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Revista Intercâmbio - vol.

VIII - 2017 / ISSN - 2176-669X - Página 205

AÇ ÃO DE PREVENÇÃO DA DI ABETES MELLITUS TIPO 2 COM


TRAB ALHADORES: RELATO DE EXPERIÊNCI A

Cristiane Rosa Magalhães 1


Marcela dos Santos Ferreira 2
Júlio Cezar Santos da Silva 3
Fernanda Zerbinato Bispo Velasco 4
Úrsula Persia Paulo dos Santos 5

Introdução

O último atlas Mundial do Diabetes, publicado pela Internacional


Diabetes Federation (IDF) em 2015, estima que há no mundo 414,7 milhões
de diabéticos e que 12% dos gastos globais com a saúde estão associados à
diabetes. O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2) que incide em 85% a 90% dos
casos de diabetes, vem crescendo devido ao envelhecimento da população,
mudança de hábitos alimentares, sedentarismo, entre outras mudanças
originadas pela rápida urbanização.
A prevenção primária é a maneira mais eficaz e barata para conter o
avanço do diabetes, principalmente do tipo 2, que está mais diretamente
envolvido com o estilo de vida. “Existem evidências de que as alterações no
estilo de vida, com ênfase na alimentaçã o e na redução da atividade física,
estão associadas ao acentuado aumento na prevalência do diabetes mellitus
tipo 2” (SBD, 2015, p.8)

1
Enfermeira Doutora – Docente do CEFET/NI- email:magalhaescr@gmail.com

2
Enfermeira Mestranda – Docente do CEFET/NI – email: cceccella@hotmail.com

3
Enfermeiro Doutor – Docente do CEFET/NI – email: jcesarsantos@gmail.com

4
Enfermeira Mestranda - Docente do CEFET/NI – email: fe.velasco@hotmail.com

5
Enfermeira Especialista- Docente do CEFET/NI – email:persia_santos@hotmail.com
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Reconhecendo os principais fatores de risco para diabetes tipo 2, a


prevenção deve consistir na correção alimentar e est ímulo à atividade física
o que visa combater um fator importante na fisiopatologia da DM 2 que é o
excesso de peso. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2015) a
eliminação do excesso de peso contribui para reduzir em 58 % a incidência
de DM 2.
Para que um programa preventivo obtenha sucesso devem-se
conhecer as pessoas que receberam a abordagem preventiva. Para tanto,
faz-se necessário um rastreamento da população a ser atendida. Este
rastreamento serve de base para a elaboração de um programa apropriado
para o grupo de pessoas estudadas.
Assim, a ação de extensão se propõem rastrear fatores de risco para
DM 2 em trabalhadores de uma instituição de ensino no município de Nova
Iguaçu (Rio de Janeiro) e posteriormente, com esses resultados, elabo rar
uma cartilha individualizada visando a diminuição dos riscos do aparecimento
da doença nos trabalhadores.

Relato de Experiência

Este estudo relata a experiência de uma ação de extensão de prevenção


da diabetes tipo 2, que está integrada ao Projeto de Extensão do Curso
Técnico de Enfermagem , do Centro Federal de Educação Tecnol ógica Celso
Suckow da Fonseca –Nova Iguaçu (NI), intitulado P revenção de riscos e
agravos à Saúde da população: contribuições para a prática assistencial no
nível Técnico em En fermagem. O desenvolvimento e a implantação dessa
ação extensionista ocorreu entre o final do ano de 2016 e o início de 2017 e
foi executado por docentes enfermeiros e te ve como público alvo inicialmente
9 trabalhadores técnico administrativos e de apoio d a mesma instituição, que
aceitaram participar do estudo e assinaram o Termo de Co nsentimento Livre
e Esclarecido, em que consta entre outras informações, a apro vação no
Comitê de Ética em Pesquisa cujo o CAAE é 53984716.0.0000.5254.

