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Tosse e Hemoptise

Hipoxia e Cianose
Palpitações
1

HARRISON’S PRINCIPLES OF INTERNAL MEDICINE, 19TH EDITION

Sara Lisa Pinho


Dezembro de 2017
Nota Introdutória
2
= Novidades da 19ª Edição
Abreviaturas
= Pergunta de exame
= Incongruência no texto Ass – associação
Def - deficiência
= Frase chave Dx – diagnóstico
DDx – diagnóstico diferencial
= Referência a outro capítulo F(x) – função
Nv – nervo
Tx – tratamento
= Frase a ter em atenção

= Slide/conceito perguntável

= Frase estranha ou curiosa


FUNDAMENTAL LER O CAPÍTULO ANTES DA AULA...
Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade
Tosse e Hemoptise
3

COUGH AND HEMOPTYSIS – HARRISON’S PRINCIPLES OF INTERNAL


MEDICINE, 19TH EDITION
Chapter 48

Sara Lisa Pinho


Dezembro de 2017
Tosse e Hemoptise
Perguntas nos anos anteriores…
4

1996/
2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009
2016

2 2 2 1 2 1 1 1 21

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5
1. Tosse
1) Mecanismo
Nesta aula… 2) Tosse ineficaz
3) Tosse sintomática
4) Abordagem da tosse crónica
5) Tosse crónica com Rx tórax normal
6) Tratamento sintomático da tosse

2. Hemoptise
1) Etiologia
2) Avaliação
3) História e Exame físico
4) Avaliação diagnóstica
5) Tratamento

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1. TOSSE
6

A tosse tem uma função essencial de PROTEÇÃO das vias aéreas e pulmões

Ausência de reflexo de
Reflexo tosse excessivo
tosse eficaz

Risco de reter secreções e Pode ser esgotante


material aspirado nas vias resp

• Complicações: emese, síncope, dor


Predispõe:
muscular ou fraturas de costelas
1. Infeção
2. Atelectasia • Pode agravar hérnias inguinais e
3. Compromisso respiratório abdominais e a incontinência urinária

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1. TOSSE
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A TOSSE é frequentemente um indício da presença de


uma doença respiratória

Em muitos casos, a tosse é expectável e aceite como uma manifestação de doença


(ex. infeção aguda do trato respiratório)

Contudo, tosse persistente na ausência de outros sintomas comummente faz com


que os doentes procurem auxílio médico

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1. TOSSE
1) Mecanismo da Tosse
8

É desencadeada pela estimulação de NERVOS SENSORIAIS


Tosse Espontânea
(recetores de rápida adaptação e fibras C)

Reflexo da Tosse Pode ser iniciado por ESTÍMULOS QUÍMICOS (capsaicina)


e MECÂNICOS (partículas da poluição atmosférica)

RECETOR VANILÓIDE TIPO 1 (canal de iões catiónico)


presente nos recetores de rápida adaptação e fibras C
é o recetor para a CAPSAICINA e a sua expressão está
AUMENTADA em doentes com tosse crónica
A Vânia e a Cátia andam sempre juntas
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1. TOSSE
1) Mecanismo da Tosse
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Nv vago
Terminações Nervosas Aferentes
Nv Laríngeo superior

Faringe e Laringe
Vias Aéreas bronquíolos terminais e +++
parênquima pulmonar “Centro da Tosse”
(Núcleo Trato Solitário)

Meato acústico externo (ramo auricular nv


vago, Nv Arnold)
Esófago

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1. TOSSE
1) Mecanismo da Tosse
10

Reflexo da Tosse

ADUÇÃO das cordas vocais


(com fecho transitório da Via Aérea Superior)

Contração dos músculos expiratórios


Pressão positiva intratorácica (até 300 mmHg)

Relaxamento súbito da laringe FLUXO EXPIRATÓRIO RÁPIDO

Contração músculo liso brônquico + compressão dinâmica das vias aéreas


estreita o lúmen maximiza velocidade de exalação

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1. TOSSE
1) Mecanismo da Tosse
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Reflexo da Tosse

Os fluxos expiratórios
gerados ultrapassam o
“envelope” normal da
curva

O reflexo da tosse envolve uma série


altamente orquestrada de ações musculares
involuntárias, com o potencial para input a Figure 48-1 – Flow-volume curve shows spikes
of high expiratory flow achieved with cough. Fev1,
partir das vias corticais também forced expiratory volume in 1s.

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1. TOSSE
1) Mecanismo da Tosse
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2
A energia cinética disponível para deslocar o muco do interior Velocidade
Energia = do fluxo do
das paredes da via aérea é DIRETAMENTE proporcional ao cinética
quadrado da velocidade do fluxo do ar expirado ar expirado

Uma respiração profunda antes da tosse optimiza a função dos músculos


expiratórios

Uma série de acessos de tosse com volumes pulmonares sucessivamente


menores move o ponto de velocidade expiratória máxima progressivamente para a
periferia do pulmão

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1. TOSSE
2) Tosse Ineficaz
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Uma tosse fraca ou ineficaz compromete a capacidade de


limpar as infeções do trato respiratório inferior predispondo a
infeções mais graves e às suas sequelas

Fraqueza, paralisia ou dor


dos músculos expiratórios
(abdominal e intercostal)
está em primeiro lugar na
lista de causas de tosse
prejudicada.

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1. TOSSE
2) Tosse Ineficaz
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A força da tosse é geralmente medida QUALITATIVAMENTE:


• pico de fluxo expiratório (PEF) ou a pressão expiratória máxima (na boca) podem ser
usados como marcadores substitutos da força da tosse

Vários dispositivos e técnicas de assistência foram desenvolvidos para melhorar a força da tosse, variando de
simples a complexos

A tosse pode ser ineficaz na eliminação de secreções APESAR de se manter preservada a capacidade de gerar
velocidades expiratórias normais por:

1. Secreções anormais nas vias aéreas (ex: bronquiectasias devido a fibrose quística)

2. Anomalias estruturais das vias aéreas (ex: traqueomalácia com colapso expiratório durante a tosse)

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1. TOSSE
3) Tosse Sintomática
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A tosse raramente leva o doente a procurar o médico


Bronquite Crónica • Dura apenas segundos a alguns minutos
(fumadores longa data) • Produtiva (expect mucóide, aspeto benigno)
• Geralmente não desconfortável

A tosse também pode ocorrer noutro contexto de sintomas respiratórios que, juntos, sugerem
um diagnóstico:

Asma A tosse acompanhada de sibilos, dispneia e aperto torácico após


exposição a um gato ou outras fontes alergénicas

Em alguns casos, a TOSSE é dominante ou o único sintoma e pode ser de duração


e gravidade suficientes que motivem a procura de alívio

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1. TOSSE
3) Tosse Sintomática
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A DURAÇÃO da tosse é uma pista para a sua etiologia

AGUDA SUBAGUDA CRÓNICA


(< 3 semanas) (3-8 semanas) (> 8 semanas)
1) Infeção resp Muitas vezes resíduo 1) Cardiopulmonares
2) Aspiração de traqueobronquite 2) Inflamatórias
3) Inalação de como na: 3) Infeciosas
químicos nocivos 4) Neoplásicas
ou tabaco 1) Síndrome pós-viral
2) Pertussis Se Ex físico e Rx tórax |N|
(+comum):
5) Asma variante com tosse
6) DRGE
7) Drenagem nasofaríngea
8) Fármacos (IECAs)
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17

Tosse:
- Aguda: <3 sem
- Subaguda: 3-8 sem Diarreia:
- Crónica: >8 sem - Aguda: <2 sem
- Subaguda: 2-4 sem
- Crónica: >4 sem (ou
>3 sem ou >6 sem,
conforme os capítulos)
1. TOSSE
4) Abordagem da Tosse Crónica
18

Detalhes como o som, momento de ocorrência durante o dia e


padrão da tosse são INFREQUENTEMENTE úteis para o dx
Independentemente da causa, a tosse:
• AGRAVA frequentemente quando nos deitamos à noite, com a fala ou em associação à hiperpneia do exercício
• Geralmente MELHORA com o sono

EXCEPÇÃO: Tosse que ocorre apenas após exposições a alergénios ou exercício ao ar frio -> ASMA

Questões úteis
acerca da história
clínica

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1. TOSSE
4) Abordagem da Tosse Crónica
19

O exame físico procura pistas quanto à presença de doença cardiopulmonar


(sibilos ou crepitações).

