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Instituto de Estudos Políticos
Universidade Católica Portuguesa
João Carlos Espada
Eugénia Nobre Gambôa
José Tomaz Castello Branco
Introdução
z Os últimos 30 anos assistiram ao crescimento de tipologias
familiares alternativas, de que destacaríamos a coabitação e a
monoparentalidade de mães sós.
z A monoparentalidade pode ser resultado de:
z Viuvez;
z Divórcio;
z Nascimentos fora do casamento .
z Em Portugal, ano 2000, 22% de todos os nascimentos eram
relativos a nascimentos fora do casamento.
z Este dado confirma uma progressão sistemática deste indicador
desde 1970 (7,2%)
Casamento
“(...) verifica-se que os nascimentos dentro do
casamento aparecem associados à inserção activa
no mundo do trabalho, aos níveis mais elevados de
instrução (...), aos sectores profissionais mais bem
remunerados ou de mais alta qualificação (...)”
As Questões da Monoparentalidade e da
Coabitação
Monoparentalidade
FAMÍLIAS MONOPARENTAIS COMO PERCENTAGEM DO TOTAL DAS FAMÍLIAS
35
Neste período
de três 30
décadas, e de
acordo com o 25
estatuto marital
Percentagem
20
dos pais, as
famílias 15
monoparentais
10
foram as que
conheceram 5
um aumento
mais 0 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
9,1 11 12,9 0 21,5 26,3 28,1 28,9 29,7 30,2 30,7 31 31,6 32 31,7
significativo. Fonte: Census Bureau, 1999
Monoparentalidade
z Neste período de 30 anos, as famílias monoparentais
matriarcais e patriarcais sofreram um aumento superior
a três e cinco vezes, respectivamente. Relativamente ao
total das famílias americanas, estes números
representam uma subida de 12% para 26%, no caso das
famílias monoparentais matriarcais, e de 1% para 5%,
no caso das patriarcais.
z Em 1998, a percentagem de crianças que não viviam
com os dois progenitores era de 32% do universo total
de crianças; em 1960, essa percentagem era 9,1%.
Nascimentos fora do
casamento
Filhos Fora do Casamento como Percentagem do Número Total de Nascimentos
28,0
casamento, a nível
nacional, era de 25,0
22,0
No que toca à
estratificação etária
29% das chamadas “mães
solteiras”, é de registar
que, dos 1.304.594
nascimentos relativos a
mães não casadas
ocorridos em 1999,
383.655 (29%) diziam
71% respeito a mães com
menos de 20 anos de
idade.
Mais de 20 anos Menos de 20 anos
2ª Parte
Estrutura Familiar
E
Alguns Indicadores Sociais
Pobreza
Famílias abaixo do limiar da
pobreza face ao número total de
famílias, por tipos (1985)
16
Em 1996,
14,1 14,2
mais de dois 14 13,6 13,6
beneficiários 12 11,4
11,2
Número Médio Mensal (em milhões)
do AFDC 10,5
10,8 10,9
eram 10
mulheres 8,4
8,7
solteiras à 8
7,2
altura do
nascimento 6
do primeiro 4,3
filho, na sua 4
3
maioria
adolescentes. 2
0
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Fonte: U.S. Department of Health and Human Services, in The index of Leading Cultural Indicators, 2001
3ª Parte
Estrutura Familiar
Efeitos sobre as Crianças
Efeitos comportamentais
z Ao atingirem a idade adulta, as crianças que cresceram em
famílias monoparentais evidenciam uma probabilidade três
vezes maior que as crianças oriundas de famílias intactas de vir
a ter filhos fora do casamento. No caso das raparigas, a
probabilidade de virem a ser mães adolescentes é 2,5 vezes
superior.
z As probabilidades de uma jovem vir a ser mãe adolescente são
de:
z 37% para jovens oriundas de famílias monoparentais matriarcais
nas quais a mãe seja solteira;
z 33% para jovens oriundas de famílias divorciadas;
z 21% para orfãs de pai;
z 11% para jovens oriundas de famílias intactas.
Disponibilidade económica
z Actualmente, as crianças constituem 26% do
total da população americana, mas
representam 37% da população que vive na
pobreza.
z Em 1998, quase metade (46%) das crianças
que viviam em famílias monoparentais
matriarcais viviam na pobreza, o que
contrasta com os 9% das crianças pobres
relativas às famílias biparentais com os pais
casados.
