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CONHECIMENTOS coerente de significados que une todos os membros em torno dos

mesmos objetivos e dos mesmos modos de agir. Ela serve de elo


entre o presente e o passado e contribui para a permanência e a
ESPECÍFICOS coesão da organização. Em outras palavras, a cultura organizacio-
nal representa as normas informais e não escritas que orientam o
comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e
que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos
organizacionais. No fundo, é a cultura que define a missão e
provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da
CULTURA ORGANIZACIONAL organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros
aspectos das decisões e ações da organização como planejamento,
organização, direção e controle para que se possa melhor
conhecer a organização.
A cultura organizacional se caracteriza pela sua aceitação im-
CONCEITO DE CULTURA
plícita pelos seus membros. Ela é também reforçada pelo próprio
ORGANIZACIONAL
processo de seleção, que elimina as pessoas com
características discrepantes com os padrões estabelecidos e ajuda
a preservar a cultura.
“Cultura organizacional é a maneira costumeira ou
tradicional de pensar e fazer as coisas que é compartilhada por
todos os membros da organização e que os novos membros
devem aprender e concordar para serem aceitos no serviço da
organização”. (CHIAVENATO,1999)
PRECEITOS DA CULTURA
ORGANIZACIONAL
A Cultura organizacional equivale ao modo de vida da
organização em todos os seus aspectos, é o conjunto de
hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes
e expectativas, compartilhadas por todos os membros da
organização.

O estudo da cultura é utilizado para entender as organizações


e compreende diversos elementos que foram desenvolvidos e A cultura organizacional define a maneira como os
transmitidos aos novos das organizações pelos veteranos. Os integrantes da organização devem interagir entre si e com o
novos integrantes acabam sendo forçados a entender a cultura e se mundo externo. Padroniza a forma como as pessoas devem
moldar a ela para serem aceitos na organização e uma vez que resolver esses problemas e cria um conjunto de expectativas em
uma forma de agir já está implementada, fica muito difícil alterá- torno de certas decisões. A maneira como as pessoas interagem
la no curto prazo sem resistência às mudanças. dentro da organização e como lidam com as pessoas fora da
Todas as organizações desenvolvem uma cultura própria, ine- organização podem ser entendidas com base na cultura da
rente aos seus processos e hábitos internos. Muitas vezes os organização. Para mudar a forma de uma organização agir é
administradores entendem o termo cultura como sendo um necessário mudar sua cultura e isto, evidentemente, leva
tempo, pois é necessário atuar nos componentes da cultura
sistema de representações simbólicas que expressam formas de
organizacional além de ser necessário tempo para as pessoas
interpretar o mundo, possibilitando a comunicação entre os
assimilarem novos comportamentos e repassarem esses
membros do grupo. Neste sentido, cada profissional traz em si sua
comportamentos.
própria cultura e estas devem ser amalgamadas por meio de uma
Tanto o administrador como o consultor, precisam conhecer
cultura maior (a da empresa) que possibilitará que diferentes
os elementos, as características e a dinâmica da cultura organiza-
pessoas (com diferentes experiências e expectativas) possam
cional para o bom desempenho de suas funções. A cultura pode
trabalhar em equipe.
ser dividida em três elementos componentes, cada um abrangendo
Na formação da cultura há uma forte influência dos
uma área de fenômenos:
fundadores da instituição, que estabeleceram diretrizes a) Preceitos: Conjunto de normas, valores, regulamentos,
culturais, e que são vistos com muito respeito, ou até adorados, política administrativa, tradições, estilos gerenciais que governam e
por grande parte dos colaboradores. controlam o funcionamento organizacional. É a função reguladora,
Cada organização cultiva e mantém a sua própria cultura. É de autoridade dentro da organização. Engloba não só as leis
por este motivo que algumas empresas são conhecidas por algu- formais, como os costumes, rituais, padrões e códigos informais,
mas peculiaridades próprias. A cultura representa o universo sim- isto é, não estabelecidos oficialmente, mas obedecido tacitamente.
bólico da organização e proporciona um referencial de padrões de Em linguagem de análise transacional, corresponde ao Pai; em
desempenho entre os funcionários, influenciando a pontualidade, linguagem da teoria sistêmica, relaciona-se ao subsistema gerencial
a produtividade e a preocupação com qualidade e serviço ao administrativo;
cliente.
A cultura exprime a identidade da organização. Ela é b) Tecnologia: Conjunto de instrumentos, processos, know--
construí- da ao longo do tempo e passa a impregnar todas as how, modo de fazer as coisas, layout, distribuição de tarefas,
práticas, constituindo um complexo de representações mentais divisão do trabalho e fluxo organizacional. É a função
e um sistema técnica, metodológica, científica, racional e operativa da
organização. Engloba o grau de maior ou menor estrutura das
funções, grau maior ou menor de certeza das tarefas e contato
com o meio ambiente. Em linguagem de análise transacional,
corresponde ao Adulto; em linguagem de teoria sistêmica,
relaciona-se ao subsistema técnico-estrutural.
idiossincrasias características dos comportamentos grupais.
c) Caráter: Conjunto de expressões ativas e afetivas dos indi-
Engloba as percepções, os sentimentos e as reações positivas
víduos da organização, manifestações subjetivas de
ou negativas dos sujeitos organizacionais. Em linguagem de
análise transacional, corresponde à Criança; em linguagem de
teoria sistêmica relaciona-se ao subsistema psicossocial ou seguir a rotina, autoritarismo ou espírito democrático, estilo par-
comportamental. ticipativo ou individualismo, atitude conservadora ou inovadora)
Os três elementos da cultura não são necessariamente equi- desejado pela organização. Os símbolos materiais constituem
valentes: Um ou outro pode predominar na vida organizacional, a comunicação não verbal.
pode ter maior expressão, atuar com mais força. Há organizações Normas: São as regras que falam sobre o comportamento es-
eminentemente tecnológicas, outras mais normativas, outras ainda perado e adotado pelo grupo.
em que é mais intensa a expressão do caráter. Não só a cultura é Linguagem: Muitas organizações e mesmo unidades
diferente de organização para organização, em virtude dos dentro das organizações utilizam a linguagem como um meio
conteúdos preceituais, tecnológicos e caracterológicos de identificar membros de uma cultura ou subcultura. Ao
envolvidos, como dentro da mesma organização formam-se aprender a linguagem, o membro confirma a aceitação da cultura
subculturas diferentes nas diversas unidades (divisões, e ajuda a preservá-la. As organizações desenvolvem termos
departamentos, sessões, etc.). O setor de vendas tem singulares para descrever equipamentos, escritórios, pessoas
características diversas da produção; a divisão administrativa tem chaves, fornecedores, clientes ou produtos. Também a maneira
uma subcultura diferente da técnica, etc. Também ocorrem como as pessoas se vestem e os documentos utilizados constituem
diferenças culturais ao longo da hierarquia, nos diversos escalões formas de expressar a cultura organizacional.
gerenciais.
Os três elementos culturais são interdependentes, isto é, cada
um tem efeito sobre os outros dois. Uma inovação
tecnológica pode acarretar mudança nas diretrizes VANTAGENS E DESVANTAGENS
organizacionais, com efeito consequente no seu caráter. A DA CULTURA ORGANIZACIONAL
interdependência mais estreita e direta ocorre entre preceitos e
caráter.
As especializações levam à formação de grupos com cultura
própria. Os especialistas sofrem conflitos de lealdade entre a or- A Cultura Organizacional apresenta vantagens e
ganização em que trabalham e o grupo de sua profissão, quando desvantagens.
as duas culturas entram em choque. Por esse motivo é mais lenta Quando citamos as vantagens, a cultura organizacional ajuda
a formação de uma cultura própria nas equipes multidisciplinares, na resolução de problemas internos, diminui conflitos e
diferenças, faz o controle da gestão, e desenvolve uma imagem
em que trabalham técnicos de diferentes origens profissionais.
positiva da organização na mente de quem a conhece.
Um exemplo: A empresa familiar caracteriza-se por uma cul- Podemos salientar uma série de papéis positivos para a
tura que reforça os preceitos e tende a ser resistente às demandas cultura dentro da organização: em primeiro lugar, proporcionar
externas. Está mais empenhada na preservação dos seus valores um senso de identidade aos membros da organização, em segundo
do que em abertura e renovação. A organização brasileira também lugar, tem papel de divisor de fronteiras entre uma organização e
revela cultura patriarcal. O estilo gerencial mais aceito é o auto- outra, em terceiro lugar, favorece o comprometimento com algo
crático benevolente. Existe uma cultura organizacional típica das maior que os interesses individuais de cada um, em quarto lugar,
grandes organizações que transcende as culturas sociais locais. estimulam a estabilidade do contexto social, mostrando os
Em outras palavras: As grandes organizações, em diversas partes padrões adequados aos funcionários, diminuindo a ambiguidade
do mundo, são mais semelhantes entre si do que as grandes e no ambiente de trabalho.
peque- nas empresas no mesmo país. A desvantagem que a formação de uma cultura
Os funcionários aprendem e visualizam a cultura organizacional pode vir a trazer é se ela puder de alguma forma,
organizacional através de diversos elementos, como: histórias, impedir que a empresa progrida, colocando obstáculos a
rituais, símbolos materiais, normas e linguagem. mudanças, a diversidade, a fusões ou aquisições.
Histórias: Contos e passagens sobre o fundador da Entretanto a cultura pode se tornar um problema numa orga-
companhia, lembranças, sobre dificuldades ou eventos especiais, nização de cultura muito arraigada, muito forte, que necessite en-
regras de conduta, corte e recolocação de funcionários. Acertos e frentar processos de mudanças, em função de mudanças externas.
erros do passado geralmente ancoram o presente no passado e Podem funcionar como barreiras às mudanças, em função de mu-
explicam a legitimação das práticas atuais. danças externas e mudanças necessárias.
Rituais e Cerimônias: São sequencias repetitivas de Um outro ponto a salientar em relação às dificuldades enfren-
atividades que expressam e reforçam os valores principais da tadas diante de uma cultura muito forte, está a barreira à diversi-
organização. As cerimônias de fim de ano e as comemorações do dade, dificultando a concentração de novos funcionários que não
aniversário da organização são rituais que reúnem e aproximam a sejam parecidos com a maioria dos membros da organização.
totalidade dos funcionários para motivar e reforçar aspectos da A diversidade de pessoas é muito importante para a organi-
cultura da organização, bem como reduzir os conflitos. zação, pois propicia novas fórmulas da solução de problemas. E
Símbolos Materiais: A arquitetura do edifício, as salas e me- mesmo que se consiga contratar pessoas com perfil diverso da or-
sas, o tamanho e arranjo físico dos escritórios constituem ganização, estas podem encontrar dificuldades de ajustamento
símbolos materiais que definem o grau de igualdade ou a mesma, em função das pressões internas para a conformidade.
diferenciação entre as pessoas e o tipo de comportamento Uma outra dificuldade com culturas muito forte está relacio-
(como assumir riscos ou nada à barreira a fusão e aquisição. Se, há algum tempo atrás, a
preocupação nas fusões das empresas se concentrava nas vanta-
gens financeiras ou sinergia dos produtos, agora está relacionada
CARACTERÍSTICAS DA
à compatibilidade cultural, devido ao fracasso das fusões quando
CULTURA
ORGANIZACIONAL
há conflito entre culturas.
A contracultura também existe nas organizações, e nada mais
é do que um movimento reacionário, por parte de um grupo pe-
queno, ou até mesmo grande, que quer reagir contra os
Alguns aspectos da cultura organizacional são
valores tradicionais, que está insatisfeito, e vive em busca de
percebidos mais facilmente, enquanto outros são menos
mudanças e inovações na cultura atual.
visíveis e de difícil percepção.
Segundo Chiavenato (1999) Toda a cultura se apresenta em
três diferentes níveis: ferenças sociais e culturais de seus funcionários, principalmente
ü ARTEFATOS: Constituem o primeiro nível da quando eles atuam em termos globais e competitivos, espalhando-
cultura, o mais superficial, visível e perceptível. São todas -se por várias partes do mundo.
as coisas ou eventos que podem nos indicar visual ou Kotter e Heskett apud Chiavenato (1999) afirmam que a cul-
auditivamente como é a cultura da organização. Os símbolos, as tura apresenta um forte e crescente impacto no desempenho das
histórias, os heróis, os lemas, as cerimônias são exemplos de organizações. Certas culturas permitem a adaptação a mudanças e
artefatos. a melhoria do desempenho da organização, enquanto outras não.
ü VALORES COMPARTILHADOS: Constitui o segundo a) Culturas adaptativas: Se caracterizam pela sua
nível da cultura. São os valores relevantes que se tornam maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a
importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais mudança. São organizações que adotam e fazem constantes
revisões e atualizações, em suas culturas adaptativas se
elas fazem o que fazem. Em muitas culturas organizacionais os
caracterizam pela criatividade, inovação e mudanças. De um lado,
valores são criados originalmente pelos fundadores da
a necessidade de mu- dança e a adaptação para garantir a
organização.
atualização e modernização, e de outro, a necessidade de
ü PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS: Constituem o
estabilidade e permanência para garantir a identidade da
nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional.
organização. O Japão, por exemplo, é um país que convive com
São as crenças inconscientes, percepções e sentimentos nos quais
tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua e
as pessoas acreditam. incentiva a mudança e a inovação constantes. Nos ambientes
A cultura representa a maneira como a organização visualiza empresariais em rápida mudança, a capacidade de introdução de
a si própria e seu ambiente. Os principais elementos da novas estratégias e práticas organizacionais é uma necessidade se
cultura organizacional são: a empresa tiver que atingir um desempenho superior por um
1. O cotidiano do comportamento observável. Como as longo período de tempo. As marcas de excelência de uma cultura
pessoas interagem, a linguagem e gestos utilizados, os rituais, adaptável são:
rotinas e procedimentos comuns. - Líderes que têm comprometimento maior com princípios
2. As normas. Ou regras que envolvem os grupos e seus com- perpétuos do negócio e com depositários organizacionais;
portamentos, como nos momentos de lazer, nas refeições, nos dias - Membros do grupo que são respectivos ao risco, à experi-
informais. mentação, à inovação e à mudança de estratégias e práticas, sem-
3. Os valores dominantes. Defendidos por uma organização, pre que for necessário para satisfazer os legítimos interesses dos
como a ética, o respeito pelas pessoas, à qualidade de seus produ- depositários.
tos ou preços baixos. b) Culturas conservadoras: Se caracterizam pela manutenção
4. A filosofia administrativa. Que guia e orienta as políticas da de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem arraiga-
organização quanto aos funcionários, clientes e acionistas. dos e que não mudam ao longo do tempo. São organizações con-
5. As regras do jogo. Como as coisas funcionam, o que um servadoras que se mantêm inalteradas como se nada tivesse muda-
novo funcionário deve aprender para sair-se bem e ser aceito do no mundo ao seu redor;
como membro de um grupo. c) Culturas fortes: Seus valores são compartilhados intensa-
6. O clima organizacional. Os sentimentos das pessoas e a mente pela maioria dos funcionários e influencia comportamentos
maneira como elas interagem entre si, com os clientes ou e expectativas. As empresas com cultura forte tipicamente têm os
elementos externos. executivos que encorajam as pessoas a segui-los de maneira regu-
As organizações bem sucedidas estão adotando culturas não lar e seriamente;
somente flexíveis, mas, sobretudo sensitivas, para acomodar as di- d) Culturas fracas: São culturas mais facilmente
mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e jovem.
Como está no início, é mais fácil para a administração comunicar
os novos valores, isto explica a dificuldade que as grandes
corporações têm para mudar sua cultura. A cultura de uma
empresa pode ser fraca e fragmentada no sentido de que existem
muitas subculturas, poucos valores e normas comportamentais são
vastamente compartilhados e existem poucas tradições fortes.
A cultura organizacional compreende um conjunto de
propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos
empregados, constituindo-se numa das forças importantes que
influenciam o comportamento. Compreende além das normas
formais, também o conjunto de regras não escritas, que
condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da
organização: Por este motivo, o processo de mudança é muito
difícil, exigindo cuidado e tempo. Para se obter uma mudança
duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições
organizacionais que operam sobre elas. A cultura da organização
envolve um conjunto de pressupostos psicossociais como normas,
valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco a
organização.
relacionamento, tabus, tipos de gestão, de distribuição da
CULTURA EMPRESARIAL. autoridade, de exercício da liderança e uma série de outros
elementos.
Na verdade, a cultura empresarial ou organizacional tem
sido contemplada com um número grande de definições, mas,
Cultura empresarial ou organizacional compreende um con- se não em todos eles, pelo menos na maioria, aceita a ideia de
junto ou sistema de significados que são compartilhados por uma que ela pode sofrer mudanças (às vezes radicais) ao longo do
determinada empresa ou entidade num tempo específico. Ela tempo, ainda que, quase sempre, a organização (e seus
inclui valores e crenças, ritos, histórias, formas de integrantes) resista a elas.
A cultura empresarial pode ser vista como resultado de
um aprendizado coletivo e que identifica ou singulariza as
instituições. Nos últimos anos, tem sido comum contrapor as
empresas tradicionais e as empresa da nova economia, Cultura de tarefas
conferindo-lhes traços culturais distintivos: as primeiras, Aqui o objetivo é primordial. A autoridade tem a sua origem
injusta e adequadamente, consideradas jurássicas, pesadas e no profissionalismo e nos conhecimentos. Passa-se rapidamente à
fadadas ao desaparecimento; e as segundas, vistas como ação e há lugar para o improviso. Regras e processos que podem
inovadoras ágeis e comprometidas com o futuro (o que, obstruir o trabalho não são bem vindos e há pouca atenção para os
convenhamos, nem sempre é verdade). aspectos sócios emocionais. Quem não se defende ou não conse-
Ainda que esta distinção venha, pouco a pouco sendo contes- gue acompanhar o ritmo é simplesmente substituído.
tada, ela reforça a ideia de que as empresas, vistas isolada ou con-
juntamente, professam uma cultura e que ela está em permanente Cultura de pessoas
mudança. Aqui é o indivíduo que está no centro das atenções. A empre-
Estudiosos da cultura organizacional chamam a atenção para sa existe para as pessoas e não o contrário. Neste tipo de cultura
a interferência da cultura nacional na cultura empresarial, de tal empresarial se dá muita atenção aos talentos e à concretização das
forma que, em princípio, a segunda plasma a primeira, como se ideias. Esta cultura pode-se encontrar, sobretudo em empresas
existissem permanentemente dedos invisíveis costurando formas jovens e idealistas.
de relacionamento, padrões de conduta e tipos de administração. A alta administração da empresa não é, nem faz e, às vezes,
Invocam-se a este respeito o famoso jeitinho brasileiro, a afetivi- nem mesmo difunde a cultura da empresa; ela apenas é uma parte
dade e o sensualismo nas relações e o personalismo. importante dessa cultura. Esse é um fato mal compreendido por
Existem muitas definições de Cultura Empresarial, umas alguns administradores, que, muitas vezes, acreditam-se capazes
mais simples, outras mais complicadas. No fundo, a Cultura de mudar radicalmente a empresa simplesmente dando-lhe
Empresa- rial é a maneira como funcionam as coisas no dia a dia uma nova missão. Essa é uma falta de entendimento que pode
das empresas. colocar uma empresa em dificuldades.
Algumas das Características da Cultura Empresarial: Desen-
Esses administradores não enxergam na empresa um
volve-se ao longo da história da organização; Tem a ver com
organismo vivo, dotado de suas próprias características e
valores, normas, símbolos e rituais; É criada e mantida pelas
comportamentos; e esses comportamentos não são os
pessoas da empresa; Evolui constantemente; É difícil de mudar
comportamentos dos administradores. Entender isso é ainda
radicalmente.
mais difícil para os proprietários de pequenas empresas, que,
É difícil dividir as culturas empresariais em categorias, dado
como pais superprotetores, evitam aceitar a identidade de sua
que cada empresa tem a sua própria cultura. Contudo, é possível
distinguir alguns modelos básicos. própria criação.
A cultura empresarial é a interação entre os diversos elemen-
Cultura do poder tos constituintes da empresa. A relação e os vínculos entre
acionistas, administradores, trabalhadores e a parte física dessa
Todas as relações na empresa são baseadas no poder. Os
empresa.
resultados são muitas brigas internas à volta de posições e
A cultura empresarial é associada muitas vezes a práticas e
privilégios. Esta forma dura e competitiva de relacionamento
assusta muitos trabalhadores. comportamentos intrínsecos à empresa que determinam a forma e
as prioridades com que as coisas são efetuadas dentro da mesma.
Cultura de funções Para as empresas, é absolutamente fundamental entenderem
Muito habitual na função pública. Tarefas, competências a cultura vigente no ambiente externo onde se enquadram, ou pre-
e responsabilidades são detalhadas nos regulamentos e manuais. tendem vir a enquadrar, pois aquilo que funciona numa cultura
O principal problema desta cultura é o seu caráter inflexível e a não funciona garantidamente noutra.
discordância quando as tarefas se sobrepõem. Existe também um As dificuldades que muitas empresas encontram quando se
alto consumo de tempo na execução das mesmas. instalam noutros países ou regiões e adquirem ou se fundem com
outras empresas advêm, muitas das vezes, destas diferenças cul-
turais que impedem o seu bom funcionamento e a esperada maior
produtividade. Neste aspecto os europeus levam uma clara vanta-
gem em face de outros povos dada a enorme riqueza e diversidade
cultural que aí encontramos.

