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http://www.defesanet.com.br/ghbr/noticia/30856/Alemanha-%E2%80%93-Parlamentar-Ameaca-Brasil-caso-Bolsonaro-Venca/
Deutsche Welle
Publicado 13 Outubro 2018
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14/10/2018 DefesaNet - Guerra Hibrida Brasil - Alemanha – Parlamentar Ameaça Brasil caso Bolsonaro Vença
Yasmin Fahimi: O Brasil está à beira de uma grande ruptura. Ficamos chocados como
o fato de que, com Jair Bolsonaro, uma pessoa que tornou socialmente aceitável um
discurso de ódio tenha chegado à liderança. Isso nos enche de preocupação sobre o
futuro do Brasil.
Não vejo nenhuma base para uma cooperação internacional diante do que ele
declarou. Ele deixa claro que é contra qualquer forma de multilateralismo: deixar a
ONU, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas, o Acordo de Paris. Isso isolaria o Brasil totalmente no contexto
internacional. Assim, do lado alemão, não vejo nenhuma base para uma parceria
estratégica com um presidente Bolsonaro.
O Brasil e a Alemanha têm há décadas uma relação muito próxima, mas nos
últimos anos a cooperação esfriou. Por quê?
Porque a situação no Brasil há muito tempo está muito incerta e inconstante. Não
conseguimos prever o rumo que o país irá tomar. As decisões orçamentárias e político-
econômicas dos últimos dois anos também contribuíram para desestabilizar o país.
Assim, não foi um encerramento da nossa parte, mas, na verdade, uma interrupção, na
esperança de que se possa retomar o rumo das conversações.
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14/10/2018 DefesaNet - Guerra Hibrida Brasil - Alemanha – Parlamentar Ameaça Brasil caso Bolsonaro Vença
Sim. O Brasil tem grandes problemas, mas também um potencial enorme devido aos
seus recursos e devido ainda a uma cultura que se libertou da ditadura militar e que
era marcada por fomentar o desenvolvimento e educação, se posicionar contra a
pobreza social e oferecer mais oportunidades. Quem quer investir na América Latina
não tem como desconsiderar o Brasil. Mas o Brasil não pode subestimar as
alternativas, como o México.
Não, há também outros países menores, como Chile, Uruguai, Argentina e também
Colômbia.
Martin Schulz disse que, se Bolsonaro ganhar, um acordo de livre comércio entre
o Mercosul e a União Europeia ficaria mais distante. A senhora concorda?
Ficará difícil e talvez até impossível, começando por um motivo: todo acordo comercial
internacional tem como base a confiança de que os compromissos alcançados serão
respeitados. Um país não pode entrar ou sair de acordos internacionais ao bel-prazer
do chefe de Estado. Além disso, um acordo pressupõe um Estado de Direito.
Se há a impressão de que num país decisões políticas são arbitrárias, que há uma
ameaça de politização do sistema judiciário, que a divisão de poderes não é mais
seguida, que possa até mesmo ocorrer uma militarização da esfera pública, então, isso
é por si só um golpe fatal para qualquer acordo comercial internacional. Sob essas
condições, não há como a Europa negociar um acordo comercial. E eu não sei de
nenhum outra região do mundo que teria interesse.
Há uma pesquisa preocupante que mostra que apenas 46% dos brasileiros se
pronunciaram positivamente sobre a democracia como forma de governo. E o clima
antipolítico no país é fortalecido com acusações de corrupção contra juízes e políticos.
Todas as instituições do Estado estão perdendo confiança. Isso é extremamente
perigoso para o desenvolvimento social e econômico do país.
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