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Comportamento respondente
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Prática Baseada em Evidências em Psicologia Clínica e o Desenvolvimento das Terapias Comportamentais View project
All content following this page was uploaded by Jan Luiz Leonardi on 04 December 2015.
Assuntos do capítulo
> O comportamento respondente ou reflexo.
> O condicionamento respondente.
> Estímulos e respostas incondicionais e condicionais.
> Características das relações respondentes: limiar, latência, duração e magnitude.
> Extinção respondente.
> Abuso de substâncias.
nuti, 2007; Siegel, 1979, 1984, 2001), o en- As relações respondentes possuem de-
fraquecimento do sistema imunológico em terminadas características, a saber: limiar,
situações de estresse (Ader e Cohen, 1993; magnitude, duração e latência (Catania, 1999;
Cohen, Moynihan e Ader, 1994) e os episó- Skinner, 1938/1991,
Ao se analisar rela‑
dios emocionais, como a ansiedade (Black- 1953/1965). Limiar ções respondentes,
man, 1977; Estes e Skinner, 1941; Zamigna- refere‑se à intensida- deve‑se atentar para
ni e Banaco, 2005). de mínima do estí- algumas de suas
características, tais
Comportamento respondente é uma mulo necessária para como: limiar, mag‑
relação fidedigna na qual um determinado es- que a resposta seja nitude da resposta
tímulo produz uma resposta específica em eliciada, e magnitu- e intensidade do
estímulo, duração da
um organismo fisicamente sadio. O respon- de, à amplitude da resposta e latência
dente não se define resposta. No reflexo entre a apresen‑
Comportamento
nem pelo estímulo patelar, por exemplo, tação do estímulo
respondente é um
e a ocorrência da
tipo de relação nem pela resposta, a força com que a resposta.
organismo‑ambiente. mas sim pela relação martelada é aplicada
Nesta, um deter‑
minado estímulo entre ambos. Essa re- é a intensidade do estímulo, enquanto o ta-
produz/elicia uma lação é representada manho da distensão da perna é a magnitude
resposta específica. pelo paradigma S‑R, da resposta (se a martelada não for aplicada
O paradigma dessa
relação é S R. em que S denota o com uma força que atinja o limiar, a resposta
termo estímulo e R, de distensão não ocorrerá). Em qualquer
resposta (Catania, 1999; Skinner, 1938/1991, comportamento respondente, quanto maior
1953/1965). for a intensidade do estímulo, maior será a
Tendo em vista que a resposta é causada magnitude da resposta. Duração refere‑se ao
pelo evento ambiental antecedente, diz‑se tempo que a resposta eliciada perdura, e a la-
que o estímulo elicia a resposta ou que ele é tência, ao intervalo de tempo entre a apresen-
um eliciador, ao pas- tação do estímulo e a ocorrência da resposta.
Na relação res‑ so que a resposta é Quanto maior for a intensidade do estímulo,
pondente, diz‑se eliciada pelo estímu- maior será a duração da resposta e menor será
que o estímulo
elicia a resposta.
lo. O verbo eliciar é a latência, e vice‑versa. No exemplo do refle-
Isso porque, nesta utilizado para expli- xo patelar citado anteriormente, a duração da
relação, a resposta citar que o estímulo resposta é o tempo que a distensão da perna
tem probabilidade
de ocorrer próxima
“força” a resposta e perdura, enquanto a latência é o tempo de-
de 100%, quando da que o organismo ape- corrido entre a martelada e o movimento da
apresentação do nas responde a estí- perna (Catania, 1999).
estímulo.
mulos de seu meio A força de um comportamento respon-
(Catania, 1999; Fers- dente é medida pela magnitude e duração da
ter, Culbertson e Boren, 1968/1977). Para resposta, assim como pela latência da rela-
caracterizar um comportamento como res- ção. Um reflexo é forte quando a resposta
pondente, deve‑se considerar a probabilidade tem latência curta, magnitude ampla e dura-
condicional de ocorrência da resposta. Uma ção longa. Inversamente, um reflexo é fraco
resposta é considerada reflexa quando tem quando, diante de um estímulo de grande
probabilidade próxima de 100% na presença intensidade, a resposta tem latência longa,
do estímulo e probabilidade próxima de 0% magnitude pequena e duração curta (Cata-
na ausência do estímulo (Catania, 1999). nia, 1999).
