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MANUAL, MECANIZADOS E AUTOMATIZADOS
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MATERIAL DIDÁTICO – APOSTILA
(coletânea de informações retiradas de diversas bibliografias)
Profa. Ivanilza Felizardo, Dra
PROCESSOS DE SOLDAGEM:
MANUAL, MECANIZADOS E AUTOMATIZADOS
1. INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que a soldagem é o processo industrial mais importante na união de materiais.
Quando se busca maior produtividade, maior qualidade e redução do tempo de execução e
mão-de-obra, quase que intuitivamente, se pensa na soldagem robotizada.
Ressalta-se, entretanto, que não somente com a robotização dos processos de soldagem é
possível obter os ganhos supracitados. Estes também podem ser obtidos por meio da
mecanização ou da automatização, porém, neste caso, sem a utilização de robôs.
Na busca destes ganhos e considerando o custo-benefício, se faz necessário saber quando
que o processo de soldagem deve ser mecanizado e quando deve ser automatizado e se para
esta automatização é necessário à utilização ou não de robôs industriais. Para isto é
fundamental saber diferenciar uma mecanização de uma automação com ou sem a utilização
de robôs industriais.
Atividades
Abertura e Humano Máquina Máquina Máquina Máquina Máquina
manutenção do arco (com sensor) (Robô)
Alimentação do Humano Máquina Máquina Máquina Máquina Máquina
arame/eletrodo
Controle do calor Humano Humano Máquina Máquina Máquina Máquina
para obter (com sensor) (Robô) (só com
penetração sensor)
Movimento do arco Humano Humano Máquina Máquina Máquina Máquina
ao longo da junta (com sensor) (Robô)
Guiar o arco ao longo Humano Humano Humano Máquina Máquina Máquina
da junta (via trilha pré (com sensor) (Robô) (só com
programada) sensor)
Manipular a tocha Humano Humano Humano Máquina Máquina Máquina
para direcionar o (com sensor) (Robô)
arco
Correções do arco Humano Humano Humano Não ocorre Máquina Máquina
para compensar (com sensor) (Robô) (só com
desvios sensor)
Fonte: Cary, H.B., 1994
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2.2.1 Parte 1
2.2.2 Parte 2
Nos processos de soldagem a arco elétrico, a primeira atividade a ser realizada para
executar uma solda é especificar qual o procedimento de soldagem a ser utilizado, também
conhecido por EPS – Elaboração do Procedimento de Soldagem. De uma maneira geral, em
função do tipo de material a ser soldado (composição química, espessura e posição de
soldagem) define-se o processo de soldagem a ser utilizado. Em função dessa escolha e do
formato do cordão de solda que se deseja obter, os parâmetros de soldagem relacionados ao
processo (tipo e magnitude da corrente de soldagem, tensão do arco, tipo de polaridade, stick
out, velocidade de soldagem, tipo e diâmetro do material de adição, tipo e vazão do gás de
proteção, sequência de soldagem, etc) são definidos.
O agente executor, controlador e sequencial de uma EPS é o humano. Mesmo que ele utilize
algum programa computacional que o auxilie na escolha dos parâmetros ou mesmo que alguns
desses não necessitem de especificação prévia (por serem auto-ajustados pela máquina), o
poder de decisão de como será feita a EPS e de quando a soldagem iniciará está nas mãos do
humano. Entre a EPS e o início da soldagem, propriamente dito, é necessário um intervalo de
tempo para que o procedimento seja preparado. Atualmente, essa preparação ocorre
independe do método de aplicação a ser utilizado e interferências diretas do humano são
necessárias.
Ainda não existe um sistema de soldagem que tenha a ele acoplado um sistema que possa
realizar uma EPS, e a partir dessa elaboração, iniciar imediatamente a soldagem. Tem-se ainda
o fato que esse sistema deveria ser universal, visto que entre os parâmetros a serem
determinados numa EPS está a escolha do processo de soldagem a ser utilizado. Sendo,
portanto, conveniente que tais atividades (EPS e preparação para iniciar a soldagem) sejam
tratadas como isoladas, visto o grau de interferência humana envolvida. As atividades
relacionadas ao ciclo de soldagem, que devem definir o grau de automação do processo,
devem ser as que permitem uma sequência instantânea do processo. A maneira mais fácil de
relacionar tais atividades é associá-las a um processo de soldagem.
