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Autor: HERBERT MORONI CAVALLARI DA COSTA GOIS

Edson Alves de Lima Júnior

Curso de
memorização

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CURSO DE MEMORIZAÇÃO
• Lição 01 - Vale a pena gastar tempo com este assunto?
• Lição 02 - O Cérebro
• Lição 03 – Concentração
• Lição 04 – Reflexo Condicionado e Processo de Memorização
• Lição 05 – Processo de Memorização - OBSERVAÇÃO
• Lição 06 – Processo de Memorização – AS ASSOCIAÇÕES
• Lição 07 – Processo de Memorização – A REPETIÇÃO
• Lição 08 – Memorizando NOMES e FEIÇÕES
• Lição 09 – Memorizando compromissos, onde guarda suas coisas, listas de compras e músicas.
• Lição 10 – Como fixar o que lê e o que estuda
• Lição 11 – Concentração para os Estudos – Parte 1
• Lição 12 – Concentração para os Estudos – Parte 2
• Lição 13 – Concentração para os Estudos – Parte 3
• Lição 14 – Como aprender Idiomas
• Lição 15 – Como fixar a ortografia e evitar os erros
• Lição 16 – As concatenações
• Lição 17 – Como estudar a História
• Lição 18 – Como estudar a Geografia
• Lição 19 – Como estudar a Matemática
• Lição 20 – Como estudar a Física e a Química
• Lição 21 – Como reter uma poesia, um papel, um monólogo.
• Lição 22 – As articulações numéricas – Parte 1
• Lição 23 – As articulações numéricas – Parte 2
• Lição 24 – As articulações numéricas – Parte 3
• Lição 25 – Como fixar datas em História
• Lição 26 – Estudando Ciências Naturais, Geografia, Literatura e memorizando telefones
• Lição 27 – Tabela de chamada - Parte 1
• Lição 28 – Tabela de chamada - Parte 2
• Lição 29 – Tabela de chamada - Parte 3
• Lição 30 – Concatenações e Tabela de Chamada
• Lição 31 – Proezas com sua memória
• Lição 32 – Proezas com sua memória e a tabela de chamada
• Lição 33 – Tabela de chamada - Parte 4
• Lição 34 – Tabela de chamada - Parte 5
• Lição 35 – O método dos locais
• Lição 36 – Como fixar 100 números de 2 algarismos ou 100 números de 4 algarismos
• Lição 37 – Como fixar números de qualquer tamanho...
• Lição 38 – Como horários e tarifas, aproveitar seus momentos ociosos e conclusão

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Curso de Memorização – Parte 1

O saber é…, apenas memória


Platão

Esta é a primeira parte de uma série de tutoriais sobre a memoria. Nesta série de
tutoriais você aprenderá sobre o funcionamento do cérebro, concentração, observação, a
memorizar imagens, nomes e feições, compromissos, trechos músicais, poesias, versos,
discursos, números e fórmulas. Aprenderá também sobre como otimizar o estudo, fixar o que lê,
a ortografia, aprender idiomas, em resumo após compreender melhor o funcionamento do
cérebro você será apresentado a uma série de técnicas que o ajudarão nas mais diversas tarefas
do seu dia-a-dia.

Além disso, teremos lições especiais que o ajudarão a estudar matérias especificas como
história, geografia e matemática e técnicas que o ajudarão a fazer calculos mentais.
Apresentaremos também algumas “brincadeiras” que serão de grande valia ao ajuda-lo a ter
mais confiança em sua memória. Mas fica a pergunta:

VALE A PENA GASTAR TEMPO COM ESTE ASSUNTO?

Para responder está pergunta, vou contar a história de um vigoroso lenhador que em
um dia conseguiu derrubar 70 árvores, ao passo que o recorde era de 72 árvores. No dia
seguinte, querendo entrar para a história, acordou um pouco mais cedo, trabalhou duro e ao
final do dia tinha derrubado 68 árvores. No dia imediato, acordou ainda mais cedo, esforçou-se
ainda mais, almoçou correndo e cortou apenas 60 árvores. Assim desgostoso e desolado,
sentou-se à beira do refeitório. Um velho lenhador, já sem vigor fisico mas experiente, ficou com
pena do jovem e, chegando ao seu lado, perguntou: - Meu filho, quanto tempo você separou
para afiar o machado?

Para completar tente responder as perguntas abaixo:


• Falta tempo para estudar? Falta concentração?
• Você já estudou alguma coisa durante muito tempo e ao final pareceu que não aprendeu
nem fixou nada ou quase nada?
• Você já fez uma prova e no dia seguinte não se recordava de mais nada da matéria?
• Você gostaria de ter mais tempo para descansar e se divertir?
Combinando equilibradamente as técnicas com a sua memória, você terá ao seu dispor
um utensílio extraordinário, na sua vida profissional ou escolar. Poderá acumular conhecimentos
e utilizar em seu benefício a superioridade que você irá adquirir graças ao seu treino e à
formação da sua memória.

Qualquer que seja a sua idade, poderá sempre dizer que dispõe de uma memória mais
flexível e fiel e estará sempre aumentando seu valor pessoal.

Lembre-se : quanto mais utilizar sua memória, mais fiel ela lhe será.

Todos se apercebem da importância da memória, quer na vida corrente quer na vida


profissional. Na maioria das profissões a memória é um utensílio precioso. Os que se beneficiam
de uma memória melhor que a média, dispõem portanto de um trunfo importante. Todavia, se
existem “memórias excepcionalmente boas”, há efetivamente poucas que sejam
verdadeiramente más.

Com efeito, todos nós temos memória. E se declaramos espontaneamente que temos
uma “má memória”, é simplesmente porque não a utilizamos convenientemente. Todos nós
retemos um certo número de idéias, de fatos, de dados. Felizmente, aliás, caso contrario, a vida
seria impossível.

Qual é então o motivo por que nós retemos o nome de certas pessoas e não de outras
pessoas? qual é então o motivo por que nós fixamos determinados encontros, enquanto que
necessitamos de anotação na agenda para outros casos? e, em geral, por que é que registramos
na memória certos dados e esquecemos outros?

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A resposta é simples: quando nós retemos bem qualquer coisa, é porque nós
praticamos, conscientemente ou inconscientemente, um processo de memorização eficaz.
Quando não fixamos qualquer coisa é porque o processo de memorização não foi seguido
corretamente.

Para tirarmos partido da nossa memória não é inútil conhecer alguns princípios
essenciais do funcionamento do cérebro bem como a sua estrutura. Vamos pois a um pouco de
teoria.

Durante muito tempo imaginou-se que a memória era comparável a um ficheiro


enorme, no qual se armazenavam os conhecimentos, informações, dados, etc.. Ao apoiar esta
concepção notava-se que, em algumas doenças mentais, se perde a lembrança de um certo
número de noções, como se algumas das fichas do ficheiro tivessem sido destruídas.

Do mesmo modo, verificamos que a recordação enfraquece frequentemente com o


tempo, tinha-se a impressão de que as coisas se passavam como se a tinta utilizada para o
registro das fichas se desvanecesse, pouco a pouco, até se tornar invisível.

De fato, sabe-se, hoje, que as lembranças ficam gravadas na memória praticamente por
toda a vida. As fichas ficam lá: não são destruídas. O que nos falta é a capacidade para as
reencontrar ou ler. As fichas encontram-se, portanto, na memória, mas já não somos capazes
de as ler. Já reparou que algumas pessoas mais idosas conseguem lembrar fatos que
aconteçeram com elas na infância que quando em fase adulta não lembravam? Isso prova que
as informações estavam lá.

Tudo isto é apenas uma imagem, evidentemente.

O cérebro humano possui cerca de 10 bilhões de neurônios, que são as células


nervosas do nosso organismo que apresentam maior complexidade e estrutura funcional.