flexas apropriadas não podem se desenvolver ram o uso da droga pode eliciar os processos re-
sempre como mecanismos herdados. Assim, a gulatórios (respostas condicionais) mesmo na
mutabilidade possibilitada pelo condiciona- ausência da substância, produzindo o fenôme-
mento respondente permite que os limites no denominado síndrome de abstinência (Ben-
adaptativos do comportamento reflexo herda- venuti, 2007; Benvenuti et al., 2009; Macrae,
do sejam superados. Scoles e Siegel, 1987).
É importante observar que as respostas O domínio dos conceitos relativos ao
condicional e incondicional podem ser, em al- comportamento e condicionamento respon-
guns casos, distintas. No experimento de Pav dentes, bem como sua articulação com con-
lov, embora ambas as respostas fossem de saliva- ceitos da área operante, é fundamental para
ção, há algumas diferenças entre elas, como a garantir rigor à análise de fenômenos com-
composição química e a quantidade de gotas da plexos. Na prática clínica, inúmeras queixas
saliva (Benvenuti et al., 2009). Muitos proces- envolvem interações entre processos respon-
sos comportamentais com relevância clínica en- dentes e operantes. A não identificação de re-
volvem fenômenos nos quais as respostas con- lações respondentes como constitutivas dos
dicionais e incondicionais são diferentes. Um comportamentos clinicamente relevantes, as-
exemplo é o desenvolvimento de tolerância e sim como a incapacidade de descrever sua in-
dependência no uso de drogas como cocaína e teração com padrões operantes, certamente
heroína. Na perspectiva do comportamento conduzirá a um raciocínio clínico parcial e
respondente, tais drogas exercem a função de insuficiente. Por essa razão, recomenda‑se ao
estímulo incondicional na eliciação de respostas clínico tanto o domínio dos conceitos res-
incondicionais – os efeitos no organismo. Entre pondentes quanto o aprofundamento na lite-
eles, encontram‑se respostas compensatórias, ratura sobre interação operante‑respondente,
pois, diante do distúrbio fisiológico produzido com destaque para as pesquisas referentes à
pela droga, o organismo reage com processos dependência química (Siegel, 1979, 1984,
regulatórios opostos aos iniciais, cuja finalidade 2001), imunossupressão como resposta eli-
é restabelecer o equilíbrio fisiológico anterior. ciada em situações de estresse (Ader e Cohen,
As condições do ambiente, ao precederem siste- 1975, 1993; Foltz e Millett, 1964) e episó-
maticamente a presença da substância no orga- dios emocionais, como aqueles descritos pela
nismo, exercem função de estímulo condicio- área de supressão condicionada (Bisaccioni,
nal e passam a eliciar os processos regulatórios 2009; Blackman 1968a, 1968b, 1977, Estes e
eliciados pela droga (Benvenuti, 2007; Poling, Skinner, 1941).
Byrne e Morgan, 2000). Dessa forma, quanti-
dades cada vez maiores são necessárias para que
os efeitos iniciais sejam produzidos no organis-
mo, levando ao fenômeno conhecido como to‑ Na clínica
lerância. Depois disso, se a droga for consumi- A compreensão das relações responden
da em um ambiente bastante diferente do usual tes é fundamental para o clínico analítico
‑comportamental. Este tipo de relação
(i.e., na ausência dos estímulos condicionais organismo‑ambiente está contida em di
que eliciam as respostas compensatórias), o or- versos comportamentos, inclusive naque
ganismo pode entrar em colapso, visto que está les tidos como alvos de intervenção, como
despreparado para receber aquela quantidade ansiedade generalizada, pânico, enfraque
cimento do sistema imunológico em situa
da droga, o que é conhecido na literatura por ções de estresse, dependências químicas,
overdose (Siegel, 2001). Ademais, a mera pre- entre muitos outros fenômenos.
sença dos estímulos condicionais que antecede-