É inquestionável que o método convencional de aplicação da soldagem com eletrodo
revestido é manual. Para iniciar essa soldagem, após as devidas preparações, o soldador deve
aproximar a extremidade do eletrodo revestido do metal base, tocá-lo e em seguida, afastar o
eletrodo do metal a uma distância pré-determinada, para que o arco elétrico possa ser
estabelecido. Para dar sequência ao processo, o soldador desloca o eletrodo sobre a junta a
ser soldada e ao mesmo tempo o aproxima da mesma, para que o comprimento do arco
elétrico seja mantido constante durante toda a operação, visto que o eletrodo revestido é
consumível e sua alimentação depende dessa aproximação. Para finalizar o ciclo de soldagem,
o soldador afasta rapidamente o eletrodo do metal de base, interrompendo o arco elétrico. O
agente executor e controlador de todas as atividades relacionadas ao ciclo de soldagem no
processo SMAW é o humano, além de ser o agente sequencial da operação.
De acordo com a classificação definida pela American National Standard, um exemplo típico
de um processo de soldagem semi-automático é o GMAW. Para iniciar essa soldagem,
também após as devidas preparações, o soldador deve aproximar a tocha de soldagem do
metal de base, estabelecendo uma distância desejada. Em seguida, o soldador pressiona o
gatilho existente na tocha para que a alimentação do arame seja liberada pela máquina.
Quando a ponta do arame toca o metal, o arco elétrico é estabelecido. Para dar sequência ao
processo, o soldador inicia o deslocamento da tocha sobre a junta, enquanto que a alimentação
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do arame continua sendo liberada pela máquina. Para finalizar a operação, o soldador libera o
gatilho da tocha, e a máquina interrompe a alimentação do arame, e consequentemente, o arco
elétrico. Nesse processo a abertura e a interrupção do arco elétrico estão associadas à
alimentação do arame, que é executada pela máquina (agente executor). Porém quem decide o
momento dessa alimentação iniciar e ser interrompida é o humano (agente controlador e
sequencial), visto que ele precisa pressionar o gatilho existente na tocha e mantê-lo
pressionado durante toda a soldagem. Tem-se que se durante o deslocamento da tocha de
soldagem, que tem como agente executor e controlador o humano, se o soldador variar o stick
out, dentro de certos limites, a máquina altera a velocidade de alimentação do arame para que
o comprimento do arco elétrico seja mantido constante.
Pelo fato de existir processos de soldagem a arco que utilizam eletrodos não consumíveis,
incluir a atividade de alimentação do arame/eletrodo na relação das que definem o grau de
automação do processo é limitar essa classificação aos processos que utilizam eletrodo
consumível. Além disso, independente do eletrodo ser consumível ou não, mais importante que
estabelecer como ocorre à alimentação do arame é definir quem é o responsável pelo
deslocamento da tocha de soldagem durante o processo. Pois, é em função desse
deslocamento que parte das atividades relacionadas ao processo são definidas.
Visto que a automação poder ser parcial, isto é, parte da operação é executada e controlada,
em sequência, pela máquina e parte, manualmente, classificar o método de aplicação
convencional do processo GMAW, conforme descrito acima, como semi-automático é o mesmo
que dizer que seu grau de automação é parcial, visto que as palavras semi e parcial são
sinônimos. Essa classificação foi adotada em função da alimentação do arame ser executada
pela máquina, diferentemente do processo com eletrodo revestido que é o soldador que a faz.
Porém, nenhuma das atividades, relacionadas ao ciclo de soldagem do processo GMAW
convencional, são executadas e controladas, em sequência, pela máquina. Portanto, dentro
dos conceitos de automação e controle, classificar o método de aplicação convencional do
processo GMAW como semi-automático está errado (Felizardo et al. 2006).
Com o processo GMAW, duas concepções de dispositivo mecânico podem ser utilizadas
para deslocar a tocha de soldagem: com controle manual ou com controle mecânico da
velocidade de deslocamento do dispositivo. Na primeira concepção é necessário que o
operador empurre o dispositivo para que o deslocamento da tocha seja realizado. Nesse caso,
o agente executor do deslocamento da tocha é a máquina, porém o controlador da velocidade
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Tabela 2.2 Nova concepção dos métodos de aplicação dos processos de soldagem.
Método de Aplicação
Automatizado
Atividades Manual Semi- Mecanizado Fixo Flexível
mecanizado (sem robô) (com robô)
Deslocamento da manual mecânico e/ou mecânico e/ou mecânico e/ou mecânico e/ou
tocha porta-eletrodo eletrônico eletrônico eletrônico eletrônico
velocidade de manual manual ou mecânico e/ou mecânico e/ou mecânico e/ou
soldagem gravidade eletrônico eletrônico eletrônico
Programação do não há não há não há mecânico e/ou mecânico e/ou
ciclo de soldagem eletrônico eletrônico
Fonte: Felizardo et al., 2006
De acordo com o proposto nessa tabela, a classificação dos processos de soldagem, de acordo
com os métodos de aplicação é:
a) MANUAL: quando o deslocamento da tocha porta-eletrodo sobre a junta a ser soldada é
realizado manualmente pelo soldador/operador de soldagem;
b) SEMI-MECANIZADO: quando o deslocamento da tocha porta-eletrodo sobre a junta a ser
soldada é realizado por um dispositivo mecânico com controle manual ou gravitacional da
velocidade de soldagem;
c) MECANIZADO: quando o deslocamento da tocha porta-eletrodo sobre a junta a ser
soldada é realizado por um dispositivo mecânico com controle mecânico e/ou eletrônico
da velocidade de soldagem e não programável;
d) AUTOMATIZADO: quando o deslocamento da tocha porta-eletrodo é realizado feito por
um dispositivo mecânico e/ou eletrônico programável (automação fixa), ou reprogramável
(robótico).