O contato que ocorre entre dois neurônios é chamado de Sinapse.

Dentritos são ramificações dos neurônios, semelhantes a galhos, que podem receber e
transmitir informações através dos quais os neurônios se conectam, formando a sinapse. Para
que as informações se movimentes existem os axônios, que servem como “cabos elétricos”.
Estes cabos são cobertos por uma substância chamada de mielina, que serve para isolar a
informação a fim de tornar mais eficiente sua transmissão.

A regra é que cada neurônio possui um axônio e vários dentritos. O axônio se liga ao
dentrito de um outro neurônio. Da mesma forma, os vários dentritos do neurônio conectam-se
com axônios de outros neurônios. O conjunto forma uma extraordinária rede (a rede neural),
capaz de armazenar, transmitir e associar informações e conhecimento.

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O importante é que, para a procura da lembrança, o funcionamento do cérebro é
essencial. Sabemos que é o cérebro que permite classificá-las e reencontrá-las. É o que explica o
grande psicólogo Bergson, nesta frase: “O cérebro condiciona o exercício da memória, mas não
a encerra”. Se fizemos esta incursão no domínio psicológico teórico foi simplesmente para o
ajudar a penetrar bem na idéia seguinte:

Se o cérebro condiciona o exercício da memória, isso tem por consequência que a


memória é uma função do cérebro e que, como todas as funções cerebrais, é susceptível de se
treinar, de se desenvolver. O cérebro não contém a “memória”, conforme diz Bergson, não
existem “bons recipientes” e “maus recipientes”. É a maneira pela qual a memória é exercitada,
treinada, que varia de individuo para individuo.

O cérebro funciona como qualquer órgão do nosso corpo e, para funcionar


corretamente, é bom assegurar-lhe uma certa higiene que estudaremos proximamente. É
necessário também mantê-lo em atividade se não desejamos deixá-lo “enferruja-se”. Esse é,
precisamente, o objetivo deste Curso.

VOCÊ PODE MELHORAR CONSIDERALVELMENTE A SUA MEMÓRIA

O que acabamos de ver resulta que se conhecermos bem o processo de memorização


podemos aplicá-lo aos dados que quisermos fixar.

Assim como a ginástica do corpo desenvolve e fortifica os músculos, também os


exercícios deste curso desenvolverão e fortificarão a sua memória.

Mas para desenvolver um músculo é importante aplicar determinados princípios que


farão com que o seu esforço tenha um resultado máximo com um mínimo de energia.

Na memória as coisas passam-se do mesmo modo. Não é oprimindo a memória,


fazendo-a funcionar de qualquer maneira, que se chega a um bom resultado.

Neste curso você vai descobrir pouco e pouco, as técnicas que lhe permitirão obter
resultados extraordinários sem fadiga inútil. Você aprenderá a fazer funcionar a sua memória
“docemente”, e ficará maravilhado, verificando que ela se torna cada vez mais segura, cada vez
mais fiel.

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Aplique as técnicas que lhe iremos ensinar e ficará com uma excelente memória. É o
que resumimos pela fórmula seguinte:

BOAS TÉCNICAS = BOA MEMÓRIA

E eis terminada esta primeira lição. Não se deixe arrastar pela idéia de empreender o
estudo da segunda lição. Faça o Exercício-Teste nº 1 e fixe, desta primeira lição, os príncipios
seguintes:
1. Todos possuem memória.
2. A memória é uma função do cérebro.
3. O cérebro funciona como os outros órgãos.
4. Boas técnicas de funcionamento = Boa memória.

EXERCÍCIO – TESTE Nº 1

Eis um quadro com objetos. Observe-o atentamente durante 2 minutos. Depois,


esconda-o e inscreva seguidamente os objetos que lembrar em no máximo 1 minuto. Conte os
nomes de que se lembrou.

Anote o resultado.

Conserve esta folha a fim de comparar o seu resultado de hoje com aquele que
conseguirá dentro de algum tempo com um exercício semelhante.

De qualquer modo segue o que deve se concluir deste teste:

Se tiver fixado menos de 10 nomes a sua memória é claramente insuficiente. Se reteve


10 a 15, você encontra-se numa média boa. Se tiver fixado de 16 a 18, é muito bom. Se reteve
19 ou 20, é excepcional. Bravo!

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Curso Sobre a Memória

Não se deve desprezar a memória, deve-se, sim,


conduzi-la e fazer com que nos obedeça!
Georges Duhamel

O CÉREBRO

Como assegurar ao cérebro condições de funcionamento favoráveis?

Saibamos já que o nosso cérebro recebe sangue como os músculos dos nossos braços
ou das nossas pernas. E recebe uma quantidade considerável: 2000 a 2200 litros de sangue
passam no nosso cérebro em 24 horas. Isso representa cerca de 400 vezes o volume total do
nosso sangue.

Esta circulação sanguínea no cérebro ativada, por exemplo, sob efeito de uma emoção
ou de uma atividade cerebral intensa. Inversamente, ela sofre um retardamento durante o sono.
Medidas de laboratório, extremamente precisas, mostraram que a emoção forte ou o trabalho
cerebral intenso fazem elevar a temperatura do cérebro a 0,1º. Inversamente durante o sono a
temperatura desce de 0,1º a 0,3º. Esta variação põe em evidência o papel da irrigação
sanguínea no funcionamento do cérebro.

O sangue como se sabe necessita de oxigênio. Para facilitar o seu trabalho intelectual e
principalmente para que a sua memória funcione bem, é necessário assegurar ao sangue uma
oxigenação suficiente. Como? Por um lado, prevendo pelo menos um dia por semana de ar livre.
Por outro, interrompendo as suas sessões de trabalho intelectual para efeito de uma “pausa-
oxigênio”. Se você é estudante, por exemplo, de hora em hora abra a sua janela e respire
profundamente durante um ou dois minutos. Também não estude numa sala em que a
atmosfera esteja cheia de fumo, viciada. Desconfie dos aparelhos de aquecimento que “comem”
o seu oxigênio (fogareiros, radiadores de gás, de butano, de petróleo). Consequentemente a
primeira regra a observar, para que a sua memória seja melhor, é a seguinte:

ASSEGURE-SE DE QUE ESTÁ DANDO AO SEU SANGUE UMA OXIGENAÇÃO


SUFICIENTE

A segunda regra a seguir é a de dormir suficientemente. Isto parece evidente, mas


muita gente que se queixa de uma memória deficiente não imagina que dormindo pouco
prejudica o funcionamento normal do seu cérebro, consequentemente da sua memória. Depois
de uma boa noite de sono o cérebro e a memória estarão prontos a cumprir melhor as tarefas.
Segundo os indivíduos, é necessário verificar-se um mínimo de 7 a 8 horas de sono para o
adulto e 9 horas para o estudante de 16 a 22 anos.

Portanto, segunda regra de higiene da memória:

DURMA O TEMPO SUFICIENTE

Dissemos que todos podem melhorar a memória aplicando técnicas corretas de


memorização. No entanto, não podem ser obtidos bons resultados a menos que os órgãos
fisiológicos que concorrem para o funcionamento da memória se encontrem e permaneçam em
bom estado. Esses órgãos são os centros nervosos e o cérebro. Tudo o que prejudicar os centros
nervosos e o cérebro prejudica, automaticamente, a memória.

O tabaco será prejudicial à memória? A resposta é variável, de acordo com os


indivíduos. É evidente que o grande fumante que saiba servir-se da sua memória terá
aparentemente uma memória melhor que um não fumante que não a tenha treinado
corretamente.

Porém, se pretender fazer comparações entre indivíduos que possuam características


comuns, verifica-se uma influência nefasta do tabaco sobre a memória.