EXERCÍCIOS

1) FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário. Considere as se-


guintes assertivas referentes à cultura organizacional:
I. Negociar e fixar junto aos grupos componentes da estrutura
organizacional os valores e crenças compartilhados que deverão
sustentar o programa de cultura da organização.
II. Desenvolver as lideranças como referenciais de fixação dos
elementos culturais e multiplicadores internos.
III. Acompanhar e avaliar, quando possível, o processo
através de instrumentos de pesquisa de clima e de cultura
organizacional, recebendo o feedback e os subsídios necessários
para a introdução de eventuais ajustes.
a) I, III e V, apenas.
IV. Identificar os elementos que compõem o conjunto cultural
b) I, II, III e V,
da organização, de forma a cruzar o real e o desejado.
apenas. c) I, II e IV,
V. Analisar e diagnosticar o perfil cultural da empresa. apenas.
São elementos essenciais para a gestão de cultura em uma or- d) I, II e V,
ganização pública: apenas. e) I, II,
III, IV e V. 6) CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário. Ver texto
associado à questão.
2) FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário. Em relação à cultu- São níveis da cultura organizacional: artefatos observáveis,
ra organizacional, é correto afirmar que: valores e pressupostos básicos.
a) o nível visível da cultura é o de comportamento, enquanto ( ) Certo ( ) Errado
que no nível invisível estão os valores, as premissas e as convic-
ções. 7) Com relação à mudanças da cultura organizacional de uma
b) convicções e premissas são parte do nível visível da cultu- empresa, considere as afirmativas abaixo.
ra, enquanto que valores são parte do nível invisível. I. Elas são impossíveis, pois estas dependem de um consenso
c) valores, convicções e premissas fazem parte do nível visí- em todos os setores em relação à necessidade da mudança.
vel da cultura, e o comportamento, do nível invisível. II. Estas dependem essencialmente da transformação radical
d) valores e comportamento são parte do nível visível, e as dos pressupostos cognitivos da cultura da organização.
convicções e premissas integram o nível invisível. III. Elas devem focar inicialmente os produtos, as estruturas
e) as premissas e valores são parte do nível visível, e o com- e os sistemas da empresa que podem ser mais facilmente modifi-
cados.
portamento integra o nível invisível. IV. Estas são difíceis, mas não impossíveis, pois implicam em
modificar concepções que são arraigadas no pensamento e no
3) FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário. Os grupos po- comportamento das pessoas.
dem diferir em sua aparência e comportamento, no entanto, inte- V. Elas devem, em primeiro lugar, eliminar aqueles que detêm
riormente todos têm três elementos básicos: interação, atividades poder na organização, mas não se interessam pela mudança.
e: Estão corretas SOMENTE
a) recursos. a) I e V.
b) atitudes. b) II, IV e V.
c) sistemas. c) I, II e III.
d) sentimentos. d) I, II, III e V.
e) raciocínios. e) III e IV.

4) TJ-SC - 2011 - TJ-SC - Analista Administrativo. Quando 8) Com relação ao conceito de cultura organizacional é corre-
um colaborador é admitido em uma organização é desejável que to afirmar que ela
ele passe por um processo de “integração funcional”. Assinale a a) é o resultado de um acordo entre líderes e colaboradores
alternativa INCORRETA: que se expressa em normas formais que todos os membros da or-
a) No processo de integração funcional, a organização não ganização devem cumprir.
procura induzir e/ou alterar o comportamento do novo empregado b) se expressa através de rituais, mitos, hábitos e crenças
– pois isto é proibido por Lei. compartilhadas pelos membros de uma organização.
b) Integração funcional é uma espécie de cerimônia de ini- c) resulta de um longo processo de adaptação às influências
ciação e de aculturamento às práticas e filosofias predominantes ambientais. As mudanças na cultura da organização dependem de
na organização. mudanças nos fatores externos.
c) É a maneira pela qual a organização recebe os novos parti- d) expressa os valores e o estilo de ação dos seus líderes e são
cipantes e os integra à sua cultura organizacional. necessariamente incorporados pelos subordinados.
d) Objetiva fazer com que o novo participante aprenda e in- e) refere-se ao conjunto de competências, atribuições e tare-
corpore os valores, normas e padrões de comportamento da orga- fas que se expressam em normas e regulamentos, e definem o tipo
nização. de visão, missão e estratégias de uma organização.
e) Quanto mais rígida uma organização, tanto maior a neces-
9) Schein (1992) propõe que a cultura organizacional
sidade de um processo de integração mais demorado e capaz de
seja analisada sob três camadas: artefatos; valores
adaptar e ajustar o novo membro às expectativas da cultura pre-
compartilhados e pressuposições básicas.
dominante.
Os valores compartilhados
a) são pressuposições importantes, as quais devem ser seria-
5) Ver texto associado à questão.
mente consideradas pelos gestores de modo geral. Tais contribui-
O processo de socialização de novo funcionário é uma ções podem modificar positivamente o alcance dos resultados.
das formas de transmissão da cultura organizacional. b) indicam as verdades implícitas que o conjunto dos mem-
bros da corporação compartilha. Tais verdades surgem em decor-
( ) Certo ( ) Errado rência das experiências compartilhadas.
c) exercem funções essenciais no quadro funcional da organi-
zação. Tal processo pode representar um intenso mecanismo de mo-
tivação para as pessoas que se encontram inserido naquela cultura.
d) são os padrões de comportamento facilmente detectados
no trabalho cotidiano das pessoas da organização. Eles é que exer-
cem uma ligação com a ideia de que todos fazem parte de um gru-
po de trabalho.
e) modificam sobremaneira a maneira de pensar dos
( ) Certo ( ) Errado
colaboradores, que passam juntos a desenvolver crenças
idênticas e que favorecem a construção de uma identidade
corporativa. Esta identidade é que estabelecerá o tipo de cultura 11) FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário.
que a empresa desenvolverá. Com relação à cultura organizacional de uma empresa,
considere as afirmativas abaixo:
10) CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista – Psicologia. Ver texto
associado à questão. I. Artefatos são os indícios visíveis, materiais ou simbólicos,
A cultura da ausência do grupo de trabalho contribui mais para da cultura da empresa.
o absenteísmo que as políticas organizacionais de uma empresa. II. O terceiro nível da cultura corporativa são as crenças
in- conscientes nas quais todos os membros acreditam.
III. Premissas básicas são como os membros se comportam,
interagem e trabalham no cotidiano da organização. d) exerce maior influência sobre o desempenho e os resulta-
IV. Cerimônias e eventos são rituais, de caráter positivo ou dos da empresa do que os aspectos físicos, estruturais e estratégias
negativo, que reforçam as normas e enfatizam o que é importante organizacionais.
para a organização. e) dificulta a sobrevivência de uma organização no longo
V. O poder numa organização depende apenas do controle prazo, quando baseada em valores centrais que transcendem
das estruturas formais da organização. considerações econômicas.

Está correto o que se afirma SOMENTE em: 15) Valores, ritos, mitos e tabus são componentes
a) das variáveis estratégicas não controláveis.
a) I e IV. b) dos objetivos e metas.
b) II e III. c) do planejamento estratégico organizacional.
c) I, II, III e V. d) da gestão por competências.
d) I, II e IV. e) da cultura organizacional.
e) III, IV e V.
GABARITO
12) CESPE - 2010 - MPU - Analista Administrativo. Ver 1) E
texto associado à questão. 2) A
A cultura organizacional não comporta gerenciamento, dado 3) D
o descompasso, nas organizações, entre a situação real e a situa- 4) A
ção ideal. 5) C
6) C
( ) Certo ( ) Errado 7) E
8) B
13) Ver texto associado à questão 9) C
O ajustamento do novo empregado à cultura organizacional 10) E
da empresa é um dos objetivos a ser perseguido na etapa de orien- 11) D
tação das pessoas. 12) E
( ) Certo ( ) Errado 13) C
14) D
14) Em ambientes altamente competitivos, em que predomi- 15) E
nam a mudança e a incerteza, a cultura organizacional
a) representa aspectos irracionais profundamente enraizados
na organização que devem ser removidos.
b) deve ser tratada como mais um elemento do planejamento ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL,
estratégico da organização. VALORES E VIRTUDES
c) terá um impacto significativo sobre o desempenho econô-
mico da organização apenas no curto prazo.
A ética é composta por valores reais e presentes na socieda-
de, a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valo-
res apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar
em convivência humana se esses forem desconsiderados.
Entre tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor do
justo (componente ético do Direito).
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transfor-
mações sofridas pela sociedade através dos tempos
provocaram uma variação no conceito de ética, por outro, não é
possível negar que as questões que envolvem o agir ético sempre
estiveram presentes no pensamento filosófico e social.
Aliás, um marco da ética é a sua imutabilidade: a mesma
ética de séculos atrás está vigente hoje, por exemplo, respeitar ao
próximo nunca será considerada uma atitude antiética. Outra ca-
racterística da ética é a sua validade universal, no sentido de
delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem no
mundo. Não há uma ética conforme cada época, cultura ou
civilização: a ética é uma só, válida para todos eternamente, de
forma imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas
perspectivas a respeito de sua aplicação prática.
- A ética é uma disciplina normativa, não por criar
É possível dizer que as leis éticas dirigem o comportamento
normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo
humano e delimitam os abusos à liberdade, estabelecendo deveres
mostra às pessoas os valores e princípios que devem nortear
e direitos de ordem moral, sendo exemplos destas leis o respeito à sua existência.
dignidade das pessoas e aos princípios do direito natural, a - Ética é a doutrina do valor do bem e da conduta humana
exigência de solidariedade e a prática da justiça1. que tem por objetivo realizar este valor.
Outras definições contribuem para compreender o que signi- - A ética é justamente saber discernir entre o devido e o
fica ética: in- devido, o bom e o mau, o bem e o mal, o correto e o
- Ética é a ciência do comportamento adequado dos homens incorreto, o certo e o errado.
em sociedade, em consonância com a virtude. - A ética nos fornece as regras fundamentais da conduta
humana. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os usos e
abusos da liberdade.
- Ética é a doutrina do valor do bem e da conduta humana que No início do pensamento filosófico não prevalecia real distin-
o visa realizar. ção entre Direito e Moral, as discussões sobre o agir ético envol-
É difícil estabelecer um único significado para a palavra viam essencialmente as noções de virtude e de justiça,
ética, mas os conceitos acima contribuem para uma compreensão constituindo esta uma das dimensões da virtude. Por exemplo, na
geral de seus fundamentos, de seu objeto de estudo. Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre
vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, ligado ao de virtude.
chamada epsílon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita Aristóteles3, um dos principais filósofos deste momento
com a vogal longa, significa costume; porém, se escrita com a histórico, concentra seus pensamentos em algumas bases: a)
vogal breve, éthos, significa caráter, índole natural, definição do bem supremo como sendo a felicidade, que
temperamento, conjunto das disposições físicas e psíquicas de necessariamente ocorrerá por uma atividade da alma que leva ao
uma pessoa. Nesse segundo sentido, éthos se refere às princípio racional, de modo que a felicidade está ligada à virtude;
características pessoais de cada um, as quais determinam que b) crença na bondade humana e na prevalência da virtude sobre o
virtudes e que vícios cada indivíduo é capaz de praticar (aquele apetite; c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das
que possuir todas as virtudes possuirá uma virtude plena, agindo virtudes pela experiência e pelo hábito, isto é, pela prática
estritamente de maneira conforme à moral)2. constante; d) afastamento da ideia de que um fim pudesse ser bom
A ética passa por certa evolução natural através da história, se utilizado um meio ruim.
mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram com os
do passado permite perceber que ela é composta por valores religiosos. O homem viveria para conhecer, amar e servir a Deus,
comuns desde sempre consagrados. diretamente e em seus irmãos. Santo Tomás de Aquino 4, um dos
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Mo- principais filósofos do período, lançou bases que até hoje são in-
ral e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte vocadas quanto o tópico em questão é a Ética: a) consideração do
dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, hábito como uma qualidade que deverá determinar as
referindo-se exclusivamente ao regramento que determina a ação potências para o bem; b) estabelecimento da virtude como um
do indivíduo. hábito que sozinho é capaz de produzir a potência perfeita,
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela podendo ser intelectual, moral ou teologal - três virtudes que se
Moral ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente porque relacionam porque não basta possuir uma virtude intelectual,
enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização capaz de levar ao conhecimento do bem, sem que exista a virtude
efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “fi- moral, que irá controlar a faculdade apetitiva e quebrar a
losofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Moral é resistência para que se obedeça à razão (da mesma forma que
ação, Ética é reflexão. somente existirá plenitude virtuosa com a existência das
Em resumo: virtudes teologais); c) presença da mediania como critério de
- Ética - mais ampla - filosofia moral - reflexão determinação do agir virtuoso; d) crença na existência de quatro
- Moral - parte da Ética - realização efetiva e cotidiana dos virtudes cardeais - a prudência, a justiça, a temperança e a
valores - ação fortaleza.
No Iluminismo, Kant5 definiu a lei fundamental da razão pura
1 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do prática, que se resume no seguinte postulado: “age de tal modo que
Direito. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. a máxima de tua vontade possa valer-te sempre como
2 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São princípio de uma legislação universal”. Mais do que não fazer ao
Paulo: Ática, 2005. outro o que não gostaria que fosse feito a você, a máxima
prescreve que o homem deve agir de tal modo que cada uma de
suas atitudes reflita aquilo que se espera de todas as pessoas que
vivem em sociedade. Claro, o filósofo não nega que o homem
poderá ter alguma vontade ruim, mas defende que ele
racionalmente irá agir bem, pela prevalência de uma lei prática
máxima da razão que é o imperativo categórico. Por isso, o prazer
ou a dor, fatores geralmente relacionados ao apetite, não são aptos
para determinar uma lei prática, mas apenas uma máxima, de
modo que é a razão pura prática que determina o agir ético. Ou
seja, se a razão prevalecer, a escolha ética sempre será algo
natural.

