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empreendedorismo

Autora

Socorro Rabelo

unidade 01
expediente
direÇÃo geraL: PROF. ME. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS
direÇÃo geraL administrativa: PROF. DR. RAFAEL RABELO BASTOS
direÇÃo de reLaÇÕes instituCionais: PROF. DR. CLÁUDIO RABELO BASTOS
direÇÃo aCadÊmiCa: PROF. DR. VALDIR ALVES DE GODOY
CoordenaÇÃo pedagÓgiCa: PROF. ME. GIL CAMELO NETO
CoordenaÇÃo nead: PROFA. ME. LUCIANA RODRIGUES RAMOS DUARTE

FiCHa téCniCa

autoria: SOCORRO RABELO


design instruCionaL: JASSON MATIAS PEDROSA / JOÃO PAULO S. CORREIA
proJeto grÁFiCo e diagramaÇÃo: FRANCISCO CLEUSON DO N. ALVES /
PABLO VALENTIM DE FREITAS / LUCIANA RODRIGUES R. DUARTE
Capa: CLEANO FAÇANHA / FRANCISCO CLEUSON DO N. ALVES
tratamento de imagens: FRANCISCO CLEUSON DO N. ALVES
PABLO VALENTIM DE FREITAS
autoria de Leitura CompLementar: LORENA PARENTE MENEZES DE ARAÚJO /
PRISCYLA MARIA DE VASCONCELOS / LUCIANA RODRIGUES RAMOS DUARTE
revisÃo téCniCa: EMANUELLE OLIVEIRA DA FONSECA / JOÃO CARLOS RODRIGUES DA SILVA
revisÃo metodoLÓgiCa: FRANCISCO JAHANNES DOS SANTOS RODRIGUES
revisÃo ortogrÁFiCa: KAREN BOMFIM HYPPOLITO

FiCHa CataLogrÁFiCa

Índice para Catálogo Sistemático


1. Educação Ensino Superior I. Título

FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação:


Fortaleza, 2016.
ISBN:
Para alunos de ensino a distância – EAD.

1. Educação Superior I. Título

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autori-
zação escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do
que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Direção.
Seja bem-vindo!
Caro estudante, é com grande satisfação que apresento o material didático
da disciplina Empreendedorismo. Ao ler e estudar por esse material, você terá con-
dições de responder às atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

De acordo com a ementa da disciplina, este livro está dividido em quatro


unidades. Iniciaremos com os primeiros passos que tratam sobre Empreendedo-
rismo. Se você ainda não tem um empreendimento, aprenderá a planejá-lo; se já
está funcionando, vai descobrir como melhorar os resultados, contornar e evitar
problemas, além de desenvolver em si as qualidades de um empreendedor.

Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá


procurar outras fontes além desse livro para aprofundar seus conhecimentos e
sempre atualizar-se sobre os temas estudados aqui.

O objetivo geral desse trabalho é contribuir com a estrutura curricular do seu


curso, capacitando-o a gerar seu próprio empreendimento.

Como objetivos específicos, pretendemos influenciar positivamente sua


conduta, com base nos conhecimentos que iremos estudar aqui, que visam tornar
você apto a elaborar seu próprio negócio, ou mesmo se descobrir como um em-
preendedor em qualquer de suas dimensões. A partir da leitura do material, você
conseguirá escrever um Plano de Negócios, correspondendo, assim, às exigências
solicitadas nos trabalhos acadêmicos, além de, sem dúvidas, adquirir a capaci-
dade de assumir o grande desafio que é abrir e manter uma empresa. O fato de
ter escolhido esse curso universitário já demonstra que você possui algumas das
características indispensáveis a um empreendedor: iniciativa e busca de informa-
ções. Portanto, estabeleça como meta obter o máximo de aproveitamento dessa e
das demais disciplinas.

Bons estudos e sucesso!


Sumário
UNIDADE 01

CONTEXTO DE EMPREENDEDORISMO E DE EMPREENDEDOR ................................9

1. O QUE É EMPREENDEDORISMO?.............................................................................10
1.1. O que é o empreendedor? .........................................................................................15
1.2. Ameaças e oportunidades – Como identificá-las junto ao seu negócio .....................21

2. O QUE É META E ESTRATÉGIA? ...............................................................................22

3. ESTRATÉGIA CORPORATIVA.....................................................................................24
3.1. Análise FOFA e as cinco forças de Porter ................................................................24

4. AS DEZ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR ...........................26


4.1. Persistência ...............................................................................................................27
4.2. Riscos calculados .......................................................................................................28
4.3. Eficiência, qualidade, liderança e comprometimento .................................................29
4.4. Busca de informações ................................................................................................34
4.5. Estabelecimento de metas .........................................................................................34
4.8. Planejamento e monitoramento sistemático...............................................................36
4.9. Persuasão .................................................................................................................37
4.10. Autoconfiança ...........................................................................................................38

Referências .......................................................................................................................40
Uni

Contexto de empreendedorismo e de empreendedor

Apresentação

A partir de agora, você aprenderá sobre o tema empreendedorismo, mais


especificamente voltado para a formação de empresas. Antes de tudo, é importante
que você conheça alguns conceitos básicos a respeito das diferentes visões desse
fenômeno. Os referidos assuntos são necessários para que você entenda as diferen-
tes abordagens dadas ao termo empreendedorismo, assim como aquelas relacionadas
à criação de uma empresa e ao desafio de mantê-la no mercado.

Assim sendo, nessa primeira unidade, você estudará os conceitos de empre-


endedorismo, empreendedor, mercado, consumidor, fornecedor, concorrente,
dentre outros, os quais são de extrema importância para aprender a empreender.

Bons estudos!

Empreendedorismo 7
Objetivos de aprendizagem

• Conceituar empreendedorismo e empreendedor;


• Reconhecer o objeto de estudo do empreendedorismo;
• Compreender a divisão do mercado;
• Idealizar a criação de um negócio.

1. o que é empreendedorismo?
A palavra empreendedorismo tem origem no termo francês entrepreneuship,
que designa uma grande área de abrangência e trata de outros temas além da cria-
ção de empresas. O empreendedorismo pode ser entendido como “um fenômeno
cultural, expressão dos hábitos, práticas e valores das pessoas”.

Figura 1 – Motivos para empreender ainda na faculdade

Fonte: <http://bizstart.com.br/>.

Impulsionados pelo fator cultural e econômico de cada povo, pesqui-


sas demonstram a relação positiva entre o empreendedorismo e o crescimento
econômico entre países, visto que a economia das nações progride a partir
do espírito empreendedor de seus habitantes – muitas vezes pessoas simples
que prosperaram por meio de seus negócios. Essa relação também é positiva
porque proporciona a geração de novos empregos e renda, impulsionando
ainda mais a economia.
8 EMPREENDEDORISMO
Para Chiavenato (2004), “o empreendedor é a pessoa que consegue fa-
zer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios,
tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades”.

Pratique

1. Ter um negócio inovador é fazer algo excepcional! É fazer o que ninguém fez ainda!
Quais características das pessoas empreendedoras você optaria para administrar
o seu próprio negócio?

• Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e


colega, na sala virtual.
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EMPREENDEDORISMO 9
Geralmente, as pessoas relacionam a palavra empreendedorismo a uma
empresa ou ao dono de uma. Mas, na verdade, esse termo diz respeito muito mais
à realização de sonhos e à vontade de explorar oportunidades que surgem
diante de nós. É um estado de espírito vibrante. Faz-se necessário esclarecer que
o seu objeto de estudo não é a empresa, mas sim o empreendedor, podendo
abranger as seguintes dimensões: criador de empresas, autônomo, intraempreen-
dedor, empreendedor comunitário e gestor de políticas públicas.