O exame dos canais auditivos e membranas timpânicas (irritação da


membrana timpânica resultando em estimulação do nervo de Arnold), vias nasais
(rinite ou pólipos), unhas (hipocratismo) podem fornecer pistas adicionais

A tosse pode ser uma manifestação de doença sistémica, como


SARCOIDOSE ou VASCULITE, pelo que um exame sico geral é igualmente
importante

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1. TOSSE
4) Abordagem da Tosse Crónica
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Virtualmente TODAS as avaliações de tosse crónica merecem um Rx tórax

Tosse PERSISTENTE sem outros sintomas ou anomalias ex físico PODE


OCORRER EM DOENÇAS GRAVES:
1) DOENÇA DE HODGKIN
em adultos jovens
2) SARCOIDOSE

3) NEOPLASIA PULMONAR (na população mais velha)

4) TUBERCULOSE PULMONAR (em todo o mundo)

RX TÓRAX Avaliação da anomalia radiográfica para explicar a tosse


ANORMAL

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1. TOSSE
4) Abordagem da Tosse Crónica
21

Num doente com tosse crónica produtiva, o exame da


EXPETORAÇÃO é obrigatório!

Expetoração de APARÊNCIA PURULENTA deve ser enviado para cultura


bacteriana de rotina e, em certas circunstâncias, cultura micobacteriana

O exame citológico do expetoração MUCÓIDE pode ser útil para avaliar


malignidade e para distinguir bronquite neutrofílica de eosinofílica

Expetoração COM SANGUE (estrias de sangue, sangue misturado com


secreções ou sangue puro), merece uma abordagem especial de avaliação e
tratamento

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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TOSSE CRÓNICA + RX TÓRAX |N|

É comummente dito que:


1) o uso de IECAs, sozinhos ou em combinação,

2) a drenagem pós-nasal , correspondem a mais de 90% dos


doentes com TOSSE CRÓNICA e com um
3) a DRGE e, Rx normal ou não conclusivo

4) a asma

MAS a experiência clínica não suporta esta argumentação e a adesão estrita a este conceito
desencoraja a procura de explicações alternativas

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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1. IECAS

2. Drenagem pós-nasal
90%
3. DRGE

4. Asma

5. Bronquite Eosinofílica Crónica

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1. TOSSE
os IECAs acumulam a bradicinina
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
24

5-30% dos doentes


1. Tosse induzida por IECAS 2016
NÃO é dose-dependente
Qualquer doente com tosse crónica inexplicada que está a fazer IECA período
experimental sem toma do fármaco (independentemente da altura de início da
tosse relativamente ao início do IECA)
A NÃO diminuição da tosse após 1 mês de suspensão do fármaco

- > forte argumento contra este dx

Na maioria dos casos há uma alternativa segura:

Os ARA não causam tosse

A ECA metaboliza a bradicinina e outras taquicininas como a substância P IECAs


provocam acumulação de bradicinina ++ terminações nervosas sensoriais
(polimorfismos no gene do recetor neurocinina-2)

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HPIM
Doença Vascular Hipertensiva 298

25

Doença Vascular Hipertensiva Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade


1. TOSSE Pólipos nasais
Drenagem pós-nasal
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N Alergia AAS
26 Úlceras nasais
Granul. de Wegener
2. Drenagem pós-nasal

Estimulação dos recetores sensoriais da via reflexa da tosse na hipofaringe


ou aspiração das secreções drenadas para a traqueia TOSSE

Exame com ESPÉCULO do Nariz


SINTOMAS:
1.Secreções mucóides ou purulentas
1. Rinorreia posterior
2.Mucosa nasal edemaciada e inflamada e/ou
2. Pigarrear frequente
pólipos nasais
3. Espirros
3.Secreções ou aparência “pedra de calçada“ da
4. Rinorreia anterior
mucosa ao longo da parede faríngea posterior

NÃO há nenhum meio de quantificar a drenagem pós-nasal (avaliação qualitativa –


informação subjectiva dada pelo doente)!
Muitas pessoas com drenagem pós-nasal NÃO experienciam tosse
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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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3. DRGE

Pensa-se que o refluxo de conteúdo gástrico para o esófago inferior pode


despoletar a tosse por VIAS REFLEXAS iniciadas na mucosa esofágica

O refluxo ao nível da faringe (refluxo laringofaríngeo) com consequente


aspiração de conteúdo gástrico causa uma bronquite química e possível
pneumonite ( que pode despoletar tosse durante dias após a aspiração)

SINTOMAS:
1. Pirose após as refeições ou em
O refluxo GE pode associar-se
decúbito
2. Eructações
a sintomas mínimos ou mesmo
3. Rouquidão ausência deles
4. Dor na garganta

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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3. DRGE

Inflamação glótica detetada na laringoscopia é um achado INESPECÍFICO

Phmetria Esofágica quantificação da frequência e do nível do refluxo

- Permite o estabelecimento de causalidade entre a presença de refluxo e a tosse (ainda discutível)

Atribuir a causa da tosse ao refluxo GE deve ser pesada contra a observação de que muitas pessoas com
refluxo crónico NÃO experienciam tosse crónica

HPIM Sind extraesofágicas comprovadamente associadas a DRGE:


347 TELA
(1) Tosse crónica; (2) Erosões dentárias; (3) Laringite e (4) Asma
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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
29

A tosse ISOLADA como manifestação de asma é


4. Asma
comum nas CRIANÇAS mas não em adultos

A tosse devida a asma na


“ASMA VARIANTE –TOSSE”
AUSÊNCIA de espirros, falta de ar,
aperto torácico
A monitorização do pico de
•Fatores desencadeantes típicos
fluxo expiratório no
ambulatório pode ser utilizada • Confirmada (obstrução na espirometria
como um método custo-efetivo que varia com o tempo ou reverte em
para suportar ou afastar o
reposta a broncodilatador) ou excluída
diagnóstico de asma
(resposta negativa a broncoprovocação
com metacolina)

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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5. Bronquite Eosinofílica Crónica

Expetoração: eosinofilia >3% na AUSÊNCIA de


obstrução ao fluxo aéreo ou de
2016
hiperresponsividade brônquica

Tratamento: Glicocorticóides inalados

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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TRATAMENTO

Frequentemente EMPÍRICO 2016


Direccionado à causa ou causas mais prováveis de tosse (história, exame físico, teste de função pulmonar)

2. Drenagem pós-nasal 3. DRGE 4. Asma variante


com tosse
Depende da etiologia Antiácidos,

presumida (infeção, alergia, antagonistas H2, IBP;

rinite vasomotora) Medidas adicionais: Corticóides


alterações na dieta, inalados e uso
Anti-histamínicos
elevação da cabeceira intermitente de
sistémicos, antibióticos,
durante o sono e beta-agonistas
irrigação nasal salina,
medicações que broncodilatadores
sprays nasais com
aumentam o
GCT/anti-hist/anticolinérgic esvaziamento gástrico

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1. TOSSE
5) Tosse Crónica com Rx Tórax N
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TRATAMENTO

Os doentes que NÃO RESPONDEM ao tratamento das causas comuns de tosse ou aos quais foram
EXCLUÍDAS estas causas por testes diagnósticos apropriados DEVEM REALIZAR TC TÓRAX

Doenças que causam TOSSE + Rx Torax |N|:

1) Tumores

2) Doença pulmonar intersticial inicial

3) Bronquiectasias

4) Infeção pulmonar micobacteriana atípica

Doentes com tosse crónica que tem exame tórax, função pulmonar, oxigenação e TC |N|
podem estar seguros quanto à AUSÊNCIA de patologia pulmonar grave

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1. TOSSE
6) Tratamento sintomático da Tosse
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Tosse Idiopática Crónica = cough hypersensitivity syndrome

Extremamente COMUM

+++ MULHERES

“prurido/sensibilidade” na área da garganta

Tipicamente “seca” ou maioritariamente produtiva de escassa


quantidade de expetoração mucóide

Pode ser exaustiva, interferir com o trabalho e causar embaraço


social

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1. TOSSE
6) Tratamento sintomático da Tosse
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Uma vez excluída patologia cardiopulmonar grave uma tentativa de suprimir a tosse é apropriada:

2016
Narcóticos: +++ efetivos, atuam no “centro da tosse”, causam sonolência e obstipação e têm
potencial para dependência ( limita o seu uso a longo prazo)

Dextrometorfano: supressor da tosse de ação central com poucos efeitos colaterais, menor
eficácia que os narcóticos. Parece ter um local diferente de atuação pelo que pode ser usado em
associação a narcóticos se necessário

Benzonatato: pensa-se que inibe a atividade neural dos nervos sensoriais do reflexo da tosse;
não tem efeitos colaterais mas efetividade é variável e imprevisível

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1. TOSSE
6) Tratamento sintomático da Tosse
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“Case series have reported benefit from off-label use of


gabapentin or amitriptyline for chronic idiopathic cough.”