3 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro


Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2006.
4 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução
Aldo Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e
Fidel García Rodríguez. Coordenação Geral Carlos-Josaphat
Pinto de Oliveira. Edição Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola,
2005. v. IV, parte II, seção I, questões 49 a 114.
5 KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução
Paulo Barrera. São Paulo: Ícone, 2005.
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, defendeu
Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, consideradas
que o homem ético é aquele que compõe a sociedade e busca
suas graves consequências, o pensamento filosófico ganhou
torná-la mais justa
novos rumos, retomando aspectos do passado, mas reforçando
e adequada ao ideário cristão; assim, a atitude ética deve ser
a dimensão coletiva da ética. Maritain 6, um dos redatores da
con- siderada de maneira coletiva, como impulsora da
sociedade justa, embora partindo da pessoa humana
individualmente considerada como um ser capaz de agir No campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram
conforme os valores morais. a partir do final do século XIX sustentavam que só é direito
Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínseca na aquilo que o poder dominante determina. Ética, valores humanos,
do conceito de ética, embora sempre tenha estado presente, justiça são considerados elementos estranhos ao direito,
com maior ou menor intensidade dependendo do momento, extrajurídicos. Pensavam com isso construir uma ciência pura do
possuiu diversos enfoques ao longo dos tempos. Pode-se direito e garantir a segurança das sociedades.9
considerar que do pensamento grego até o Renascimento a justiça Atualmente, entretanto, é quase universal a retomada dos es-
foi vista como uma virtude, não como uma característica do tudos e exigências da ética na vida pública e na vida privada, na
Direito. Por sua vez, no Renascimento, o conceito de Ética foi administração e nos negócios, nas empresas e na escola, no espor-
bifurcado, remetendo-se a Moral para o espaço privado e te, na política, na justiça, na comunicação. Neste contexto, é rele-
remanescendo a justiça como elemento ético do espaço público, vante destacar que ainda há uma divisão entre a Moral e o Direito,
no entanto, como se denota pela teoria de Maquiavel 7, o justo que constituem dimensões do conceito de Ética, embora a tendên-
naquele tempo era tido como o que o soberano impunha (o rei cia seja que cada vez mais estas dimensões se juntem,
poderia fazer o que bem entendesse e utilizar quaisquer meios, caminhando lado a lado.
desde que visasse um único fim, qual seja o da manutenção do Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns autores, entre
poder). Posteriormente, no Iluminismo, retomou-se a discussão eles Radbruch e Del Vechio são partidários de uma dicotomia
da justiça como um elemento similar à Moral, mas inerente ao rigorosa, na qual a Ética abrange apenas a Moral e o Direito.
Direito, por exemplo, Kant8 defendeu que a ciência do direito Contudo, para autores como Miguel Reale, as normas dos
justo é aquela que se preocupa com o conhecimento da legislação costumes e da etiqueta compõem a dimensão ética, não
e com o contexto social em que ela está inserida, sendo que sob o possuindo apenas caráter secundário por existirem de forma
aspecto do conteúdo seria inconcebível que o Direito prescrevesse autônoma, já que fazem parte do nosso viver comum.10
algo contrário ao imperativo categórico da Moral kantiana; sem Em resumo:
falar em Locke, Montesquieu e Rousseau, que em comum - Posição 1 - Radbruch e Del Vechio - Ética = Moral + Direito
defendiam que o Estado era um mal necessário, mas que o - Posição 2 - Miguel Reale - Ética = Moral + Direito + Cos-
soberano não possuía poder divino/absoluto, sendo suas ações tumes
limitadas pelos direitos dos cidadãos submetidos ao regime Para os fins da presente exposição, basta atentar para o binô-
estatal. Tais pensamentos iluministas não foram plenamente mio Moral-Direito como fator pacífico de composição da
seguidos, de forma que firmou-se a teoria jurídica do positivismo, Ética. Assim, nas duas posições adotadas, uma das vertentes da
pela qual Direito é apenas o que a lei impõe (de modo que se uma Ética é a Moral, e a outra é o Direito.
lei for injusta nem por isso será inválida), que somente foi Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações
abalada após o fim trágico da 2ª Guerra Mundial e a consolidação entre o Direito e a Moral se esforçam em distingui-los, nos
de um sistema global de proteção de direitos humanos (criação da seguintes termos: o direito rege o comportamento exterior, a
ONU + declaração universal de 1948). Com o ideário humanista moral enfatiza a intenção; o direito estabelece uma correlação
consolidou-se o Pós-positivismo, que junto consigo trouxe uma entre os direitos e as obrigações, a moral prescreve deveres que
valorização das normas principiológicas do ordenamento não dão origem a direitos subjetivos; o direito estabelece
jurídico, conferindo-as normatividade. obrigações sancionadas pelo Poder, a moral escapa às sanções
Assim, a concepção de uma base ética objetiva no comporta- organizadas. Assim, as principais notas que distinguem a Moral
mento das pessoas e nas múltiplas modalidades da vida social foi do Direito não se referem propriamente ao conteúdo, pois é
esquecida ou contestada por fortes correntes do pensamento mo- comum que diretrizes morais sejam disciplinadas como normas
derno. Concepções de inspiração positivista, relativista ou cética jurídicas.11
e políticas voltadas para o homo economicus passaram a descon- Com efeito, a partir da segunda metade do século XX (pós-
siderar a importância e a validade das normas de ordem ética no -guerra), a razão jurídica é uma razão ética, fundada na
campo da ciência e do comportamento dos homens, da sociedade garantia da intangibilidade da dignidade da pessoa humana, na
da economia e do Estado. aquisição da igualdade entre as pessoas, na busca da efetiva
liberdade, na realização da justiça e na construção de uma
consciência que preserve integralmente esses princípios.
6 MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Assim, as principais notas que distinguem Moral e Direito
Tradução Afrânio Coutinho. 4. ed. São Paulo: Dominus são:
Editora S/A, 1962. a) Exterioridade: Direito - comportamento exterior, Moral -
7 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro comportamento interior (intenção);
Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2007. b) Exigibilidade: Direito - a cada Direito pode se exigir uma
8 KANT, Immanuel. Doutrina do Direito. Tradução obrigação, Moral - agir conforme a moralidade não garante direi-
Edson Bini. São Paulo: Ícone, 1993. tos (não posso exigir que alguém haja moralmente porque
também agi);

9 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução


João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
10 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.
11 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria
Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
aplicada pelo Estado.
c) Coação: Direito - sanções aplicadas pelo Estado; Moral -
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e
sanções não organizadas (ex: exclusão de um grupo social). Em
caso ele se encontre transposto para uma norma jurídica, gera
outras palavras, o Direito exerce sua pressão social a partir
coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar
do centro ativo do Poder, a moral pressiona pelo grupo social não
uma lei ética não significa excluir a sua validade. Por
organizado. ATENÇÃO: tanto no Direito quando na Moral
exemplo, matar al- guém não torna matar uma ação
existem sanções, elas somente são aplicadas de forma diversa,
correta, apenas gera a punição daquele que cometeu a
sendo que somente o Direito aceita a coação, que é a sanção
violação. Neste sentido, explica Reale12: “No plano das normas
éticas, a contradição dos fatos não anula a validez dos preceitos: às Normas do Direito Brasileiro é expressa no sentido de aceitar a
ao contrário, exatamente porque a normatividade não se aplicação dos princípios gerais do Direito (artigo 4°).13
compreende sem fins de validez objetiva e estes têm sua fonte na É inegável que o Direito possui forte cunho axiológico,
liberdade espiritual, os insucessos e as violações das normas diante da existência de valores éticos e morais como diretrizes do
conduzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à concreta ordenamento jurídico, e até mesmo como meio de aplicação da
afirmação da ordenação normativa”. norma. Assim, perante a Axiologia, o Direito não deve ser
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, interpretado somente sob uma concepção formalista e positivista,
mas a primeira é mais abrangente que a segunda, porque sob pena de provocar violações ao princípio que justifica a sua
pode abarcar outros elementos, como o Direito e os criação e estruturação: a justiça.
costumes. Todas as regras éticas são passíveis de alguma sanção, Neste sentido, Montoro entende que o Direito é uma ciência
sendo que as incorporadas pelo Direito aceitam a coação, que é a normativa ética: “A finalidade do direito é dirigir a conduta hu-
sanção aplicada pelo Estado. Sob o aspecto do conteúdo, muitas mana na vida social. É ordenar a convivência de pessoas
das regras jurídicas são compostas por postulados morais, isto é, humanas.
envolvem os mesmos valores e exteriorizam os mesmos É dar normas ao agir, para que cada pessoa tenha o que lhe é
princípios. devi- do. É, em suma, dirigir a liberdade, no sentido da justiça.
A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida Insere-se, portanto, na categoria das ciências normativas do agir,
também denominadas ciências éticas ou morais, em sentido
como axiologia, do grego άξιος “valor” + λόγος “estudo,
amplo. Mas o Direito se ocupa dessa matéria sob um aspecto
tratado”. Por isso, a axiologia também é chamada de teoria dos
especial: o da justiça”.
valores. Daí valores e princípios serem componentes da ética sob A formação da ordem jurídica, visando a conservação e o
o aspecto da exteriorização de suas diretrizes. Em outras palavras, progresso da sociedade, se dá à luz de postulados éticos. O
a mensagem que a ética pretende passar se encontra Direito criado não apenas é irradiação de princípios morais como
consubstanciada num conjunto de valores, para cada qual também força aliciada para a propagação e respeitos desses
corresponde um postulado chamado princípio. princípios.
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um estudo Um dos principais conceitos que tradicionalmente se relacio-
dos padrões de valores dominantes na sociedade, que revelam na à dimensão do justo no Direito é o de lei natural. Lei natural
princípios básicos. Valores e princípios, por serem elementos que é aquela inerente à humanidade, independentemente da norma im-
permitem a compreensão da ética, também se encontram posta, e que deve ser respeitada acima de tudo. O conceito de lei
presentes no estudo do Direito, notadamente desde que a posição natural foi fundamental para a estruturação dos direitos dos ho-
dos juristas passou a ser mais humanista e menos positivista (se mens, ficando reconhecido que a pessoa humana possui direitos
preocupar mais com os valores inerentes à dignidade da pessoa inalienáveis e imprescritíveis, válidos em qualquer tempo e lugar,
humana do que com o que a lei específica determina). que devem ser respeitados por todos os Estados e membros da so-
Os juristas, descontentes com uma concepção positivista, es- ciedade.14
tadística e formalista do Direito, insistem na importância do ele- O Direito natural, na sua formulação clássica, não é um con-
junto de normas paralelas e semelhantes às do Direito
mento moral em seu funcionamento, no papel que nele desempe-
positivo. Mas é o fundamento do Direito positivo. É constituído
nham a boa e a má-fé, a intenção maldosa, os bons costumes e
por aquelas normas que servem de fundamento a este, tais como:
tantas outras noções cujo aspecto ético não pode ser desprezado. “deve se fazer o bem”, “dar a cada um o que lhe é devido”, “a
Algumas dessas regras foram promovidas à categoria de princí- vida social deve ser conservada”, “os contratos devem ser
pios gerais do direito e alguns juristas não hesitam em considerá- observados” etc., normas essas que são de outra natureza e de
-las obrigatórias, mesmo na ausência de uma legislação que lhes estrutura diferente da do Direito positivo, mas cujo conteúdo é a
concedesse o estatuto formal de lei positiva, tal como o princípio ele transposto, notadamente na Constituição Federal.15
que afirma os direitos da defesa. No entanto, a Lei de Introdução Importa fundamentalmente ao Direito que, nas relações
sociais, uma ordem seja observada: que seja assegurada a cada um
12 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: aquilo que lhe é devido, isto é, que a justiça seja realizada.
Saraiva, 2002. Podemos dizer que o objeto formal, isto é, o valor essencial, do
direito é a justiça.
No sistema jurídico brasileiro, estes princípios jurídicos fun-
damentais de cunho ético estão instituídos no sistema constitucio-
nal, isto é, firmados no texto da Constituição Federal. São os prin-
cípios constitucionais os mais importantes do arcabouço jurídico
nacional, muitos deles se referindo de forma específica à ética no
setor público. O mais relevante princípio da ordem jurídica bra-
sileira é o da dignidade da pessoa humana, que embasa todos os
demais princípios jurídico-constitucionais (artigo 1°, III, CF).

13 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria


Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
14 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos:
um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia.
das Letras, 2009.
15 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do
Direito. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
A Moral é composta por diversos valores - bom, correto,
Claro, o Direito não é composto exclusivamente por postu-
pru- dente, razoável, temperante, enfim, todas as qualidades
lados éticos, já que muitas de suas normas não possuem qualquer
esperadas daqueles que possam se dizer cumpridores da
cunho valorativo (por exemplo, uma norma que estabelece um
prazo de 10 ou 15 dias não tem um valor que a acoberta). moral. É impossível esgotar um rol de valores morais, mas
Contudo, o é em boa parte. nem ao menos é preciso: basta um olhar subjetivo para
compreender o que se espera, num caso concreto, para que se Em resumo, valor é a característica genérica que compõe
consolide o agir moral - bom senso que todos os homens possuem de alguma forma a ética (bondade, solidariedade, respeito...) ao
(mesmo o corrupto sabe que está con- trariando o agir esperado passo que princípio é a diretiva de ação esperada daquele que
pela sociedade, tanto que esconde e nega sua conduta, atende cer- to valor ético (p. ex., não fazer ao outro o que não
geralmente). Todos estes valores morais se consolidam em
gostaria que fos- se feito a você é um postulado que exterioriza o
princípios, isto é, princípios são postulados determinantes dos
valores morais consagrados. valor do respeito; tratar a todos igualmente na medida de sua
Segundo Rizzatto Nunes16, “a importância da existência e do igualdade é o postulado do princípio da igualdade que reflete os
cumprimento de imperativos morais está relacionada a duas ques- valores da solidariedade
tões: a) a de que tais imperativos buscam sempre a realização do e da justiça social). Por sua vez, virtude é a característica que a
Bem - ou da Justiça, da Verdade etc., enfim valores positivos; b) a pessoa possui coligada a algum valor ético, ou seja, é a aptidão
possibilidade de transformação do ser - comportamento repetido e para agir conforme algum dos valores morais (ser bondoso,
durável, aceito amplamente por todos (consenso) - em dever ser, ser solidário, ser temperante, ser magnânimo).
pela verificação de certa tendência normativa do real”. Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são ele-
Quando se fala em Direito, notadamente no direito constitu- mentos constantemente correlatos, que se complementam e estru-
cional e nas normas ordinárias que disciplinam as atitudes espe- turam, delimitando o modo de agir esperado de todas as pessoas
radas da pessoa humana, percebem-se os principais valores mo- na vida social, bem como preconizando quais os nortes para a
rais consolidados, na forma de princípios e regras expressos. Por atuação das instituições públicas e privadas. Basicamente, a ética
exemplo, quando eu proíbo que um funcionário público é composta pela Moral e pelo Direito (ao menos em sua parte
receba uma vantagem indevida para deixar de praticar um ato de principal), sendo que virtudes são características que aqueles que
interesse do Estado, consolido os valores morais da bondade, da agem conforme a ética (notadamente sob o aspecto Moral)
justiça e do respeito ao bem comum, prescrevendo a respectiva possuem, as quais exteriorizam valores éticos, a partir dos quais é
norma. possível extrair postulados que são princípios.
Uma norma, conforme seu conteúdo mais ou menos amplo,
pode refletir um valor moral por meio de um princípio ou de uma
regra. Quando digo que “todos são iguais perante a lei [...]” (art.
5°, caput, CF) exteriorizo o valor moral do tratamento digno a to- NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL
dos os homens, na forma de um princípio constitucional (princí- E PROFISSIONAL
pio da igualdade). Por sua vez, quando proíbo um servidor
público de “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, A ética está presente em todas as esferas da vida de um indi-
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal víduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para a ma-
vantagem” (art. 317, CP), estabeleço uma regra que traduz os nutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos
valores morais da solidariedade e do respeito ao interesse grande parte deles) obedeçam os ditames éticos consolidados. A
coletivo. obediência à ética não deve se dar somente no âmbito da vida
Conforme Alexy17, a distinção entre regras e princípios é uma particular, mas também na atuação profissional, principalmente se
distinção entre dois tipos de normas, fornecendo juízos concretos tal atuação se der no âmbito estatal. Inclusive, atualmente a ação
para o dever ser. A diferença essencial é que princípios são conforme a ética não é só esperada dos indivíduos nas esferas
normas de otimização, ao passo que regras são normas que privada e profissional, mas das próprias empresas e do Estado.
são sempre satisfeitas ou não. Se as regras se conflitam, uma será Houve um tempo em que o objetivo de obter lucro por parte
válida e outra não. Se princípios colidem, um deles deve ceder, das empresas era tão predominante que eram ultrapassados todos
embora não perca sua validade e nem exista fundamento em uma os limites éticos. De início, retomando a Revolução
cláusula de exceção, ou seja, haverá razões suficientes para que Industrial, notam-se cenários de desmazelo para com os
em um juízo de sopesamento (ponderação) um princípio trabalhadores, ora submetidos a jornadas intermináveis e
prevaleça. Enquanto adepto da adoção de tal critério de perigosas, sem qualquer direito para o caso de imprevistos e
equiparação normativa entre regras e princípios, o jurista alemão acidentes. Daí terem surgido os direitos sociais, que colocaram o
primeiro limite à atuação das em- presas, demonstrando que
Robert Alexy é colocado entre os nomes do pós-positivismo.
mesmo elas deveriam respeitar alguns ditames éticos.18
Em outros aspectos alheios à relação de emprego, por muito
16 NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual de introdução tempo predominou o poderio econômico das empresas em detri-
ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. mento do bem comum social. Fala-se nas áreas de direitos difusos
17 ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. e coletivos, notadamente direito ambiental e direito do consumi-
Tradução Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, dor. Antes, era aceito que em nome do lucro as empresas poluís-
2011. sem à vontade o planeta, bem como violassem os direitos dos
consumidores de seus produtos e serviços. Com o
desenvolvimento da tutela dos direitos difusos e coletivos ficou
ainda mais evidente a dimensão ética inerente às empresas.

