar suas qualidades
e problemas ergonômicos. Um aspecto interessante deste método é a proposta de
integração entre os aspectos pedagógicos e de usabilidade no processo de avaliação
(GAMEZ, 1998).
O processo de avaliação do GCompris, por exemplo, envolverá, a princípio,
o estudo de um conjunto de instruções do método TICESE e, na sequência, a
avaliação propriamente dita, que é executada baseando-se nos três módulos apre-
sentados a seguir:
22 Validação de Material Didático

• Classificação: Ocorre a classificação do software GCompris, por exemplo, a


partir dos seus atributos e proposta pedagógica;

• Avaliação: Avaliação da conformidade com os padrões ergonômicos de qua-


lidade do software GCompris. A avaliação é realizada sobre os recursos pe-
dagógicos e de apoio à aprendizagem, e sobre os aspectos ergonômicos de
interface do produto de software; e,

• Avaliação contextual: Ocorre a verificação da adequabilidade do software


GCompris em um dado contexto pedagógico ou situação específica.

Na próxima seção, serão apresentadas as instruções para aplicação do mé-


todo TICESE e, posteriormente, os três módulos que contemplam o processo de
avaliação de um dado software ou material didático digital.

2.2.1 Instruções para Aplicação do Método TICESE


As instruções para aplicação do TICESE são compostas por 4 fases: Reconhe-
cimento do software, Reconhecimento do método TICESE, Início do processo de
avaliação com o uso do método TICESE e Sugestões para análise dos resultados.
Estas 4 fases serão apresentadas a seguir.

2.2.1.1 Reconhecimento do Software

É importante que a equipe avaliadora tenha um primeiro contato com o software


GCompris, por exemplo, de forma a compreender o seu funcionamento. Para o
caso de uma avaliação da possibilidade de aplicação do GCompris no processo de
ensino dos conceitos matemáticos de soma e valor, a equipe de avaliação precisará
acessar este software e executar algumas atividades de forma a conhecer a sua
interface e menus.

2.2.1.2 Reconhecimento do Método TICESE

Nesta fase, é importante que a equipe de avaliadores faça uma leitura prévia do
método TICESE, o que implica em:

• Leitura da definição dos critérios e subcritérios;

• Leitura da taxonomia de software (Apêndice A.1);

• Leitura do formulário de inspeção (Apêndice A.2);

• Leitura do tratamento quantitativo.


2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 23

2.2.1.3 Início do Processo de Avaliação com o Método TICESE

Conforme o exemplo que estamos utilizando nesta unidade, após um reconhe-


cimento prévio e leitura do método TICESE, a equipe avaliadora pode iniciar a
inspeção do software GCompris. Para esta inspeção, são sugeridos os seguintes
passos:
Resposta às Questões: Consiste em ler cada questão do checklist do método
TICESE e verificar a existência do atributo no software GCompris. A segunda, ter-
ceira e quarta colunas da tabela apresentada na Figura 2.1, ilustram as repostas
para as questões de um checklist, onde ‘N’ significa Não, ‘S’ Sim e ‘P’ Parcialmente.
A Figura 2.1 apresenta um exemplo de checklist em que foi avaliado o critério
‘Condução’ de um dado software, que poderia ser o GCompris, por exemplo.

Figura 2.1: Exemplo de checklist com questões, respostas e pesos – Fonte: (GAMEZ, 1998)

Atribuição de Pesos às Questões: Consiste em identificar as questões apli-


cáveis ou não a um dado material didático e, classificá-las, segundo uma ordem
de importância, como a seguir:

• A questão “Não se Aplica”. Neste caso atribuir peso 0 (zero);

• A questão é “Importante”. Atribuir o peso 1 (um);


24 Validação de Material Didático

• A questão é “Muito importante”. Atribuir o peso 1.5 (um e meio).

Esta avaliação poderia ser realizada, por exemplo, no software GCompris.


Na Figura 2.1, podem ser observados, na última coluna, os pesos atribuídos às
questões do checklist utilizado para avaliação do critério ‘Condução’ de um dado
software. Em especial, à questão 11 foi atribuído peso 0 (zero), pois a equipe
avaliadora entendeu que esta questão ‘Não se aplica’.
Tratamento Quantitativo dos Dados: Nesta fase, é preciso executar a atri-
buição de valores às questões do checklist e calcular a média de cada critério e
subcritério isoladamente. Para o exemplo da atribuição de valores às questões
apresentadas na Figura 2.1, pode ser feito o seguinte:

• Para as questões com resposta “Sim”, atribuir o valor 1 (um);

• Para as questões com resposta “Parcialmente”, atribuir o valor 0.5 (meio);

• Para questões com resposta “Não”, atribuir o valor 0 (zero).

Na segunda coluna da Figura 2.2, é apresentada a atribuição de valores às


questões do checklist constante na Figura 2.1. Na terceira coluna são apresenta-
dos os pesos e, na quarta coluna, é exibido o resultado da multiplicação do valor
com o peso.

Figura 2.2: Atribuição de valores as questões do checklist – Fonte: (GAMEZ, 1998)

A partir dos resultados alcançados até aqui, há ainda outros cálculos a se-
rem realizados para se chegar aos resultados da avaliação do critério ‘Condução’
de um dado software. Segundo (GAMEZ, 1998), para o exemplo do checklist da
Figura 2.1, chegou-se a um resultado em que a média final para o critério ‘Condu-
ção’ foi de 57%. Entretanto, não serão aprofundados os conhecimentos sobre como
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 25

alcançar os resultados finais de uma avaliação de um dados material didático di-


gital, pois envolve muitos cálculos e isso foge ao propósito deste curso, que visa
apenas introduzir os conhecimentos básicos sobre a avaliação de aplicação ou uso
de material didático digital, como, por exemplo, o GCompris, em processos de en-
sino e aprendizagem. Neste sentido, a próxima seção apresenta os conhecimentos
sobre a análise de resultados.

2.2.1.4 Análise de Resultados

Após o tratamento quantitativo dos dados e com os resultados em mãos, a equipe


de avaliadores poderá construir gráficos para análise da avaliação feita para um
dado material didático digital, como, por exemplo, as aplicações do GCompris.
Poderia ser criado um gráfico com um cenário comparativo de todos os critérios
avaliados, permitindo obter uma visão mais detalhada e específica sobre o GCom-
pris. Uma outra forma de avaliar os resultados poderia ser a criação de um cenário
de resultados finais obtidos em cada critério. Este cenário possibilitaria comparar
resultados gerais.
A análise dos gráficos pode permitir, por exemplo, que a equipe de avali-
adores identifique os pontos críticos de um dado material didático digital e que
impedem a aplicação dele no processo de ensino. Além de permitir, também, com-
parar resultados entre diferentes tipos de software. Como ilustração, poderia ser
realizada uma análise comparativa entre o GCompris e um outro software insta-
lado no Linux Educacional, que possa ser utilizado para a mesma finalidade (neste
caso, para o ensino dos conceitos matemáticos de soma e valor com dinheiro).
Os resultados obtidos com a sequência explicada até aqui poderão ser úteis
para o desenho de cenários de uso de um dado material didático digital, de forma
a conduzir melhor a realização dos ensaios de interação. Dessa forma, se a apli-
cação do método TICESE identificou problemas no GCompris a respeito do critério
‘Condução’, é importante verificar na prática se o GCompris realmente apresenta
tais problemas e como os apresenta. Esta verificação poderá ser feita por meio dos
ensaios de interação, onde poderão ser constatadas, de fato, as reais dificuldades
encontradas pelo usuário que, no contexto em estudo, é o aluno, e sua interação
com o GCompris.
A aplicação do método TICESE de forma isolada não é suficiente para detec-
tar todos os problemas de um dado material didático digital. Entretanto, se sua
aplicação estiver direcionada ao desenho de cenários de uso em ensaios de inte-
ração, certamente, a união dessas duas perspectivas de análise poderá identificar
os possíveis problemas existentes neste tipo de material e que poderão dificultar a
26 Validação de Material Didático

tarefa de ensino e aprendizagem dos conceitos matemáticos de soma e valor com


dinheiro.
De acordo com (GAMEZ, 1998), não se deve esquecer que o contexto de
utilização de um material didático digital, como, por exemplo, o GCompris, e as
estratégias de ensino utilizadas pelos professores poderão constituir um forte ele-
mento no processo de análise e validação do software em avaliação, mas este é um
assunto complexo, que certamente daria origem a uma nova discussão, que não
será abordado neste guia de estudos. Na próxima seção, serão apresentados os
três módulos do método TICESE.

Síntese
Para aplicar o método TICESE, a equipe de avaliadores precisa:

• Realizar o reconhecimento do material didático digital, explo-


rando seus recursos;

• Realizar o reconhecimento do método TICESE, entendendo as 3


principais atividades que serão realizadas: Classificação, Ava-
liação e Avaliação Contextual;

• Iniciar o processo de avaliação com o uso do método TICESE,


onde são aplicados questionários para avaliar o material didá-
tico selecionado; e

• Analisar os resultados, utilizando técnicas como gráficos para


auxiliar na consolidação dos resultados da avaliação do mate-
rial com o método TICESE.

2.2.2 Módulos de Avaliação do Método TICESE

Nesta seção, os critérios e subcritérios são apresentados com a descrição de seu


conteúdo, a justificativa de sua importância e, associado a ele, um conjunto espe-
cífico de questões destinadas à inspeção de conformidade ergonômica, que podem
ser observadas no Anexo II. Estas questões ficam agrupadas em um formulário iso-
lado (Formulário de Inspeção) para facilitar a aplicação da avaliação do software
ou material didático digital. Recomenda-se ao leitor que faça a leitara dos critérios
e subcritérios apresentados na sequência observando o Formulário de Inspeção,
que está no Apêndice A.2.
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 27

Importante!
• Os questionários para aplicação do método TICESE estão no
Formulário de Inspeção, Anexo A.2 deste documento.

• A aplicação do método TICESE consiste de três questionários


(módulos), a saber:
1. Classificação;
2. Avaliação; e
3. Avaliação Contextual.

2.2.2.1 Módulo de Classificação

• Definição: Este módulo é introdutório e não visa avaliar, mas classificar o


software a partir dos seus atributos e proposta pedagógica. Para o exem-
plo de avaliação do GCompris, este módulo vai situar a equipe avaliadora
sobre as características específicas da modalidade deste software e sobre a
identificação da abordagem teórica subjacente aos conteúdos da informação.
Estes aspectos são avaliados na primeira página do Formulário de Inspeção
do Apêndice A.2, através das questões 1, 2 e 3.

• Justificativa: O processo de avaliação de software, como, por exemplo, a


avaliação do GCompris, deve considerar as diferenças entre os vários tipos
de Software. Em geral, pode-se classificar estes diferentes tipos em uma das
seguintes classes:

– Exercício e Prática;
– Simuladores;
– Tutorial;
– Tutorial Inteligente;
– Jogos educativos;
– Hipertexto/Hipermídia e Informativos.

Cada uma destas classes de software tem características próprias, que po-
dem ser observadas no Apêndice A.1. Estas características diferenciam uma
classe de outra e, em razão disso, o software precisa ser classificado e ava-
liado levando em consideração as características de sua classe. O Apêndice
28 Validação de Material Didático

A.2 apresenta uma classificação de acordo com cada classe (Formulário de


Inspeção - I - Módulo de Classificação). É importante destacar que o For-
mulário de Inspeção apresenta-se escrito na língua Português de Portugal,
retirado diretamente do trabalho de (GAMEZ, 1998), sem adaptações.

Para Discussão
Considerando as características do software GCompris estudadas
na Unidade 1, discuta no ambiente virtual qual a classificação mais
adequada para o GCompris a

• Exercício e Prática;

• Simuladores;

• Tutorial;

• Tutorial Inteligente;

• Jogos educativos;

• Hipertexto/Hipermídia e Informativos.
a Veja o Apêndice A.1 desta unidade.

2.2.2.2 Módulo de Avaliação

• Definição: A estrutura do principal módulo do método TICESE pode ser ob-


servada na Figura 2.3. Por meio deste módulo, é possível avaliar a conformi-
dade com os padrões ergonômicos de qualidade do software, sendo a avalia-
ção realizada tanto sobre os recursos pedagógicos e de apoio à aprendizagem
utilizados, como sobre os aspectos ergonômicos de interface do produto de
software.
O objetivo deste módulo é avaliar até que ponto o GCompris, por exemplo,
auxilia ou não no aprendizado dos conceitos matemáticos de soma e valor.
Se o uso deste software como material didático não for suficientemente in-
tuitivo, o aluno terá que realizar um esforço desnecessário para aprender a
usá-lo, atrasando ou dificultando a aprendizagem dos conceitos matemáticos
de soma e valor. Observe que a avaliação dos padrões de qualidade e confor-
midade ergonômica do software se referem tanto à qualidade do produto em
si, como dos materiais impressos que o acompanham.
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 29

Figura 2.3: Estrutura do Módulo de Avaliação TICESE - Fonte: (GAMEZ, 1998)


30 Validação de Material Didático

• Justificativa: O software, como, por exemplo, o GCompris, tem como objetivo


auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de conteúdos de uma dada
disciplina, e, neste caso, são os conceitos de soma e valor da disciplina de
matemática. Para que isto aconteça, este tipo de software precisa possuir
uma série de características, tais quais:

– Facilitar o uso, a compreensão e assimilação dos conteúdos;


– Possuir aspectos motivacionais que despertem e mantenham a atenção
do usuário;
– Possuir aspectos que atraem e conquistam o interesse do usuário.

