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nés nos submetermos, como se constituissem necessidades da natureza. Também estou a par da objegdo que pode ser levantada contra isso, objegfo segundo a qual, na histéria da humanidade, tendéncias como estas, consideradas insuperaveis, frequentemente foram relegadas e substituidas por outras. Assim, nao tenho coragem de me erguer diante de meus semelhantes como um profeta; curvo-me a sua censura de que nao Ihes posso oferecer consolo algum, pois, no fundo, 6 sso que todos esto exigindo, e os mais arrebatados revolucionarios no menos apaixonadamente do que os mais virtuosos crentes. ‘A questo fatidica para a espécie humana parece-me ser saber se, e até que ponto, seu desenvolvimento cultural conseguira dominar a perturbagao de sua vida comunal causada pelo instinto humano de agressao e autodestruigao. Talvez, precisamente com relagao a isso, a época atual mereca um interesse especial. Os homens adquiriram sobre as forgas da natureza um tal controle, que, com sua ajuda, nao teriam dificuldades em se exterminarem uns aos outros, até timo homem. Sabem disso, © édaf que provém grande parte de sua atual inquiotagao, de sua infelicidade e de sua ansiedade. Agora sé nos resta esperar que o outro dos dois ‘Poderes Celestes’ ver [[1]], 0 eterno Eros, desdobre suas forgas para se afirmar na luta com seu néo menos imortal adversério. Mas quem pode prever com que sucesso e com que resultado? FETICHISMO (1927) NOTA DO EDITOR INGLES FETISCHISMUS (a) EDIQOES ALEMAS: 1927 Almanach 1928, 17-24. 1927 Int. Z. Psychoanal, 13 (4), 373-8 1928. GS. 11, 395-401 1931 Sexualtheorie und Traumlehre, 220-7 1948 G.W,, 14, 311-17 (b) TRADUGAO INGLESA: ‘Fetishism 1928 Int. J. Psycho-Anal. 9 (2), 161-6. (Trad, de Joan Riviere.) 1950 C.P,, §, 198-204. (Edigao revista da anterior.) A presente tradugao inglesa é uma verso modificada da publicada em 1950. Este artigo, terminado no fim da primeira semana de agosto de 1927 (Jones, 1957, 146), foi publicado quase simultaneamente, no mesmo outono, no Almanach 1928 @ no citimo numero de 1927 da Zeitschrift. Em seu primeiro estudo sobre 0 fetichismo, nos Trés Ensalos (1905d), Edigdo Standard Brasileira, Vol. Vil, pag. 153-6, IMAGO Euitora 1972, Freud escreveu que nenhuma outra variago do instinto sexual que se aproxima do patolégico pode reivindicar tanto nosso interesse quanto esta, @, na realidade, ndo poucas vezes retornou a sua consideracao. Nessa primeira desctigao, ele nao vai muito além de sustentar que ‘a escolha de um fetiche constitui um efeito posterior de alguma impressao sexual, via de regra recebida na primeira infancia’flcando o tema também nesse onto, em alguns comentarios de passagem ao fetichismo do pé em seu estudo sobre a Gradiva (1807a), um ano ou dois mais tarde (jbid., 9, 46-7). Sua abordagem seguinte ao assunto parece ter-se dado num artigo no publicado, ‘Sobre a Génese do Fetichismo’, lido para a Sociedade Psicanalitica de Viena em 24 de fevereiro de 1908 (Jones, 1955, 332), mas, infeizmente, ndo conseguimos acesso as alas da Sociedade. Nessa ocasiéo, preparava a andlise do ‘Homem dos Ratos’ (1809¢) para publicagao @ nela mencionou um novo ponto - a vinculagao do fetichismo com © prazer em cheirar (Ibid. 10, 247) - que ampliou emnota de rodapé acrescentada aos Trés Ensaios, em sua segunda edigao de 1910 (bid., VII). Mas, logo depois, uma nova e mais importante vinculagao deve terthe ocorrido, pois essa mesma nota de rodapé acrescentada continha a primeira afirmativa de que o fetiche representa o pénis que falta & mulher, que figurara de modo proeminente