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Um inquérito estatístico entre os alunos saídos da Politécnica (Escola Politécnica
Francesa) revelou que a quantidade de fumantes aumentava proporcionalmente às ordens de
classificação. Quer dizer, havia menos fumantes dentro dos 20 primeiros que nos 20 seguintes,
etc.. Sem que tal fato constitua uma prova formal, parece que o tabaco será um obstáculo ao
pleno rendimento da memória.

Todavia, o fumante tem, por vezes, a impressão de que o seu cigarro o ajuda a
concentrar-se e a raciocinar. Isso pode ser verdadeiro durante alguns instantes, mas em longo
prazo tudo leva a crer que o tabaco prejudica a memória, especialmente depois dos 40 anos
onde os grandes fumantes são mais numerosos que os não fumantes entre os que se queixam
de falta de memória.

Terceira regra:

EVITE FUMAR

Finalmente, desconfie do álcool.

Se você deseja manter a sua memória em bom funcionamento, evite o álcool.


Indiscutivelmente que a absorção de álcool regularmente conduz a um enfraquecimento da
memória.

Mas o que igualmente se torna necessário saber é que mesmo sob uma ligeira influência
de álcool, ocasional, a fixação das lembranças fica fortemente diminuída. Quanto mais álcool se
absorve, menos as lembranças se registram e fixam.

É fato bem conhecido que quando uma pessoa está ébria terá seguidamente grande
dificuldade em recordar tudo o que se passou durante a embriagues. Uma simples refeição bem
“regada” diminui as faculdades de fixação da lembrança durante as horas que se seguem.

É necessário evitar qualquer absorção de álcool mesmo sob forma ligeira (vinho,
cerveja) especialmente quando temos que estudar ou quando temos de freqüentar cursos,
assistir uma conferência, etc.

Quarta regra:

EVITE O ÁLCOOL

A atividade cerebral, tal como os exercícios musculares, é acompanhada de mudanças e


transformações químicas. Bem entendido que as substâncias que satisfazem às necessidades
dos músculos não são as mesmas que satisfazem às do cérebro.

Numerosas experiências estabeleceram que as células nervosas e cerebrais têm


necessidade de cálcio. Um empobrecimento excessivo em cálcio provoca perturbações nervosas
que vão do simples nervosismo à insônia e às câimbras. É esse o motivo por que alguns
sedativos têm como base o cálcio.

Por outro lado, constatou-se que a atividade psíquica se fazia acompanhar de uma perda
de ácido fosfórico e de sais de cálcio, nas urinas. É necessário, pois, evidentemente, compensar
estas perdas de fósforo e de cálcio, de preferência através da alimentação: o queijo
(especialmente as pastas não fermentadas, flamengo, chester) os ovos, o gérmen de trigo, as
amêndoas, nozes e avelãs, trazem ao organismo um bom equilibro fósforo-cálcio.

Um outro elemento, importante para o bom funcionamento da memória, é o magnésio.


É, infelizmente, um elemento que se encontra em quantidades limitadas nos nossos alimentos.
Encontra-se, no entanto, no pão integral, no gérmen de trigo, no chocolate, nos legumes verdes
e em algumas águas minerais.

Uma outra substância que constitue alimento notável do cérebro é o ácido glutâmico.
Algumas vezes chamado o ácido da inteligência. No estado natural encontra-se no fígado, no
leite e na levedura de cerveja. Finalmente, as vitaminas do grupo B favorecem e facilitam o
trabalho intelectual. Podem ser encontradas no iorgurte, na levedura de cerveja, nas avelãs, nas
amêndoas e no gérmen de trigo.

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Que aplicações práticas iremos tirar de tudo isso?

Por um lado, saberemos que, em caso de trabalho intelectual intenso, temos vantagem
em consumir aqueles alimentos em proporções mais importantes: na sua maioria são de
consumo corrente, portanto fáceis de encontrar; outros, como gérmen de trigo e a levedura de
cerveja, encontram-se principalmente nos estabelecimentos da especialidade (produtos
dietéticos) ou nas farmácias.

Durante os períodos de esforço intelectual intenso, procuraremos ter uma alimentação


rica em proteínas (ovos, carne, fígado*, peixe), muito digestiva (carnes grelhadas, legumes
cozidos), evitando os excessos de gorduras, de farináceos, de açúcares. Comeremos pouco de
cada vez e, portanto, se necessário for, mais frequentemente (um iogurte ou um pedaço de
queijo, às 11 horas e às 16 - 17 horas, por exemplo). Com efeito, o estômago sobrecarregado
amortece as funções cerebrais.

(*) A este propósito não julgue que o fígado de vitela, muito caro, é o único que tem
qualidades: também o fígado de porco ou o de bezerro são de uma grande riqueza e proteínas,
vitaminas, ácido glutâmico, etc..

Além da alimentação natural, pode completar-se este regime mediante a absorção de


algumas especialidades farmacêuticas, à base de fósforo, de ácido glutâmico e de vitaminas B
12.

Não aconselhamos a utilização de alguns excitantes intelectuais que dão uma


“chicotada” temporária, sempre seguida de prostração. Também desaconselhamos os calmantes,
com exceção de alguns, inofensivos (gênero “clasédine”, “atarax”, “phérnergan”), que podem
ser utilizados para evitar a ansiedade perante um exame ou durante os dias que o precedem.

CONFIE NA SUA MEMÓRIA

Quanto mais duvidamos da nossa memória, menos confiança temos nela.


Consequentemente menos dela nos desejamos servir. Menos dela nos servimos, menos ela
funciona bem. Então, menos nela nos fiamos. E é um círculo vicioso.

Mas você pode inverter a marcha:

Confie na sua memória e ela terá oportunidade de funcionar mais frequentemente. Ela
melhorará.

Vamos estudar os métodos que lhe permitirão multiplicar por 2, 3, 5 ou 10 as


possibilidades da sua memória. Faça uma nova partida e tenha confiança. Quanto mais aplicar
tais técnicas, mais fará funcionar os mecanismos que lhe permitirão registrar aquilo que
pretender recordar.

Não tente impor imediatamente um esforço considerável à sua memória, mas, a partir
de amanhã mesmo, solicite à sua memória um pouco mais, dia a dia.

Portanto, se pretende melhorar a sua memória: Tenha confiança nela e faça-a


funcionar.

Os exercícios 4 e 5 de hoje têm por objetivo ajuda-lo a ter confiança na sua memória.

Em resumo, fize as quatro regras da higiene do seu cérebro:

1ª Dê oxigênio ao seu sangue.


2ª Durma o tempo suficiente.
3ª Evite fumar.
4ª Evite o álcool.
5ª Confie na sua memória.

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Passe agora ao Exercício-Teste nº 2.

EXERCÍCIO - TESTE Nº 2

Eis aqui o mesmo exercício que o exercício-teste nº 1, mas com uma lista de 20 nomes.
Leia esta lista e estude-a durante um minuto e meio. Tente seguidamente recapitula-la
ordenadamente. Se tal lhe não for possível, então enumere as palavras de que se lembrar.

caçarola cadeira tambor veleiro

Sabão banana tapete carta

automóvel rio rolha canhão

sandália alfinete saco caneta

Quadro vaso corda medalha

Se fixou de 18 a 20, é excelente; de 15 a 17, está ainda bem; de 10 a 14 está na


média; abaixo de 10, fica demonstrado que não sabe servir-se da sua memória. De qualquer
modo, tranqüilize-se, porque nós lhe ensinaremos dentro de algum tempo um método
extraordinário para reter tal lista, e na devida ordem; é o método das associações de imagens.

Anote o resultado.

Poderá compara-lo com o que conseguirá depois de ter progredido no curso.