Todas estas características precisam ser apresentadas sob uma interface que
possibilite ao usuário interagir amigavelmente com o software. Dessa forma, o
usuário consegue concentrar sua atenção somente nos objetivos pedagógicos
que precisam ser alcançados.
A estrutura do módulo de avaliação do método TICESE, apresentada na Fi-
gura 2.3, subdivide-se, inicialmente, nos critérios “Avaliação da Documen-
tação” e “Avaliação do Produto”. A próxima seção aborda a Avaliação da
Documentação, que contempla os seguintes critérios: Dados de Identifica-
ção, Presteza, Consistência, Qualidade da Informação Impressa, Legibilidade
e Significado dos Códigos e Denominações. E, a seção seguinte, aborda a
avaliação do Produto de software.

2.2.2.2.1 Avaliação da Documentação

• Dados de Identificação
Definição: Este critério refere-se ao grau de completude dos dados de
identificação do software. Por exemplo, ao avaliar o GCompris, deve ser ques-
tionado se é possível identificar os pré-requisitos técnicos e pedagógicos, bem
como os objetivos pedagógicos deste software, tanto na documentação im-
pressa quanto naquela sugerida para acesso através da Internet. As questões
relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II
- Módulo de Avaliação), nas tabelas ‘Identificação do Produto’, ‘Identificação
dos Pré-Requisitos Técnicos’, ‘Identificação dos Pré-Requisitos Pedagógicos’
e ‘Identificação dos Objetivos Pedagógicos’. No caso do GCompris, algumas
questões a serem avaliadas são: O produto apresenta assistência técnica?; A
documentação e a versão online do produto trazem a descrição dos objetivos
gerais e específicos a que se destinam o software?
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 31

Justificativa: As informações sobre os pré-requisitos técnicos são neces-


sárias para orientar o aplicador ou professor no processo de instalação do
produto. E as informações sobre os objetivos educacionais e pré-requisitos
pedagógicos são um importante guia para usuários, ou seja, para alunos e
professores. Ainda, como material pedagógico, o software precisa fornecer in-
formações sobre os objetivos a que se destina, bem como as habilidades que
se propõem a desenvolver, identificando, corretamente, a faixa etária mais
apropriada dos seus usuários.

• Qualidade da Informação Impressa

Definição: Este critério refere-se à qualidade da documentação que acom-


panha o software. Normalmente são manuais, embalagem, ficha de descrição
do produto e toda a documentação impressa que faça parte, por exemplo, do
GCompris. Este critério subdivide-se nos seguintes subcritérios: Presteza,
Legibilidade, Agrupamento de Itens, Densidade Informacional, Consistência
e Significado dos Códigos e Denominações. As questões relacionadas a este
critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avali-
ação) e serão melhor estudadas na sequência.

Justificativa: A norma ISO/IEC 12119 – requisitos de qualidade e testes


de pacotes de software, recomenda que o manual do usuário deve incluir as
orientações necessárias para a instalação e uso ou aplicação do software. A
documentação de apoio ao software pode orientar a tarefa de compreensão do
seu funcionamento e auxiliar na redução de desapontamentos e experiências
negativas, geralmente causados pela dificuldade de manuseio do software.

• Presteza

Definição: Este critério refere-se aos aspectos didáticos e de qualidade


da informação e visa avaliar também a maneira como a informação é apre-
sentada, organizada e a capacidade de orientação do usuário na realização
de determinadas operações no GCompris, por exemplo. As questões relaci-
onadas a este critério estão estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção
- II - Módulo de Avaliação), na tabela ‘Documentação: Presteza’. No caso do
GCompris, uma questão a ser avaliada, é se o os manuais que acompanham
a documentação do software possuem títulos coerentes com os capítulos.

Justificativa: A documentação apresentada precisa orientar o usuário


para que este compreenda o funcionamento do software e tenha as informa-
ções necessárias para interagir com as funcionalidades deste. Além disso,
32 Validação de Material Didático

esta documentação precisa estar bem organizada e motivar o usuário à lei-


tura. Uma boa presteza guia o usuário e facilita a navegação no software,
diminuindo a possibilidade de dissabores ou frustrações.

• Legibilidade

Definição: Este critério diz respeito às características formais das infor-


mações apresentadas na documentação que possam dificultar ou facilitar a
leitura desta informação. Os aspectos como, por exemplo, cor, formato e ta-
manho da fonte do texto, contraste texto/fundo, espaçamento entre palavras,
espaçamento entre linhas, espaçamento de parágrafos, comprimento da li-
nha, ausência de erros ortográficos, devem ser aqui considerados e avaliados
quando do uso do GCompris, por exemplo. As questões relacionadas a este
critério estão estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de
Avaliação), na tabela ‘Documentação - Legibilidade’. No caso do GCompris,
uma questão a ser avaliada, é se o tamanho das letras do software é legível
nas descrições textuais.

Justificativa: Uma boa legibilidade facilita a leitura da informação apre-


sentada e consequentemente contribui para a sua compreensão. Textos es-
curos apresentados em um fundo de tela claro são mais fáceis de ler que
letras claras em um fundo escuro, por exemplo. Um outro exemplo são os
textos apresentados com letras maiúsculas e minúsculas, que naturalmente
são lidos mais rapidamente pelo usuário que textos escritos somente com
maiúsculas.

• Agrupamento de Itens

Definição: Diz respeito à organização visual dos itens de informação de


um dado software, como no GCompris, que, de alguma maneira, são relacio-
nados entre si. Este critério leva em conta a localização e algumas caracterís-
ticas de formatação para indicar as relações entre os vários itens do software,
para indicar se eles pertencem ou não ao mesmo grupo, ou ainda para in-
dicar diferenças entre grupos. As questões relacionadas a este critério estão
estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação),
na tabela ‘Documentação - Agrupamento de Itens’. No caso do GCompris,
uma questão a ser avaliada, é se a informação é apresentada no software em
tópicos organizados por objetivos.

Justificativa: A compreensão de uma interface pelo usuário depende,


dentre outros aspetos, da ordenação, do posicionamento e da distinção dos
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 33

objetos (imagens, textos, comandos, etc.) que são apresentados nesta inter-
face. Os usuários do software poderão perceber os diferentes itens ou grupos
de itens e aprender suas relações mais facilmente se, por um lado, eles forem
apresentados de uma maneira organizada, como, por exemplo, por ordem
alfabética, segundo a frequência de uso, etc. O agrupamento de itens relaci-
onados leva a uma melhor condução do software por parte dos usuários.

• Densidade Informacional
Definição: Este critério diz respeito à carga de trabalho do usuário de um
ponto de vista perceptivo e cognitivo, em função do conjunto total de itens de
informação que lhe é apresentada em um software como o GCompris. Então,
a qualidade dos manuais de orientação pedagógica, dos manuais do usuário,
das informações contidas nas embalagens e fichas de descrição do software
deve ser inspecionada, tendo como principal ponto de referência a sua capaci-
dade em orientar o usuário no tratamento das informações apresentadas. As
questões relacionadas a este critério estão estão no Apêndice A.2 (Formulário
de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela ‘Documentação - Densi-
dade Informacional’. No caso do GCompris, uma questão a ser avaliada, é se
as informações estão bem distribuídas na documentação e evitam poluição
visual.
Justificativa: A informação apresentada deve permitir ao usuário ler e
compreender facilmente os conteúdos e orientar adequadamente a busca de
informações ou a resolução de problemas. A tarefa de leitura de informações
é dificultada quando a densidade de informação é muito alta. Nestes casos, a
elevada carga de memorização dos elementos pode induzir a erros por parte
do usuário durante a interação com o software.

• Consistência
Definição: Este critério refere-se à consistência e homogeneidade na es-
trutura de apresentação das informações, como, por exemplo, aspectos re-
lacionados com a apresentação gráfica das informações no GCompris. As
questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de
Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela ‘Consistência’. No caso do
GCompris, uma questão a ser avaliada, é se há consistência na numeração
das páginas apresentadas no sumário.
Justificativa: Os títulos, numeração de página e o grau de completude
da informação devem obedecer a um dado padrão e serem homogêneos, au-
xiliando assim na consulta das informações desejadas.
34 Validação de Material Didático

• Significado dos códigos e denominações


Definição: O critério “Significado dos códigos e denominações” diz res-
peito à adequação entre o software e a informação apresentada ou pedida e a
sua referência. Códigos e denominações significativas possuem uma forte re-
lação semântica com seu referente. Termos pouco expressivos para o usuário
podem causar problemas de condução que o podem levar a cometer erros. As
questões relacionadas a este critério estão estão no Apêndice A.2 (Formulário
de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Significado dos Códigos e
Denominações”. No caso do GCompris, uma das questões a ser avaliada, é se
as denominações dos títulos correspondem aos assuntos apresentados.
Justificativa: Quando a codificação é significativa, a memorização e o
reconhecimento são melhores. Códigos e denominações não significativos
para os usuários podem sugerir operações inadequadas ao contexto e induzi-
los a errar.

2.2.2.2.2 Avaliação do Produto

• Condução
Definição: A condução refere-se aos meios disponíveis para aconselhar,
orientar, informar e conduzir o usuário na interação com o computador (men-
sagens, alarmes, rótulos, etc.). Quatro subcritérios são referentes ao subcri-
tério de condução: a presteza, o agrupamento/distinção entre itens, o feed-
back imediato e a legibilidade.
Justificativa: Uma boa condução facilita o aprendizado e a utilização do
sistema permitindo ao usuário:

– Saber, em qualquer momento, o ponto em que se encontra em uma


sequência de interações ou na execução de uma tarefa;
– Conhecer as ações permitidas bem como suas consequências;
– Obter informações suplementares (eventualmente a seu pedido).

A facilidade de aprendizagem e de utilização, que são consequência de uma


boa condução, permitem melhorar o desempenho e diminuir o número de er-
ros. O software que apresente uma boa condução contribui para que o aluno
atinja com maior rapidez e eficácia a aquisição do conhecimento proposto. No
caso do GCompris, estas características também podem ser avaliadas.

• Presteza
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 35

Definição: Este critério engloba os meios utilizados para fazer com que o
usuário realize determinadas ações como, por exemplo, a entrada de dados,
os mecanismos ou meios que permitem ao usuário conhecer as alternativas,
em termos de ações, do estado ou contexto nos quais ele se encontra, bem
como a apresentação das ferramentas de ajuda e seu modo de acesso. Do
ponto de vista educacional, a presteza refere-se à capacidade do software em
orientar o usuário na obtenção de um determinado objetivo pedagógico, for-
necendo ferramentas e meios que o permitam atingir o objetivo pedagógico.
As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário
de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Condução online - Pres-
teza”. No caso do GCompris, dentre as várias perguntas a serem avaliadas,
deverá ser respondido, por exemplo, se o software utiliza recursos do tipo hi-
pertexto, providenciando links apropriados que facilitem a compreensão dos
conteúdos.
Justificativa: Uma boa presteza guia o usuário e poupa-lhe, por exem-
plo, o aprendizado de uma série de comandos. Ela permite, também, que se
saiba exatamente em que modo ou em que estado ele está, em que ponto se
encontra no diálogo e o que fez para se encontrar nessa situação. Uma boa
presteza facilita a navegação no aplicativo e diminui a ocorrência de erros,
consequentemente, facilitando o processo de ensino e aprendizagem.

• Qualidade das opções de Ajuda


Definição: Este critério avalia a conformidade da opção de ajuda oferecida
pelo software e sua qualidade em orientar os usuários na busca de informa-
ções específicas ou na resolução de problemas. As questões relacionadas a
este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de
Avaliação), na tabela “Qualidade das Opções de Ajuda”. No caso do GCom-
pris, dentre as várias perguntas a serem avaliadas, deverá ser respondido,
por exemplo, se os dispositivos de ajuda abrangem a totalidade do sistema.
Justificativa: O software deve possibilitar recursos por meio de explica-
ções fornecidas em telas (ecrãs) opcionais dos menus de ajuda. Estas opções
visam contribuir para a superação das dificuldades que os usuários enfren-
tam na interação com o sistema ou permitir que encontrem instruções de
utilização desejadas. A opção do menu de ajuda, quando bem orientada,
conduz o usuário e facilita-lhe a aprendizagem, tanto do sistema, como dos
conteúdos teóricos do software.

