Sei sulla pagina 1di 43

elétron

elétro
REVISTA

PARA UM BRASIL MELHOR Grupo PICLISTBR 2ª EDIÇÃO - Dezembro / 2009

PROGRAMADORES
AVR - AvrMiniProg
PIC - PIC-RCD
PicKit2 - Montagem do Kit

LED Bidirecional
Controle Remoto Infra Vermelho
Suporte de Cabos Elétricos
Profissões: Engenheiro Bio-Médico

SCOPE
website PICLISTBR.COM
Fator de Potência

R
SCOPE PICLISTB
Automação Industrial
Termômetro Enrolado
Sistemas Numéricos
µC AVR - Aprendendo a programar
... e muito mais.
Eletrônica ° Eletricidade ° Mecânica
REVISTA elétron Microcontroladores ° Comunicação
Grupo PICLISTBR Wireless ° Projetos ° Bancada
ELETRO/ELETRÔNICA Equipamentos ° Ferramentas
SEGUNDA EDIÇÃO Hardware ° Software

Artigos e comentários dos membros integrantes do grupo PICLISTBR http://groups.google.com/group/piclistbr/?hl=pt-BR

Capa da Revista: Shadow Master Comentários do Editor PICLISTBR “constrói”, ou PICLISTBR “cursos”,
Revisão: Carmo Munhoz Wagner Lipnharski onde voluntários se dedicam a criar uma identi-
Produção e Edição: Wagner Lipnharski dade própria para cada uma.
Artigos: Grupo PICLISTBR e Externos O nosso grupo está
Esquemáticos: Autor
Circuitos Impressos: Autor
crescendo, ganhando Nova Diagramação
força e conquistando
A nova diagramação das páginas com três colu-
diferentes áreas.
nas, tenta tornar a leitura mais fácil e promover
A Revista elétron é editada e produzida por
Hoje o nosso grupo no um melhor fluido nas matérias. Sempre que
membros do grupo PICLISTBR, uma lista de distri-
Google tem um fervor possível e existentes, publicaremos ao final da
buição de emails existente no googlegroups,
próprio, que às vezes revista as imagens 1:1 dos circuitos impressos
http://groups.google.com/group/piclistbr.
causa um certo te- relativos aos artigos publicados.
O nosso contato para envio de matérias a serem
mor: é quando inú-
avaliadas para publicação na revista: e-mail: meros assuntos não
revistapiclistbr@googlegroups.com. coerentes invadem Agradecimento
nossa caixa postal de Agradecimentos aos participantes com matérias
Edição 2 - Ano 1 - Volume 2 – Dezembro de 2009. e-mail. Mesmo as- e serviços, que tornam essa revista uma reali-
sim, lá é fácil de dade. Também agradeço as palavras de incenti-
resolver, basta usar um gerenciador e filtros de vo vindas de todo o nosso grupo PICLISTBR.
Seja você mais um autor de matérias dessa revista e-mail, e, quando passa do limite, a boa tecla
“DEL” sempre resolve.
e concorra a prêmios de reconhecimento dos leito-
res. A cada 6 edições faremos uma votação popular
A Grande Novidade ???
Tratar desse possível problema na edição de PEDRO DRUMMOND, quem mais poderia ser?
das melhores matérias e os autores receberão um uma revista é mais complicado, o ideal é a par-
prêmio surpresa. Também votaremos a melhor
Agora também colabora na nossa revista, com
tir de já separar os assuntos. todo o bom tempero e perfumes do nosso rico,
matéria do ano, com um prêmio ainda melhor.
complicado, saboroso e amado idioma.
Vejam, estamos avançando em programação;
As matérias poderão ter até seis páginas e abran- Assembly, C e outras linguagens. Participantes
ger a área técnica eletrônica, como: análise de conhecem diferentes áreas de informática, PC,
circuitos, projetos e construções eletrônicas, uso Mac, Windows, Linux e Unix. Também não dei-
de ferramentas, pequenas ferramentas produzidas xamos de lado programação de chips, área sufi-
ciente para possuir uma revista própria.
em casa, entrevista com profissional da área, dicas
e macetes, técnica de medição e produção, novi- Também estamos crescendo na área de hardwa-
Nessa Edição
dades em eletrônicas e tecnologia, software, re, aplicações, ferramentas, construção, em
hardware, experiências, soluções, etc. breve metalurgia, soldas, circuito impresso,
Organizador de Cabos ............................... 3
produção, indústria e processos. Aqui cabe Programador PIC-RCD ............................... 4
Anexe uma foto sua à matéria, assim todos o co- tranquilamente outra revista.
nhecerão e saberão que você não é um sapo. Pode
Pedro Drummond...................................... 5
adicionar algumas informações ao seu respeito, Novo Nome dessa nossa Revista Programador AVRMiniProg ...................... 6
tais como: local de trabalho, formação acadêmica Controle Remoto I.R. ................................ 8
ou profissional, tempo de experiência, etc. O novo nome “elétron” é para concentrar assun-
Engenharia Bio-Médica ........................... 11
tos ligados ao dia-a-dia do técnico, do enge-
Participe. nheiro, do aprendiz e do professor. Onde se LED Bidirecional ....................................... 12
discute e se mostra diagramas, aparelhos, equi- Quente Quente Quente .......................... 14
pamentos, técnicas, componentes e construção
elétrica / eletrônica. Automação Industrial .............................. 15
EXTRA - Mutirão SCOPE LCD Fator de Potência .................................... 16
O nome “elétron” tem maior identidade com a
Direto da China........................................ 27
proposta da revista. Se quisermos atrair mais e
Ao fechar essa edição estou prestes a iniciar a Termômetro Enrolado ............................. 28
mais artigos, inclusive de autores externos ao
nova remessa de 1, 2 ou 3 scopes em caixas
grupo, é fundamental que esta revista tenha Sistemas Numéricos ................................ 29
menores para alguns compradores ou candida-
uma identidade mais coerente com os artigos
tos a redistribuir localmente entre os colegas Sistema Numérico Maia .......................... 31
publicados. Cada coisa no seu lugar.
compradores. Como todos já sabem, infeliz-
mente o pessoal da Alfândega no Brasil não
Atmel AVR e Assembly ............................ 32
quis entender o nosso mutirão de economia no É atrás do “elétron” que fundamentamos a nos- AVR Laboratório Simulado .................... 36
transporte e devolveu a caixa contendo uma sa vida de hobby ou profissional em eletrônica,
nada mais justo que ele também ilumine o FIP - Fonte de Instrumentos PicListBr ..... 37
grande quantidade de scopes e capacímetros
para os Estados Unidos, ainda não recebida. nosso caminho, assim como ilumina o sentido no Osciloscópio LCD PicListBr ..................... 37
logotipo desta revista.

Quero aqui lançar o desafio, para que outras


revistas sejam iniciadas, a PICLISTBR “bit” ou

2
Usando a broca de 5 mm, faça um furo em cada feitas no mesmo cano, de forma que esse sirva
marca, de forma a atravessar completamente o para diferentes cabos.
Organizador de Cabos cano. Tome o cuidado de furar o cano exata-
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida. mente no centro. Esses furos servirão para A idéia é que o cabo entre por dentro do cano,
parafusar os canos as três ripas. a sua ponta dobre pela abertura e vire para fora
Após alguns anos coletando todo tipo de cabo de forma que o conector, garra jacaré, etc., da
elétrico de conexão, de alimentação e pontas Com a broca de 10mm, aumente os 3 furos do ponta do cabo não passem e ali fiquem pendu-
de prova, nos deparamos com uma infinidade de mesmo lado do cano. Esses são furos de traba- rados.
rolos, amarrados, emaranhados infindáveis que lho e servirão para entrar com os parafuso e
tentamos nos debater em organizar, muitas chave de fenda, a parafusar a parte de trás dos Após os 15 tubos estarem furados, marque a
vezes com total insucesso. As primeiras tenta- canos às ripas. ripa superior bem no centro, insira um parafuso
tivas de organização iniciam em separar em de 20 mm de comprimento pelo furo de 10 mm,
caixas de papelão, mas mesmo os cuidadosa- passe pelo furo de 5 mm e, usando a chave de
mente enrolados e amarrados terminam se em- fenda pelo furo de 10mm, por dentro do tubo,
baraçando com conectores de outros cabos e ao parafuse o primeiro tubo à ripa. Repita a ope-
final tudo continua embaralhado. ração para a ripa no centro do tubo e a ripa na
outra extremidade do mesmo tubo.
Já tentei diversas soluções “mais inteligentes”
que sempre ajudam, mas não resolvem definiti- Intercale os outros 14 tubos de um lado e de
vamente o problema. outro do tubo central e vá emparafusando um a
um, com o cuidado de não deixar espaço entre
Entre elas já usei ganchos presos na parede, os tubos e não acavalar. A melhor forma de
cabideiros, varal de cabos, etc. Tudo o que conseguir esse objetivo é fazer esse procedi-
obtive foi um pouco de organização, mas os mento no chão, encostando o topo dos tubos na
cabos continuam enroscando uns nos outros, e parede e mantendo-os perpendiculares à pare-
nenhuma dessas soluções mostrou-se prática e, de. Ao final terá 15 tubos parafusados às três
o mais importante, transportável. ripas, num formato retangular.

Até que finalmente lembrei-me de uma solução Em seguida aplique a cola de PVC onde os tubos
adotada por fabricantes de estojos “wire-wrap” encostam uns nos outros. Aguarde 30 minutos
e que usávamos na IBM. Simples tubos, porém para que a cola seque completamente.
com cortes para engate dos conectores.
Prepare os 14 tubos de 130 cm com os mesmos
A solução proposta que promete “milagres” e cortes da figura 2. Alinhe esses 14 tubos sobre
que pretendo implementar já nas próximas os já parafusados pela extremidade de baixo. O
semanas é a instalação de tubos guia. topo desses tubos estará 10 cm abaixo do topo
dos anteriores. Observe onde os encostam nos
O meu projeto para organizar 42 cabos, requer parafusados e aplique cola de PVC entre eles,
o seguinte material: um a um. Aplique uma leve pressão em cada
• 3 tábuas 2x1” (50x25mm) por 80cm. tubo por 1 minuto, para a cola fazer bom conta-
• 15 tubos de PVC de 50mm por 140cm. to. Repita a colagem para todos os tubos dessa
• 14 tubos de PVC de 50mm por 130cm. camada. Se duas camadas de tubos forem
• 13 tubos de PVC de 50mm por 120cm. suficientes, a montagem está concluída, caso
• 45 parafusos auto-atarrachantes de 20mm. contrário aplique da mesma forma os outros 13
• 1 lata de cola de PVC (encanador). tubos mais curtos.

As seguintes ferramentas são necessárias: Ao final parafuse a ripa superior na parede,


• Furadeira com brocas de 5mm e 10mm porta, etc., ou engate em ganchos previamente
• Chave de fenda, Serra de cano parafusados na parede. Abaixo uma represen-
• Lima redonda, Lixa (200 a 300) Figura 1. Furação dos primeiros 15 tubos tação de 15 tubos (6-5-4).
• Régua, Lápis
Agora prepare o engate
Inicia-se por cortar os canos de PVC na medida e dos cabos, que nada mais
lixar as extremidades para deixá-las lisas e sem é que um ou mais cortes
rebarbas. verticais na parte de cima
e no lado frontal do PCV,
As três ripas serão usadas como elemento de conforme a figura 2 ao
suporte do conjunto. Usando a broca de 5 mm lado.
faça dois furos na parte mais larga de cada ripa,
a 15 mm de cada extremidade. Esses furos Esses cortes podem ser
serão usados para afixar as ripas na parede, feitos com a serra de
porta, armário, etc., via parafusos ou ganchos cano e lixados de acordo.
presos à parede.
A largura desses cortes
Usando o lápis marque os 15 tubos de 140 cm deverá ser equivalente à
50mm de cada extremidade, e mais uma marca espessura dos cabos a
exatamente no meio, 70cm. Essas marcas deve- enfiar nesse tubo. Dife-
rão ser circulares ao redor de cada cano. rentes larguras podem ser

3
Dispostitivos suportados

Programador PIC-RCD PIC Memória Tensão VPP IC-Prog


PIC
WinPic
Prog4U
Daniel José Viana (nome) (Words) no pino MCLR (C1) (C1)
(C1)
e-mail: danjovic@vespanet.com.br
100uF 470uF 100uF 470uF 470uF Nota
PIC10F200F629 256x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
Introdução:
PIC10F202F629 512x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
O programador RCD é um programador de PICs
PIC10F204F629 256x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
para porta serial, muito simples de ser montado
e utilizado. Este artigo tem como objetivo apre- PIC10F206F629 512x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
sentar este programador e fornecer um breve PIC12F508F629 512x12 12.5 <= VPP <= 13.5 J J N/A N/A R
descritivo sobre o seu funcionamento. Para PIC12F509F629 1024x12 12.5 <= VPP <= 13.5 J J N/A N/A R
saber maiores detalhes, consulte o URL original PIC12F629F629 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/R C/R R
do projeto: PIC12F635 1024x14 10 <= VPP <= 12 N/A N/A C/R C/R R (1)
http://feng3.cool.ne.jp/en/rcd.html PIC12F675 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/R C/R R
PIC12F683 2048x14 10 <= VPP <= 12 N/A N/A C/R C/R R (2)
PIC16F54 512x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R
PIC16F57 2048x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
PIC16F59 2048x12 12.5 <= VPP <= 13.5 N/A N/A N/A N/A R (3)
PIC16F627 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/J/R C/J/R R
PIC16F627A 1024x14 10 <= VPP <= 13.5 N/A N/A C/J/R C/J/R R (3)
PIV16F628 2048x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) N/A J C/J/R C/J/R R
PIC16F628A 2048x14 10 <= VPP <= 13.5 N/A J C/J/R C/J/R R (3)
PIC16F630 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/J/R C/J/R R
PIC16F636 2048x14 10 <= VPP <= 12 N/A N/A C/R C/R R (1)
PIC16F648A 4096x14 10 <= VPP <= 13.5 N/A J N/A C/J/R R (3)
PIC16F676 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/J/R C/J/R R
Descrição de funcionamento: PIC16F684 2048x14 10 <= VPP <= 12 N/A N/A R R R (1)
PIC16F688 4096x14 10 <= VPP <= 12 N/A N/A N/A C/R R
O programador RCD é uma variação do JDM, PIC16F818 1024x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/J/R C/J/R R (4)
URL: http://k9spud.com/jdm/ que permite PIC16F819 2048x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J C/J/R C/J/R R (4)
programar PICs que utilizam o algoritmo "VPP PIC16F84 1024x14 12 <= VPP <= 14 J J N/A N/A N/A
antes do VDD", pois no JDM original a tensão PIC16F84A 1024x14 12 <= VPP <= 14 J J N/A N/A R (5)
VDD é presente todo o tempo. O nome RCD vem PIC16F87 4096x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) N/A N/A J J R
de "resistor", "capacitor" e "diodo", que são os PIC16F88 4096x14 VDD + 3.5 (Max 13.5) J J J J R
componentes utilizados para montá-lo.
Cor Pinos Cor Resultado Marca Programador utilizado
Este programador utiliza uma 'charge pump' 6/8-pin Success J JDM Programmer 2
para gerar a tensão VPP necessária à gravação 14-pin Passable C COM 84
do PIC, formada pelo capacitor C1, o diodo D7 e 18/28/40- pin Failure R RCD Programmer
a linha TXD. O resistor R6 serve para proteger
portas seriais com pouca capacidade de corren-
te ou que não tenham baixa tolerância a corren-
http://feng3.cool.ne.jp/10f/index.html#adaptor IC-PROG http://www.ic-prog.com/
tes de pico em seus pinos.
Autor: Bonny Gijzen
e para PIC16F57 veja exemplo no URL:
O trimpot R3 limita a corrente aplicada ao pino http://feng3.cool.ne.jp/gif/adptbf.gif WinPic http://people.freenet.de/dl4yhf/
VPP. Alguns PICs (como o PIC16F84) podem Autor: Wolfgang Büscher
drenar maior corrente durante a programação, Para os PIC16F627A/628A/648A, remova os
e para estes dispositivos pode ser necessário jumpers J1 e J2 do presente circuito. PiCProg4U
ajustar este potenciômetro. http://feng3.cool.ne.jp/en/pp4u.html
(4)WinPic Autor: FENG3, o mesmo autor do projeto do
Compatibilidade: Habilite a opção "raise Vdd before MCLR=Vpp" programador.
O programador RCD já foi testado com os se-
(5)WinPic Esta versão requer o .NET Framework 1.1 ou
guintes PICs e programas da tabela ao lado.
Não use o WinPic para programar o PIC16F84A mais recente, e tem versão em algumas línguas,
com o programador RCD Programmer! Use IC- inclusive o espanhol. A versão mais recente
(1)WinPic
Prog ou PICProg4U! detecta a porta serial automaticamente e su-
Quando ambas as opções 'IntOSC' e 'internal
MCLR' foram selecionadas, a programação ocor- porta os seguintes dispositivos:
Nota: WinPic
reu com sucesso. Contudo, logo após sair do
O apagamento e a re-programação podem ser PIC10F200/202/204/206/220/222,
modo 'Program/Verify' pode não ser possível
desabilitados após serem selecionadas as op- PIC12F508/509/510, PIC16F54/57/59,
ler/verificar o dispositivo. Mas o dispositivo
ções 'IntOSC' e 'internal MCLR com o WinPic PIC12F629/635/675/683, PIC16F627/628,
pode ser reprogramado.
configurado para interface tipo "JDM Program- PIC16F627A/628A/648A,PIC16F630/636/639/676
mer 2". Neste caso tente desmarcar todas as PIC16F684/685/687/688/689/690,
(2)A identificação de dispositivo '(Device ID) do
opções no diálogo 'Interface Test'. PIC16F818/819, PIC16F84A, PIC16F87/88,
PIC12F683 é 0x0460.
PIC16F870/871/872/873/874/876/877,
Programas: PIC16F873A/874A/876A/877A.
(3)Utilize um adaptador, programe via método
Os seguintes programas podem ser utilizados:
ICSP. Veja exemplo para adaptador SOT23
PIC10F2xx, na URL:

4
Figura 2
Sugestão de Placa de Circuito Impresso, PIC-RCD

Figura 3
Programador PIC-RCD – Diagrama Esquemático ■

Pedro Drummond
Pessoal, o Lip achou interessante termos aqui uma coluna sobre a
Meus amigos, tenho
imenso prazer de língua portuguesa, para tentarmos reduzir o número de erros em nos-
anunciar a presença sa lista de discussão. Achei interessante, mesmo porque – assim como
do Pedro Drummond
na nossa revista. na eletrônica – quem faz também aprende fazendo; ou seja, vou a-
prender e relembrar algumas coisas junto com vocês. Além disso, po-
A participação do
Pedro, assim como a demos sempre colocar alguma brincadeira ou charada aqui, voltada
de todos os outros, é ao tema do idioma.
prova de que quando
se quer se faz, e
quando se faz, um Quem tiver sugestões pode mandar para mim.
melhor futuro nos
espera. ■wlip■
Pedro Drummond
Drummond é Autor do livro imperdível: drummond@mesadoeditor.com.br
LEMNISCATA – O ENIGMA DO RIO
www.oenigmadorio.com.br

5
Programador
AVRMiniProg
Daniel José Viana
e-mail: danjovic@vespanet.com.br

Introdução:
Quem trabalha com microcontroladores AVR e
gosta de montar suas próprias ferramentas,
talvez já tenha montado o programador US-
BASP, URL:
www.fischl.de/usbasp mas este não funciona
dentro do AVRStudio. Figura 1 – Editando o arquivo app_cfg.h

Para resolver essa deficiência, Uma boa alterna-


tiva é recompilar o AVRMiniProg, URL:
www.simonqian.com/en/AVRminiProg/index.html
por Simon Qian.

Para tal, baixe uma das versões de "firmware"


(RC2 ou TEST) e descompacte os arquivos dentro
de uma pasta qualquer. Em seguida abra o pro-
jeto "AVRminiProg.aps" utilizando o AVR studio e
procure na seção "Header Files" da árvore do
projeto pelo arquivo app_cfg.h. Clique duas
vezes sobre ele para editá-lo, veja Figura 1 ao
lado.

Comente (“//”) a linha que inclui o arqui-


vo app_cfg_Full.h e descomente a que inclui o
arquivo app_cfg_USBasp.h

...
// Include this if use
AVRminiProg_Full ...
//#include "app_cfg_Full.h"
// Include this if use
AVRminiProg_USBasp
#include "app_cfg_USBasp.h"
...

Depois vá ao menu "PROJECT->CONFIGURATION


OPTIONS" do AVRStudio e mude o chip ("device") Figura 2 – Mudando o Chip de AtMega8 para AtMega88
para ATMEGA8 ou ATMEGA88. O arquivo compi-
lado tem um pouco mais de 5k, e por isso não é
possível utilizar um ATMEGA48, conforme a
Figura 2 ao lado.

Depois de compilado, o AVRMiniProg.hex estará


disponível na pasta "DEFAULT".

Então após programar o AtMega88 com o arquivo


acima, é preciso configurar os 'drivers' USB. Para
isso é necessário que os 'drivers' USB que acom-
panham o AVRStudio estejam instalados.

Para confirmar a presença de tais ‘drivers’, vá


ao menu "Arquivos de Programas->Adicionar ou
Remover Programas" do Windows e procure pela
entrada do AVRStudio e clique no botão [Alte-
rar], veja Figura 3 ao lado.

Na janela que vai abrir, selecione a opção [Mo- Figura 3 – Verificando se os Drivers USB do AVRStudio estão instalados.
dify] e clique no botão [Next]. Na próxima ja-
nela marque a opção [Install/Upgrade Jungo
USB Driver]. Em seguida clique no botão [Next]
e depois em [Finish].

6
Depois de concluída esta etapa, conecte o pro-
gramador na porta USB. O Windows deve reco-
nhecer o dispositivo "AVRISP MKII" e irá pedir
para instalar os "drivers". Selecione a opção
"instalar de um local especificado" e aponte
para a pasta de nome "USB" que está dentro da
pasta onde foi instalado o AVRStudio, veja Figu-
ra 4 ao lado.

Seu programador vai estar agora pronto para


uso. Abra novamente o AVRStudio e clique no
botão [Conectar] ou use o menu "Tools-
>Program AVR->Connect", como na Figura 5 ao
lado.

Selecione a opção de plataforma "AVRISP MKII",


a porta "USB" e clique no botão [Connect].

Se tudo correu bem, a janela de conexão irá


aparecer como na Figura 6 ao lado.

NOTAS:
Figura 4 – Instalando os Drivers USB
Este programador não pode ser atualizado pelo
comando "update" do AVRStudio.

O Windows VISTA reconhece o dispositivo, insta-


la os drivers, mas não funciona.