São necessários novos supressores da tosse sem as limitações dos


precedentes antagonistas recetor neurocininas, antagonistas recetor
vaniloide tipo1 e agonistas opióides e opioide-like (em desenvolvimento)

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TAKE HOME MESSAGES
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A força da tosse é geralmente medida QUALITATIVAMENTE


Detalhes como o som, momento de ocorrência durante o dia e padrão da tosse são
INFREQUENTEMENTE úteis para o dx MAS A DURAÇÃO da tosse é uma pista para a sua etiologia
Tosse PERSISTENTE sem outros sintomas ou anomalias ex físico PODE OCORRER EM DOENÇAS GRAVES
como DOENÇA DE HODGKIN e SARCOIDOSE em adultos jovens
Num doente com tosse crónica produtiva, o exame da EXPETORAÇÃO é obrigatório!
IECAs: 5-30% com tosse, NÃO é dose dependente, é independente do momento de início da tosse
relativamente à iniciação da terapia com IECA
A tosse ISOLADA como manifestação de asma é comum nas CRIANÇAS mas não em adultos
Tosse idiopática é mais comum em mulheres

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Hemoptise
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2. Hemoptise
38

Expetoração de sangue de QUALQUER PARTE


Hemoptise do trato respiratório (do alvéolo à glote)
(pode ir desde expectoração tingida de sangue até grandes volumes de sangue vermelho vivo)

≠ Epistáxis hemorragia com origem na nasofaringe

≠ Hematemeses hemorragia do trato gastrointestinal superior

Para a maioria dos doentes, qualquer grau de hemoptises pode


produzir ansiedade e frequentemente motiva avaliação médica

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2. Hemoptise
39

A causa mais comum é a Infeção das Vias Aéreas de MÉDIO calibre

Nos EUA, deve-se geralmente a uma BRONQUITE vírica (++) ou bacteriana

Pode surgir num contexto de Bronquite AGUDA ou exacerbação bronquite CRÓNICA

Infeção por Mycobacterium tuberculosis: mundialmente a causa mais


comum ! (provavel/ devido à sua elevada prevalência e predileção pela formação cavidades)

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2. Hemoptise
1) Etiologia
40

Uma forma de abordar a fonte das hemoptises é avaliar sistematicamente os locais potenciais de
hemorragia dos alvéolos até à boca

1. ÁLVEOLOS

2. VIAS AÉREAS MÉDIO CALIBRE

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2. Hemoptise
1) Etiologia
41

1. ÁLVEOLOS
Hemorragia difusa do espaço alveolar ou Hemorragia alveolar difusa (HAD) ,
pode apresentar-se com hemoptises

CAUSAS:
a. Inflamatórias b. Não-Inflamatórias

Granulomatose com poliangeite e poliangeíte Lesão por inalação direta (+++)


microscópica (Vasculite/capilarite de pequenos vasos) incêndio, inalação de substâncias
ilícitas (cocaína) ou químicos tóxicos
Doenças autoimunes sistémicas (LES)
Os doentes com trombocitopenia,
Síndrome de Goodpasture – Acs contra a
coagulopatia ou a fazer
membrane basal do alvéolo
antiplaquetários/anticoagulantes têm
Período precoce pós transplante de MO (HAD um risco acrescido de desenvolver
pode ser catastrófica e ameaçar a vida – deve suspeitar-
hemoptises em caso de irritação
se de HAD em doentes com dispneia e hipoxemia nos
primeiros 100 dias após o transplante de MO) alveolar

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HPIM
338

42
HPIM
Hemoptise - DPIs 315

43

DPI’s com Hemorragia Alveolar


Difusa:
“Embora seja esperada, NÃO HÁ
hemoptise na época de
apresentação em 33% dos casos.
Para os doentes sem hemoptise, o
diagnóstico é sugerido por
opacidades alveolares recentes,
nível de hemoglobina decrescente
e líquido de LBA hemorrágico.”

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2. Hemoptise
1) Etiologia
44

2. VIAS AÉREAS PEQUENO - Local MAIS COMUM de


MÉDIO CALIBRE Hemoptises

Hemorragia alveolar: origem nos capilares (circulação pulmonar de baixa


pressão)

Hemorragia brônquica: origem nas artérias brônquicas


(sob pressão sistémica hemorragia de maior volume)

A irritação e lesão da mucosa brônquica pode levar hemorragia de pequeno volume


Nas vias aéreas + peq, os vasos sanguíneos estão junto ao espaço aéreo pelo que são
necessários menores graus de inflamação/lesão para ocorrer rotura dos capilares

Uma hemoptise mais significativa pode também ocorrer devido à proximidade da


artéria brônquica e da veia à via aérea (feixe broncovascular)

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2. Hemoptise
1) Etiologia
45

2. VIAS AÉREAS MÉDIO CALIBRE +++


Qualquer infeção das vias aéreas pode resultar em hemoptises,
embora, +++ bronquite AGUDA seja causada por uma infeção vírica

Nos doentes com bronquite CRÓNICA, a superinfeção bacteriana (Streptococcus


pneumoniae, Haemophilus influenzae ou Moraxella catarrhalis) Hemoptise

BRONQUIECTASIAS predispõem a hemoptises


(artérias brônquicas mais próximo da superfície da mucosa + estado inflamatório crónico)

FIBROSE QUÍSTICA avançada (protótipo de doença pulmonar bronquiectásica)


HEMOPTISE é uma apresentação COMUM que, por vezes, pode ser fatal

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2. Hemoptise
1) Etiologia
46

TUBERCULOSE Bronquiectasias ou Pneumonia Cavitária


causa MUITO COMUM de hemoptise em todo o mundo

Os doentes podem apresentar-se com tosse crónica produtiva com


expectoração raiada de sangue ou com hemoptises de grande volume

Aneurisma de Rasmussen (dilatação de uma artéria pulmonar numa


cavidade formada no contexto de infeção tuberculosa) continua a ser
uma causa de hemoptise maciça (ou massiva) e ameaçadora de vida nos
países em desenvolvimento

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2. Hemoptise
1) Etiologia
47

As PNEUMONIAS de qualquer tipo podem provocar hemoptises

Pneumonias adquiridas comunidade e abcessos pulmonares


hemorragia

Infeç̧ão cavitação probabilidade de hemorragia (erosão até aos vasos sanguíneos)

Infeções por Staphylococcus aureus e bacilos gram-negativos (p.ex,


Klebsiella pneumoniae) são mais propícias a causar infeções necrotizantes do
pulmão (+ frequentemente associadas a hemoptises)

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2. Hemoptise
1) Etiologia
48

PARAGONIMIASE PULMONAR Infeção do pulmão por surto de Paragonimus


http://www.especialidade.net/

westermani Etiologia
apresenta-se frequentemente com FEBRE, TOSSE E HEMOPTISES

Problema de saúde pública


A PARAGONIMÍASE no Sudeste
PULMONAR Asiáticodoe pulmão
- infeção China (não
por comummente visto no
surto de Paragonimus
Norte dawestermani
América) – apresenta-se frequentemente com febre, tosse e hemoptises.

É comummente confundida com Tuberculose ativa (características clínicas ≈)


•É um problema de saúde pública (não comummente visto no Norte da América) no Sudeste
Deve-seAsiático
considerar
e China eoédiagnóstico em imigrantes
comummente confundida recentesativa
com a Tuberculose de porque
áreas as
endémicas
características
com hemoptises de novo ou recorrentes
clínicas são semelhantes.

Existem relatos de Paragonimíase nos EUA secundária à ingestão de lagostim e


•Deve-se considerar o diagnóstico em imigrantes recentes de áreas endémicas com hemoptises
caranguejos pequenos
de novo ou recorrentes.
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2. Hemoptise
1) Etiologia
49

Outras causas de IRRITAÇÃO das vias aéreas HEMOPTISE

Inalação de químicos tóxicos

Lesão térmica

Trauma direto por aspiração das vias aéreas (++ doentes


entubados)

Todas estas etiologias são sugeridas pela história individual


do doente e das suas exposições

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2. Hemoptise
1) Etiologia
50

CARCINOMA BRONCOGÉNICO

Talvez a causa mais temida de hemoptises (embora as hemoptises não sejam um sintoma
particularmente comum à apresentação)

2016 Hemoptise ocorre em apenas 10% destes doentes como manif inicial

+++ Carcinomas das vias aéreas PROXIMAIS (embora possam ocorrer com 2016
qualquer malignidade no tórax)
Carcinoma de células ESCAMOSAS e o carcinoma de PEQUENAS
células
++ centrais e grandes (podem apresentar-se com hemoptises de grande volume e ameaçadoras da vida
devido à erosão dos vasos hilares)

Os tumores carcinóides, ++ lesões endobrônquicas com mucosa friável, podem também


apresentar-se com hemoptises

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2. Hemoptise
1) Etiologia
51