Para que você compreenda cada uma dessas dimensões, elas serão expli-
cadas, a seguir, de forma individualizada.

Figura 2 – A criação de empresas


Organização:
• A equipe;
• Estratégias de negócio
e funcionais
• Estratégias de entrada em Características individuais:
Ambiente: novos produtos/mercados Sociológicas
• Disponibilidade de capital • Percepções de desejabilidade;
de risco e outros recursos • Percepções de viabilidade;
financeiros; • Pais empreendedores;
• Presença de empreende- • Redes relacionais e contatos.
dores experientes;
• Qualidade da força de Pessoais
Criação de • Necessidade de atingir,
trabalho;
nova empresa de fazer;
• Acessibilidade aos forne-
cedores e clientes; • Necessidade de controlar;
• Proximidade a instituições • Propensão para assumir
de ensino e I&D; o risco;
• Disponibilidade de espaço • Conhecimento;
ou instalações; • Experiência;
• Acessibilidade a transportes; Restrições ambientais: • Reputação.
• Cultura da população; • Influência governamental
• Infraestruturas e serviços e legislação; Demográficas
de apoio. • Rivalidade entre competidores • Idade;
já instalados; • Gênero;
• Pressão dos produtos • Educação.
substitutos;
• Poder negocial dos clientes;
• Poder negocial dos
fornecedores.

Fonte: http://goo.gl/ze32z0

A criação de empresas é a dimensão mais comum que o empreendedor,


enquanto objeto de estudo do Empreendedorismo, assume. Trata-se da relação
entre as características do próprio empreendedor com o negócio a que se
10 Empreendedorismo
propõe e o ambiente onde a empresa estará inserida, levando-se em conta as
vantagens e restrições ambientais que encontrará.

Quando se decide pela criação de uma empresa, ou seja, quando se pen-


sa em abrir um negócio, vários fatores devem ser considerados, os quais pode-
rão condicionar o sucesso do projeto. Questões como a ideia do negócio e as
qualidades pessoais são essenciais para obter êxito na iniciativa.

Uma boa ideia é você buscar desenvolver sua criatividade naquilo que faz
de melhor. É muito importante fazer sua auto avaliação. Pense no que você tem
prazer em realizar, algo que gosta e que tem competência para fazê-lo.
Quando a dimensão considerada é a do auto emprego, não temos como
não o relacionar com as pequenas e médias empresas. São conceitos que es-
tão intimamente relacionados, pois a constituição desse tipo de empresa aparece
como um reflexo natural da vontade do empreendedor, que tem como intenção não
depender de outros para trabalhar.

Auto emprego é o conceito que se refere a quem exerce a profissão por


conta própria (autônomo), transformando sua ideia e os conhecimentos adquiri-
dos sobre ela em um produto oferecido às empresas ou diretamente ao mercado.

Hoje em dia, as empresas não dão conta de empregar todos os talentos


disponíveis no mercado, fazendo surgir a necessidade de que as relações de tra-
balho se transformem, e o empreendedorismo individual é, cada vez mais, o que
realmente pode dar segurança ao profissional moderno.

O intraempreendedor é aquele que pensa e implementa ações empre-


endedoras no âmbito de uma organização, ou seja, qualquer dos empregados
de uma organização que potencialize sua capacidade para efetivamente inovar.

A dimensão intraempreendedorismo é a que assume o empreendedor liga-


do a uma organização no papel de colaborador. Não se refere ao dono do negócio.

Uma boa definição para intraempreendedorismo é a de Dornellas, que o defen-


de como um processo pelo qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos, vinculados
a uma organização existente, a recriam ou mesmo geram uma nova organização.
Empreendedorismo 11
Com o intuito de facilitar, assessorar e colaborar no processo de construir
relações comunitárias efetivas, articular associatividade entre os atores sociais
e gerar participação das pessoas na definição compartida de suas próprias ne-
cessidades, problemáticas e possíveis alternativas de solução, é que se realizam
edições de workshops de empreendedorismo social, sendo a motivação desses
programas buscar a transformação de um grupo humano territorialmente determi-
nado (comunidade), a níveis superiores de qualidade em suas condições de vida.

O empreendedorismo comunitário corresponde ao compromisso com o


meio social, a ética e a cidadania.

Os empreendedores sociais são pessoas que têm a visão, a criativi-


dade e a extraordinária determinação de criar soluções inovadoras para pro-
blema sociais. Deixar de ser um simples observador e tomar parte da ação desde
cedo é o que fará a diferença para que haja a mudança da filantropia ao verdadeiro
empreendimento social. São eles que promovem mudanças, reúnem recursos
e constroem em benefício da comunidade, podendo ser por meio do volunta-
riado ou do terceiro setor, por exemplo.

Figura 3 – Atividade empreendedora em políticas públicas

Condições que afetam a atividade empreendedora e opções de política pública


Condições que afetam

Mudanças Mudanças Mudanças Mudanças Mudanças


o empreendedorismo

demográficas sociais econômicas regulatórias tecnológicas

Políticas
públicas
políticas públicas
Alternativas de

Políticas Políticas de
regulatórias estímulo

Fonte: <http://goo.gl/uLQCyq>.

12 Empreendedorismo
Fique atento

Mudanças demográficas: movimentos migratórios, idade etc. Mudanças


sociais: consciência ambiental, nível de educação etc. Mudanças econômicas:
estabilidade macroeconômica, relações comerciais com outros países etc. Mu-
danças regulatórias: oportunidades advindas em mudanças de regulação em
setores específicos, incluindo regulações definidas em contextos multilaterais.
Mudanças tecnológicas: emergência de novas tecnologias. Esses condicionan-
tes afetam o desenvolvimento de políticas públicas de empreendedorismo e de
MPMEs. Essas políticas podem ser classificadas como políticas regulatórias e
políticas de estímulo.

A dimensão políticas públicas assumida pelo empreendedor representa a


promoção do empreendedorismo como uma das estratégias que os agentes públi-
cos estão utilizando de forma crescente para promover o desenvolvimento social e
econômico de cidades, estados e países.

1.1. O que é o empreendedor?

Empreendedor é alguém que busca a solução para os problemas, que


transforma sonhos em realidade, decide por si e pela empresa a melhor estraté-
gia de penetração e posicionamento no mercado, determina o produto e o público-
-alvo e empenha-se para alcançar os objetivos e metas traçados.

Pessoas empreendedoras são intuitivas, conseguem ver alguma coisa di-


ferente das outras, são ousadas, obstinadas, criativas, são pessoas que têm
uma inquietação constante em querer realizar coisas, são meio insatisfeitos.
Esse desejo de mudar as coisas, fazer algo novo ou melhorar o que existe é a
forma de agir e de se comportar de um empreendedor.

O empreendedor é a pessoa que deseja realizar, executar, deixar sua


marca e fazer a diferença. Na busca pelo quase impossível, só quem supera o
medo de ousar é capaz de conseguir sucesso.
EMPREENDEDORISMO 13
Figura 4 – Ousadia do empreendedor

Fonte: <http://goo.gl/QODqVP>.

O empreendedor tem ousadia para criar algo novo, diferente e surpre-


endente. É criativo a ponto de cativar as pessoas, alcançando assim o sucesso
profissional e pessoal. No entanto, devemos levar em conta que o sucesso não
vem de maneira fácil, é preciso disciplina, persistência e obsessão em assu-
mir riscos para que se possa criar algo diferente e inovador, dedicando tempo,
esforços humano e financeiro suficientes no atingimento do objetivo determinado.