A Figura 2.1 apresentou um exemplo típico de uma soldagem semi-mecanizada. A Figura 2.2
exemplifica o método de aplicação manual, a Figura 2.3, o método mecanizado e a Figura 2.4,
o automatizado (robotizado) (Felizardo et al., 2006).
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(a) robô flexível (b) robô para tarefas especiais (soldagem de dutos)
Na década de 40, o escritor Isaac Asimov tornou popular o conceito de robô como uma
máquina de aparência humana, não possuidora de sentimentos, cujo comportamento seria
definido a partir de programação feita por seres humanos, de forma a cumprir determinadas
regras éticas de conduta. Dentre os mais de 500 livros publicados por Asimov, destaca-se o
principal e o que deu começo a tudo, “I Robot”. Neste livro há uma coletânea de contos com
histórias envolvendo robôs, o termo robótica foi criado para designar a ciência que se dedica ao
estudo de robôs e foi a primeira vez que apareceram de forma explicita as Leis da Robótica.
Estas de tão precisas e perfeitas foram consideradas não só foram adotadas por outros autores
como também passaram a fazer parte dos anais científicos. Rezam as Leis da Robótica:
• 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser
humano sofra algum mal.
• 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto
nos casos que em tais ordens contrariem a Primeira Lei.
• 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em
conflito com a Primeira e a Segunda Lei.
Posteriormente, foi apresentada por Asimov a lei zero da robótica, criada por um robô que a
intuiu em seu romance “Os Robôs e o Império”:
• Lei Zero: Um robô não pode causar mal a humanidade ou, por omissão, permitir que a
humanidade sofra algum mal, nem permitir que ela própria o faça.
A base tecnológica para os atuais robôs industriais foi desenvolvida a partir de pesquisas
iniciadas logo após a Segunda Guerra Mundial. Foi construído um equipamento denominado
teleoperador mestre-escravo (master-slave), empregado em atividades de manipulação de
materiais radioativos. O sistema era formado de um manipulador mestre, movido diretamente
por um operador humano responsável pelas sequências de movimentos desejados, e um
manipulador escravo, capaz de reproduzir os movimentos realizados remotamente pelo mestre.
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Figura 3.3 – Robô T3: Tool of The fuTure. Figura 3.4 – Robô Puma.
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precisão. O principal fator que impede a aplicação de sistemas robotizados nas industrias é seu
alto custo inicial. O tempo para recuperar tal investimento depende dos custos de compra,
instalação e manutenção. Não é um tempo fixo: depende da fábrica em que o robô será
instalado e de sua aplicação. O preço de um robô é determinado por suas dimensões, grau de
sofisticação e complexidade, exatidão e confiabilidade.
As transformações causadas pelo surgimento dos robôs muitas vezes não estão visíveis
para grande parte das pessoas não familiarizadas com o ambiente fabril. Contudo, a ascensão
da robótica nas fábricas faz parte da mesma tendência que vem determinando, nos últimos
anos, a crescente automatização dos bancos, do comércio e das empresas em geral, como
resultado do advento da informática.
No que se refere ao meio fabril, as indústrias adotam robôs e computadores guiadas pela
necessidade crucial de sobreviver no mercado, a fim de conquistar, com baixos custos, maior
produtividade e qualidade e assim assegurar competitividade perante os concorrentes. Por
outro lado, devem-se levar em conta os impactos sociais que os robôs exercem sobre o temor
do desemprego.
Entretanto, o uso de robôs passa a ser uma questão de sobrevivência para as indústrias. O
sucesso que as empresas e os países usuários de robôs vêm obtendo é alto. O Japão, por
exemplo, em dez anos conseguiu quadruplicar sua produção de automóveis.
Um estudo conduzido no Japão em 1983 mostrou que no início de 1981 havia naquele país
cerca de 25 mil robôs, cujo valor médio de mercado era de US$ 17 mil. Com uma expectativa
de vida útil de seis anos, desde que trabalhe 22 horas por dia, durante os sete dias da semana,
o robô trabalhará nesses seis anos aproximadamente 48 mil horas. Isso equivale ao que o
operário médio japonês cujo custo médio é de US$ 13 mil anuais, consegue trabalhar em 30
anos, já que sua jornada semanal é de 40 horas. É evidente a vantagem que os robôs levam
sobre os operários.