EXERCÍCIO - TESTE Nº 3

Eis um exercício muito simples. Consiste em reencontrar o seu emprego de tempo,


durante o dia anterior, detalhando de forma contínua, de modo a obter um quadro completo de
tudo o que fez, viu, ouviu. Se tiver uma “falha” de memória, faça outra coisa e recomece a
procurar dentro de um quarto de hora ou meia-hora.

EXERCÍCIO - TESTE Nº 4

Você vai contar com a sua memória para pensar fazer amanhã à noite uma determinada
coisa. Por exemplo, destacar um livro da sua estante e coloca-lo sobre a sua escrivaninha.
Imagine-se, pois, amanhã, regressando a casa. No momento em que abrir a porta, é necessário
que pense em destacar o livro. Não anote isso em parte alguma, nem faça um nó em seu lenço.
Simplesmente, hoje, pense no seu regresso de amanhã à noite e peça à sua memória que o
ajude na referida tarefa. Vá ver ou observar o livro em questão, a fim de saber bem de que livro
se trata. Pense nesta ação que não deve esquecer; pense nela, hoje, duas ou três vezes, e
confie na sua memória.

EXERCÍCIO - TESTE Nº 5

Aprenda de cor estes versos de Boileau:

Segundo a nossa idéia é mais ou menos obscura


A expressão segue-a, ou menos clara ou mais pura.
O que concebemos bem, enuncia-se claramente.
E as palavras, para dizer, chegam facilmente.

Curso Sobre a Memória

A natureza é uma contadora implacável; se você


exige dela um setor mais do que ela está
preparada para dar, ela equilibra as contas
fazendo uma dedução em outro lugar.

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HERBERT SPENCER

PARTICULARIDADES DE ALGUMAS MEMÓRIAS

Vamos retomar agora estudo da fisiologia do cérebro. Pedimos desculpa aqueles que
possam julgar tediosas estas lições, mas elas merecem ser estudadas com cuidado, porque vão
lhe permitir compreender bem os mecanismos da memória e tirar melhor partido das aplicações
que lhes ensinaremos mais tarde.

Vamos dizer algumas palavras sobre a amnésia, a astenia e a ciclotimia.

Não se trata de estudar as diferentes doenças do cérebro e da memória, porque nosso


interesse nestes tutoriais não é tratar ou cuidar de “doentes” mas lhe permitir obter o máximo
das suas faculdades mentais.

Todos já ouvimos falar de casos de amnésia, em que o doente tem um comportamento


perfeitamente normal em todas as circunstâncias, mas perdeu totalmente a lembrança do seu
passado. Ele já não sabe quem é ou foi, onde nasceu, onde viveu, etc.. O fato de que o
amnésico reencontra, por vezes, sob a influência de um choque físico ou emocional, todas as
recordações, prova bem que as lembranças não haviam sido destruídas. Conforme dissemos
anteriormente, verifica-se assim falta de capacidade para “ler” esses registros.

Há uma outra doença da memória que não se pode ignorar, pois todos nós estamos
sujeitos a ela um ou outro dia: é a astenia.

Astenia é muito simplesmente uma fadiga excessiva do cérebro que lhe provoca um
funcionamento deficiente. Ou, para explicar a idéia através da imagem, a astenia é
aproximadamente para o cérebro o que uma “rotura” é para um músculo.

A astenia é bastante frequente no caso de sobrecarga intelectual, especialmente nos


estudantes que se preparam para um exame. A astenia traduz-se por uma sensação geral de
grande fadiga, por palpitações, podendo o doente chegar a desmaiar ou a desfalecer. Num
menor grau, ela provoca nevralgias, enxaquecas, náuseas, etc.. Num caso de astenia, o doente
não pode tirar do cérebro, e especialmente da memória, um rendimento superior a um quarto do
que ele obtém normalmente. Com mais fadiga, ele consegue muito menos resultados.

Seguindo os princípios de higiene expostos neste curso e aplicando os métodos de


trabalho e de memorização que aqui serão ensinados você evitará a astenia, aprenderá mais se
fatigando menos e fornecerá ao seu cérebro as condições de funcionamento que lhe permitirão
não desfalecer.

Embora não se trate de uma verdadeira doença do cérebro (pelo menos enquanto se
encontra no seu estado benigno) é necessário dizer algo acerca da ciclotimia, porque muita
gente é ciclitímica.

A ciclotimia traduz-se por uma sucessão de estados de euforia e de estados de


depressão ou por uma sucessão de periodos de grande atividade cerebral e de periodos de
grande indolência. Quando se encontra no periodo ascendente, o ciclotímico é capaz de fazer
grandes esforços, age mais facilmente, não sente fadiga, concentra-se facilmente, retém tudo e
trabalha de maneira eficaz, sem que isso lhe custe. Depois, sobrevém uma fase descendente,
em que o esforço se torna penoso, em que “marca passo” na ação, em que o trabalho cerebral
lhe custa, a concentração é-lhe dificil e o estado da sua memória penaliza-o.

Segundo os individuos, as diferenças entre períodos ascendentes e periodos


descendentes são mais ou menos acentuadas. Do mesmo modo, a duração do ciclo é variável:
uma quinzena para alguns, um mês para outros, ou, até, três meses, seis meses.

Se você tem a impressão de que é um ciclotímico, tem interesse em conhecer a ordem


de grandeza do seu ciclo. É suficiente, para tal, anotar numa agenda os seus periodos de
efervescência e os periodos de depressão. É possível, pela vontade e sabendo analizar-se,
deslocar os ciclos, principalmente encurtando os períodos de depressão. Isso permite evitar que
se encontre no momento de um acontecimento importante (nova situação profissional, exame,
etc.) numa fase de depressão. Para isso, é necessário estimular fisicamente o organismo através
de exercícios físicos ou de desporto, fazer breves leituras aptas a modificar as idéias ou a
entusiasmar, modificar a impulsão fisica e mental.

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COMO DESENVOLVER O SEU PODER DE CONCENTRAÇÃO

Antes de terminar o estudo da fisiologia do cérebro, vamos aprender sobre um assunto


que é muito importante, a concentração.

Saber concentrar-se é indispensável ao desenvolvimento da sua memória.

A atenção e a observação não são suficientes se você não se concentrar corretamente


sobre suas ações.

Concentração é manter a atenção sobre um assunto determinado sem se distrair com


outros pensamentos. É, aliás, uma faculdade extremamente preciosa, para o exercício de todas
as nossas atividades mentais.

Podemos classificar a concentração que usaremos para memorizar em dois tipos, ainda
que naturalmente se trate da mesma faculdade, são eles:

1 - Concentração Imediata: necessária para observar com cuidado um documento,


uma paisagem, um acontecimento, um espetáculo, um monumento, um quadro.

2 - Concentração Prolongada: necessária para estudar, aprender, reter, redigir,


calcular, pensar, refletir.

A concentração imediata exige ser praticada à vontade, instantaneamente e em todas as


circunstancias. Ela requer também a aptidão para mudar de assunto rapidamente. Por exemplo,
se lhe apresentam 4 ou 5 pessoas, sucessivamente, você concentra-se sobre os seus nomes e
sobre as suas feições durante breves momentos, depois ficará atento ao que as pessoas
disserem ou mostrarem, etc..

A concentração prolongada usada para o estudo ou a reflexão necessita de um outro


treino. Voltaremos ao assunto pormenorizadamente, nas lições reservadas a este estudo.

De momento, vamos desenvolver a nossa concentração imediata à custa ou com a ajuda


de alguns exercícios.

Estes exercícios podem melhorar o seu poder de concentração até um grau


extraordinário, mas é necessário fazê-los com muita atenção.

Mostrarei outros exercícios de concentração no decorrer de todo o curso e será sugerido


que você execute alguns várias vezes.

Estes exercícios podem lhe parecer difíceis. Não se preocupe. Faça-os, simplesmente, o
melhor possível. Faça um exercício por dia durante essa semana.