18 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso


Lafer. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
trabalhadores, também causou um processo de degradação e
“Os valores tradicionais da sociedade contemporânea moder-
devastação jamais visto dos recursos naturais”19.
na foram sendo sobrepujados em correlação direta com a evolu-
Enfim, no contexto em que as empresas começaram a se
ção da sociedade industrial e a aceleração do ritmo do sistema de
for- talecer no mundo clamava-se pela liberdade de
produção, franqueado pela descoberta de novas fontes
contratação, de compra e venda de produtos, sem se
energéticas. Desenvolve-se a economia de mercado, baseada na
preocupar muito com as consequências que isto traria para o
livre iniciativa e no acúmulo de capital, produzindo
outro e para o mundo. Trata-se da política do liberalismo, pela
concomitantemente dois fenômenos que vão exigir uma nova
qual o particular poderia fazer o que bem entendesse sem a
postura do Direito – a questão social e a questão ambiental –, pois
intervenção do Estado. Após, compreendeu-se que o Estado
o modelo capitalista de produção, ao mesmo tempo que provocou
não poderia se manter alheio a este contexto, de modo
a degradação da qualidade de vida e da saúde da grande massa de
que deveria garantir a liberdade das empresas, mas em
contrapartida estas deveriam respeitar os ditames éticos, ou seja, As empresas socialmente responsáveis são aquelas que pos-
cumprir com sua responsabilidade social. suem a capacidade de ouvir os interesses de todas as partes (acio-
Logo, ética empresarial é o comportamento da empresa en- nistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consu-
tendida lucrativa quando age de conformidade com os princípios midores, comunidade, governo e meio ambiente) e
morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade. conseguem incorporá-los no planejamento de suas atividades,
Ética empresarial diz respeito a regras, padrões e princípios promovendo assim, o desenvolvimento social de sua
morais sobre o que é certo ou errado em situações específicas. corporação baseada em princípios éticos elevados e na busca da
O comportamento ético é a única maneira de obtenção de lu- qualidade de suas relações. Estas empresas estão mais bem
cro com respaldo moral. A sociedade tem exigido que a empresa preparadas para assegurar a sustentabilidade por conhecerem as
sempre vele pela ética nas relações com seus clientes, fornecedo-
novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial. 21
res, competidores, empregados, governo e público em geral.
“Responsabilidade social pode ser definida como o compro-
As empresas precisam ter um comportamento ético tanto
misso que uma organização deve ter para com a sociedade,
dentro quanto fora da empresa, com isso é possível que os
expresso por meio de atos e atitudes que a afetem
produtos fiquem mais baratos sem que se perca em qualidade.
Além disso, evidenciam o comportamento ético da empresa o não positivamente, de modo mais amplo, ou a alguma
pagamento de subornos ou de compensações indevidas. comunidade, de modo mais específico na sociedade e a sua
O importante é que se uma empresa age de forma ética, pode prestação de contas para com ela.
estabelecer normas de condutas para que seus dirigentes e empre- A organização, nesse sentido, assume obrigações de caráter moral,
gados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação, isto é, que além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente
respeitem os preceitos éticos. vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o
Agir de acordo com a ética profissional é a obrigação que a desenvolvimento sustentável dos povos. Assim, numa visão
empresa assume com a sociedade, que inclui expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que
responsabilidades econômicas e legais. As responsabilidades possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
éticas são definidas como comportamento ou atividades que a sociedade”.22
sociedade espera das empresas. Logo, a responsabilidade social é também aplicada à gestão dos
“A empresa capitalista é, em última análise, uma organização negócios e se traduz como um compromisso ético voltado para
produtora de lucros; é esse o seu objetivo final. Esta instituição a criação de valores para todos os públicos com os quais a empre-
jamais poderá renunciar a sua finalidade lucrativa. Contudo, as sa se relaciona: clientes, funcionários, fornecedores, comunidade,
empresas acabam sendo hoje tão responsáveis quanto o Estado no acionistas, governo, meio ambiente. A responsabilidade social
que diz respeito a assegurar direitos individuais do cidadão. A empresarial é um movimento crescente no Brasil e no mundo, que
ênfase está na atualidade em melhorar não apenas o aspecto tem na adesão voluntária das empresas a sua maior força.
econômico, mas também o social, bem como a comunidade na Para um melhor entendimento uma empresa é uma
qual está inserida, o que acaba trazendo benefícios para ambas as organização particular, governamental, ou de economia mista, que
partes”20. produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de obter
lucros. No caso do Banco do Brasil, tem-se uma sociedade de
19 PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos economia mista, sendo assim pessoa jurídica de direito privado
constitucionais do direito ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: que possui participação estatal (mais especificadamente da
Campus Jurídico Elsevier, 2010. União). Então, o Banco do Brasil, como toda empresa, pode atuar
20 ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo; MICHELAN, buscando lucros, desde que respeite os limites éticos em sua
Taís Cristina de Camargo. Função Social da Empresa. Direito – atividade.
USF. Bragança Paulista, v. 14, p. 87-90, jul./dez. 2000. O Banco do Brasil é uma instituição composta por pessoas,
não sendo um ente autônomo que funcione sem aparelhamento de
pessoa. Logo, é um arranjo formulado pelos homens para organi-
zar a sociedade de disciplinar o poder visando que todos possam
se realizar em plenitude, atingindo suas finalidades particulares.
Como visto, ele possui um valor ético devido à ética empre-
sarial, de modo que sua atuação deve se guiar pela moral idônea.
Mas não é propriamente o Banco que será aético, porque
ele é composto por homens. Assim, falta ética ou não aos homens
que o compõem e escolhem as políticas e diretrizes que serão por
ele seguidas. Ou seja, o bom comportamento profissional do
funcionário é uma questão ligada à ética empresarial, pois se os
homens que compõem a estrutura do Estado tomam uma atitude
correta perante os ditames éticos há uma ampliação e uma
consolidação do valor ético da instituição.

21 ETHOS. Indicadores Ethos de


Responsabilidade Social Empresarial. Apresentação da
Versão 2000. Disponível em :
<http://www.oecd.org/dataoecd/56/11/1922148.pdf>. Acesso em:
27 out. 2010.
22 ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade
social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2003.
Não se trata do simples respeito à moral social: a
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exer-
obrigação ética no setor público vai além e encontra-se
cem, o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos
disciplinada em detalhes na legislação, tanto na esfera
de Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso
constitucional (notadamente no artigo 37) quanto na ordinária
das profissões relacionadas à esfera pública, esta exigência se am-
(em que se destaca a Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbidade
plia.
Administrativa, a qual traz um amplo conceito de funcionário Segundo Nalini23, o princípio fundamental seria o de agir de
público no qual podem ser incluídos os servidores do Banco do acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acordo
Brasil). Ocorre que o funcionário de uma instituição
com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como
financeira da qual o Estado participe de certo modo exterioriza os
valores estatais, sendo que o Estado é o ente que possui a maior princípios específicos:
necessidade de respeito à ética. Por isso, o servidor além de poder - Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na
incidir em ato de improbidade administrativa (cível), poderá vida pública e na vida particular.
praticar crime contra a Administração Pública (penal). Então, a - Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da
ética profissional daquele que serve algum interesse estatal deve melhor maneira esperada em sua profissão e fora dela, com
ser ainda mais consolidada. técnica, justiça e discrição.
Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao menos - Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular fun-
dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da disciplina ções incompatíveis.
da Ética no Setor Público a expressão é adotada num sentido - Princípio da correção profissional - atuação com transparên-
estrito - ética corresponde ao valor do justo, previsto no Direito cia e em prol da justiça.
vigente, o qual é estabelecido com um olhar atento às prescrições - Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os
da Moral para a vida social. Em outras palavras, quando se demais operadores do Direito querem a mesma coisa, realizar a
fala em ética no âmbito dos interesses do Estado não se deve justiça.
pensar apenas na Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas - Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas
que a regulamentam, o que permite a aplicação de sanções. Veja o funções.
organograma: - Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para
buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dota-
do de atributos personalíssimos e intransferíveis, sendo escolhido
por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele
que busca o serviço e o profissional é de confiança.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos
valores constitucionais, à verdade, à transparência.
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia
no exercício da profissão do operador do Direito não deve impedir
o caráter ético.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as in-
formações que acessa no exercício da profissão.
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de
forma correta, com lealdade processual.
Logo, as regras éticas do setor público são mais do que regu- - Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional
lamentos morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis de do Direito é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão.
coação. A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza - Outros princípios éticos, como informação,
ato de improbidade administrativa, sujeitando o servidor às penas solidariedade, cidadania, residência, localização, continuidade
previstas em lei. Da mesma forma, o seu comportamento em da profissão, liberdade profissional, função social da profissão,
relação ao Código de Ética pode gerar benefícios, como severidade consigo mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e
promoções, e prejuízos, como censura e outras penas tolerância.
administrativas. A disciplina constitucional é expressa no sentido Em suma, respeitar a ética profissional é ter em mente os
de prescrever a moralidade como um dos princípios fundadores princípios éticos consagrados em sociedade, fazendo com que
da atuação da administração pública direta e indireta, bem como cada atividade desempenhada no exercício da profissão
outros princípios correlatos. Assim, o Estado brasileiro deve se exteriorize tais postulados, inclusive direcionando os rumos da
conduzir moralmente por vontade expressa do constituinte, sendo ética empresarial na escolha de diretrizes e políticas institucionais.
que à imoralidade administrativa aplicam-se sanções.
Em geral, as diretivas a respeito da ética profissional podem
ser bem resumidas em alguns princípios basilares, os quais exte-
riorizam a ação esperada das pessoas no exercício das funções. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS
PÚBLICAS E PRIVADAS

Gestão é a ação de gerir, de administrar. Significa cuidar para


que a empresa atinja suas metas e se desenvolva adequadamente.
Hoje não é mais aceita a administração que não respeite os
ditames éticos, razão pela qual toda gestão deve ser ética, tanto
nas empresas públicas quanto nas privadas.

23 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed.


São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
não acredite que existe ética nos negócios. Isso significa que ele
Assim, a valorização da ética na gestão por meio do estabele-
é desonesto em seus negócios com você? Isso significa que
cimento de uma adequada infraestrutura de gestão da ética é uma
ele é suscetível de dar-lhe um produto defeituoso se ele puder
dimensão necessária para tornar a empresa não só eficiente
se esqui- var de punições e ter mais lucro? Se ele realmente
quanto aos resultados mas também democrática no que se refere
acredita no que diz, você não seria um tolo de firmar negócios
ao modo pelo qual esses resultados são alcançados, algo essencial
com ele? O fato de que ele acha que não há ética nos
principal- mente se ela desempenha algum interesse do Estado.
negócios não indica que ele é realmente apenas uma pessoa
Considere as repercussões das atitudes de um empresário que
sem escrúpulos? O ditado antigo e desgastado é bem-vindo
aqui. A ética empresarial é uma ideia cujo tempo fez chegar. Além
disso, muitas vezes boa ética é bom negócio, e se em raras vezes Para que se efetive uma gestão ética é relevante adotar
boa ética não é um bom negócio então por isso se deverá adiar o determinadas políticas empresariais. Afinal, a empresa é um corpo
que é certo apenas para lucrar? Assim, ser ético geralmente traz imenso, dificilmente controlado plenamente por uma única
boas consequências para os negócios, além do que atende aos fins pessoa. Daí a importância de que cada qual conheça as ações que
almejados pela atividade empresarial, que é o benefício da a empresa espera dele no exercício das funções e de que a
sociedade.24 sociedade tenha um mecanismo para oferecer críticas e sugestões:
Com efeito, cria-se um modelo de empresa consciente, vol- a) Elaboração de códigos de ética: é um instrumento de
tada não apenas para a busca de lucro, mas principalmente para a gestão da ética nas empresas porque exterioriza o agir esperado de
promoção do bem-estar, da redução das desigualdades, da respon- seus colaboradores, inclusive funcionários. Havendo o
sabilidade social e do equilíbrio ambiental. Para tanto, são políti- conhecimento das diretivas éticas empresariais é natural que as
cas de gestão ética que permitem a efetivação do ideário ético na violações a elas diminuam, pois cada um irá controlar seu próprio
administração das empresas: comportamento para respeitá-las. A ausência de um código de
- Reforço da transparência no relacionamento com ética pode deixar dúvidas nos funcionários e nos colaboradores a
colaboradores, clientes, parceiros, fornecedores, comunidade: respeito da melhor maneira de agir. Por isso, o Banco do Brasil é
para que uma empresa seja bem vista por parte da sociedade deve uma instituição que elaborou um Código de Ética, o qual será
exteriorizar suas ações e políticas, deixando claro o compromisso
estudado no tópico seguinte.
ético para que a confiabilidade nela se amplie. Por transparência
b) Canal de dúvidas e central de denúncias: contribui para o
entende-se a ausência de ocultação a respeito do modo como a
aperfeiçoamento ético da empresa a existência de um mecanismo
empresa é gerida e como o lucro é obtido.
de acesso por parte da sociedade, informando falhas, elaborando
- Promoção da equidade por meio do tratamento justo e igua-
críticas e efetuando sugestões. Daí a necessidade de existir uma li-
litário de todos os envolvidos no processo de administração da
nha telefônica ou e-mail corporativo dedicado a esclarecer
empresa: a impessoalidade é fundamento para a transparência
dúvidas sobre conduta ética no dia-a-dia e a informar violações
ética de uma empresa, na qual prevaleça a meritocracia, ou seja,
por parte de funcionários.
na qual os administradores e funcionários mais competentes
O administrador que busca efetuar uma gestão ética se guia por
sejam valorizados e recebam promoções na carreira. Daí a
determinados mandamentos de ação, os quais valem tanto para
importância de instrumentos como os planos de carreira.
- Responsabilização de colaboradores que adotarem atitudes a esfera pública quanto para a privada, embora a punição dos que
antiéticas: aceitar práticas antiéticas por parte daqueles que violam ditames éticos no âmbito do interesse estatal seja mais ri-
desempenhem alguma atividade para a empresa é, por si só, uma gorosa.
atitude contrária à ética empresarial. Por isso, devem ser afastadas Neste sentido, destacam-se os dez mandamentos da gestão éti-
parcerias com colaboradores que não compartilhem do mesmo ca nas empresas públicas:
ideário ético da empresa. PRIMEIRO: “Amar a verdade, a lealdade, a probidade e a
- Suporte à responsabilidade corporativa, com ações que vi- responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal”.
sam a perenidade das organizações (visão de longo prazo, susten- - Significa desempenhar suas funções com transparência, de
tabilidade): a gestão ética tem um caráter de visão a longo prazo, forma honesta e responsável, sendo leal à instituição. O funcio-
confiando que determinadas políticas que a princípio serão nário deve se portar de forma digna, exteriorizando virtudes em
custosas refletirão numa maior qualidade de prestação de suas ações.
serviços e numa maior confiabilidade na empresa que o SEGUNDO: “Respeitar a dignidade da pessoa humana.”
presta. Políticas voltadas à sustentabilidade são cada vez mais - A expressão “dignidade da pessoa humana” está
relevantes e o custo delas se reverte em bem para a coletividade. estabelecida na Constituição Federal Brasileira, em seu art. 3º, III,
A gestão da sustentabilidade se inclui como uma das facetas da como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Ao
gestão ética voltada a longo prazo e à construção de uma adotar um significado mínimo apreendido no discurso
sociedade mais saudável, a qual será estudada no último tópico antropocentrista do humanismo, a expressão valoriza o ser
desta apostila. humano, considerando este o centro da criação, o ser mais
elevado que habita o planeta, o que justifica a grande
24 DUSKA, Ronald F. Contemporary reflections on consideração pelo Estado e pelos outros seres humanos na sua
business ethics. EUA: Springer, 2007. generalidade em relação a ele. Respeitar a dignidade da pessoa
humana significa tomar o homem como valor-fonte para todas as
ações e escolhas, inclusive na atuação empresarial.
TERCEIRO: “Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e
na apreciação do mérito dos subordinados.”
- Retoma-se a questão dos planos de carreira, que exteriori-
zam a imparcialidade e a impessoalidade na escolha dos que de-
verão ser promovidos, a qual se fará exclusivamente com base no
mérito. Não se pode tomar questões pessoais, como desavenças
ou afinidades, quando o julgamento se faz sobre a ação de um
funcionário - se agiu bem, merece ser recompensado; se agiu mal,
deve ser punido.
QUARTO: “Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e,
também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
missão institucional.”
a hierarquia, seus colegas e cada concidadão, colaborando e
- A missão institucional envolve a obtenção de lucros,
aceitando colaboração.”
em regra, mas sempre aliada à promoção da ética. Na missão
- Existe uma hierarquia para que as funções sejam
institucional serão estabelecidas determinadas metas para a
desempe- nhadas da melhor maneira possível, pois a
empresa, que deverão ser buscadas pelos funcionários. Para tanto,
desordem não permite que as atividades se encadeiem e se
cada um deve se preocupar com o aperfeiçoamento de suas
enlacem, gerando perda de tempo e desperdício de recursos.
capacidades, tornando-se paulatinamente um melhor funcionário,
Não significa que ordens contrá- rias à ética devam ser
por exemplo, buscando cursos e estudando técnicas.
obedecidas, caso em que a medida cabível
QUINTO: “Acatar as ordens legais, não ser negligente
é levar a questão para as autoridades responsáveis pelo
e trabalhar em harmonia com a estrutura do órgão, respeitando
controle da ética da instituição. Cada atividade deve ser
desempenhada da melhor maneira possível, isto é, não se pode NONO: “Agir dentro da lei e da sua competência, atento à
deixar de praticá-la corretamente por ser mais trabalhoso (por finalidade do serviço público.”
negligência entende-se uma omissão perigosa). No tratamento dos
- Não basta cumprir o Direito, é preciso respeitar a divisão de
demais colegas e do público, o funcionário deve ser cordial e
funções feitas com o objetivo de otimizar as atividades desempe-
ético, posto que somente assim estará contribuindo para a gestão
nhadas.
ética da empresa.
DÉCIMO: “Buscar o bem-comum, extraído do equilíbrio en-
SEXTO: “Agir, na vida pessoal e funcional, com dignidade,
tre a legalidade e finalidade do ato administrativo a ser pratica-
decoro, zelo, eficácia e moralidade.” do.”
- O bom comportamento não deve se fazer presente somente - Bem comum é o bem de toda a coletividade e não de um só
no exercício das funções. Cabe ao funcionário se portar bem indivíduo. Este conceito exterioriza a dimensão coletiva da ética.
quando estiver em sua vida privada, na convivência com seus Maritain25 apontou as características essenciais do bem
amigos e familiares, bem como nos momentos de lazer. Por comum: redistribuição, pela qual o bem comum deve ser
melhor que seja como funcionário, não será aceito aquele que, redistribuído às pessoas e colaborar para o desenvolvimento
por exemplo, for visto frequentemente embriagado ou for delas; respeito à autoridade na sociedade, pois a autoridade é
sempre denunciado por violência doméstica.
necessária para conduzir a comunidade de pessoas humanas para
- Dignidade é a característica que incorpora todas as demais,
o bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, sendo
significando o bom comportamento enquanto pessoa humana, tra-
a justiça e a retidão moral elementos essenciais do bem comum.
tando os outros como gosta de ser tratado. Decoro significa
Embora se tratem de mandamentos da administração pública,
discrição, aparecer o mínimo possível, não se vangloriar com
estes valem para a gestão ética de empresas públicas e privadas,
base em feitos institucionais. Zelo quer dizer cuidado, cautela,
para que as atividades sempre sejam desempenhadas do melhor bem como das que mesclam a participação privada com a pública,
modo. Eficácia remete ao dever de fazer com que suas atividades a exemplo do Banco do Brasil.
atinjam o fim para o qual foram praticadas, isto é, que não sejam
abandonadas pela metade. Moralidade significa respeitar os
ditames morais, mais que jurídicos, que exteriorizam os valores
tradicionais consolidados na sociedade através dos tempos. CÓDIGO DE ÉTICA DO
SÉTIMO: “Jamais tratar mal ou deixar à espera de solução BANCO DO BRASIL
uma pessoa que busca perante a Administração Pública
satisfazer um direito que acredita ser legítimo.”
- O bom atendimento do público é necessário para que uma
gestão possa ser considerada ética. Aquele que tem um direito Um código de ética é único para cada organização, mas cer-
merece ser ouvido, não pode ser deixado de lado pelo tas questões são universais e aplicáveis em qualquer mercado. Ele
funcionário, esperando por horas uma solução. Mesmo que a traz de forma clara e objetiva os princípios, diretrizes e regras da
pessoa esteja errada, isto deve ser esclarecido, de forma que a instituição, além de ser um documento de fácil compreensão para
confiabilidade na instituição não fique abalada. todos os públicos a quem se aplica. Para sua credibilidade, é
OITAVO: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, indispensável a coerência entre o que é falado e o que é praticado.
as instruções e as ordens das autoridades a que estiver subordi- Será levado a conhecimento não só do público interno, mas
nado.” também do externo, servindo de instrumento para o crescimento
- O Direito é uma das facetas mais relevantes da Ética porque da confiabilidade na instituição.
exterioriza o valor do justo e o seu cumprimento é essencial para
que a gestão ética seja efetiva. 1. Clientes
1.1. Oferecemos produtos, serviços e informações para o
atendimento das necessidades de clientes de cada segmento
de mercado, com inovação, qualidade e segurança.
1.2. Oferecemos tratamento digno e cortês, respeitando os in-
teresses e os direitos do consumidor.
1.3. Oferecemos orientações e informações claras, confiáveis
e oportunas, para permitir aos clientes a melhor decisão nos ne-
gócios.
1.4. Estimulamos a comunicação dos clientes com a Empresa
e consideramos suas manifestações no desenvolvimento e melho-
ria das soluções em produtos, serviços e relacionamento.
1.5. Asseguramos o sigilo das informações bancárias, ressal-
vados os casos previstos em lei.