Para programar uma ação preventiva com os trabalhadores aplicou -se


inicialmente um questionário para conhecer a realidade dos fatores de risco
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de cada um quanto a diabetes tipo 2 e que pudesse direcionar posteriormente


a ação educativa.

O instrumento de coleta de dados em questão é um questionário


finlandês validado por Moura (2011) denominado FINDRISK (Finnish Diabetes
Risk Score), que permite mensurar o risco de desenvolver o DM2 nos
próximos 10 anos. O instrumento composto por 8 questões que avaliam idade,
índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, prática de
atividade física, consumo diário de frutas e verduras, presença de
hipertensão arterial sistêmica, história de glicemia alterada acima de valores
de referência e histórico familiar para diabetes.

Alguns dados de preenchimento do questionário FINDRISK eram


dependentes de exames que foram realizados no laboratório de Enfermagem
pelos docentes enfermeiros, como medida de peso, altura e circunferência
abdominal. Como muitos trabalhadores não verificam co m frequência a
glicemia capilar e a pressão arterial, esses também foram verificados, até
mesmo para intensificar a importância desses exames de rápida realização.

Para o teste de glicemia capilar foi utilizado o aparelho portátil G -Tech


Free 1, com tiras e lancetas estéreis e descartáveis. Foram considerados
valores de referência, os adotados pela Sociedade Brasileira de diabetes
(2015), que em jejum de pessoas não diabética s, considera glicemia abaixo
de 100 mg/dl como normal. No caso de glicemia pós -prandial foram
considerados valores normais abaixo de 140 mg/ dl. Acima destes valores foi
considerado como caso eletivo de encaminhamento para uma Unidade de
Saúde para avaliação e diagnóstico.

Para a determinação do I MC, o trabalhador teve seu peso e altura


verificados por balança mecânica antropométrica para adultos , previamente
calibrada. E no caso da circunferência abdominal o docente enfermeiro usou
para medição fita métrica profissional. Os padrões de referência , do IMC e
da circunferência abdominal , usados foram os existentes no próprio
questionário FINDRISK, ou seja, IMC inferior a 25k g/m 2 e circunferência
abdominal abaixo de 88 cm para as mulheres e abaixo de 102 cm para
homens.
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Em relação à pressão arterial, o aparelho usado na verificação foi o


esfignomanômetro aneróide adulto e estetoscópio adulto. O procedimento
técnico de verificação da pressão arterial e os padrões de referência dos
valores são baseados no Caderno de Atenção Básica nº37do Ministério da
Saúde, em que consta que valores maiores ou iguais a 140 x 90 mmHg devem
sofrer novas avaliações. (BRASIL, 2013)

Figura 1. Execução pelo docente enfermeiro dos exames nos


trabalhadores.

Fo nt e: Ac er v o d os a ut ores do r el a to

Com todos os dados preenchidos foi feito o somatório dos pontos e por
meio de um escore padronizado pelo questionário , foi possível predizer o
risco de desenvolver a doença nos próximos dez anos, sendo risco baixo para
escore com menos de 7 pontos; risco pouco elevado entre 7 e 11 pontos;
risco moderado entre 12 e 14; risco alto de 15 a 20 pontos; e, acima de 20
pontos, risco muito alto . (MOURA, 2011)

Após o processo de rastreamento, uma orientação resumida foi


prestada ao trabalhador e os resultados foram analisados de forma a
subsidiar a estratégia educativa que consist iu na construção de uma cartilha
individualizada que detalha atitudes que devem ser mantidas ou modificadas
por cada trabalhador. Como o estudo consistiu em desenvolver um
informativo customizado, o quantitativo de 9 trabalhadores convidados a
participar da pesquisa foi proporcional ao tipo de trabalho produzido.
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Ao analisar os dados coletados, identifica-se na amostra indivíduos de


faixa etária entre 31 e 59 anos e observa-se uma população, em sua maioria
do gênero feminino 89% (8).