Impedir a utilização de robôs é praticamente impossível, visto a queda observada nos custos
dos mesmos nos últimos anos e o ganho produtivo que ele oferece. A alternativa indicada por
estudiosos é a implantação de medidas que minimizem os impactos negativos dos robôs. Por
exemplo, a adoção de programas maciços de educação gratuita em todos os níveis,
aumentando a capacitação dos indivíduos, tornando-os profissionais de mão de obra
especializada, podendo ser reaproveitados em novos setores da indústria. Outras medidas
seria a criação de empregos públicos em áreas da saúde e educação e a realização de
investimentos maciços na indústria da construção civil, o segmento da economia com
condições mais efetivas para absorver profissionais de mão de obra não especializada.
4 ROBÔS INDUSTRIAIS
4.1 Conceito
industriais como sendo “uma máquina manipuladora, com vários graus de liberdade, controlada
automaticamente, reprogramável, multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel para
utilização em aplicações de automação industrial”.
4.2 Componentes
Um robô industrial é formado pela integração de vários componentes: manipulador mecânico,
atuadores, sensores, unidade de controle, unidade de potência e efetuador.
A maioria dos braços mecânicos são interligados por juntas prismáticas e de rotação. As
juntas esféricas são pouco empregadas devido à sua dificuldade de acionamento. Além disto,
para ter a mesma performance deste tipo de junta, muitos manipuladores incluem três juntas
rotacionais separadas, cujos eixos de movimentação se cruzam em um ponto, Figura 4.3.
4.2.2 Atuadores
4.2.3 Sensores
O uso de sensores permite ao robô obter informações sobre o seu comportamento e sobre
seu ambiente de atuação. Por meio da utilização de sensores, a funcionalidade e a habilidade
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dos robôs são determinadas. Duas são as classificações dos robôs em função desta utilização:
• Robôs de primeira geração: incapazes de obter informações sobre o meio e realizam
apenas movimentos pré-determinados, retornando pouquíssimas informações sobre o
ambiente de operação.
• Robôs de segunda geração: possuem todas as características dos robôs de primeira
geração com o acréscimo de uma detalhada comunicação com seu ambiente. A
comunicação é atingida por intermédio de sistemas de sensoriamento e identificação.
Requerem computadores mais rápidos, com maior capacidade de memória, e também um
grande avanço na capacidade de sensoriamento.
Os robôs de primeira geração utilizam sensores denominados por internos ou
proprioceptivos. Estes fornecem parâmetros sobre o comportamento do manipulador, em
termos de posição e velocidade dos elos em função do tempo à unidade de controle. A maior
parte dos robôs industriais são deste tipo (convencional) e desenvolvem tarefas pré-
programadas repetitivas, necessitando, para realizá-las, unicamente dos sensores internos,
situados nas juntas.
Tais sensores podem ser codificados ópticos (encoders) do tipo incremental ou absoluto,
sincros, resolvers, potenciômetros multivoltas, tacômetros etc. Os codificadores ópticos
incrementais estão entre os sensores mais utilizados, em razão do baixo custo e da precisão
proporcionada para a maioria das aplicações.
Os robôs de segunda geração utilizam sensores denominados por externos ou
exteroceptivos. Tais sensores podem ser utilizados para obter propriedades relevantes ao meio
e controlar o sistema na execução da tarefa. O emprego dos sensores externos possibilita um
controle em malha fechada do processo. Os sensores externos normalmente encontrados nos
robôs industriais são sensores de segurança para proteção humana (cortinas de luz, ultra-som,
barreiras mecânicas, dispositivos sensíveis a pressão ect.), sensores de contato, ópticos,
indutivos, capacitivos, de efeito Hall, ultra-sônicos e laser.
4.2.6 Efetuador
É o elemento de ligação entre o robô e o meio que o cerca. Pode ser dividido em dois
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4.3 Classificação
A classificação usual dos robôs é feita de acordo com sua geometria, mais especificamente,
pelas três juntas mais próximas da base do robô. As seis classes ou geometrias principais de
robôs são:
• Cartesiano;
• Cilíndrico;
• Esférico (ou polar);
• De revolução (ou articulado ou antropomórfico)
• Scara (Selective Compliant Articulated Robot for Assembly);
• Paralelo;
Robôs deste tipo combinam movimentos lineares com movimentos rotacionais, descrevendo
um movimento final em torno de um envelope cilíndrico. Possuem uma junta rotacional na
base, seguida de duas juntas prismáticas, codificado por RPP, Figura 4.5. O volume de
trabalho é cilíndrico. A área de trabalho desse tipo de robô é maior que a dos cartesianos,
porém a rigidez mecânica é ligeiramente inferior. O controle é um pouco mais complicado
devido à existência de vários momentos de inércia para diferentes pontos na área de trabalho e
pela rotação da junta da base.