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Curiosidade

Mais importante que a própria curiosidade, para o empreendedor é gerar


a curiosidade nas pessoas a partir da realização de um desejo que lhe é nato de
realizar algo novo, com o que possa diferenciar-se dos demais.
“Alguns homens veem as coisas como são e perguntam: ‘por quê?’. Eu sonho
com as coisas que nunca existiram e pergunto: ‘por que não?’”. (Bernard Shaw)

As palavras de George Bernard Shaw (escritor, jornalista e dramaturgo irlan-


dês) traduzem com força e elegância poéticas a essência do espírito empreendedor.
Em conformidade com este pensamento, o estudioso Louis Filion (1999) define o
empreendedor como “a pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”.
Quaisquer que sejam as fontes de informação, sempre encontraremos a
figura do empreendedor relacionada a alguém inovador, inquieto, criativo,
planejador e sempre de olho no futuro.
14 EMPREENDEDORISMO
O empreendedor é alguém que sabe onde, quando e como chegar na
busca de sua realização pessoal, de sua família, empresa ou comunidade. E uma
vez definidos os seus sonhos, ele os projeta em um horizonte futuro de aproxima-
damente quinze anos.

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Curiosidade

Como o empreendedor tem sempre bem definido o que quer, mais fácil
é para ele o processo de preparar-se adequadamente, bem como aproveitar as
oportunidades que lhe surgem.

“O encontro da preparação com a oportunidade gera o rebento que chamamos


sorte.” (Anthony Robbins)

Mas o empreendedor não é um sonhador inconsequente. A partir da sua


visão de futuro, ele elabora um planejamento que permite criar as condições
necessárias à efetiva realização dos seus projetos de vida, seja no aspecto
pessoal, familiar, profissional, acadêmico ou empresarial. Nesse momento,
são estabelecidas as metas a serem alcançadas para daqui a dez anos, cinco
anos, um ano, seis meses, um mês e para o dia seguinte.

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Curiosidade

“Só é moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover os meios


necessários para a sua execução.” (Ortega Y Gasset)
Ter comportamento de empreendedor é isso, sonhar e buscar de fato a
realização de seus sonhos.

Para o empreendedor, o novo dia que começa não é “parte de uma rotina
torturante a ser empurrada com a barriga”, e sim uma etapa a vencer, um degrau
a subir rumo à realização dos seus sonhos. É aí, na visão estratégica de longo
prazo, que reside não o único, mas certamente o maior diferencial entre a
visão empreendedora e o “lugar-comum”.
EMPREENDEDORISMO 15
Enquanto muitos deixam os seus sonhos reféns das dificuldades do mo-
mento atual (às vezes até perdendo a capacidade de sonhar), o empreendedor
procura agir sobre a realidade presente a fim de transformá-la ou adequá-la a
serviço do seu futuro ou dos seus objetivos.

Podemos dizer que a formação do empreendedor não inclui receitas infalí-


veis. Cada empreendedor desenvolve sua própria receita de sucesso. E como
se daria o desenvolvimento dessa receita? Buscando soluções para os problemas,
transformando seus sonhos em realidade, desenvolvendo estratégias, escolhendo
a melhor tática para conquistar o mercado e arregaçando as mangas para alcan-
çar os objetivos e as metas traçadas.

O empreendedor de sucesso transforma ideias e empresas em grandes


realizações, e para isso é preciso saber onde se quer chegar e como chegar lá.
Aprender nunca é demais. É assim que quem não sabe descobre como se faz.

Para o empreendedor, aprender é reunir o conhecimento sobre o negó-


cio, a habilidade para montar, manter e desenvolver um empreendimento e a
atitude de quem sabe onde quer chegar e se preocupa em fazer bem feito.

A proposta é: desenvolver sua receita. Pense positivo com relação à re-


alização de seus projetos, sejam eles quais forem, conscientize-se de que
você possui força e capacidade para lutar pelo que quer. Além disso, procure
inteirar-se do seu negócio, entendendo como funciona e como evitar problemas
simples e comuns no dia a dia das empresas. É preciso entender também COMO
e POR QUE as coisas acontecem, quais os comportamentos e atitudes que au-
mentam suas chances de sucesso e conhecer as ferramentas que vão lhe dar
maior controle sobre os resultados.

Comparando com a escalada de uma montanha, ser empreendedor é


muito mais que ter a vontade de chegar ao topo; é conhecer a montanha e o ta-
manho do desafio, planejar cada detalhe da subida; saber o que você precisa
levar e que ferramentas utilizar; encontrar a melhor trilha, estar comprometido
com o resultado, ser persistente, calcular os riscos, preparar-se fisicamente; acre-
ditar na sua própria capacidade e começar a escalada.
16 Empreendedorismo
Memorize

Na busca pelo sucesso, o empreendedor vislumbra conquistas. Porém, entre


o desejo e a efetiva concretização dos objetivos existe um longo caminho cheio de
altos e baixos, pois ninguém alcança o sucesso sem enfrentar alguns obstáculos
no meio do caminho. Tal trajetória exige muita dedicação para deixar de ser apenas
uma vontade.

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Curiosidade

UM PAÍS DE EMPREENDEDORES
O brasileiro é empreendedor, mas tem que se preparar melhor. Uma pes-
quisa internacional sobre empreendedorismo, que entrevistou 43.000 pessoas em
21 países durante o ano de 2000, chegou à conclusão de que o Brasil é o país que
apresenta a maior porcentagem de empreendedores.
Eis o resultado: para cada oito brasileiros em idade adulta, um está abrindo
ou pensando em abrir um negócio.
Nos Estados Unidos (2o), a proporção é de 10 para um. Na Austrália (3o),
são 12 para um. (Revista Exame, edição 734 de 21 de fevereiro de 2001, p. 18)
O mesmo levantamento mostra que, apesar do grande número de empre-
endedores, a oportunidade de criar e manter um negócio por mais de três anos no
Brasil é relativamente baixa.
Em um outro estudo, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) constatou que, de cada 100 empresas abertas no país, 71 não duram
mais que cinco anos. Os dados do SEBRAE não são nada animadores: 32% das
micro e pequenas empresas abertas no Brasil fecham suas portas já no primeiro
ano de vida; 44% não sobrevivem ao segundo; 56% desaparecem no terceiro ano
de vida, e mesmo a taxa de mortalidade caindo um pouco no quarto ano de vida,
volta a subir no quinto ano, chegando a morrer 71% das empresas, como foi dito
anteriormente (Pesquisa do SEBRAE-SP).
EMPREENDEDORISMO 17
Pouca informação – eis o problema. Essa pesquisa mostrou também que,
ao contrário do que muita gente pensa, o que leva uma empresa ao fechamento
não são os impostos ou a necessidade de crédito, mas principalmente a falta de
preparo, informação, planejamento e conhecimento específico sobre o negócio.

Fonte: Pesquisa SEBRAE-SP apud Programa Brasil Empreendedor. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO e SEBRAE Nacional. 3. Ed.

A consultoria do Sebrae em Fortaleza, em entrevista concedida ao Jornal Diá-


rio do Nordeste, em fevereiro de 2004, deu algumas dicas para quem não quer ver
o sonho de uma empresa naufragar. O primeiro passo é identificar sua vocação
e afinidade; depois ter em mente a necessidade de trabalhar até 12 horas por
dia; e o passo seguinte é procurar ajuda especializada no Sebrae ou em consultorias
que auxiliarão o interessado na elaboração do seu plano de negócios. Por meio do
planejamento detalhado, o empreendedor tem mais segurança para investir.

Figura 5 – Feira do empreendedor do Sebrae

Fonte: <http://goo.gl/hsKalH>.