A doenças metastática para o parênquima pulmonar também pode sangrar:

1. CÉLULAS RENAIS 4. TIRÓIDE

2. CÓLON 5. MAMA

3. TESTÍCULO 6. MELANOMA

CC TT MM

As hemoptises NÃO SÃO forma comum de apresentação da doença metastática!


mas… múltiplos nódulos pulmonares + hemoptises deve levantar a suspeita

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2. Hemoptise
1) Etiologia
52

A doença vasos pulmonares também pode causar hemoptise

1. Insuficiência Cardíaca Congestiva


(transmissão retrógrada ↑ PAE rotura capilares alveolares)
Raramente sangue vermelho vivo, mas +++ expect rosa espumoso ou secreções
tingidas de sangue

2. Regurgitação Mitral
(↑ focal nas pressões dos capilares pulmonares devido ao jacto regurgitante)
Infiltrado do lobo superior no Rx Tórax + hemoptises

3. Malformações arterio-venosas
4. Embolismo Pulmonar
Geralmente associado a Enfarte Pulmonar

A hipertensão arterial pulmonar por outras causas RARAMENTE resulta


em hemoptises
Hemoptise - DPIs
HPIM
284 53

ESTENOSE MITRAL:
A hemoptise resulta da rotura das
CONEXÕES VENOSAS brônquicas
secundárias à hipertensão pulmonar.
Ocorre com maior frequência nos doentes
com elevação da pressão na AE sem
aumento significativo na resistência
vascular pulmonar, e raramente é fatal.

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2. Hemoptise
2) Avaliação
54

> 200-600cc
em 24h

Determinar se a
hemorragia provém do
trato respiratório
≠ nasofaringe ou trato
gastrointestinal - (estas
fontes de hemorragia
requerem uma avaliação e
tratamento diferentes)
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2. Hemoptise
3) História e Exame físico
55

NATUREZA hemoptises útil na determinação da ETIOLOGIA

HISTÓRIA CLÍNICA
Desencadeantes específicos (ex. exposições inalatórias recentes, uso subst ilegais)
2016
Episódios prévios de hemoptises
FR para tromboembolismo venoso Hemoptises MENSAIS nas MULHERES
sugere hemoptise catamenial por
VOLUME hemoptises Endometriose Pulmonar

Determinar a causa
Aferir a urgência das manobras diagnósticas e terapêuticas Os doentes raramente
2016 morrem da
A urgência médica depende: Hemoptises MACIÇAS são exsanguinação mas
QUANTIDADE hemoptise definidas como hemoptises podem “afogar-se” no
SEVERIDIDADE doença pulmonar subjacente > 200-600cc em 24h sangue aspirado

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2. Hemoptise
3) História e Exame físico
56

Todos os doentes devem ser inquiridos acerca de Tabagismo atual ou


prévio
predispõe a bronquite crónica e a carcinoma broncogénico

Sintomas sugestivos de infeção do trato respiratório inferior (febre,


calafrios e dispneia) devem ser avaliados

História médica prévia de neoplasias e seu tratamento, doenças reumatológicas,


doenças vasculares ou doenças pulmonares de base (bronquiectasias) podem
ser relevantes para a causa de hemoptise

Muitas das causas de HAD podem ser parte de uma síndrome reno-
pulmonar inquirir especificamente acerca de história de insuficiência renal

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2. Hemoptise
3) História e Exame físico57

O EXAME FÍSICO inicia-se com a avaliação dos sinais vitais e da saturação de


oxigénio para aferir se há evidência de uma hemorragia ameaçadora da vida
Taquicardia, hipotensão e ↓saturação oxigénio avaliação mais rápida da hemoptise

Exame cardíaco e pulmonar são fundamentais (narinas, auscultação cardio-pulmonar,


edema simétrico ou assimétrico dos membros inferiors e distensão venosa jugular)

O HIPOCRATISMO DIGITAL pode sugerir doenças pulmonares de base, como


carcinoma broncogénico ou bronquiectasias, que predispõem a hemoptises

Similarmente, TELANGIECTASIAS MUCOCUTÂNEAS devem levantar a


suspeita de malformações arterio-venosas pulmonares

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2. Hemoptise
4) Avaliação Diagnóstica
58

2016
Para a maioria dos doentes, o passo seguinte na avaliação das hemoptises deve
ser um Rx Tórax

Se não se identifica a fonte de hemorragia no Rx, deve-se obter uma TC Tórax

A TC tórax permite um melhor delineamento:


bronquiectasias, preenchimento alveolar, infiltrados cavitários e massas
O médico deve considerar a realização de TC para avaliar embolismo pulmonar se a
História e o Ex físico sugerirem tromboembolismo venoso como causa da hemorragia

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2. Hemoptise
4) Avaliação Diagnóstica
59

Os ESTUDOS LABORATORIAIS devem incluir:

Contagem sanguínea completa (avaliação do hematócrito e contagem plaquetária)

Tempos de coagulação

Função renal e exame urina (avaliar a possibilidade de síndrome reno-pulmonar)

Insuficiencia renal aguda + Eritrócitos ou cilindros de


eritrócitos no EU suspeita de Vasculite de pequenos vasos
estudos dos ANCA, anti-MBG e ANA

Gram, acid-fast stains e culturas da expetoração

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2. Hemoptise
4) Avaliação Diagnóstica
60

Se todos estes estudos não forem reveladores considerar


BRONCOSCOPIA

Doentes com história de Tabagismo, a inspeção das vias aéreas deve


fazer parte da avaliação de uma hemoptise de novo

Maior risco de desenvolver carcinomas broncogénicos (lesões


endobrônquicas não são frequentemente observadas na TC tórax)

Broncoscopia

(deve ser seriamente considerada para ajudar a completar avaliação)

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2. Hemoptise
5) Tratamento
61
Para a maioria, tratamento das hemoptises varia de acordo com a ETIOLOGIA

MAS hemoptises de grande volume, ameaçadoras da vida, geralmente


requerem INTERVENÇÃO IMEDIATA independentemente da causa
O primeiro passo é estabelecer a Patência da Via Aérea (entubação endotraqueal e
subsequente ventilação mecânica)

Em hemoptises de maior volume o ideal é identificar o local da hemorragia por


imagem do tórax ou por broncoscopia (+++ rígida que flexível)
O objetivo é depois isolar a hemorragia a um pulmão e não permitir que os espaços
aéreos preservados do outro pulmão sejam preenchidos com sangue

Os doentes devem ser colocados com o pulmão hemorrágico numa posição


dependente (em baixo) e, se possível, colocar um tubo endotraqueal com
dois lúmens ou um bloqueador das vias respiratórias na via aérea proximal
do pulmão hemorrágico
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2. Hemoptise
5) Tratamento
62

Se a hemorragia NÃO PARAR com o tratamento da causa subjacente e com a


passagem do tempo, pode tratar-se uma hemoptise severa proveniente das
artérias brônquicas com Embolização Angiográfica da artéria brônquica culpada
deve apenas ser tentada nos casos mais severos e ameaçadores da vida porque existe
um RISCO de embolização não intencional da artéria espinal com consequente paraplegia

As lesões endobrônquicas podem ser tratadas com uma variedade de


intervenções broncoscópicas diretas como Cauterização e Terapia Laser

Em condições extremas, a Resseção Cirúrgica da região afetada do pulmão é


considerada

A maioria dos casos de hemoptises resolverão com tratamento da infeção ou do processo


inflamatório subjacentes ou com a remoção do es mulo agressor

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TAKE HOME MESSAGES
63

A causa mais comum é a Infeção das Vias Aéreas de pequeno a MÉDIO calibre (BRONQUITE vírica
(++) ou bacteriana )

Infeção por Mycobacterium tuberculosis: mundialmente a causa mais comum !

A apresentação COMUM da FQ avançada, protótipo da DP bronquiectásica, é a hemoptise que pode ser fatal

Hemoptise ocorre em apenas 10% dos carcinomas broncogénicos

Hemoptises MACIÇAS são definidas como hemoptises > 200-600cc em 24h

Hemoptise de grande volume ---- broncoscopia RÍGIDA

Embolização angiográfica: risco de embolização não intencional da artéria espinhal e paraplegia

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CH E C K P O IN T
64

Tosse e Hemoptise
CH E C K P O IN T
65
1. 4 causas para tosse crónica (>8sem), com exame físico e raio-x do tórax normais? %?

2. Em doentes tratados com IECAs, qual a % de casos em que surge tosse?

3. Para diagnóstico de Bronquite Eosinófilica Crónica, qual a % de eosinofilia necessária


na expetoração?