Figura 5 – Conectando o Programador AVRISP mkII (USB) ao AVRStudio

US$ 15.00

http://www.etekronics.com/index.php?main_pag
e=product_info&cPath=1_2&products_id=2

7
Outros chips com a mesma capacidade de Por falta de um protocolo universal de comuni-
transmissão, são os Philips SAA3006 e SAA3027. cação os diversos fabricantes desenvolveram os
Controle Remoto I.R. Esses novos chips aliados a novos e mais fortes seus protocolos proprietários, mas quase todos
LEDs I.R., atualmente “inundam” a sala da TV os fabricantes asiáticos voltaram o enfoque para
PARTE 1 de radiação I.R. com baixo consumo de energia. uma única padronização. Não foi devido a ne-
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida. Atualmente as baterias de um Controle Remoto nhum acordo, mas pela disponibilidade do chip
duram meses, mesmo com uso constante. Esses especial, usado pela maioria deles.
A Intenção dessa matéria é dar luz (literalmen- novos LEDs emitem grande quantidade de I.R.,
te) ao assunto Controle Remoto de Infra- consumindo pouca energia e emitindo baixíssi- Então surgiram protocolos da SONY, da HITACHI,
Vermelho ao usuário de MicroControlador, des- mo calor. da PHILIPS, etc. Cada um atendendo as mais
mistificando esse assunto que não é complexo e turbulentas adições de mais e mais comandos,
que permite comandar circuitos eletrônicos à MAIOR ALCANCE equipamentos e funções.
distância. Aqui iremos entender o que é, como Todo Controle Remoto por I.R. usa LEDs I.R. de
funciona e como fazer os nossos próprios circui- média / alta potência e a informação é transmi- Como muitos equipamentos na sala de estar
tos de Controle Remoto. tida via modulação do feixe I.R. A intenção é utilizam Controle Remoto, e todos observando a
fazer o receptor perceber tais mudanças de frequência portadora de I.R. de 38 kHz, o pro-
HISTÓRIA on/off ou padrão de modulação do feixe e de- tocolo de transmissão teve que conter uma
A minha primeira TV com controle remoto foi codificar a informação transmitida. forma de selecionar o seu equipamento, a TV, o
uma Semp Toshiba colorida, comprada em 1975. Estéreo, o DVD, a Caixa Decodificadora do Cabo
O controle remoto mais parecia um barbeador Imediatamente percebeu-se que o feixe de I.R. de TV, o CD player, etc.
elétrico e possuía somente duas teclas. Power não tinha grande penetração em distância, de-
(liga/desliga) e Avançar Canal. A função liga / vido às inúmeras interferências no ambiente, Na transmissão de I.R. o protocolo exige que
desliga na TV era um relê rotativo de dois está- afinal de contas praticamente tudo que possui alguns bits transmitidos selecionem o tipo de
gios e a função Avançar Canal era simplesmente alguma temperatura emite I.R. e isso causa um equipamento, outros bits identifiquem a função
um pequeno motor conectado ao Seletor de mascaramento no sinal transmitido. desejada, etc.
Canais mecânico. Como o Seletor de Canais só
atendia 12 canais, não havia muito problema em A tendência natural nesses casos é gerar uma O mais complicado foi fazer com que o controle
rodar 11 para retornar a um canal mais baixo. portadora de frequência mais alta a ser modu- remoto da Philips não interfira e não gere co-
lada com o sinal a transmitir, numa operação mandos falsos num equipamento da SONY na
O Controle Remoto emitia ultrasom com duas similar à transmissão de Rádio, onde o sinal de mesma sala.
frequências de modulação, uma em cada tecla. áudio modula a radiofrequência.
Era comum trocar de canal ao bater duas facas
no ar, de alguma forma conseguíamos gerar o Nesse caso, optou-se pela frequência de 38 kHz PROTOCOLO RC-5
ultrasom e enganar a TV. a modular o LED I.R., e o sinal a transmitir liga Nessa primeira parte da matéria Controle Re-
ou desliga essa portadora. moto I.R., estaremos analisando um dos proto-
Mais tarde surgiram os controles remotos por colos mais comuns, o da RCA, então Philips,
Infra-Vermelho (Infra-Red, I.R.), de todo tipo, conhecido como RC-5, e que, tornou-se “pa-
formato, baterias, alcances, funções. Os pri- drão” mundial de facilidade e praticidade em
meiros eram rudimentares, de baixo alcance e emuladores, geradores de teste, e é o mais
suas baterias duravam pouco. Os primeiros discutido entre entusiastas e hobbistas em Ele-
modelos usavam baterias de 9V. trônica.

O que é INFRA-VERMELHO? Por via de regra, todo Controle Remoto RCA ou


Infra-Vermelho é uma radiação eletro-
Philips, Silvania ou outra marca associada de
magnética cuja frequência está abaixo da Luz
alguma maneira com a Philips, usa tal proto-
Visível pelo olho humano. Qualquer objeto com
temperatura acima do zero absoluto gera e colo. Assim sendo, ao montar um decodificador
emite radiação na faixa do Infra-Vermelho. com base nesse protocolo, você poderá contro-
Apesar do olho humano não ter a capacidade de lar seus circuitos usando um controle remoto
ver tal radiação, nossa pele consegue senti-la na desses fabricantes.
forma de calor. Devemos entender que calor
gera e emite Infra-Vermelho, mas a radiação Figura 1 – Exemplo de Modulação 38kHz Na Internet encontramos muitas explicações
eletromagnética cuja frequência está na faixa sobre a modulação RC-5, algumas delas tentam
do Infra-Vermelho não necessariamente carrega explicar usando diferentes larguras de pulso, ou
calor. É o mesmo que dizer que uma lâmpada MÓDULO RECEPTOR até mesmo PWM, o que é completamente erra-
incandescente emite muito calor e luz visível, Na recepção, um módulo especialmente produ-
do. A modulação RC-5 é muito simples, ela se
mas nem tudo que gera luz visível emite calor. zido, que possui um diodo receptor de I.R.,
baseia em 14 ciclos com período de 1.68 ms
amplificador sintonizado em 38kHz, e filtro para
remover tal frequência, fornece à saída um (frequência de 593.75 Hz = 38 kHz / 64).
NOVA TECNOLOGIA
Em seguida foi desenvolvida melhor tecnologia sinal digital idêntico ao sinal originário no
e, novos chips foram especialmente produzidos transmissor. A codificação é simples: se o bit sendo transmi-
para a função de controle remoto, como foi o tido tem o nível alto (1), então a onda quadrada
caso do TA11385 (RCA) e o SAA3010 (Philips) Um desses módulos foi fabricado pela SONY em inicia baixa e muda para alta no meio do tempo
1995 e teve o código SBX8020. Entre os chips do bit (0.864 ms). Se for baixo (0), então ela
decodificadores encontramos os Philips SAA3049 inicia alta e muda para baixa no meio do bit.
e TDA3048.
Veja exemplo na Figura 2 na próxima página.
Um circuito eletrônico então decodifica o sinal
digital recebido, interpreta a informação e exe-
cuta o comando enviado pelo Controle Remoto e
Circuito Completo de um Controle Remoto seu usuário deitado no sofá.

PROTOCOLOS DE TRANSMISSÃO

8
está chegando é a repetição do comando ante-
rior, ou se é um novo comando e que poderá ser
igual ao anterior.

Portanto, o microcontrolador deverá manter na


memória o último estado do bit 3 e invertê-lo
ao enviar um novo comando.

Os próximos 5 bits, de 4 a 8 representam um


valor binário de zero a 31, que significa o ende-
reço do dispositivo receptor.

Endereço de Destino, bits 4 a 8, em decimal:

0 = TV Set 1
1 = TV Set 2
2 = VIDEOTEXT
3 = Expansão para TV 1 e 2
4 = Laser Disk Player
5 = Video Recorder 1 (VCR 1)
6 = Video Recorder 2 (VCR 2)
7 = Reservado
8 = Satelite 1
9 = Expansão para VCR 1 e 2
10 = Satelite 2
11 = Reservado
12 = CD Video
Figura 2 – Exemplo de Modulação RC5 13 = Reservado
14 = CD Photo
Na figura acima, para melhor visualização, 32 chama a rotina de time-delay 13µs, não inverte 15 = Reservado
pulsos são representados por somente 4. o pino de saída e repete o loop. 16 = Pré-amplificador de Áudio 1
17 = Receptor / Sintonizador
18 = Tape Cassete Recorder
Devido à modulação de 38 kHz, cabem exata- A rotina BITUm faz exatamente o contrário,
19 = Pré-Amplificador de Áudio 2
mente 64 pulsos de I.R. de 26 µs (micro segun- inicia carregando um contador com valor 32. 20 = CD
dos) em cada tempo de bit. Então chama o TimeDelay de 13µs, e não inver- 21 = Rack de Áudio
te o pino de saída da porta. Decrementa o con- 22 = Receptor Satélite Áudio
Então, ao transmitir bit “1”, transmite-se 32 x tador e repete o loop. Carrega novamente o 23 = Decodificador DCC
26 µs de silêncio e 32 pulsos de onda quadrada contador com valor 32, chama a rotina de time- 24 = Reservado
25 = Reservado
de I.R. com período de 26 µs cada. delay 13µs, inverte o pino de saída e repete o 26 = CD Gravável
loop. 27 a 31 = Reservado
Ao transmitir bit “0”, transmite-se 32 pulsos de
onda quadrada de 38 kHz (26 µs) e então 32 x 26 O protocolo RC5 consiste em 14 bits de dados, Os próximos 6 bits, de 9 a 14 representam o
µs de silêncio. que usará uma ou outra rotina de software. comando a ser executado pelo equipamento
endereçado pelos bits de 4 a 8 acima.
A melhor forma de fazê-lo num micro- Qualquer tecla pressionada no teclado de um
controlador é trabalhar com interrupções, mas Controle Remoto RC5, usará tal sequência. O bit 14 é o menos significativo e é o último a
vamos exemplificar com rotinas de tempo via ser transmitido.
software:
A tabela dos comandos do RC5, em decimal:
MAS O QUE SIGNIFICAM OS 14 BITS?
Duas rotinas, uma chamada BITZero e outra 0-9 = NUMERIC KEYS 0 - 9
BITUm. A rotina BITZero é chamada quando o Os 14 bits têm o seguinte significado: 12 = STANDBY
bit a ser transmitido é “0”, e a BITUm quando o 13 = MUTE
bit for “1”. Os primeiros dois bits, Bit 1 e Bit 2, são sempre 14 = PRESETS
nível 1, servem para o equalizador interno do 16 = VOLUME UP
Ambas as rotinas usam um time-delay externo, Módulo Receptor. 17 = VOLUME DOWN
18 = BRIGHTNESS +
numa terceira rotina, que gasta em torno de 13
Ao manter uma tecla pressionada no Controle 19 = BRIGHTNESS -
µs, a ajustar para mais ou para menos durante 20 = COLOR SATURATION +
Remoto Philips, usando RC-5, ele irá transmitir
os testes do I.R. o mesmo comando sucessivamente, separados
21 = COLOR SATURATION -
22 = BASS UP
por um breve instante de tempo. 23 = BASS DOWN
Um pino de porta do Microcontrolador é usado
24 = TREBLE +
como saída via resistor de 2k2 Ω para a base de Mantendo-se a tecla “5” pressionada, a TV po- 25 = TREBLE -
um transistor que alimenta um LED I.R. deria entender que isso significa uma série de 26 = BALANCE RIGHT
cincos, mas você só quis transmitir um único 5. 27 = BALANCE LEFT
Na entrada de ambas as rotinas, o pino da porta 48 = PAUSE
é colocado em nível baixo. Querendo transmitir 55, você terá que pressio- 50 = FAST REVERSE
nar duas vezes a tecla 5. Como a TV entende 52 = FAST FORWARD-
A rotina BITZero inicia carregando um contador isso? 53 = PLAY
54 = STOP
com valor 32. Então chama o Time-Delay de 55 = RECORD
O Bit 3 no RC5 Philips, serve como indicador
13µs, e inverte o pino de saída da porta. De- 63 = SYSTEM SELECT
FLIP, e a cada nova tecla pressionada ele irá
crementa o contador e repete o loop. Carrega 71 = DIM LOCAL DISPLAY
inverter de 1 para 0 ou de 0 para 1. Mantendo a 77 = LINEAR FUNCTION (+)
novamente o contador com valor 32, tecla pressionada o bit 3 ficará no mesmo esta- 78 = LINEAR FUNCTION (-)
do. A TV monitora o bit 3 para saber se o que 80 = STEP UP

9
81 = STEP DOWN Na figura abaixo vemos os bits de 1 a 14 e sua
82 = MENU ON identificação: em azul claro para Equalizador, Ao montar um circuito transmissor e receptor
83 = MENU OFF bits 1 e 2; o bit 3, FLIP, em amarelo; bits de 4 a usando um micro controlador, o usuário poderá
84 = DISPLAY AV SYS STATUS 8 em azul – endereçamento; e bits de 9 a 14, usar tal protocolo (RC-5) e criar o seu próprio
85 = STEP LEFT
comando a executar. código de comandos, porém é interessante utili-
86 = STEP RIGHT
87 = ACKNOWLEDGE
zar algum Endereço de Destino que não seja
88 = PIP ON/OFF Ainda considerando o exemplo da tecla de STOP mais usado atualmente, como por exemplo, um
89 = PIP SHIFT do controle Philips de VCR, cuja combinação dos Tape Cassete Recorder, código decimal 18, ou
90 = PIP MAIN SWAP 14 bits seria 11000101011110, o sinal de I.R. utilizar algum dos reservados, como por exem-
91 = STROBE ON/OFF transmitido seria como se vê em pulsos verme- plo, endereço decimal de 27 a 31.
92 = MULTI STROBE lhos para bit “1” e azuis para “0”. Tal I.R.
93 = MAIN FROZEN transmitido será recebido e decodificado pelo Desta forma você terá alguma garantia adicional
94 = 3/9 MULTI SCAN módulo receptor, cuja saída é invertida. que nenhum controle remoto nas redondezas irá
95 = PIP SELECT interferir com a sua transmissão.
96 = MOSAIC MULTI PIP Desta forma, com a presença de I.R. modulado
97 = PICTURE DNR
em 38 kHz, a saída do módulo é nível baixo; a Produzindo o transmissor e receptor, o usuário
98 = MAIN STORED
99 = PIP STROBE ausência de I.R. modulado força a saída para poderá inventar mais bits se necessário, e
100 = RECALL MAIN PICTURE nível alto, como podemos ver na figura, a linha transmitir 8 ou mais bits no “Comando a Execu-
101 = PIP FREEZE em verde. tar”, desde que o receptor esteja esperando
102 = PIP STEP UP tais bits adicionais.
103 = PIP STEP DOWN Para decodificar os bits, o chip ou microcontro-
118 = SUB MODE lador receptor monitora a saída do módulo re- O único inconveniente é que esta transmissão
119 = OPTIONS BUS MODE ceptor para a primeira descida de nível; quando não possui sincronismo a cada bit, então os
123 = CONNECT isso ocorre, aguarda a próxima descida que clocks do transmissor e receptor não podem
124 = DISCONNECT deverá ocorrer em torno do tempo “t” (1.68 divergir demasiadamente; para tanto, torna-se
ms). exigência o uso de cristal ou ressonador cerâmi-
Agora então juntando todos os bits. co no oscilador dos microcontroladores.
Ao pressionar a tecla de STOP num Controle Uma vez identificadas ambas as descidas, a-
Remoto de VCR Philips, os seguintes 14 bits são guarda um tempo de 3/4t (1.26 ms) e lê 12 bits O uso de Controle Remoto por I.R. é uma alter-
transmitidos. sucessivos da saída do módulo receptor, espa- nativa de baixo custo tanto para controle como
çados por “t” (1.68 ms), obtendo assim o bit para programação de dispositivos que não pos-
Bits 1 e 2 = 1 1 (equalizador) FLIP, 5 bits do endereço do destino e 6 bits do suem teclados ou outra forma de acesso, como
Bit 3 = 0 (Flip bit, no próximo comando será 1) comando a executar. placares de LEDs, robots, ou programando pa-
Bits 4 a 8 = decimal 5 para VCR = 0 0 1 0 1 râmetros em memória E2prom de microcontro-
Bits 9 a 14 = STOP dec 54, binário = 0 1 1 1 1 0 Resta então comparar se o endereço do destino ladores que já possuem um Módulo Infraverme-
Sequência de bits: 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 é igual ao dele; se não, irá ignorar o comando lho para receber outros comandos em geral.
recebido; se sim, executará o comando.
Também é possível efetuar transmissão de da-
dos usando essa técnica, porém a velocidade
com que os dados trafegam é relativamente
baixa, na ordem de 593 bps.

Devo lembrar que existe um protocolo RC-6,


também da Philips, que possui bits adicionais no
pacote transmitido, a fim de cobrir os novos
equipamentos e funções.

Na PARTE 2 dessa matéria, a ser publicada na


próxima edição da revista, cobriremos os outros
Controle Remotos e seus protocolos, tais como:
SONY, NEC, Apex, Hitachi, Pioneer e JVC.

Wagner Lipnharski – Orlando Florida. ■

10
A abrangência destes campos é enorme, de nacionais para uma posição avantajada de tra-
monitores cardíacos à computação clínica, cora- balho, cuja remuneração é acima da clínica
Engenharia Bio-Médica ção artificial a lentes de contacto, cadeiras de médica tradicional.
rodas a tendões artificiais, implantes de mem-
PROFISSÕES TÉCNICAS e de ENGENHARIA
bros artificiais com controle eletrônico e senso- Esse fator remuneração também é observado
nos Estados Unidos, onde o Engenheiro Biomédi-
co já é visto como uma posição superior ao clí-
nico médico.

O curso de EBM é difícil e requer dedicação,


foco contínuo e incansável do aluno, pois englo-
ba estudos profundos de biologia, ciências,
física, matemática, eletrônica, uso de Lasers,
radiação, programação de micro-chips, lingua-
gem C e Assembly, circuitos impressos e técni-
cas digitais, psicologia, sociologia, neurologia
Izabella Lipnharski – Miami USA.
associada à mecânica tradicional, laboratório
mecânico (machine-shop), etc.

Diversos estudantes que iniciam EBM acabam


Alunos usando espelhos e prismas para saltando para a carreira de medicina tradicional
Atualmente estou cursando o segundo ano de alinhar dois Lasers de diferentes compri- pois esta exige um menor esforço do estudante.
Biomedical Engineering (Engenharia Biomédica, mento de onda em um único feixe.
ou EBM), com especialização em Elétrica, na Só recentemente que EBM desenvolveu sua
University of Miami, em Coral Gables na Florida. riamento. Estuda-se a criação e desenvolvimen- própria disciplina acadêmica, sendo uma área
to de diversas novas ferramentas médicas para ainda nos primeiros passos e já com demanda de
EBM aplica técnicas de engenharia a problemas análise de problemas, de restrições, doenças, mão de obra acentuada. Mostra-se então, uma
de ciências e medicina, até então relegado ao dificuldades, análise e acompanhamento da carreira muito promissora e de futuro. Isso,
trabalho do médico pesquisador, sem o treina- recuperação do paciente. Como exemplo, os aliado ao atual crescimento da tecnologia médi-
mento necessário em engenharia. medidores de glicose no sangue usados por dia- ca, nos promete um aumento substancial de
béticos, são equipamentos tipicamente desen- Engenheiros Biomédicos nas universidades e no
Em quase todos os aspectos de saúde existem volvidos pela engenharia biomédica. A enge- mercado já nos próximos anos.
problemas que requerem o trabalho de um en- nharia eletrônica não teria subsídios acadêmicos
genheiro biomédico. Vemos aqui desde traba- suficientes para entender os conceitos biológi- Muito em breve, ao invés de receitar um medi-
lhos relacionados a reconstrução humana, até cos, e os médicos clínicos não teriam conheci- camento, o médico clínico encaminhará o paci-
próteses altamente sofisticadas e tratamento mento tecnológico eletrônico, mecânico, de ente para um engenheiro biomédico que irá
médico nunca antes permitido ou contemplado materiais ou matemático suficiente para cons- programar as soluções ao paciente, que podem
pelo clínico médico, devido às limitações aca- truir um equipamento de tal efeito. representar químicos, implantes bio-eletrônicos
dêmicas e práticas do uso de tal tecnologia. ou nano-máquinas para correções internas.
A concentração de soluções eletrônicas da EBM
O desenvolvimento da medicina tem aumentado é comumente associada com Bio-Eletricidade
a necessidade de uso de profissionais treinados (Bio-Electrical) e engenharia neurológica (Neu-
para fechar o vazio existente entre a medicina ral Engineering), bio-instrumentação, dispositi-
clínica e a tecnologia médica. Esses profissio- vos de imagem médica e engenharia ótica.
nais definem um problema médico e buscam a Certos implantes, como marca-passo ou implan-
solução que satisfaz ambos os requerimentos da tes de cóclea, requerem excelente conhecimen-
to de eletrônica e pesquisa. Um exemplo é a Engenharia de Tecido Diabéti-
engenharia e da medicina.
co, que combina materiais e fatores bioquímicos
Os Engenheiros Biomédicos necessitam conhe- com células de outros tecidos, a fim de reparar
O engenheiro biomédico tem especialização em
cimento de engenharia e biologia, e normal- ou substituir as funções da insulina. Departa-
engenharia, biologia e ciências médicas. O uso
mente são graduados em Mestrado ou Doutorado mento em extremo crescimento e grandes
de eletrônicos na área médica tem crescido
em EBM, e que requer de 6 a 8 anos de estudos. grants (investimentos) de empresas externas.
substancialmente, aliado à engenharia clínica e
materiais biológicos (bio-materials).
O interesse em EBM tem aumentado muito nos
últimos anos, e diversas universidades de enge-
nharia agora já possuem o departamento de
Engenharia Biomédica, enquanto outras ainda
estão trabalhando nesse sentido. Essa necessi-
dade é mundial e em muitos países encontramos
universidades já lecionando EBM.

Mesmo em países como índia, onde a demanda


de mão de obra ainda não é presente, as univer-
sidades já possuem milhares de alunos em pro-
cesso de formação e especialização na área.
Recentemente em contato com estudantes cur- http://www.bme.miami.edu/laboratories_homep
sando EBM na Índia, fui informada que estão age/dtel/diabetes_laboratory.html
prestes a receber o diploma de bacharel em
EBM e já possuem convites de empresas multi- ■
Alunos observando tecido biológico sendo
irradiado com laser CO2.

11
Adicionando químicos impuros, colunas 3-5 e 2- Nesse momento o LED está se comportando
6, produzem tipos N e P, para se obter junções como um gerador de tensão. A potência gerada
PN. É exatamente nessa junção que ocorre o é muito baixa, essa tensão cairá rapidamente se
fenômeno que iremos explorar a seguir. houver qualquer carga conectada; mesmo um
resistor de 1M Ω causará tal queda.
SEMICONDUTOR
Entretanto, podemos amplificar essa tensão
Como todo semicondutor, os LEDs também são através de um amplificador operacional que
sensíveis a radiações externas. Os primeiros ofereça uma impedância alta de entrada, o que
transistores foram fabricados em ampolas de não irá consumir a tensão gerada pelo LED.
vidro e já nos primeiros lotes tiveram que ser
pintados de preto a fim de não sofrer demasia- Veja na Figura 3 abaixo um exemplo de uso de
das interferências de radiações externas, prin- um amplificador operacional para tal função.
cipalmente de frequência visível. A posteriori
os transistores finalmente passaram a ter invó-
LED Bidirecional lucros em epoxy preto ou cinza e canequinhas
PARTE 1 de metal, para também bloquear radiações
eletromagnéticas da faixa não visível. Sendo
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida.
sensíveis à luz visível, os LEDs podem servir
também como sensores ópticos.
HISTÓRIA
Com base nessa possibilidade, iremos aqui ex-
Todos nós já tivemos contato com diodos LED. plorar esse efeito e entender como um LED
Para alguns os LEDs já existiam quando inicia- pode ser usado de forma bidirecional.
ram em eletrônica, e provavelmente nasceram
na geração LED. Para outros os LEDs surgiram Devido a características próprias dos semicon-
diversos anos após já dominarem o uso de lâm- dutores, quando expostos à luz visível eles ten- Figura 3
padas incandescentes, piloto e indicadoras (es- dem a criar uma pequena tensão na barreira
pia) em painel de instrumentos, tampinhas colo- semicondutora, com a polaridade invertida -
ridas multifacetadas, etc. positivo no catodo, negativo no anodo. BIDIRECIONAL

Para usar um LED comum na modalidade bidire-


cional, podemos usar uma técnica que está se
espalhando na Internet, chamada de Fator de
Descarga.

A junção PN do LED funciona como um capacitor


de alto isolamento, para tensões invertidas.

Aplicando 1 Volt invertido no LED, essa carga


será armazenada por algum tempo, como num
capacitor. Porém, expondo o LED à luz, ele irá
gerar tensão com polaridade correta e essa irá
descarregar o 1V antes armazenado.
Figura 1
Se pensarmos que o LED é um capacitor, então
LED significa “Light Emitting Diode”, e sendo Para testar tal efeito, use um simples voltíme-
na presença de luz tal capacitor passa a ter fuga
um semicondutor, ele é altamente produtivo, tro digital (multímetro).
de corrente. Quanto mais luz, maior a fuga.
transforma 85% ou mais da energia consumida
em radiação eletromagnética numa estreita Ligue as pontas de prova do voltímetro, escala 2
faixa de frequência, que pode ir de 400 a 1500 Volts, diretamente nos leads de um LED verme-
nanômetros, ou seja, infrared a ultravioleta. lho, positivo no catodo, negativo no anodo e
aproxime o led de uma fonte de luz (lâmpada,
LEDs atuais de cor verde, azul e vermelha são os sol, etc) e verá o voltímetro mostrar uma tensão
de maior penetração e percepção para uma de até 1.6Vdc, como podemos ver na Figura 2.
mesma energia consumida. Nos últimos anos
também tivemos a surpresa dos leds brancos,
que inundaram o mundo na forma de iluminação Figura 2
econômica, substituindo lâmpadas de ilumina-
ção comum, de automóveis, lanternas, etc.