Na referida matéria, a consultoria do Sebrae ainda cita os dez erros que


derrubam uma empresa:

• Uso sem critério do dinheiro da empresa para pagar contas pessoais.


18 EMPREENDEDORISMO
• Não fazer um plano de negócios.
• Não controlar os custos.
• Vendas a prazo sem avaliar a real capacidade de pagamento do comprador.
• Investir sem planejamento.
• Centralizar informações e funções.
• Estabelecer prazos de venda sem avaliar o capital de giro.
• Acumular sucessivos déficits e dívidas.
• Erros no cálculo do preço.
• Recorrer ao cheque especial para bancar gastos da empresa.

1.2. Ameaças e oportunidades –


Como identificá-las junto ao seu negócio

Diante de sua escolha de oportunidade de negócio, você encontrou o em-


preendimento que tem interesse e decidiu explorá-lo. Agora é o momento de ava-
liar quais oportunidades lhe esperam e quais ameaças você vai encontrar ao longo
desse negócio. Saiba que o que pode ser uma boa oportunidade para um segmen-
to de negócio, pode ser uma grande ameaça em outro.
Preferencialmente, é importante distinguir uma oportunidade e uma ame-
aça. Ameaças são situações externas ao negócio. Ou seja, fora do controle da
empresa e que podem afetar negativamente os resultados positivos do empreendi-
mento. Por outro lado, uma oportunidade, apesar de também se manifestar do lado
externo, contribui para melhorar os resultados da empresa.

Os empreendedores são espertos quanto a encontrar oportunidades em


potencial no seu mercado de escolha ou de atuação. Enquanto algumas pessoas
focam nos desafios para agirem em retranca, os empreendedores são instigados
por esses desafios e os enxergam como uma oportunidade em potencial.

O empreendedor tem boa percepção para identificar oportunidades e apresenta


habilidade para ter iniciativa, agindo e transformando essa oportunidade em realidade.
O empreendedor aproveita as oportunidades oferecendo ao mercado aque-
le “algo mais”, ficando à frente da concorrência e inovando sempre. Nesse con-
texto, o grau de iniciativa do empreendedor se destaca em suas ideias e metas
traçadas, demonstrando sempre seu diferencial diante dos demais.
Empreendedorismo 19
Vejamos alguns exemplos de oportunidades e ameaças: o envelhecimento
da população de um país significa uma ameaça para alguns, provocando uma re-
dução de nascimentos a cada período de tempo; também pode constituir ameaças
para o mercado infantil e de jovens. Em contrapartida, pode significar aumento de
negócios voltados ao público de maior idade, com desdobramentos comerciais
positivos para outros segmentos.

A identificação de ameaças e oportunidades para o seu negócio será a


chave para o seu sucesso. Portanto, identificá-las é fundamental para traçar metas
e estratégias a serem atingidas.

2. O que é meta e estratégia?


Para que iniciemos a aplicabilidade do conteúdo visto até aqui, é necessário
que entendamos o que vem a ser META e ESTRATÉGIA, dois conceitos que muito
contribuirão para que você idealize seu empreendimento.

Meta é traçar a maneira de atingir o objetivo, destacando as condições, o


tempo e onde se quer chegar.

Estratégia é uma diferença que faz a diferença. Isto é, algo que faz o cliente
escolher você e não o outro. Pode ser preço baixo ou preço alto. Pode ser serviço
sofisticado ou simples. Pode ser funcionalidade, beleza, conveniência. De acordo
com César Salim (2005), “é um plano, definido em etapas e ações conscientes
e estruturadas, para se atingir objetivos determinados”.

Definidos os conceitos de meta e estratégia, é fundamental definirmos como


os empreendedores iniciam normalmente suas ações estratégicas para a tomada
de decisão, de forma a estruturar atitudes consistentes para a sobrevivência
do negócio empreendido.

Muitos dos empreendedores dão o “pontapé” inicial em seus negócios visando


agarrar oportunidades de curto prazo, deixando de lado a estratégia de longo prazo. En-
tretanto, empreendedores de sucesso passam do tático para o estratégico, pois re-
conhecem a necessidade de iniciar a gestão definindo suas necessidades e quais
são os recursos considerados cruciais para o bom desenvolvimento de seu negócio.
20 Empreendedorismo
Por vezes, algumas questões consideradas prioritárias pelos empreendedo-
res, como contratação de pessoal, itens de controle, definições de hierarquia e de
papéis na empresa, sucumbem de forma dramática junto ao negócio caso uma es-
tratégia sólida não esteja previamente definida para o início de uma nova empresa.
Caso o empreendimento seja alicerçado por uma estratégia forte, processos
de liderança, sistemas eficientes de controle e estruturas hierárquicas são fa-
cilmente substituídos.

Quando mais a estratégia da empresa tiver foco definido, melhor di-


recionamento terá o negócio. Ser especializado em determinado setor ou seg-
mento credencia o empreendedor, ao longo de sua experiência no negócio, a ter
melhor reputação, bem como maior potencial que os generalistas.

O empreendedor deve construir estratégias de longo prazo ousadas e claras


para que seu negócio se torne sustentável. Algumas definições constituem elemen-
tos de extrema necessidade para traçar essa estratégia, como: a necessidade que a
empresa vai atender, seu alcance geográfico, suas capacidades tecnológicas etc.

Bhide (2002) ressalta que “a estratégia precisa incorporar a visão que o empre-
endedor tem quanto ao rumo que a empresa está tomando e não onde ela está agora”.

Portanto, uma estratégia clara e objetiva vai contribuir para que o negócio
venha a trazer para junto de si pessoas e recursos incorporados à visão que o em-
preendedor definiu como rumo do negócio atual, e até onde ele pretende chegar. A
estratégia também se torna fundamental para a tomada de decisão, definição
de políticas e normas que levarão a empresa ao seu objetivo.

As metas e estratégias devem ser concisas e de fácil compreensão por


parte de elementos essenciais como os stakeholders: empregados, investidores,
fornecedores e clientes. Uma vez traçadas as estratégias, os empreendedores de-
vem determinar se essas estratégias permitirão ao empreendimento ser lucra-
tivo e alcançar o tamanho desejado.
A sustentabilidade de longo prazo às estratégias traçadas é a próxima
questão a ser interrogada pelos empreendedores. Ajustar a estratégia em lon-
go prazo junto a novas tecnologias, alterações na regulamentação ou outra
mudança externa ao negócio é um dos desafios enfrentados pelos empreen-
Empreendedorismo 21
dedores. Ou seja, é preciso ajustar estratégias, mesmo em negócios de rápido
crescimento, levando a sério tanto as operações de entrada como de saída do
negócio, caso os bons ventos deixem de acontecer.

A inovação no contexto dos novos empreendimentos deve persistir em um


modelo de negócio sustentável e ser de difícil acesso a novos entrantes ou imita-
dores. Ou seja, os empreendedores novos normalmente não conseguem se dar ao
luxo de inovar em todas as frentes, sob o risco de perder o foco da estratégica do
negócio. Portanto, modelos estratégicos com base em uma ou outra força tornam-
-se obsoletos à medida que o sucesso provoca a imitação.

Definir um sistema de forças consistente e estratégico alinhado a uma linha


de produtos atraente, fabricação e logística bem integradas, relacionamentos próxi-
mos com distribuidores, respostas eficientes e rápidas aos clientes, relacionamento
próximo a fornecedores, capacidade de produção coerente e contínua inovação de
produtos não será um posicionamento fácil de ser copiado pela concorrência.

