Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Trabalho
Nome: ______________________________________________________________N.º: ________T.ª:
________
Antes de começares a responder, não te esqueças de ler com atenção o texto e as perguntas
que te são colocadas.
Responde com frases completas e presta atenção à ortografia e à pontuação.
Revê todas as respostas antes de entregares a tua ficha de avaliação.
TEXTO
RICARDO
1 Tinha já passado um mês desde o dia do acidente. Um mês que parecera um ano ao Ricardo.
Voltara para casa sem ponta de ânimo que o ajudasse a ganhar forças para recuperar.
Não voltaria tão cedo à escola, pelo menos enquanto precisasse da humilhante cadeira de
rodas. Ninguém o veria naquele estado - pássaro sem asas, sem esperança.
5 O fisioterapeuta que ia agora lá a casa era um homem cheio de vigor e boa disposição.
Contudo, por mais que se esforçasse, não conseguia ainda a colaboração indispensável do paciente.
Ralhava-lhe vezes sem conta, chamando-o à realidade, mas era como falar para um muro
impenetrável. O Ricardo nem lhe respondia, apenas fechava os olhos e divagava, para se ausentar
do presente e viajar para o mais longe possível. Odiava também as sessões de fisioterapia na
1 clínica, onde só encontrava gente pela metade, como ele próprio dizia, uma espécie de câmara de
0 horrores.
A família telefonava a saber notícias, mas ele não atendia chamadas de ninguém.
A própria Mafalda tinha ligado três vezes sem que ele se tivesse dignado responder.
Estava só e era assim que queria ficar, agora que nada mais lhe restava. Vivia de sonhos e
pesadelos, sem ousar passar por qualquer espelho da casa; na verdade, partira até o espelho do hall,
1 atirando-lhe um jarro de flores pesado como chumbo. E proibiu os pais de o mandarem consertar.
5 Agora, no seu lugar, via-se um quadro, que a mãe se apressara a comprar sem fazer ondas. Mas
mesmo o quadro fora, no entender de Ricardo, mal escolhido. Tratava-se de uma paisagem
marítima, com um veleiro sobranceiro a conquistar o mar.
Os dias eram longos e as noites ainda maiores. Se não fosse a sua poderosa discoteca privada,
2 não poderia sobreviver. Ninguém ousava contrariá-lo, nem mesmo o pai. O pai... O Ricardo sabia
0 que havia uma conversa suspensa à sua espera, certamente para recriminá-lo das imprudências que
cometera. Sabia também que não perdia pela demora, o pai estava só a aguardar algumas melhoras
no seu estado de saúde. Bem podia esperar...
Naquele dia quando o terapeuta saiu, a irmã mais nova bateu à porta do quarto e, como não
2 ouvisse resposta, rodou a maçaneta e entrou em bicos de pé
5
- Ricardo - chamou-o - estás a dormir? – Hã?! Que é que foi? Ah, és tu, Verinha... 'Tou
cansado, percebes?
- Fiz um desenho para ti - e estendeu a folha ao irmão, sorrindo de bochechas rosadas.
O Ricardo olhou a folha sem atenção e pousou-a logo de seguida na mesa-de-cabeceira.
3 -'Tá giro. Obrigado - agradeceu em voz baixa, virando a cadeira de rodas para a parede.
Grupo I – Interpretação
Afirmações V F
A Tinha já passado um mês desde o dia do acidente.
B A família não telefonava a saber notícias.
C A irmã ofereceu um CD ao Ricardo.
4. Ricardo partira o espelho do hall. Porque terá tido esta atitude? Justifica com
expressões do texto.
7. Volta a ler o terceiro parágrafo e atenta nas linhas 9 e 10. Ricardo considerava as
pessoas portadoras de deficiência motora como “gente pela metade”. Concordas
com o seu ponto de vista? Escreve um texto entre 30 e 50 palavras onde
manifestes a tua opinião.
«Tinha já passado um mês desde o dia do acidente. Um mês que parecera um ano ao Ricardo.
(…) Não voltaria tão cedo à escola, pelo menos enquanto precisasse da humilhante cadeira de
rodas.»
Cotação
Grupo
Grupo I (50%) Grupo II (30%) III Total
(20%)
Item 1 2 3 4 5 5.1 6 7 8 9 10 11 12 12.1 13 14 PT
100%
Cotação 10 3 3 3 7 7 3 7 7 5 5 5 4 6 2 3 20