EXERCÍCIO Nº 6 (Concentração)

Pegue um objeto (chave, objeto de adorno): observe-o com atenção durante 30


segundos, depois feche os olhos e tente representá-lo mentalmente, de maneira clara e precisa.
Se alguns detalhes não estiverem perfeitamente claros, nítidos, observe de novo o objeto
tomado e torne a fechar os olhos, etc.. até que possa representa-lo mentalmente, com nitidez.

EXERCICIO Nº 7 (Concentração)

Eis um exercício conhecido pelo nome de “prateleiras cerebrais”. Você escolhe 3


assuntos diferentes para reflexão: por exemplo, um projeto que tem; um assunto cientifico ou
literário e uma lembrança pessoal (férias, viagem, etc.). Dedique 3 minutos de reflexão a cada
um dos três assuntos. Durante os 3 primeiros minutos pense somente no assunto nº 1, passe
depois ao assunto nº 2 e não pense em outra coisa; finalmente, passe ao assunto nº 3. É
necessário não se distrair durante cada fase e, sobretudo, não pensar nos dois outros assuntos.

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EXERCICIO Nº 8 (Concentração)

Reproduza mentalmente as feições de uma pessoa que vê frequentemente: verificará


que delas só tem uma visão geral, uma impressão genérica, mas que os pormenores lhe
escapam. Você completará a observação quando reencontrar a referida pessoa e recomeçará o
exercício, até que obtenha uma representação perfeitamente nítida.

EXERCICIO Nº 9 (Concentração)

Tente este interessante exercício que desenvolverá o seu poder de concentração e


atenção auditiva. Escute ou ouça o rádio; depois, diminua o volume; depois, mais baixo ainda;
regule o seu aparelho o mais baixo possível até compreender, suficientemente, o que se diz. A
fraca intensidade do som obrigá-lo-á a concentrar-se. Não prolongue este exercício por mais de
três minutos.

EXERCICIO Nº 10 (Concentração)

Escolha um poema, leia-o lenta e atentamente, fixando-se sobre cada palavra


importante por forma a evocar, de maneira precisa, a imagem correspondente. Não se deixe
distrair por associações estranhas, sem relação com o poema.

EXERCICIO Nº 11 (Concentração)

Faça, de novo, o Exercicio nº 7 (prateleiras cerebrais) com os mesmos assuntos de


ontem.

EXERCICIO Nº 12 (Concentração)

Faça novamente o Exercicio nº 9 com o rádio.

REFLEXO CONDICIONADO

Vamos dar uma breve introdução agora sobre o assunto que iremos estudar no próximo
tutorial: o reflexo condicionado.

O conhecimento deste fenômeno nos ajuda a compreender melhor o motivo de alguns


exercícios, de certos métodos, de determinados hábitos que nos auxiliam a dispor de uma
memória mais eficiente.

De momento, torna-se necessário saber que acidentes (choques, traumatismos


craneanos), suficientementes graves para atingir o cérebro causam perturbações de memória
em zonas determinadas. Por exemplo, em conseqüência de um acidente uma pessoa pode
perder a sua memória auditiva (ficando incapacitada de fixar uma ária musical ou uma canção),
enquanto que a sua memória visual ou a sua memória táctil não se modificam em
absolutamente nada.

Pensou-se portanto que algumas zonas do cérebro comandavam a memória auditiva,


outras a memória visual, etc.. Pouco a pouco, pode-se localizar os pontos precisos do cérebro
que correspondem a toda a espécie de atividade: intelectual, motora, etc..

A próxima figura mostra as principais localizações cerebrais.

14
PRINCIPAIS LOCALIZAÇÕES CEREBRAIS

1 – Movimento dos olhos 11 – Dedos

2 – Deliberação 12 – Cotovelos

3 – Respiração 13 – Ombro

4 – Cordas vocais 14 – Pescoço

5 – Centro motor da palavra 15 – Tronco

6 – Faringe 16 – Anca

7 – Língua 17 – Joelho

8 – Face 18 – Compreensão da linguagem falada

9 – Pálpebras 19 – Movimento da cabeça e dos olhos

10 – Polegar 20 – Visão

No tocante a memória, pode-se assim pensar que as conexões se estabelecem na zona


interessada ou própria para a fixação das lembranças.

Por exemplo, a recordação de uma imagem traduzir-se-ia por algumas conexões


situadas na zona marcada com o nº 20 no nosso quadro.

Mas podem também ter lugar ligações entre diferentes zonas e tal poderia ser a
explicação do reflexo condicionado.

Bom, mais sobre reflexo condicionado no próximo tutorial.

Curso Sobre a Memória

Você não gosta de uma matéria porque a aprende.


Você aprende a matéria porque gosta dela.

15
Se você quer começar a aprender uma matéria,
comece por aprender a gostar dela.
WILLIAN DOUGLAS

REFLEXO CONDICIONADO

Antes de retomarmos ao assunto Reflexo Condicionado gostaria de sugerir que você


relesse os três tutoriais anteriores e refizesse os exercícios números 2, 3, 7 e 9.

Agora que você já revisou o conteúdo estudado até aqui vamos retornar ao assunto
Reflexo Condicionado.

Foi o russo Pavlov que mostrou que o cérebro, como o resto do nosso organismo, possui
reflexos.

Sabe o que é um reflexo corrente? Por exemplo, ao tocar inadvertidamente num prato
quente, a mão retrai-se instantânea e abruptamente, sem que a sua vontade tenha tido
oportunidade de intervir no comando desse gesto.

O reflexo é, portanto uma reação motora (de movimento) a uma influência sensitiva (de
sensação). A sensação de picada provoca um movimento de recuo por parte do membro picado.
Estes reflexos explicam-se por ligações diretas realizadas pelas fibras nervosas entre zonas
sensíveis e os músculos motores.

Pavlov introduziu e fixou na goela de um cão uma fístula colocada no orifício do canal
das glândulas salivares de maneira a poder medir a produção de saliva destas glândulas.

Nos dias seguintes ele dava um assobio e após alguns instantes dava um pedaço de
carne ao cão, o que provocava no animal a salivação.

Após 15 dias de repetição deste ato, assobiou, mas não deu a carne, mas a saliva se
produziu igualmente. Tudo se passava como se o assobio se tivesse tornado para cão o
excitante da produção de saliva.

Dizemos que o assobio se tornou um “excitante condicionador” e a produção de saliva


um “reflexo condicionado” pelo assobio. Este reflexo é um reflexo adquirido, não inato.

Pavlov multiplicou as experiências deste gênero e constatou que estes reflexos


condicionados são muito fáceis de estabelecer no homem.

Da mesma maneira, o cheiro de um bom cozinhado provoca no homem uma secreção


de saliva na boca e de suco gástrico no estômago.

Se o som de um sino anuncia à hora do almoço, o seu som desperta automaticamente


uma sensação de fome.

O importante pra nós é sabermos utilizar o Reflexo Condicionado a nosso favor, mas
como?

Se precisarmos estudar para uma prova, separamos um tempo para o estudo


diariamente. Sempre no mesmo horário e local. Procure usar a mesma mesa, cadeira,
iluminação, procure criar as mesmas circunstancias de estudo para todos os dias, atente para os
detalhes.

Assim nosso cérebro sempre naquele horário e local usará se estimulará mais rápido e
facilmente através do Reflexo Condicionado.

Nosso estudo pode render muito, com pouco tempo. Na verdade, pela minha
experiência o tempo de estudo não é o mais importante e sim a qualidade do mesmo.