LEDs são construídos com elementos tipo Galli-


um, Indium e Alumínio, da coluna III (ou grupo Figura 4
13) da tabela periódica dos elementos; também
podem ser construídos com arsênico, fósforo e Então nos concentraremos nessa pequena área
nitrogênio, da coluna 5 (grupo 15) da tabela, ou de luz existente entre escuro, penumbra e luz
com semicondutores da coluna 2 e 6 (grupos 12 fraca, que é onde o LED trabalha como um ca-
e 16), por exemplo Zn e Se. Processados juntos, pacitor com fuga variável. Veja a Figura 4.
esses semicondutores irradiam numa faixa es-
treita de frequência, e consequentemente com Essa intensidade de luz é exatamente útil para
boa eficiência na conversão de energia elétrica ligar ou desligar luzes noturnas, para diferenciar
em radiação eletromagnética visível. Veja a um led aceso ou apagado a mais de 1 metro de
construção na Figura 1 abaixo. distância, a reflexão de algum objeto iluminado

12
por outro LED e que passe em frente a esse o quanto esta pequena tensão descarrega o
usado como sensor, etc. “capacitor” interno.

Para tal, usaremos um pino de I/O de porta de


microcontrolador. Ligaremos o Anodo do LED
para terra e o Catodo para o pino da porta.
Nessa experiência não é necessário nenhum
resistor ou outro componente. Note que o LED
está ligado com polaridade invertida, anodo
para terra.

Ora o pino configurado como saída alimenta


sinal alto (VCC) para o catodo do LED, ora ele é
configurado como entrada e sem pull-up (alta
impedância) e mede a tensão, ou algum limiar
da tensão do capacitor do LED. Figura 7
Figura 5
Experiências que fiz usando um AVR At90S2313,
Na Figura 5 acima temos uma fonte de energia, demonstraram que o tal “capacitor” do LED
uma chave comutadora, um LED e um voltíme- chega a demorar em torno de 12 segundos ou
tro. A chave comutadora conecta o LED inverti- mais para, no escuro, descarregar até uma ten-
do às baterias ou ao voltímetro, que aqui consi- são que a lógica identifica como zero, e que
deramos ter impedância acima de 30MΩ. deve ser em torno de 1.2V ou menos.

Ao virar a chave para as baterias, o LED carre- Entretanto, ao expor o LED à luz branda emitida
gará o seu “capacitor” interno e, se este estiver por um LED branco a 50 cm, a descarga até 1.2V
no escuro manterá essa tensão mesmo após (nível lógico zero) ocorre em menos de 1 segun-
desligar as baterias. do.

Ao virar a chave para o lado do Voltímetro,


então iremos medir a tensão acumulada nesse
“capacitor”, com a polaridade de tensão igual
às baterias, identificada com os sinais do lado
esquerdo do LED. Figura 8

Porém, ao expormos o LED à luz, este gerará Na Figura acima, a lâmpada de LEDs 3 W ilumi-
energia proporcionalmente à luz aplicada, com nando o LED frontalmente a 30cm, note que em
polaridade correta, como identificado pelos 1.2 ms a tensão resultante no “capacitor” do
sinais ao lado direito do LED. Como a energia LED está no joelho de ter se tornado zero.
gerada possui polaridade invertida à energia
armazenada no “capacitor” do LED, elas tendem
a se anular, e o tal “capacitor” irá descarregar
numa velocidade proporcional à intensidade de
luz aplicada.
Figura 6
Então, medindo o tempo que o LED descarrega a
tensão do “capacitor”, podemos avaliar a inten- Na Figura acima vemos foto da tela de oscilos-
sidade da luz aplicada ao LED. cópio mostrando a descarga do LED na penum-
bra. Note que o LED descarrega quase que por
Note que a carga acumulada nesse “capacitor” completo em apenas 5 ms, um grande contraste
do LED é extremamente baixa, e somente um com o “1 segundo” descrito acima.
voltímetro FET ou de alta impedância poderia
medi-la. Um pino de porta de microcontrolador Isso ocorre devido à baixa impedância da ponta
em estado de alta impedância também conse- de prova do osciloscópio (que apesar de ser bem
gue medir esta tensão, com pouca interferência alta – x10 - e original Tektronix) acelera muito a
na descarga. Figura 9
descarga do LED. Como eu sei disso? Usando o
At90S2313 para medir tal tempo, ao tocar o LED
Mas por que usar essa técnica e não a da Figura (e pino de porta) com a ponta de prova do sco- Na Figura acima o LED foi iluminado por um LED
3 para medir intensidade de luz sobre um LED? branco de alto brilho a 3 cm de distância. Note
pe, esse tempo cai de aproximadamente 1 se-
que a descarga do “capacitor” deu-se por com-
gundo para 5ms, acelerando quase em 200 vezes
Primeiro porque para que o LED gere energia pleto em menos de 0.3 ms. Para fins práticos,
a descarga.
suficiente para ser medida, muita luz deve inci- compare a forma de onda de descarga das Figu-
dir sobre a sua pastilha, e o que queremos é Mas apesar do grande erro causado pela ponta ras 6 e 7. O pino da porta do At90S2313 conse-
medir penumbra e baixa radiação. gue identificar como nível 1 os 1.2 V da Figura
de prova do scope, as figuras servem para o
6, após 1.2 ms, e identifica como nível lógico
nosso estudo.
Expondo o LED à intensidade de luz emitida por zero o da Figura 7 após o mesmo período de
outro LED a 1 ou 2 metros, a energia gerada tempo.
Na Figura 7, a seguir, o LED foi exposto a uma
será muito pequena, de pouca valia ou até franja de luz de uma lâmpada LED de 3W, e já
mesmo impossível de ler ou avaliar. podemos ver que diferente da Figura 6 onde em Isso já seria suficiente para que o Micro-
Controlador identificasse claro ou escuro usando
1.2 ms ainda tínhamos 1.2V, agora nesse mesmo
Já a técnica Fator de Descarga permite medir um simples LED como sensor de luz.
tempo temos só 0.6V.
intensidades de luz bem menores, pois não es-
tamos medindo a tensão gerada pelo LED, e sim Mas de uma forma simples isso poderia ser feito
usando um simples foto-diodo ou um resistor

13
sensível a luz (LDR); por que então toda essa Ciclo de Leitura
experiência com um LED ? A B LED
0 1 Off - Carrega Capacitor Quente Quente Quente
Porque um LED pode gerar luz ! 0 HiZ OFF – Descarrega Cap com Luz NOTÍCIAS DA SEMANA
Por MAK.
E é exatamente essa a idéia dessa experiência: Aguarda 1.2 ms e verifica se o pino B, em alta
criar uma “Luz Noturna de Corredor” usando um impedância (HiZ), está com nível alto ou baixo. O nosso grupo já possui um Domain próprio na
simples LED, resistor e um microcontrolador, Internet, registrado tanto no Brasil como no
onde o próprio LED que serve de sensor também Se estiver com nível baixo é porque o LED está exterior:
ilumina as proximidades de onde estiver insta- recebendo luz ambiente, portanto mantém o
lado caso esteja escuro. LED apagado e repete o ciclo acima.
http://www.piclistbr.com
Montei estes componentes para teste, como se Uma vez que o nível em B é verificado estar http://www.piclistrbr.com.br
pode ver na foto abaixo. alto, o ambiente está escuro; então:
Esses domínios são de nossa propriedade e uso.
Ciclo de Iluminação
A B LED O nosso website já está previsto para as próxi-
1 0 ON – LED ilumina o ambiente mas semanas, por colaboradores do grupo.

Aguarda 20 ms e volta para o ciclo de Leitura. Google Chrome OS será lançado em uma se-
mana.
O circuito funciona bem, autônomo e sem pro-
blemas. 13.11.2009 14:30 8 Comentários postado por
Felipe Lobo Próximo Post Post Anterior
Tal construção pode servir para alimentar back-
light de displays LCD, iluminação de teclado, luz
interna de chão para veículo (para quê ligar a O Google Chrome OS estará disponível para
lâmpada durante o dia?), etc. download em uma semana, segundo o Tech-
Crunch. O sistema operacional foi anunciado em
Posteriormente liguei o fio B do LED à entrada julho e o lançamento antes do final do ano pode
Figura 9
[+] do comparador analógico do At90S2313, e no servir para conseguir emplacar alguns netbooks
pino [–] do comparador liguei um trimpot e re- vendidos nesse final de ano.
Nesse teste temos um At90S2313, cristal de
10MHz, resistor de 470 Ω e um LED vermelho sistor para ajustar entre 4.8 e 5 Vdc. Assim eu
moderno, atual, de bom rendimento. posso ajustar a sensibilidade de penumbra que o Segundo o site, o que se pode esperar é que o
LED ainda considera luz ambiente. suporte a drivers ainda será fraco, mesmo com
Aqui usei dois pinos de porta do At90S2313, que um batalhão de engenheiros trabalhando para
se conectam ao LED via o resistor de 470Ω. Consegui com que o LED sinta a luz de um sim- criação de todos os principais drivers do merca-
3 pilhas AA alkalinas e o cristal e está pronta a ples LED branco ligado a 2 metros de distancia. do. A empresa certamente deve focar nos net-
luz noturna portátil, que posso levar para onde books, plataforma que é o principal destino (ou
quiser e com autonomia de meses. Isso abriu portas para uma idéia de comunicação assim o Google espera) do sistema operacional.
de dados usando simples LEDs, que ora transmi-
te, ora recebe. Como o limite mínimo de sensi- A empresa já anunciou estar trabalhando com
bilidade é na faixa de 2 a 3 ms, tal comunicação grandes empresas do setor, como Acer, Adobe,
de dados serial fica limitada a 300 bps, mas Asus, HP, Lenovo, Qualcomm e Toshiba no pro-
extremamente funcional para microcontrolado- jeto do Chrome OS. Só nos resta então aguardar
res embutidos em pequenos robots ou mesmo o lançamento desse esperado sistema operacio-
instrumentos de bancada que precisem “conver- nal e ver o que de verdade nós vimos nos rumo-
sar entre sí”. res dos últimos meses. ■

Mas isso fica para a Parte 2 dessa matéria a ser


publicada na próxima edição dessa revista. ■
Pedro Drummond

Quer saber o porquê?

Bom, esta a gente aprende desde pequeno. “Por


que” separado é na pergunta, “porque” junto é
na resposta. Certo?

Pedro Drummond Assim, seria: “Pai, por que sai fumaça do seu
circuito?” e a resposta: “Porque não tinha
2N3055 na gaveta, filho”.
Saio vivo se segurar um cabo de 13kV.
Então basta ver se a frase tem um ponto de
Você tem dinheiro para pagar o frete do scope.
Figura 10 interrogação e pronto?
Pode me enviar aquele CI.
Pois é, mas nem sempre... como nosso idioma é
Na Figura 10 podemos ver a construção da luz repleto de exceções, aqui vai uma de cada:
noturna, que não precisa de interruptor, devido Onde vai ser o encontro...
ao baixo consumo - menos de 5mA durante a “porque” junto quando é pergunta: “Quer saber o
Quer fazer sentido? Então que tal ver se sua
noite e em torno de 1mA durante o dia. pergunta tem um “?” no final?
porquê de este programa em C ser tão grande?”;
e o “por que” separado na resposta: “Quero é
O LED tem o seu anodo ligado ao pino A, e cato- saber por que não aprendi Assembly ainda!”.
Perceba que, além do justo arrependimento,
do ao pino B via resistor de 470Ω. existe uma “pergunta camuflada” nesta última
afirmação.
At90S2313 controla os pinos A e B assim:

14
de produção, pois, por mais simples que uma surgir as linguagens mais simplificadas, não
Automação Industrial alteração em uma linha de montagem possa dependento tanto de hardware.
parecer, as alterações em maquinário podem
Por RODRIGO REIS DO NASCIMENTO ser muito complexas. Na verdade os PLCs começaram a ter um OS
(rodrigo@digoreis.net) para que pudessem interpretar o programa
Técnico em Eletrônica com ênfase em Automa- Devido a essa necessidade em 1968, a GM Hy- (compilado) para o hardware.
ção da Manufatura trabalha há 10 anos na área dramatic, divisão responsável pelo câmbio au-
de Automação como Projetista e Programador. tomatico da General Motors, comandado pelo Seguindo ainda a evolução, o PLC passou a ter
Richard Morley, solicitou à Bedford Associates porta de comunicação onde poderíamos pro-
um equipamento que atendesse as seguintes gramar, via cabo, com equipamentos dedicados
A HISTORIA DO CLP caracteristicas: a programação, não dependendo mais de grava-
dores e EPROM.
O CLP (Controlador Lógico Programável) ou PLC • Facilidade de programação;
• Simples manutenção com conceito plug-in;
Depois disso surgiram as portas de comunicação
é uma das estrelas quando falamos de automa- seriais onde finalmente poderiamos ultilizar o
ção industrial; não é por menos, ele revolucio- • Alta confiabilidade;
• Dimensões menores que painéis de relês, para PC para a programação dos PLCs.
nou o modo como produzimos máquinas e pro- redução de custos;
cessos. Quero mostrar neste artigo o porquê • Envio de dados para processamento centralizado; Atualmente existe certa padronização na pro-
deste estrelismo do CLP. • Preço competitivo gramação dos PLCs de diferentes fabricantes,
• Expansão em módulos; apesar da complexibilidade de cada programa
• Mínimo de 4000 palavras na memória. especifico.
PLC e suas expansões
Apesar de todos os PLCs atenderem estes requi- Existe também um estudo e movimento para
Inicialmente os painéis elétricos de máquinas e sitos, atualmente existem muitas outras exigên- tentar padronizar os protocolos de comunicação
processos eram criados com comandos elétricos, cias, como programação em Ladder, etc. para que cada vez mais equipamentos sejam
relês, contatores, temporizadores e quando facilmente inseridos em uma rede e assim se
mais complexos maiores eram os painéis e maior Na época que foi criado, o PLC tinha programa- possa ter o máximo de recursos ultilizados. ■
a chance de erro (ligação errada ou falta de ção totalmente dedicada a hardware (Assem-
ligação, retorno de tensão, etc). bly), ou seja, o programador tinha que conhecer
a fundo a arquitetura do hardware, para poder
Porém o mercado automobilistico (sempre ele) endereçar os IOs e fazer os cálculos.
precisava de uma solução simples para poder
adaptar suas máquinas quando mudava a linha Na evolução natural dos PLCs começaram a

15
Fator de Potência
(POWER FACTOR)

Quando dizemos que o chuveiro elétrico de determinado fabricante é de


5500W a 220V, o que isso significa?
Eng. Dr. Marco Antonio Simon
Dal Poz (mdalpoz@gmail.com) Significa exatamente o seguinte: que tal equipamento, quando submetido
à tensão constante de 220V, converte exatamente 5500W de energia elé-
trica em térmica (ou seja, aquece).

Como todos sabemos, potência pode ser calculada através da fórmula:

P = VI
No caso do chuveiro de 5500W a 220V, a primeira consequência é que, ao
ser alimentado como especificado (tensão constante de 220V), a corrente
Este assunto pode ser abordado de vá- será de 25A, também constante. Portanto este resistor do chuveiro possui
rias formas; dentre elas destaco duas: uma resistência (na condição de uso, ou seja, equilíbrio térmico, tudo
constante) de 8,8Ω. Até aí, nada demais.
a base teórica (nua e crua)
Por definição, tensão (ou corrente) constante significa tensão DC (ou cor-
e uma sequência de exemplos. rente DC), certo? Quase.
Vou tentar mesclar ambas as formas, de forma a tornar o assunto menos Significa sim, mas não por definição, e sim por consequência. A definição
monótono, permitindo ao leitor que, ao longo do texto, vá notando a uti- de valor DC de qualquer grandeza (corrente, tensão, velo-cidade, etc.) é o
lidade e as consequências dos conceitos apresentados. valor médio temporal da pró-pria grandeza.
Eu poderia, neste ponto, simplesmente jogar a definição de fator de po- Quando tal grandeza é constante, o valor dela é o próprio valor médio, já
tência, e dela deduzir todas as consequências possíveis e imagináveis, mas que não varia no tempo. Daí sim podemos dizer que tensão constante
isto tornaria mais difícil sua interpretação, então vou mostrar de onde significa tensão DC (pois não há componente AC, isto é, não há variação
surgiu o fator de potência. ao longo do tempo).
Ele surgiu de uma série de simplificações que estamos habituados a fazer, Aí começam os problemas. As duas fórmulas anteriormente citadas não
na análise de circuitos alimentados por corrente alternada (AC), e que são corretas. Elas só valem para circuitos DC ou para valores instantâneos.
fisicamente não existem!!! São simplificações puramente matemáticas. Então a forma correta de escrevê-las é:
Por exemplo: fasores. A corrente elétrica que atravessa um transforma-
dor, com o primário ligado à rede elétrica, e com o secundário em aberto, v (t ) = Ri (t )
é quase totalmente imaginária, isto é, é um número “a+jb” onde b é mui-
to maior do que a. Mas no mundo real, quem disse que existe um valor de
tensão e corrente que não é um número real? Isto é um fasor. É um núme-
ro complexo que utilizamos como representação da amplitude e defasa- p(t ) = v(t )i(t )
gem entre sinais senoidais.
Portanto, em termos instantâneos, qualquer circuito submetido a uma
Trata-se de um artifício matemático que simplifica muito nossas vidas, e
tensão variável (alternada) e que tem resistência constante produzirá uma
que requer conhecimento para sabermos interpretá-lo.
potência variável no tempo. Daí o nosso chuveiro, se ao invés de ser ali-
mentado com 220VDC for alimentado com AC, não produzirá 5500W cons-
É exatamente o mesmo que ocorre com o fator de potência. Não mostrei
tantes.
do que ele se trata ainda, mas é bom ter em mente que ele também é um
artifício matemático.
Mais tarde avaliaremos exatamente o que ele produz.
Antes de definí-lo, vamos mostrar como os vários artifícios surgiram, para
Como foi mencionado, o valor DC é o valor médio temporal, seja lá qual
então, de certa forma historicamente, chegarmos até ele.
for a grandeza que estivermos tratando (corrente, tensão, velocidade,
potência, etc.). Isso significa que qualquer sinal x(t) (qualquer forma de
Tomemos como exemplo um circuito muito simples: um chuveiro elétrico,
onda, seja ele periódico ou não) possui um valor médio XDC (valor DC), que
sem controle eletrônico, sem nada.
é dado por:
Trata-se de um simples resistor, que ligamos à rede elétrica quando há

1 a +T
passage de água por ele (para que ele não atinja temperaturas excessivas
e se destrua). E como todo resistor, vale a lei de ohm:

T a
X = X = X DC = x(t )dt
V = RI
Esta definição de valor médio parte do princípio de que o sinal é periódi-
Vamos partir do princípio de que o nosso resistor está em equilíbrio térmi-
co, de período T. O valor de a é totalmente arbitrário, já que não muda o
co, e portanto não há variações do valor de R com a corrente, temperatu-
valor da integral acima. Caso o sinal x(t) não seja periódico, o valor médio
ra ou tempo, ou seja, R é constante.
(DC) é obtido fazendo-se com que o período T tenda ao infinito, ou seja:

16
1 a +T 1
a +T
1
a +T
(v(t ) )2 dt
X = X = X DC = lim
T → +∞ T
 x(t )dt P=
T a v (t )i (t ) dt =
T 
a
R
a
Como estamos buscando a condição para que as potências médias se igua-
Por enquanto vamos tratar apenas de sinais periódicos, então não haverá
lem, isto é, uma tensão v(t) que produza exatamente a mesma potência
necessidade de se utilizar a segunda definição de valor médio.
média daquela obtida pela alimentação DC, temos:
Voltando ao exemplo do chuveiro elétrico. Havíamos dito que a potência
dele é definida para alimentação por tensão constante (DC).

De acordo com a definição acima de valor médio, quando x(t) é constante


V2 1
a +T
(v(t ) )2 dt
= 
temos que x(t) é exatamente igual a XDC, pois a integral acima resulta em
XT.

Mas o que acontece com o chuveiro quando ele é submetido a alguma R T a


R
tensão alternada (não constante, mas periódica)?

Ele produz uma potência variável no tempo, e neste caso nos interessa a A essa tensão V, que não se trata do valor médio de v(t) (pois V provém de
potência média produzida por ele. uma alimentação puramente DC), que produz a mesma potência que a
alimentação originalmente DC, dá-se o nome de valor RMS de v(t). Então
De acordo com a definição de valor médio, a potência média é a média da vamos substituir V por VRMS justamente para evitar confusão. Simplificando
potência instantânea, ou seja: a equação acima temos:

a +T
1 1 a +T 1
a +T
P=P=
T
 p (t )dt =
T a
 v(t )i (t )dt VRMS =  (v ( t ) )2
dt
a T a
Nesta fórmula já fizemos a aplicação da Lei de Watt. O valor médio da
potência (P) poderia ter sido chamado de PDC, mas evitaremos esta nota-
RMS significa raiz quadrada da média dos quadrados (root mean square), e
ção, pois alguns autores a definem simplesmente como sendo o produto do
mostra exatamente o que tal valor significa: a raiz quadrada do valor mé-
valor médio de tensão (VDC) pelo valor médio da corrente (IDC), ou seja,
dio do quadrado do sinal em questão.
evitaremos mencionar PDC para não causar confusão.
Essa definição, apesar de não ter significado físico direto (ou seja, fisica-
Quando for necessário mencionar PDC informaremos a definição utilizada.
mente não existe, pois a única coisa que existe fisicamente são valores
instantâneos), nos informa qual é a característica que qualquer tensão AC
Insisto novamente que a potência produzida pelo chuveiro, alimentado
periódica (seja lá qual for a forma de onda) deve ter para resultar exata-
com AC, é variável no tempo. Então porque nos interessa a potência mé-
mente na mesma potência média especificada para uma determinada
dia como mencionado logo acima?
carga resistiva (que no nosso exemplo consiste no resistor do chuveiro).
Porque parte-se do princípio de que a inércia térmica da água que passa
Portanto, se o nosso chuveiro desenvolve 5500W quando alimentado a
pelo chuveiro é tal que essa variação de potência ao longo do tempo é
220VDC, podemos substituir essa alimentação de 220VDC por qualquer
suprimida, isto é, a massa que envolve o resistor do chuveiro atua como
forma de onda tal que o valor RMS dela seja 220V, isto é, VRMS=220V.
um filtro passa-baixas, com frequência de corte bem baixa. Neste caso a
entrada do nosso filtro é a potência, e a saída é a temperatura.
Tal definição de valor RMS pode ser aplicada a corrente, tensão, e quais-
quer grandezas, incluindo potência. Porém, não a usaremos sobre a po-
E, como sabemos, em todo filtro passa-baixas a componente DC do sinal
tência por não ter nenhuma utilidade prática (já que o que nos interessa é
passa direto, sem alterações ou atenuações. E assim acontece com quase
sempre a potência média ou a instantânea). Portanto usaremos bastante:
todo e qualquer resistor, onde a massa dele ou do que o rodeia é tal que
as possíveis variações instantâneas de temperatura são suprimidas. É por
isto que nos interessa o valor médio da potência.
a +T
1
Isso tem uma consequência muito prática: é possivel utilizarmos o nosso
chuveiro com alguma tensão AC e alguma forma de onda tal que a potên-
cia média produzida é exatamente os mesmos 5500W especificados! Em
I RMS =  (i (t ) )2
dt
termos matemáticos, isso significa dizer que, ao alimentarmos o chuveiro
com tensão DC, temos:
T a
Se juntarmos essa definição de valor RMS com a definição de potência
V2 média, algumas coisas interessantes ocorrem. Continuemos analisando o

P= nosso caso de carga puramente resistiva, alimentada por uma tensão AC


qualquer. Neste caso temos, como já mostrado:

R
1
a +T
(v(t ))2 dt  PR = 1 a +T(v(t ))2 dt
E ao alimentarmos o chuveiro com tensão AC, temos: P=
T 
a
R T a

17
E também temos: S = VRMS I RMS
a +T a +T
1 1
 (v(t )) dt  VRMS ( )
Esta não é uma potência verdadeira e nem sequer é medida em Watts (W),
= = 
2 2 2
VRMS v (t ) dt pois é uma definição puramente matemática e que nem sequer tem signi-
T T ficado físico!!! Quando VRMS é medido em Volts (V) e IRMS é medido em
a a Ampères (A), a potência aparente S é simplesmente medida em Volt-
Ampères (VA) e nunca deve ser expressa em Watts (W), pois ela não repre-
senta consumo, geração nem conversão alguma de energia. É um conceito
Comparando-se uma equação com a outra temos o seguinte resultado: totalmente artificial definido arbitrariamente, muito usado como forma
de se informar indiretamente um valor eficaz de tensão ou de corrente.
Não é absolutamente NADA além disso.
2
VRMS O que se pode fazer com essa potência aparente é, em casos particulares,
= PR  P =
2
VRMS deduzirmos relações que possam nos levar dela à potência média real (P).
Por exemplo, no caso puramente resistivos, temos:
R
v (t )
i (t ) =
Ou seja, o conceito de valor RMS surgiu justamente para que, sobre cargas
resistivas, continuemos usando a boa e velha fórmula “vê quadrado sobre
erre”. Mas lembre-se: isto só se aplica sobre CARGAS RESISTIVAS. Então,
vamos analisar o que acontece com cargas passivas não resistivas (ou seja,
parcialmente ou totalmente indutivas ou capacitivas). R
Neste caso só podemos fazer uso das definições, ou seja: Então o valor RMS da corrente pode ser simplificado, resultando em:

a +T a +T
1
 v(t )i (t )dt
1
P= I RMS =  (i (t ) )2
dt
T ,
T a
a

a +T a +T
1
 (v(t )) dt
1 1
=  (v ( t ) )
2 2
VRMS I RMS = dt
T , R T a
a

a +T
1
I RMS =  (i ( t ) )2
dt I RMS =
VRMS
T a R
Sabe o que podemos fazer com essas fórmulas? Nada, a não ser que haja Como já mostramos, no caso puramente resistivo, a potência média (e a
alguma relação entre v(t) e i(t). E para que haja alguma relação, temos instantânea também) é dada por:
que ter um circuito, ou seja, uma carga. Já analisamos o caso de carga
puramente resistiva. Então, que tal analisarmos uma carga puramente 2
capacitiva? O que acontece se conectamos um capacitor de capacitância C VRMS
a uma alimentação de tensão AC?