• Legibilidade
36 Validação de Material Didático

Definição: Legibilidade diz respeito às características léxicas das informa-


ções apresentadas na tela do dispositivo, que possam dificultar ou facilitar a
leitura desta informação (brilho, contraste de letra/fundo, tamanho da fonte,
espaçamento entre as palavras, espaçamento entre as linhas, espaçamento
entre os parágrafos, comprimento da linha, etc.). Por definição, o critério Le-
gibilidade não abrange mensagens de erro ou de feedback. No que se refere
aos aspectos pedagógicos, o critério legibilidade avalia também se a quali-
dade da informação apresentada favorece a compreensão e assimilação dos
conteúdos educacionais. As questões relacionadas a este critério estão no
Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela
“Condução - Legibilidade”. No caso do GCompris, dentre as várias perguntas
a serem verificadas, deverá ser avaliado se o estilo literário do texto favorece
a compreensão dos conteúdos.
Justificativa: O desempenho melhora quando a apresentação da infor-
mação leva em conta as características cognitivas e perceptivas dos usuários.
Uma boa legibilidade facilita a leitura da informação apresentada e contribui
para a compreensão dos conteúdos e para alcançar os objetivos pedagógicos
propostos. O critério de legibilidade avalia, por exemplo, situações referen-
tes à apresentação gráfica da informação. Letras escuras em um fundo claro
são mais fáceis de ler que letras claras contra fundo escuro. Texto escrito
com letras maiúsculas e minúsculas é lido mais rapidamente que texto es-
crito somente com maiúsculas. Um software com boa legibilidade apresenta
informações claras, é bem redigido e livre de equívocos conceituais. Utiliza
uma linguagem apropriada e orientada para o seu público alvo específico, fa-
cilitando a compreensão e assimilação dos conteúdos pelas suas estruturas
cognitivas. Legibilidade não se aplica a mensagens de feedback ou de erro.
Todos os aspectos relacionados com as dificuldades de leitura das mensa-
gens, ou mais genericamente com a qualidade destas mensagens, quando se
tratar de mensagens de feedback ou de erro, estão relacionados, respectiva-
mente, com os critérios “Feedback Imediato” ou “Qualidade das Mensagens
de Erro”.

• Feedback imediato
Definição: Feedback Imediato diz respeito às respostas do sistema às
ações do usuário. Estas ações podem ser simples ações de pressionar uma
tecla, ou mesmo uma seleção dentro de uma lista de comandos. Em qualquer
um dos casos, as respostas do computador devem ser fornecidas, de forma
rápida, no momento apropriado e de forma consistente com cada tipo de
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 37

transação. Devem ser fornecidas respostas rápidas com informação sobre a


transação solicitada e o seu resultado. A emissão de feedback mediante inte-
rações inadequadas em um software é fundamental para informar ao usuário
quando ele errar ou quando houver uma dificuldade específica, conduzindo-o
à sua resolução. O feedback deve ser positivo e capaz de reforçar as respos-
tas corretas dos usuários. A qualidade das mensagens de feedback imediato
será tratada no critério ’Qualidade das Mensagens de Erro’. As questões re-
lacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II
- Módulo de Avaliação), na tabela “Condução – Feedback Imediato”. No caso
do GCompris, uma das questões a ser avaliada, é se este software fornece
informações sobre o progresso do processamento da informação.
Justificativa: A qualidade e rapidez do feedback são dois fatores impor-
tantes para o estabelecimento da satisfação e confiança do usuário, assim
como para o entendimento do diálogo. Estes fatores possibilitam um melhor
entendimento do funcionamento do software. A ausência de feedback ou sua
demora pode ser incómoda para o usuário. Este pode, por exemplo, suspei-
tar de uma falha no software e realizar ações prejudiciais aos processos em
andamento. Os feedbacks sonoros devem ser utilizados com cuidado para
não provocarem sensações desagradáveis ou de embaraço aos usuários. Por
exemplo, se cada vez que o aluno erra a resolução de um exercício o sistema
emitir o som de uma campainha, este som poderá provocar a esse aluno uma
carga emocional negativa, irritabilidade e dificultar o processo de ensino e
aprendizagem.

• Agrupamento e distinção de itens


Definição: O critério Agrupamento/Distinção de Itens diz respeito à or-
ganização visual dos itens de informação que estão, de alguma maneira, re-
lacionados entre si. Este critério leva em conta a topologia (localização) e
algumas características gráficas (formato) para indicar as relações entre os
vários itens mostrados, para indicar se eles pertencem ou não a uma dada
classe, ou ainda para indicar diferenças entre classes. Este critério também
diz respeito à organização dos itens de uma classe. O critério agrupamento/-
distinção de itens está subdividido em dois critérios: agrupamento/distinção
por localização e agrupamento/distinção por formato.

• Agrupamento/distinção por localização


Definição: O critério de Agrupamento/Distinção por Localização diz res-
peito ao posicionamento relativo dos itens, estabelecido para indicar se eles
38 Validação de Material Didático

pertencem ou não a uma dada classe ou, ainda, para indicar diferenças entre
as classes. Este critério também diz respeito ao posicionamento relativo dos
itens dentro de uma classe. Alguns softwares educacionais apresentam uma
distinção clara entre os módulos de informação teórica e os módulos práticos
e de resolução de exercícios. Já outros tipos de software não utilizam esta
divisão de modo tão explícito e testam os conhecimentos adquiridos à medida
que o aluno vai evoluindo na sequência de apresentação do programa. Este
critério permite avaliar se a integração entre a teoria e a prática no software
é feita de maneira eficaz. As questões relacionadas a este critério estão no
Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela
“Condução – Agrupamento e Distinção por Localização”. No caso do GCom-
pris, algumas questões a serem avaliadas são:

– A informação é apresentada em tópicos organizados por funções e co-


mandos?
– A informação é apresentada em tópicos organizados por objetivos do
usuário?

Justificativa: A compreensão da tela de um dispositivo pelo usuário de-


pende, entre outras coisas, da ordenação dos objetos (imagens, textos, co-
mandos, etc.) que são apresentados. Os usuários irão detectar os diferentes
itens mais facilmente se eles forem apresentados de uma forma organizada,
como, por exemplo, em ordem alfabética, segundo a frequência de uso, etc.
Além disso, a aprendizagem e o restabelecimento de itens deve ser otimizado.
O Agrupamento/distinção por localização leva a uma melhor Condução.

• Agrupamento e distinção por formato


Definição: O critério de Agrupamento/Distinção por Formato diz respeito,
mais especificamente, às características gráficas (formato, cor, etc.) que in-
dicam se os itens pertencem ou não a uma dada classe, ou que indicam
distinções entre classes diferentes, ou ainda distinções entre itens de uma
dada classe. As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2
(Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Condução –
Agrupamento e Distinção por Formato”. No caso do GCompris, uma ques-
tão que deve ser avaliada, é se o software apresenta uma distinção visual
clara de áreas que possuem diferentes funções (área de comandos, área de
mensagens, etc).
Justificativa: Será mais fácil para o usuário perceber relacionamento(s)
entre itens ou classes de itens, se diferentes formatos ou diferentes códigos
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 39

ilustrarem as suas similaridades ou diferenças. Deste modo, tais relaciona-


mentos serão mais fáceis de aprender e de recordar. Um bom agrupamento/-
distinção por formato leva a uma boa condução.

• Adaptabilidade

Definição: A adaptabilidade de um sistema diz respeito à sua capacidade


de reagir conforme o contexto e conforme as necessidades e preferências do
usuário. Dois subcritérios compõem a adaptabilidade: a flexibilidade e a
consideração da experiência do usuário.

Justificativa: Um software não pode atender ao mesmo tempo a todo


o seu potencial público alvo, devido às diferenças individuais de cada um.
Para que a interface de um sistema não tenha efeitos negativos, esta deve ser
adaptada ao contexto dos usuários. Quanto mais variadas forem as manei-
ras de realizar uma tarefa, maiores são as hipóteses de o usuário escolher e
dominar uma delas ao longo do seu processo de aprendizagem. Deste modo,
devem ser fornecidos procedimentos, opções, comandos diferentes, entre os
quais os diferentes usuários possam escolher a fim de alcançarem um mesmo
objetivo.

• Flexibilidade

Definição: A flexibilidade refere-se aos meios colocados à disposição do


usuário que lhe permitem personalizar a interface a fim de levar em conta as
exigências da tarefa, de suas estratégias ou hábitos de trabalho. Ela corres-
ponde também ao número das diferentes maneiras à disposição do usuário
para alcançar um certo objetivo. Em outras palavras, refere-se à capacidade
da interface em se adaptar às variadas ações do usuário. As questões rela-
cionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II
- Módulo de Avaliação), na tabela "Flexibilidade". No exemplo do GCompris,
uma questão que deve ser avaliada é se o software contém a opção de seleção
de entrada para níveis intermediários de dificuldade.

Justificativa: Quanto mais formas existirem para efetuar uma tarefa,


maiores serão as possibilidades de escolha do usuário e aumenta a probabi-
lidade de ele dominar uma delas ao longo de seu processo de aprendizagem.
Tratando-se de um software, o sistema deve possuir recursos que permitam
ajustar o nível de complexidade na apresentação da informação. A tarefa
de aprendizagem varia de indivíduo para indivíduo. Enquanto alguns alu-
nos aprendem determinados conceitos rapidamente, outros podem levar um
40 Validação de Material Didático

tempo muito maior. O deve ser capaz de prever e acomodar as diferenças


individuais de seus potenciais usuários.

• Consideração da Experiência do Usuário

Definição: A consideração da experiência do usuário diz respeito aos


meios implementados que permitem que o sistema respeite os níveis de expe-
riência individuais. As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice
A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Conside-
ração da Experiência do Utilizador”. No exemplo do GCompris, uma questão
que deve ser avaliada, é se o software permite que o aluno possa retomar
novamente no exato nível em que atingiu seu último acesso.

Justificativa: O grau de experiência e especialização dos usuários na


interação com um dado software pode variar consoante a sua utilização con-
tinuada, ou devido aos longos períodos de não utilização dos sistemas. A
interface deve, neste sentido, ser concebida para lidar com as variações de
nível de experiência. Usuários experientes não têm as mesmas necessidades
informacionais que os novatos. Os conteúdos teóricos são exemplos disto.
Sua apresentação deve ser organizada de forma a permitir que os mais ex-
perientes possam avançar na apresentação sem ter que visualizar conceitos
elementares. Na interface, nem todos os comandos ou opções precisam ser
visíveis o tempo todo. Diálogos de iniciativa do computador podem entediar
e diminuir o rendimento dos mais experientes. Ao contrário, os atalhos po-
dem permitir um rápido acesso às funções do sistema. Podem ser fornecidos
diálogos fortemente conduzidos para usuários inexperientes, fazendo, se ne-
cessário, a progressão passo a passo. Em resumo, devem ser previstos meios
diferenciados para lidar com as diferenças dos indivíduos, permitindo que o
usuário adapte o seu estilo de interação, mediante a sua experiência.

• Controle Explícito

Definição: O critério Controle Explícito diz respeito tanto ao processa-


mento explícito realizado pelo sistema das ações do usuário, quanto em rela-
ção ao controle que os usuários têm sobre o processamento de suas ações no
sistema. O critério Controle Explícito subdivide-se em dois critérios: Ações
Explícitas do Usuário e Controle do Usuário.

Justificativa: Quando os usuários definem explicitamente as suas entra-


das e quando estas entradas estão sob o seu controle, os erros e ambigui-
dades são limitados. Além disso, o sistema será melhor aceitado se houver
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 41

a possibilidade de controlar a apresentação dos diálogos de interação. A au-


tonomia dos controles contribui para a adequação do ritmo do processo de
ensino e aprendizagem e para o incremento da motivação na interação com o
software.

• Ações Explícitas do Usuário


Definição: O critério Ações Explícitas do Usuário refere-se às relações
entre o processamento pelo computador e as ações do usuário. Esta rela-
ção deve ser explícita, isto é, o computador deve processar somente aquelas
ações solicitadas e somente quando solicitado para processá-las. As questões
relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção
- II - Módulo de Avaliação), na tabela “Acções explícitas do utilizador”. No
exemplo do GCompris, uma questão que deve ser avaliada, é se o sistema
aguarda para realizar os processamentos somente após as ações de entrada
terem sido encerradas pelo usuário.
Justificativa: Quando o processamento pelo computador resulta de ações
explícitas dos usuários, estes aprendem e entendem melhor o funcionamento
da aplicação e menos erros são cometidos.

• Controle do Usuário
Definição: O critério Controle do Usuário refere-se ao fato de que os usuá-
rios deveriam ter sempre o controle sobre o processamento do sistema (in-
terromper, cancelar, suspender e continuar, avançar, retroceder, ou parar a
apresentação). Cada ação possível deve ser antecipada e devem ser ofere-
cidas opções apropriadas. As questões relacionadas a este critério estão no
Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela
“Controle do Utilizador”. No exemplo do GCompris, uma questão que deve ser
avaliada é se o usuário consegue controlar a sequência de conteúdos.
Justificativa: O controle sobre as interações favorece a aprendizagem e
diminui a probabilidade de erros. Como consequência, o computador torna-
se mais previsível. Quando os usuários têm controle sobre o sistema, podem
adequar melhor a sequência da apresentação ao seu ritmo de aprendizagem,
bem como o nível de complexidade dos exercícios e conteúdos propostos pe-
rante as suas dificuldades.

• Recursos de Apoio à Compreensão dos Conteúdos


Definição: Este critério refere-se ao apoio fornecido pelo software para
auxiliar a compreensão dos conteúdos pedagógicos. A utilização de recursos
42 Validação de Material Didático

multimídia, recursos motivacionais e recursos de verificação da aprendizagem


contribuem para este fim. As questões relacionadas a este critério estão no
Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela
“Recursos de apoio à compreensão dos conteúdos”. No exemplo do GCom-
pris, uma questão que deve ser avaliada, é se o software possui recursos
motivacionais para despertar e manter a atenção do usuário ao longo de sua
interação.

