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SEJA NORMAL VOCÊ TAMBÉM

Uma família que havia passado por apertos financeiros, de repente, tem sua situação alterada. O pai
entrega aos filhos e à mulher cartões de crédito para que cada um compre aquilo de que necessita. O garoto do
texto, “Geninho”, quem tem dificuldades de relacionamento com os colegas de escola, vê aí sua oportunidade. O
texto a seguir mostra o que passou pela cabeça do rapaz, ao receber o cartão de crédito.

Ta, vou confessar logo: eu sou esquisito.


Quer dizer, esquisito é a . . . Eles é que me acham esquisito, eu não!
No colégio, é mais ou menos assim . . . Tem a turma que fica boiando a aula inteira. Tem o pessoalzinho que
sabe a resposta, quando o professor joga uma daquelas bem cabeludas. E tem um sujeito que adivinha, antes, até o que
ele vai perguntar: eu!
No começo, achava superlegal. Depois, percebi que o pessoal me olhava como se eu tivesse chegado semana
passada não da Disneyworld, como todo mundo, mas de Júpiter, o que por sinal, é totalmente impossível, já que, como
você deve saber, Júpiter, o maior planeta do sistema solar, é inabitável, segundo o que os cientistas sabem a respeito
dele, atualmente. Pelo menos se a gente imaginar apenas formas de vida parecidas com as que conhecemos e . . .
Está vendo? Você ia agüentar ter um colega como eu, sentado ao seu lado, só para fazer você se sentir idiota o
tempo todo?
Foi por isso que resolvi ir ficando calado, bem caladinho, até que sumi, pra ver se me esqueciam. Não
adiantou. Nem rezando consigo tirar nota baixa naquelas provas tão moleza: errar de propósito é contra os meus
princípios.
Todo mundo no colégio me chama de Geninho. E já nem ficam surpresos quando vêm, cheios de pose, falar de
um livro que conseguiram ler depois de um mês ou dois de suadeira . . . e eu digo que li também, só pegando uma
horinha antes de dormir, durante uma semana.
Tenho culpa se não fico zonzo com o chamado preto no branco? Não tenho, né? Mas eles acham . . . Sei lá o
que eles acham, nem o que vou achar que eles acham. Chega desse papo!
O que eu sei é que, quando botei a mão naquele cartão de crédito, percebi no ato que ele era a chance de
resolver minha vida. Ia me disfarçar. Ia comprar tênis importado, camiseta da moda, lapiseira tal, mochila qual e todo o
equipamento de sobrevivência de que eu preciso, desesperadamente, para parecer normal.
Luís Antônio Aguiar. Socorro! Estou comprando tudo.

SEJA NORMAL VOCÊ TAMBÉM

Uma família que havia passado por apertos financeiros, de repente, tem sua situação alterada. O pai
entrega aos filhos e à mulher cartões de crédito para que cada um compre aquilo de que necessita. O garoto do
texto, “Geninho”, quem tem dificuldades de relacionamento com os colegas de escola, vê aí sua oportunidade. O
texto a seguir mostra o que passou pela cabeça do rapaz, ao receber o cartão de crédito.

Ta, vou confessar logo: eu sou esquisito.


Quer dizer, esquisito é a . . . Eles é que me acham esquisito, eu não!
No colégio, é mais ou menos assim . . . Tem a turma que fica boiando a aula inteira. Tem o pessoalzinho que
sabe a resposta, quando o professor joga uma daquelas bem cabeludas. E tem um sujeito que adivinha, antes, até o que
ele vai perguntar: eu!
No começo, achava superlegal. Depois, percebi que o pessoal me olhava como se eu tivesse chegado semana
passada não da Disneyworld, como todo mundo, mas de Júpiter, o que por sinal, é totalmente impossível, já que, como
você deve saber, Júpiter, o maior planeta do sistema solar, é inabitável, segundo o que os cientistas sabem a respeito
dele, atualmente. Pelo menos se a gente imaginar apenas formas de vida parecidas com as que conhecemos e . . .
Está vendo? Você ia agüentar ter um colega como eu, sentado ao seu lado, só para fazer você se sentir idiota o
tempo todo?
Foi por isso que resolvi ir ficando calado, bem caladinho, até que sumi, pra ver se me esqueciam. Não
adiantou. Nem rezando consigo tirar nota baixa naquelas provas tão moleza: errar de propósito é contra os meus
princípios.
Todo mundo no colégio me chama de Geninho. E já nem ficam surpresos quando vêm, cheios de pose, falar de
um livro que conseguiram ler depois de um mês ou dois de suadeira . . . e eu digo que li também, só pegando uma
horinha antes de dormir, durante uma semana.
Tenho culpa se não fico zonzo com o chamado preto no branco? Não tenho, né? Mas eles acham . . . Sei lá o
que eles acham, nem o que vou achar que eles acham. Chega desse papo!
O que eu sei é que, quando botei a mão naquele cartão de crédito, percebi no ato que ele era a chance de
resolver minha vida. Ia me disfarçar. Ia comprar tênis importado, camiseta da moda, lapiseira tal, mochila qual e todo o
equipamento de sobrevivência de que eu preciso, desesperadamente, para parecer normal.
Luís Antônio Aguiar. Socorro! Estou comprando tudo.

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