Depois de definidos o negócio, validar sua solidez, um empreendedor deve


determinar se os planos para o seu crescimento encontram-se apropriados. Será
como definir o ritmo certo para caminhar, considerando que andar rápido ou deva-
gar demais pode resultar em queda.

Então o próximo questionamento será: Como executar a estratégia?


Será que consigo?

3. Estratégia corporativa
Na Administração, a palavra estratégia tem a mesma conotação e dá signi-
ficado a planejamento, competição, manipulação consciente e direcionamen-
to das ações de uma empresa para alcançar a meta estabelecida.

De acordo com Andrews, “estratégia corporativa é o modelo de decisão


da empresa, onde estão determinados objetivos e metas, normas e planos
para alcance dos objetivos buscados”.

Desenvolver a estratégia em uma empresa se dá com o desenvolvimento de


uma fórmula para que esta seja competitiva. O autor Michel Porter conceitua estra-
22 Empreendedorismo
tégia competitiva como “uma combinação dos fins (metas) que a empresa busca
e dos meios (políticas) pelos quais está buscando chegar lá”. Nesse sentido,
também afirma Henderson, estratégia é a busca da empresa por um plano de
ação com o qual possa desenvolver e ajustar sua vantagem competitiva.

A formulação da estratégia corporativa levará em conta a análise das


forças do mercado e a análise das capacidades internas da firma, ou seja, de-
verá considerar o comportamento do mercado tanto positivo como negativo, bem
como a capacidade e a incapacidade da própria empresa.

3.1. Análise FOFA e as cinco forças de Porter

Michel Porter identifica cinco forças estruturais básicas que determinam o


conjunto das forças competitivas. São elas:

• Ameaças de novos entrantes – As empresas estabelecidas procuram manter


barreiras de entrada altas, de forma a inibir novos entrantes. Como exemplo po-
demos citar o crescimento do mercado brasileiro de cerveja na década de 1990.

• O poder de barganha dos fornecedores – Podem forçar o aumento dos preços


ou baixar a qualidade dos produtos.

• Ameaça de produtos ou serviços substitutos – Chegada de produtos com


características vantajosas em relação aos existentes. Podemos visualizar bem
essa ameaça nas embalagens.

• O poder de barganha dos compradores – Busca de menor preço, proporcio-


nando menores margens às empresas.

• Rivalidade entre os competidores já estabelecidos – Cada um se esforça para


melhorar sua posição no mercado. A telefonia celular é um exemplo típico dessa força.

Segundo Porter, a empresa que souber analisar suas forças internas, as


oportunidades disponibilizadas pelo mercado, as fraquezas ou pontos fracos
e as ameaças que o mercado oferece, conseguirá manter-se no mercado com
eficiência e eficácia, pois mais facilmente saberá fazer seu negócio a baixo custo,
além de escolher bem o que fazer.
Empreendedorismo 23
Figura 6 – Esquema da análise FOFA

Forças
Interno
Fraquezas
Ambiente
Oportunidades
Externo
Ameaças

Fonte: <http://goo.gl/ORcRdi>.

? ?

Curiosidade

Há um aspecto essencial na estratégia de guerra de Sun Tzu (general, es-


trategista e filósofo chinês), a qual afirma que, para sermos vencedores, é preciso
que conheçamos a nós mesmos em primeiro lugar, e, em seguida, o adversário.

Pratique

1. O que as pessoas, cuja opinião você respeita, dizem que você sabe fazer bem?
2. Onde você quer chegar? E quando?
3. Como você está empenhado para chegar onde pretende?
4. Qual seria o nome de sua empresa?
• Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e
colega, na sala virtual.
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24 EMPREENDEDORISMO
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4. as deZ prinCipais CaraCterÍstiCas do empreendedor


O empreendedor precisa ter ideias, identificar oportunidades e fazer acon-
tecer. Ele deve estar sempre atento às oscilações do mercado e pronto para adap-
tar sua empresa, se necessário.

A iniciativa ou inovação é uma característica que necessita estar sem-


pre em processo de atualização, pois, do contrário, tende a desvalorizar-se e se
transformar em algo anacrônico. Corresponde à introdução no mercado, com êxito,
de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas antes não existentes ou que
contenham alguma característica nova e diferente do padrão em vigor.

O empreendedor deve ter em mente que a reserva de uma parcela espe-


cífica do orçamento para investir em desenvolvimento de novas ideias e projetos
é necessária, assim como em uma boa comunicação de equipe e no poder de
decisão enquanto membro do grupo. A iniciativa e a inovação estão diretamen-
te relacionadas à experimentação com a permissão de erros e a vontade de
assumir riscos, com a participação na geração de ideias.

A inovação está relacionada à criatividade, que pode significar “dar ori-


gem a”, “inventar”. Criatividade é o processo que resulta no surgimento de um
novo produto, serviço ou comportamento aceito como útil, satisfatório ou
de valor em algum momento. Não haverá campo no qual a inovação não possa
produzir efeitos, seja no modo de pensar, de agir, não agir, falar, trabalhar, entre-
gar ou distribuir. Padrões e costumes são passíveis de inovação, pois sempre será
possível quebrá-los. O empreendedorismo possibilita ao ser humano infindáveis
oportunidades de recriar não somente o seu ambiente, mas toda uma sociedade,
proporcionando melhorias contínuas.
EMPREENDEDORISMO 25
Devemos ter em mente que há a necessidade de estar sempre em atualiza-
ção com as iniciativas e os processos inovadores, pois, caso contrário, a tendência
é que percam seu valor e transformem-se em algo anacrônico, ultrapassado.

Memorize

Para haver inovação é preciso criatividade. Toda definição pertinente de


criatividade inclui o elemento essencial de novidade.

A criatividade consiste em ver o que todo mundo vê e pensar o que ninguém


pensou. (Szent Gyorgi – Nobel de química)

4.1. Persistência

Primeiro vamos aqui determinar a origem etimológica do termo. Podemos


dizer que vem do latim, mais precisamente do verbo persistere, que pode traduzir-
-se como “manter-se firme e quieto”. Persistência é, portanto, manter-se cons-
tante em algo, durar por longo tempo.

A persistência está considerada como um valor muito importante para al-


cançar um objetivo ou chegar a uma meta. Esta característica ajuda a suprir a
carência de outras habilidades. A pessoa persistente seguirá tentando mesmo
com os eventuais fracassos e poderá obter algum aprendizado com cada um
deles. A persistência também está vinculada à superação de obstáculos, sem se
importar com o quão difícil eles são.

O empreendedor deve aprender com as dificuldades. Deve fazer muitas


vezes alguma coisa, aprendendo sempre e, se necessário, modificando a abor-
dagem em direção a um objetivo. É diferente de teimosia: fazer sempre a mesma
coisa e esperar um resultado diferente.

O empreendedor deve ser persistente em suas metas e flexível em


suas estratégias.
26 EMPREENDEDORISMO
? ?

Curiosidade

O empreendedor tem atitudes de alguém que não desiste, pois segue sempre
rumo aos objetivos sem pensar em dificuldades ou fracassos anteriores. Devemos,
portanto, levar em conta que são as oportunidades de recomeçar que nos permitem
escolher outros caminhos e novos fins.
O fracasso é a única oportunidade para um recomeço mais inteligente. (Henry
Ford)
Quem nunca cometeu um erro nunca tentou nada novo. (Albert Einstein)

4.2. Riscos calculados

No imaginário coletivo, empreendedores são indivíduos sem medo de cor-


rerem riscos, que fazem isso sem pensar duas vezes. Porém, a realidade mostra
que empreendedores de sucesso têm, entre suas características mais comuns,
a capacidade de correr riscos de forma calculada. Embora algumas pessoas
tenham uma habilidade de avaliação inata, a grande maioria precisa lançar mão de
ferramentas e métodos para avaliar oportunidades e riscos empresariais.