Justificativa: O software deve possuir recursos que auxiliem no processo


de aquisição de um determinado conhecimento. Deve promover situações
estimulantes para o aluno, não apenas despertando a sua atenção, mas
mantendo-a ao longo da sua interação. Para que este fim seja atingido, os
conteúdos pedagógicos apresentados pelo software devem ser claros, consis-
tentes e compreensíveis. Os recursos multimídia e os recursos motivacionais
devem provocar o interesse pelo assunto, ao mesmo tempo em que facilitam
o ensino /aprendizagem.

• Gestão de Erros

Definição: A gestão de erros diz respeito aos mecanismos que permitem


evitar ou reduzir a ocorrência de erros e, quando eles ocorrem, que favoreçam
sua correção. Os erros podem ser considerados como entrada incorreta de
dados, entradas com formatos inadequados, entradas de comandos com sin-
taxes incorretas, etc. Considera-se erro também, as respostas inadequadas
ao sistema mediante os recursos de verificação de aprendizagem dos conteú-
dos no software. Três subcritérios participam da manutenção dos erros: a
proteção contra os erros, a qualidade das mensagens de erro e a correção dos
erros.

Justificativa: As interrupções provocadas pelos erros têm consequências


negativas sobre as ações do usuário, atrasam e dificultam a aprendizagem.
Geralmente, elas prolongam as transações e saem fora do planejado. Quanto
menor for a probabilidade de erros, menos interrupções ocorrem, melhor é o
desempenho e mais eficaz é o contexto de aprendizagem.

• Correção de Erros

Definição: O critério correção dos erros diz respeito aos meios colocados
à disposição do usuário com o objetivo de permitir a correção dos seus erros.
As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário
de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Correcção de Erros”. No
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 43

exemplo do GCompris, uma questão que deve ser avaliada é se o software


fornece a resolução dos exercícios após ocorrência persistente do mesmo erro.
Justificativa: Em todo software, no módulo prático e de resolução dos
exercícios, o sistema deve informar adequadamente ao usuário quando ele
erra ou exibe uma dificuldade específica na sua resolução, orientando-o para
a solução do problema. A ocorrência de erros pode ser positiva, por exemplo,
nos softwares do tipo aprendizagem por descoberta. Neste contexto, os erros
são bem-vindos na medida em que se pretende estimular a capacidade do
aluno para a superação, por si só, do erro cometido. Mesmo assim, esta
estratégia não exime a responsabilidade do software em orientar o aluno na
solução das dificuldades que enfrenta.

• Qualidade das Mensagens de Erro


Definição: A qualidade das mensagens refere-se à pertinência, legibili-
dade e exatidão da informação dada ao usuário sobre a natureza do erro
cometido (sintaxe, formato, etc.) e sobre as ações a executar para corrigi-lo.
As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de
Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Qualidade das Mensagens de
Erros”. No exemplo do GCompris, uma questão que deve ser avaliada, é se as
frases das mensagens de erro são curtas e construídas a partir de palavras
curtas, significativas e de uso comum.
Justificativa: A qualidade das mensagens favorece a aprendizagem do
sistema indicando ao usuário a razão ou a natureza do erro cometido, o que
ele fez de errado, o que ele deveria ter feito e o que ele deve fazer.

• Proteção Contra Erros


Definição: A proteção contra os erros diz respeito aos mecanismos em-
pregados para detectar e prevenir os erros das entradas de dados, coman-
dos, possíveis ações de consequências desastrosas e/ou não recuperáveis.
As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de
Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Protecção Contra Erros”. No
exemplo do GCompris, uma questão que deve ser avaliada, é se os títulos dos
campos estão protegidos e impedidos de serem alterados pelo usuário.
Justificativa: É preferível detectar os erros no momento da digitação do
que no momento da validação. Isto pode evitar problemas de processamento
das ações executadas pelo usuário.

• Avaliação do Aprendizado
44 Validação de Material Didático

Descrição: Este critério refere-se aos meios disponíveis no sistema para


verificar a aprendizagem dos conteúdos. As questões relacionadas a este
critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avali-
ação), na tabela “Avaliação do aprendizado”. No exemplo do GCompris, uma
questão que deve ser avaliada, é se o software dispõe de algum recurso que
permita avaliar o grau de compreensão dos alunos na resolução de proble-
mas.
Justificativa: O software, geralmente, apresenta um componente prático,
porém, os tipos de exercícios propostos dependem da modalidade de software,
seja ele um tutorial, um simulador, etc. Por exemplo:

– Os tutoriais apresentam, em geral, diálogos que simulam uma relação


professor-aluno e apresentam questões simultaneamente com a apre-
sentação do conteúdo, verificando a aprendizagem na medida em que o
aluno evolui na apresentação.
– Os simuladores geralmente apresentam um módulo teórico e um módulo
prático, onde é requerido ao aluno que realize simulações de determina-
dos assuntos.

Independentemente do tipo de software, é importante que o sistema permita,


de alguma maneira, verificar se os conceitos estão sendo aprendidos pelo
aluno. Esta verificação dá-se, em geral, mediante perguntas ou situações-
problema que o aluno deve resolver. O estilo de interação nos tutoriais
apresenta um determinado número de questões que devem ser completadas
com precisão, permitindo acompanhar o desenvolvimento do aluno periodica-
mente. No software do tipo aprendizagem por descoberta, estes objetivos têm
um enfoque menor. As respostas requeridas pelos usuários devem conter o
mínimo possível de digitação dos dados. Isto pode ser conseguido pelo estilo
de interação “click do Mouse”.

• Carga de Trabalho
Definição: O critério Carga de Trabalho diz respeito a todos os elementos
da interface que têm um papel importante na redução da carga cognitiva e
perceptiva do usuário e no aumento da eficiência do diálogo. O critério Carga
de Trabalho está subdividido em três subcritérios: Brevidade (o qual inclui
Concisão e Ações Mínimas), Carga Mental e Densidade Informacional.
Justificativa: Quanto maior for a carga de trabalho, maior será a pro-
babilidade de cometer erros e mais longo se torna o aprendizado. Quanto
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 45

menos o usuário for distraído por informação desnecessária, mais ele será
capaz de desempenhar as suas tarefas eficientemente e atingir os objetivos
educacionais propostos. Quanto menos ações forem necessárias, mais rá-
pidas serão as interações e mais rapidamente o aluno consolidará os seus
conhecimentos.

• Carga Informacional

Definição: Este critério diz respeito à objetividade com que a informação


pedagógica é apresentada. Através dele é avaliado se a carga de conteúdo
informacional apresentada é confortável e adequada ao usuário, em relação
tanto aos conteúdos teóricos como práticos do software. As questões rela-
cionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II -
Módulo de Avaliação), na tabela “Carga Informacional”. No exemplo do GCom-
pris, uma questão que deve ser avaliada, é se o software exige do aluno um
nível adequado de atenção e concentração.

Justificativa: Geralmente, o excesso de informações prejudica a compre-


ensão e a memorização dos elementos. A carga educacional deve ser dimen-
sionada para que o aluno possa assimilar adequadamente as informações.
Quanto mais objetivas e ilustrativas forem as informações de caráter pedagó-
gico e quanto mais sucintos forem os itens, menor será o tempo de leitura e,
consequentemente, melhor será a capacidade de memorização do conteúdo
apresentado.

• Brevidade

Definição: O critério brevidade diz respeito à carga de trabalho perceptiva


e cognitiva, tanto para entradas e saídas individuais, quanto para conjuntos
de entradas (conjuntos de ações necessárias para se alcançar uma meta).
Brevidade corresponde ao objetivo de limitar a carga de trabalho de leitura e
entradas e o número de passos. O critério de Brevidade está subdividido em
dois subcritérios: Concisão e Ações Mínimas.

• Concisão

Definição: O critério Concisão diz respeito à carga perceptiva e cognitiva


de saídas e entradas individuais. Por definição, Concisão não diz respeito às
mensagens de erro e de feedback. As questões relacionadas a este critério
estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação),
na tabela “Concisão”. No exemplo do GCompris, uma questão que deve ser
46 Validação de Material Didático

avaliada, é se o sistema oferece valores default para acelerar a entrada de


dados.
Justificativa: A capacidade da memória de curto termo é limitada. Con-
sequentemente, quanto menos entradas, menor a probabilidade de cometer
erros. Além disso, quanto mais sucintos forem os itens, menor será o tempo
de leitura.

• Ações Mínimas
Definição: O critério Ações Mínimas diz respeito à carga de trabalho em
relação ao número de ações necessárias à realização de uma tarefa. O que te-
mos aqui é uma questão de limitar tanto quanto possível o número de passos
pelos quais o usuário deve passar. As questões relacionadas a este critério
estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na
tabela “Acções Mínimas”. No exemplo do GCompris, uma questão que deve
ser avaliada, é se somente informações necessárias e úteis são apresentadas.
Justificativa: Quanto mais numerosas e complexas forem as ações ne-
cessárias para se chegar a uma meta, a carga de trabalho aumentará e com
ela a probabilidade da ocorrência de erros.

• Densidade informacional
Definição: O critério Densidade Informacional diz respeito à carga de
trabalho do usuário de um ponto de vista perceptivo e cognitivo, em relação
ao conjunto total de itens de informação apresentados ao usuário e não a
cada elemento ou item individual. As questões relacionadas a este critério
estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na
tabela “Densidade informacional”. No exemplo do GCompris, uma questão
que deve ser avaliada, é se as informações estão bem distribuídas na tela do
dispositivo e se é evitado poluição visual.
Justificativa: Na maioria das tarefas, o desempenho dos usuários piora
quando a densidade de informação é muito alta ou muito baixa. Nestes casos,
é mais provável a ocorrência de erros. Itens que não estão relacionados com
a tarefa devem ser removidos. A carga de memorização do usuário deve ser
minimizada. O software deve facilitar os meios para que o usuário possa se
concentrar diretamente na aprendizagem e memorização dos conceitos peda-
gógicos e não na memorização de listas de dados ou procedimentos complica-
dos. O usuário não deve executar tarefas cognitivas complexas quando estas
não estão relacionadas com a tarefa em questão. Esta deve ser orientada para
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 47

a aquisição do conhecimento específico em questão e ser suportada por uma


interface simples e de fácil utilização.

• Significado dos Códigos e Denominações


Definição: O critério Significado dos Códigos e Denominações diz respeito
a adequação entre o objeto de estudo, informação apresentada ou pedida e
sua referência. Códigos e denominações significativas possuem uma forte re-
lação semântica com seu referente. Termos pouco expressivos para o usuário
podem ocasionar problemas de condução que o podem levar à seleção de uma
opção errada. As questões relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2
(Formulário de Inspeção - II - Módulo de Avaliação), na tabela “Significado
dos Códigos e Denominações”. No exemplo do GCompris, uma questão que
deve ser avaliada, é se existe um glossário para os termos técnicos.
Justificativa: Quando a codificação é significativa, a lembrança e o reco-
nhecimento são melhores. Códigos e denominações não significativos podem
sugerir operações inadequadas ao contexto, conduzindo os usuários a come-
terem erros. Deve ser evitado o uso de abreviações nos títulos das janelas, na
barra e nas opções de menu. Situações em que seja pertinente o uso de abre-
viaturas e siglas como exemplo, durante a apresentação de um texto teórico,
devem estar corretamente identificadas por meio de um glossário de siglas e
abreviações.

• Homogeneidade
Definição: O critério homogeneidade refere-se ao modo como as escolhas
na concepção da interface (códigos, denominações, formatos, procedimentos,
etc.) são conservadas idênticas em contextos idênticos e diferentes em con-
textos diferentes, de uma tela para outra. As questões relacionadas a este
critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - II - Módulo de Ava-
liação), na tabela “Homogeneidade”. No exemplo do GCompris, uma questão
que deve ser avaliada, é se os procedimentos de acesso às opções dos menus
são homogêneos.
Justificativa: Os procedimentos, rótulos, comandos, etc., são melhor re-
conhecidos, localizados e utilizados, quando o seu formato, localização, ou
sintaxe são estáveis de uma tela para outra, de uma seção para outra. Nestas
condições, o sistema é mais previsível, a aprendizagem mais generalizável e os
erros são reduzidos. É necessário escolher opções similares de códigos, proce-
dimentos, denominações para contextos idênticos e utilizar os mesmos meios
para obter os mesmos resultados. É conveniente padronizar tanto quanto
48 Validação de Material Didático

possível todos os objetos quanto ao seu formato e sua denominação e padro-


nizar também a sintaxe dos procedimentos. A falta de homogeneidade nos
menus, por exemplo, pode aumentar consideravelmente os tempos de busca.
A falta de homogeneidade dificulta a intuitividade do software e a relação
entre ensino e aprendizagem.