Ora, não precisamos nem fazer cálculos. Por definição, capacitores não
P=
são elementos dissipativos. No entanto por eles passa corrente. Isso signi-
fica que, ao submetermos um capacitor a uma tensão v(t) (que tem um
R
valor eficaz VRMS) temos uma corrente i(t) (que tem um valor eficaz IRMS) e
a potência média é zero. E aí que começam os problemas. A potência Temos, portanto,
instantânea no capacitor não é zero! Mas a média é.

Justamente por isso é que define-se a potência aparente S, que é sim-


plesmente dada por:
P = VRMS I RMS
ou seja,

18
Mas ele traz consequências em eficiência de transmissão (e/ou distribui-

P=S
ção) de energia.

O motivo é simples: se você tem uma fonte de alimentação de tensão


alternada (vale a pena relembrar que, no caso DC, o fator de potência é
Esta é uma situação muito particular e desejável (mostraremos mais tarde sempre unitário, a demonstração é trivial e fica como exercício para o
porque), e no caso geral sempre teremos: leitor, bastando entrar com v(t)=V=constante e i(t)=I=constante na fórmu-
la acima) e conecta a ela uma carga puramente indutiva ou puramente
capacitiva, você terá potência média ZERO e terá corrente circulando pelo

P≤S circuito (fonte e carga).

Se você tem corrente circulando por condutores não ideais (e portanto,


que apresentam perdas resistivas, isto é, efeito Joule), você tem perda de
Chegou a hora de apresentarmos o fator de potência (fp). Fator de potên- potência! E isso ninguém quer.
cia é definido simplesmente como a razão entre a potência média real e o
módulo da potência aparente, isto é: Portanto, o objetivo do estudo e cálculo do fator de potência é sugerir
alterações nas cargas de forma tal que elas sejam sempre resistivas, isto
P é, devemos buscar e desenvolver métodos de nos livrarmos das cargas

fp = puramente indutivas ou capacitivas.

Mostraremos mais tarde como isto é possível, através dos compensadores


S ou corretores de fator de potência (PFC, power factor correctors).

Então, fica claro que, no caso puramente resistivo, o fator de potência é Cabe aqui um comentário adicional: tudo o que temos analisado até agora
unitário (mostraremos mais tarde que esta é sempre a situação desejável). vem sendo feito no domínio do tempo, mas poderíamos ter feito tudo isso
no domínio da frequência, com resultados praticamente iguais.
Vamos retomar agora o caso puramente capacitivo. Nada foi fórmulado
ainda, mas conforme já foi mencionado, por se tratar de um componente Existem muitas situações em que é vantajoso efetuar a análise no domínio
não dissipativo e que, submetido a uma tensão alternada, circula por ele da frequência, especialmente quando trabalhamos em RPS, isto é, Regime
uma corrente alternada, temos sempre potência média nula, com VRMS e Permanente Senoidal, que é o caso das nossas redes de distribuição de
IRMS não nulos. Portanto P=0 e S é não nulo. Consequentemente o fator de energia elétrica (a tensão que temos disponível nas tomadas residenciais,
potência é ZERO. comerciais ou industriais, seja lá qual for a amplitude).

Também pela definição de indutor temos exatamente a mesma situação, Então, já que vamos analisar o que acontece com cargas puramente capa-
isto é, P=p e S não nulo, portanto fator de potência também igual a ZERO. citivas e indutivas, e também com cargas mistas, vamos avaliar inicial-
mente o que acontece no RPS.
Juntando todas as definições anteriormente dadas (de potência média,
potência aparente, tensão RMS e corrente RMS) chegamos à definição Por enquanto vamos fazer a análise no domínio do tempo, para em segui-
generalizada de fator de potência para sinais periódicos: da, com circuitos não puramente capacitivos ou indutivos (isto é, com
componentes resistivos “no meio do caminho”), passarmos ao domínio da
frequência (pois vai facilitar muito o cálculo).

a +T No RPS, a tensão da nossa fonte de alimentação (rede elétrica no exemplo


1
 v(t )i(t )dt
do chuveiro) é dada por:

P T
fp = =
a +T
a
a +T
v(t ) = VP sin(2πft + φP ) = VP sin(ωt + φP )
S 1 1
 (v(t )) dt  (i(t )) dt
2 2
f é a frequência da senóide, que é exatamente igual a 1/T, VP é o valor de
T a
T a pico da senóide, e φP é a fase inicial da senóide, que no RPS pode ser um
valor arbitrário. É muito comum definir-se a frequência angular (ou velo-
cidade angular) ω=2πf, pois este número 2πf aparece muito no decorrer
das deduções.
Que resulta em:
Voltando mais uma vez ao caso resistivo (vale a pena estudá-lo mais um
a +T pouco, pois foi ele que nos trouxe o conceito de valor RMS, e ele nos trará

 v(t )i(t )dt


outro conceito muito importante, que será apresentado a seguir), isto é,
do nosso chuveiro elétrico, a potência instantânea será dada, com esta
alimentação AC senoidal, por:

fp = a
(v(t ))2 = (VP sin(ωt + φP ) )2 VP
2
a +T a +T
p(t ) = = sin 2 (ωt + φP )
 (v (t ) )2
dt  (i (t ) )2
dt R R R
Aplicando-se um pouquinho de trigonometria básica temos:
a a

Isso que é fator de potência, um número totalmente artificial, sem signifi- 2 2


V V
cado físico, e que define a razão entre potência média e o produto dos
valores RMS de tensão e corrente, nada além disso.
p(t ) = P − P cos(2ωt + 2φ P )
2R 2R

19
Isto significa que a potência do chuveiro, alimentado com AC, varia no
tempo. Repare que o valor máximo de p(t) é exatamente “vê quadrado  1 4V   1 
sobre R” e o valor mínimo de p(t) é zero. kT ≤ t <  k + T  v(t ) = P  t −  k + T 
 2 T   4 
Relembrando-se a definição de valor médio temos, no caso da potência:
 1 4V   3 
 k + T ≤ t < (k + 1)T  v(t ) = − P  t −  k + T 
a +T  2 T   4  
1 p (t ) dt
P=
T
 Onde k é um número inteiro (ou seja, k ∈ Ζ ) e T é o período (1/f) dessa
onda triangular. A primeira parte descreve o trecho de subida (de –VP até
a +VP, no primeiro semi-período), e a segunda parte descreve o trecho de
descida (de +VP até –VP, no Segundo semi-período).

Vamos calcular o valor RMS desta forma de onda de tensão, fazendo a=0.
a +T  2 2 
1  VP − VP cos( 2ωt + 2φ )  dt 1 a +T
P=   (v(t ) ) dt  V RMS
2
V RMS =

 2R P  T a
T a  2R  1  T / 2  4V P  T 
2T  4V
 
2 
3T 
   t −   dt +   −   dt 
P
=  t −
T  0  T  4  T / 2 T  4  
 

16V P 2  T / 2 
2 T 2 
T  3T  
2 V RMS =
3   
 t −  dt +   t −  dt 
1 VP
(T + 0)
T  0
4   4  
P=
T /2

. 4V P T / 2

2 
 t 2 − Tt + T dt +
T 
3Tt 9T 2  
  t − 2 + 16 dt 
  
2
V RMS =
T 2R T 3
 0 
2 16 
 T / 2  

1
3 2 2 3  2 2
4V P 1T  T T  T T  T   − 3T  T 2 −  T   +  3T  T
V RMS =   −   + .  +  T 3 −      
T3 3 2  42 2 4 3 2  4   2    4  2
  
2
VP V RMS = 4V P
1

1
+
1
+
7

9
+
9
= 4V P
1
 V RMS = V P
1

P= 24 16 32 24 16 32 48 3

2R Portanto, temos que, para onda triangular, o fator de forma, diferente da


onda senoidal que é raiz de dois, é raiz de três.
Ou seja, a potência média é igual a “vê quadrado sobre dois R” (sempre
lembrando que este “vê”, neste caso, refere-se ao valor de pico da senói-
de da rede). Mas foi mostrado poucas páginas atrás, que: VP VP
2 ff = =  ff = 3
VRMS VRMS 1
P= VP
3
R
Fica como exercício para o leitor constatar que o fator de forma para onda
Portanto, dessa igualdade de potências médias, sai a relação entre valor dente de serra, seja ascendente ou descendente, é exatamente o mesmo
RMS e valor de pico para tensões senoidais: da onda trigular.

V P = V RMS 2 Além disso, também fica como exercício constatar que, caso a onda trian-
gular seja assimétrica, isto é, com tempos de subida e descida diferentes,
o fator de forma não muda.

Este fator “raiz de dois” é conhecido como fator de forma (ff) de sinais No caso de onda quadrada, temos duas situações possíveis: onda quadrada
senoidais. Ou seja, em termos genéricos: com valor mínimo zero e valor máximo VP, e com taxa de trabalho δ; e
onda quadrada com valor mínimo VMIN, valor máximo VMAX, e dois tempos
VP
VP = VRMS ff  ff =
mortos (em zero), com duas taxas de trabalho δMAX e δMIN correspondentes
aos tempos em que o sinal atinge VMAX e VMIN.

VRMS O primeiro caso é bem simples. A partir da descrição da forma de onda


temos:

Todas as formas de onda possuem o seu fator de forma. Vale a pena estu-
dar alguns deles. Todos eles são consequência direta da definição de valor
RMS.

Tomemos como primeiro exemplo uma forma de onda triangular. Uma


onda triangular pode ser definida da seguinte forma:

20
Repare que, no caso de uma onda quadrada simétrica, isto é, quando
a +T VMIN=-VMAX=-VP, e ao mesmo tempo δMAX=δMIN=δ/2, temos que o fator de

 (v(t ) )
1 forma se reduz a:
V RMS = 2
dt  V RMS
T a max{VMAX , VMIN }
ff =
 δT 2 T 
1  V dt + 0 2 dt  VMAX 2δ MAX + VMIN 2δ MIN
 P 
=
T 
0 δT  VP 1
=  ff =
=
1
V P 2 δT  V RMS = V P δ δ δ δ
T VP 2 + VP 2
2 2
Portanto, o fator de forma da onda quadrada simples, descrita por VP e δ, Esta definição é importante para chegamos no conceito de valor eficaz.
é dado por: Valor eficaz de um sinal é algo frequentemente confundido com o valor
RMS do próprio sinal, pois a definição é muito similar. Valor eficaz é o
valor RMS do sinal que se obtém ao se subtrair o nível DC do sinal em
questão.
VP VP 1
ff = =  ff = Ou seja, se você tem um sinal e quer saber qual é o valor eficaz dele,
tudo o que tem a fazer é subtrair o valor DC dele (ou seja, o nível médio)
VRMS VP δ δ e em seguida calcular o seu valor RMS, e isto se denomina valor eficaz.
Trocando em miúdos:

No caso da onda quadrada completa, descrita por VMIN, VMAX, δMIN e δMAX,
a +T
temos o valor RMS:
1
a +T
Vef =  (v (t ) − VDC )2
dt
T
 (v(t ) )
1
V RMS = 2
dt  V RMS a
T a Caso o sinal não contenha nenhum nível DC, ou seja, caso o valor médio
dele seja zero (como por exemplo uma onda senoidal pura ou triangular

1  
t1+δ MAX T t 2+δ MIN T pura), o valor eficaz será exatamente igual ao valor RMS.

=  V MAX dt + 2
 VMIN 2 dt  Tomemos como exemplo a onda quadrada simples, que vai de 0 a VP com
T  taxa de trabalho δ. O valor médio dela é:
 t1 t2 
1 1 1 a +T
1 δT
= VMAX 2δ MAX T + V MIN 2δ MIN T V = V = VDC =
T
 v(t )dt =
T 0
 VP dt  VDC = VPδ
T T a

V RMS = V MAX 2δ MAX + V MIN 2δ MIN Como já vimos, o valor RMS desta onda quadrada simples é dado por:

Neste caso, para calcular o fator de forma, é necessário o valor de pico,


que será o maior dos valores dentre |VMAX| e |VMIN|. Assim sendo:
VRMS = VP δ
Então, no caso particular da onda quadrada simples, há uma relação dire-
V VP
ff = P =  ff ta entre nível DC e valor RMS, dada por:

VRMS VP δ
max{VMAX , VMIN }
VDC = VRMS δ
= Essa definição de valor eficaz, no caso da onda quadrada simples, corres-
VMAX 2δ MAX + VMIN 2δ MIN ponde a convertê-la em onda quadrada completa fazendo

VMAX=VP-VDC, VMIN=-VDC, δMAX=δ, δMIN=1-δ,

21
ou seja, corresponde a deslocar o sinal para baixo, subtraindo-o exata- Segundo deles corresponde a uma constante multiplicada pelo nível DC, e
mente de VDC. Aplicando-se a fórmula da página anterior (valor RMS da o terceito é apenas o próprio período. Então, continuando:
onda quadrada completa), temos o seguinte valor eficaz da onda quadrada
simples:
2VDC
Vef = VRMS 2 − VDC + VDC 2
VRMS = VMAX 2δ MAX + VMIN 2δ MIN  T

Vef = (VP − VDC )2 δ + (− VDC )2 (1 − δ )  Vef = VRMS 2 − VDC 2


Vef = VP 2δ − 2VPVDC δ + VDC 2δ + VDC 2 − VDC 2δ Ou seja, chegamos exatamente à mesma conclusão que havíamos obtido
para a onda quadrada, mas agora válida para qualquer forma de onda.
Esta equação pode ser escrita de outra forma muito tradicional:
= VP 2δ − 2VPVDC δ + VDC 2

VRMS = Vef + VDC


2 2 2
Note que, de acordo com dedução feita no começo desta página, VPδ é
exatamente o nível DC do sinal (VDC), portanto podemos simplificar a e-
quação acima da seguinte forma:
Costuma-se dizer, diante da fórmula acima, que valor eficaz e nível DC
são sempre perpendiculares entre si, simplesmente porque todos estes
2 2 2
Vef = VP δ − 2VDC + VDC  valores (RMS, eficaz e DC) descrevem um triângulo retângulo (com o RMS
na hipotenusa e os demais nos catetos).

Vef = VP 2δ − VDC 2 Esta é uma fórmula muito prática para se calcular valor eficaz ou valor
RMS de um sinal qualquer, já que o cálculo do nível DC é muito simples
(valor médio temporal).
Porém, já calculamos o valor RMS deste sinal, que consta logo acima.
Observando-se o valor RMS, percebe-se que ele aparece na equação acima Com este ferramental em mãos, já podemos resolver um probleminha
elevado ao quadrado. Portanto, chegamos à conclusão de que: muito simples: suponha que o tal chuveiro de 5500W a 220V seja ligado a
uma rede elétrica cuja tensão eficaz é de 220V mas haja uma bateria de
12VDC em série com a mesma.

VRMS = VP δ  Vef = VRMS − VDC


2 2
De acordo com a fórmula acima, a polaridade da bateria não faz diferen-
ça, pois a rede elétrica não tem nível DC.

Disso concluimos que, quando queremos calcular o valor eficaz, não é Qual é a tensão RMS fornecida ao chuveiro, e qual é a nova potência que
necessário seguirmos a definição à risca caso já tenhamos o valor RMS e o ele vai fornecer, admitindo-se que a resistência elétrica dele não vai mu-
nível DC do mesmo, basta executar a operação acima a teremos o valor dar? É bem simples:
eficaz.

Na verdade chegamos a esta conclusão para a onda quadrada simples, mas


provaremos a seguir que a mesma conclusão é válida para qualquer forma VRMS = Vef 2 + VDC 2 
de onda.

Note que tal resultado também comprova aquilo que já havíamos dito: na
ausência de nível DC (na rede elétrica, por exemplo), o valor eficaz pode Vef = 220 2 + 12 2  Vef = 220,3V
ser confundido com o valor RMS.

A generalização do valor eficaz, conforme a definição dada anteriormen- Ou seja, a alteração em tensão RMS, e portanto em potência produzida
te, é calculada por: pelo chuveiro é ínfima (o increment de potência é de cerca de 0,3%, to-
talmente imperceptível) apesar de haver consumo de energia da bateria.

a +T Agora que já temos todos os conceitos em mãos, e já os exploramos em


1
 (v(t ) − V DC ) dt
2 onda quadrada e triangular, vamos voltar ao caso senoidal, que é o mais
Vef = comum e abundante, principalmente porque o temos em ampla disposição
T a em redes de distribuição de energia elétrica.

 ((v(t )) )
a +T Sempre devemos lembrar que valor eficaz, nível médio, valor RMS, duty-
1 2 2
= − 2V DC v(t ) + V DC dt cycle, e fator de potência são apenas características de forma de onda,
isto é, entidades puramente matemáticas e que não possuem significado
T a físico. No mundo físico o que existem são apenas valores instantâneos,
seja de corrente, tensão, potência, velocidade, aceleração, etc.
a +T a +T a +T
1 2V DC V DC 2
 (v(t ) ) dt −   dt
2 Conforme comentado anteriormente, a rede elétrica nos fornece uma
Vef = v(t )dt + tensão descrita por:
T a
T a
T a

Note que o valor eficaz acima calculado é composto pela raiz quadrada de v(t ) = VP sin(2πft + φP ) = VP sin(ωt + φP )
três termos: o primeiro deles corresponde ao valor RMS ao quadrado, o

22
O caso puramente resistivo já foi extensamente analisado e calculado, Portanto o consumo de energia só podia ser zero mesmo. É por este moti-
portanto, é hora de partirmos para os casos puramente capacitivo e pura- vo que a potência dissipada em qualquer componente passivo não resistivo
mente indutivo. O comportamento de um capacitor ideal é completamen- ideal é zero.
te descrito por:
No entanto, como já sabemos, o mesmo está submetido a uma tensão
eficaz:
dv(t )
i (t ) = C VP
dt Vef = VRMS =
Se conectarmos um capacitor apolar (portanto capacitor eletrolítico co-
mum não serve) na rede elétrica (que supostamente é composta por um
2
barramento infinito, e portanto, possui impedância de saída nula), a cor- E por ele passa uma corrente eficaz que pode ser calculada utilizando-se a
rente que vai circular por ele será: definição de valor RMS sobre a corrente instantânea já calculada. Isso
resulta em:

i (t ) = C
d
(VP sin(ωt + φ P )) V P ωC
dt I ef = I RMS =
 i (t ) = VPωC cos(ωt + φ P ) 2
Podemos calcular a potência no capacitor através da famosa Lei de Watt: Disso concluímos que a potência aparente será:

p(t ) = v(t )i(t )  p(t ) VP VPωC


S = VRMS I RMS = .
= VP sin(ωt + φP )VPωC cos(ωt + φP ) 2 2
VP 2
Aplicando-se um pouco de trigonometria básica tempos:
= ωC  S = VRMS 2ωC
2
VP 2
p(t ) = ωC sin(2ωt + 2φP ) Sempre devemos lembrar que a potência aparente não existe, e portanto
não pode ser expressa em Watts (W), e sim em Volt-Ampère (VA). Como
2 vimos, num capacitor a potência média é zero, e a potência aparente não
é zero. Portanto, o fator de potência (fp) é ZERO.
Claramente o valor médio de p(t) é zero, pois num único período completo
há 2 oscilações completas (a frequência da potência instantânea é 2f (ou Fica como exercício para o leitor constatar que, num indutor ideal, de
2ω em termos angulares). Ou seja, de acordo com a definição de potência indutância L, ligado a essa fonte de tensão AC senoidal, em RPS, a corren-
média: te será dada por:

a +T a +T  2 
1 1  VP ωC sin(2ωt + 2φ ) dt
P=  p(t )dt =  VP
 2
I ef = I RMS =
P 
T a
T a  
1 VP 2
=− .
1
ωC. .0 = 0
ωL 2
T 2 2ω E portanto a potência aparente será:
Isso tem um significado físico. Se adotarmos φP=0, temos que a potência
instantânea p(t) é positiva no intervalo de tempo 0<t<T/4, negativa no
VP VPVP 2 1
intervalo de tempo T/4<t<T/2, positiva novamente no intervalo de tempo
T/2<t<3T/4, e negativa novamente no intervalo de tempo 3T/4<t<T. S = V RMS I RMS = . = .
2 ωL 2 2 ωL
Ou seja, em RPS, durante meio período, o capacitor conectado à nossa
fonte de alimentação AC senoidal recebe e acumula energia, para em
seguida devolver exatamente a mesma quantidade de energia à fonte. V RMS 2
S=
No outro meio período ocorre exatamente a mesma coisa, isto é, o capaci- ωL
tor recebe e acumula energia, para em seguida devolver novamente a
mesma quantidade de energia à fonte. A potência média será também zero, e isto é resultado do mesmo princí-
pio de funcio-namento: o indutor ideal, ligado nesta fonte de alimentação
AC senoidal, recebe energia durante ¼ do período, devolve a mesma e-

23
nergia à fonte no ¼ de período seguinte, e assim sucessivamente. E como
por ele há um valor de tensão RMS e valor de corrente RMS, a potência Vamos começar com a carga. A lâmpada possui resistência de 3Ω.
aparente não é nula, e disso concluímos que o fator de potência (fp) no-
vamente é ZERO. Então todo o circuito do secundário corresponde a uma resistência de 3,1Ω
em série com uma reatância indutiva de 0,5Ω. Isto, “refletido” no primá-
Observando-se as equações que descrevem as correntes instantâneas no rio, corresponde a um circuito composto por um resistor de 310Ω em série
capacitor e no indutor, é importante observar que, em relação à nossa com uma reatância indutiva de 10Ω, que deve ser conectado em série com
fonte de tensão, há defasagens fundamentais características de tais com- a resistência de 10Ω e reatância de 50Ω já presente no primário.
ponentes. Revendo:
Ou seja, o circuito elétrico equivalente consiste num resistor de 320Ω com
Na fonte de alimentação, e consequentemente no componente: uma reatância indutiva série de 100Ω, conectado à nossa fonte de 120VAC
(valor RMS).

v(t ) = VP sin(ωt + φ P ) Fazendo-se os cálculos através da teoria de circuitos elétricos, chegamos à


seguinte conclusão: o valor RMS da corrente será 358mA, e esta está atra-
sada 17,35O (isto é, 17O21’14.5”) em relação à tensão. Isso significa que,
no primário do transformador, temos:
No indutor temos:

V v(t ) = 120 2 sin(120πt + φP )


i (t ) = − P cos(ωt + φ P ) volts e
ωL
No capacitor temos:
i(t ) = 0,358 2 sin(120πt + φ P − 17,35O )
i (t ) = VPωC cos(ωt + φ P ) Ampères

A potência aparente S é simples de se calcular, pois é o produto dos valo-


res RMS da tensão e da corrente.
Note que, em relação à forma de onda da tensão, a forma de onda da
corrente no indutor é atrasada de ¼ de período, e a forma de onda da
corrente no capacitor é adiantada de ¼ de período.
S = V RMS I RMS  S = 120.0,358  S = 42,96
As relações entre as amplitudes de tensão e corrente, medidas tanto em
valor de pico como em valor RMS, constituem as reatâncias (indutiva ou volt-ampère
capacitiva, conforme o componente em questão), por definição. Ou seja:
A potência instantânea p(t) é dada pela Lei de Watt, e em seguida calcu-
No indutor temos: laremos o valor médio P da mesma.