Possui dois movimentos rotacionais e um linear: duas juntas de revolução e uma prismática,
codificado por RRP, Figura 4.6. Descrevem um envelope esférico e sua área de trabalho é
maior que a dos cilíndricos, porém sua rigidez mecânica é menor e o controle é ainda mais
complicado devido aos movimentos rotacionais.
O robô Scara, uma configuração recente utilizada para tarefas de montagem, é codificada
como RRP e caracteriza-se por possuir duas juntas de revolução dispostas em paralelo para se
obter movimento num plano, e uma junta prismática perpendicular a esse plano, Figura 4.8.
Embora na configuração sejam encontrados tipos de junta idênticos aos de uma configuração
esférica, ela se diferencia da esférica tanto pela aparência como pela faixa de aplicação.
Apresenta configuração tipo plataforma, as três juntas são prismáticas e de rotação, Figura
4.9. O volume de trabalho resultante é aproximadamente semi-esférico.
O controle dos atuadores dos robôs, em geral, é efetuado mediante o uso de dois métodos:
servocontrolado ou não servocontrolado. Nos robôs não servocontrolados, o posicionamento de
cada eixo é controlado por paradas mecânicas justáveis, e não pelo controlador. Estes robôs
utilizam chaves mecânicas no final do curso de cada junta: não utilizam sensores internos.
Trata-se de um tipo de robô de baixo custo e capaz de realizar tarefas de sequência fixa ou
variável, por exemplo, pegar objetos e colocá-los em um lugar determinado.
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Os robôs servocontrolados, que são os que utilizam sensores internos, podem conhecer a
posição na qual se encontra cada eixo, além de sua velocidade. O controlador controla a
quantidade de energia fornecida aos atuadores, permitindo que o robô movimente com
velocidade variável e pare em qualquer posição. A Figura 4.11 apresenta os principais
componentes de um robô servocontrolado.
Para que os robôs possam realizar tarefas é necessário programá-los. Programar um robô
significa descrever os procedimentos a serem tomados pelo manipulador sob a ação do
controlador: definir a trajetória do robô. Esta programação pode ser feita por dois métodos: on-
line ou off-line.
Destaca-se que qualquer objeto ou operação a ser alcançado ou realizado pelo robô deve
estar localizado dentro do envelope de trabalho do manipulador. Este envelope inclui todos os
pontos que podem ser alcançados pela ferramenta. Dentre as vantagens da programação off
line, conforme comentado, está a possibilidade da visualização gráfica deste envelope de
trabalho do robô.
A Figura 4.14 exemplifica envelopes de trabalho de diferentes robôs comerciais, obtidos a
partir de software de simulação off line.
4.5 Segurança
A garantia de uma operação segura de um robô industrial depende de quão bem ele é
utilizado, visto que o elemento básico de uma operação segura com robô é o próprio usuário.
Em 1992 foi elaborado a norma ISO10218 - “Segurança dos robôs manipuladores
industriais”. O comitê 16 da Associação Americana de Soldagem, que trata da Robotização e
Automação da Soldagem, editou os documentos: “Specification for the Qualification of Robotic
Arc Welding Personal” AWS D16.4:1999, “Risk Assessment Guide for Robotic Arc Welding”
AWS D16.3M/D16.3:2001, “Guide for Components of Robotic and Automatic Arc Welding
Installations” AWS/NEMA D16.2/16.2M:2001. Ainda esta sendo preparado o “Specification for
Robotic Arc Welding Safety” AWS D16.1M/D16.1:200x. Nestes documentos, todas as
informações relativas a segurança na soldagem robotizada podem ser encontradas.
4.6 Aplicação
A população mundial instalada de robôs de seis graus de liberdade no ano 2000 foi estimada
em 790 mil unidades. Destas, em torno de 5.500 unidades estão no Brasil (0,7%). As indústrias
ligadas ao setor automobilístico, como montadoras e fornecedoras de autopeças são as
maiores usuárias de robôs industriais no país (70%).
A maioria das atividades relacionadas a robôs industriais em processos de produção envolve
operações de movimentação, processamento e controle de qualidade.
Entre as operações de movimentação cita-se:
• Movimentação de peças entre posições definidas;
• Transporte de peças entre esteira transportadora e máquinas operatrizes;
• Carregamento e descarregamento de peças em máquinas operatrizes;
• Carregamento e descarregamento de peças em magazines;
• Paletização.