25 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei


natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora,
1967.
consumidor com a empresa tem-se um SAC (serviço de
- No primeiro ponto, o código disciplina a relação do Banco
atendimento ao consumidor), além do atendimento nas
do Brasil para com os clientes. É assumido o compromisso de
agências bancárias por funcionários.
oferecer produtos e serviços com qualidade e segurança,
- Não obstante, o sigilo bancário, que é direito do
respeitando o dever de informação (fazer com que chegue a
consumidor abarcado na esfera constitucional também será
conhecimento do consumidor as informações mais claras
respeitado (a Lei Complementar n° 105/2001 regulamenta o
possíveis a respeito dos produtos e serviços ofertados). Os
dever de preservação do sigilo bancário, merecendo destaque
direitos do consumidor devem ser respeitados, sendo ele tratado
os §§ 3° e 4° do artigo 1°: “§ 3° Não constitui violação do
de forma digna e cortês (educada). Para a boa comunicação do
dever de sigilo: I - a troca de informações entre instituições
financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de
centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho
Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; II - o
fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes 2.7. Repudiamos práticas ilícitas, como suborno, extorsão,
de cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, corrupção, propina, em todas as suas formas.
a entidades de proteção ao crédito, observadas as normas 2.8. Orientamos os profissionais contratados a pautarem seus
baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central comportamentos pelos princípios éticos do BB.
do Brasil; III - o fornecimento das informações de que trata o § 2° - Os funcionários e colaboradores devem trabalhar num am-
do art. 11 da Lei n° 9.311, de 24 de outubro de 1996; IV - a biente salutar, onde possam fazer valer suas individualidades sem
comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos que se perca em organização e eficiência do serviço. Ainda que se
penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de esteja numa posição hierárquica superior ou inferior, o tratamento
informações sobre operações que envolvam recursos provenientes sempre deverá ser cordial por parte do outro. Nas lições de Nasci-
de qual- quer prática criminosa; V - a revelação de informações mento26, o meio ambiente do trabalho é conceituado como: “[...] o
sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; VI - a complexo máquina-trabalho: as edificações do estabelecimento,
prestação de informações nos termos e condições estabelecidos os equipamentos de proteção individual, iluminação, conforto
nos artigos 2°, 3°, 4°, 5°, 6°, 7° e 9° desta Lei Complementar. § térmico, instalações elétricas, condições de salubridade ou
4° A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária insalubridade, de periculosidade ou não, meios de prevenção à
para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase fadiga, outras medidas de proteção ao trabalhador, jornada de
do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos trabalho e horas extras, intervalos, descansos, férias,
seguintes crimes: I - de terrorismo; II - de tráfico ilícito de movimentação, armazenagem e manuseio de materiais que
substâncias entorpecentes ou drogas afins; III - de contrabando ou formam o conjunto de condições de trabalho etc”.
tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção; - Condutas de assédio podem ser de cunho moral, quando o
IV - de extorsão mediante sequestro; V - contra o sistema trabalhador é exposto a situações humilhantes e constrangedoras,
financeiro nacional; VI - contra a Administração Pública; VII - e de cunho sexual, quando esta situação de desconforto envolve a
contra a ordem tributária e a previ- dência social; VIII - lavagem intenção de envolvimento sexual por parte de quem assedia.
de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores; IX - - A liberdade de associação é direito constitucional e não ca-
praticado por organização criminosa”. beria ao Banco do Brasil interferir na formação de sindicatos. Em
2. Funcionários e Colaboradores caso de reivindicações, a instituição estará aberta a negociações.
2.1. Zelamos pelo estabelecimento de um ambiente de traba- Não obstante, ninguém poderá ser forçado a associar-se, nem
lho saudável, pautando as relações entre superiores hierárquicos, mesmo a permanecer associado.
subordinados e pares pelo respeito e pela cordialidade. - O estabelecimento de contratos e convênios visam melhorar
2.2. Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de a qualidade de vida do funcionário, inclusive após sua aposenta-
qualquer natureza. doria.
2.3. Respeitamos a liberdade de associação sindical e busca-
- Todas as práticas ilícitas são repudiadas.
mos conciliar os interesses da Empresa com os interesses dos
funcionários e suas entidades representativas de forma - Em suma, os funcionários devem se pautar pelos mesmos
transparente, tendo a negociação como prática permanente. princípios éticos que regem a instituição.
2.4. Asseguramos a cada funcionário o acesso às 3. Fornecedores
informações pertinentes à sua privacidade, bem como o sigilo 3.1. Adotamos, de forma imparcial e transparente, critérios
destas informa- ções, ressalvados os casos previstos em lei. de seleção, contratação e avaliação, que permitam pluralidade e
2.5. Mantemos contratos e convênios com instituições que concorrência entre fornecedores, que confirmem a idoneidade
as- seguram aos colaboradores condições previdenciárias, das empresas e que zelem pela qualidade e melhor preço dos
fiscais, de segurança do trabalho e de saúde. produtos e serviços contratados.
2.6. Reconhecemos, aceitamos e valorizamos a diversidade 3.2. Requeremos, no relacionamento com fornecedores, o
do conjunto de pessoas que compõem o Conglomerado. cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e
fiscal, bem como a não-utilização de trabalho infantil ou
escravo e a adoção de relações de trabalho adequadas e de
boas práticas de preservação ambiental, resguardadas as
limitações legais.
- O Banco do Brasil utiliza das licitações para selecionar o
melhor e menos oneroso serviço dos fornecedores externos. As-
sim, há um compromisso com a impessoalidade, não se contratan-
do nenhum produto ou serviço por causa do seu fornecedor, mas
pela qualidade e custo em si destes.
- Produtos e serviços ofertados não podem ser produzidos ou
prestados de maneira contrária à legislação, especialmente no que
tange à correta contratação de mão-de-obra e à preservação am-
biental.
4. Acionistas, Investidores e Credores
4.1. Pautamos a gestão da Empresa pelos princípios da lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

26 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do


Trabalho. 24. ed. Rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2009.
- Em regra, as informações serão fornecidas a todos
4.2. Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informa-
acionis- tas, investidores e credores, salvo se houver risco de
ções aos acionistas, aos investidores e aos credores.
comprometi- mento do desempenho e da imagem
4.3. Consideramos toda informação passível de divulgação,
institucional, ou em caso de proteção legal. Trata-se de
exceto a de caráter restrito que coloca em risco o desempenho e
respeito ao princípio da publicidade, que não é absoluto.
a imagem institucional, ou que está protegida por lei.
- Quanto aos princípios da atuação, como o Banco do Brasil
se enquadra na categoria da administração indireta da administra- cação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por exem-
ção pública, se sujeita aos mesmos princípios do artigo 37, caput plo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta
da Constituição Federal, ora mencionados no item 4.1, tomando ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo
como base os ensinamentos de Carvalho Filho27 e Spitzcovsky28: seletivo de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade sig- negar indevidamente a fornecer informações ao administrado
nifica a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, caracteriza ato de improbidade administrativa. Somente pela pu-
como a administração pública representa os interesses da coleti- blicidade os indivíduos controlarão a legalidade e a eficiência dos
vidade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual só atos administrativos. Os instrumentos para proteção são o direito
poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na de petição e as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas
esfera estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que data e - residualmente - do mandado de segurança.
seja preservado o princípio da legalidade). A origem deste e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle
o próprio Estado deve respeitar as leis que dita. de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses concurso público seleciona os mais qualificados ao exercício do
que representa, a administração pública está proibida de cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível
promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar exonerar um servidor público por ineficiência) e ao controlar
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou gastos (limitando
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pública o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é
deve tratar igualmente todos aqueles que se encontrem na
mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualdade). a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços
Por exemplo, a licitação reflete a impessoalidade no que tange à públicos e os serviços administrativos internos, se referindo dire-
contratação de serviços. O princípio da impessoalidade está tamente à conduta dos agentes.
correlato ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser 5. Parceiros
alcançado pela administração pública é somente 5.1. Consideramos os impactos socioambientais na
o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode in- realização de parcerias, convênios, protocolos de intenções e de
fluenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente cooperação técnico-financeira com entidades externas, privadas
a preservação do interesse coletivo. ou públicas.
5.2. Estabelecemos parcerias que asseguram os mesmos
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio
valores de integridade, idoneidade e respeito à comunidade e ao
no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie
meio ambiente.
de moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder
- A preocupação do Banco do Brasil com uma gestão susten-
público. A administração pública não atua como um
tável se reflete numa política rigorosa e eficiente neste sentido, a
particular, de modo que enquanto o descumprimento dos
qual se encontra descrita em detalhes no site da instituição. Desta-
preceitos morais por parte deste particular não é punido pelo
ca-se que “o exercício da responsabilidade social corporativa está
Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota tratamento
rigoroso do comportamento imoral por parte dos representantes associado à noção de sustentabilidade, que visa conciliar as esfe-
do Estado. O princípio da moralidade deve se fazer presente não ras econômica, ambiental e social na geração de um cenário com-
só para com os administrados, mas também no âmbito interno. patível à continuidade e à expansão das atividades das empresas,
Está indissociavelmente ligado à noção de bom administrador, no presente e no futuro. Assim, as empresas são impulsionadas a
que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos adotar novas posturas diante de questões ligadas à ética e à quali-
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO ATO dade da relação empresas–sociedade. Estas questões vem influen-
IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS ciando, e em muitos casos impondo, mudanças nas dinâmicas de
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios mercado e no padrão de ocorrência e de competitividade, a exem-
anteriores. plo das preocupações ligadas ao meio ambiente. A identificação e
d) Princípio da publicidade: A administração pública é avaliação de fatores relacionados à responsabilidade social corpo-
obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos e a rativa vem evoluindo de modo similar ao processo de discussão
todas informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a que resultou, por exemplo, na instituição do Selo Verde e de
publi- outras regulamentações que hoje interferem na escolha de
processos de produção, induzindo à adoção de tecnologias menos
27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de agressivas ao meio ambiente”29. (BRASIL, 2000, p. 04-05).
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 6. Concorrentes
28 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. 6.1. Temos a ética e a civilidade como compromisso nas rela-
ed. São Paulo: Método, 2011. ções com a concorrência.
6.2. Conduzimos a troca de informações com a concorrência
de maneira lícita, transparente e fidedigna, preservando os
princípios do sigilo bancário e os interesses da Empresa.