X L = ωL (medida em Ω)
p(t ) = v(t )i(t )  p(t )
= 85,92 sin(120πt + φ P ) sin(120πt + φ P − 17,35O )
No capacitor temos:  sin(120πt + φ P ) cos(17,35O ) 
p(t ) = 85,92 sin(120πt + φ P ) 
1  − cos(120πt + φ ) sin(17,35O ) 
XC =  P 
ωC (medida em Ω)
p(t ) = 42,96(1 − cos(240πt + 2φ P ) ) cos(17,35O )
A questão do avanço ou atraso das formas de onda é importante para se − 42,96 sin(240πt + 2φ P ) sin(17,35O )
definir os sinais (positivo ou negativo) a serem aplicados nas tensões e
correntes, seja no domínio do tempo ou no domínio da frequência, ou
ainda na forma fasorial (campo complexo). Os valor médio P da potência é dado por:

Agora vamos a um exemplo bem genérico. Digamos que temos uma lâm-
pada de 48W a 12V e queremos alimentá-la usando uma rede elétrica
senoidal de 120V.
P = 42,96 cos(17,35 O )  P = 41,00
O que devemos fazer é utilizar um transformador com relação de trans- watts
formação (relação de espiras) de 10:1. Porém, como sabemos, todo trans-
formador possui uma indutância série equivalente, que é resultante das Isso significa que a rede elétrica está entregando 41W para o transforma-
indutâncias de dispersão do primário e do secundário. dor, portanto, uma potência inferior a 41W será recebida pela lâmpada, o
que é muito aquém dos 48W que ela deveria receber.
Digamos que este transformador a ser utilizado tem resistência de secun-
dário igual a 0,1Ω, reatância do secundário (medida já na frequência da Portanto, essas indutâncias série do trans-formador (indutâncias de dis-
fonte) igual a 0,5Ω, resistência do primário igual a 10Ω e reatância do persão) são muito altas e estão produzindo queda de tensão no secundá-
primário igual a 50Ω. rio, que não transmitirá 12V para a carga (o resultado será uma tensão
menor que os 12V esperados).
Para resolvermos este problema, basta calcularmos o circuito elétrico
equivalente do lado primário, ou seja, “refletirmos” toda a impedância do E finalmente o fator de potência desta carga é:
secundário no primário.

24
P
fp = =
41
=
42,96 cos(17,35 O ) P = VRMS I RMS cos( Δφ )
S 42,96 42,96 Finalmente chegamos à expressão geral de fator de potência em circuitos
elétricos lineares operando em RPS:
 fp = cos(17,35 O ) = 0,954
P VRMS I RMS cos( Δφ )
O cálculo acima do fator de potência nos sugere que há alguma relação fp = =
entre o mesmo e a defasagem entre a corrente e a tensão. E de fato há,
conforme vamos demonstrar agora.
S VRMS I RMS
Como sabemos da teoria de circuitos elétricos lineares, sempre que um
circuito é submetido a uma tensão senoidal ele responderá com uma cor-
 fp = cos( Δφ )
rente também senoidal e uma fase diferente. Isto significa que, dado
Justamente por isto que o fator de potência é mundialmente conhecido

v(t ) = VP sin(ωt + φ P )
como cos(φ), pois é muito comum fazer-se φP=0 e utilizar-se φ ao invés de
Δφ para representar a defasagem entre tensão e corrente.
,
Considerações finais: sendo um circuito indutivo ou capacitivo, o fator de
teremos: potência será sempre positivo, simplesmente porque o cosseno da diferen-
ça de fases (defasagem) entre tensão e corrente é um número sempre
positivo, já que tal defasagem encontra-se sempre entre

i (t ) = I P sin(ωt + φ P + Δφ ) , -90O≤Δφ≤90O,
onde Δφ>0 significa que o circuito é parcialmente capacitivo (caso Δφ seja ou então
exatamente igual a 90O, isto é, π/2 rad, o circuito será puramente capaci-
tivo), e Δφ<0 significa que o circuito é parcialmente indutivo (caso Δφ -π/2≤Δφ≤π/2
seja exatamente igual a -90O, isto é,- π/2 rad, o circuito será puramente
indutivo). Em termos gerais, o conceito de fator de potência surgiu de um fato físico
relativamente básico: é possível (e muito comum) termos um fluxo de
A potência instantânea p(t) consumida por este circuito genérico será: corrente, através de um bipolo submetido a uma determinada tensão, sem
que haja fluxo de potência média ao longo do tempo, conforme já demos-
p(t ) = v(t )i(t )  p(t ) trado.

= VP sin(ωt + φ P ) I P sin(ωt + φ P + Δφ ) Caso o circuito a ser elaborado ou analisado não esteja submetido a RPS,
não há nada a fazer a não ser aplicar a definição generalizada de fator de
potência, que já foi apresentada mas vale a pena rever:
 sin(ωt + φ P ) cos(Δφ ) 
p(t ) = VP I P sin(ωt + φ P ) 
a +T
 + cos(ωt + φ P ) sin(Δφ ) 
V I  (1 − cos(2ωt + 2φ P ) )cos(Δφ ) 
p(t ) = P P  
 v(t )i(t )dt
2  + sin(2ωt + 2φ P ) sin(Δφ )  fp = a
a +T a +T
V I  cos(Δφ ) + sin(2ωt + 2φ P ) sin(Δφ ) 
 (v(t ))  ( )
2 2
p(t ) = P . P   dt i (t ) dt
2 2  − cos(2ωt + 2φ P ) cos(Δφ ) 
a a
 cos(Δφ ) 
p(t ) = VRMS I RMS   Agora que ficou claro do que se trata o fator de potência, de onde ele
 − cos(2ω t + 2φ P + Δφ )  surge e as suas consequências, resta-nos estudar como fazemos para me-
lhorá-lo.
Note que o segundo termo da potência instantânea em RPS descreve um Tudo consiste em estudarmos o circuito elétrico em questão, isto é, resu-
termo alternante, ou seja, exatamente uma potência que é fornecida do mi-lo a um bipolo elétrico submetido a uma tensão v(t) e determinar a
gerador à carga e logo em seguida é devolvida pela carga ao gerador. corrente i(t) que o atravessa (ou o contrário), ou seja, determinar a sua
admi-tância equivalente (ou impedância equivalente).
Note que este fluxo alternante de potência ocorre duas vezes por período,
isto é, ocorre com frequência 2f (ou 2ω, em termos angu-lares). Por se Caso a admitância determinada consista num circuito RL paralelo, acres-
tratar de uma potência alter-nante, seu valor médio é zero. centa-se um capacitor também em paralelo que tenha uma reatância exa-
tamente igual à reatância da parte indutiva determinada. E caso a admi-
Já o primeiro termo da potência instantânea em RPS descreve um termo tância determinada consista num circuito RC paralelo, acrescenta-se um
constante, que corresponde justamente ao valor médio. indutor também em paralelo que tenha uma reatância exatamente igual à
reatância da parte capacitiva determinada. É tão simples assim! Porém,
Aplicando-se a definição de valor médio, dada logo no começo deste tex- esta regra só vale para RPS.
to, temos que a potência média P é dada por:

25
S = P + jQ
Caso o circuito em questão não esteja operando em RPS, ou a carga não
seja linear (como é a maioria esmagadora dos circuitos eletrônicos), só
nos resta apelar para duas soluções: filtros passivos ou filtros ativos, po-
dendo ser lineares ou não lineares.

Este é um assunto muito extenso e que poderá ser abordado noutra opor- Temos que retificar a definição de fator de potência, que passa a ser:
tunidade.

P
fp =
Apenas por questão de precisão conceitual, cabe ainda mencionar que a
potência aparente S, no caso de RPS, pode ser tratada por um número
complexo.

Até o presente momento, a abordagem utilizada corresponde exatamente


ao módulo (norma) deste número complexo. Quando se opta pela forma
complexa, S adquire a seguinte forma:
S
Mas é claro, isso nada muda a consequência fundamental do RPS, que é

S = P + jQ podermos calcular o fator de potência por:

Onde P é a potência média real, S é chamado de potência aparente com-


plexa, e Q é a potência imaginária (puramente reativa, medida em VA, e
fp = cos( Δφ )
que não produz trabalho nem potência útil alguma). Conforme foi de-
monstrado: No final, espero ter abordado tudo o que se refere a fator de potência e
deixado claro que é perfeitamente possível termos tensão e corrente num
circuito sem que haja absolutamente nenhuma transferência de potência.

P = VRMS I RMS cos(Δφ ) Esta abordagem pode ser sida bastante teórica, mas diante do fato de que
o fator de potência é um conceito puramente teórico sem significado físi-
co, era inevitável que a abordagem fosse essencialmente teórica, mas
A potência imaginária Q é simplesmente definida (por conveniência ma- com alguns exemplos práticos simples. ■
temática) por:

Q = VRMS I RMS sin( Δφ )


Ela é assim definida para que possa haver a relação triangular entre as
potências, que será dada por:

S = P2 + Q2
O termo Q é a potência imaginária, mais conhecida como potência reati-
va, e é o que deseja ser totalmente compensado ou corrigido, isto é, utili-
zando-se capacitores para eliminar reatância indutiva, ou indutores para
se eliminar reatâncias capacitivas.

Ele expressa um consumo de corrente que não realiza trabalho nem po-
tência, isto é, contribui para perdas de transmissão (perdas por efeito
Joule nos condutores que conectam a carga à fonte de alimentação).
Este termo Q é aquele que dá origem, na conta de energia, ao consumo
medido em kVArh, que significa quilo volt-ampère reativo-hora. S é medi-
do em volt-ampère (VA), P é medido em watts (W) pois é potência real, e
Q é medido em volt-ampère-reativo (VAr).

Energeticamente o único termo que interessa é P, mas em termos de efi-


ciência todos os termos são importantes, e resta ainda deduzirmos o ter-
mo Q (potência reativa) diretamente a partir da potência real P através da
fórmula trivial:

Q = P tan(Δφ )
Esta última equação deixa claro que, quando a carga é puramente resisti-
va (o que estamos sempre buscando, através dos métodos de correção de
fator de potência), isto é, quando Δφ=0, Q=0, e portanto P=|S|.

Cabe uma correção final: caso seja utilizada a definição de S como potên-
cia aparente complexa

26
Pedro Drummond Pedro Drummond
Direto da China A DX havia entregue meu pedido? Ou havia
entregado? Conhece o MARIO? Aquele que...

LED aceso ou acendido? Está em dúvida? Você mostra um circuito defeituoso ao seu
Coloque um 555 astável... amigo e ele fala: “Ah, deixa que eu reme-
deio!”
Tá bom, a regra básica é: ser e estar aceso
(forma irregular do verbo), ter e haver acendi- Horrível, né? Também acho. Só que ele
do (forma regular). Assim, dizemos que o LED está certo.
está aceso, mas que eu havia acendido a
lâmpada. O verbo “remediar” faz parte da lista do
MARIO. São os verbos terminados em
Detalhe: “acender” é iluminar, “ascender” é “iar” que têm conjugação irregular.
subir. Outros exemplos: “eu estava surpreso
com aquele encontro”, ou “eu já tinha aceita- O MARIO é formado por Mediar, Ansiar,
do o emprego”. Quer uma exceção? (sempre Remediar, Incendiar e Odiar.

Manteremos essa lista de fornecedores asiáticos tem, né?) “O leitor gosta de ser sur-preendido
pelo autor...” Não quer falar que você intermedeia a
constante na revista, pois a cada mês podem negociação?
surgir fornecedores adicionais.
Outros especiais: “pago”, “ganho” e “gasto”.
Use sempre desta forma. Os especialistas Tudo bem, diga que você “faz a intermedi-
www.sureelectronics.net discutem isso, mas o consenso da maioria é a ação”
www.dealextreme.com preferência pela forma irregular.
www.chinavasion.com – afinal, se você falar certo, vai ficar com
www.gainexpress.com Aproveitando que o assunto é forma regular e fama de burro...
www.kaidomain.com irregular, lembre que o verbo “chegar” não
www.focalprice.com tem forma irregular. Ou seja, não dá pra você
www.dhgate.com dizer que “tinha chego no trabalho mais ce-
www.lightinthebox.com do”. Nem se fosse verdade.
www.mymemory.co.uk (memory)
www.play-asia.com (jogos)
www.eastbay.com (tênis e roupas)
www.fragrancex.com (perfumes)
www.finishline.com (tênis)
www.secondspin.com
www.eastbay.com

27
O Cálculo de um indutor com núcleo de ar, cujo
A maioria dos transistores NPN, incluindo resultado é em microHenries, é:
Termômetro Enrolado 2N2222, BC548, BC107, trabalha bem nesse tipo
de oscilador, porém poucos como o BF494 con-
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida.
seguem trabalhar com tensões de alimentação 0.0393 ∗ ( )
abaixo de 6V. O diagrama da Figura 1 trabalha
com alimentação a partir de 3V, requerendo
=
pequenos ajustes nos resistores. 6 + 9 + 10
Onde:

N = Número de espiras,
R = Raio médio da bobina,
C = Comprimento da bobina,
E = espessura da bobina.
Existem diversas maneiras de efetuar medição
de temperatura, desde o simples termômetro de
mercúrio, que tira o sono da mãe preocupada Numa bobina de camada única, a espessura (E)
com a febre do filho, ao termômetro que indica é o diâmetro do fio utilizado. Também é bem
quando o peru está pronto no forno, e passando possível que se a bobina for montada apertada,
por uma gama enorme de sensores de todo tipo, o comprimento (C) da bobina seja o número de
bem como os chips eletrônicos que já indicam a espiras multiplicado pelo diâmetro do fio. Todos
temperatura em graus, em milivolts, etc. Tam- Figura 1 os valores em milímetros.
bém não podemos esquecer dos componentes
eletrônicos passivos, tais como resistores (NTC e O calculo de frequência do circuito acima (que Por exemplo, uma bobina com 42 espiras aper-
PTC), bem como junções de diodos e transisto- utiliza só um capacitor), resulta em aproxima- tadas de fio AWG 24 (0.54 mm de diâmetro),
res que alteram suas características conforme a damente 833 kHz: numa única camada, diâmetro interno de 52
mm, comprimento resultante de 23 mm, espes-
temperatura.
1.6 sura de 0.54 mm, resulta em torno de 102 µH.
Praticamente todo sensor tem uma faixa de = Não divulgarei os resultados das medições, pois
temperatura ideal para trabalho, outros não se
comportam bem fora de outra faixa, e outros 2 √ essas variaram de acordo com o formato da
praticamente são destruídos se usados além do bobina, quantidade de espiras, diâmetro do fio,
máximo permitido. Já no circuito abaixo da Figura 2, utilizando etc, e não consegui chegar num racional lógico
ambos os capacitores, a fórmula é mais precisa, a ponto de produzir uma fórmula adequada.
Esta é a primeira de uma série de matérias que e resulta em aproximadamente 666 kHz: Mas deixamos a idéia de que isso é possível, e
publicarei a respeito de medição de temperatu-
ra. Nas próximas edições mostrarei diferentes
1 poderá ser usado.

técnicas e sensores. = A vantagem desse tipo de sensor é a ampla faixa


de temperatura, desde sub-freezing até acima
Nessa edição veremos uma técnica pouco em-
2 ( ) de 300°C, onde simples NTCs e sensores semi-
pregada, para não dizer nunca; é a bobina de condutores não sobreviveriam.
um oscilador LC, daí o termo “termômetro enro- Onde “Cx” é o resultado do cálculo de capacito-
lado”. Essa técnica emprega um simples oscila- Com tempo hábil, pretendo repetir as experiên-
res C1 e C2 em série, cuja fórmula é:
dor eletrônico LC. cias de bancada, documentar e divulgar. ■

Parte-se do princípio que um oscilador LC tem a 1


sua frequência determinada principalmente
=
pelo valor do indutor e do capacitor, e basica-
1 1
= +
mente a fórmula é
√ 1 2 Pedro Dummond

O valor “L” de um indutor (medido em Henries) Até o momento fizemos um oscilador LC funcio- Ha, meus bons tempos...
é definido por variáveis: quantidade de espiras, nar, mas como isso pode ser considerado um
diâmetro das espiras, espaçamento entre elas, termômetro? Para não se confundir mais sobre o “há” ou o
tipo de condutor, diâmetro do condutor, tipo de “a”, basta lembrar que o “há” é do verbo “ha-
núcleo (ar, metal, ferrite, outro), etc. A bobina de fio é feita com um condutor elétri- ver”, então estamos falando do passado.
co metálico, por exemplo, cobre, e metal ex-
Praticamente todas essas variáveis influenciam pande ou contrai sob diferentes temperaturas. Assim, “não estudo eletrônica há muito tem-
no valor “L” do indutor. Uma delas que é o Ao dilatar ou contrair, a bobina muda suas ca- po”, e não “a muito tempo”.
foco dessa matéria é a temperatura. Minúsculas racterísticas físicas e altera a sua indutância.
variações de temperatura irão variar o diâmetro Essa mudança afetará a frequência do oscilador Essa é fácil, né? Mas toda hora a gente vê...
do indutor e com ele a frequência do oscilador. e o microcontrolador detectará tal mudança.

No circuito da Figura 1, vemos um simples osci- Medições simples feitas na bancada, utilizando
lador LC utilizando um transistor BF494, o tan- um indutor circular com núcleo de ar, permitiu
que LC como feedback para a base do transis- verificar que se podem obter mudanças de di-
tor, e um simples gate HCT para recortar o sinal versos Hertz na frequência do oscilador, com
de forma a ser possível efetuar a contagem de uma leve mudança de temperatura do ar em
pulsos por segundo num microcontrolador. torno da bobina.

28
Eu sempre tive curiosidade em saber como as posição dos dígitos à esquerda por x10, x100,
outras pessoas mentalmente “vêem” a sequên- x1000, mas nesse quinquinário multiplicaríamos
cia numérica decimal que usamos. por 5, (x5 x25 x125 x625...) então 12 significa o
Sistemas Numéricos 2 + 1x5 = 7 (em decimal). Nesse sistema malu-
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida. Se você tivesse que mentalizar a tripa de núme- co, 23 seria 13 em decimal (3 + 2x5). E quanto
ros de 1 a 1000, de uma vez só, como veria? Eu seria 3142? 2 + 4x5 + 1x25 + 3x125 = 422 em
particularmente vejo os números de 1 a 10 ali- decimal.
nhados numa fileira horizontal à minha frente
se afastando, de 11 a 20 formam uma rampa, de Entender isso é fundamental para entender o
21 a 30 uma leve rampa à direita, e não sei resto dessa matéria.
porque o espaços entre números 26 e 30 são
maiores que entre 21 a 25. O número 30 vira à O nosso cérebro tem a capacidade de visão
esquerda e continua se afastando de mim, mas volumétrica e de quantidade; ao olhar para o
isso vai só até 32, vira à direita novamente até número “5”, conseguimos ter uma idéia do que
40, quando faz novamente uma escada inclinada isso possa significar: cinco pães, cinco cabras,
até 50, assim continua até 100. Interessante- cinco dinheiros. Essa capacidade nos parece
mente de 100 a 490 é uma reta à direita, leve- simples, mas é extremamente complicada, exi-
mente inclinada, de 490 a 500 é quase uma ge uma enorme capacidade de processamento
escada vertical, mas de 501 a 1000 novamente mental associada à capacidade de imaginar e
uma reta à direita, levemente inclinada. De Mil criar. Alguns animais conseguem aprender de
em diante repete como do início, a partir de 1. forma cognitiva que o número “5” possa estar
dizendo que exista comida atrás da quinta porta
Eu não sei se essa forma de imaginar foi alguma a contar a partir da esquerda, mas não será por
Nesse artigo estarei comentando sobre sistemas maneira que meu cérebro teve que desenvolver lógica, será por associação da figura do “5” com
numéricos: Decimal, Binário e Hexadecimal. para facilitar cálculos mentais. Creio que os a posição física da porta. Se, após 3 anos de
Existe uma grande chance que você já conheça multiplicadores decimais estão todos ali de treinamento com o tal símio, adicionarmos uma
tais sistemas, e se assim for, esse artigo não forma geométrica e tridimensional. Mas acredi- sexta porta, ele jamais entenderá o que signifi-
trará novidade nenhuma a você. te, eu sou normal. ca o número “6”, poderá novamente aprender,
mas não por lógica.
Eu tenho um amigo que é neurótico em manter No sistema decimal, obviamente temos 10 dígi-
tudo sob controle, os centavos no banco, ele tos, e não é de 1 a 10, é de 0 a 9. O conceito Portanto, um circuito eletrônico que é muito
confere o troco das moedinhas, sabe quantos de zero demorou muito tempo para ser adotado mais bobinho que o cérebro de um animal, ja-
clips de papel tem na gaveta, e pasme, ele tem e nunca passou pela cabeça dos Egípcios ou mais conseguiria entender sistemas numéricos;
um caderninho onde controla quantos enlatados Gregos, porém parte integrante da numeração mas entenderia o mais básico de todos.
tem nos armários da cozinha. Maia, pasme, usava base 20 e era composta por
traços e pontos. Um ponto valia 1 enquanto um O Sistema Binário.
Mas assim como isso pode ser neurótico para traço valia 5. Abaixo a representação do deci-
alguns, para outros é necessidade básica. Siste- mal 13 em numeração Maia. Tres pontos = 1x3, Ligado ou Desligado, Tensão ou Sem Tensão, Um
mas de contabilidade em empresas, tanto quan- mais 2 traços (2x5) = 13. O sistema aceitava um ou Zero, é tudo o que um chip consegue enten-
to sistemas de controle de estoque em indús- máximo de 3 traços e 4 pontos, o que contava der.
trias, distribuidoras e lojas, é fundamental e de zero a 19 decimal.
sem eles nada funcionaria direito. Lembra do “Quinquinário” da coluna ao lado? e
que só usa dígitos de 1 a 5? E que multiplica o
Até o padeiro da esquina precisa ter um sistema dígito à esquerda por x5, x25, x125, etc? O
numérico que o organize e diga quantos pães sistema binário é igual, porém ele só tem dois
ele irá fazer com aqueles sacos de farinha empi- dígitos, Zero e Um, e pronto.
Como curiosidade, note que o sistema multipli-
lhados. Dará para o final de semana? Faltará cador com base 20, é 1, 20, 400, 8000, etc, e
pão na padaria? Portanto, da mesma forma como o Decimal e o
permite fazer as quatro operações facilmente. Quinquinário, a contar da direita para a esquer-
Não vou entrar na história da numerologia, por- da, a posição do dígito é multiplicada por 1, x2,
Ao final dessa matéria estarão tabelas dos sis- x4, x8, x16, x32, x64... e assim infinitamente.
que isso não ajudará muito o objetivo dessa temas de numeração Maia, Egípcio e Babilônio.
matéria, mas é bom saber que ao longo da evo-
lução humana usamos diversas maneiras de Uma forma simples de representar o binário:
No nosso sistema DECIMAL, um número pode ser
representar “quantidade”, seja para contabili- composto de 1, 2, 3 ou infinitos dígitos. Como
zar as cabras, os cavalos, os filhos, a população,
ou as riquezas. Portanto estarei salpicando
sabemos, cada dígito à esquerda tem o seu valor
multiplicado por 10, sobre o multiplicador do
2
interessante informação histórica. onde “n” é a posição do dígito
seu vizinho à direita. Só para exemplificar, 937
é composto pelo número 7, mais 30, mais
Passamos pela numeração roma- Portanto, para ver o quanto vale em decimal um
900, e tal multiplicador x10 do 3 e x100
na, que até funcionava, mas número binário, basta multiplicar o valor de
do 9 são meramente posicionais.
tinha limite físico de quanti- cada dígito pelo valor decimal daquela posição.
dade e não podia ser estendi- Para preparar a nossa cabeça anteci-
da. Por falar em algarismos Então “0110”, a começar da direita para a es-
padamente para entender o que vem
romanos, pouca gente perce- querda seria:
pela frente, vamos imaginar que o
be que os relógios que usam 0x1 + 1x2 + 1x4 + 0x8 = 6 (decimal), ou, bastaria
sistema decimal não existe, e tudo o
tais números têm a posição que inventaram até aqui foi um sis- usar a fórmula para cada dígito ‘1’, então
de 4 horas representada por tema de quinquinário (se é que tal teríamos ( + ) que resulta em 2+4=6. Lem-
IIII ao invés de IV. palavra existe), onde só temos os brar que o primeiro dígito à direita é , ou 1.
dígitos de 1 a 5, e nem o zero existe.
Bem, todos conhecem o sistema Para dar o nome certo aos bois, vamos chamar
decimal, ao menos todos deveriam saber, Então, [RRR] seria escrito 3, [RRRRR] = 5, po- então esse dígito 0 ou 1, de BIT, pois ele é a
afinal de contas ele nos foi ensinado na escola rém [RRRRRRR] não seria 7, porque 7 não exis- menor parte do sistema numérico binário.
básica. te, seria dois além do 5 então seria 12. Heim?
Sim, veja, no decimal nós multiplicamos cada