De processamento:
• Soldagem;
• Montagem;
• Pintura;
• Corte;
• Fixação de circuitos integrados em placas;
• Acabamento superficial;
• Limpeza;
• Empacotamento.
E de controle de qualidade:
• Inspeção por visão;
• Verificação dimensional de peças por meio de sensores.
Destas atividades destaca-se a soldagem, sendo a aplicação mais comum de robôs industriais.
Estima-se que 70% dos robôs instalados são empregados nesta atividade.
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5 SOLDAGEM ROBOTIZADA
Componentes
Considerações Importantes
Básicos
Robô Graus de liberdade, envelope de trabalho (faixa), destreza (precisão), fonte
de energia, repetibilidade, velocidade, capacidade de carga, tipo de
acionadores.
Controle Técnica de programação, sistema de realimentação (“feedback”) e de
computacional do controle, tamanho da memória e do arquivo de backup, armazenamento do
robô programa, interfaces, softwares especiais de soldagem, número de pontos
permitidos, tipos de interpolação de movimentos (linear, circular, spline),
comandos avançados de programação
Fonte de energia Ciclo de trabalho (usualmente 100% é desejável), interface com o controle
para soldagem do robô, precisão (corrige pequenas flutuações da tensão do arco) e
habilidade de constantemente iniciar o arco elétrico.
Equipamentos e Tipo de alimentador do arame (2 ou 4 roletes, por exemplo), tipo de
acessórios para controle, interface com o controle do robô, tocha de soldagem (capacidade,
soldagem a arco precisão, dimensões), cabos (comprimento e montagem), ferramentas para
elétrico alinhamento, estação de limpeza do bocal da tocha, estação do operador e
equipamento de segurança.
Figura 5.2 – Célula robótica para soldagem – configuração básica: (a) robô; (b) controle; (c) fonte de
soldagem; (d) alimentador de arame; (e) rolo de arame; (f) cilindro de gás; (g) tocha de soldagem e (h)
mesa de soldagem.
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Quando se faz uma solda, deseja-se sempre fazê-la perfeita. Uma etapa crucial para se
obter um cordão de solda de qualidade é que o deslocamento da tocha de soldagem sobre a
junta a ser soldada ocorra da melhor forma possível. Além de ser em função deste
deslocamento que se determina à posição exata de formação do cordão de solda, parâmetros
como velocidade de soldagem, stick out, comprimento do arco elétrico, velocidade de
alimentação do arame e ângulo da tocha de soldagem em relação à superfície a ser soldada
também são definidos. Tem-se ainda a corrente e a tensão do arco elétrico que são pré-
estabelecidos na máquina de solda antes da realização do processo, que também influenciam
diretamente na qualidade do cordão de solda.
Em linhas gerais, para se obter um cordão de solda de qualidade, os parâmetros de
soldagem devem ser mantidos constantes durante a soldagem. Existem situações, entretanto,
que para se obter o formato do cordão de solda desejado é necessário, que alguns parâmetros
variem, dentro de uma faixa pré-estabelecida, durante o processo.
Quanto maior a complexidade necessária para realizar soldas de qualidade: oscilação
(tecimento) da tocha de soldagem; controle de tensão e corrente de abertura e interrupção do
arco elétrico e o controle destes parâmetros durante a soldagem, mais complexo deve ser o
sistema de controle. Atualmente, a maioria dos robôs industriais vem com modernos sistemas
de controle que lhes confere uma vasta gama de opções de controle dos diversos parâmetros
de soldagem, visando com isto produzir soldas de maior qualidade.
• Tempo de pré-fluxo: Tempo entre liberar o gás de proteção e abrir o arco elétrico (preflow
time – prepurge). Durante este intervalo de tempo, o gás de proteção flui da tocha de
soldagem e gera uma nuvem que afasta o ar da região de abertura do arco. A utilização
deste pré-fluxo ajuda a prevenir problemas no início do cordão de solda. Em alguns
sistemas, durante este intervalo de tempo, a circulação de água para refrigeração da tocha
de soldagem é aberta;
• Corrente e tensão de abertura do arco elétrico: Valores ajustados para a corrente (start
current) e a tensão (start voltage) acima ou abaixo da corrente e da tensão real de
soldagem. Esta regulagem ajuda a abrir o arco elétrico no início do cordão de solda, onde
as peças estão frias. Este procedimento também ajuda a prevenir problemas no cordão de
solda, que associado ao tempo de retardo (apresentado a seguir) promove uma deposição
homogênea em toda a extensão da junta. Nesta etapa, inicia-se a alimentação de arame;
• Tempo de retardo para início do movimento da tocha de soldagem: Tempo para iniciar o
movimento da tocha de soldagem após a abertura do arco elétrico (Travel start delay time).