4. Qual a causa mais comum de hemoptises?

5. Mundialmente, qual a causa mais comum de hemoptise?

6. Hemoptise maciça:

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Hipoxia e Cianose
66

HIPOXIA AND CIANOSIS–HARRISON’S PRINCIPLES OF INTERNAL


MEDICINE, 19TH EDITION
Chapter 49

Sara Lisa Pinho


Dezembro de 2017
Hipoxia e Cianose
Perguntas nos anos anteriores
67

1996
200
2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 /
9
2016
1 1 0 0 0 0 1 1 4

Hipoxia e Cianose Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade


68
1. Hipoxia
1. Respostas à Hipoxia
Nesta aula… 2. Efeitos no SNS
3. Efeitos no Sistema Cardiovascular
4. Causas
5. Adaptação à Hipoxia

2. Cianose
1. Diagnóstico diferencial
1.1 Cianose Central
1.2 Cianose Periférica
2. Abordagem ao doente

3. Hipocratismo digital

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1. Hipoxia
69

Entrega dos nutrientes e do


O2 às células
SISTEMA CARDIORESPIRATÓRIO
Remoção do CO2 e outros
produtos metabólicos das células

1. Sistema cardiovascular e respiratório intactos

A manutenção da
2. Número adequado de Glóbulos Vermelhos
função adequada
depende de… 3. Quantidade adequada de Hemoglobina

4. Fonte de ar inspirado com O2

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1. Hipoxia
1) Resposta à Hipoxia
70

Hipoxia ↓ disponibilidade de O2 para as células

Inibição Fosforilação Oxidativa


(↑↑↑ ATP)
Efeito PASTEUR

↑ Metabolismo ANAERÓBIO
(↑ATP)
Se Hipoxia
severa

Influxo de Cálcio Ativação de fosfolipases e Turgescência MORTE


descontrolado proteases dependentes Ca celular CELULAR

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1. Hipoxia
1) Resposta
71
à Hipoxia

As adaptações à hipoxia são mediadas, em parte, pela suprarregulação


de genes que codificam uma variedade de proteínas:

1. Enzimas glicolíticas (fosfogliceratocinase, fosfofrutocinase...)

2. Transportadores de glicose (GLUT-1 e 2)

3. Fatores de crescimento (VEGF e eritropoetina)

FATOR INDUZIDO PELA Hipoxia (HIF-1)

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HPIM
77

72
1. Hipoxia
1) Resposta à Hipoxia
73

Vasodilatação das Vasoconstrição dos Vasos


Arteríolas Sistémicas Pulmonares
Inibição canais K+ -> despolarização
Abertura de canais K+
ativação de canais de Ca2+
dependentes do ATP nas células
dependentes da voltagem ↑Ca2+
musculares lisas (por ↓ ATP)
citosólico nas células musculares lisas

Move o fluxo sanguíneo das


porções mal ventiladas (hipoxicas)
↑ resistência vascular pulmonar
regiões MELHOR VENTILADAS
dos pulmões ↑ Pós-carga ventrículo direito

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1. Hipoxia
2) Efeitos no SNC
74

Dificuldade de raciocínio, incoordenação motora


Hipoxia AGUDA
(≈ intoxicação alcoólica aguda)

1. Cefaleias (2ária
Doença Altitudes Elevadas
vasodilt cerebral)
Vasoconstrição arterial PULMONAR e por vezes venosa EDEMA
2. Sintomas GI
EDEMA PULMONAR DAS ALTITUDES ELEVADAS (HAPE) 3. Vertigens
intensifica a hipoxia, promovendo ainda mais vasoconstrição 4. Insónia
5. Fadiga
6. Sonolência
Raramente, desenvolve-se EDEMA CEREBRAL ALTITUDES
ELEVADAS (HACE), com cefaleia severa e papiledema coma

À medida que a hipoxia se agrava, os centros de regulação do tronco cerebral são afetados
e a morte advém frequentemente da insuficiência respiratória
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1. Hipoxia
3) Efeitos no Sistema Cardiovascular
75

Hipoxia AGUDA

Arco reflexo quimiorecetor

Vasodilatação arterial
Venoconstrição
sistémica

Estas alterações agudas são acompanhadas por um aumento transitório na


contratilidade miocárdica, o que é seguido por depressão da contratilidade,
em caso de hipoxia prolongada/ persistente

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1. Hipoxia
4) Causas
76

1. RESPIRATÓRIA

2. 2ARIA ALTITUDES ELEVADAS

3. 2ARIA SHUNT EXTRA-PULMONAR DIR-ESQ

4. HIPOXIA ANÉMICA

5. INTOXICAÇÃO CO

6. HIPOXIA CIRCULATÓRIA

7. HIPOXIA ESPECÍFICA DE ORGÃO

8. ↑ NECESSIDADES O2

9. UTILIZAÇÃO INADEQUADA O2

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1. Hipoxia
4) Causas
77

1. RESPIRATÓRIA

Quando a Hipoxia ocorre por insuficiência respiratória, há declínio da


PaO2

Quando a insuficiência respiratória é


persistente (↑PaCO2), a curva de dissociação
hemoglobina- oxigénio é deslocada para
a DIREITA
maior quantidade O2 a ser libertado a qualquer
nível de PaO2 tecidual

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1. Hipoxia
4) Causas
78

1. RESPIRATÓRIA

Hipoxemia ARTERIAL redução da saturação de O2 do sangue arterial

A hipoxemia arterial e consequente cianose são


potencialmente mais marcadas quando a diminuição da
PaO2 resulta de +++ doença pulmonar do que quando esta
ocorre por ↓Fi O2
Anoxia HIPERVENTILAÇÃO ↓ PaCO2 curva Hb-O2 desloca-se para a ESQ
(limitando o declínio na SaO2 para qualquer nível de PaO2)

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1. Hipoxia
4) Causas
79

Hipoxemia que responde a O2 a 100%


1. RESPIRATÓRIA
durante alguns minutos

Hipoxemia

1. Redução FiO2

2. Hipoventilação severa
(Com elevação da PaCO2)

3. Desigualdade V/Q +++


(Perfusão de alvéolos pouco ventilados)

4. Shunt intra-pulm dir-esq(V/Q = 0)


(Perfusão de alvéolos não ventilados – ex: atelectasias pulmonares )

5. Limitação da difusão (raro)

Hipoxemia corrigida apenas parcialmente por uma FiO2


100%
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80
HPIM
C) TROCAS GASOSAS 306e

2. Heterogeneidade Ventilação/Perfusão
81

Heterogeneidade extrema

SHUNT

V/Q (V=0) 0 (perfusão de alvéolos não ventilados)

Sangue venoso entra e sai igual


A mistura com sangue proveniente de zonas ventiladas ↓ PaO2
(devido ao conteúdo não-linear O2 vs relação PO2 com a hemoglobina)

Hipoxemia refratária a oxigenoterapia

O FIO2 NÃO tem qualquer O conteúdo de O2 no sangue proveniente de zonas


efeito nas tensões dos gases ventiladas ↑ apenas ligeiramente
das zonas não-ventiladas (porque Hb já está saturada; solubilidade do O2 no plasma é ↓)

Distúrbios função respiratória


HPIM
C) TROCAS GASOSAS 306e

2. Heterogeneidade Ventilação/Perfusão
82

+++ Desigualdade V/Q

++ Doença pulmonar
Perfusão de regiões hipoventiladas oxigenação incompleta do sangue

Inalação O2 suplementar ↑ PAO2


Hipoxemia que responde OXIGENOTERAPIA mesmo nas regiões com baixo V/Q

Distúrbios função respiratória


1. Hipoxia
4) Causas
83

2. 2ARIA ALTITUDES ELEVADAS

À medida que se ascende rapidamente aos 3000 metros, a ↓FiO2 leva a


uma ↓ P alveolar de O2(PAO2) para 60 mmHg

Em altitudes ainda superiores, a saturação arterial declina rapidamente e os


sintomas tornam-se mais graves

Aos 5000 metros, indivíduos não condicionados usualmente são incapazes de


funcionar normalmente devido a alterações no sistema nervoso central

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1. Hipoxia
4) Causas
84

3. 2ARIA SHUNT EXTRA-PULMONAR DIR-ESQ

É causado por malformações cardíacas congénitas

Tetralogia de Fallot, Transposição dos grandes vasos e Síndrome de Eisenmenger

Fisiologicamente, é ≈ shunt intrapulmonar direito-esquerdo

A PaO2 NÃO É normalizada pela inspiração de O2 a 100%

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1. Hipoxia
4) Causas
85

4. Hipoxia ANÉMICA

A ↓[Hemoglobina] no sangue acompanha-se por uma correspondente

↓capacidade de transporte de O2 no sangue

Apesar da PaO2 ser normal, a quantidade


absoluta de O2 transportado por unidade de
volume de sangue está DIMINUIDA

Assim, à medida que o sangue anémico passa


através dos capilares e a quantidade usual de O2
é removida, a PO2 e a saturação de O2 no
SANGUE VENOSO ↓↓ mais do que o normal
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1. Hipoxia
4) Causas
86