Como vimos, os empreendedores assumem riscos calculados. Esse as-


sumir riscos tem relação com os desafios, pois quanto maior for o desafio, mais
estimulante será a jornada empreendedora.

O empreendedor, para obter sucesso, precisa avaliar as alternativas, re-


duzir os riscos e controlar os resultados. Há a necessidade de analisar com
antecedência a possibilidade de lucro ou prejuízo. E devemos ainda levar em conta
que não existe negócio com risco zero.

4.3. Eficiência, qualidade, liderança e comprometimento

O empreendedor deve encontrar maneiras de fazer melhor, mais rápido


e a um custo menor, procurando sempre atender e superar os padrões exigidos,
conquistando assim a confiança do cliente.
EMPREENDEDORISMO 27
Para ser bem-sucedido como empreendedor é preciso ter habilidade para
trabalhar em equipe, saber administrar suas emoções e estar disposto a dis-
cutir assuntos ou tomar decisões considerando o certo para a empresa. Além
disso, deve ter envolvimento pessoal para que o negócio mantenha sua quali-
dade, seus compromissos e continue sempre crescendo, sendo necessário dedi-
car-se e ter responsabilidade com o que faz. O primeiro caminho para uma boa
liderança é a vontade, pois sem ações as nossas intenções não valem de nada.

Figura 7 – Diferença entre líder e chefe

Fonte: <https://goo.gl/3sC0wu>.

O empreendedor comprometido é leal, conhece a cultura da organização


a qual faz parte e trabalha para o sucesso. É muito difícil haver comprometimento
de um profissional se não existe motivação, e, por isso, comprometimento e li-
derança são características que se completam. Os líderes devem motivar os seus
trabalhadores, de forma a criar o desejo de comprometimento. Melhor dizendo, um
líder deve sempre ser um exemplo para quem ele lidera.

Liderar é a arte de educar pelo exemplo, orientar sempre que preciso e sem
precisar ser solicitado. O líder, de forma eficaz, formula a melhor pergunta e
acata a inexperiência do outro como um desafio acolhedor de aprendizado e
troca. Ele se mantém em movimento e canaliza soluções e decisões para aqueles
que estão à sua volta. Enfim, ser líder é estimular as pessoas a persistirem em
contribuir com o seu melhor diante dos cenários atuais de desafios, riscos
e incertezas.
28 Empreendedorismo
O fenômeno da liderança encontra-se em constante processo de evolução
e transformação, incorporando novos valores, características e níveis de exigência
em relação àqueles que assumem importante papel nas organizações.

A liderança é composta por múltiplos papéis que você, como empreende-


dor, deve conhecer e saber definir no ambiente organizacional. Nesse ambiente,
em que se descortinam inúmeros cenários, a legitimação do poder implica o exer-
cício de diferentes papéis que ora se mesclam, ora se confundem, dependendo do
seu grau de atuação e da formalização no ambiente empresarial.

Macedo (2003) define:

• Chefe: alguém investido de autoridade formal que ocupa cargo previsto na


estrutura organizacional e tem autonomia para representar, comandar e decidir,
no âmbito de sua função.
• Gerente: é a figura do chefe reforçada pelos conhecimentos e pelo exercício
pleno das funções administrativas.
• Gestor-líder: aquele que, no exercicio de qualquer função de comando, perma-
nente ou temporária, formalmente designada ou não, é capaz de influenciar a
equipe, e, sendo por ela legitimado, representá-la e conduzi-la em uma determi-
nada situação – por exemplo, na coordenação de um projeto ou de parte dele.

No entanto, definidos os papéis, o cenário organizacional da liderança


apresenta seus paradoxos. Geralmente esse cenário é de ambientes tumultuados,
de extremas incertezas e contradições, muitas delas provocadas pela complexi-
dade de situações que o líder tem de vivenciar no contexto empresarial.

Com o avanço da tecnologia, a humanização na prestação dos serviços


deve ser acompanha de forma a não comprometer a qualidade de vida de seus
liderados. O lider deve estar em constante aprendizado, buscando diversificar
e aprofundar seus conhecimentos em sua área de atuação. A competitividade
de seu negócio deve integrar e manter entre os funcionários o espírito de coope-
ração, buscando atuar com rapidez perante o mercado sem perder de em nenhum
detalhe a qualidade. Agir localmente, mas com foco estratégico no global. Ser
interativo virtualmente, buscando o uso contínuo da tecnologia, sem perder de
vista as relações humanizadas.
Empreendedorismo 29
A administração desses paradoxos deve estar sempre acompanhada do
espírito de equipe, do desprendimento e da versatilidade, devido à velocidade
com que esses extremos se aproximam e a facildade com que se contradizem.

A comunicação no cenário empresarial da liderança é também fator pre-


podenrante para o sucesso organizacional e ficará comprometida caso não aconte-
ça de forma harmônica e de maneira a integrar as pessoas que compõem as equi-
pes. Vencer as barreiras da comunicação é pensar holisticamente, de forma
que as tomadas de decisão e as mudanças dos processos estejam a par de todos
que, direta ou indiretamente, influenciam ou são influenciados por seus resultados.

Nesse novo contexto em que as tecnologias proporcionam avanço para


os negócios, as organizações e suas lideranças devem estar preparadas para as
novas formas de interação e situações de trabalho. A interação das pessoas via
tecnologia vem encurtando distâncias e favorecendo o exercicio da liderança
por meio do trabalho remoto. Isso é cada vez mais comum, principalmente quando
a ênfase das organizações é no resultado.

Também encontram-se inseridos, nesse contexto, a terceirização de equi-


pes nas quais se transferem algumas atividades para terceiros, com os quais se
estabelece uma relação de parceria, podendo a organização concentrar-se nas
tarefas essencialmente ligadas à sua missão.

Em um cenário extremamente competitivo e de mudanças cada vez mais im-


previsíveis e turbulentas, cabe ao líder não apenas exercer o controle da siltuação, mas
principalmente mobilizar recursos para que o seu empreendimento possa sobreviver.

Com o objetivo de ajudá-lo, listamos algumas habilidades necessárias ao


exercício de liderança segundo Macedo (2003):

• Abertura – Permitir que os liderados assumam responsabilidades, participem


e tomem decisões. Propor ao invés de impor.
• Atenção – Ouvir ativamente e reconhecer o valor das pessoas, expressar
satisfação com seus esforços e realizações.
• Coaching – Preparar continuamente indivíduos da equipe para desenvolverem
suas atuais tarefas com mais eficácia.
30 Empreendedorismo
• Humildade – Ser autocrítico, mostrar capacidade de aprender e de reco-
nhecer falhas.
• Humor – Manter-se descontraído, alegre e otimista.
• Integração – Usar de empatia, integrar-se à equipe, compartilhar conhecimento.
• Intuição – Aguçar a sensibilidade e a espiritualidade.
• Mentoring – Inspirar, educar e orientar as pessoas para o desenvolvimento de
suas carreiras profissionais.
• Versatilidade – Saber atuar em um ambiente mutável, ser capaz de “sair dos
trilhos para as trilhas”.
• Visão do todo – Conhecer a si mesmo, os outros, a organização e o mundo.

São líderes aqueles que conseguem se destacar e serem identificados com


os comportamentos que integram as pessoas ao seu redor, gerando comprome-
timento, iniciativa e satisfação.