29
Portanto, o número binário “0110” é composto novos símbolos para os valores entre 10 e 15 dos ADICIONANDO BINÁRIOS
por 4 bits. possíveis de cada Nibble.
Vamos a uma adição binária.
Vamos também denominar posicionamento. O Poderíamos escolher qualquer coisa, mas para
bit mais à direita, o que tem o menor valor, não inventar novos símbolos no nosso atual alfa- 1+0=1
chamaremos de “bit de mais baixa ordem”, ou numérico, então escolhemos letras de A a F. 1 + 1 = 10 (um mais um igual a dois)
LSB (Inglês para Least Significant Bit). Por ana- 10 + 1 = 11 (dois mais um igual a três)
logia, o bit mais da esquerda, o que tem o mai- Com isso, cada uma das 16 possíveis combina- 11 + 1 = 1000 (três mais um igual a quatro)
or valor, chamaremos de “bit de mais alta or- ções de cada Nibble (4 bits) passam a ter um
dem”, ou MSB (Inglês para Most Significant Bit). único símbolo como abaixo, e criamos um novo Portanto;
Lembre-se desses acrônimos (LSB e MSB), você sistema numérico que daremos o nome de He- 1 0 1 1 + (Bh)
muito os usará. xaDecimal, pois ele usa o Decimal mais 6 (hexa) 0 0 0 1 (1h)
diferentes símbolos, então Hexa-Decimal. ----------
Portanto, o binário “0100111010” vale quanto? 1 0 +
Da direita para a esquerda: 1 0 1
----------
0x1 1 1 0 0 (Ch)
1x2 Binário Decimal HexaDecimal
0x4 O conceito do “vai um” continua sendo usado
1x8 0000 0 0 aqui. Ao somar os dois “1” à direita em cima,
1 x 16 0001 1 1 na cor roxa, o resultado foi “10” (dois), mas só
1 x 32
0 x 64 0010 2 2 um dígito pode estar no resultado, então fica o
0 x 128 0011 3 3 “0” e o “1” em itálico vermelho, é o “vai um”,
1 x 256 0100 4 4 que soma com o “1” em azul e faz o “10” em
0 x 512 0101 5 5 verde.
______
0110 6 6
314 em decimal É o mesmo conceito de somar decimal 8 + 4, o
0111 7 7
1000 8 8 resultado é 12, porém só o 2 vai para o resulta-
Assim como o Decimal que limita o número de do e o 1 “vai” somar com o dígito à esquerda.
símbolos em 10, o Maia que limita em 20, e o 1001 9 9
binário que limita em 2, todas as formas de 1010 10 A
Complicado? Então vamos fazer a conta bit a
numeração exigem um limite físico multiplica- 1011 11 B
bit e na horizontal.
dor, do contrário teríamos que ter um símbolo 1100 12 C
diferente para cada número possível. 1101 13 D 1011 +
1110 14 E 0001
Então, para poder unir a mínima capacidade 1111 15 F
eletrônica e de computadores com a humana, Rodando para a esquerda, LSB em cima.
criamos uma forma de humanos poderem ler os
binários de forma mais coerente, e limitamos o Desta maneira, os 3 Nibbles que representam o 1 + 1
número de símbolos binários em 4, criamos um valor 314 em decimal, agora podem ser escritos 1 + 0
pacotinho de BITS e o chamamos de NIBBLE, do em Hexa-Decimal: 0 + 0
Inglês “mordida”. Mordemos 4 bits de cada vez 1 + 0
de uma tripa dos binários e temos diversos Nib-
bles. Convertendo o binário “0100111010” aci- 13A E agora somando bit a bit
ma em Nibbles, alinhados à direita, ficaria:
Para não confundir e identificar de acordo,
Por convenção vamos chamar o “vai um” de
01 0011 1010 podemos usar a letra “h” (minúscula) após o
“Carry”, e o carry vai somar sempre, sendo zero
Posição Nibble: 2 1 0 número Hexa-Decimal, ou também podemos
ou um, vamos chamar de Carry0 ou Carry1. Ao
usar “0x” antes do número. Ambas as maneiras
iniciar a soma o Carry é Carry0.
Como o máximo valor possível de 4 bits (Nibble) são corretas:
é 15 decimal, quando todos os bits são 1, mas 1 + 1 + Carry0 = 0, sobra Carry1
isso representa 16 combinações quando associ- 13Ah ou 0x13A 1 + 0 + Carry1 = 0, sobra Carry1
ando o zero, então o Nibble 0, por ser o da di- 0 + 0 + Carry1 = 1, sobra Carry0
reita, tem o seu valor unitário, já o Nibble 1, 1 + 0 + Carry0 = 1, sobra Carry0
por estar à esquerda do 0, vale o seu valor ve- Agora, ao encontrar 13Ah e querendo converter
zes 16, e por último o Nibble 2, vale o seu valor para decimal, basta multiplicar cada dígito pelo Resultado = 1 1 0 0
vezes 256 (16x16). valor da sua posição.
Para fixar, vamos fazer o mesmo em decimal e
Desta maneira, fica mais fácil para os humanos 13A, o “A” está à direita, portanto tem o seu somar 189 + 54
converterem o binário em decimal. Nibble 0 valor unitário 10. Já o “3” está na segunda
vale decimal (8+2) 10 x1 = 10, Nibble 1 vale 3 posição e essa multiplica por 16, portanto 48, 9 + 4 + Carry0 = 3, sobra Carry1
(2+1) x 16 = 48, Nibble 2 vale 1 x 256 = 256, no entanto o “1” multiplica por (16x16) 256, 8 + 5 + Carry1 = 4, sobra Carry1
portanto os 3 Nibbles juntos valem 10 + 48 + 256 portanto 256. Somando tudo, resulta em 314. 1 + 0 + Carry1 = 2, sobra Carry0
= 314 (decimal).
Então já somos “mestres” em sistema binário e Resultado = 243
Agora, se quisermos escrever os valores dos hexa-decimal.
Nibbles de outra maneira que não binário, terí-
amos que escrever em Decimal, e então ficaria: Nesse sistema é possível fazer as quatro opera- SUBTRAINDO BINÁRIOS
ções de forma simples, exatamente como faze-
1 3 10 mos no decimal. Subtração funciona da mesma maneira, mas
usa-se um macete de somar o “One’s Comple-
Mas ao juntarmos, ficaria 1310, aquele “10” ment” (complemento de um). Para subtrair 6h
misturou e confunde, portanto temos que criar de Bh (1011 – 0110) então primeiro se faz o

30
complemento de 6h. Invertem-se todos os bits Hexa 6h x 5h = 1Eh vamos chamar essa quantidade de
(zero vira um e um vira zero) e soma-se um. 0 1 1 0 x 0 1 0 1 “x”.
b) Então se desloca N2 “x” bits à esquer-
0110  1001 + 1 = 1010 Teremos: da. Com isso estamos alinhando N2
(Então o One’s Complement de 0110 é 1010) N1 = 0110 com N1.
N2 = 0101 c) Agora se verifica se N2 é menor que
Agora soma-se o Bh com o resultado do One’s Resultado = 0000 N1; se sim:
Complement e despreza-se o ultimo carry bit. marca-se um bit 1 no resultado (que
O macete aqui é somar e shiftar para a esquer- no início está zerado), exatamente na
1011 + 1010 da, tantos bits existentes em N1. posição “x”.
Faz-se a subtração N1-N2 e o resulta-
1 + 0 + Carry0 = 1, sobra Carry0 Inicie olhando o bit mais a direita de N1, no do da subtração volta para N1.
1 + 1 + Carry0 = 0, sobra Carry1 caso é zero, então não soma-se N2 ao Resulta- d) Decrementa-se “x”
0 + 0 + Carry1 = 1, sobra Carry0 do, mas shifta-se N2 um bit à esquerda e) Shifta-se N2 um bit para a direita
1 + 1 + Carry0 = 0, sobra Carry1 f) Operação concluída quando “x” for
Teremos: zero.
Despresa-se o ultimo Carry e o resultado de N1 = 0110
1011- 0110 = 0101 (decimal 11 – 6 = 5) N2 = 0000 1010 <- shiftou um Esse processo é rápido e consome somente “x”
voltas na rotina [a-e].
MULTIPLICANDO BINÁRIOS Resultado = 0000 0000
Agora já sabemos o que é um sistema Binário e
O que pode parecer difícil na verdade é muito Novamente, olhe agora o segundo bit da direita também o Hexa-Decimal. Também sabemos
simples. A posição do lado esquerdo do BIT de N1, no caso é 1, então soma-se N2 ao Resul- fazer as quatro operações com binários.
tem o valor dobrado dele, não? Lembre-se, 1, tado, e shifta-se N2 mais um bit à esquerda
2, 4, 8, 16, 32, 64 ...
Teremos:
N1 = 0110
Sistema Numérico Maia
Veja só, o número 6, bits 0110, vale o dobro do
número 3, bits 0011. Note a similaridade entre
eles, 0110 e 0011. O que ocorre aqui é que o Resultado = 0000 0000
+ N2 0000 1010
número 6 tem os dois bits UM uma posição à
= 0000 1010
esquerda dos bits do número 3.

Isso significa que a mesma combinação de bits, N2 = 0001 0100 <- shiftou dois
deslocada uma posição à esquerda, dobra o
valor. O inverso também é verdade; ao deslocar
Novamente, olhe agora o terceiro bit da direita
os bits uma posição à direita, divide-se o valor
por dois. de N1, no caso é 1, então soma-se N2 ao Resul-
tado, e shifta-se N2 mais um bit à esquerda
Os bits 0100101100 quando deslocados um bit
Teremos:
para a direita, 0010010110, (o zero do final
N1 = 0110
sumiu) têm o seu valor dividido por 2. Se deslo-
carmos novamente o valor original será dividido
Resultado = 0000 1010
por 4; novamente? Por 8.
+ N2 0001 0100
= 0001 1110
Portanto, para multiplicar 01001010 por 8, bas-
ta deslocar seus bits 3 vezes para a esquerda,
N2 = 0010 1000 <- shiftou três
ou, inserir 3 zeros ao final:

01001010 x 8 =
Novamente, olhe agora o quarto bit da direita
010010100 <- 1 bit deslocado (x2)
de N1, no caso é 0, então não soma-se N2 ao
0100101000 <- 1 bit deslocado (x4) Resultado, e shifta-se N2 mais um bit à esquer-
01001010000 <- 1 bit deslocado (x8) da
O valor original 0100 1010 (4Ah) quando multi- Teremos:
picado por 8 (3 shifts à esquerda), resultou em N1 = 0110
010 0101 0000 (250h). 4Ah = decimal 74, x8 = Resultado = 0001 1110
250h, decimal 592; confere. N2 = 0101 0000 <- shiftou quatro
Mas nem todas as multiplicações são por 2, 4, 8, Portanto, multiplicando 6h x 5h – 1Eh
etc. Então usa-se fazer exatamente como se
faz em decimal. Em programas, conta-se quantos bits existem
em N1 da direita para a esquerda, até o último
Porém ainda existem possibilidades de efetuar bit “1” mais à esquerda, e esse será o número
as multiplicações de forma simplificada quando de operações como feitas acima, porque quando
um dos números for constante. N1 só tiver zeros à esquerda não fará mais dife-
rença no resultado, não haverá mais nenhuma
Por exemplo, multiplicar um número por 9. soma de N2 a esse.
Basta guardar o valor original, deslocar para
esquerda 3 vezes (multiplicar por 8) e somar o Divisão em Binário é muito similar à multiplica-
original, o que resultará em x9. ção, na verdade é totalmente inverso.
Mas fazendo da forma tradicional: a) Buscam-se quantos bits em N1 até que
não existam mais bits 1 à esquerda;
Decimal 6 x 5 = 30

31
porta serial a mais, mais pinos de entrada e mas ele não consegue facilmente acessar essas
Atmel AVR e Assembly saída, etc. caixinhas com a mão direita, precisa ser com a
esquerda o que irá requerer dois movimentos na
Parte 1 Nós vamos pensar sempre no Mr.Core como um maioria das vezes. Existem casos que com es-
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida. cara que recebe nossas ordens e as executa de forço ele as alcança com a mão direita mesmo.
forma precisa e muitíssimo rápido.
Já era tempo para iniciarmos uma Como o Mr.Core demonstrou necessidade de ter
seção assim, onde poderemos Todas as nossas ordens a ele têm uma identifi- muito mais caixinhas, então instalamos um ar-
descrever chips de di- cação numérica, que por acaso é seqüencial. mário à sua frente, e lá ele tem centenas delas,
versos fabricantes e Sem importar muito quantas sejam, elas apare- que identificaremos mais tarde. Algumas da-
modo de programa- cem numa telinha para o Mr.Core, uma de quelas caixinhas do armário são as usadas pela
ção. Tenho certeza cada vez, junto com tal identificação. secretária dele, bilhetinhos, recados de telefo-
que teremos colabo- ne, a caixa de entrada, saída, até o telefone
radores para as próxi- Da mesma forma como num Rolodex, o dele está naquele armário, que o Mr.Core con-
mas edições, descreven- Mr.Core tem a capacidade de girar um segue alcançar com a mão esquerda. Só para
do chips de outros fabri- botão e ver ordens que já passaram ou avan- sacanear um pouco. Na verdade queremos dei-
cantes. çar e ver ordens lá na frente; ele as busca pela xar a mão direita do Mr.Core o mais livre possí-
identificação. vel, afinal de contas ele tem que trabalhar rá-
Não quero aqui entrar no pido.
mérito histórico nem caracterizar evolução ou Eu posso mandar o Mr.Core “Pegar
penetração no mercado, muito menos iniciar o Lápis”, e em seguida dizer “Es- Como todos nós, todas as
uma polêmica sobre linguagens de programação, creva”, mas se ele voltar para manhãs quando o Mr.Core
afinal de contas todo mundo já sabe qual é a olhar antes do “Pegar o Lápis”, é entra no escritório dele e
melhor mesmo. bem provável que encontrará assume a posição de traba-
uma ordem “Pegue uma Folha lho, ele tem que primeiro
Esse artigo que terá diversas partes, descreverá de Papel”. Estará tudo lá, um ligar a luz da sala, ligar a cafe-
o “core” do chip AVR da Atmel, e que poderia tripão de ordens. teira, apontar o lápis, preparar
ser qualquer um, desde o antigo At90S2313 até tudo em volta e ter certeza de
os mais modernos e carregados de memória e Essa janelinha onde aparece que quando alguma coisa apa-
dispositivos internos, como um AtMega128. uma ordem de cada vez, chama- recer na telinha ele esteja
remos de “Program Counter”, que apto a desempenhar o trabalho
A intenção aqui é permitir aos iniciantes na área poderemos traduzir para “Conta- a ser feito, e executar as “instructi-
entender um pouco melhor tais chips e iniciar dor de Ordens”. Esse “coun- ons” da forma usual.
nessa importante linguagem que é o Assembly, ter” é exatamente o iden-
temido por muitos, odiado por outros, amado tificador das ordens, e Essa tarefa de preparação poderá ter o
por tantos. Nunca uma linguagem de programa- é ele que diminui ou nome de “setup” ou “preset” (arrumar) a
ção gerou tanta polaridade entre programado- avança a contagem sala.
res, muito mais que time de futebol ou partido conforme o Mr.Core gira aquele botão de avan-
político. ço ou retrocesso. Esse Preset é na verdade acertar as caixinhas,
limpá-las do dia anterior, ter certeza de que a
Que me perdoem os que já têm conhecimento, Vamos também passar a chamar as “ordens” de secretária dele não vai encontrar lixo pela fren-
mas tentarei explicar de forma bem básica e “instructions” (instruções). te, definir até que horas ele vai trabalhar, defi-
simples, para que qualquer um entenda e tenha nir quem pode vir falar com ele, quem terá o
a chance de colocar mãos à obra e conseguir Na mesa do Mr.Core, existem caixinhas, e em direito de interromper o trabalho normal dele,
programar um AVR em Assembly !!! cada uma delas cabe um byte, que é um único se o cachorro estará solto para alertar da pre-
número que pode ter o valor de zero até 255. sença de estranhos ou estará dormindo e que se
Iniciarei descrevendo um pouco da parte de lasque a segurança, etc e tal.
hardware, de forma figurativa, para que o estu- Existem muitas caixinhas, mas inicialmente
dante possa visualizar de que forma tudo estará vamos identificar somente 32 delas. Para facili- Uma vez tudo em ordem e verificado, ele come-
trabalhando. tar chamaremos cada caixinha de Registrador ça a olhar na telinha e obedecer instructions.
(registro) e para ficar mais fácil ainda, escreve-
Também usarei termos em Inglês, que é o idio- remos em cada caixinha a letra R e o número O Mr.Core tem uma calculadora bonita na mão
ma original e que faz muito mais sentido, e é o dela, portanto teremos caixinhas R00 até R31. direita. Ela faz no máximo 4 operações, mas
que se encontra em manuais técni- hoje ela só faz duas, soma e subtrai, e pior, ela
cos. Por uma questão só faz a operação de um Byte com outro. Lem-
de facilidade na bre que um Byte é o conteúdo de uma caixinha,
Dentro do chip à direita mesa do Mr.Core, e que pode ter qualquer valor entre zero e 255.
(uma rara fotografia do core as caixinhas de
de um AtMega88) tem um R16 até R31 esta- Coitado do Mr.Core, o resultado da conta da
cara chamado Mr. Core, é rão muito próxi- calculadora nunca poderá ser menor que zero
esse senhor quem dá vida ao mas à mão direi- ou maior que 255. Mas ele tem diversas caixi-
chip, ele é o manda-chuva. ta dele, que é a nhas e pode arrumá-las lado a lado e entender
Em volta dele existem alguns mão usada para números com mais dígitos. Se arrumar 4 caixi-
ajudantes, auxiliares, aten- calcular, pegar nhas lado a lado, poderá ver 4 Bytes ali dentro,
dentes, mas é o Mr.Core coisas, escre- como por exemplo, [005][032][241][097]. Esse
quem faz e acontece. O Core ver, etc, afinal é um número enorme. Quer ver?
é simplesmente a pastilha de contas o
eletrônica que é praticamente Mr.Core é des- Como cada Byte pode assumir valores entre 00 e
igual em todos os chips AVR, é tro. Então 255, então são 256 valores no total, pois o zero
o miolo pensante, o centro colocaremos as conta como um deles. Então aquela caixinha
nervoso. Os ajudantes e auxi- caixinhas de mais à direita será o valor dela mesma, mas a
liares são dispositivos adicio- R00 até R15 do primeira à esquerda valerá o conteúdo vezes
nais que um chip pode ter e lado esquerdo 256, a próxima à esquerda valerá o conteúdo x
outro não, mais memória, uma do Mr.Core, 256 x 256 e a mais a esquerda valerá o conteúdo

32
x 256 x 256 x 256. Complicado? Não. Isso é trador que conterá o Byte a ser transmitido ou
igual ao sistema decimal que tu aprendeste na A calculadora que também está próxima à mão recebido pelo controlador de comunicação, e
escola, unitário, x10, x100, x1000. Aqui no direita do Mr. Core permite, por exemplo, que tantos outros. É uma lista razoavelmente gran-
caso, os valores seriam “unitário”, x 256, x ele possa somar o conteúdo do registrador R19 de, e cada um tem uma função específica. Um
65536, e x 16777216. Esse sistema que conta (que é um byte – lembra? 8 bits, 2 nibbles...) em especial, por exemplo, controla se o Core
cada caixinha como valendo 256 chamamos de com o conteúdo do registrador R29, e o resulta- continuará trabalhando a todo vapor, ou se dá
sistema de octetos; vamos dar outro nome boni- do ser colocado no próprio R19. O uso dessa uma relaxada sem desligar energia, consumindo
to; sistema Binário, descrito na matéria anterior calculadora permite não só adição, mas também bem menos até que se comande o contrário.
dessa edição. subtração, e é importante lembrar que o regis- Em determinadas situações o Core não precisa
trador de destino do resultado é sempre o pri- ficar tão agitado, eventualmente por algum
O Mr.Core trabalha numa certa velocidade, ele meiro. Somando R29+R18 colocará o resultado tempo ele não precisa fazer nada, mas não
lê e executa uma Instrução com base numa em R29, mas somando R18+R29 o resultado vai queremos desligar a energia, queremos mantê-
batida lá fora, dada por um maluco batendo para R18. lo prontinho para retomar atividades. Essas
numa lata de lixo, numa cadência rítmica. situações chamaram de “Sleep”, ou “Low Power
O Mr. Core também tem as portas e janelas Mode”, são ativadas mudando alguns bits num
Quanto mais rápido o maluco bate, mais rápido muito próximas da mão direita. Essas portas e registrador especial de I/O.
o Mr.Core trabalha. Esse maluco é na verdade janelas dão acesso ao mundo externo, ou às
um cristal oscilador que é ligado do lado de fora prateleiras e armários à volta dele. Ele pode, Existe também internamente no Core uma me-
do chip e dá a cadência do trabalho, que cha- por exemplo, copiar o conteúdo de R22 para mória mais ampla, é um armário comprido num
maremos CLOCK. uma porta de saída e seus pinos físicos do chip, corredor, chamada de SRAM (Static Random
de imediato, e esses 8 bits estarão disponíveis Access Memory) – Memória de Acesso Não Se-
A maioria dos Chips AVR da Atmel aceitam tra- para você ligar LEDs, por exemplo. quencial (randômica). Essa memória é compos-
balhar num máximo de 20MHz, ou, vinte milhões ta por uma pancada de caixinhas, iguais aos
de batidas por segundo, e o coitado do Mr.Core Ele também pode de imediato ler 8 bits de uma registers, porém em muito maior quantidade,
irá tentar executar Vinte Milhões de Instruções janela ou prateleira e colocar em R22. Mas ele que pode variar de modelo para modelo de
por segundo, se usar só a mão direita !!! Quan- só pode fazer esses movimentos com portas e chip, 128, 512, 2048 Bytes ou mais.
do precisar usar a mão esquerda, “pode” acon- janelas com registradores R16 a R31.
tecer que ele precise fazer dois movimentos ou A memória SRAM usa tecnologia diferente dos
mais entre as mãos e caixinhas, nesse caso, Estas portas e janelas, a partir de agora chama- registradores, está fisicamente em local dife-
algumas instruções podem precisar mais de uma remos de I/O (input/Output), só podem ser rente dentro do chip, e não se deve pensar nela
batida lá na lata de lixo, mais de um pulso de acessadas com a mão direita; Agora chamare- como sendo registers. É um armário separado.
CLOCK. mos os R16 a R31 de High Registers (registrado-
Na memória SRAM é
À direita um pedaci- onde gravamos dados
nho minúsculo, me- a serem processados
nos de 2%, da ima- imediatamente, é
gem toda do Core do como se fosse a nossa
AtMega88 ampliado mesa de trabalho,
centenas de vê-zes. onde abrimos arqui-
É impressionante vos, classificamos,
imaginar que toda mudamos, organiza-
essa tecnologia, mi- mos, calculamos, e ao
croscópica dessa final devolvemos ao
maneira, e que fun- destino, que pode ser
ciona!!!, custam 3 o mundo externo, ou
ou 4 dólares ali na outro dispositivo de
loja da esquina. armazenamento.
Essa parte ampliada
é um pedacinho do Tanto a Memória SRAM
controle e da memó- quanto os Registrado-
ria Flash. pres perdem o conte-
údo quando desliga-
Vamos voltar então a mos a energia que
ver as atividades do alimenta o chip.
Mr. Core no trabalho Chamamos isso de
do dia-a-dia. Memória Volátil.
res da parte alta), e R00 a R15 de Low-Registers
Já sabemos então que ao alcance da mão direi- (parte baixa); pois bem, querendo mover um O Core também tem acesso a tal memória SRAM
ta, o Mr. Core tem as caixinhas (registers) iden- byte de R04 para um I/O, ele terá que primeiro usando instruções especiais, que podem ou não
tificadas como R16 até R31. Ele tem alcance copiar R04 para qualquer um High-Register e usar alguns High-Registers como carteiros (ou
direto a tais registradores, ele consegue ler ou então mover desse registrador para a porta I/O. seja, quem aponta onde na memória o tal Byte
alterar diretamente o conteúdo desses registra- O inverso também é verdadeiro. Byte de I/O será gravado ou lido).
dores. Já os registradores R00 a R15, ele preci- não pode ser movido diretamente para um Low-
sa acessá-los com a mão esquerda, o que o im- Register, terá primeiro que ser gravado num Também existe outro tipo de memória, chama-
pede de lê-los ou alterá-los imediatamente. Por High-Register e então copiado para o Low- da FLASH. Parte dessa memória dá para ver na
exemplo, para ler ou alterar o conteúdo do Register de destino, se assim quiser. parte avermelhada no lado esquerdo superior da
registrador R02, ele precisa copiar o conteúdo imagem ao lado, e é onde podemos gravar a
de R02 para um dos registradores da mão direi- Mas quem são esses I/Os (janelas e portas)? São sequência de comandos e instruções que que-
ta, por exemplo, R18, e então usá-lo. Mas al- todas as outras caixinhas e prateleiras no chip, remos que o Core execute quando em operação.
gumas coisas ele consegue fazer diretamente como por exemplo, os pinos externos do chip, os É exatamente nessa memória FLASH onde fica o
com a mão esquerda. Explicaremos adiante. outros registradores de controle em geral, os tal “programa”. É ali que é gravado o que se
Essa conversa toda é só para chamar a atenção counters (contadores), os timers (temporizado- transfere para o chip, durante o processo de
e manter em mente que registradores R00 a R15 res também contadores), os registradores de “programação”.
nem sempre podemos acessar diretamente. controle de comunicação, até mesmo o regis-