5. INTOXICAÇÃO CO CO maior afinidade que O2 pela Hb!

1. A hemoglobina que se liga ao monóxido de carbono (carboxihemoglobina,


CoHb), está indisponível para transportar O2
Intoxicação CO
Hb alta afinidade
(Yakima)

2. A presença de COHb desvia a curva de


dissociação Hb-O2 para a ESQUERDA de forma
a que o O2 é apenas libertado em tensões
Hb baixa afinidae
baixas, contribuindo ainda mais para a hipoxia (Kansas)

Hipoxia

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1. Hipoxia
4) Causas
87

6. Hipoxia CIRCULATÓRIA

≈ANEMIA
A PaO2 é usualmente |N|,
MAS a PO2 tecidual e venosa está reduzida como consequência da perfusão
tecidual diminuída e de uma maior extração de O2

↑ diferença / gradiente arterio-venoso de O2 (a-v O2)

+++ insuficiência cardíaca e em muitas formas de choque

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1. Hipoxia
4) Causas
88

7. Hipoxia ESPECÍFICA DE ORGÃO

1. Obstrução arterial: aterosclerose localizada num leito vascular

2. Vasoconstrição: Fenómeno de Raynaud

3. Obstrução venosa com expansão do fluido intersticial resultante que causa


compressão arteriolar e consequente diminuição do fluxo sanguíneo arterial

4. Edema (aumenta a distância que o O2 tem de percorrer para chegar às células)

5. Choque (numa tentativa de manter a perfusão órgãos vitais em doentes com ↓


DC secundária a insuficiência cardíaca ou choque hipovolémico ocorre vasoconst
que pode reduzir a perfusão nos membros e pele causando hipooxia nestas
regiões)
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1. Hipoxia
4) Causas
89
Febre

8. ↑NECESSIDADES O2
Tireotoxicose
Exercício
Se o consumo de O2 nos tecidos é elevado sem um correspondente
aumento na perfusão Hipoxia tecidual ↓PO2 venosa

A clínica de um doente com aumento das necessidades de

O2 é DIFERENTE daquele com outros tipos de hipóxia:

1. A PELE está quente e rosada (↑ fluxo sanguíneo cutâneo que


dissipa o excesso de calor produzido)

2. A cianose está usualmente ausente

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1. Hipoxia
4) Causas
90

8. ↑NECESSIDADES O2
Se a capacidade destes mecanismos for excedida,
Exercício
resultará hipoxia, ++músculos em exercício

Mecanismos de Adaptação:

1. ↑ Débito cardíaco e da ventilação com ↑ entrega de O2 aos tecidos

2. Fluxo sanguíneo preferencial para os músculos por alteração das


resistências vasculares nos leitos circulatórios dos tecidos em exercício
(de forma directa ou reflexa)

3. ↑ Extração de O2 do sangue com ↑ diferença arteriovenosa de O2

4. ↓ pH dos tecidos e dos capilares sanguíneos que desloca a curva de


dissociação da Hb-O2 para a DIREITA com maior extração de O2 da Hb

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1. Hipoxia
4) Causas
91

9. UTILIZAÇÃO INADEQUADA O2

O CIANETO e outros venenos com ação semelhante causam hipoxia CELULAR!

Os tecidos são incapazes de utilizar o O2 e como consequência


o sangue venoso tende a ter elevadas tensões de O2

Hipoxia HISTOTÓXICA

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1. Hipoxia
5) Adaptação à Hipoxia
92

Um importante componente da RESPOSTA RESPIRATÓRIA à Hipoxia inicia-se:

Nas células especializadas quimiosensitivas nos Corpos carotídeos e


aórticos

No centro respiratório do Tronco Cerebral

ALCALOSE
↑ ventilação Perda de CO2
RESPIRATÓRIA

Quando combinada com a acidose metabólica, resultante da


produção de acido lático, o bicarbonato sérico declina

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1. Hipoxia
5) Adaptação à Hipoxia
93

↓ PaO2 ↓ resistência cerebrovascular com ↑ fluxo sanguíneo


(numa tentativa de manter o fluxo para o cérebro)

↓ PaO2 + Hiperventilação (↓ PaCO2) ↑ resistência cerebrovascular com


↓ fluxo sanguíneo (intensificação da hipoxia tecidual)

↓ PaO2 VASODILATAÇÃO sistémica ↑ Débito Cardíaco

Se doença cardíaca de base, pode precipitar IC congestiva

Nos doentes com isquemia do miocárdio a hipóxia pode intensificar


a isquemia e piorar ainda mais a função do ventrículo esquerdo

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1. Hipoxia
5) Adaptação à Hipoxia
94

Hipoxia CRÓNICA

↑[Hemoglobina] e Nº Glóbulos Vermelhos


POLICITEMIA SECUNDÁRIA à produção de EPO

HIPOXIA CRÓNICA secundária a residência prolongada em alta altitude


(>4200m) – MAL DA MONTANHA CRÓNICO
• Drive respiratório • Eritrocitose • Alargamento VD
embotado 2dário a HTP
• Cianose
• ↓ Ventilação • Estupor
• Fraqueza

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Cianose
95

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2. Cianose
96
LÁBIOS ORELHAS
Cianose +++
LEITOS UNGUEAIS PROEMINÊNCIAS MALARES

• Coloração azulada da PELE e membranas MUCOSAS que resulta de um aumento

da quantidade de hemoglobina reduzida (desoxigenada) ou da presença de


derivados da hemoglobina (metemoglobina, sulfemoglobina) nos pequenos
vasos sanguíneos desses tecidos

• +++ detetada por um membro da família que pelo doente

POLICITEMIA VERA → Plétora facial GRAU de cianose depende:


(≠ cianose verdadeira) 1. Cor do pigmento cutâneo
2. Espessura da pele
COHb → Flush cor de cereja 2016 3. Estado dos capilares cutâneos

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2. Cianose
97

• A deteção clínica com acuidade da presença e do grau de


cianose é difícil como se prova pelos estudos oximétricos

Em algumas circunstâncias a Cianose Central pode ser detetada de forma


fiável quando a SaO2 desce para 85%

Em outras circunstâncias, particularmente nos negros, pode não ser


2016
detetada até a SaO2 descer para 75%
• neste caso a observação das membranas mucosas da CAVIDADE ORAL e da
CONJUNTIVA (mais que o exame da pele) ajudam na deteção da cianose

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2. Cianose
98

Geralmente, a CIANOSE torna-se aparente quando a


concentração da hemoglobina reduzida nos
capilares sanguíneos > 4 g/dL

• Pode ser provocada por:

1. ↑ quantidade de sangue venoso como resultado da dilatação venular


(incluindo as vénulas précapilares)

2. ↓ SaO2 nos capilares sanguíneos

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99
HPIM
305

A cianose é encontrada em
distúrbios respiratórios
hipoxémicos que resultam em
hemoglobina desoxigenada
>5g/dL
2. Cianose
100

É a quantidade ABSOLUTA e não a quantidade relativa de


2016
Hb reduzida que é importante na produção de cianose!

ANEMIA SEVERA

↓↓ eritrócitos/Hb mesma necessidade O2 sangue venoso fica mais


dessaturado mais Hb reduzida no sangue venoso

Contudo, uma vez que a concentração absoluta de Hb


reduzida é baixa, a quantidade absoluta de Hb reduzida pode
ser pequena
(doentes com anemia severa e marcada dessaturação arterial podem não apresentar
cianose)

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2. Cianose
101
POLICITEMIA
Quanto ↑↑conteúdo total de Hb ↑↑ tendência a Cianose

Doentes com policitemia tendem a ser


cianóticos com SaO2 mais elevadas que
doentes com hematócrito normal

CONGESTÃO PASSIVA LOCAL


que causa aumento da quantidade
total de Hb reduzida nos vasos
nessa área pode causar cianose A Cianose também é observada
quando a Hb não é funcional
como na METEMOBLOBINA ou
SULFEMOGLOBINA

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2. Cianose
102
CIANOSE PERIFÉRICA

CIANOSE CENTRAL Lentificação do fluxo sanguíneo e


extração anormalmente grande de
SaO2 reduzida ou Hb anormal O2 de um sangue arterial
normalmente saturado
PELE e MEMBRANAS MUCOSAS
são afetadas! Resulta de vasoconstrição e da
diminuição do fluxo sanguíneo periférico
como na exposição ao frio, choque,
insuficiência cardíaca congestiva e
A distinção clínica entre ambas
doença vascular periférica
nem sempre é fácil, podendo
coexistir em alguns casos Membranas mucosas da
(choque cardiogénico com cavidade oral e abaixo da
edema pulmonar) língua poupadas