• Compatibilidade

Definição: O critério compatibilidade refere-se às relações que possam


existir entre as características do usuário (sexo, idade, formação e competên-
cia) na realização de suas tarefas (conforme suas convenções, habilidades,
preferências, expectativas e estratégias) e a organização das apresentações,
das entradas e do diálogo de uma dada aplicação. Ela diz respeito também
ao grau de similaridade entre diferentes ambientes e aplicações. As questões
relacionadas a este critério estão no Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção -
II - Módulo de Avaliação), na tabela “Compatibilidade”. No exemplo do GCom-
pris, uma questão que deve ser avaliada, é se o sistema utiliza unidades de
medida familiares aos usuários.

Justificativa: A transferência de informações entre um contexto e outro


é tanto mais rápida e eficaz quanto menor for o volume de informação a ser
recodificado. A eficiência aumenta quando os procedimentos necessários ao
cumprimento da tarefa são compatíveis com as características psicológicas do
usuário; os procedimentos e as tarefas são organizados de maneira a respei-
tar as expectativas ou costumes do usuário; as traduções, as transposições,
as interpretações ou referências à documentação são minimizadas. Os de-
sempenhos são melhores quando a informação é apresentada de uma forma
diretamente utilizável (telas compatíveis com o suporte tipográfico, denomi-
nações de comandos compatíveis com o vocabulário do usuário, etc.).

2.2.2.3 Módulo de Avaliação Contextual

Definição: Este módulo refere-se à verificação da adequabilidade do software em


um dado contexto pedagógico ou situação específica. É um módulo comple-
mentar do anterior e visa auxiliar no processo de tomada de decisão sobre a
sua adoção e implementação mediante o contexto específico da instituição de
ensino.

Justificativa: Embora o software corresponda, muitas vezes, às exigências er-


gonômicas de conformidade e seja adequado para a facilitar e viabilizar a
2.2. Método TICESE para Avaliação de Material Didático Digital 49

aprendizagem de um dado conceito, a sua utilização pode não ser interes-


sante pois irá depender do contexto pedagógico na qual a instituição está
inserida. Este módulo é formado pelo critério Adequabilidade.

• Adequabilidade

Definição: O critério adequabilidade tem como objetivo auxiliar os res-


ponsáveis da instituição, sobre a decisão de adotar, ou não, o software no
contexto escolar, mediante o confronto dos resultados obtidos no módulo de
avaliação com as características gerais, tanto da disciplina como da institui-
ção de ensino em análise. As questões relacionadas a este critério estão no
Apêndice A.2 (Formulário de Inspeção - III - Módulo de Avaliação Contextual),
na tabela “Adequabilidade”. Por exemplo, a instituição de ensino poderia ava-
liar sobre a viabilidade da utilização do GCompris. Para isto, algumas das
questões que devem ser verificadas são:

– O software adapta-se ao programa curricular proposto?

– É realmente indispensável o uso da tecnologia no ensino desta disciplina?

– O software é adequado ao público alvo da instituição (idade, nível de


ensino, bagagem cultural, nível sócio-econômico)?

Justificativa: Cada instituição de ensino possui características próprias


que se diferenciam das demais. Geralmente divergem quanto à metodologia
de ensino e, certamente, os recursos financeiros são, também, variáveis. A
decisão sobre a aquisição do software não pode ser baseada unicamente na
conformidade do produto com os padrões ergonômicos e pedagógicos, mas
deve estar fundamentada em uma série de considerações em função da per-
tinência e adequabilidade do uso do software na referida instituição.

Atividade
Você deverá realizar uma avaliação simples do software GCompris
utilizando o método TICESE, e com base nas informações fornecidas.
Para esta atividade, use o arquivo avaliacaoGComprisTICESE.odt,
disponibilizado no ambiente virtual.
50 Validação de Material Didático

2.3 Considerações Finais


Ao longo desta unidade foi possível observar que não é uma tarefa simples realizar
a análise e avaliação da aplicação de um dado material didático digital. Em pri-
meiro lugar, é preciso selecionar um método, como o TICESE, por exemplo, que foi
apresentado nas seções anteriores. Em seguida é preciso compreender o funciona-
mento deste método para, somente na sequência, proceder com o planejamento e
execução da análise e avaliação da aplicação do material didático em sala de aula.
A complexidade do processo de avaliação de um material didático pode variar
de método para método. No caso do TICESE, a complexidade está ligada princi-
palmente à quantidade de questões que precisam ser atentamente observadas no
material e registradas no Formulário de Inspeção (Apêndice A.2). Posteriormente,
a este primeiro momento, é necessário, ainda, realizar uma série de cálculos para
se chegar aos resultados. E, a partir dos resultados, é preciso gerar cenários,
preferencialmente com gráficos, que possibilitem a análise e interpretação dos re-
sultados, que gera o conhecimento necessário a respeito do material didático que
está sob análise e avaliação.
Cabe ressaltar que a avaliação de um dado material didático, seja ele digital
ou não, tem como objetivo determinar se há uma adequação do material à situa-
ção específica de ensino e aprendizagem em que este material didático está sendo
aplicado. A avaliação da aplicação do GCompris no processo de ensino dos con-
ceitos matemáticos de soma e valor, por exemplo, tem como objetivo determinar se
há uma adequação deste material à situação específica de ensino e aprendizagem
em que este material didático está sendo empregado que, no caso, são o ensino e
a aprendizagem dos conceitos de soma e valor utilizando dinheiro.
Na próxima e última unidade deste guia de estudos será apresentado uma
aplicação didática do método TICESE para exemplificar os principais conceitos de
análise e avaliação da aplicação de um dado material didático.
U NIDADE 3
Aplicando o método TICESE na validação
de uso de Material Didático

Objetivos da Unidade:
Nesta unidade serão apresentados exemplos fictí-
cios sobre a utilização do método TICESE para va-
lidação de uso de Material Didático.

Conteúdos Abordados:

• Verificação da viabilidade de aquisição de um


dado material didático utilizando o Módulo de
Avaliação Contextual do método TICESE para
a tomada de decisão; e

• Verificação da continuidade de uso de um


dado material didático utilizando o Módulo de
Avaliação, tabela de Avaliação de Aprendiza-
gem do método TICESE para a tomada de de-
cisão.
52 Validação de Material Didático

3.1 Comentários Iniciais


Nesta seção será fornecido um exemplo de aplicação do método TICESE para verifi-
cação da adequabilidade do software em um dado contexto pedagógico ou situação
específica. Iremos trabalhar com uma instituição fictícia e também com um ma-
terial didático fictício, uma vez que, conforme foi apresentado anteriormente neste
guia de estudos, é necessária uma equipe multidisciplinar para realizar uma ava-
liação real. O foco principal desta seção é o Módulo de Avaliação Contextual do
Método TICESE, que auxiliará na tomada de decisão sobre a aquisição ou não do
material didático em análise.

3.2 Módulo de Avaliação Contextual


Suponha uma instituição fictícia que oferece cursos técnicos nas áreas de ciên-
cias exatas e ciências da computação. Os professores da instituição gostariam
de utilizar um software para auxiliar no ensino das disciplinas de matemática, a
fim de tornar as aulas mais atrativas para os alunos. Neste sentido, foi formada
uma equipe de professores para verificar as opções disponíveis. A metodologia
de avaliação escolhida pela equipe foi o método TICESE. A equipe realizou, tam-
bém, o levantamento de alguns critérios que deveriam ser atendidos para que seja
viabilizada a aplicação do software, que são os seguintes:

• A instituição não tem, no momento, condições de adquirir um software que


tenha custos financeiros. Portanto, o software a ser adquirido deverá ser
gratuito;

• O software deverá ser de fácil utilização pelos alunos e professores;

• O software deve ter um manual de ajuda razoável;

• A instituição disponibilizará um laboratório com 40 computadores de confi-


guração de hardware intermediária e sistema operacional Linux Educacional.

Com base nos critérios levantados, a equipe verificou alguns softwares e,


após avaliações iniciais, identificaram que o software X1 , poderia atender às ne-
cessidades da instituição. O software X é livre e está disponível para a plataforma
Linux e também para celulares com sistema operacional Android, o que é um
grande atrativo, pois os alunos e professores utilizam dispositivos móveis como
1 Software fictício.
3.2. Módulo de Avaliação Contextual 53

celulares, tablets e notebooks. Para auxiliar nesta tomada de decisão, a equipe,


então, utilizou o Módulo de Avaliação Contextual do TICESE e, após consenso da
maioria, o resultado obtido está representado na Figura 3.1.
Pelo o que está apresentado na Figura 3.1, a equipe da instituição foi favorá-
vel à aquisição do software X. Eles justificaram que o software X atende totalmente
a 13 critérios dos 16 disponibilizados no módulo de Avaliação contextual do mé-
todo TICESE (respostas “S” ou “SIM”).

Importante!
Lembre-se que, na Figura 3.1, retirada do método TICESE, temos
que:

• S indica SIM;

• P indica Parcialmente;

• N indica NÃO; e

• NP indica NÃO APLICÁVEL.

Para Discussão
Discuta com seus colegas de curso, no fórum do ambiente virtual, se
você concorda com a avaliação feita pela equipe da instituição, que
foi favorável à aquisição do software X. Justifique sua opinião.
54 Validação de Material Didático

Figura 3.1: Resultado da aplicação do Módulo de Avaliação Contextual do método TICESE (avali-
ação fictícia do software X - III - Módulo de Avaliação Contextual) - Fonte: próprio autor
3.3. Módulo de Avaliação do Aprendizado 55

3.3 Módulo de Avaliação do Aprendizado


Conforme vimos neste guia de estudos, no módulo 2, o método TICESE pode ser
usado antes, durante ou após a aplicação de um dado material didático em sala
de aula. Consideremos o caso fictício exposto na seção 3.1, onde a equipe da
instituição optou por adquirir o software X para utilização em sala de aula. A
equipe de avaliação da instituição decidiu que, após passado um semestre do
uso do software X em sala de aula, eles utilizariam novamente o método TICESE
para verificar se os conceitos estão sendo aprendidos pelos alunos. Neste sentido,
eles utilizaram a tabela “Avaliação do Aprendizado” disponível no Formulário de
Inspeção – II – Módulo de Avaliação. Na Figura 3.2 é apresentado o resultado
obtido pela equipe da instituição.

Figura 3.2: Resultado da aplicação do Módulo de Avaliação - tabela de Avaliação do Aprendizado


- método TICESE (avaliação fictícia do software X - II - Módulo de Avaliação) - Fonte: próprio autor

Após a avaliação feita na Figura 3.2, a equipe realizou uma análise com base
nos dados obtidos por meio do software X e obteve os seguintes resultados:

• 90% dos alunos aprovaram a utilização do software X;


56 Validação de Material Didático

• Avaliando as informações de pontuação disponíveis para o professor no software


X, em média, os alunos acertaram 80% das questões propostas no software
X para os conteúdos estudados;

• A nota média dos alunos que utilizaram o software X em uma determinada


disciplina foi 30% maior que a nota média dos alunos do semestre anterior,
que não utilizaram o software X como material didático de apoio.

Com base nos resultados apresentados na Figura 3.2 e com as informações


levantadas a respeito do desempenho dos alunos que utilizaram o software X,
a equipe da instituição concluiu que o software X conseguiu auxiliar os alunos
no aprendizado da disciplina em que ele foi aplicado. Sendo assim, a equipe da
instituição decidiu por continuar a utilização deste software no próximo semestre.

Para Discussão
Discuta com seus colegas de curso, no fórum do ambiente virtual, se
você concorda com a avaliação feita pela equipe da instituição, que
foi favorável à continuidade de utilização do software X. Justifique
sua opinião.

Atividade
Redija um breve texto expressando sua opinião sobre a utilização de
um método como o TICESE para avaliar a utilização de um material
didático digital em sala de aula, de acordo com o que estudamos
neste guia de estudos. Informe, também, se você já teve alguma
experiência com utilização de material didático digital em sala de
aula e se o resultado alcançado foi positivo.

3.4 Considerações Finais


Ao longo das três unidades deste guia de estudos foram apresentados métodos e
técnicas para o planejamento, análise e avaliação da aplicação de material didá-
tico, no sentido de validar a aplicação deste material em sala de aula. Entretanto,
é importante ressaltar que estes temas são muito mais amplos que o conteúdo
apresentado neste guia.
3.4. Considerações Finais 57

Como discutido, há vários métodos e técnicas na literatura que cumprem o


papel proposto neste guia, que é a validação da aplicação de material didático. Mas
era necessário definir um escopo, que permitisse a apresentação dos conhecimen-
tos iniciais a respeito deste tema e ao mesmo tempo respeitasse o tempo proposto
para a disciplina Validação de Material Didático.
58 Validação de Material Didático
Referências Bibliográficas

ARAÚJO, E. F. d. M.; FERREIRA, E. E. P.; MELCHIORI, A. P. P. Guia de estudos:


Concepção de Material Didático. 1. ed. Lavras: UFLA, 2014.

BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G.; NAGEM, R. L. Contribuição do método de


projetos para a inclusão das tecnologias da informação na escola. Revista
Brasileira de Tecnologia Educacional, n. XXIX, p. 40–54, 2002.

GAMEZ, L. TICESE – Técnica de inspeção de conformidade ergonômica de software


educacional. Minho: Universidade do Minho, 1998.

MELCHIORI, A. P. P.; ANDRADE, L. N. de. Guia de estudos: Laboratório de Linux


Educacional I. 1. ed. Lavras: UFLA, 2014.