16
Já vi pessoas que estudavam por cinco horas seguidas e que tinham um rendimento
muito baixo, inferior a uma hora, enquanto que pessoas que estudavam por uma hora tinham
um alto rendimento. Lógico que essa mesma pessoa que estudava uma hora poderia tem um
rendimento muito maior se estudasse às cinco horas, mas nem sempre dispomos de tanto
tempo para o estudo, temos outras diversas tarefas que necessitam de nossa atenção, e se
podemos render mais com menos tempo podemos utilizar do tempo restante para outras
tarefas.

Utilize do Reflexo Condicionado para seus estudos, faça um teste. Para render mais nos
estudos vamos utilizar o Reflexo Condicionado também.

O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAÇÃO

Os três fatores que antecedem o registro de idéias, fatos ou elementos, são:


1. Impressão
2. Associação
3. Representação
É nesta ordem que se torna necessário pô-los em ação.

Se omitir um destes fatores isso não significa que seja incapaz de reter ou fixar. Mas
sempre que deseje fixar qualquer coisa, é indispensável seguir o processo normal e completo:
impressão, associação e repetição.

É o que explica, por exemplo, a fixação do nome de certa pessoa que encontramos
numa reunião, enquanto não lembramos do nome de uma outra pessoa presente na mesma
reunião e que conhecemos. Verifica-se que concedemos uma atenção suficiente à pessoa
(impressão), provavelmente estabeleceu no seu espírito(consciente ou inconscientemente)
certas associações alusivas, e o seu nome foi mencionado várias vezes (ou você mesmo o
repetiu, para si próprio).

No segundo caso, não se prestou atenção suficiente (uma impressão deficiente) ou não
realizou associação alguma ou não ouviu ou repetiu o seu nome.

As condições de registro diferentes correspondem intensidades de lembrança diferentes.

1 - FIXE BEM AS IMPRESSOES

Vamos ver agora como fixamos as lembranças corretamente:

A) Tenha intenção e preste atenção

A primeira condição para fixar bem as impressões é o querer.

Para isso, é necessário ter um interesse verdadeiro pela pessoa ou pela noção do que
pretendemos lembrar. Sentiremos sempre grande dificuldade em fixar a atenção sobre uma
coisa que não nos interessa. É por esta razão que não conseguimos lembrar-nos do nome de
pessoas que já encontramos em certas ocasiões mas que não nos interessaram realmente.

Do mesmo modo, se não temos a previa intenção de vir a lembrar de qualquer coisa,
corremos o risco de não prestar atenção suficiente. Isto explica o porquê da grande dificuldade
em evocar determinadas coisas que vimos anteriormente, mas de que não tivemos a intenção
de lembrar posteriormente. Exemplo: quantas pessoas havia ontem na pastelaria que você foi?
Ou padaria? Açougue? Você entendeu a pergunta.

É o próprio Freud - o pai da Psicanálise - que nos ensina esta regra:

“A intenção é fator essencial para toda a recordação e para todo o


esquecimento”.

Lembrarmos das coisas que temos interesse em recordar posteriormente e


esqueceremos o temos (nós ou o nosso inconsciente) intenção de esquecer.

17
Em termos mais simples, a regra de freud diz para nós, no plano prático, desta isto:

Para reter qualquer coisa, é necessário querê-lo conscientemente.

Para se dispor de uma boa memória é indispensável fixar convenientemente a atenção,


treinando-se no sentido de não se deixar distrair o espírito. É o que nós designamos por
“concentração”.

É por isso que já lhe recomendamos exercícios de concentração. Este tipo de exercício,
ainda que não ponham a memória em ação, contribuem largamente para o bom funcionamento
desta.

Não esqueça, pois, a seguinte regra:

Para fixar bem as impressões, é necessário saber concentrar-se.

Se marcar uma peça de metal com uma punção, a marca será tanto mais profunda
quanto mais forte tiver sido a pancada. Acontece o mesmo com a memória. Uma imagem será
tanto melhor fixada quanto mais forte e intensa tiver sido a impressão. Se tiver um dia visto um
avião despedaçar-se no solo em chamas jamais esquecerá. Se vir uma pessoa a afogar-se, sem
que lhe possa prestar socorro, jamais o esquecerá. É o motivo por que se torna necessário
tentar associar a imagens fortes as noções de que não queremos esquecer-nos.

Suponhamos, por exemplo, que um dos seus clientes mais importantes lhe pede para
telefonar no próximo sábado, depois do jantar. Indicar-lhe-emos como ajudar a sua memória
relativamente a tal telefonema. Mas, para já, é necessário saber que elimina os riscos do
esquecimento se, mentalmente, associar a chamada telefônica a uma imagem forte. Imagine-se,
durante um instante, prestes a telefonar ao seu cliente e “veja-o” em vias de assinar o cheque
para liquidação de uma encomenda. Inversamente, imagine o seu cliente, colérico, prestes a
expulsá-lo do seu escritório, censurando-o por ter esquecido o telefonema combinado. Tudo isso
lhe toma apenas alguns segundos, e, no entanto, estas associações de imagens, tão simples,
podem melhorar-lhe a memória, sem esforço penoso da sua parte.

Mais adiante lhe explicaremos como é que o método das associações de imagens lhe
podem prestar serviços consideráveis em todos os domínios onde a sua memória se exerce. A
regra que acabamos de expor explica por que interessa, sempre, utilizar imagens mentais fortes
e até esquisitas, porque o que é forte ou esquisito fica mais bem gravado na memória.

Lembre-se, pois desta regra:

Pra facilitar a recordação ou lembrança, crie imagens fortes

No próximo tutorial estudaremos sobre a observação.

Vamos aos exercícios:

EXERCICIO Nº 13

Reveja como fez em relação ao Exercício nº 3, o mesmo dia da semana anterior. Se


fizer este exercício numa quarta-feira, por exemplo, deve tentar reconstituir, tão completamente
quanto possível o que fez durante a última quarta-feira.

EXERCICIO Nº 14

Será capaz de escrever as 4 regras de higiene do cérebro enunciadas na lição nº 2?

EXERCICIO Nº 15

18
Lembra-se dos 4 versos aprendidos na lição 3? Recite-os.
Se não conseguir fazê-lo perfeitamente, releia-os várias vezes, recite-os.

EXERCICIO Nº 16

Faça novamente o exercício das prateleiras cerebrais, mas, desta vez, mude os seus
três assuntos de concentração.

EXERCICIO Nº 17

Faça novamente o exercício 4, mas com outra coisa: tire uma roupa do armário, por
exemplo, ou, melhor: pense em fazer qualquer coisa determinada: por exemplo, pense em
telefonar a um amigo, amanhã, antes de jantar, ou em ir ao farmacêutico após o seu dia de
trabalho. Tente aplicar o método preconizado das “imagens fortes”. Por exemplo, imagine-se à
noite, em casa, torturado pela dor por ter se esquecido de passar pelo farmacêutico ou, então,
imagine-o a fazer violenta censuras, etc..

EXERCICIO Nº 18

Escolha uma obra difícil, de um autor conhecido pelo seu estilo árido e abstrato (por
exemplo, Pascal, Descartes ou Proust, dos quais existem obras nas coleções de bolso). Comece-
a, lendo no princípio uma dezena de frases. Depois, retome cada frase, não passando a seguinte
sem ter penetrado profundamente no sentido do que lê. Se lhe for necessário, recorra a um
dicionário. Avance todos os dias uma dezena de frases, relendo as páginas dos dias anteriores.
Ao fim de uma semana coloque por escrito aquilo que fixou. É um dos melhores exercício de
desenvolvimento da sua capacidade mental.

Curso Sobre a Memória

A imaginação é mais importante que o conhecimento.


Albert Einstein

O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAÇÃO (continuação)

A OBSERVAÇÃO

B) Observe bem.