Cabe ainda ao empreendedor multiplicar suas habilidades e co-


nhecimentos junto à sua equipe, promovendo o desenvolvimento para outras
pessoas se tornarem líderes. Mesmo que um indivíduo reúna todas as habili-
dades que facilitam o exercício de liderança, é preciso considerar também a
sua capacidade de influenciar as pessoas, de maneira a multiplicar as mais
diversas variáveis situacionais.

Hoje é inegável que gerir o capital humano tornou-se crucial para os pro-
cessos de eficácia organizacional. Em épocas de incerteza, onde o conhecimento
predomina, já não prevalece o ditado popular “líder é pago para pensar e liderado
para executar”.

Você, como empreendedor, desempenha o papel de líder junto ao seu


empreendimento e influencia o comportamento de todos os funcionários que
se encontram ao seu redor, pois a capacidade de liderar está intimamente ligada
ao processo da motivação, causando situação mútua de dependência entre você,
como líder, e seus liderados.

Como líder, você precisará de seus liderados para atingir metas e vice-ver-
sa. Portanto, somente existe liderança quando há liderados que seguem o
líder como exemplo ou aceitam sua influência por algum motivo.
Empreendedorismo 31
Por meio do processo de influência é que as lideranças podem inspirar
comprometimento. Isso surge ao despertar a identificação entre interesses, ne-
cessidades, valores e aspirações do empreendedor e de todos os seus liderados.
Sendo assim, se você quiser desenvolver suas competências como líder, deve
entender as motivações das pessoas que pretende liderar.

Portanto, a liderança é definida também como uma relação de influência.


Nessa relação, a figura do líder é predominante, como se a liderança fosse uma
virtude ou competência que dá a algumas pessoas a capacidade de influenciar as
outras. E é por meio dessa influência que os líderes provocam comprometi-
mento nas pessoas.

O comprometimento é fundamental em todas as etapas do desenvolvimento


de um negócio, pois faz com que as pessoas tenham maior participação e responsa-
bilidade com aquilo que assumem perante a empresa, sentindo-se parte integrante
do negócio. Sendo comprometidas, elas assumem a função de donas do negócio,
partilhando ganhos e perdas provenientes das ações empreendidas.

O comprometimento de uma pessoa empreendedora é mensurado pelo


seu nível de exposição ao sacrifício e desprendimento pessoal fora do comum
para concretizar o seu projeto.

Além do mais, empreendedores são conscientes quanto a conduzir os gru-


pos de pessoas por caminhos nem sempre fáceis, sabendo que é necessário tratar
essas pessoas da forma mais correta possível. Caso seja necessário, é preciso
juntar-se a elas para finalizar uma tarefa.

O comprometimento faz com que o empreendedor, antes de visualizar o lu-


cro em suas relações comerciais, se esforce para manter seus clientes satisfeitos
e os tenha em primeiro lugar. O relacionamento entre empreendedor e clientes, na
sua maioria, funciona como uma relação de amizade entre funcionários e clientes.

Comprometimento é uma questão de parceria e sinceridade com seus


consumidores, colaboradores, fornecedores e demais áreas responsáveis pelo su-
cesso do investimento.
32 Empreendedorismo
4.4. Busca de informações

O empreendedor é uma pessoa curiosa, que insiste em conhecer tudo


o que está envolvido em seu negócio. Atualiza-se, participa de palestras, faz
cursos, pesquisa sobre os assuntos ligados à sua área de atividade. Estudar
o mercado é sua obrigação e a internet é uma excelente ferramenta para
mantê-lo informado.

Você, como empreendedor, precisa estar antenado com o mundo para


que tenha a possibilidade de desenvolver produtos e serviços inovadores. E como
poderá fazer isso?

Conversando com clientes, fornecedores e concorrentes; lendo publicações


e livros sobre negócios, visitando feiras do setor e empresas; consultando especia-
listas e também estudando muito para adquirir novos conhecimentos e aplicá-los à
gestão de seu negócio.

Lembre-se de que, quanto mais informações o empreendedor tiver, me-


lhor poderá analisar os riscos e tomar melhores decisões.

4.5. Estabelecimento de metas

Pare por alguns instantes e pense onde você quer estar daqui a alguns
anos. Possivelmente, você projetou na sua mente uma posição bem melhor do
que aquela projetada para o início de seu negócio. Contudo, para atingir seus
objetivos, você precisará traçar estratégias e estas devem estar focadas para
atingir metas, conquistar seus objetivos. A princípio pode até parecer fácil, mas
a realidade não é essa e nós sabemos muito bem disso.

Objetivos e metas são diferentes entre si. Objetivo é a descrição daquilo


que se pretende alcançar. Ou seja, seu alvo. Meta é a definição em termos quanti-
tativos, e com um prazo determinado.

Por exemplo, o objetivo de uma empresa é crescer. A meta, por sua vez, terá
de vir acompanhada de dois dados: quanto dinheiro terá de investir para empreen-
der no negócio e em quanto tempo. É assim que funciona no campo corporativo.
Empreendedorismo 33
Inicialmente, uma das perguntas que os empreendedores precisam fazer a
si mesmos pode ser a mais difícil de responder, pois exige um sincero autoexame:
será que vou conseguir atingir as metas por mim estabelecidas?

Grandes ideias, estratégias e planejamento não garantem bom desem-


penho no mercado. Muitas empresas jovens fracassam porque o empreendedor
não consegue executar a estratégia ora pretendida. Por exemplo, o simples fato
de o empreendimento ficar sem dinheiro, tornando-se incapaz de gerar ven-
das ou atender pedidos, pode comprometer a meta estabelecida inicialmente.

Os empreendedores devem estar atentos às mais diversas áreas dos


seus negócios: além dos recursos e da capacidade organizacional, devem preocu-
par-se com seus papéis pessoais no que cerne a avaliar sua capacidade de levar
adiante estratégias, metas e objetivos traçados.

É necessário, para o empreendedor, especificar as condições, o tempo e


onde se quer chegar.

Consideremos uma meta como aquilo que a pessoa se esforça para


conseguir.

Podemos diferenciar as metas entre as de curto, médio e longo prazo:

• Metas em curto prazo: dentro de um ano


• Metas em médio prazo: de 1 a 5 anos
• Metas em longo prazo: mais de 5 anos

Estabelecer metas não é difícil e o ajudará a conseguir seus objetivos


mais facilmente, melhorando seu rendimento. As metas de curto prazo são
mais simples de se planejar, enquanto as de longo prazo exigem bastante estudo.
Para estabelecer metas, você pode seguir os seguintes passos:

• Passo 1: Anote suas metas. Escreva o que deseja alcançar e procure fazer com
que suas metas sejam concretas, e seus resultados, mensuráveis.
• Passo 2: Limite suas metas a uma data e classifique-as em curto, médio e
longo prazo.
34 Empreendedorismo
• Passo 3: Priorize de acordo com a importância de cada uma.
• Passo 4: Seja realista, ou seja, estabeleça metas que realmente possa alcançar.
• Passo 5: Desenvolva um plano de ação detalhando como vai executar cada meta.

Para o estabelecimento de metas, é necessário que o empreendedor es-


pecifique as condições, o tempo e onde quer chegar.

Um bom empreendedor trabalha com objetivos e metas claramente defi-


nidas e procura não as enxergar como palavras sinônimas e de fácil compreensão.

4.8. Planejamento e monitoramento sistemático

O empreendedor precisa projetar hoje onde quer chegar no futuro


(estabelecer metas), enxergando o caminho a ser percorrido e os obstáculos.
É necessário planejar os detalhes, cronometrando-os. Feito esse planejamen-
to, deve conferir de forma sistemática se as etapas estão acontecendo como
planejado. Monitorar é ficar de olho e atento aos fatos e acontecimentos
que se passam ao seu redor.