MELCHIORI, A. P. P.; ANDRADE, L. N. de. Guia de estudos: Laboratório de Linux


Educacional II. 1. ed. Lavras: UFLA, 2014.

NOBRE, F. M.; UCHÔA, J. Q. Guia de estudos: Projeto de Uso Educacional da


Internet. 1. ed. Lavras: UFLA, 2014.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conhecimento em gerenciamento


de projetos (Guia PMBok). 4. ed. Pensylvania: Project Management Institute, 2008.

SOARES, D. R.; UCHÔA, J. Q. Guia de estudos: Planejamento de Material Didático.


1. ed. Lavras: UFLA, 2015.

VILAÇA, M. L. C. Materiais didáticos de língua estrangeira: aspectos de análise,


avaliação e adaptação. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades, VIII, n.
XXXII, p. 67–78, 2010.
60 Validação de Material Didático
A PÊNDICE A
Apêndice

A.1 Classificação de Software Educacional


As classes abaixo relacionadas podem ser utilizadas para a classificação dos vá-
rios tipos de Software educacional que podem ser aplicados como material didático
para apoio a processos de ensino e aprendizagem. As definições sobre cada uma
das classes apresentadas neste anexo foram extraídas de(GAMEZ, 1998) e adap-
tadas para este guia de estudos.

• Exercício e Prática: Este tipo de Software educacional possibilita a reali-


zação de exercícios de conteúdo ou habilidade já conhecido pelo aluno, mas
que ainda não está inteiramente dominado por ele. Em geral, este tipo de
Software possui exercícios que envolvem a memorização e repetição de ele-
mentos, como, por exemplo, no caso do ensino de aritmética, idiomas, entre
outros.

• Tutorial: O Software educacional do tipo tutorial constitui-se em uma versão


computacional de instrução programada. A principal vantagem deste tipo de
Software é o fato de o computador poder apresentar o material com outras
características que não são permitidas no papel como, por exemplo: anima-
ção, som e manutenção do controle da performance do aprendiz, facilitando
o processo de administração das lições e possíveis programas de remediação.

Pode-se utilizar o Software tutorial para apoio ou reforço as aulas, na prepa-


ração ou revisão de atividades, na introdução de novos conceitos, apresenta-
ção de habilidades, na aquisição de conceitos, princípios e/ou generalizações
através da transmissão de determinado conteúdo ou da proposição de ativi-
dades que verifiquem a aquisição deste conteúdo.

• Sistemas Tutoriais Inteligentes (STI): A estratégia deste tipo de Software é


ajustar a estratégia de ensino e aprendizagem ao conteúdo e forma do que
se aprende, aos interesses, expectativas e características do aprendiz, dentro
62 Validação de Material Didático

das possibilidades da área e nível de conhecimento e das múltiplas formas


em que este se pode apresentar ou obter.

Ainda, o Software do tipo STI levam em conta a base de conhecimento do es-


pecialista no assunto em questão, e o modelo mental do aprendiz, para tanto,
os seus conhecimentos, habilidades e destreza. Neste tipo de Software, a in-
terface deve ser capaz de oferecer diferentes tipos de ambiente de aprendiza-
gem, ser adaptável, e permitir chegar facilmente ao conhecimento desejado.
Finalmente, definidas estas características, o sistema deve ter um módulo
tutor, capaz de gerar situações para resolução de problemas, aplicáveis ao
estado de conhecimento do aprendiz, com respeito a base de conhecimento
especializado que se deseja obter.

• Simulação e Modelagem: Neste tipo de Software educacional é possível re-


presentar ou modelar um objeto ou entidade real, de um sistema ou evento.
Trata-se de um modelo simbólico e representativo da realidade, que deve ser
utilizada a partir da caracterização dos aspectos essenciais do fenômeno. Isto
significa que a simulação deve ser utilizada após a aprendizagem dos funda-
mentos ou conceitos básicos do tema em questão.

Os modelos criados neste tipo de Software possibilitam a simulação de uma


realidade, como, por exemplo, de situações de risco (controles de voo, ma-
nipulação de substâncias químicas ou objetos perigosos, simulação de ins-
talações eléctricas prediais), de experimentos complexos, que demanda alto
investimento ou que levam muito tempo para se processarem e de situações
impossíveis de serem obtidas (manipulação de um ecossistema). Em geral,
esta modalidade de Software é muito útil para a realização de trabalhos em
grupo, sobretudo para situações em que envolve a tomada de decisões.

• Jogos Educativos: Este tipo de Software educacional é uma fonte de re-


creação que visa a aquisição de um determinado tipo de aprendizagem por
parte do aluno. Em geral, jogos educativos envolvem elementos de desafio
ou competição para estimular o aluno. É importante ressaltar que muitos
destes jogos são confundidos com simulação, pois utilizam algum tipo de ha-
bilidade. Entretanto, utiliza-se também vários recursos típicos de jogos edu-
cativos para despertar e motivar o aluno para a situação de aprendizagem,
como, por exemplo, tarefas do tipo negociação, persuasão e cooperação.

• Informativos: Este tipo de Software educacional pode ser identificado quando


os dados são apresentados sob formas de texto, gráficos ou tabelas. Em geral,
A.2. Formulário de Inspeção 63

apresentam, como características principais, documentação de fácil entendi-


mento e armazenamento de informação com capacidade adequada, de acordo
com o nível do aluno. Entretanto, nem sempre estes aspectos são bem con-
seguidos no produto.
Alguns exemplos deste tipo de Software são aqueles que possibilitam acesso
à livros eletrônicos, como é o caso das enciclopédias interativas, bibliotecas
digitais ou Software que pretende apresentar uma informação específica a ser
aprofundada, cujo conteúdo de leitura e interpretação é significativamente
maior que a exercitação e prática de situações hipotéticas do mundo real.

• Hipertexto/Hipermídia e Informativos: O hipertexto é uma forma não li-


near de armazenamento e recuperação de informações. Isto significa que a
informação pode estar organizada em qualquer ordem, como, por exemplo,
através de seleção de tópicos de interesse. Desta forma, um hipertexto tem
como principal característica a capacidade de interligar partes de textos ou
outros tipos de informação entre si através do uso de palavras chave. A nave-
gação em páginas Internet é um dos melhores exemplos de aplicação e uso de
hipertexto. A hipermídia é um estilo de construção de sistemas que permite a
criação, manipulação, apresentação e representação da informação na qual:

– a informação armazenada em uma coleção de nós multimídia,


– estes nós se encontram organizados em forma explícita ou implícita em
uma ou mais estruturas (habitualmente uma rede de nós conectados por
links),
– os usuários podem ter acesso à informação e navegar nelas através dos
links.

Um bom exemplo de hipermídia é também a Internet, onde possível navegar


através links entres textos, imagens, vídeos; ou seja, é possível navegar entre
vários tipos de mída.

A.2 Formulário de Inspeção


A.2. Formulário de Inspeção 64

FORMULÁRIO DE INSPECÇÃO

I- MÓDULO DE CLASSIFICAÇÃO

1. Classificação da Modalidade: Assinale a modalidade do software:

Simulador
Tutorial
Exercício e prática
Apresentação
Hipermedia
Jogos Pedagógicos
Ambiente de descoberta e aprendizagem
Outros

2. Identificação da abordagem pedagógica

O software traz explicitamente a abordagem pedagógica na qual foi formulado e qual é


esta abordagem?

R: _____________________________________________________________________

3. Complexidade Cognitiva

1) O software evoca conhecimentos prévios e específicos, necessários para a compreensão


de seu conteúdo?
2) O software enfatiza a aquisição do conhecimento, aumentando gradualmente a
quantidade de informações apresentadas?

3) Assinale a (s) alternativa (s) que mais se assemelha (m) ao tipo de software em análise.

a) O software evita comportamentos do tipo tentativa e erro, fornecendo recursos que


apoiem processos de raciocínio e que levem à decisões conceptualmente baseadas?
b) O software trabalha a valorização do erro possibilitando o aprendizado com a
experiência?

4) Assinale a (s) alternativa (s) que mais se assemelha(m) ao tipo de software em análise.

a) O software solicita apenas a lembrança de ideias, materiais ou fenómenos memorizados.


b) O software não apenas solicita a lembrança de ideias, mas solicita que o utilizador
compreenda os conteúdos transmitidos, e que faça algum uso dos materiais ou ideias nele
abrangidos, evocando algum conhecimento já adquirido.
A.2. Formulário de Inspeção 65
c) O software não apenas evoca a lembrança e a compreensão dos conteúdos, mas oferece-
lhe a possibilidade de aplicar estes conhecimentos através do uso de abstracções em
situações particulares e concretas que ajudam na memorização e fixação dos conceitos.
d) O software, para além de proporcionar a aplicação dos conhecimentos, oferece ao aluno a
oportunidade de desenvolver um comportamento criador, através de exercícios que
solicitem a união de elementos e partes, combinado-os para que constituam uma
configuração ou estrutura .
e) Para além de desenvolver um comportamento criador, o software estimula o julgamento
qualitativo e/ou quantitativo acerca do valor de determinadas ideias, trabalhos, soluções,
métodos e materiais .

II MÓDULO DE AVALIAÇÃO

Responda as questões a seguir, conforme indica a legenda:

Legenda: S = Sim P = Parcialmente N = Não NA = Não se aplica

Identificação do Produto S P N NA
Na documentação e/ou na versão on line do produto, estão identificados:

1) O nome do produto?

2) A versão do produto?

3) O nome do produtor?

4) A data de fabricação?

5) Assistência técnica?

6) A apresentação geral do produto?

Identificação dos Pré Requisitos Técnicos S P N NA


Na documentação e/ou na versão on line do produto, estão identificados:

1) Os requisitos de hardware necessários para por o produto em funcionamento?

2) Dados sobre a exigência de conhecimentos específicos de um dado sistema


operacional?
3) Dados sobre a necessidade em adquirir treinamento técnico específico para que
possa operar, alterar ou personalizar o software?

Identificação dos Pré Requisitos Pedagógicos S P N NA


Na documentação e na versão on line do produto, estão descritos:

1) Os requisitos de software necessários para por o produto em funcionamento?

2) As exigência de conhecimentos prévios específicos da área técnica em apresentação


para o uso do software?
3) Informações sobre a necessidade em adquirir treinamento pedagógico específico
para que possa operar, alterar ou personalizar o software?
A.2. Formulário de Inspeção 66

Identificação dos Objectivos Pedagógicos S P N NA


1) A documentação e a versão on line do produto trazem a:

2) Descrição dos objectivos gerais e específicos a que se destinam o software?

3) Identificação das principais actividades a serem realizadas com o uso do produto,


de modo que se consiga obter maior rentabilidade do produto?
4) Identificação da faixa etária a que se destina o produto?

5) Identificação do nível escolar sugerido para a utilização do produto?

6) Identificação das habilidades que o software pretende desenvolver?

7) Alguma sugestão para trabalhos individuais ou em grupos correlacionados com as


actividades desenvolvidas no software?

Documentação: Presteza S P N NA
Os manuais que acompanham a documentação do software, possuem:

1) Títulos coerentes nos capítulos?

2) Sumário completo?

3) Índice Remissivo?

4) Glossário?

5)Indicação de Ajuda On Line ?

6) Guia de instalação?

7) Código de erros?

8) Informações a respeito do uso de senhas de segurança para entrada no sistema?

9) Informações sobre o estilo e funcionamento de interface com o utilizador?

10) Informações sobre as teclas de atalho e as teclas de função disponíveis?

11) Os exemplos [(textos, fotografias, desenhos, representações simbólicas (notação)]


são coerentes e estão dentro do contexto?
12) Há algum tipo de organização segundo uma sequência em que as informações se
complementam na evolução entre os capítulos?
A.2. Formulário de Inspeção 67

Documentação - Legibilidade S N P NA
1) O tamanho das letras é legível nas descrições textuais?

2) As cores utilizadas são adequadas e facilitam a leitura das informações?

3) A redacção dos textos é isenta de erros ortográficos, gramaticais e pontuação?

4) A redacção e o estilo do texto está bem escrita, clara, e de fácil compreensão ?

5) Evita-se o uso de palavras estrangeiras que possam dificultar a compreensão do


texto?

Documentação - Agrupamento de Itens S P N NA


1) A informação é apresentada em tópicos organizados por funções e comandos?

2) A informação é apresentada em tópicos organizados por objectivos?

3) As informações possuem boa organização entre os itens, divididas em capítulos


unidades ou secções?
4) Existe alguma divisão na apresentação da informação entre módulos de cunho
teórico e prático, e esta divisão está balanceada?

Documentação - Densidade Informacional S P N NA


1) A densidade de caracter técnico da informação é adequada?

2) A densidade de leitura é adequada?

3) As informações estão bem distribuídas na documentação e evitam a poluição


visual?

4) A utilização de cores é feita de maneira adequada que não provoca poluição visual?

Consistência S P N NA
1) Há consistência na numeração das páginas apresentadas no sumário?

2) Há consistência entre as informações descritas na documentação e a operação do


produto?
3) Todas as páginas estão presentes e postas na sequência correcta?

Significado dos Códigos e Denominações S P N NA


1) As denominações dos títulos correspondem aos assuntos apresentados?