29 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria


e Comércio Exterior. Banco Nacional do Desenvolvimento.
Relato Setorial n. 02. Brasília: BNDES, 2000. Disponível
em: <http://
www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/relato/social01.pdf>. Acesso
em: 1 out. 2012.
rente, ou seja, o consumidor deve ser informado a respeito,
6.3. Quando solicitados, disponibilizamos informações fide-
além do que deve corresponder à realidade.
dignas, por meio de fontes autorizadas.
7. Governo
- O tratamento para com a concorrência, ou seja, em relação
às demais instituições que prestam serviços semelhantes, deve se 7.1. Somos parceiros do Governo Federal na
pautar pelo respeito dos direitos dos consumidores, não trocando implementação de políticas, projetos e programas
informações indevidas. A troca de informações deve ser transpa- socioeconômicos voltados para
o desenvolvimento sustentável do País.
7.2. Articulamos os interesses e as necessidades da Adminis-
tração Pública com os vários segmentos econômicos da socieda-
CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FE-
de.
DERAL
7.3. Relacionamo-nos com o poder público independentemen-
Art. 1o Fica instituído o Código de Conduta da Alta Adminis-
te das convicções ideológicas dos seus titulares.
tração Federal, com as seguintes finalidades:
- É natural que o Banco do Brasil se relacione
I - tornar claras as regras éticas de conduta das
diretamente com o governo porque é uma sociedade de economia
autoridades da alta Administração Pública Federal, para que a
mista, logo, pertence à administração indireta estatal em parte.
sociedade possa aferir a integridade e a lisura do processo
8. Comunidade decisório governamental;
8.1. Valorizamos os vínculos estabelecidos com as comunida- - Consolidação do princípio da transparência.
des em que atuamos e respeitamos seus valores culturais. II - contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da
8.2. Reconhecemos a importância das comunidades para Administração Pública Federal, a partir do exemplo dado pelas
o sucesso da Empresa, bem como a necessidade de retribuir à autoridades de nível hierárquico superior;
comunidade parcela do valor agregado aos negócios. - Estas autoridades de nível hierárquico superior são
8.3. Apoiamos, nas comunidades, iniciativas de mais visíveis ao público, formando a opinião dele a respeito da
desenvolvi- mento sustentável e participamos de ética administrativa, razão pela qual o atendimento aos preceitos
empreendimentos voltados à melhoria das condições sociais da éticos por parte delas é tão relevante.
população. III - preservar a imagem e a reputação do administrador pú-
8.4. Zelamos pela transparência no financiamento da ação blico, cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas
social. estabe- lecidas neste Código;
8.5. Afirmamos nosso compromisso com a erradicação de to- - Aquele que age conforme a ética, ainda que contrariando a
das as formas de trabalho degradante: infantil, forçado e escravo. vontade de poderosos que queiram obter vantagens indevidas, terá
8.6. Afirmamos estrita conformidade à Lei na proibição sua imagem e reputação preservadas.
ao financiamento e apoio a partidos políticos ou candidatos a IV - estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses
cargos públicos. públicos e privados e limitações às atividades profissionais poste-
- No que tange ao relacionamento com as comunidades, a riores ao exercício de cargo público;
instituição se pauta pelo respeito cultural e pela imparcialidade - Por vezes, o exercício de um cargo público na alta admi-
política, atuando no financiamento de ações sociais de forma nistração leva ao conhecimento de informações privilegiadas, que
transparente. não poderão ser levadas a qualquer função que o agente desempe-
9. Órgãos Reguladores nhe posteriormente.
V - minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse
9.1. Trabalhamos em conformidade com as leis e demais nor-
pri- vado e o dever funcional das autoridades públicas da
mas do ordenamento jurídico.
Administração Pública Federal;
9.2. Atendemos nos prazos estabelecidos às solicitações ori-
- Alguns conflitos serão comuns, notadamente devido ao de-
ginadas de órgãos externos de regulamentação e fiscalização e
ver estatal de proteger os interesses da coletividade face ao livre
de auditorias externa e interna.
exercício de funções.
- O respeito à legislação é necessário para a manutenção da VI - criar mecanismo de consulta, destinado a possibilitar o
ética institucional. Isto inclui o dever de atender solicitações de prévio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética
órgãos de regulamentação e fiscalização, bem como de autorizar do administrador.
auditorias. - Também reflete a transparência da administração, bem como
a publicidade.
Art. 2o As normas deste Código aplicam-se às seguintes au-
CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA toridades públicas:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I - Ministros e Secretários de Estado;
II - titulares de cargos de natureza especial, secretários-exe-
cutivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de
cargo do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N° 37, DE 18 de agosto de 2000 nível seis;
(APROVADO EM 21 de agosto 2000) III - presidentes e diretores de agências nacionais,
autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas pelo
Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia
mista.
- Presidentes e diretores do Banco do Brasil estão incluídos.
Art. 3o No exercício de suas funções, as autoridades públicas
deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz
respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao
decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público
em geral.
Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo
são exigidos da autoridade pública na relação entre suas ativida-
des públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos
de interesses.
no prazo de dez dias contados de sua posse, enviará à
- As autoridades que desempenham papel relevante perante a
Comissão de Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26
alta administração pública ficam às vistas da população e, por
de maio de 1999, publicado no Diário Oficial da União do
isso, são facilmente investigadas por ela. O bom comportamento
deve ser perceptível não só na vida pública, mas também na dia 27 subsequente, na forma por ela estabelecida,
privada, de forma que os particulares adquiram confiança informações sobre sua situação patrimonial que, real ou
naquele administrador. potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse
Art. 4o Além da declaração de bens e rendas de que trata a público, indicando o modo pelo qual irá evitá-lo.
Lei no 8.730, de 10 de novembro de 1993, a autoridade pública, - A Comissão de Ética Pública - CEP receberá e avaliará
infor- mações sobre a situação patrimonial do administrador,
notadamen- § 4o A fim de preservar o caráter sigiloso das informações
te sob o aspecto de surgimento de possível conflito de interesse pertinentes à situação patrimonial da autoridade pública, as
com a administração pública. comunicações e consultas, após serem conferidas e respondidas,
Art. 5o As alterações relevantes no patrimônio da autoridade serão acondicionadas em envelope lacrado, que somente poderá
pública deverão ser imediatamente comunicadas à CEP, ser aberto por determinação da Comissão.
especial- mente quando se tratar de: - Tais consultas e informações enviadas à CEP serão sigilosas,
I - atos de gestão patrimonial que envolvam: sendo que o sigilo será preservado pela própria comissão.
a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente Art. 6o A autoridade pública que mantiver participação
ou parente na linha colateral; superior a cinco por cento do capital de sociedade de economia
- A razão é que se tornou infelizmente comum efetuar mista, de instituição financeira, ou de empresa que negocie com o
tais transferências para mascarar vantagens indevidas obtidas Poder Público, tornará público este fato.
ilicitamente no desempenho de cargo público. - Possuir mais de 5% de uma sociedade de economia mista,
b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; ou instituição financeira ou empresa que negocie com o poder público
- Também as empresas costumam ser usadas como fachada é um fato relevante que deve ser levado a público, evitando que a
para lavagem de dinheiro ou ocultação de recebimento de valores autoridade se beneficie indevidamente da posição que ocupa.
indevidos. Art. 7o A autoridade pública não poderá receber salário ou
c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com
na natureza do patrimônio; a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores
- Toda alteração desproporcional não justificada indicia a prá- de particulares de forma a permitir situação que possa gerar
tica de ato contrário à ética administrativa. dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade.
II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancial- - A remuneração paga à autoridade é prevista em lei. Não
mente alterado por decisão ou política governamental. cabe receber demais ajudas de custo, principalmente por parte de
- Traz indícios do uso indevido de informações privilegiadas pessoas que tenham interesse na tomada de uma ou outra decisão.
obtidas devido ao desempenho da função. Ainda que a autoridade não tenha interesse em ajudar o particular,
não importa: é essencial que se mantenha a aparência de
§ 1o É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação
probidade e honorabilidade, não bastando agir nestes moldes.
possa ser afetado por decisão ou política governamental a
Afinal, a aparência que inspira a confiabilidade social.
respeito da qual a autoridade pública tenha informações
Parágrafo único. É permitida a participação em seminários,
privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive
congressos e eventos semelhantes, desde que tornada pública
investimentos de renda variável ou em commodities, contratos
eventual remuneração, bem como o pagamento das despesas de
futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações
viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse
em modalidades de investi- mento que a CEP venha a
em decisão a ser tomada pela autoridade.
especificar.
- Determinadas autoridades despertam um interesse ao públi-
- É natural que a autoridade obtenha informações privilegia-
co por seu conhecimento, caso em que são convidadas para even-
das no exercício de suas funções, mas não é aceito que se
tos, recebendo remuneração. Nestes casos, a remuneração
aproveite delas para obter lucro pessoal.
deve ser divulgada. Além disso, o promotor do evento não pode
§ 2o Em caso de dúvida, a CEP poderá solicitar informações
ter um interesse no que tange às decisões tomadas pela
adicionais e esclarecimentos sobre alterações patrimoniais a ela
autoridade.
comunicadas pela autoridade pública ou que, por qualquer outro
Art. 8o É permitido à autoridade pública o exercício não
meio, cheguem ao seu conhecimento.
remunerado de encargo de mandatário, desde que não implique a
§ 3o A autoridade pública poderá consultar previamente a
prática de atos de comércio ou quaisquer outros
CEP a respeito de ato específico de gestão de bens que pretenda
incompatíveis com o exercício do seu cargo ou função, nos
realizar.
termos da lei.
- Em caso de dúvidas, a CEP pode pedir mais informações e a
- A autoridade pode receber mandato para atuar em nome de
autoridade pode buscar consultas a respeito de suas ações.
outrem, desde que não se caracterize prática de atos incompatíveis
com a função e que não receba remuneração para tanto.
Art. 9o É vedada à autoridade pública a aceitação de
presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos
protocolares em que houver reciprocidade.
Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins
deste artigo os brindes que:
I - não tenham valor comercial; ou
II - distribuídos por entidades de qualquer natureza a título
de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de
eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o va-
lor de R$ 100,00 (cem reais).
- Tem-se que fora destes casos é possível que exista interesse
daquele que presenteia em corromper a autoridade para tomar al-
guma decisão, bem como a possibilidade de que a autoridade
mascare em forma de presentes a vantagem indevida por ela
solicitada.
parcialidade das autoridades.
Art. 10. No relacionamento com outros órgãos e
Art. 11. As divergências entre autoridades públicas
funcionários da Administração, a autoridade pública deverá serão re- solvidas internamente, mediante coordenação
esclarecer a existência de eventual conflito de interesses, bem administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente
como comunicar qualquer circunstância ou fato impeditivo de sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência.
sua participação em decisão coletiva ou em órgão colegiado. - Cada autoridade atua em determinada esfera e é
- Incompatibilidades desta natureza podem prejudicar a im- responsável por ela. Não cabe interferir no espaço de outra
autoridade, também com competência própria. - O prazo de impedimento de exercício de funções incompatíveis é
Art. 12. É vedado à autoridade pública opinar publicamente
de 4 meses, durante o qual não será possível aceitar cargo de
a respeito:
I - da honorabilidade e do desempenho funcional de administrador ou conselheiro de empresa com a qual tenha se
outra autoridade pública federal; e relacionado de algum modo nem intervir em nome de pessoa física
II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão ou jurídica com a qual tenha tido um relacionamento oficial.
individual ou em órgão colegiado. Art. 16. Para facilitar o cumprimento das normas previstas
- A opinião a respeito de colegas não fica a cargo da autori- neste Código, a CEP informará à autoridade pública as obriga-
dade, mas de quem possui competência para julgar. Ainda assim, ções decorrentes da aceitação de trabalho no setor privado após
nenhuma decisão pode ser tomada na divulgação de opiniões ao
o seu desligamento do cargo ou função.
público antes do momento oportuno, por exemplo, de uma sessão
- A CEP deve informar à autoridade suas limitações no exercí-
de julgamento.
Art. 13. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no cio de função posterior.
setor privado, bem como qualquer negociação que envolva con- Art. 17. A violação das normas estipuladas neste Código
flito de interesses, deverão ser imediatamente informadas acarretará, conforme sua gravidade, as seguintes providências:
pela autoridade pública à CEP, independentemente da sua I - advertência, aplicável às autoridades no exercício do car-
aceitação ou rejeição. go;
- Tais ofertas de emprego também podem visar prejudicar a II - censura ética, aplicável às autoridades que já tiverem dei-
imparcialidade e a honestidade da autoridade, inclusive compro- xado o cargo.
metendo sua imagem perante o público. Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo
Art. 14. Após deixar o cargo, a autoridade pública não po- serão aplicadas pela CEP, que, conforme o caso, poderá
derá: encaminhar sugestão de demissão à autoridade hierarquicamente
I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídi- superior.
ca, inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou - Assim, são duas as espécies de sanções aplicáveis: advertên-
negócio do qual tenha participado, em razão do cargo; cia durante o exercício do cargo e censura após ele.
II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive
sindicato ou associação de classe, valendo-se de informações Art. 18. O processo de apuração de prática de ato em des-
não divulgadas publicamente a respeito de programas ou respeito ao preceituado neste Código será instaurado pela CEP,
políticas do órgão ou da entidade da Administração Pública de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, desde que haja
Federal a que esteve vinculado ou com que tenha tido indícios suficientes.
relacionamento direto e relevante nos seis meses anteriores ao § 1o A autoridade pública será oficiada para manifestar-se no
término do exercício de função pública. prazo de cinco dias.
- Se não houvesse esta vedação, a autoridade poderia benefi- § 2o O eventual denunciante, a própria autoridade pública,
ciar instituições nas quais trabalharia depois durante o exercício bem assim a CEP, de ofício, poderão produzir prova documental.
de suas funções, ou então levar a elas informações privilegiadas § 3o A CEP poderá promover as diligências que considerar
obtidas naquele tempo. necessárias, bem assim solicitar parecer de especialista quando
Art. 15. Na ausência de lei dispondo sobre prazo julgar imprescindível.
diverso, será de quatro meses, contados da exoneração, o
§ 4o Concluídas as diligências mencionadas no
período de interdição para atividade incompatível com o cargo
anteriormente exercido, obrigando-se a autoridade pública a parágrafo anterior, a CEP oficiará a autoridade pública para
observar, neste prazo, as seguintes regras: nova manifestação, no prazo de três dias.
I - não aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou es- § 5o Se a CEP concluir pela procedência da denúncia,
tabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com adota- rá uma das penalidades previstas no artigo anterior, com
a qual tenha mantido relacionamento oficial direto e relevante comunicação ao denunciado e ao seu superior hierárquico.
nos seis meses anteriores à exoneração; - O artigo 18 trata do procedimento perante a CEP a respeito
II - não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou da violação ao Código em estudo.
jurídica, junto a órgão ou entidade da Administração Pública Fe- Art. 19. A CEP, se entender necessário, poderá fazer
deral com que tenha tido relacionamento oficial direto e recomendações ou sugerir ao Presidente da República normas
relevante nos seis meses anteriores à exoneração. complementares, interpretativas e orientadoras das disposições
deste Código, bem assim responderá às consultas formuladas por
autoridades públicas sobre situações específicas.
- Além de julgadora, a CEP tem função aconselhadora, poden-
do sugerir ao Presidente da República alterações no Código.

GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a


continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e am-
bientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de confi-
gurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a socie-
dade, os seus membros e as suas economias possam preencher as
questão da melhoria da vida em sociedade como pressuposto
suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente,
no desenvolvimento de suas funções. Assim, não será
e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas praticada uma atividade que, por mais que seja lucrativa, seja
naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na prejudicial à socie- dade, por exemplo, gerando poluição.
manutenção indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange Em 1992, no Rio de Janeiro, realizou-se a
vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
planeta inteiro. Desenvolvimento, a Cúpula da Terra, ou Rio-92, como é mais
Nas empresas do setor público ou privado a sustentabilidade conhecida, que reuniu chefes de Estado e representantes
exterioriza uma das facetas da gestão ética, no sentido de tomar a oficiais de 179 países, e, ainda, organizações não
governamentais de todo o mundo em um evento paralelo - o
Fórum Internacional de ONGs e Movimentos Sociais. A Agenda
21 foi o documento mais abrangente que resultou dessa
conferência e selou um compromisso entre as nações - Estimular a criação de centros de produção mais limpa e de
participantes. Apresenta-se, tanto para o poder público como para energia renovável.
a sociedade civil e os setores econômicos, como um grande guia - Adotar os procedimentos adequados para minimizar efeitos
para a promoção de ações que estimulem a integração entre o adversos na saúde e no meio ambiente, com a utilização
crescimento econômico, a justiça social e a proteção ao meio de: I) desenvolvimento de padrões mais seguros de embalagem e
ambiente. Sua principal estratégia é propor soluções e alternativas rotulagem; II) consideração dos conceitos de ciclo de vida dos
em favor do desenvolvimento sustentável e deve ser produtos pelo uso de sistemas de gestão ambiental, técnicas de
compreendida como um instrumento que conjuga participação e produção mais limpa e sistema de gerenciamento de resíduos; e
transformação social. As- sim, a Agenda 21 Global constitui a III) desenvolvimento de procedimentos voluntários de auto
mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala avaliação, monitoramento e relatórios de desempenho e medidas
planetária, um novo padrão de desenvolvimento, denominado corretivas.
“desenvolvimento sustentável”. A partir dela, foram elaboradas - Promover a recuperação do passivo ambiental das
diversas agendas locais. empresas por meio de termos de ajuste de conduta, nos quais
A Agenda 21 Brasileira foi assim constituída por uma plata- fiquem claramente estabelecidos os compromissos sobre as
forma de 21 ações prioritárias, em torno dos seguintes eixos: eco- técnicas de recuperação, os investimentos alocados e os
nomia da poupança na sociedade do conhecimento; inclusão cronogramas de execução.
social para uma sociedade solidária; estratégia para a - Facilitar o acesso a financiamentos às micro e
sustentabilidade urbana e rural; recursos naturais estratégicos: pequenas empresas pelos bancos oficiais e agências de fomento
água, biodiversidade e florestas; governança e ética para a de caráter nacional, regional e local, para a busca criativa de
promoção da sustentabilidade. novas soluções técnicas e gerenciais visando à produção
A elaboração da Agenda 21 brasileira consagrou uma etapa sustentável.
importante na criação do processo de responsabilização de - Prover a capacitação, a conscientização e a educação dos
em- presas por danos ao meio ambiente. No entanto, para que esta empregados, para que eles se tornem agentes promotores da eco-
se torne eficaz frente à promoção do desenvolvimento eficiência em suas empresas.
sustentável, necessário se faz a incorporação de - Difundir amplamente a Convenção Quadro de
recomendações enumeradas com o fim de alcançar a Mudança do Clima e o Protocolo de Quioto, especialmente o
ecoeficiência. São elas: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, para que as micro,
“- Criar condições para que as empresas brasileiras adotem pequenas e médias empresas possam se beneficiar com recursos
os princípios de ecoeficiência e responsabilidade social, que au- de projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa e de
mentam a eficiência pela incorporação de valores éticos e cultu- sequestro de carbono.
rais ao processo de decisão. - Promover parcerias entre as universidades, institutos de
- Promover parcerias entre empresas de diferentes pesquisas, órgãos governamentais, sociedade civil e as empresas.
portes como forma de disseminar o acesso aos padrões de - Integrar as empresas brasileiras à ação internacional pelo
qualidade dos mercados nacional e internacional. As parcerias desenvolvimento sustentável, criando oportunidades de negócios
implicam cooperação tecnológica e transferência de favoráveis ao seu crescimento e sua inovação”30.
tecnologia para produção mais limpa. O Banco do Brasil tem uma cultura a respeito da gestão da
- Promover parcerias entre as grandes, pequenas e sustentabilidade, traçando metas neste sentido e contribuindo para
médias empresas para a difusão do conceito de ecoeficiência, os objetivos estabelecidos em compromissos nacionais e interna-
como sinônimo do aumento da rentabilidade, para redução de cionais.
gastos de energia, água e outros recursos e insumos de produção. A responsabilidade socioambiental do BB é uma política
- Incentivar a ecoeficiência empresarial por meio dos empresarial que propõe incorporar os princípios do
mecanismos de certificação, em complementação aos desenvolvimento sustentável no planejamento de suas atividades,
instrumentos tradicionais de comando e controle. Cada empresa negócios e práticas administrativas, envolvendo os seus públicos
deve ser, voluntariamente, um agente de controle ambiental. de relacionamento: funcionários e colaboradores, fornecedores,
parceiros, clientes, acionistas e credores, concorrentes,
comunidades, governo e meio ambiente.
O BB adota o referencial da sustentabilidade como política
do BB, ou seja, a sustentabilidade é o pano de fundo para os
processos decisórios. Isto significa desenhar processos, produtos
e serviços à luz de seus impactos sociais e ambientais.
Para o Banco do Brasil, responsabilidade socioambiental
é “ter a ética como compromisso e o respeito como atitude nas
relações com funcionários, colaboradores, fornecedores,
parceiros, clientes, credores, acionistas, concorrentes,
comunidade, governo e meio ambiente”.
Significa avaliar a performance organizacional não somente
com base em indicadores de natureza econômica, mas
complementá-los com outros que avaliem a geração de valores
sociais –