Durante este intervalo de tempo, ocorre à fusão do arame e deposito deste na junta, porém
sem movimento da tocha. Esta fusão enche o início do cordão de solda garantindo uma
deposição homogênea em toda a extensão da junta;
• Tempo de correção entre a corrente e tensão de abertura do arco elétrico e a corrente e
tensão de soldagem: Tempo entre a aplicação da corrente e tensão de abertura do arco e a
corrente e tensão de soldagem (upslope time). Durante este tempo, a corrente e a tensão
aumentam ou diminuem para a corrente e tensão de soldagem. Em alguns casos (chapas
finas) aplicam-se pulsos de corrente (hot start current) para garantir que o arco elétrico não
seja extinto e que a corrente e a tensão de soldagem seja alcançada satisfatoriamente;
• Corrente e tensão de soldagem: Valores ajustados para a corrente (welding current) e a
tensão de soldagem (welding voltage) que são aplicadas durante o processo, dependendo
do que esta sendo soldado;
• Corrente e tensão de extinção do arco elétrico: Valores ajustados para a corrente (end
current) e a tensão (end voltage) acima ou abaixo da corrente e da tensão real de
soldagem, no qual o arco elétrico será extinto. Esta regulagem ajuda a prevenir problemas
no final do cordão de solda;
• Tempo de correção entre a corrente e tensão de soldagem e a corrente e tensão de
extinção do arco elétrico: Tempo entre a aplicação da corrente e tensão de soldagem e as
de extinção do arco elétrico (downslope time). Durante este tempo, a corrente e a tensão de
soldagem aumentam ou diminuem para a corrente e tensão de extinção do arco elétrico.
Com este procedimento, junto com o tempo de parada (apresentado a seguir), controle de
enchimento da cratera podem ser utilizados.
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trajetórias exemplificadas na Figura 5.4. No caso 1, trajetória linear entre todos os pontos;
nos casos 2 e 3, trajetória linear entre os pontos A e B e C e D, porém entre B e C, trajetória
parabólica no caso 2 e circular no caso 3. Para realizar tais trajetórias, deve-se movimentar
o robô até que a ponta do mesmo, onde está acoplada a tocha de soldagem, esteja
localizada sobre o ponto A, registrando-o no controlador do robô. Posteriormente posiciona-
se a ponta do robô no ponto B, depois no ponto C e assim sucessivamente, registrando
todos os pontos na ordem que se deseja realizar o movimento. Define-se então o tipo de
movimento a ser realizado pelo robô em cada trecho (linear, parabólico ou circular).
Destaca-se que robôs que trabalham com trajetória computada, para realizar uma trajetória
linear, como a apresentada no caso 1 da Figura 5.4 entre os pontos A e D, é necessário
registrar apenas os pontos A e D e para realizar trajetória circular ou parabólica são
necessários registrar no mínimo três pontos consecutivos (B, B” e C). Em robôs cuja
trajetória não seja computada, é necessário definir um número de pontos maior para que o
robô realize a trajetória desejada, seja linear ou circular ou parabólica.
e) Definição das condições de soldagem a serem utilizadas, sendo que estas devem estar
atreladas às coordenadas de movimentação do robô. Nesta etapa são inseridos na
programação no mínimo dois arquivos: o primeiro, no ponto referente ao início da trajetória
onde será depositado o cordão de solda, contendo informações para abertura do arco
elétrico; o segundo, no ponto final da trajetória referente ao cordão de solda, contendo
informações para extinção do arco elétrico.
f) Refinamento do programa através da verificação do desempenho e introdução de alguns
controles básicos para soldagem. Caso durante o ciclo de soldagem seja necessário alterar
os parâmetros de soldagem, outros arquivos podem ser inseridos ao longo da trajetória
referente à do cordão de solda, entretanto estes arquivos devem ser inseridos no ponto
exato que se deseja alterar os parâmetros. Portanto, novas coordenadas de movimentação
do robô devem ser inseridas na programação.
Em geral, se a empresa fabrica poucas peças com poucas soldas, não vale a pena nem
pensar em robotizar a soldagem, na melhor das hipóteses deve-se pensar em uma
mecanização.
Se a empresa fabrica poucas peças com muitas soldas, pode-se pensar em robotizar a
soldagem, porém com cautela. Deve-se levar em consideração o custo benefício deste
investimento.
Se a empresa fabrica muitas peças com poucas soldas, deve-se sempre pensar em
robotizar a soldagem. O último caso é quando a empresa fabrica muitas peças com muitas
soldas. Neste caso, sem dúvida a robotização do processo é a solução.
Caso a empresa seja uma das que é possível robotizar a soldagem, é fundamental que a
soldagem, propriamente dita, seja analisada. Deve-se analisar inicialmente qual o processo de
soldagem a ser utilizado e se este pode ser alterado ou não. Outro fator de grande importância
é o procedimento de soldagem. Deve-se ter em mente que tanto os parâmetros de soldagem
quanto a sequência de soldagem, muitas vezes, não são os mesmo utilizados no método de
execução manual. Estes devem ser repensados para a soldagem robotizada.