Podemos dizer que monitoramento sistemático consiste em estar sem-


pre fazendo a verificação e avaliação dos resultados obtidos por meio do
planejamento que fora elaborado.

É importante que as informações a respeito do empreendimento sejam


filtradas para que não ocorra falta de qualidade ou excesso quantitativo ocasio-
nando atraso das decisões, além de ser preciso que essas informações sejam
interligadas entre os departamentos, de modo que haja uma integração total,
pois só assim será possível efetuar o monitoramento sistemático, o que nos dará
a certeza de estar caminhando na direção correta, ou, ao contrário, se é neces-
sário efetuar mudanças pertinentes.

Deve estar claro para o empreendedor o que acontece com os números


da empresa, por isso a importância de se realizar o monitoramento sistemático,
anotando e verificando regularmente se os números e informações da firma
estão dentro do planejado.
Empreendedorismo 35
Você precisará ter dados suficientes que permitam dar um passo à frente.
Para isso, você terá de tomar decisões baseadas em informações e números,
examinando todos os registros do seu negócio.

Para facilitar seu entendimento, imaginemos o monitoramento como a rela-


ção acompanhamento – interpretação – tomada de decisão. Primeiro você pre-
cisará sistematicamente verificar a situação atual e buscar informações mais
completas e confiáveis. Feito isso, você deve interpretar as informações obtidas
por meio da comparação do que está acontecendo com o que havia planejado,
onde deve ser feito o reconhecimento das influências externas, bem como das
potencialidades e limitações do ambiente interno. Em seguida, é chegada a hora
de tomar decisões, fazendo restrições, tomando providências necessárias e emi-
tindo alertas aos responsáveis.

? ?

Curiosidade

A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser
vivida olhando-se para frente. (Soren Kierkegaard – filósofo dinamarquês)

4.9. Persuasão

Uma das características mais marcantes no empreendedor é fazer as coisas


acontecerem, pois ele é dotado de maior sensibilidade para os negócios e as oportu-
nidades. Seu poder de persuasão é maior que o das demais pessoas consideradas
céticas diante de novos desafios. O poder de persuasão está ligado a uma alta ca-
pacidade de convencer, ou seja, de induzir alguém a tomar certo tipo de atitude.

O empreendedor de sucesso leva as pessoas a acreditarem nele. Boa co-


municação, magnetismo pessoal e capacidade de convencimento são seus
pontos fortes. Com isso, podemos afirmar que persuasão é uma poderosa estra-
tégia de comunicação que consiste, por meio da utilização de recursos lógicos,
racionais ou simbólicos, induzir algo ou alguém a acatar uma ideia, apresentar
uma nova atitude e ou mesmo partir para uma nova ação.
36 EMPREENDEDORISMO
Com a autoconfiança que o empreendedor tem ao traçar objetivos e metas
para o seu negócio, ele pode enfrentar desafios que existem ao seu redor e ter do-
mínio sobre os problemas ou questionamentos que venham a aparecer, utilizando
a persuasão de maneira pacífica por meio da argumentação e lógica dos fatos.
A persuasão, quando utilizada pelo viés da emoção, no aspecto comercial,
também poderá ser empregada por meio da propaganda e da publicidade, comple-
mentando o método já anteriormente citado vinculado à razão.

Persuadir é isso: influenciar pelas crenças, atitudes, intenções, motiva-


ções ou comportamentos. É um processo focado em mudar a atitude de uma
pessoa ou sua conduta para algum evento, ideia, objeto ou ainda para outra
pessoa, mediante palavras escritas ou faladas que transmitem informações,
sentimentos, ou uma combinação dos dois. Esse processo é amplamente ado-
tado nas vendas, mas também aplicável às demais situações de negócios.

Sob o aspecto da liderança, a persuasão é uma característica muito forte


junto aos líderes, pois uma liderança eficaz consiste em persuadir outras pes-
soas para que elas sigam os caminhos indicados.

Portanto, persuadir é empregar argumentos legítimos com o propósito


de conseguir que o outro indivíduo adote certa conduta, teoria ou crença de forma
pacífica e consciente, convicto de que a sua aposta seja a posição mais acertada
mediante os fatos apresentados.

4.10. Autoconfiança

A autoconfiança diz respeito à segurança envolvida com a própria dignidade,


capacidade e poder, independentemente da situação em que o indivíduo se encon-
tre. O empreendedor autoconfiante apresenta um forte senso de crença em si
mesmo, transmitindo serenidade e tranquilidade em seus atos e pensamentos.

A autoconfiança é atribuída, ainda, à posse de certos conhecimentos, habili-


dades ou capacidades natas ou adquiridas. Apesar de a aptidão do empreendedor
para determinada área ser um fator preponderante no início de seu negócio, a au-
toconfiança estabelece um paralelo com a verdadeira intenção e perspectiva
de capacidade de ser bem-sucedido em tudo aquilo que empreende.
Empreendedorismo 37
O empreendedor pensa positivo, acredita em si e na sua capacidade de
realizar seus sonhos e projetos. Tem autoconfiança e sente que pode enfrentar os
desafios que existem ao seu redor, e os problemas que se apresentam servem de
estímulos para seguir adiante. Para um empreendedor desistir de seus sonhos
não é tarefa fácil, pois ele mantém a sua autoconfiança, na maioria das vezes,
em alta. Enxergam os problemas inerentes a um novo negócio, mas acreditam em
suas habilidades pessoais para superar tais obstáculos.

Você precisa fazer aquilo que acredita lhe fazer bem, mesmo que os
outros critiquem. Esteja disposto a correr riscos e faça um esforço extra para con-
seguir coisas melhores, mas admita e aprenda com seus erros. Assim estará exer-
citando sua autoconfiança.

A autoconfiança, segundo alguns autores, está intimamente ligada ao


exercício do controle que temos da situação e da crença que esse controle
nos conduz ao sucesso. Existem dois tipos de crenças no sucesso: a primei-
ra enuncia que as pessoas que sentem que seu sucesso depende de seus
próprios esforços e habilidades têm um foco interno de controle; já a segunda
crença fala das pessoas que sentem ter a vida controlada muito mais pela
sorte ou pelo acaso, essas têm foco externo de controle. O foco interno dos em-
preendedores é mais latente que na população em geral.

Relembre

O Empreendedorismo é um fenômeno cultural. E ser empreendedor, fazen-


do uma analogia, é muito mais do que querer alcançar o topo de uma montanha; é
tomar a iniciativa de iniciar o caminho; é poder conhecer os desafios; preocupar-se
com cada detalhe, imaginar o que precisará levar e quais ferramentas utilizar; de-
senvolver a melhor rota, estar comprometido com o resultado, ser persistente e
então realizar a escalada. São as características do comportamento empreendedor
que contribuem para aumentar as chances de sucesso principalmente das micro e
pequenas empresas, que cada vez mais têm uma maior importância na economia
dos países.

38 EMPREENDEDORISMO
Referências

CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo dando asas ao espírito empreen-


dedor. São Paulo: Saraiva, 2004.

FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-ge-


rentes de pequenos negócios. Revista de Administração da Universidade de São
Paulo, v. 34, n. 2,1999.

MACEDO, Ivanildo Izaias de. Aspectos comportamentais da gestão de pesso-


as. Ivanildo Izaias de Macedo, Denize Ferreira Rodrigues, Maria Elizabeth Pupe
Johann, Neisa Maria Martins da Cunha – 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO e Sebrae Nacional. Programa Brasil Empre-


endedor. 3. Ed.

Empreendedorismo 39
Anotações
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