30 BRASIL. Comissão de Políticas de


Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional.
Agenda 21 Brasileira: Ações Prioritárias. 2. ed. Brasília:
Ministério do Meio Ambiente,
2004.
a preservação ambiental – como os que consideram os
como a defesa dos direitos humanos e do trabalho, o bem-estar dos
impactos diretos e indiretos de nossas atividades no ar, na
funcionários, a promoção da diversidade, o respeito às diferenças,
água, na terra e na biodiversidade.
a inclusão social e os investimentos diretos na comunidade –, e
É um processo de aprendizado e construção coletiva que en-
volve todas as áreas do Banco do Brasil e cada um de seus
públicos de relacionamento. Esses compromissos estão expressos na Carta de Princípios
Desde fevereiro de 2003, o assunto passou a ser definitiva- de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil,
mente pauta das decisões estratégicas e operacionais do aprovada pelo Conselho Diretor do Banco em julho de 2003.
Banco, quando o Conselho Diretor aprovou a criação da Unidade Por essa Carta de Princípios, o Banco do Brasil se compro-
Relações com Funcionários e Responsabilidade Socioambiental – mete a:
RSA. Em maio do ano seguinte, a Unidade foi transformada em - Atuar em consonância com Valores Universais, tais como:
Diretoria Relações com Funcionários e Responsabilidade Direitos Humanos, Princípios e Direitos Fundamentais do Traba-
Socioambiental – DIRES. lho, Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Em novembro de 2009 foi criada a Unidade de Desenvolvi- - Reconhecer que todos os seres são interligados e toda forma
mento Sustentável – UDS - que unificou, em uma única Unidade de vida é importante.
Estratégica, a gestão de RSA e de DRS do Banco do Brasil. Essa - Repelir preconceitos e discriminações de gênero, orientação
Unidade tem por função primordial responder pela gestão de sexual, etnia, raça, credo ou de qualquer espécie.
responsabilidade socioambiental do Banco do Brasil e pela - Fortalecer a visão da Responsabilidade Socioambiental
coordenação da implementação da estratégia negocial de como investimento permanente e necessário para o futuro da
Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS - em todo país. humanidade.
Em 2003, foi instituída equipe interdisciplinar,
- Perceber e valer-se da posição estratégica da corporação
denominada Grupo RSA, que atualmente conta com
BB, nas relações com o Governo, o Mercado e a Sociedade Civil,
representantes de todas as áreas do BB, além da Fundação Banco
do Brasil, a fim de que as definições sobre o tema pudessem para adotar modelo próprio de gestão da Responsabilidade
ser debatidas e disseminadas por toda a organização. Socioambiental à altura da corporação e dos desafios do Brasil
Como resultado desses esforços, foram desenvolvidos e apro- contemporâneo.
vados pelo Conselho Diretor do BB o conceito e a Carta de Prin- - Ter a transparência, a ética e o respeito ao meio ambiente
cípios de Responsabilidade Socioambiental, ratificada pelo Presi- como balizadores das práticas administrativas e negociais da Em-
dente e Vice-Presidentes em setembro de 2009, durante o evento presa.
de lançamento do Fórum de Sustentabilidade. - Pautar relacionamentos com terceiros a partir de
Por meio da responsabilidade socioambiental, o Banco critérios que observem os princípios de responsabilidade
do Brasil pretende alcançar a sustentabilidade econômica, socioambiental e promovam o desenvolvimento econômico e
social e ambiental de sua atuação, contribuindo para o social.
desenvolvimento sustentável do nosso País e do Mundo. - Estimular, difundir e implementar práticas de desenvolvi-
A sustentabilidade é desafio conjunto entre empresas, gover- mento sustentável.
nos e sociedade civil que devem atuar de forma integrada em prol - Enxergar clientes e potenciais clientes, antes de tudo, como
do presente e do futuro da humanidade, dos seres vivos e do pla- cidadãos.
neta em geral. O compromisso empresarial com o tema é exerci- - Estabelecer e difundir boas práticas de governança corpora-
do por intermédio de suas políticas e práticas de responsabilidade tiva, preservando os compromissos com acionistas e investidores.
socioambiental. - Contribuir para que o potencial intelectual, profissional, ar-
Segundo o Instituto Ethos de Responsabilidade Social tístico, ético e espiritual dos funcionários e colaboradores possam
Empresarial, a empresa socialmente responsável é a que possui a
ser aproveitados, em sua plenitude, pela sociedade.
capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas,
- Fundamentar o relacionamento com os funcionários e cola-
funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio-ambiente) e de tentar incorporá-los boradores na ética e no respeito.
no planejamento de suas atividades, buscando considerar as - Contribuir para a universalização dos direitos sociais e da
demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. cidadania.
A postura de responsabilidade socioambiental do Banco - Contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência.
do Brasil tem como premissa a crença na viabilidade de se Para tanto, são adotadas pelo Banco do Brasil as seguintes
conciliar o atendimento aos interesses dos seus acionistas com o políticas:
desenvolvimento de negócios social e ecologicamente Em 17 de maio de 2010, o Conselho de Administração apro-
sustentáveis, mediante o estabelecimento de relações eticamente vou a revisão das Políticas Gerais, que orientam o
responsáveis com seus diversos públicos de interesse, interna e comportamento do Banco do Brasil. As empresas Controladas,
externamente. Coligadas e Participações podem definir seus direcionamentos a
Além disso, o interesse em contribuir para o partir dessas orienta- ções, considerando as necessidades
desenvolvimento de um novo sistema de valores para a sociedade, específicas e os aspectos legais
que tem como referencial maior o respeito à vida humana e ao e regulamentares a que estão sujeitas.
meio ambiente, condição indispensável à sustentabilidade da
própria humanidade. Na Política de Escopo Institucional, o tópico Ética Empresa-
rial e Responsabilidade Socioambiental foi atualizado com a con-
tribuição do Grupo de Trabalho Ecoeficiência, visando a inclusão
de aspectos relacionados aos requisitos da norma ISO 14001 e às
mudanças climáticas.

Investimentos BB x RSA
Nas Políticas vigentes, existem diversos enunciados que tra-
tam de aspectos socioambientais a serem considerados na realiza-
ção de investimentos pelo Banco do Brasil, tais como:
impactos socioambientais.
- Temos a transparência, a ética e a responsabilidade
- Consideramos os interesses de clientes, acionistas,
socioambiental como orientadores das práticas administrativas e
funcionários e da sociedade na realização de operações
negociais da Empresa.
societárias e parcerias estratégicas.
- Realizamos parcerias, convênios, protocolos de intenções e
- Incentivamos as empresas nas quais temos
de cooperação técnico-financeira com entidades externas,
participação a adotar princípios de responsabilidade
privadas ou públicas, com exame prévio, entre outros, dos
socioambiental e boas práticas de governança corporativa.
- Não adquirimos participação em empresas que não obser-
vam princípios relativos aos direitos humanos, ao trabalho e à
preservação ambiental.
- Não associamos nossas marcas às atividades que - Plano Diretor e de Longo Prazo
evidenciem preconceito ou discriminação de qualquer espécie, às - Plano de Mercados
atividades que causem impacto negativo à saúde e ao meio - Acordo de Trabalho
ambiente, entre outras. A Agenda 21, compromisso mundial em prol da justiça social,
Logo, extraem-se como diretrizes de atuação: equilíbrio ambiental e eficiência econômica.
- Incorporar os princípios de responsabilidade socioambiental Em 2003, inicia trabalho para definir os princípios e estraté-
na prática administrativa e negocial e no discurso institucional do gias de responsabilidade socioambiental. Percebendo a aderência
Banco do Brasil - O Banco do Brasil pretende, em primeiro lugar, de suas intenções estratégicas com os princípios da Agenda 21, o
permear sua cultura organizacional com princípios de Banco do Brasil estabelece sua Agenda 21 Empresarial.
responsabilidade socioambiental, tornando-os efetivos no Em junho de 2004, o Banco divulgou a intenção de desenvol-
cotidiano da Empresa. Postura que, para ser coerente e ter ver uma Agenda 21 Empresarial que traria o comprometimento do
credibilidade, deve ocorrer de dentro para fora da Organização, Banco com ações voltadas ao desenvolvimento sustentável de
conciliando práticas administrativas e negociais com o discurso seus negócios. Na ocasião, o Banco também assinou protocolo
institucional. com o Ministério do Meio Ambiente no sentido de disseminar a
- Implementar visão articulada e integradora de Agenda 21 nos projetos de Desenvolvimento Regional
responsabilidade socioambiental no Banco - A busca de uma Sustentável.
postura de responsabilidade socioambiental é um processo O Banco assume, com esta iniciativa, um papel relevante no
contínuo, compro- misso presente em todas as áreas do Banco do processo de criação das agendas 21 empresariais em nível nacio-
Brasil. nal, estimulando outras empresas a se engajarem na questão. Assi-
- Disseminar os princípios e criar cultura de responsabilidade na, ainda, protocolo com o MMA no sentido de disseminar a
socioambiental na comunidade BB - O Banco do Brasil deseja Agenda 21 na estratégia de Desenvolvimento Regional
ser foco irradiador de uma postura empresarial social e Sustentável.
ambientalmente responsável. Para tanto, empregará esforços para Em setembro de 2008 foi aprovada a nova Agenda 21 do
que os públicos da Comunidade BB envolvidos em sua esfera de Banco do Brasil, para o período 2008-2012, revista a partir das
atuação também sejam estimulados a engajarem-se no contribuições de todo o funcionalismo, por meio Fórum BB 200
movimento. Por Comunidade BB entende-se: funcionários da anos pela Sustentabilidade, das percepções de consumidores.
ativa e aposentados, colaboradores, entidades representativas de Em dezembro de 2010 aconteceu em Brasília o Workshop
funcionários, associações de funcionários e empresas coligadas, Desenvolvimento Sustentável em Brasília. O Workshop foi
controladas e patrocinadas. conduzido pela Fundação Dom Cabral tendo como público-alvo o
- Ouvir e considerar a diversidade dos interesses dos públicos Conselho Diretor e a Diretoria Executiva, além de demais
de relacionamento - Para se considerar uma empresa social e am- representantes de todas as áreas do Banco. O objetivo do
bientalmente responsável, o Banco do Brasil deverá ter suas ações Workshop foi atualizar a Agenda 21 do Banco do Brasil, por meio
e resultados legitimados por seus públicos de relacionamento. de um Plano de Ação para o período 2011-2013, além de
- Influenciar a incorporação dos princípios de responsabilida- fortalecer o comprometimento da cúpula do Banco com os
de socioambiental no País - O Banco do Brasil deseja utilizar-se princípios de RSA.
de sua relevância nacional para se tornar referência em Em conjunto, permitem o gerenciamento da sustentabilidade
responsabilidade socioambiental, inovando continuamente em no Banco do Brasil:
suas ações. - Agenda 21: A Agenda 21 é um instrumento de planejamento
Com efeito, são tomados os seguintes conceitos estratégicos: para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes
A abordagem da sustentabilidade pelo Banco do Brasil per- regiões do planeta, conciliando métodos de proteção ambiental,
meia toda a organização e é pautada pelos compromissos justiça social e eficiência econômica.
assumidos por meio do seu Plano de Sustentabilidade - - Fórum de sustentabilidade: o BB instituiu, em 2009, um Fó-
Agenda 21, desdobrado da estratégia corporativa da empresa. rum de Sustentabilidade que reúne executivos de diversas unida-
Na estratégia corporativa do BB, o tema sustentabilidade está des estratégicas do Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil.
presente nos documentos estratégicos de maior relevância para o Participam do Fórum de Sustentabilidade representantes em nível
BB: executivo das áreas de varejo, atacado, crédito, governo, agrone-
gócios, logística, tecnologia, alta renda, baixa renda, empréstimos
e financiamentos, estratégia e organização, micro e pequenas em-
presas, seguridade, gestão de pessoas e marketing. O Fórum tem
por objetivo apoiar o processo de disseminação dos preceitos
e práticas de responsabilidade socioambiental, avaliar a
performance do BB no tocante à implementação das ações da
Agenda 21, identificar oportunidades e riscos inerentes à atuação
do Conglomerado com relação ao tema, entre outras finalidades.
- Grupo RSA: Em 2003, foi instituída equipe interdisciplinar,
denominada Grupo RSA, que atualmente conta com representan-
tes de todas as áreas do BB, além da Fundação Banco do Brasil,
a fim de que as definições sobre o tema pudessem ser debatidas e
disseminadas por toda a organização.
- Conselho diretor: Revisão periódica da Agenda 21.
Inúmeros compromissos e políticas têm sido implementados pelo
Conselho Diretor do BB, entre eles: a Estratégia 2011-2015, a
Agenda 21, a
Carta de Princípios de Responsabilidade Socioambiental e o Có-
REFERÊNC
digo de Ética. Esses documentos trazem as diretrizes corporativas
que norteiam os processos internos e demonstram a transparência IAS
das ações de Investimento Social Privado do banco.
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradu-
ção Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Tra-
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out.2012.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito 1. Sobre moral e ética é incorreto afirmar:
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. a) A moral é a regulação dos valores e comportamentos
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Áti- considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo,
ca, 2005. uma religião, uma certa tradição cultural etc.
DUSKA, Ronald F. Contemporary reflections on business b) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem com-
ethics. EUA: Springer, 2007. promisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de
ETHOS. Indicadores Ethos de Responsabilidade Social direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se
se dizendo universal, supostamente válida para todos.
Empresarial. Apresentação da Versão 2000. Disponível em : c) A ética á uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela
<http://www.oecd.org/dataoecd/56/11/1922148.pdf>. Acesso em: não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e dis-
27 out. 2010. posições voltados para a ação, historicamente produzidos,
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Paulo cujo objetivo é balizar as ações humanas.
Barrera. São Paulo: Ícone, 2005. d) A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas
pelos indivíduos de um grupo social e tem a finalidade de
. Doutrina do Direito. Tradução Edson Bini. São Pau- organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e
lo: Ícone, 1993. do mal.
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução e) A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática con-
João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003. creta.
LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um
diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. 2. Sobre a ética, moral e direito é incorreto afirmar:
das Letras, 2009. a) Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que vi-
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nasset- sam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas.
ti. São Paulo: Martin Claret, 2007. Ambas, porém, se diferenciam.
MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Tradução Afrâ- b) O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade
nio Coutinho. 4. ed. São Paulo: Dominus Editora S/A, 1962. delimitada pelas fronteiras do Estado.
. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. Rio de c) As leis têm uma base territorial, elas valem apenas
Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. para aquela área geográfica onde uma determinada população ou
seus delegados vivem.
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direi-
d) Alguns autores afirmam que o direito é um subconjunto da
to. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
ética. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São
moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existên-
Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. cia de conflitos entre a ética e o direito.
e) A desobediência civil ocorre quando argumentos
morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este
é um exemplo de que a moral e o direito, apesar de referirem-se a
uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