Quando se trata de lembrar de qualquer coisa, a atenção deve tomar uma forma mais
precisa: é a observação. Para que se recorde bem certo quadro de um mestre, não basta que
se limite a prestar-lhe uma certa atenção. Para começar, é preciso fazer uma idéia de conjunto;
depois, torna-se necessário estudar-lhe os pormenores.

A partir do momento em que se trate de fixar qualquer coisa que comporta diferentes
elementos ou diferentes aspectos, tem de se observar. Veremos também, ao estudar a
associação, que esta carece ás vezes da observação de outros elementos além da noção ou
objeto a fixar.

Para apreender a melhor observar, treine-se a examinar as coisas sob os seus diferentes
aspectos e diferentes sentidos: veja o panorama geral e a cor, toque, sinta, prove, escute,
examine o peso, o volume, a dureza, etc... Quanto maior número de sentidos em ação mais
facilmente se recordará.

A observação da coisa a fixar é essencial. É esta primeira observação que vai produzir
um registro inicial desta coisa na memória. Não poderá encontrar posteriomente na sua
memória o que lá não tiver posto.

As lacunas da nossa memória provém, em grande parte, de um registro defeituoso, isto


é, de uma impressão deficiente.

19
Quando quiser fixar um trecho ou uma poesia, deve observar atentamente a escolha das
palavras, o ritmo das frases. Deixe que se formem no seu espírito as imagens sugeridas pelo
autor.

Para se reterem as palavras, as idéias, é necessário dar-lhes imagens. Para se


conservarem abstrações, é necessário tentar concretizá-las, tentar “vê-las” sob a forma de
imagens.

Quando se tratar de reter noções ou fatos múltiplos, pode-se facilitar o seu registro
através de abreviaturas e esquemas. É graças a símbolos e esquemas que se podem fixar mais
facilmente as reações químicas ou as experiências de física ou as fórmulas matemáticas. Mas
estes símbolos e abreviatuas podem ajudá-lo também em domínios diferentes. Procure
aplicações na sua profissão.

Como Observar?

“Observar”: todos sabemos o que isso significa e, no entanto, geralmente observamos


muito mal. Suponhamos que você devia observar um momento, a “Opera” (de Paris), por
exemplo. Se proceder conforme 99 pessoas em cada 100, deixará sem dúvida que o seu olhar
vá do comprimento para a largura, da altura para a base, se um pormenor para outro, etc... Se,
48 horas depois, lhe for pedida uma descrição preciosa da “Opera’, terá imensa dificuldade em
fazê-la. Porque? Por que olhou mas não observou.
a. Comece por observar as formas gerais: retangulares, triangulares, esféricas,
assim como o modo como estão distribuídas.
b. Examine as dimensões e as proporções: comprimento em relação á altura, etc...

c. Examine a arquitetura: fachada, ângulos, janelas andares, tetos...


d. Examine os detalhes: molduras, esculturas, ferragens, motivos decorativos,
etc...
Procedendo desta maneira, você faz uma observação verdadeira que deixará na sua
memória uma impressão duradoura.

Este método de observação não é válido, unicamente, em relação aos monumentos:


aplica-se a tudo – passagens, quadros, objetos, plantas, feições, etc...

Passe sempre pelas fases seguintes:


• Observação da forma geral, do volume;
• Observação e avaliação das dimensões e proporções;
• Estrutura geral, aspecto, estilo, cores, etc.;
• Exame da diferentes partes componentes;
• Exame dos pequenos pormenores no interior dessas partes.
Para ser fixar estas observações eficientemente é muito vantajoso pôr-se,
simultaneamente, a si mesmo, as perguntas e formular as respectivas respostas, como os
exemplos abaixo:
• Qual a forma do teto? O teto tem uma triangular. A
• A altura é mais importante que a largura? Não: a altura é inferior, em cerca de um
quarto.
• Quantas colunas há? Há oito colunas na fachada. Que representam batalhas da
antiguidades, etc...
C) Classificação

O registro das idéias, das noções, dos fatos, é facilitado pela classificação. A
classificação consiste, por um lado, em agrupar o conjunto de dados s emelhantes, por outro,
ligar esses dados a um grupo mais geral.

Por exemplo, examine o quadro de objetos que faz parte do exercício nº 1, do primeiro
tutorial. Você ficará com grande probabilidade de fixar tais objetos se os agrupar em redor da
mesma idéia:

À volta da idéia de refeição, a agrupará, por exemplo:


• Garrafa

20
• Copo
• Cafeteira
• Taça
• Faca
À volta da idéia de “toilette” e de roupa, você agrupará:
• Nó de borboleta
• Tesoura
• Linhas
• Botão
• Alfinete de molas
• Sapatos
• Escova.
Ao redor das idéias de repouso e leitura:
• Jornal
• Óculos
• Livro
• Lâmpada elétrica
• Cachimbo
• Fósforo
• Lápis
• Carta
A classificação pode ser feita mentalmente, mas se tratar de noções complexas, é
recomendável fazer-se um quadro sinótico.

O quadro sinótico é de uso geral. Enquanto que o esquema ou as abreviaturas são


somente transcrições simplificadas de dados que se prestam a esquematização ou abreviatura, o
quadro sinótico pode empregar-se sempre que se pretenda ter uma visão de conjunto de uma
questão, mesmo complexa.

A seguir damos o exemplo de como se estabeleceria o quadro sinótico do plano deste


curso consagrado ao desenvolvimento da memória.

Se lhe fosse necessário conhecer este plano de cor, sem dúvida que este quadro sinótico
seria a melhor maneira de classificar e observar, para o fixar.

Nota: O quadro sinótico junto não segue rigorosamente a ordem das lições, mas
reagrupa o seu conteúdo numa ordem lógica.

QUADRO SINÓPTICO DO CURSOS SOBRE A MEMÓRIA

Introdução Princípios rudimentares Princípios Gerais

Método em relação com os sentidos Associações


Método de aplicação na vida cotidiana gerais Aplicação no estudo das letras e ciências Outras
aplicações

Articulações numéricas Método geográfico,


Tabelas e Concatenações, Aplicações e outros estudos
matemático, línguas, etc. Ordens gerais de fixações

EXERCICIO Nº 19

Continue o exercício de concentração n 18

EXERCICIO Nº 20

Eis um exercício de concentração bastante fácil, mas, no entanto, excelente: conte, da


frente para trás, partindo de 200 até 2 e saltando os números de 3 em 3 : 200- 197- 194- 191-
188- etc...

21
EXERCICIO Nº 21

Este exercício é semelhante ao exercício nº 1. Observe atentamente o seguinte quadro


de objetos durante um minuto. Depois, tente agrupar e classificar os objetos, conforme
acabamos de sugerir. No entanto, esta classificação é muito mais difícil de realizar que a do
exercício nº 1, mas você verá que já conseguira um resultado melhor.

EXERCICIO Nº 22

Observe a seguinte figura e responda o questionário que se segue anotando quantas


respostas acertou.

22
O que faz a pessoa da direita?

Qual a atitude da pessoa da esquerda?

Qual é a forma do pé da mesa?

O que esta sobre a chaminé?

Quantas velas tem no candelabro?

Qual o aspecto e a forma do assoalho?

Curso Sobre a Memória

A maior sabedoria que existe é a de conhecer-se!


Galileo Galilei

23
O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAÇÃO (continuação)

AS ASSOCIAÇÕES

Antes de estudarmos as associações, assunto muito importante que será abordado


nesta lição vamos fazer uma recapitulação, perceba que essas revisões são muito importantes
no processo de aprendizado e devem ser feitas em todos os estudos, mas este assunto será
tratado mais a frente.

Vamos fazer um exercício de leitura.

EXERCICIO Nº 22

Leia o trecho abaixo com atenção, uma única vez, e depois responda o questionário.