33
A memória FLASH não perde os dados quando dados eletricamente antes de gravá-los nova- mesa do Mr. Core existam milhares de formulá-
desligamos a energia do chip. Devido ao tipo de mente. rios a preencher e assina. Então o Mr. Core
tecnologia, ela mantém o que foi gravado para mandou fazer um carimbo com a assinatura dele
sempre, até ser apagada numa operação especi- Essa memória então pode ser gravada, lida e e ganha tempo ao invés de repetir o procedi-
almente feita por um equipamento Programa- regravada pelo Core, porém ela é mais lenta mento de assinar manualmente cada página.
dor. que a SRAM e permite uma quantidade limitada Quando um programa possui determinada se-
de ciclos de apagamento, normalmente por quência de instruções a ser feita de tempos em
Então, a memória FLASH contém BYTES que o volta de 100 mil ciclos. tempos ao longo de uma sequência de insctru-
Core irá decodificar e determinar o que fazer ções, é mais fácil criar esse “carimbo” e, quan-
em seguida. O programa é composto por inú- A finalidade básica dessa memória é guardar do necessário, usá-lo. Mas assim como o Mr.
meros bytes, e nos chips AVR cada instrução é informações a serem usadas durante o proces- Core não mandou fazer um carimbo para cada
composta por 2 ou 4 bytes. De acordo com o samento a posterior. Ali se guarda, por exem- página (mandou fazer um só), aqui também isso
valor binário do primeiro byte, o Core identifica plo, número de série do equipamento, a última é verdadeiro. Criamos uma sequência deinstru-
e determina o que fazer com tais bits e os bits posição de uma chave no painel, a seleção de ções, que podemos chamar de Sub-Rotina (roti-
do próximo ou próximos bytes. um menu a recuperar na próxima vez que ligar o na) e a usamos quando necessário. Essa Sub-
aparelho, valores, tabelas, funções, etc. Quem Rotina pode estar lá mais para o canto da me-
Isso significa que o programa é composto por ainda não ouviu falar em Cookie de browsers de mória Flash, e sabendo onde está podemos fazer
uma sequência de instruções e mais instructi- Internet? Eles ficam ali no seu PC esperando o Program Counter (lembra dele?) apontar para
ons. Essa longa sequência pode ocupar desde você acessar novamente aquele website, e ao aquela sub-rotina, assim o Core irá executá-la e
poucos bytes até milhares deles. Quanto mais acessar, o Cookie já preencherá os dados usados “carimbar essa página”.
complexo o programa, maior será. no mês passado, ou lembram o produto que Mas veja a mesa do Mr. Core, ele estava escre-
você viu, etc. Pense na memória EEPROM (ou vendo a página, precisou do carimbo, largou a
Mas como o Core não se perde entre tantas E2Prom) como a área onde Cookies do PC são caneta, foi lá no canto, pegou o carimbo, ca-
instruções? Um Special Registrador no grupo gravados. rimbou e largou o carimbo no canto. Alguma
dos I/Os é um camarada conhecido como Pro- coisa tem que fazer o Mr. Core lembrar o que
gram Counter, a função dele é exatamente O processo de leitura ou gravação da memória ele estava fazendo antes de ir buscar o carimbo,
manter o Core informado de onde anda, e qual EEPROM é diferente de tudo. Ali no Core existe de forma que ele possa continuar a escrever o
o endereço na memória de onde está lendo um “funcionário” que é responsável por isso, é o texto na página e não quebrar a linha de pen-
instruções, daí o nome “Program Counter”, gerenciador da memória EEPROM. O Core in- samento sobre o que estava escrevendo.
contador de instruções, abreviado como “PC”. forma a esse funcionário o endereço e o Byte a
gravar, o funcionário vai lá e grava e informa “Do que eu estava falando mesmo?” Hmmm.
Normalmente o Core não tem permissão de quando terminou. É o mesmo procedimento
mudar o conteúdo da memória FLASH, mas ele para ler uma EEPROM, o Core “pede” o Byte de O STACK vai lembrar.
pode ler bytes de qualquer endereço dessa me- um determinado endereço da EEPROM, e em
mória e movê-los para registradores, e usá-los pouco tempo o tal funcionário entrega o Byte Funciona assim:
como bem convier. lido num registrador em especial.
Quando o Mr. Core precisou do carimbo, ele
É assim, por exemplo, como se deixa gravados Bem, então aprendemos que existem diversos marcou num bloquinho de papel ao lado, o que
em meio a um programa, dados e informações a tipos de memória, ou lugares onde podem ser precisava fazer em seguida do carimbo. Ao
serem mostradas num display, menus de sele- guardados Bytes: carimbar e largar o dito cujo no lugar, ele volta
ção, texto em geral, etc. Esse texto (dados) não no bloquinho e lê o que fazer em seguida.
é instruction, apesar de estar lado a lado com • Low Registradores (R00 a R15)
instruções na memória FLASH, e cuidados são • High Registers (R16 a R31) Esse bloquinho é o Stack.
tomados para não permitir o Core tentar deci- • Memória SRAM (dados a curto prazo)
frar tais dados como se fossem instructions, • Memória EEPROM (dados a longo prazo) Imagine uma situação mais complexa.
caso contrário “o barraco cai”. • Memória FLASH (programa)
Mr. Stack está escrevendo, agora precisa carim-
Todavia existem modelos mais avançados de A ordem acima é também de velocidade. bar, ele anota no bloquinho o que deve escrever
AVRs que dão permissão ao Core para alterar a O Core consegue trabalhar em velocidade de em seguida ao carimbo. Larga a caneta e vai
memória FLASH. A finalidade disso é permitir CLOCK nos Registers, quase o mesmo para me- buscar o carimbo. Ao pegar o carimbo no canto
atualização do programa da FLASH feita pelo mória SRAM, mais lentamente na EEPROM e bem da mesa, percebe que não tem a almofada do
Core, quando recebendo um novo programa via mais lentamente na FLASH. carimbo, e o carimbo está seco. Tem que ir
dispositivo normal de comunicação, sem preci- buscar a almofada. Mas antes
sar usar um equipamento Programador de Flash, “Do que eu estava falando mesmo?” disso, ele volta ao bloquinho e
apesar de que a primeira gravação da Flash Hmmm. anota que após umedecer o carim-
deverá ser feita via tal Programador. bo ele tem que carimbar ali no
Pois é, às vezes nos perde- meio da página. Ele não pode ir
A tecnologia da memória FLASH permite uma mos numa conversa umedecer o carimbo e esquecer
quantidade limitada de ciclos de apagamentos, longa e não lem- onde carimbar. Então vai até o
algo em torno de 1000 vezes. Ou seja, o mesmo bramos mais como armário buscar a almofada do ca-
chip pode ser reprogramado muitas vezes antes retornar ao assunto rimbo. Ao chegar lá encontra o
do circuito de apagamento da FLASH começar a principal. armário trancado. Ele tem que ir
falhar. até o Office-Boy para pegar a cha-
Para que isso não ve e destrancar o armário, mas
Existe ainda outra memória, de tecnologia ainda aconteça com o Mr. antes de ir até o Office-Boy ele
diferente da Flash, da SRAM e dos Registers, que Core, foi criado um retorna ao bloquinho e anota que
chamamos de EEPROM (Electrically Erasable procedimento cha- ao retornar com a chave ele terá
Programmable Read Only Memory) que significa mado STACK (em por- que abrir a porta do armário e
Memória Programável para Leitura, de Apaga- tuguês: Pilha). umedecer o carimbo.
mento Elétrico.
Quando o Core está Ao retornar com a chave, abre o
Baita nome para dizer que é uma memória que executando uma se- armário e não sabe o que fazer, então olha para
se pode gravar, não perde os dados quando se quência de instruções, às vezes em meio a isso o bloquinho, e ahhh, umedecer o carimbo... e
desliga a energia, mas que se pode apagar tais ele tem que repetir uma sequência de instru-
ções em especial. Por exemplo, digamos que na

34
agora? bloquinho... ahhh, retornar à mesa e Como a cada gravação no Stack “aumenta uma Mas se a intenção é copiar o conteúdo de um
carimbar no meio da página. folhinha no bloquinho” e a cada recuperação do registrador para outro, então existe uma instru-
Stack se retira uma folhinha, é necessário algum ção pópria para isso, chama-se MOV Rx, Ry.
Para cada desvio da tarefa em andamento, de- funcionário auxiliar do Mr. Core para colocar ou “Mov” de “mover”.
verá haver um retorno para a instrução exata- tirar folhinhas. Esse é o trabalho do STACK
mente a seguir de quando houve o desvio. POINTER (SP). Digamos que R10 contenha o valor 0F1h, e R29
contenha o valor 012h. Ao executar a instrução
Cada vez que De uma forma sim- MOV R10, R29 o conteúdo de R29 será copia-
“chama-se” ples, a cada Byte que do para R10. Ambos os registradores, R10 e R29
uma sub-rotina é gravado no Stack, agora terão o conteúdo 012h, e o conteúdo
em algum lugar o Stack Pointer di- original de R10 (0F1h) será perdido.
da memória minui um e aponta
Flash, o endere- para um endereço Não quer perder o conteúdo de R10?
ço da próxima mais baixo do
instrução que Stack. Gravou ou- PUSH R10
seria executada tro? SP diminui um. MOV R10, R29
se não fosse feita E por aí vai. Quer
a chamada à sub- recuperar um Byte O valor 0F1h de R10 será salvo no Stack, e em
routine, é guar- do Stack? Sem seguida o conteúdo de R29 será copiado para
dada no Stack, de problemas, o SP R10. Assim, pode-se fazer o que se queira e ao
forma que ao ter- aumenta um, lê o final pode-se recuperar o valor 0F1h que está no
minar a sub- Byte e entrega ao Stack, para R10 ou para qualquer outro regis-
routine, o Stack Core. trador.
diga ao Program
Counter o que fa- O Stack Pointer faz um trabalho extremamente POP R10
zer. Se durante a execução da sub-routine é importante na sala do Mr. Core, pois um erro
necessário chamar outra sub-routine, não tem qualquer nesse sistema e lá vai o Mr. Core com Mas como é que uma rotina faz para salvar o
problema; o endereço da próxima instrução a a chave do armário tentar abrir a cafeteira e endereço de retorno no Stack, ao chamar outra
executar na primeira sub-routine é também depois carimbar a testa do Office-Boy por enga- rotina? Como isso acontece?
guardado no Stack; ao terminar a segunda sub- no.
routine, o Stack informa para o Program Coun- Vamos usar o exemplo acima:
ter para onde retornar, que é no próximo ende- Muito bem, então aprendemos que o Stack pode
reço da primeira sub-routine, que continua manter Bytes temporariamente. Esses bytes Precisamos salvar R10
executando, e ao final retorna para a coisa podem ser o endereço onde uma rotina deve PUSH R10
principal, e continua. continuar a rodar após retornar de uma sub- Agora Mover conteúdo de R29 para R10
routine, mas esses Bytes também podem ser MOV R10, R29
O STACK é isso mesmo, uma pilha, e a cada vez simplesmente 8 bits do conteúdo e qualquer Agora Adicionar o conteúdo de R17 em R10
que um endereço é necessário ser guardado no registrador, ou outro significado. ADD R10, R17
Stack ele empilha esse endereço sobre o último Agora Mover o resultado (em R10) para R29
ali guardado, e outro sobre esse, de forma que Também entendemos que o Stack Pointer é MOV R29, R10
ao recuperar tais endereços, é só pegar o últi- quem diz ONDE no Stack o próximo Byte será Recuperar o conteúdo original de R10
mo, o último, novamente, etc. Igualzinho às salvo, e/ou qual é o Byte a recuperar. POP R10
folhinhas do bloquinho; basta ir ler a última
escrita e saber o que fazer, arranque a folhinha, Quando se quer salvar o conteúdo de R18 no Hmmm, ADD ? nova instrução, Adicionar. ADD
a nova última é a próxima coisa a fazer, e assim Stack, basta pedir ao Mr.Core para obedecer a R10, R17 faz uma adição dos conteúdos dos
continua. instrução PUSH R18, bem assim mesmo, “push” registradores R10 com R17 e coloca o resultado
de empurrar, empurre o conteúdo de R18 no no registrador do lado esquerdo, ou seja, R10.
Então o Stack permite que sub-rotinas sejam Stack. Digamos que o Stack Pointer esteja apon-
chamadas em meio a sub-rotinas, em meio a tando para o endereço 05Eh, e que o conteúdo Mas digamos que a parte matemática da adição
rotinas, etc, sem que se perca o fio da meada, de R18 seja B2h (binário 1011 0010). Ao execu- não esteja aí embutida na rotina, e sim em
sem que o Program Counter não saiba para onde tar a instrução PUSH R18, o valor B2h será outra rotina, e que esta esteja no endereço
ir quando uma dessas sub-rotinas concluir o gravado no endereço 5Eh do Stack e após isso o 0215h da memória Flash.
trabalho. Stack Pointer irá diminuir 1 do seu valor, e a-
pontará agora para o endereço 5Dh do Stack, Precisamos salvar R10
Mas como o Stack é algo muito bacana, o Mr. para a possível próxima instrução PUSH. PUSH R10
Core resolveu que pode querer usar o Stack Agora Mover conteúdo de R29 para R10
também não só para guardar endereços de re- Para recuperar o valor original (B2h) para R18, MOV R10, R29
torno, mas também Bytes de Dados por um então usamos a instrução POP R18. Pop de Agora Adicionar o conteúdo de R17 em R10, mas
tempo muito curto. “recuperar do Stack”. Ao executar a instrução essa instrução está numa subrotina no endereço
POP R18, o Mr.Core primeiro adiciona 1 ao 0215h da Flash, então precisamos chama-la:
Digamos que ele PRECISE (e não tem outra ma- Stack Pointer, que estava 05Dh e passa a apon-
CALL 0215h
neira) de usar o registrador R25 para um cálcu- Agora Mover o resultado para R29
tar o endereço 05Eh. E em seguida lê o conteú-
lo, mas R25 contém um Byte que ele não pode do daquela posição do Stack, e lá estará o con-
MOV R29, R10
perder. Então ele primeiro precisa salvar o Recuperar o conteúdo original de R10
teúdo antigo de R18 (0B2h).
conteúdo de R25 em algum lugar. Ele poderia POP R10
copiar R25 para R28, e depois recuperar, mas Mas a instrução POP não sabe de quem era o
quem sabe exatamente se o conteúdo de R28 CALL ? Desvio de Chamada. Aquele CALL
byte 0B2h originariamente. O Mr. Core execu-
pode ser destruído e receber o Byte de R25? A 0215h acima, será decodificado pelo Mr.Core
tou POP R18, e o valor vai para R18, mas ele
maneira mais fácil é copiar R25 para o Stack, que moverá o valor 0215h para o Program Coun-
poderia ter executado POP R22, e aquele
usar R25 para o que for necessário, e ao final ter (lembra dele?) e esse será o próximo ende-
mesmo Byte 0B2h então seria transferido para o
recuperar o Byte do Stack para R25. reço a ser lido da Flash, cujo conteúdo será a
Registrador 22. Hmmmm. Então eu posso Sal-
próxima instrução a ser executada. Mas como
var algo de um determinado Registrador no
Então o Stack serve de área temporária. saber o retorno para fazer o MOV R29, R10?
Stack e Recuperar em outro. Pode sim.
Que é a próxima instrução após o CALL ?

35
Bem, chega de Stack. É importante conhecer que suporta Temperatura Industrial, mais frio e
Aha! Então o ANTES de executar o CALL e mo- como o Stack funciona, pois é uma ferramenta mais calor que o -10PC.
ver o 215h para o Program Counter, o Mr.Core importante do Core, e para o programador,
irá mover os dois bytes (é, dois) do endereço da porém se mal usado causará problemas. A figura que segue é a representação dos pinos
próxima instrução (MOV R29, R10) para o do AT90S2313. Observando o “notch” (entalhe)
STACK, um byte e depois o outro, e só então irá Já aprendemos então as seguintes instruções: num dos lados do chip (parte de cima na foto da
saltar para o endereço 0215h e executar o ADD PUSH coluna ao lado, contamos os pinos no sentido
R10, R17. POP anti-horário, iniciando pelo pino 1, no topo à
esquerda. Nos chips Atmel existe um pequeno
MOV triângulo branco para indicar o pino 1, veja na
Vamos imaginar que as instruções e endereços
onde estão na memória Flash sejam: ADD foto ao lado. Ao contar para baixo e dar a vol-
CALL ta, obviamente o pino 20 desse chip estará do
RET lado oposto do pino 1, no topo à direita.
0118h PUSH R10
0119h MOV R10, R29 Na estrutura AVR existe um outro CALL, que é o
011Ah CALL 0215h RCALL (Relative Call), que economiza um byte
011Bh MOV R29, R10 na memória Flash e faz um Chamada Relativa
011Ch POP R10 para o novo endereço, com relação ao endereço
...
da instrução RCALL.
...
Por exemplo, se a instrução CALL estiver no
0215H ADD R10, R17 endereço 011Ah (como ao lado) e a chamada
0216H RET estiver no endereço 014Ah, então no código
executável pelo Mr.Core, o salto será de somen-
Quando o Core executa a instrução (PUSH R10) te 30h bytes de distancia. A instrução não con-
em 0118h, o Program Counter é automatica- terá o valor 014Ah, mas 30h. O RCALL pode
mente incrementado para 0119h. saltar 129 endereços à frente e 127 para trás.

Então vai executar a 0119h (MOV R10, R29), o Na verdade, a instrução CALL só é usada em
chips que tenham memória Flash maior, e per- De acordo com o datasheet que pode ser visto
Program Counter é incrementado para 011Ah. no site da Atmel:
mite chamar uma rotina em qualquer ponto de
um ambiente de 16 bits, ou seja, memória Flash http://www.atmel.com/dyn/resources/prod_documents/d
Ao iniciar a decodificação para executar a oc0839.pdf
011Ah, o Core percebe ser uma instrução de de 64kBytes. Normalmente em chips menores
CALL (chamada em desvio) para o endereço se usa só a instrução RCALL. Nos pinos 4 e 5 deve ser conectado um cristal
0215h, o Program Counter é incrementado para oscilador, de qualquer frequência até 10MHz. As
011Bh, mas como é uma instrução de CALL, A instrução RET funciona igual para ambas. frequências mais comuns são 1MHz, 2MHz,
então o Program Counter é salvo no Stack, pri- 4MHz, etc, podendo usar qualquer frequência,
meiro o Low Byte (1Bh), o Stack Pointer decre- Mas chega disso. Vamos ao lado prático e físico. mesmo o cristal de baixo custo para TV NTSC
menta um, então o High Byte (01h), Stack Poin- 3.579545 MHz, ou de PAL-M 3.575611 MHz.
ter decrementa um novamente.
AVR No pino 1 (RESET) liga-se um capacitor de 1µF
para Terra. Ao alimentar o circuito o período
Então o Program Counter é carregado com o
valor 0215h, que é para onde o programa deve Laboratório Simulado de carga desse capacitor fornece o pulso nega-
tivo (/RESET) suficiente para o RESET do chip.
ir, devido à instrução CALL 0215h.
Um microcontrolador AVR possui portas de co- Os pinos 2, 3, 6 a 9 e 11, são da porta “D” e
A próxima instrução a ser executada está no municação com o mundo externo, chamadas de identificados como PD0, PD1, PD2, PD3, PD4,
endereço 0215h, (ADD R10, R17), é feita a I/O (Input / Output). Cada porta possui 8 pinos PD5 e PD6. Nesse chip, essa porta tem só 7
adição, resultado para R10 e o Program Counter ou menos. Cada pino pode ser configu- pinos. Todos eles têm função secundária sele-
é incrementado para 0216h. rado a ler o mundo externo e cionável por programa. Por exemplo, pino PD0
passar tal informação à um também pode trabalhar como entrada de comu-
Irá executar a instrução em 0216h, que é um registrador, ou confi- nicação serial, Receive Data (RXD).
RET (Return). Essa instrução faz o equivalente gurado como
a dois POP do Stack. Então o Stack Pointer é saída e fazer Já a Porta B tem os 8 pinos disponíveis, de PB0
incrementado, o byte no Stack apontado pelo SP valer no pino, até PB7, nos pinos de 12 a 19. Com exceção do
(01h) vai para o Program Counter High Byte, um nível de ten- pino PB2 e PB4, todos os outros também podem
novamente o SP é incrementado e o próximo são (zero ou um) exercer atividade secundária.
Byte do Stack (1Bh) vai para o Program Counter programado pelo Core.
Low Byte, e então agora o Program Counter
contém 011Bh, e ao executar a instrução nesse Para o exercício que segue, usarei um velho Para o Laboratório Prático (2ª parte) usaremos:
endereço, estará retornando para a próxima amigo AVR, o At90S2313, que é um chip de bai-
instrução da rotina que estava quando chamou a xo custo ainda existente no mercado. O substi- 1 x At90S2313
rotina de adição em 0215h. tuto direto desse é o AtTiny2313, que possui 3 x baterias alcalinas AA e soquete
algumas pequenas diferenças de pinagem e uso, ou uma fonte de +5Vcc (mínimo de 100mA)
Então aprendemos que CALL nnnn faz o Pro- com vantagens de consumo, tamanho e disposi- 2 x LEDs de qualquer cor
gram Counter (PC) saltar para esse endereço tivos adicionais internos. 2 x resistores de valor entre 330 e 1kΩ
“nnnn”, e quando encontrar uma instrução RET 1 x programador de AVR (serial, paralelo, USB)
Software AVRStudio4 instalado
(return) o PC irá saltar de volta para a proxima O At90S2313 é um chip PDIP (plastic dual in- 1 x Cabo de conexão
instrução ao ultimo CALL, e que o Stack é usado line), pinos espaçados em 1/10 de polegada, 20 1 x Protoboard para montar o circuito
para guardar dois bytes referentes à esse ende- pinos no total. Funciona desde 3 a 5V e com
reço de retorno. Após o RET, o Stack Pointer clock de até 10MHz. No chip da figura vemos a Porém para o Laboratório Simulado, objeto dessa pri-
(SP) estará apontando para o mesmo endereço terminação -10PC, que significa 10MHz, P=DIP, e meira parte da matéria, usaremos somente:
do Stack antes do CALL. o C=Temperatura Comercial. Existe o -10PI,
Software AVRStudio4 instalado

36
AVRStudio4 pode ser feito download gratuíto
diretamente da Atmel:

http://www.atmel.com/dyn/products/tools_card.asp?
tool_id=2725

ETAPA 1 – AVR STUDIO 4

Para iniciar, rode o AVRStudio4, surgirá uma


tela como ao lado.

Clique em “NEW PROJECT”.

Surgirá uma nota tela como ao lado.

Em Project Type:
Clique em “Atmel AVR Assembler”

Em Project Name:
Escreva “LEDS” (por exemplo)

O mesmo nome aparecerá em Initial File:


LEDS .asm (mantenha assim)

Em baixo clique em “Finish”

O projeto LEDS estará criado.

O AVRSTUDIO abrirá as outras telas para prosse-


guir com o projeto.

Note do lado esquerdo a lista de arquivos e


diretórios do Projeto. (Arquivos)

No centro à direita (Programa) é onde escreve-


rá o programa em Assembly.