3. Assinale a alternativa falsa:


a) A ética é influenciada por questões culturais, pois o que
ontem era considerado errado hoje pode ser certo.
a) Ética é a reflexão das questões relacionadas ao direito
b) Moral é ação, e ética é reflexão.
tri- butário.
c) É no âmbito da ética que se define o certo e o errado. b) Ética dita normas de comportamentos com o propósito
d) Existem diferentes morais, pois existem diferentes socie- de ser universais.
dades. c) Ética é ação e moral, reflexão.
d) Ética refere-se a princípios que têm como propósito a
4. Assinale a alternativa verdadeira: uni- versalidade.
5. Assinale a alternativa falsa:
a) Ética e a moral no senso comum são entendidas como si-
d) O código de conduta tem por objetivo principal viabilizar a
nônimo.
b) Ética é a reflexão da moral e da moralidade. consciência no exercício da profissão.
c) Ética significa mores, no latim; moral significa ethos
9. Dentre as situações abaixo enumeradas, qual
no grego.
caracteriza comportamento adequado, de acordo com a ética
d) Moral são normas de comportamentos que são aprovadas ou
empresarial e profissional?
reprovadas pelo grupo social.
a) O contador da empresa omitiu dados contábeis para que o
lucro da empresa fosse considerado como o previsto pelo mercado
6. A parte da filosofia que se dedica a pensar as ações huma-
financeiro.
nas e os seus fundamentos e o esforço investigativo a respeito dos
b) O presidente de uma instituição financeira recebeu da em-
princípios, das razões, dos fundamentos de toda e qualquer moral
presa com quem a instituição mantém negócios
chama-se:
implementados pagamentos de viagens e de hospedagem em
a) Imoral e moral, pois na origem da palavra significam usos e
hotéis luxuosos no exterior
costumes, comportamentos, ações e reflexão.
c) O diretor-presidente da empresa YYY cobrava comissões
b) Ética, pois é neste campo do conhecimento que ocorre a
de todas as empresas que firmavam contratos com aquela que era
reflexão sobre os comportamentos e se realiza o juízo de valor. por ele dirigida.
c) Moral, pois as ações humanas que formam a moralidade da d) Os membros da diretoria de uma empresa, em busca
sociedade são decorrentes de interesses exclusivamente coletivos. de lucro maior, procederam à reorganização da empresa com
d) Moral, pois todo processo de investigação que nasce do corte de empregos ocupados por empregados que não produziam
espírito crítico desenvolvido pela filosofia é transformado em adequadamente.
normas de comportamento que são interiorizadas pela sociedade. e) Um dos gerentes da empresa WW contratou, para prestar
e) Ética, que está diretamente relacionada a crenças, serviços vultosos, uma empresa vinculada a parentes de sua espo-
ações humanas e caráter crítico e adaptativo; e às normas e sa, sem cotação de preços.
comportamentos que se estabelecem em decorrência das
mudanças sociais, políticas e culturais. 10. No que concerne ao tema ética profissional e empresarial,
está correto afirmar:
7. Assinale a afirmativa verdadeira: a) A empresa necessita que a conduta ética de seus
a) Os valores individuais sempre são considerados morais. integrantes, bem como os valores e convicções primárias da
b) Todas as normas de comportamentos estabelecidas por di- organização se tornem parte de sua cultura.
ferentes grupos sociais devem ser entendidas como a própria b) A ética empresarial é o conjunto de princípios que regem a
moral da sociedade. conduta funcional de uma determinada profissão
c) Cada pessoa atribui a fatos ou coisas pesos diferentes, por- c) O indivíduo deve agir com respeito ao procedimento ético
tanto existe a necessidade do estabelecimento de normas de com- de sua profissão, não sendo necessária a observância dos princí-
portamento. pios éticos comuns a todos os homens.
d) Não existem diferenças entre valores individuais e valores d) Execução do trabalho no mais alto nível de
coletivos, pois valores são sempre valores. rendimento, assiduidade e frequência ao serviço, embora
louváveis, não são exemplos de condutas éticas no exercício
8. Assinale a alternativa verdadeira: profissional.
a) As normas de comportamentos são sempre normas morais. e) A boa empresa atua apenas com foco no lucro, não impor-
b) O código de conduta corresponde a normas de comporta- tando se oferece um ambiente moralmente gratificante.
mentos que servem para todas as situações do cotidiano.
c) Os códigos de conduta de todas as organizações devem ser 11. Um dirigente de organismo financeiro internacional privi-
idênticos. legiou, em promoção na carreira, pessoa com quem manteve rela-
cionamento afetivo por determinado período.
À luz das normas de conduta ética, tal atitude
a) é corriqueira e depende da cultura de cada instituição, que
define os comportamentos dos indivíduos segundo as relações de
poder.
b) é inaceitável nas empresas que editam códigos de
ética, uma vez que discriminam sem utilizar critérios objetivos,
mas pessoais.
c) é aceitável, mesmo quando existe código de ética, porque
os dirigentes das instituições financeiras são livres para promover
quem queiram.
d) seria aceitável se o comitê de promoção adotasse os mes-
mos critérios para todas as relações afetivas dos dirigentes.
e) realiza o principio da pessoalidade que deve ser aplicado nas
relações empresariais.
desenvolvimento da ética são ineficientes para organizações
12. Questões relacionadas à demissão de colegas, convivência
públicas e privadas, tendo em vista que estas não conseguem
com pessoas que sofrem constantemente de agressões verbais por
alterar fatores culturais.
parte de seus chefes e situações em que erros são expostos diante de
b) A situação em que o indivíduo sofre constantemente
todos são algumas das situações desconfortáveis que gerentes de
agressões verbais e exposição dos seus erros, por parte da
empresas têm de enfrentar. Com relação a esse assunto e aos di-
lemas éticos nas empresas e no trabalho, assinale a opção correta. chefia, aos seus colegas não traduz comportamento antiético,
a) A cultura organizacional pode reforçar comportamentos pois as formas de tratamento variam nos diversos grupos
antiéticos por parte dos empregados e, por isso, programas de sociais.
c) A moral pode ser compreendida como uma ordenação de
valores que orientam os posicionamentos que indivíduos expostos c) A moralidade da Administração Pública limita-se à distin-
a situações tomam em função das decisões exigidas pelos dilemas ção entre o bem e o mal, sendo sempre o fim maior o interesse
éticos que enfrentam. profissional do servidor público.
d) A responsabilidade social da empresa se limita a aumentar d) Como cidadão e integrante da sociedade, a posição
que ocupa o servidor público justifica sua omissão contra o bem
o seu lucro e a maximizar os seus retornos.
comum e contra a moralidade.
e) As comissões de ética, encarregadas de orientar e aconse- e) Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios
lhar sobre a ética profissional do empregado no tratamento com o justificam a imprudência no desempenho da função pública,
patrimônio público, são obrigatórias em todas as empresas e de- absolvendo uma conduta negligente.
mais organizações públicas.
15. Determinados funcionários da agência W realizam cam-
13. No contexto da globalização, torna-se cada vez mais im- panha para discriminar o recolhimento de lixo, observada a
portante fomentar e desenvolver relações éticas entre parceiros de sua espécie, para programa de reciclagem.
negócios, empresas e clientes, considerando as relações em nível Nos temos do Código de Ética do Banco do Brasil, tal projeto é
empresarial e institucional. Os códigos de ética são mecanismos a) irrelevante, uma vez que o ambiente não tem ligação com o
utilizados nesse desenvolvimento. A respeito da ética empresarial programa de ética da empresa.
e profissional e da gestão ética nas empresas públicas e privadas, b) relevante para a sociedade, no entanto, fora dos parâmetros
gerenciais adotados por instituições financeiras, incluído o Banco
assinale a opção correta. do Brasil.
a) O fato de a empresa conseguir alcançar uma norma interna- c) realização de um dos valores perseguidos pelo Código de
cional garante uma postura ética abrangente da empresa. Ética empresarial adotado pela empresa.
b) O Código de Ética do Banco do Brasil contém, fundamen- d) plano a ser adotado no futuro após ampla discussão sobre o
talmente, regulamentação ética de questões relativas a transações tema em assembleias de funcionários.
financeiras. e) considerado iniciativa individual, sem qualquer vínculo
c) Um funcionário do Banco do Brasil pode se negar a atender com a empresa, mas admitida como bom empreendimento.
um cliente que apresente comportamento irritado e indelicado.
d) A nova relação de influência, na qual o líder e o seguidor 16. O advogado W, pertencente aos quadros de uma institui-
exercem influência mútua, justifica a importância de o líder ção financeira pública, após priorizar atendimento e solver
questão intrincada para um cliente frequente da instituição, é
entender e praticar modelos de comportamento e valores éticos
surpreendido com a entrega, a mando do referido cliente, em sua
que estimulem seus seguidores. residência, de um automóvel popular, com zero de
e) Considere que um empregado de determinado setor quilometragem, com as chaves e a documentação em seu nome.
permita que um cliente fique, de forma injustificada, à espera da À luz das normas do Código de Ética do Banco do Brasil,
solução de um problema enfrentando longa fila. Nessa situação, a a) a situação é condenável, devendo ser preservado o padrão
atitude do empregado não pode ser considerada comportamento de relacionamento equânime, a fim de não causar diferenciações
antiético, já que essa situação independe de sua vontade. entre os clientes e induzir a facilitações.
b) a oferta de presentes aos funcionários é considerada atitude
14. De acordo com as regras deontológicas que normal de clientes satisfeitos com o alto padrão de atendimento.
fundamentam a ética profissional do servidor público, assinale a c) a oferta voluntária ou mediante solicitação tem respaldo no
alternativa correta. sistema de ética do Banco do Brasil.
a) Os atos, comportamentos e atitudes de um servidor público d) os presentes ofertados aos funcionários, além de caracteri-
serão destinados para preservar sua imagem e a cultura social. zar satisfação dos clientes, aproximam a instituição da sociedade,
b) O servidor público não pode omitir a verdade ou falseá-la, em razão dos serviços especializados.
e) os presentes de valor condenável devem ser rateados pelos
ainda que contra aos interesses da Administração Pública.
funcionários do setor como forma de política de incentivo.

17. O gerente W recebe a visita do filho de um correntista de


uma agência, o qual quer saber informações sobre a vida
financeira do seu pai, com o objetivo de obter aumento de
mesada.
Nesse caso, segundo as regras do Código de Ética do Banco do
Brasil, o(s)
a) acesso aos dados da conta corrente deve ser franqueado por
ser o solicitante membro da família.
b) sigilo dos dados da conta corrente e a segurança das infor-
mações nela contidas devem ser mantidos.
c) dados não podem ser franqueados a menores de idade, salvo
por procuração, não devendo, por isso, o solicitante ser informado
d) dados só poderiam ser fornecidos a pessoa da família, mes-
mo que não autorizados pelo correntista, por outros motivos.
e) dados da conta corrente só podem ser acessados pela espo-
sa do correntista, não cabendo informações ao filho.
d) inovação
18. César, funcionário de uma empresa pública, não é promo-
vido na carreira por conta de integrar a etnia indígena. e) diversidade
Inconformado, recorreu aos órgãos administrativos internos, e sua
promoção foi deferida. 19. Felipe, que ocupa o cargo de Presidente de uma
Sob a perspectiva do Código de Ética do Banco do Brasil, esse Empresa Pública, opinou publicamente a respeito da
fato caracterizaria que ocorreu a violação da honorabilidade e do desempenho funcional de uma autoridade
a) sustentabilidade pública federal. Vale salientar que Caio continua no cargo
b) transparência público mencionado. O fato narrado acarretará
c) eficiência a) a não imposição de qualquer sanção, pois Caio não se
su- jeita às normas do Código de Conduta da Alta Administração
Fe- deral.
b) a não imposição de qualquer sanção, pois não caracteriza
violação de norma do Código de Conduta da Alta Administração 10 A
Federal. 11 B
c) sanção de censura ética. 12 C
d) sanção de advertência. 13 D
e) sanção de multa. 14 B
15 C
20. No que concerne à conduta ética das autoridades públicas, 16 A
é correto afirmar: 17 B
a) Além da declaração de bens e rendas, a autoridade pública, 18 E
no prazo de trinta dias contados de sua posse, enviará à Comissão 19 D
de Ética Pública informações sobre sua situação patrimonial que, 20 B
real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse
público. Questões do último concurso de escriturário do Banco do
b) Na ausência de lei dispondo sobre prazo diverso, será de Brasil (FCC/2013)
quatro meses, contados da exoneração, o período de interdição para
atividade incompatível com o cargo anteriormente exercido. 1. O Código de Ética do Banco do Brasil prevê
c) A autoridade pública que tiver participação de três por cento A) estrita conformidade à Lei na proibição ao financiamento
do capital de sociedade de economia mista deverá tornar público este a partidos políticos.
fato.
B) troca, sem limites, de informações com a concorrência, na
d) É permitido à autoridade pública o exercício não remune-
busca de negócios rentáveis.
rado do encargo de mandatário, inclusive para a prática de atos de
C) relacionamento com o poder público, dependente das con-
comércio.
vicções ideológicas dos seus titulares.
e) É vedada à autoridade pública a aceitação de presentes de
D) responsabilidade aos parceiros pela avaliação de eventual
autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver re-
impacto socioambiental nas realizações conjuntas.
ciprocidade.
E) contratação de fornecedores a partir de um grupo selecio-
nado com parcialidade.
GABARITO:
2. O Banco do Brasil espera de seus colaboradores o atendi-
1 B mento a elevados padrões de ética, moral, valores e virtudes, tais
2 D como:
3 A A) aceitação de presentes oferecidos por clientes satisfeitos,
4 D sem restrição de valor.
5 C B) associação a entidades representativas alinhadas ao pensa-
6 B mento da diretoria.
7 C C) repúdio a condutas que possam caracterizar assédio de
8 D qualquer natureza.
9 D D) imposição dos princípios pessoais dos chefes aos membros
da sua equipe.
E) intolerância com a diversidade do conjunto das pessoas que
trabalham no conglomerado.

3. O código de conduta da alta Administração pública tem a


finalidade de
A) difundir padrões éticos impostos pelo Tribunal de Contas da
União.
B) divulgar a imagem e reputação do administrador público.
C) discriminar setores liberados para atividades profissionais
posteriores ao exercício de cargo público.
D) minimizar a possibilidade de conflitos entre o interesse pri-
vado e o dever funcional de autoridades públicas.
E) desestimular a criação de mecanismo de consulta para es-
clarecimento de dúvidas quanto à conduta ética do administrador.

4. O conhecimento prévio da cultura organizacional, pelo in-


teressado na participação de Concurso Público, para ingresso em
instituição financeira, é fator importante para
A) compatibilizar seus interesses financeiros pessoais com a
sua remuneração futura.
bre trabalho, colegas e superiores hierárquicos.
B) acumular experiência com vistas à busca de outra coloca-
ção no mercado de trabalho.
5. Em uma palestra de treinamento de colaboradores de
C) preparar o movimento de formação de grupos internos para
um banco, o palestrante discorre sobre os fatores que
reformulação dos princípios vigentes. influenciam na experiência dos clientes para com os serviços
D) permitir reflexão sobre a decisão de trabalhar em setor e prestados pelo ban- co. No entanto, ao longo de sua
empresa compatíveis com suas aptidões e valores pessoais. exposição, ele comete um equívo- co e enumera um fator que
E) possibilitar a realização imediata de suas expectativas so- nada tem a ver com a influência sobre a experiência dos
clientes. O fator mencionado ERRONEAMENTE é
A) a qualidade do local de prestação do serviço. petitivo. Com esse aumento da competitividade, torna-se funda-
B) o desempenho dos prestadores do serviço. mental, às organizações que almejam um melhor posicionamento
C) o clima organizacional da empresa prestadora do serviço. no mercado, diferenciar seus serviços de maneira significativa aos
D) a opinião dos outros clientes. consumidores.
E) a organização do atendimento. Uma ação para diferenciação eficaz de serviços é a
A) restrição dos serviços de autoatendimento.
6. O escriturário Afonso, recém contratado pelo Banco JKL, B) depreciação de informações sobre desejos e necessidades
zeloso pelo bom desempenho de suas funções, elaborou uma pe- dos clientes.
quena lista de sugestões que melhorariam o atendimento aos C) padronização dos serviços.
clientes. Uma sugestão, dentre outras, que traz melhorias ao
D) extinção do “gerente de fila” (pré-atendimento).
atendimento é
A) o redimensionamento da central de atendimento, possibili- E) alocação de gerentes para atendimentos especiais (gerentes
tando aumento da capacidade de atendimento. de negócios).
B) a prestação do serviço de liquidação de ordens de paga-
mento somente nos balcões da agência. 9. Os profissionais que desempenham funções de atendimento
C) a reestruturação do site do banco com bloqueio de atendi- ao cliente, que ultrapassam os limites entre o “interno e o externo
mento via chat. à organização”, são chamados de “linha de frente” e constituem
D) a redução de pessoal e dos guichês para atendimento prefe- um insumo fundamental para a excelência do serviço e a
rencial a idosos, gestantes e portadores de deficiências. vantagem competitiva de uma organização. O Banco FGH,
E) a alteração do mobiliário interno da agência visando à atu- desejando constituir uma “linha de frente” capaz de proporcionar
alização da imagem institucional. melhorias no atendimento aos clientes,
A) deverá reduzir custos com treinamento de pessoal,
7. Dadas as afirmações abaixo: uma vez que o estabelecimento de um compromisso emocional
com a empresa e o desenvolvimento de habilidades interpessoais
1ª − A “satisfação” é definida como a avaliação objetiva, com
se dá, naturalmente, no desempenho da função.
respeito a um bem ou serviço, contemplando ou não as
B) não deverá se preocupar com qualidades, tais como a dis-
necessidades e expectativas do cliente,
posição para o trabalho, a atenção a detalhes, a cortesia e a boa
PORQUE
apresentação, na contratação do pessoal para compor sua “linha
2ª − a satisfação é influenciada pelas contrapartidas emocio- de frente”.
nais dos clientes, pelas causas percebidas para o resultado alcan- C) deverá adotar um manual de regras que possibilitem a de-
çado com o bem ou serviço e por suas percepções de ganho ou finição de um padrão rígido de atendimento, independentemente
preço justo. das especificidades das situações e da variabilidade dos clientes.
É correto afirmar que D) deverá criar equipes de alto desempenho a partir do agru-
A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a pamento de pessoas com habilidades complementares, que sejam
primeira. treinadas e estejam focadas em um propósito comum.
B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justi- E) deverá centralizar as decisões, extinguindo a
fica a primeira. autonomia dos profissionais para que se evitem discordâncias no
C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. padrão de atendimento.
D) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
E) as duas afirmações são falsas. GABARITO

8. No Brasil, com a estabilidade econômica a partir dos anos 1 A


1990 e a abertura do mercado bancário brasileiro para a entrada de
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bancos estrangeiros, o setor financeiro tornou-se bem mais com-
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