entre as teorias sexuais infantis a que recentemente dedicara um artigo (19086), Ibid. 9, 215-18. Essa nova explicagao do fetiche foi também mencionada (como Froud observa na pag. 180n, adiante) em seu estuco sobre Leonardo (1810¢), ibid, XI, publicado muito pouco depois da nota de rodapé aos Trés Ensaios. ‘A questo especial da origem do fetichismo do pé (mencionada no presente artigo,ver (1]) atraiu a atengao de Freud alguns anos depois. A 11 de margo de 1914, leu para a Sociedade Psicanalitica de Viena outro artigo sobre ‘Um Caso de Felichismo do Pé.. Este também nao foi Publicado, mas dessa vez, afortunadamente, possuimos um resumo dele, da autoria de Ernest Jones (1955, 342-3). A explicagao da escolha do pé como fetiche - uma abordagem aos érgos genitais da mulher de maneira deslocada - a que nele se chegou, foi publicada como acréscimo posterior a mesma nota de rodapé aos Trés ensaios, em sua terceira edigo de 1915, Outro caso clinico bastante semelhante foi comunicado muito sucintamente por Freud na Conferéncia XXII de suas Introductory Lectures (1916-17). Entretanto, embora o presente artigo seja importante enquante reuniao © ampliagao das primeiras opinides de Freud sobre 0 fetichismo, seu principal interesse reside numa diregéo muito diferente, isto é, no novo desenvolvimento metapsicolégico que introduz. Por diversos anos Freud utiizou o conceito de ‘rejeicdo’ (‘Verleugnung)), especialmente quanto as reagdes das criangas A observagao da distingao anatémica entre os soxos. No presente artigo, baseando-se em abservagées clinicas recentes, apresenta raz6es para Supor-se que essa ‘rejeigdo’ necessariamente acarreta uma divisdo no ego do individu. No fim da vida, Freud retomou 0 tema e ampliou seu ambito: em artigo Inacabado e postumamente publicado sobre’ Splitting of the Ego in the Process of Defence’ (19406 [1938], ¢ nos titimos parégrafos do Capitulo VIII de Esbogo de Psicandlise (19402 [1938], Livro 7 da Pequena Colegao das Obras de Freud, IMAGO Editora, 1974), Entretanto, embora o fetichismo seja especialmente considerado em ambos esses trabalhos, Freud assinala ai que essa ‘divisdo do ego’ nao 6 peculiar 20 fetichismo, mas que, na realidade,pode ser encontrada em muitas outras situagdes em que o ego se defronta com a necessidade de construir uma defesa, e que ela ocorre ndo apenas na rejel¢ao, mas também na repressao. FETICHISMO Nos tltimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente certo numero de homens cuja escolha objetal era dominada por um fetiche. No preciso esperar que essas pessoas venham a andlise por causa de seu fetiche, pols, embora sem duvida ele seja reconhecido por seus adeptos como uma anormalidade, raramente & sentido por eles como o sintoma de uma doenga que se faga acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos ‘com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual Ihes facilta a vida erética. Via de regra, portanto, © fetiche aparece na andlise como uma descoberta subsididria, Por motivos evidentes, os pormenores desses casos néo podem ser publicados; nao posso, portanto, mostrar de que maneira as citcunstancias acidentais contribuiram para a escolha de um fetiche. caso mais extraordinario pareceu-me ser aquele em que um jovem algou certo tipo de ‘brilho do nariz’ a uma precondigao fetichista. A explicago surpreendente para isso era a de que o paciente fora criado na Inglaterra, vindo posteriormente para a Alemanha, onde esquecera sua lingua materna quase completamente. O fetiche, originado de sua primeira infancia

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