É possível destacar que 22 % (2) dos participantes realizam atividade


física insuficiente; 89% apresentam circunferência abdominal aumentada,
denominada na tabela como obesidade abdominal, ou seja, acima de 88 cm
para as mulheres e acima de 102 cm para homens. O histórico familiar para
parentes de primeiro e segundo grau com diabetes foi, respectivame nte,
33%(3) e 11%(1). Quanto à qualidade da alimentação, no que se refere à
ingestão de vegetais e frutas diariamente, 33%(3) responderam que não
possuem esse hábito. Quanto à hipertensão arterial, cerca de 11% (1)
reportaram serem hipertensos. Nenhuns dos entrevistados apresentaram
glicemia capilar fora dos padrões de normalidade. O quesito IMC evidenciou
que 55% (5) apresentam sobrepeso e 45% (4) apresentam algum grau de
obesidade.

Em relação ao escore total fica evidente que 11% (1) apresentam risco
baixo; 44% (4) apresentam risco ligeiramente elevado e 44% (4) apresentam
risco moderado para diabetes.

Apesar de a pesquisa rastrear fatores não modificáveis, em que o


indivíduo não teria controle sobre eles, essa também rastreia fatores
modificáveis que podem mudar o risco de desenvolver diabetes. Ao identificar
que nenhum dos participantes está na faixa de peso normal e apenas 1
pessoa possui medida de circunferência abdominal nos parâmetros de
normalidade, pode -se inferir que ao mudar esses dois fat ores é possível
diminuir o risco desses trabalhadores em desenvolver DM 2 . Entendendo que
a mudança desses fatores (peso e circunferência abdominal) está
diretamente relacionada à alimentação e atividade física, percebe-se que
mudar é possível, no entanto, depende de novos hábitos de vida.

Essas informações basearam a construção de uma cartilha informativa


voltada para comunicar aos trabalhadores os resultados das avaliações feitas
por meio do questionário F INDRISK, focando nas mudanças necessári as a
serem implementadas por eles e pontuando que elas se traduzem na prática
como redução dos riscos para desenvolver DM2.
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Figura 2. Capa da cartilha informativa entregue aos trabalhadores


participantes da pesquisa.

Fo nt e: Ac er v o d os a ut ores do r el a to

No momento da entrega das cartilhas aos trabalhadores, foi explicado


que o informativo era individual, ou seja, as orientações preventivas não eram
iguais para todas as pessoas. Esse mome nto também foi útil para explica -
lhes oralmente sobre a seu risco para DM2 assinalando quais fatores foram
responsáveis por sua classificação , como também apresent a-lhes as
modificações necessárias em seus hábitos de vida. Os trabalhadores também
foram orientados que os docentes enfermeiros estão à disposição para dirimi r
qualquer dúvida.

Considerações finais

O efeito alcançado da ação de extensão foi tornar evidentes os riscos


de se desenvolver diabetes nos próximos 10 anos para os trabalhadores,
sendo os mais incidentes na amostragem o índice de massa corporal, medida
de circunferência abdominal e sedentarismo. A construção de uma cartilha
informativa permitiu aos trabalhadores identificar quais fatores de risco
devem e podem ser modificados para que a prevenção da diabetes tipo 2
torne-se efetiva.
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Ações educativas como essa, que integram ensino, pesquisa e


extensão, conseguem ter resultados significativos a partir do instante que
sensibilizam e motivam as pessoas a repens arem suas atitudes e
comportamentos em prol de uma vida mais saudável.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença


crônica: Hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de
Atenção Básica, n. 37)

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION (IDF). Diabetes Atlas. 7 ed. Brussels, 2015.

MOURA, Bruno Pereira de. Diabetes tipo 2: Avaliação do risco, prevenção, controle e
influência do exercício físico regular. 2011. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Educação Física, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2011.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Conduta Terapêutica no


Diabetes Tipo 2: Algoritmo SBD 2015.São Paulo, 2015.

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