Além disto, o acesso à junta deve ser facilitado usando gabaritos ou fixadores “inteligentes”;
os grampos, por exemplo, devem estar o mais próximo possível da junta; o tipo de junta deve
ser re-estudado; de preferência deve ser reduzido o número de partes ou peças, pois os robôs
“não gostam de cantos”, a repetibilidade no posicionamento é fundamental e até mesmo o corte
das peças devem ser repensado, conforme já comentado.
todas as atividades referentes à soldagem automaticamente, deve ser leve, facilitando o seu
transporte ao longo da tubulação. Deve também possuir facilidade na adequação da trajetória
da tocha de soldagem ao redor do tubo. Este tipo de robô, conforme já comentado, definido
como “robô para tarefas especiais”. A Figura 5.5 apresenta uma estrutura básica para um
sistema de soldagem orbital de tubulações robotizado.
• Binário: é um sinal digital que pode assumir somente dois valores na escala, 0 ou 1.
Além destas características, alguns conceitos importantes referentes aos sensores são:
• Acurácia: concordância entre o valor real e o valor medido pelo sensor;
• Resolução: grandeza relacionada ao grau de precisão de leitura do sensor;
• Repetibilidade: variação dos valores lidos pelo sensor quando a mesma variável é medida
várias vezes;
• Range: limite superior e inferior da variável a ser lida pelo sensor;
• Sensibilidade e Linearidade: índice associado à acurácia, resolução, repetibilidade e range.
Os sensores de contato são aqueles que mantém contato com o objeto que deve ser
detectado. Estes sensores são, talvez, os mais utilizados na indústria, devido ao fato de serem de
fácil construção e relativamente baratos e são os sensores denominados de interruptores ou fins
de curso. Por outro lado, estes sensores apresentam sérios problemas operacionais relacionados
com efeitos de oscilações da saída (o que significa detectar eventos não verdadeiros) por
deficiente contato interno ou oscilação momentânea deste contato (resultantes do contato
mecânico e da natureza elétrica do contato). Já os sensores sem contato são bastante úteis, visto
que não “exigem” o contato com o objeto a detectar, permitindo grande flexibilidade de instalação,
localização e operação.
Quando sensores são utilizados na soldagem a arco elétrico, seja robotizada ou não, eles
operam em um meio adverso e agressivo à sua integridade. A presença do arco elétrico implica
em vários problemas para as operações dos sensores, sendo o calor produzido pelo arco, o fator
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que provoca as principais limitações para uma operação correta. Além do calor, outros fatores
também afetam os sensores: a luz intensa provocada pelo arco elétrico afeta os sistemas que
empregam visão artificial; os intensos campos eletromagnéticos provocados têm influência,
sobretudo, nos sensores indutivos; a deformação ou desvio do eletrodo tem influência sobre os
sensores de contato elétrico; a flutuação da tensão de alimentação, o desgaste do eletrodo,
respingos e as mudanças na forma do arco elétrico, provocam erros nos diversos sensores de
arco.
A escolha de um sistema de monitoração ou do sensor mais indicado para uma determinada
aplicação não é uma tarefa fácil e, da mesma forma que a própria escolha do robô, a escolha do
sistema deve ser realizada com bom senso. Os fatores considerados anteriormente levaram ao
desenvolvimento de diversos sistemas de refrigeração e proteção dos sensores para que
pudessem operar no ambiente da soldagem a arco elétrico. Uma vez protegidos, os sensores
podem ser utilizados para localizar a estrutura a ser soldada, buscar o início do cordão de solda,
extrair as características geométricas da junta, e guiar a tocha de soldagem ao longo do cordão
até o ponto final. Paralelamente estarão operando sensores para detectar possíveis obstáculos na
trajetória do robô e para a monitorização do processo de soldagem, e finalmente, outros sensores
realizarão o controle de qualidade da soldagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Engenharia, Departamento de Engenharia Mecânica, Belo Horizonte, 2005.
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Engenharia, Departamento de Engenharia Mecânica, Belo Horizonte, 2005.
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Automatizado. In: XXXII Congresso Nacional de Soldagem, CONSOLDA, ABS, Belo Horizonte,
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Pires, J.N., Automação Industrial. Editora ETEP – Edições Técnicas e Profissionais, Coimbra,
Portugal, 2002.
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2002.
Rosário, J.M., Princípio de Mecatrônica, Editora Prentice Hall, São Paulo, 2005.
Welding Handbook, Welding Science & Technology. AWS: American Welding Society, Ninth
Edition, Vol. 1, USA, 2001.