Em baixo existe a área de Mensagens, com


orelhas a selecionar: Build (resultados da compi-
lação), Message (mensagens genéricas), Find In
Files and Breakpoints verá mais tarde.

Note também os menus em cima; Build and


Debug, tu os usará em seguida.

Então na área PROGRAMA, escreva exatamente


como aparece na próxima tela.

37
Notar:

.include “2313def.inc”
irá incluir diretrizes especiais sobre o chip
At90S2313 para o compilador. Preste atenção
ao ponto antes de “include” e aspas em volta do
nome do arquivo a incluir.

.equ e .def renomeiam a PORTA B (PortB) e


os registradores R23, R24 e R25.

.CSEG e .ORG 0 definem que a partir desse


momento o texto escrito deverá ser considerado
Código (Code Segment) e a partir do endereço
zero (.ORG 0)

Start: é um label normal, usado para identi-


ficar a posição física na memória daquela ins-
trução à direita. O mesmo para Loop: De-
lay200ms: e Delay200ms1:

Note que todos os labels possuem dois pontos


“:” ao final.

Note na instrução do label Start:


LDI R16, 0b11111111
Significa LoadImmediate (carregar o registrador
R16 com um valor imediato constante na própria
instrução, todos bits 1, binário. É assim que se
define binário 0bxxxxxxxx, da mesma forma
como se escreve 05Ah para hexadecimal. Deci-
mal pode ser escrito 156d ou só 156, como no
label Delay200ms:

Então clique no topo, menu Debug, abrirá uma


janela, selecione em baixo:

“Select Platform and Device”

Abrirá a tela ao lado.

No Debug Platform (lado esquerdo):


AVR Simulator

e então no Device (lado direito):


AT90S2313

Tem que escolher nessa ordem.

Clique embaixo Finish

Agora no topo, menu Build, selecione:


Build and Run, ou pressione Ctrl+F7, como a
tela ao lado.

O AVRSTUDIO irá compilar o programa, ativar o


simulador e abrir outras telas, mostrando os
registradores do lado direito e outras funções do
lado esquerdo. Também indicará na parte de
baixo (mensagens) se a compilação completou
bem sem erros, ou mostrará os erros.

Caso ocorra algum erro, tente clicar sobre a tal


linha da mensagem do erro, o cursor pulará para Os frames internos do AVRStudio são individu-
a tal linha no área do programa onde o tal erro almente expansíveis, podem ser alargados, ou
foi encontrado, onde você poderá corrigi-lo. diminuidos. Acerte para melhor trabalhar. Se a
compilação terminou com sucesso, veja também
Tente abrir (alargar) o window do AVRSTUDIO que agora já aparece uma seta amarela ao lado
no seu monitor de forma a poder ver todas as do label Start:, significa que o simulador já está
áreas. pronto para iniciar a simulação.

38
Tenha certeza que no menu [VIEW, TOOLBARS],
esteja selecionado I/O, isso abrirá um frame do Essa é a velocidade do clock simulado, como se
lado direito da tela, a janela I/O VIEW, assim:

estivesse usando
um crystal de 4MHz no protoboard. Para mudar
a velocidade do clock do simulador vá em [De-
I/O VIEW (Direita da Tela) bug – Simulator Options (em baixo)]
Também note que do lado esquerdo da tela Se esse programa fosse gravado de verdade no Após compilar, se pode ver o arquivo listing do
deverá existir uma janela Processor View, co- chip, este deveria se comportar exatamente assembly gerado, na área de files à esquerda da
mo abaixo. Caso contrário, ative essa janela no como a simulação. tela, desde que esteja selecionada a opção para
menu [VIEW, TOOLBARS, PROCESSOR]. gerar tal arquivo. Veja em [Project – Assembler
No Processor View, veja na penúltima linha o Options – Create List File].
Stop Watch, com valor de 0.00us. Observe tam-
bém o Cycle Counter = 0. Esse é o número de Ao lado o ícone do RUN (ou
clock cycles o processador usou até um determi- tecla F5), que
nado ponto da simulação. O Stop Watch signifi- faz o programa
ca o tempo decorrido para até aquele ponto. rodar sem pa-
rar, como se
Esses dois indicadores podem ser zerados cli- fosse no chip
cando o botão direito do mouse com o cursor real.
sobre eles. Reset StopWatch e Reset Cycle-
Counter. Esses indicadores são especialmente
importantes para definir tempo ou clock cycles Após clicar
em rotinas de tempo. Coloca-se o cursor da RUN, clique em
simulação no início da rotina a testar, se zera os Togle Register
contadores e manda-se rodar a rotina. Window e veja
os registradores
Chegou a hora de rodar o simulador. R23 e R24 mu-
dando de valor.
Coloque o cursor do mouse no início da Label
LOOP: na área de programa, clique o botão A velocidade
esquerdo do mouse. que você os vê
não é real, mas
a contabilização de tempo no Processor View
(Stop Watch e Cycle Counter refletem o que
PROCESSOR VIEW (Esquerda da Tela) seria real, levando em conta a frequência do
cristal. Pode-se rodar o simulador de outras
Veja também na janela do Processor View, formas, passo a passo, ou pulando sub-rotinas,
existe o conteúdo dos registradores R00-R31, o ou se pode criar pontos especiais de paradas
famoso Program Counter, o Stack Pointer, etc. (breakpoints) para análise de registradores, etc.

Clicando no PORTB do I/O View, ajuste a largura Na segunda parte dessa matéria iremos progra-
do frame para poder ver os oito bits do DDRB, mar um chip real a funcionar na bancada. ■
PINB e PORTB.
Veja acima, o ícone { } “Run to Cursor” ou pres-
DDRB define quais pinos serão entradas ou saí- sione Ctrl+F10
das. PINB é o nível lógico dos pinos como En-
trada. PORTB é o nível lógico do bits do regis- O simulador irá rodar por todas as instruções em
trador de saída, e é esse que você prestará alta velocidade, e irá parar na linha do mouse.
atenção durante a simulação, pois mudarão de Como aquele label é o início de um loop, a cada
cor, indicando mudança de nível lógico. apertar do Ctrl+F10 ele dará uma volta.

Qualquer bit de qualquer registrador pode ser Zere o CycleCounter e o StopWatch, e pressione
alterado manualmente pelo clicar do mouse novamente { } “Run to Cursor” ou pressione
sobre ele. Veja o I/O VIEW ao lado, mudei os Ctrl+F10. Verá que o CycleCounter e StopWatch
três primeiros bits do PORTB, deixando-o 0xE0. avançaram para 120125 cycles e 30031.25 us,
Isso pode ser muito útil ao simular chaves, cir- porque está usando a Frequency de 4MHz.
cuitos externos, etc.

39
FIP - Fonte de Instrumentos PicListBr
Parte 2
Por Wagner Lipnharski – Orlando Florida. conveniente desses modelos é que o fusível poderia ser com ou sem Center-tap. Se tiver
acaba ficando antes do interruptor on/off. Center-tap, então seria 25+25.
Só para não deixar em branco essa matéria nes- Outros podem querer maiores tensões de saída,
sa edição, vamos explorar a parte de suprimen- Essa fonte DEVE então a sugestão é partir logo para um trans-
to de energia da FIP (Fonte de Instrumentos possui fusível de formador que forneça 35 a 40Vac no secundário.
Piclistbr). proteção. Consi-
derando que ela
A idéia básica é definir os elementos básicos e poderá consumir
imprescindíveis na parte de suprimento de e- de 20 a 300 W,
nergia dessa fonte. tal fusível não
será superior a
Em primeiro lugar, o cabo de alimentação a ser 3.5 ou quatro
usado. Defino por ser um cabo de fonte de PC, Ampères x
encontra-se em todo lugar, de baixo custo e 250vac.
suporta plenamente a corrente necessária no
primário dessa fonte, que pode chegar a 5 ou 6 Nessa entrada de AC deve-se incluir varistores
Amperes. de proteção contra descargas elétricas, para
tensão 50% acima da tensão da rede elétrica.
Esse cabo deve possuir o terceiro pino de terra,
e aconselho que a parte fêmea seja em ângulo A chave liga/desliga principal dessa fonte deve-
de 90° a fim de evitar esmagamento do cabo na rá ser capaz de suportar mais de 5 Ampères
traseira da FIP contra a parede, etc. continuamente, isolação de 250Vac. Deverá ser 120Vac – 24VCT 10A – 240W
instalada no painel frontal da FIP e fácil de ligar Marlin P. Jones (www.mpja.com)
ou desligar. A fiação desse interruptor deve ser
muito bem isolada e deverão interromper a A potência desse transformador deve ser coe-
FASE da alimentação, e ser instalado entre o rente com o que se quer obter na saída. Pen-
cabo de alimentação e o fusível principal. To- sando em obter 40V 3A, isso forneceria 120W
das as conexões dessa área de 117Vac devem para a carga, portanto pense logo num trans-
possuir botinas de borracha, ou seja, não podem formador que suporte pelo menos 30% a mais de
possuir nenhuma parte metálica exposta. potência, nesse caso, 160W seria recomendado.
Primário 117Vac 1.5A, secundário 40Vac 4A.
Essa Fonte de Instrumentos será basicamente
pesada, construída em metal, com diversas
divisórias internas e sub-paineis, o que aumen-
tará muito a rigidez de construção. Ela deverá
sobreviver uma queda ao chão, sem nenhum
dano, nem soltar os circuitos internos e compo-
nentes pesados, como transformador, dissipado-
res, capacitores, placas, etc.

Apesar dessa fonte de instrumentos não gerar


O receptáculo desse cabo deve ser o conector calor substancial, podemos já de início determi-
próprio para ele, também encontrado em fontes nar a existência de um pequeno ventilador para
de PC sucata ou obviamente novo nas lojas. criar um fluxo de ar no interior e evitar acumulo
Pode conter filtro de alta frequências ou não. de calor interno. Aberturas ou furos na base 117Vac – 24VCT 12A – 290W
Abaixo um modelo muito simples de plástico frontal da caixa permitirão a entrada de ar por (www.jameco.com)
com terminais para solda. Esse modelo exige baixo dos circuitos.
corte específico na caixa, que também pode ser Deve-se também lembrar que ao dimensionar o
feito em acrílico tapando um furo retangular na Lembrar que essa Fonte de Instrumentos Piclist- transformador, quanto maior melhor. Nesse
caixa de metal. br, é um equipamento que contém diversos caso acima, precisando 120W na carga, pode-se
instrumentos internos, alimentados por uma pensar logo num transformador que forneça
fonte de alimentação única que promoverá +5, 200W. Trabalhará frio e com melhor, porém
+12 e -12Vdc para tais circuitos. Essa mesma com maior custo, tamanho e peso.
fonte de alimentação também servirá de fonte
ajustável de tensão e corrente, e que pode
chegar a +30 ou +40V com até 10A, depende
basicamente do transformador e circuito regu-
lador.

O transformador de alimentação poderá ser de


núcleo de ferro seção quadrada ou mesmo to-
roidal, lembrando que o toroidal promove me-
nos perdas e menos ruído eletromagnético. Em
alguns casos o toroidal é recomendado, porém
costuma ser um pouco mais incômodo para ins-
talar devido ao formato.
Existem modelos com alojamento para fusível, o 115-230Vac / 36VCT 1.5A - 54W
que é recomendado, eliminado soquete de fusí- Como regra para essa fonte, eu recomendaria (www.jameco.com)
vel interno ou furação na caixa para tal. O in- que se pensasse em transformador que forne-
cesse no mínimo 25Vac no secundário, e que

40
Devemos lembrar que a tensão do secundário do caixa, algo como 12+12Vac 3A, ou em torno de queda de tensão de 1.4 a 1.5V constantemente,
transformador é medida em RMS, o pico da 50W, e que possamos produzir uma fonte +12 / - haverá dissipação pico na ordem de 15W, prova-
senóide é em torno de 1.41 vezes maior. Ao 12 e +5Vcc. velmente uma média de 10W. Essa é a maior
retificar tal senoide, perde-se a queda de ten- preocupação em ser uma ponte mais robusta e
são nos diodos retificadores, e é bom sempre Um toroidal sugerido para essa pequena fonte é com maior área de contato mecânico no dissi-
pensar numa perda de 2V. Portanto, a tensão o AN0512 da AntekInc, abaixo, diâmetro 3.4”, pador ou chassi da FIP.
resultante sobre os capacitores de filtro será a altura 1.6”, peso 900g, preço US$13, pode for-
tensão RMS do secundário do transformador, necer 4.1A sob 10.8Vac. Toda a fiação no secundário do transformador
menos 2V, vezes 1.41. deverá ser reforçada para minimizar perdas.
Recomenda-se usar fios curtos, capazes de su-
portar boa temperatura. Essa é uma região da
fonte que haverá aquecimento, e é onde deve-
mos tomar todo cuidado.

O calculo do capacitor ou capacitores de filtro


deverá ser feito com cuidado. Pequenos capaci-
tores promovem um ruído ripple acentuado, já
capacitores muito grandes atenuarão bastante o
ruído ripple, porém causam stress de excesso de
corrente ao ligar a fonte; para a ponte retifica-
dora, ao transformador, à fiação e até ao fusível
de proteção. Sempre existe um meio termo.

A recomendação é usar capacitores conhecidos


como “computer grade”, por possuírem parafu-
110/220Vac – 24VCT 4A – 96W Em qualquer caso, o retificador ideal é uma sos nos bornes de fixação, onde se pode usar
Marlin P Jones (www.mpja.com) ponte retificadora que se pode mparafusar no terminais elétricos nas pontas dos fios. É claro
chassi metálico da FIP. Existem retificadores que capacitores com terminais de solda também
Portanto, um transformador de 25Vac no secun- assim para 5, 8, 10, 15, 20, 30A, encontrado no podem ser usados, porém a construção, fixação
dário, será (25-2) x 1.41 = 32.4Vdc nos capaci- mercado por preço baixo. e conexão exigirão soldar os fios, o que torna o
tores. Claro que existirá o ripple da fonte, que trabalho mais difícil, até mesmo para manuten-
é a descarga desses capacitores pelo consumo Essa ponte à esquerda suporta ção futura. Abaixo um capacitor “Computer
da carga da fonte, durante o período em que a até em torno de 5A, não reco- Grade”
senóide não consegue recarregá-los, o que po- mendo o uso dessas para a FIP,
demos calcular em ser não maior que 1V. Nesse pontes com o dobro da capaci-
caso pode-se pensar que a tensão útil média, dade costumam custam não
armazenada nos capacitores seja 31.5Vdc. mais que 20 a 30% a mais.

Abaixo um transformador toroidal de 300W,


excelente candidato para uma fonte de muito Essa ponta à direita e as
boa potência e qualidade. Baixa perda de ten- abaixo suportam entre 10
são na fiação. Em aberto fornece 31.6Vac, com e 15A, porém não reco-
6ª fornece 30.2Vac, com 11.3A fornece 29.5Vac. mendadas a retificar cor-
Todas as medições com os dois secundários em rentes em excesso de 10A.
paralelo. Note que esse transformador não é
CT, ou seja, tem dois secundários isolados, o
mesmo para os dois primários de 115Vac.

É recomendado fixar esses capacitores mecani-


camente na base da caixa da FIP, usando anéis
Já as próximas pontes suportam mais de 15A e adequados, como se vê abaixo.
são recomendadas para a FIP, caso for usar
algum transformador que possa fornecer até 10

115+115Vac –30+30Vac 10A – 300W


AN3230 – www.antekinc.com
Diâmetro 4.7”, Altura 2.9”, Peso: 3.2kg
Preço online: US$36.00

Outro modelo a considerar é o AN2232, 200W,


mesmas características, 115+115, 32+32Vac,
3.1A em paralelo, preço US$29.00
Ambos os fios saindo do negativo e positivo da
Também vou considerar a possibilidade de exis- ou 12A. Numa retificação de onda completa o ponte retificadora deverão obrigatoriamente ir
tir um segundo transformador de baixa potencia maior problema é a dissipação térmica. Consi- primeiro aos capacitores de filtro e dai prosse-
para alimentar os instrumentos internos dessa derando que uma ponte dessas promove uma

41
guir para o terra (negativo) e para o circuito guém e fará tal fonte trabalhar sem stress e Logo após o filtro temos dois capacitores de
pré-regulador ou regulador de tensão. sem sobrecarga por muitos anos. desacoplamento de alta freqüência para terra.
Então vemos o fusível no fio da Fase e ligado ao
Os capacitores deverão estar entre a ponte transformador. O fio do Neutro que passa pelo
retificadora e o circuito regulador de tensão. Não pretendo especificar fabricante nem mode- filtro liga direto ao transformador.
Deve-se também instalar um resistor conhecido lo de componentes para essa etapa da fonte,
como “bleeding” nos terminais dos capacitores, porém o assunto pode ser discutido na lista de Vemos no exemplo o transformador com dois
de forma a promover um pequeno consumo no discussões Piclistbr, considerando fornecedores primários ligados em paralelo, ou série, depen-
transformador e também para que tais capacito- nacionais, ou mesmo locais de cada cidade. dendo da tensão da rede. O secundário do
res se descarreguem ao desligar a fonte. O mo- transformador do exemplo possui dois enrola-
tivo principal aqui é “segurança”. As diferentes potências que cada um poderá mentos separados, que podem ser ligados em
montar para essa etapa da fonte, torna difícil série e o centro ligado ao terra, como um CT
Abaixo podemos ver uma construção adequada uma padronização, mas podemos considerar que (Center tap) normal.
de um sistema transformador + retificador + para atender as necessidades dos circuitos e
capacitor (com anel fixador) + resistor bleeding. placas adicionais da FIP, e fornecer tensão ade- Uma ponte de diodos retifica em onda completa
Nessa construção vemos um fusível de segurança quada (econômica) para uma bancada de testes a senóide de saída dos enrolamentos do secun-
instalado na saída do capacitor. de desenvolvimento, essa etapa deveria poder dário. Como já dito anteriormente, essa ponte
suprir um mínimo de 15Vdc e 4A, ou seja, de diodos deverá suportar pelo menos o dobro
60Watts. da corrente total nominal da fonte.

O circuito sugerido para essa etapa contempla 2 Após a retificação, dois capacitores; um maior
possibilidades no primário do transformador e 2 para o lado positivo, outro menor para o lado
no secundário. negativo. É bem provável que, o uso da tensão
negativa da fonte tenha uso limitado, portanto
As alternativas para o primário é que o trans- não precisaríamos um grande capacitor de filtro
formador tenha só um enrolamento, adequado à nessa tensão.
voltagem da rede elétrica, ou que possua
115+115Vac, permitindo utilizar essa fonte Em paralelo com tais capacitores, podemos ver
mesmo em locais com rede elétrica de 220Vac. dois capacitores pequenos, de 100nF, cuja fina-
lidade é a de eliminar qualquer ruído de alta
As alternativas para o secundário é que o trans- frequência.
formador tenha Center-Tap, o que é recomen-
dado, ainda melhor se possuir dois enrolamentos Ainda em paralelo temos dois resistores blee-
Apesar de dois capacitores de 10 mil micro Fa- separados, como é o caso dos transformadores ders para descarregar os capacitores quando a
rads custar mais do que um único de 20 mil toroidais mostrados na página anterior. Assim, fontes for desligada, e também promover uma
micro Farads, recomendo a instalação de dois pode-se montar uma fonte com bi-polaridade de pequena corrente de consumo durante a opera-
capacitores em paralelo. saída, o que pode ser útil em determinadas, ção normal.
porém raras aplicações. É mais difícil imaginar
Existem diversos motivos para isso. Primeiro uma aplicação que exija +18 e -18V com consu- Aos pinos de saída; +VCC, GND e –VCC, serão
que com isso se reduz a ESR (resistência série mo de 5 Amperes. ligados outros circuitos, pré-reguladores, inter-
interna) média dos capacitores, segundo que se ruptores secundários, LEDs indicadores, etc.
cria redundância em caso de pane de um capa- Tecnicamente, os circuitos e placas adicionais
citor, terceiro que normalmente capacitores da FIP podem requerer tensões tipo +12 e - Ainda nesses pinos serão ligados divisores resis-
menores possuem perfil mais baixo e permitem 12Vdc, e como já foi dito antes, é possível pos- tivos a fornecerem tensões mais baixas aos cir-
serem alojados numa área menor e com maior suir um segundo transformador menor só para cuitos ADC do microcontrolador mestre da FIP, a
facilidade. alimentar tais circuitos e também fornecer +12, fim de determinar se a tensão DC primária da
-12, +5 e +3.3Vdc fixos no painel da FIP, para fonte está dentro dos limites considerados nor-
Devemos lembrar que essa fonte de alimentação baixo consumo e possível alimentação até 2A. mais, como uma análise constante da saúde da
da FIP pode e deve ser montada com componen- FIP.
tes da melhor qualidade possível. Esse equipa- Inicialmente um circuito básico de entrada pode
mento irá ter muita utilidade na bancada, pro- ser visto abaixo. A entrada consta de 3 fios, Na próxima edição poderemos ter tais circuitos
vavelmente estará ligado o tempo todo, deverá Terra, Fase e Neutro. O interruptor principal testados e aprovados, e também parte do cir-
suportar todo tipo de abuso e deverá sobreviver de energia é ligado diretamente ao fio da Fase. cuito do pré-regulador, regulador principal,
em perfeito estado de funcionamento por mui- Após o interruptor temos 3 varistores compatí- regulador de baixa potência de +5V, +12 e -12
tos anos. Portanto, o investimento vale o custo. veis com 50% a mais da tensão da rede, interli- no painel da FIP.
gados em triângulo e conectando os três fios da
Exageros em fontes de alimentação nunca são entrada. Então temos um filtro de linha, neces- Wagner Lipnharski – Orlando Florida.
demais, dimensionar essa etapa da fonte com sário para isolar ruídos elétricos provenientes da
50% adicionai de capacidade não faz mal a nin- linha e reduzir a sua interferência na fonte.

42
Osciloscópio LCD PicListBr
Parte 1
Como sempre idéias de novos projetos surgem cluir módulo após módulo, ou, diferentes módu- nejar, desenhar e escrever os programas para
no nosso grupo, um osciloscópio LCD não fugiria los poderiam ser produzidos independentemen- Windows; controle e display.
das garras dos voluntários. te, ao mesmo tempo ou não, desde que as dire-
trizes e definições técnicas básicas sejam defini- Creio que na Terceira Edição dessa revista te-
Foi assim que após inúmeros e-mails de suges- das de antemão. remos maiores novidades a respeito.
tões e motivações em geral, iniciamos a discutir
alguns circuitos e funções de tal osciloscópio, Durante diversas semanas discutimos no grupo Novamente reforço a idéia de que temos que
incluindo a possibilidade de produção modular, qual o melhor circuito de entrada, atenuadores, tomar cuidado em diferenciar o que é um Proje-
onde cada etapa poderia ser discutida e desen- ganhos, problemas, possibilidades de sucesso, to e o que é um Mutirão. Um projeto é algo que
volvida por diferentes participantes, e que, dife- encrenca, etc. Ao final decidimos por um possí- é desenvolvido por alguns, e que, se concluído
rentes módulos possam ser interligados. vel circuito que estará sendo testado na prática. com sucesso pode resultar num Mutirão de
Compras, quando se consegue melhores preços
Teríamos então os seguintes módulos: No momento da produção desta matéria, o cole- por volume, junto aos fornecedores.
ga Alain Mouette, um dos ferrenhos voluntários
• Entrada analógica, que seria basicamente a para o desenvolvimento desse módulo, está Com certa frequência no nosso grupo, tem ocor-
entrada do osciloscópio, prestes a testar a etapa de entrada analógica na rido idéias de novos produtos e projetos, e quase
bancada; atenuadores e ganhos nos amplifica- sempre são ditos como “mutirões”, o que não é
• Conversão de sinal, que seria o ADC (ana- dores operacionais, desempenho ao longo da verdade. Teriam essa classificação se a grande
log-digital converter), banda de DC a 1MHz AC, determinada a ser o maioria do grupo participasse efetivamente no
limite para esse circuito, etc. desenvolvimento ou produção.
• Oito ou mais entradas digitais para servir de
analisador lógico, As outras etapas também estão sendo discutidas A produção de circuito impresso ou compra de
e consideradas: tipo de LCD e painel, bem co- materiais em maior volume poderia sim, ser
• Controle e Display portátil, mo programa de transferência para PC, usando considerada “Mutirão de Compras”. ■
USB e/ou Serial, etc.
• Transferência para um PC,
Temos que notar que, o volume de dados a
• Software de PC para controle e display. transferir por leitura é baixo, não maior que um
máximo de 4kBytes.
Desta maneira fragmentada, tenderíamos a con- Também já existem voluntários no grupo a pla-

43

Potrebbero piacerti anche