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2. Cianose
1.1) Cianose Central
103

Tabela 49-1 Causas de Cianose Central


1. SaO2 diminuída
1. Pressão atmosférica diminuída – altitude elevada
2. Função pulmonar comprometida
• Hipoventilação alveolar 2016
• Relações V/Q não equilibradas (perfusão de alvéolos não ventilados)
• Difusão de O2 comprometida
3. Desvios anatómicos
• Certos tipos de insuficiência cardíaca congénita
• Fístulas arteriovenosas (FAV) pulmonares
• Desvios intrapulmonares pequenos e múltiplos
4. Hb com baixa afinidade pelo O2
2. Anomalias da Hb
• Metemoglobinemia – hereditária ou adquirida 2016
• Sulfemoglobinemia – adquirida
• Carboxihemoglobinemia (cianose não verdadeira)

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2. Cianose
1.1) Cianose Central
104

1) Um declínio na FiO2 sem hiperventilação alveolar compensatória para


CIANOSE CENTRAL
manter a PO2 alveolar pode levar a marcada ↓PaO2 ↓SatO2

A cianose manifesta-se quando se ascende a uma


altitude de 4000 metros 2015

2) A função pulmonar muito diminuída pela perfusão de áreas não


ventiladas ou pouco ventiladas do pulmão ou por hipoventilação
alveolar, é uma causa comum de cianose central
1) AGUDAMENTE pneumonia extensa ou edema pulmonar

2) CRONICAMENTE doenças pulmonares crónicas como o enfisema (a policitemia


secundária está geralmente presente e o hipocratismo digital pode ocorrer)

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105

Aos 5000 metros, indivíduos não condicionados usualmente são incapazes de


funcionar normalmente devido a alterações no sistema nervoso central

MAL DA MONTANHA CRÓNICO - HIPOXIA CRÓNICA secundária a residência


prolongada em alta altitude (>4200m)

A cianose manifesta-se quando se ascende a uma altitude de 4000 metros

À medida que se ascende rapidamente aos 3000 metros, a ↓FiO2 leva a


uma ↓ P alveolar de O2(PAO2) para 60 mmHg
2. Cianose
1.1) Cianose Central
106

3)CIANOSE CENTRAL
Shunt de sangue venoso sistémico no circuito arterial
certas formas de cardiopatia congénita associam-se a cianose

4) FÍSTULAS ARTERIOVENOSAS PULMONARES

Congénitas ou adquiridas, solitárias ou múltiplas, micro ou macroscópicas


A severidade da cianose produzida por estas fístulas depende do seu
tamanho e número
Ocorrem na Telangiectasia hemorrágica hereditária e em alguns
doentes com cirrose (consequência de fistulas arterio-venosas pulmonares ou anastomoses veia
porta-veia pulmonar)

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2. Cianose
1.1) Cianose Central
107

5) SHUNT DIREITO-ESQUERDO CARDÍACO OU PULMONAR

Presença e severidade da cianose depende do tamanho do shunt


relativamente ao fluxo sistémico e da saturação de Hb do sangue venoso

O exercício intensifica a cianose

A policitemia secundária ocorre frequentemente em


doentes nestas condições e contribui para a cianose

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2. Cianose
1.1) Cianose Central
108

6) Hemoglobina não funcional (incapaz de se ligar ao oxigénio)

A cianose pode ser causada pela presença de pequenas quantidades de


METEMOGLOBINA circulante (HbFe3+) e por ainda menores quantidade de
SULFEMOGLOBINA

Embora sejam causas incomuns de cianose, as espécies de hemoglobina


anormal devem ser procuradas por espectroscopia quando a cianose não é
prontamente explicada pela má função dos sistemas circulatório e respiratório

Geralmente, o hipocratismo digital NÃO ocorre nestas situações

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2. Cianose
1.2) Cianose Periférica
109

Tabela 49-1 Causas de Cianose Periférica

1. Débito cardíaco diminuído


2. Exposição ao frio +++
3. Redistribuição do fluxo sanguíneo a partir das extremidades
4. Obstrução arterial
5. Obstrução venosa

Provavelmente a causa mais comum de cianose


periférica é a vasoconstrição normal resultante da
exposição ao ar ou água fria

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2. Cianose
1.2) Cianose Periférica
110

• Quando o débito cardíaco ↓ VASOCONSTRIÇÃO CUTÂNEA (mecanismo


compensatório) para que o sangue seja canalizado da pele para áreas mais

vitais como SNC e o coração


• pode ocorrer cianose das extremidades (mesmo com saturações arteriais
|N|)

• A obstrução ARTERIAL de uma extremidade por um êmbolo ou


constrição arteriolar no fenómeno de Raynaud -> extremidades
pálidas e frias, cianose

• A obstrução VENOSA como na tromboflebite ou trombose venosa


profunda, dilata os plexos venosos subpapilares e intensifica a cianose

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2. Cianose
2) Abordagem ao Doente
111

1. Momento de início da cianose (se presente desde o nascimento ou infância é


geralmente devida a doença cardíaca congénita)

2. Diferenciar cianose central e periférica massagem ou aquecimento leve de


uma extremidade cianótica ↑fluxo sanguíneo periférico e abolirá a cianose periférica MAS
não a central

3. Presença ou ausência de hipocratismo digital:

• Cianose + hipocratismo digital é frequente em doentes com doença cardíaca


congénita e com shunts direito-esquerdo e em doentes com abcessos pulmonares ou
fistulas arteriovenosas

Cianose periférica ou central de início agudo NÃO está associado com


hipocratismo digital
4. Determinar a PaO2 e SaO2 e realizar espectroscopia nos doentes em que a causa
da cianose é obscura (imptt no DDx de cianose)

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3. Hipocratismo Digital
112

Hipocratismo Digital Hereditário, Idiopático ou


Adquirido

• Alargamento bulboso seletivo dos segmentos digitais dos dedos dos PÉS

e MÃOS devido à proliferação de tecido conjuntivo particularmente na


superfície dorsal com aumento da esponjosidade do tecido conjuntivo na base
da unha

Mecanismo não é claro, parece ser secundário:


1.Substâncias humorais que causam dilatação dos vasos
das falanges distais
2.Fatores de crescimento libertados por precursores de
plaquetas não fragmentados na circulação digital

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3. Hipocratismo Digital
113
Hereditário, Idiopático ou Adquirido

1. Doença cardíaca congénita 1. Carcinoma pulmonar primário

cianótica 2. Carcinoma metastático

2. Endocardite infeciosa 3. Mesotelioma


HPIM
3. Tumor cardíaco (mixoma) 4. Abcesso pulmonar 314
5. Bronquiectasias NÃO é
6. Fibrose quística sinal de
1. Doença inflamatória intestinal 7. Tuberculose DPOC
2. Cirrose hepática 8. Sarcoidose
9. Asbestose
10. Doenças ocupacionais
1. S. POEMS
(trabalhadores com martelo pneumático)
2. Linfoma intestinal do mediterrâneo
11. Fibrose Pulmonar Intersticial

Osteoartropatia hipertrófica 12. MAV pulmonares

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3. Hipocratismo Digital
114

• Carcinoma pulmonar primário ou metastático

• Mesotelioma
OSTEOARTROPATIA
• Bronquiectasias HIPERTRÓFICA

• Cirrose hepática
Formação subperióstea de osso
novo nas diáfises distais dos
ossos longos das
O diagnóstico pode ser confirmado
EXTREMIDADES que causa dor e
por radiografia ou RMN
alterações semelhantes a artrite
nos ombros, joelhos, tornozelos,
punhos e cotovelos

“In certain circumstances, clubbing is reversible, such


as following lung transplantation for cystic fibrosis.”
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TAKE HOME MESSAGES
115

Geralmente, a CIANOSE torna-se aparente quando a concentração da


hemoglobina reduzida nos capilares sanguíneos > 4 g/dL

Plétora facial é típica da Policitemia Vera

Rubor cor de cereja – COHb

É a quantidade ABSOLUTA e não a quantidade relativa de Hb reduzida Policitemia +++ Cianose


que é importante na produção de cianose!

Provavelmente a causa mais comum de cianose periférica é a


vasoconstrição normal resultante da exposição ao ar ou água fria

↓ PaO2: ↓ resistência cerebral


CO2 é vasodilatador!
↓ PCO2: ↑ resistência

Tosse e Hemoptise Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade


CH E C K P O IN T
116

Hipoxia e Cianose
CH E C K P O IN T
117

1. Qual o efeito da hipoxia nas arteríolas sistémicas? E nos vasos pulmonares?

2. A hipoxemia arterial e consequente cianose são mais marcadas quando a diminuição


da Pa02 é secundária a doença pulmonar ou a diminuição da FiO2?