2) O vocabulário utilizado nos títulos é familiar ao utilizador e evita palavras difíceis?

3) Os títulos das páginas são explicativos, reflectindo a natureza da escolha a ser feita?

4) Na ocorrência de abreviaturas, há uma descrição por extenso do seu significado?

5) As abreviaturas são facilmente distinguíveis umas das outras, evitando confusões


geradas por similaridade?
A.2. Formulário de Inspeção 68

Condução On line - Presteza S P N NA


1) O software dispõe de um glossário para auxiliar o utilizador na compreensão
de termos técnicos?
2) O software permite a impressão das informações desejadas?

3) O software utiliza recursos do tipo hipertexto providenciando links apropriados


que facilitem a compreensão dos conteúdos?
4) A apresentação do tipo hipertexto tem boa condução, de forma que o
utilizador possa se localizar bem enquanto navega no programa?
5) O software informa ao utilizador os resultados do estado da acção, de forma
que ele possa acompanhar a evolução do processamento da informação, usando
recursos como por exemplo, ampulhetas, relógio e/ou barra de progressão?
6) O utilizador encontra disponível no ecrã as informações necessárias para
executar suas acções e efectuar as operações requeridas pelo software?
7) Na ocorrência de erros do sistema, o utilizador tem o acesso facilitado as
informações necessárias ao diagnóstico e solução do problema?
8) As mensagens que conduzem o utilizador para uma determinada acção são
sempre afirmativas e na voz activa?
9) O software apresenta títulos nas caixas de diálogo, formulários, campos de
entrada de dados, janelas, etc., e estes estão no alto, centrados ou justificados à
esquerda?
10) As opções que comandam a apresentação da abertura de outras opções de
diálogo, apresentam em seus rótulos sinais indicadores da continuidade do
diálogo? ( tais como "..." ou o sinal ">").
11) No caso em que são apresentadas tabelas ao longo do software, estas possuem
cabeçalho para linhas e colunas apresentadas de maneira distinguíveis dos
restantes dados (quanto a cor, fonte ou tipo de letra)?

Qualidade da Opções de Ajuda S P N NA


1) O software disponibiliza ao utilizador a opção, on line, de menu “Ajuda”?

2) A ajuda on line é consistente com a documentação em papel no que se refere ao


conteúdo?
3) A ajuda on line é consistente com todas as outras dentro dela mesma?

4) Os dispositivos de ajuda abrangem a totalidade do sistema?

5) O accionamento da opção de ajuda, está estruturado no contexto da tarefa e da


transação corrente?
6) O sistema de ajuda funciona de forma exclusiva não interrompendo a continuação
na execução do sistema?
7) O sistema apresenta diferentes formas de acesso aos conteúdos de ajuda?

8) O sistema de ajuda utiliza-se de princípios de hipertexto, permitindo ao utilizador


expandir tópicos por palavras chave?
9) O software disponibiliza ao utilizador bolhas de ajuda para informar sobre a função
de um botão, menu ou caixa de diálogo?
10) Nas caixas de mensagens de erro, o botão de comando “ajuda” está sempre
presente?
A.2. Formulário de Inspeção 69

Condução - Legibilidade S P N NA
1) Os conteúdos apresentados estão livres de equívocos conceituais?

2) A redacção das informações textuais estão correctas, livres de erros gramaticais e de


pontuação?
3) O estilo literário do texto favorece a compreensão dos conteúdos?

4) O vocabulário utilizado é de fácil compreensão ao público alvo sugerido pelo


fabricante?
5) O vocabulário utilizado propõe uma interpretação específica no significado dos
termos e dos conteúdos que se pretende transmitir, sem gerar problemas de
interpretações erróneas?
6) A apresentação do texto, nomeadamente o tipo e tamanho das letras, é de fácil
legibilidade?
7) É evitado o uso exclusivo de maiúsculas nos textos apresentados?

8) O uso de recursos de estilo como sublinhado, negrito, itálico, é feito de maneira


ponderada e não atrapalha a legibilidade do texto?
9) Os parágrafos de texto são separados por uma linha em branco, pelo menos, e
possuem margens bem definidas?
10) É evitado o uso de abreviaturas nos menus, opções de menu, título das caixas de
diálogo, e mostradores de dados?
11) O uso de cores favorece a legibilidade do programa?

12) A cor do fundo em relação à cor da letra permite uma boa leitura?

13) O texto apresentado nas caixas de opções de menu, apresentam boa legibilidade, ou
seja, estão adequadamente posicionados e separados das bordas neste tipo de caixa?
14) Os ícones são legíveis e representativos de suas funções?

15) Os títulos de caixas de diálogo evitam a utilização apenas de letras maiúsculas ?


16)
17) Os objectos de interacção (botões, campos de edição, etc.) disponíveis nas caixas
de diálogo encontram-se alinhados vertical e horizontalmente?
18) As áreas livres são usadas para separar grupos lógicos em vez de tê-los todos de
um só lado do ecrã, caixa ou janela?
19) As informações codificadas através das cores apresentam uma codificação
adicional redundante?
20) Dados numéricos que se alterem rapidamente são apresentados analogicamente?
A.2. Formulário de Inspeção 70

Condução - Agrupamento e Distinção por Formato S P N NA


1) O software apresenta uma distinção visual clara de áreas que possuem diferentes
funções? (área de comandos, área de mensagens, etc.)
2) Os dados críticos e que requeiram atenção imediata são diferenciados através do
emprego de sinais sonoros ou diferenciados através do uso de cores conspícuas para
alertar os utilizadores em relação às situações anormais?
3) Em situações em que é exigida atenção especial do utilizador, as mensagens de
alerta e de aviso são apresentadas de maneira distinta das demais?
4) São empregues recursos de estilo, como itálico, negrito, sublinhado ou diferentes
fontes para salientar palavras ou noções importantes na apresentação de textos?
5) No caso de apresentação de tabelas, os cabeçalhos estão diferenciados através do
emprego de cores diferentes, letras maiores ou sublinhadas?
6) Quando as opções de menu apresentam-se indisponíveis no momento, o sistema
mostra-as de forma diferenciada visualmente?
7) Os rótulos dos mostradores de dados são visualmente diferentes dos dados em si aos
quais estão associados?
8) No caso em que o software apresenta ecrãs de consulta, os diferentes elementos do
ecrã de consulta (dados, comandos e instruções) são visualmente distintos uns dos
outros?
9) Quando várias opções ou acções são possíveis, a mais provável ou mais lógica é
apresentada num formato que a distingue das outras, tal como uma borda circulando um
botão (a opção default)?

Condução - Agrupamento e Distinção por Localização S P N NA


1) Existe alguma divisão na apresentação da informação entre módulos de cunho
teórico e prático, e esta divisão está balanceada?
2) No caso em que os conceitos teóricos são separados dos exercícios práticos, existe a
facilidade do utilizador navegar facilmente entre a parte prática e a teórica do software?
3) As informações possuem boa organização entre os itens, divididas em capítulos
unidades ou secções?
4) A informação é apresentada em tópicos organizados por funções e comandos?

5) A informação é apresentada em tópicos organizados por objectivos do utilizador?

6) Os itens de menus estão organizados (agrupados) hierarquicamente segundo uma


ordem lógica?
7) As opções de menu estão ordenadas de forma lógica, agrupadas de forma a facilitar
a interacção com o utilizador?
8) Nos agrupamentos de dados, os itens estão organizados espacialmente segundo um
critério lógico e facilitador (como por exemplo, agrupamento por frequência de uso)?
9) Em caso de presença de listas de selecção, as opções da lista estão organizadas
segundo alguma ordem lógica e coerente?
A.2. Formulário de Inspeção 71

Condução - Feedback Imediato S P N NA


1) O sistema emite algum feedback sonoro mediante respostas inadequadas do
utilizador na resolução de exercícios?
2) O sistema emite feedback encorajador, variado e isento de carga negativa mediante
as respostas inadequadas do utilizador nas situações problemas??
3) O sistema fornece informações sobre o progresso do processamento da informação?

4) O sistema fornece informações sobre o tempo total requerido ao processamento da


informação quando este é demorado?
5) O sistema fornece "feedback" imediato de todas as entradas de dados dos
utilizadores? (incluindo dados sigilosos, que neste caso devem produzir um
feedback perceptível, como por exemplo o símbolo *)
6) O tempo de resposta do produto é adequado à operação levando em consideração a
complexidade, a abrangência e o volume dos dados manipulados?
7) Nas operações interactivas o tempo de resposta é adequado e homogéneo em todas
as operações? (carregamento de ecrãs, imagens, dados, etc.).
8) Caso o utilizador interrompa um processamento de dados, o sistema mostrar uma
mensagem garantindo-lhe que o sistema voltou ao seu estado prévio?
9) Quando o processamento da informação é concluído, o sistema apresenta uma
mensagem que informa sobre o sucesso ou fracasso da operação?
10) Durante a tarefa de impressão, o sistema fornece informações sobre o estado destas?

11) O sistema fornece "feedback" sobre as mudanças de atributos dos objectos de


interacção, ou seja, ao seleccionar um botão o ícone correspondente a esta opção
apresenta mudança de estado, entre accionado e não accionado?).

Carga Informacional S P N NA
1) A carga informacional apresentada é equilibrada e está bem distribuída em unidades
de informação?
1. Os conteúdos teóricos apresentados são objectivos?

1) Os exercícios práticos propostos objectivos?

2) É exigido do aluno um nível adequado de atenção e concentração?

3) O software utiliza adequadamente estímulos para fixação de conceitos e habilidades


cognitivas?
4) A carga de informação apresentada está adequada aos utilizadores previamente
definidos?
5) A carga de informação apresentada está adequada à disciplina de ensino?

6) O carga de informação apresentada possui bom equilíbrio entre a teoria e a prática?


A.2. Formulário de Inspeção 72

Concisão S P N NA
1) A interface do software apresenta nomes concisos nas opções de menu, nas janelas,
caixas de diálogo para serem relembrados facilmente??
2) No caso em que é requerido do utilizador a utilização de senhas, que o mesmo deve
memorizar, estas são sempre menores do que 4 ou 5 caracteres?
3) O sistema oferece valores "default" para acelerar a entrada de dados?

Acções Mínimas S P N NA
1) Somente as informações necessárias e utilizáveis são apresentadas?

2) O número de passos necessários para se fazer uma selecção em menu é


minimizado?.
3) A interface possibilita repetir a entrada de dados quando estas podem ser
reaproveitáveis?
4) A interface possibilita que uma unidade de medida quando associada a um campo, a
inclusão da unidade como parte do campo de dados.
5) Para entrada de dados, valores default são exibidos nos campos apropriados?

6) Quando várias páginas estiverem envolvidas, o sistema possibilita ir directamente


para uma página sem ter que passar pelas intermediárias?

Densidade informacional S P N NA
1) As informações estão bem distribuídas na ecrã e evitam a poluição visual?

2) Todas as informações contidas na ecrã são imprescindíveis para guiar ou auxiliar o


utilizador na compreensão dos conteúdos pedagógicos?
3) A densidade global das janelas é reduzida?

4) Em qualquer transação é apenas fornecido ao utilizador os dados necessários e


directamente usáveis?
5) Tanto a Barra de Menu como as Opções de Menu apresentam apenas as opções
necessárias para atingir os fins específicos?
6) O sistema evita apresentar um grande número de janelas que possam desconcentrar
ou sobrecarregar a memória do utilizador?
7) O sistema minimiza a necessidade do utilizador lembrar dados exactos de um ecrã
ao outro?
8) No caso em que o software usa o emprego de listas de selecção e combinação,
apresenta-as a uma altura correspondente a um máximo de nove linhas?
9) O sistema promove computação automática de dados derivados, de forma que o
utilizador não tenha que calcular e entrar com elementos derivados de dados já
acessíveis ao computador?
10) As opções de codificação por cores são limitadas em número?
A.2. Formulário de Inspeção 73

Recursos de apoio à compreensão dos conteúdos S P N NA


1) O software possui recursos motivacionais para despertar e manter a atenção do
utilizador ao longo de sua interacção?
2) Os recursos motivacionais utilizados permanecem interessantes ao longo do tempo,
sem tornarem-se aborrecidos através de repetições constantes?
3) Recursos multimedia são utilizados de maneira moderada, sem provocar a
distracção do aluno no que se refere ao principal foco a ter em atenção na ecrã.?
4) Recursos sonoros são bem explorados, e utilizados pertinentemente?