Disponibilidade emocional
z Percentagem de crianças que beneficiam de apoio
escolar dos pais de acordo com tipologia familiar:
z 81% – crianças em famílias biparentais com os pais
casados;
z 56% – crianças em famílias monoparentais.
z As crianças em famílias monoparentais dispõem de
menos 9 horas por semana na companhia das
mães do que as crianças em famílias biparentais
com os pais casados (mesmo depois de controladas
as características socio-económicas).
Educação e escolaridade
z Cerca de 25% das crianças oriundas de famílias monoparentais
matriarcais reprovam um ano durante a escolaridade, em
contraste com apenas 14% das que vivem em famílias com pais
casados.
z 23% das crianças oriundas de famílias monoparentais
matriarcais já foram expulsas ou suspensas da escola, ao passo
que a percentagem para as que vivem em famílias em que os
pais estão casados é de 10%
z Quanto ao desempenho escolar, 52% das crianças oriundas de
famílias monoparentais matriarcais encontram-se na segunda
metade da sua classe, sendo de 38% a percentagem
correspondente para as crianças oriundas de famílias com pais
casados.
Educação e escolaridade
(cont.)
z Estas tendências são reforçadas por outro
estudo relativo à probabilidade de
desistência do ensino secundário:
z 37% – para as crianças nascidas fora do
casamento;
z 31% – para as crianças cujos pais se divorciaram;
z 15% – para as crianças cujos pais (elemento
masculino) morreram;
z 13% – para aquelas cujos pais se mantêm
casados.
Delinquência e criminalidade
z A ausência do pai na estrutura familiar aparenta ter
algum impacto na possibilidade de os filhos
apresentarem comportamentos criminosos:
z 72% dos adolescentes homicidas,
z 70% dos presos com penas de longa duração, e
z 60% dos violadores, são oriundos de lares sem pai.
z Segundo dados oficiais do estado do Wisconsin, de
1994, a taxa de encarceramento de delinquentes
juvenis filhos de pais que nunca se casaram é 22
vezes superior à dos filhos de pais casados.
Abuso e violência doméstica
z Estima-se que, em 1998, 903.000 crianças
tenham sido vítimas de maus tratos.
z A principal causa dos maus tratos é a
negligência (53,5%).
z As crianças com dois ou menos anos de
idade têm uma probabilidade 70 a 100 vezes
superior de serem mortas pelos «pais
adoptivos» (stepparents) do que pelos pais
biológicos.
Abuso e violência doméstica
(cont.)
z As mães que vivem com homens que não são os
pais biológicos dos seus filhos têm uma
probabilidade duas vezes maior de apresentar
queixa por agressões graves contra as crianças.
z Quanto aos abusos sexuais, na comparação entre
as taxas relativas a filhas de casais casados e as
respeitantes àquelas que vivem com pais não
biológicos, o resultado é desfavorável para estas
últimas. De acordo com diferentes estudos, a taxa
pode variar entre seis e 40 vezes mais.
Abuso e violência doméstica
(cont.)
z Na Grã-Bretanha, quando comparadas com
as crianças que vivem com os pais casados,
aquelas que vivem em lares em regime de
coabitação e aquelas que vivem em lares
monoparentais matriarcais apresentam uma
probabilidade respectivamente 20 vezes
maior e 33 vezes maior de sofrerem abusos
graves.
Não se trata de fazer sermões às pessoas sobre a sua vida
íntima; trata-se, sim, de enfrentar um enorme problema
social. Os comportamentos mudaram. O mundo mudou. Mas
eu sou um homem moderno, governo um país moderno e
isto é uma crise moderna. Quase 100.000 adolescentes
engravidam todos os anos. Há idosos cujas famílias não se
dispõem a tomá-los a seu cargo. Há crianças que crescem
sem referências ou modelos que possam respeitar e dos
quais possam retirar ensinamentos. Há mais pobreza, e é
mais profunda. Há mais absentismo escolar. Mais desprezo
pelas oportunidades de educação. E sobretudo mais
infelicidade. É essa infelicidade que temos de mudar. O que
vos posso garantir é que todas as áreas da política deste
Governo serão dissecadas para avaliar de que forma
afectam a vida familiar.
Tony Blair
“Mensagem à Conferência do Partido Trabalhista”, 1997
Em vez de gastar mais para mitigar os danos sociais
produzidos pela dissolução da família, uma nova
estratégia para reforçar a ordem social na América
devia começar por reforçar a família. A sociedade não
pode continuar a professar a neutralidade acerca da
estrutura familiar perante a esmagadora evidência
empírica de que a maioria das crianças se dá melhor
quando cresce em famílias biparentais intactas.
New Democrats
In Building the Bridge: Ten Big Ideas to Transform America, 1996