3. A hipoxemia por desigualdade V/Q responde à oxigenoterapia? E a secundária a


shunt intrapulmonar drt-esq?

4. Em que circunstância há mais tendência para cianose? Na anemia ou na policitemia?

5. A cianose torna-se aparente quando a concentração de Hb reduzida é:

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Palpitações
118

PALPITATIONS– HARRISON’S PRINCIPLES OF INTERNAL MEDICINE,


19TH EDITION
Chapter 52

Sara Lisa Pinho


Dezembro de 2017
Palpitações
Perguntas nos anos anteriores
119

1996
200
2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 /
9
2016
0 0 1 0 0 1 0 1 3

Palpitações Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade


120

Nesta aula…

1. Introdução

2. Abordagem ao Doente

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1. Introdução
121

“golpes”, “pancadas” ou “tremores” intermitentes no


Palpitações
tórax

Extremamente comuns entre os doentes que procuram o médico

Muitos doentes interpretam-nas como uma estranha percepção de sentir o


batimento cardíaco (ficam preocupados sobretudo se sensação de que os batimentos
pulam ou estão em falta)

+++ Repouso (os estímulos


são mínimos)

Intermitentes vs Sustentadas Regulares vs Irregulares

PALPITAÇÕES POSICIONAIS geralmente refletem um processo


estrutural dentro (MIXOMA AURICULAR) ou adjacente (MASSA
MEDIASTÍNICA) ao coração
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1. Introdução - Causas
122

Cardíacas Psiquiátricas
43% 31%

Diversas Desconhecidas
10% 16%

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1. Introdução - Causas
1. Cardíacas (43%) 123

1. Extra-sístoles Auriculares e Ventriculares

2. Arritmias Supraventriculares e Ventriculares

3. Prolapso Válvula Mitral (c/ ou s/ arritmia)

4. Insuficiência Aórtica (Ventrículo dilatado + precórdio hiperdinâmico)

5. Mixoma auricular
Palpitações são comuns entre atletas (especialmente
mais velhos). Regurgitação aórtica com aumento do
6. Embolia Pulmonar ventrículo com precórdio hiperdinâmico também
conduz a sensação de palpitações.

7. Exercício, stress e feocromocitoma (catecolaminas estado hiperdinâmico)

8. Outros (tabaco, cafeína, aminofilina, atropina, tiroxina, cocaína e anfetaminas)

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1. Introdução - Causas
1. Cardíacas (43%) 124

1. Extra-sístoles Auriculares e Ventriculares

As Palpitações intermitentes são comumente causadas pelas ESA/ESV

POTENCIAÇÃO PÓS-EXTRASSISTÓLICA o batimento pós extrassistólico é sentido


pelo doente porque ocorre um aumento da dimensão do ventrículo no final da diástole
após a pausa do ciclo cardíaco com o aumento da força de contraç̧ão daquele batimento

2. Arritmias Supraventriculares e Ventriculares

Podem causar palpitações regulares e sustentadas

A Fibrilhação Auricular pode causar Palpitações sustentadas mas IRREGULARES

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1. Introdução - Causas
1. Cardíacas (43%) 125

A maioria das ARRITMIAS NÃO


ESTÃO associadas a palpitações!

Nas arritmias associadas a palpitações é frequentemente útil pedir ao


doente para exemplificar o ritmo da palpitação ou para verificar o seu
próprio pulso durante a palpitação

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1. Introdução - Causas
126

2. Psiquiátricas (31%)
1. Distúrbios/ataques de pânico

2. Ansiedade

3. Somatização

4. Vários

Duração mais longa da sensação (>15min)

Sintomas acompanhantes mais frequentes que nas


outras causas

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1. Introdução - Causas
127

3. Diversas (10%)
1. Tireotoxicose

2. Drogas

3. Etanol

4. Contrações musculares esqueléticas espontâneas (parede torácica)

5. Feocromocitoma

6. Mastocitose sistémica
HPIM
348

HPIM
131
Palpitações Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade
2. Abordagem ao Doente
128

O principal objetivo é determinar se o sintoma


é causado por uma arritmia que ameaça a vida

Se doença coronária prévia ou fatores de risco para doença


coronária maior risco de arritmias ventriculares como causa
de palpitações

Palpitações + sintomas sugestivos de compromisso hemodinâmico


(síncope, vertigens) suporta o diagnóstico de arritmia com risco de vida

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2. Abordagem ao Doente
129

Palpitações causadas por taquiarritmias sustentadas:

Em doentes com doença coronária podem acompanhar-se de ANGINA DO


PEITO OU DISPNEIA

Em doentes com disfunção ventricular (sistólica ou diastólica), estenose


aórtica, miocardiopatia hipertrófica ou estenose mitral, c/ ou s/ doença
coronária DISPNEIA (↑ pressão na aurícula esquerda e veias pulmonares)

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2. Abordagem ao Doente
130

EXAME FÍSICO + ECG

Sinais vitais Em REPOUSO documenta a arritmia


Pressão e pulso venoso jugular ESFORÇO se a arritmia é induzida
Auscultação do tórax e pré-cordio pelo exercício

Se a arritmia muito infrequente Holter, Monitorização telefónica, Loop


recording, Telemetria móvel em ambulatório

Dados recentes sugerem que o Holter tem utilidade clínica limitada enquanto
que o Loop recorder e a Telemetria móvel em ambulatório são seguros e,
possivelmente, têm maior custo-efetividade na abordagem dos doentes com
PALPITAÇÕES (infrequentes) RECORRENTES E INEXPLICÁVEIS

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2. Abordagem ao Doente
131
A maioria dos doentes com palpitações NÃO TÊM
arritmias ou doença estrutural cardíaca subjacente

1. ESA ou ESV benignas ocasionais Bloq-B (se necessário)

2. Álcool, tabaco ou drogas ilícitas Abstinência

3. Fármacos Considerar alternativas se apropriado/possível

4. Causa Psiquiátrica Terapia cognitiva ou farmacoterapia

Após exclusão de causas graves de palpitações , deverá tranquilizar-


se / explicar-se ao doente que as palpitações NÃO AFETAM
ADVERSAMENTE O PROGNÓSTICO
Palpitações Cursos Presenciais de Preparação para o Exame da Especialidade
CH E C K P O IN T
132

Palpitações
CH E C K P O IN T
133

1. 2 causas de palpitações posturais?

2. A maioria das arritmias associa-se a palpitações. V ou F?

3. Exemplos de causas cardíacas de palpitações:

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QU E S T Õ E S
134
135

1. Relativamente à cianose, assinale a afirmação FALSA (2015):

1. A cianose é detetável quando a concentração de hemoglobina reduzida no sangue


capilar é superior a 4 g/dL.
2. A cianose aparece geralmente quando se sobe acima dos 4000 m de altitude.
3. A cianose pode ocorrer na presença de metahemoglobinemia.
4. A exposição ao frio é causa de cianose periférica.
5. A diminuição do débito cardíaco é causa de cianose central.

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136

2. Assinale a afirmação FALSA sobre a tosse(2015):

1. As causas não respiratórias de tosse crónica incluem o refluxo


gastroesofágico.
2. O reflexo da tosse pode ser desencadeado por estimulação de receptores
de terminações do nervo Vago, localizadas ao nível do canal auditivo externo.
3. A investigação da tosse crónica dispensa, na maioria dos casos, o pedido de
uma radiografia torácica.
4. A tosse, como sintoma isolado, é uma manifestação frequente de asma nas
crianças.
5. Define-se tosse crónica por tosse com duração superior a oito semanas.

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137

3. Assinale a afirmação VERDADEIRA sobre as hemoptises(2015):

1. A principal causa de hemoptises é a inflamação crónica devida a asma.


2. A hemorragia alveolar pode manifestar-se como hemoptises e tem origem em
artérias brônquicas de elevada pressão arterial.
3. A causa mais frequente de hemoptises em países desenvolvidos é a infecção das
vias aéreas de médio calibre, geralmente de etiologia viral ou bacteriana.
4. A nível mundial, as causas mais frequentes de hemoptises são as doenças
inflamatórias como o lúpus e a granulomatose de Wegener.
5. Consistem na presença de sangue nas secreções respiratórias e podem ter origem
em qualquer parte das vias respiratórias, incluindo nasofaringe.
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FIM
COUGH AND HEMOPTYSIS – Chapter 48
HIPOXIA AND CIANOSIS – Chapter 49
PALPITATIONS –Chapter 52
HARRISON’S PRINCIPLES OF INTERNAL MEDICINE, 19TH EDITION

Dúvidas?
sarabanaco@hotmail.com

Sara Lisa Pinho


Dezembro de 2017

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