5) Os recursos sonoros empregues contribuem para a motivação e compreensão dos


conteúdos?
6) Imagens, desenhos, gráficos, etc. são utilizados pertinentemente e contribuem para a
motivação e compreensão dos conteúdos?
7) Animações são utilizadas pertinentemente e contribuem para a motivação e
compreensão dos conteúdos?
8) Exercícios de aplicação e resolução de problemas são utilizadas pertinentemente e
contribuem para a motivação e compreensão dos conteúdos?
9) Os exercícios de aplicação e soluções de problemas evitam aborrecimento,
constrangimento ou desânimo por parte do aluno?
10) Os exercícios de aplicação e soluções de problemas evitam a sensação de
frustração que pode ser causada por dificuldade de manuseio do programa?
11) Jogos são utilizados pertinentemente e contribuem para a motivação e compreensão
dos conteúdos?
12) Simulações são utilizadas pertinentemente e contribuem para a motivação e
compreensão dos conteúdos?
13) Exercícios de criatividade são utilizadas pertinentemente e contribuem para a
motivação e compreensão dos conteúdos?
14) Diálogos são utilizados ao longo do software de forma a apoiar e verificar a
compreensão dos conteúdos?
15) O utilizador tem controlo sobre a ordem de apresentação e sequenciação das
informações?
16) O software estimula a imaginação do utilizador através de um dado contexto ou
situação que pode ser usada para auxiliar a aprendizagem?
17) A apresentação das informações possui geração aleatória, variando estímulos
textuais, visuais e ou sonoros?
18) O software oferece a possibilidade de consulta à outras referências bibliográficas
sobre o tema em estudo, tais como livros e outros materiais instrucionais?
A.2. Formulário de Inspeção 74

Flexibilidade S P N NA
1) O Software permite a introdução de novos elementos, personalizando-o de modo a
acomodar diferenças individuais?
2) O software contém a opção de selecção de entrada para níveis intermédios de
dificuldade?
3) O sistema fornece meios para que o utilizador tenha total controle sobre a sequência
de apresentação das informações?
4) O sistema propõem formas variadas de apresentação das mesmas informações à
diferentes tipos de utilizador?
5) O sistema fornecer a possibilidade de desactivar temporariamente a apresentação de
certas janelas?
6) Os utilizadores têm a possibilidade de modificar ou eliminar itens irrelevantes das
janelas?
7) O sistema permite que se defina, mude ou suprima os valores definidos por default,
alterando-os e personalizando-os?
8) O utilizador tem a possibilidade de modificar a ordem e a sequência de entrada de
dados, adaptando-a segundo sua ordem de preferência?
9) Quando o formato de um texto não poder ser previsto com antecedência, o sistema
proporciona meios para definir e salvar os formatos que ele venha a precisar?
10) É permitido ao utilizador definir os nomes dos campos de dados que ele(a) venha
criar?
11) Ao utilizador é permitido personalizar o diálogo, através da definição de macros?

Consideração da Experiência do Utilizador S P N NA


1) A sequência da apresentação dos conceitos evolui significativamente em grau de
complexidade?
2) Utilizadores mais experientes podem ter acesso directo aos módulos mais
avançados?

3) O software permite que o aluno possa retornar novamente no exacto nível em que
atingiu no seu último acesso?
4) O sistema possibilita efectuar alterações em suas estruturas de modo a contemplar a
experiência do utilizador?
5) O software permite flexibilidade na resolução dos problemas propostos, não
requerendo do aluno que o mesmo complete tarefas básicas antes que lhe seja
permitido continuar no programa
6) O sistema prevê a escolha de entradas simples ou múltiplas conforme a experiência
do utilizador?
7) O sistema fornece um tutorial passo a passo para os novatos e a entrada de
comandos mais complexos por mais experientes?
8) O sistema permite que utilizadores experientes contornem uma série de selecções
por menu através da especificação de comandos ou e atalhos de teclado?
9) É fornecida a possibilidade de escolher o nível de detalhe das mensagens de erro em
função do nível de conhecimento?
10) O sistema oferece a facilidade para que utilizadores de níveis de familiaridade
diferentes possam facilmente adequarem-se ao sistema? (através da disponibilização de
teclas de atalho/aceleração).
A.2. Formulário de Inspeção 75

Acções explícitas do utilizador S P N NA


1) O processamento das acções é efectuado somente quando solicitadas pelo
utilizador?
2) O sistema sempre exige uma acção explícita de ENTER, para dar inicio ao
processamento dos dados?
3) O sistema posterga os processamentos até que as acções de entrada tenham sido
encerradas?
4) Durante a selecção de uma opção de menu o sistema permite a separação entre
indicação e execução da opção?
5) No caso de opções de preenchimento, é sempre o utilizador quem comanda a
navegação entre os campos?

Controle do Utilizador S P N NA
1) O utilizador possui controle sobre os botões de comando?

2) O utilizador pode controlar a sequenciação dos conteúdos?

3) O utilizador pode controlar o ritmo da apresentação?

4) O utilizador pode controlar a apresentação por meio de opções de escolha entre


diferentes níveis de complexidade?
5) O utilizador pode interromper, retomar e reiniciar um diálogo sequencial a qualquer
instante?
6) O sistema possibilita interromper ou cancelar a transação ou processo em
andamento, sempre que se julgar necessário?
7) O sistema fornece a opção CANCELAR a qual tem o efeito de apagar qualquer
mudança efectuada pelo utilizador e trazer o ecrã para seu estado anterior?
8) Durante os períodos de bloqueio dos dispositivos de entrada, o sistema fornece uma
opção para interromper o processo que causou o bloqueio?
A.2. Formulário de Inspeção 76

Correcção de Erros S P N NA
1) A correcção de erros durante a execução de exercícios é optimizada, ou seja,
permite que o utilizador faça a correcção sem ter que refazer vários passos anteriores?
2) Na ocorrência de erros na resolução dos exercícios propostos, o software orienta e
oferece ao aluno a possibilidade de tentar refazer o exercício?
3) Persistindo no erro durante a resolução dos exercícios, o software conduz o
utilizador fornecendo lhe sequências explicativas para a correcção das respostas
inadequadas?
4) O software fornece a resolução dos exercícios após longa persistência no mesmo
erro?
5) O software permite a mudança automática de exercício, se o aluno persiste no erro,
conduzindo-o a outro tipo de exercício, com um menor grau de dificuldade?
6) O software possui algum registro das dificuldades enfrentadas pelo aluno na
resolução dos exercícios?
7) Caso o utilizador tenha a necessidade de recorrer a teoria para a resolução dos
exercícios, este acesso lhe é facilitado por meio de um atalho?
8) É disponibilizada a opção de menu “gravar”?

9) Qualquer acção pode ser revertida através da opção DESFAZER?

10) Através da opção REFAZER, a regressão do diálogo também pode ser desfeita?

11) Os comandos para a opção DESFAZER e REFAZER o diálogo estão


diferenciados?

Qualidade das Mensagens de Erros S P N NA


1) Na ocorrência de erros durante a resolução dos exercícios, as mensagens de erro
auxiliam e informam o utilizador na superação do erro?
2) O feedback das respostas às dificuldades é encorajador e livre de conotação
negativa?
3) Perante uma dificuldade na resolução dos exercícios, o software evita a monotonia
oferecendo mensagens de erro variadas?
4) As frases das mensagens de erro adoptam um vocabulário neutro, não
personalizado, não repreensivo e evitam o sentido de humor?
5) As frases das mensagens de erro são curtas e construídas a partir de palavras curtas,
significativas e de uso comum?
6) As mensagens de erro são neutras e polidas?

7) As mensagens de erro estão isentas de abreviaturas e/ou códigos gerados pelo


sistema operacional?
8) As mensagens de erro estão orientadas à tarefa?

9) As mensagens de erro têm seu conteúdo modificado quando na repetição imediata


do mesmo erro pelo mesmo utilizador?
10) O utilizador pode escolher o nível de detalhe das mensagens de erro em função de
seu nível de conhecimento?
11) As mensagens de erro ajudam a resolver o problema do utilizador, fornecendo com
precisão o local e a causa específica ou provável do erro, bem como as acções que o
utilizador poderia realizar para corrigi-lo?
A.2. Formulário de Inspeção 77

Protecção Contra Erros S P N NA


1) O sistema permite que o utilizador interrompa uma operação contornando uma
operação indesejada?
2) O sistema permite que o utilizador possa voltar atrás, e informa-o em caso de
comandos que induzam a erro?
3) Quando o utilizador termina uma secção e existe o risco de perda de dados, o
sistema emite uma mensagem que o avisa deste fato, pedindo-lhe confirmação do
final da secção?
4) As apresentações que acompanham as entrada de dados estão protegidas, de modo
que não se possa modificar as informações contidas nestes campos?
5) Os títulos dos campos estão protegidos e impedidos de serem alterados pelo
utilizador?
6) O sistema emite sinais sonoros quando ocorrem problemas na entrada de dados?

7) Ao final de uma sessão de trabalho, antes de fechar o aplicativo, o sistema solicita a


opção salvar e informa sobre o risco de perda dos dados?
8) No caso de ocorrência de erros de digitação de um comando ou de dados, o sistema
permite que o utilizador corrija somente a parte dos dados ou do comando que está
errado?
9) Em toda acção destrutiva, os botões seleccionados por default realizam a anulação
dessa acção?
10) As teclas de funções perigosas e/ou rotineiras encontram-se agrupadas e/ou
separadas das demais no teclado?

Avaliação do Aprendizado S P N NA
1) No caso em que questões são apresentas para a verificação de um determinado
conceito, estas são formuladas de maneira clara e objectiva, evitando que o
utilizador faça uma interpretação errónea da questão?
2) O software dispõe de algum recurso que permita avaliar o grau de compreensão dos
alunos na resolução de problemas?
3) Durante a sequência de apresentação o software propõe questões para verificar a
compreensão dos conteúdos, simulando uma relação entre professor e aluno?
4) O software possui bom grau de coerência no conteúdo das questões apresentadas
em função dos objectivos a que se propôs?
5) O software armazena informações relativas à interacção dos alunos tais como
pontuações, tempo de resposta, nível atingido?
6) O software permite gravar automaticamente os registros do desempenho dos alunos
mesmo que estes abandonem o programa?
7) O programa permite o registro seguro dos resultados obtidos pelos alunos, sem que
se corra o risco dos mesmos serem facilmente alterados por outrem?
A.2. Formulário de Inspeção 78

Homogeneidade S P N NA
1) Os ícones são distintos uns dos outros e possuem sempre o mesmo significado de
um ecrã ao outro?
2) Os formatos de apresentação dos dados são mantidos homogéneos de um ecrã ao
outro?
3) A organização em termos da localização das várias características das janelas é
mantida homogénea de um ecrã ao outro?
4) Os significados dos códigos de cores são seguidos de maneira homogénea?

5) A localização dos diferentes elementos funcionais são mantidos homogéneos de um


ecrã ao outro?
6) Os procedimentos de acesso às opções dos menus são homogéneos?

Significado dos Códigos e Denominações S P N NA


1) As denominações dos títulos estão de acordo com o que eles representam?

2) O vocabulário técnico utilizado é familiar ao utilizador?

3) Existe um glossário para os termos técnicos?

4) O vocabulário utilizado nos títulos, convites e mensagens de orientação são


familiares ao utilizador e evitam palavras difíceis?
5) As denominações das opções de menu são familiares ao utilizador?

6) Os títulos das páginas são explicativos, e reflectem a natureza da escolha a ser


feita?
7) O sistema adopta códigos significativos ou familiares aos utilizadores em vez
de códigos e denominações arbitrárias?
8) As abreviaturas são significativas?

9) As abreviaturas são facilmente distinguíveis umas das outras, evitando


confusões geradas por similaridade?
10) No caso de gráficos, as denominações das linhas e colunas são significativas e
distintas?
11) Os significados usuais das cores são respeitados nos códigos de cores
definidos?

Compatibilidade S P N NA
1) Os procedimentos de diálogo são compatíveis com os definidos pelos padrões do
ambiente em que roda o software?
2) O sistema segue as convenções dos utilizadores para dados padronizados?

3) O sistema utiliza unidades de medida familiares ao utilizador?


A.2. Formulário de Inspeção 79

III - MÓDULO DE AVALIAÇÃO CONTEXTUAL

Adequabilidade S P N NA
1) O resultado do módulo de avaliação indica conformidade aos padrões
ergonómico/pedagógicos ?
2) O software adapta-se ao programa curricular proposto?

3) O software pode facilmente ser integrado no conteúdo curricular e outras partes do


currículo escolar para auxiliar a aprendizado desta disciplina?
4) O software é pertinente aos objectivos educacionais propostos?

5) Os objectivos do software são coerentes com as propostas pedagógicas do educador


e/ou instituição escolar?
6) O software realmente auxilia os alunos na aquisição das habilidades e conteúdos
propostos?
7) O mesmo conteúdo do software poderia ser facilmente ensinado sem o uso do
recurso tecnológico do computador?
8) É realmente indispensável o uso da tecnologia no ensino desta disciplina?

9) O software é adequado ao público alvo da instituição, (idade, nível de ensino,


bagagem cultural, nível sócio-económico)
10) A forma da apresentação das ideias estão coerentes com a fundamentação
psicopedagógica adoptada pela instituição?
11) Os conhecimentos adquiridos pelo software possuem alguma aplicabilidade prática
na vida pessoal e profissional dos utilizadores?
12) Os recursos e estratégias dinâmicas propostos pelo software, podem contribuir para
a melhoria do relacionamento professor aluno e para a relação entre os colegas em
sala de aula?
13) O software é neutro e não disponibiliza processos de julgamento acerca do valor de
ideias, trabalhos, valores sociais, familiares e religiosos?
14) O preço do produto é viável para a sua aquisição?

15) A instituição possui os equipamentos necessários para rodar o produto (requisitos


de hardware e software)?
16) Os professores desta instituição teriam facilidade em adoptar o software como parte
das suas actividades pedagógicas?

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