Próximo de Château-Thierry, em 6 de março último, produziu-se um curioso


descarrilamento de um combôio de mercadorias que se encontrava, à tarde, no entreposto. Dos
trinta e oito vagões que compunham o combôio, dezesseis continham combustível e dezoito
continham vinho. Dois vagões-cisternas de 40 metros cúbicos de combustível e quatro dos de
vinho danificaram-se, o que teve por conseqüência que uma porção de combustível se
espalhasse sobre a via férrea, atingindo também a estrada lateral. Tal derrame provocou a
derrapagem, para um fosso, de uma camioneta carregada com 10 toneladas de azeite.
Felizmente não houve que assinalar nenhum ferido em estado grave, tendo o motorista da
camioneta sofrido somente ligeiras contusões.

QUESTIONÁRIO

Resposta às seguintes perguntas:

1- Onde se produziu o descarrilamento?

2- Havia mais vagões de vinho ou de combustível?

3- Quantos vagões de vinho ficaram danificados?

4- O que verteu mais: vinho ou combustível?

5- Ao todo, quantos vagões tinham o combôio?

6- Em que momento da viagem teve lugar o acidente?

Verifique os resultados.

Este teste constitui um exercício de concentração e mostra-lhe, geralmente, se tem


tendência para fixar ou se deixa impressionar pelos números, esquecendo as noções e as
relações simples.

Eu gostaria agora que você desse uma lida nos tutorias 4 e 5, novamente,
antes de prosseguir. Faça isso e verifique o quanto vai melhorar a sua compreensão.

Agora que você já relembrou dos assuntos que tratamos nos dois últimos tutoriais,
vamos aprender um pouco sobre as associações.

D) crie associações.

É este o verdadeiro segredo das boas memórias.

24
William James escreveu: “O Segredo de uma boa memória é o segredo de formar
associações múltiplas e diversas com qualquer elemento que desejemos fixar... Cada associação
torna-se um complexo ao qual o elemento está ligado, constituindo, assim, um meio de trazê-lo
à superfície, se lá não estiver”.

A associação é indispensável para fixar as lembranças e depois para a respectiva


recordação.

As associações não têm, necessariamente, que ser naturais ou lógicas. Veremos alguns
casos no estudo da mnemotecnia (arte de educar e desenvolver a memória).

Se pretender lembrar do nome de uma pessoa, tente fazer o maior número possível de
associações a respeito dessa pessoa e do seu nome.

Exemplo: tente conhecer a profissão da pessoa e diga para si mesmo “o Sr. Simão é
inspetor de venda, como o meu amigo Duarte”. Observe a sua fisionomia e estabeleça
associações: “tem um bigode tão grande como uma escova de unhas, este senhor Simão”.
Quando lhe foi apresentado ele conversava com uma amiga de sua esposa, a Sr.ª Marta. Pense:
“o Simão é também amigo da Sr. Marta”. Torne a “vê-los” a conversar, no canto do salão, onde
se encontravam quando você entrou. Pense que o seu nome, Simão, se assemelha ao de um dos
seus clientes, Simão, mas que fisicamente, são muito diferentes.

Assim, você realizou associações múltiplas.

Poderá, mesmo, fazer associações do tipo “trocadilho”. A Sr.ª Marta “tragando” um


“Martini” (e você imagina-a, bebendo sofregamente). A imagem é exagerada, é verdade; mas é
eficaz. Garanto pra você que quando mais ridícula for a associação, mas eficaz será.

Para se lembrar de levar consigo, para viagem, o seu aparelho elétrico de barba, associe
o aparelho à sua mala. Pense por exemplo: “a mala é de couro liso; portanto, não tem
necessidade de se barbear”. Imagine, então, a mala a ser barbeada com o aparelho elétrico.

Novamente, é ridículo, mas resulta.

Quando, mais tarde, for buscar a mala, vão se lembrar automaticamente de seu
aparelho de barbear porque fez uma associação.

De igual modo, quando procurar lembrar de qualquer coisa, evoque as idéias ou as


circunstâncias que lhe estão associadas.

Para se recordar de um verso de que se esqueceu, pense nos versos precedentes ou


seguintes e recite-os.

Para se lembrar do lugar em que arrumou a sua máquina fotográfica, tente lembrar-se
quando a utilizou a última vez. Veja-se a usando, depois, veja-se a chegar a casa e colocá-la à
entrada, pensando mais tarde: “vou arrumá-la”. Terá, assim, fortes possibilidades de descobrir
onde a arrumou.

Para relembrar o nome de alguém, “reveja” essa pessoa nas circunstâncias em que a
encontrou na última vez, recorde as suas palavras e os seus gestos. Tente fazer reviver as
circunstâncias do seu encontro.

Proceda sempre deste modo para se recordar. Não tente lembrar-se, brutalmente do
que pretende; tente contínua e calmamente, pense nos pormenores ligados ao assunto, produza
associações, contorne o problema sem o atacar de frente.

Se procurar o nome de um poeta da Pléiade não tente, em vão, lembrar-se do nome


que lhe escapou. Cite em voz alta (ou murmurando) aqueles em que está a pensar e que tem
presente: Ronsard, Du Bellay, Pontus de Thyard, Daurat, Jodelle... Repita-os. Cite mesmo outros
escritores e, finalmente, haverá muitas possibilidades de recordar o nome do poeta que lhe
escapava. Se não o recordou em alguns minutos, abandone a busca durante 2 minutos, pense
em outra coisa; depois, continue, mas procurando sempre estabelecer associações.

25
Veremos, mais adiante, o papel essencial que representam as associações na
mnemotecnia.

EXERCICIO Nº 23

Faça novamente o exercício 18 da lição 4.

EXERCICIO Nº 24

Quando estiver deitado, estendido, deixe os seus olhos dirigirem-se para o teto. Trace,
em pensamento, um A grande no teto, um A de 50 centímetros ou de 1 metro. Quando o “vir”
claramente “apague-o” e passe a letra B; depois, a letra C. Não ultrapasse 4 ou 5 letras, da
primeira vez. É necessário, evidente, não se deixar distrair e arrastar por outros pensamentos;
mais tarde, fará este mesmo exercício, com o maior de letras possível, até que possa se distrair,
não perdendo, porém, a clareza das imagens das letras que está a reproduzir, mentalmente, no
teto.

EXERCICIO Nº 25

Elabore a lista das últimas 15 pessoas a quem falou, partindo do momento em que está
fazendo este exercício até que chegue á 15 pessoa.

EXERCICIO Nº 26

Novamente tente pensar em fazer algo durante o dia de amanhã. Para lhe dar uma
ajuda, procure associar essa coisa a várias ações que tem a certeza de vai realizar amanhã, ou
então, tente associar essa coisa a objetos diferentes que tem a certeza de vai ver amanhã (a
sua escova de dente, os cadarços dos sapatos, a porta do seu escritório etc.). Assim, provocará
sem dúvida associações que, espontaneamente, o farão pensar amanhã no que necessitava
recordar-se.

EXERCICIO Nº 27

Eis um exercício destinado a afazer desenvolver as suas faculdades de síntese e de


recordação.

Para localizar os dados que vai procurar, tente fazer associações, evocar as idéias
anexas que possam relacionar-se com as idéias que pretende trazer à superfície.

Pegue uma folha de papel e escreva o título de um assunto do qual já tenha


conhecimento. Por exemplo, o Canadá, Napoleão, o câncer, a fotografia, as plantas verdes, etc.

Depois, tente agrupar, anotando na folha, todos os conhecimentos que tem sobre o
assunto.

Ligue também toda lembranças que possua a tal respeito.

EXERCICIO Nº 28

Leia, durante dois minutos, a lista das palavras abaixo indicadas com o objetivo de fixar
o maior número possível:

chapéu envelope casa botão gato

telefone dinheiro lápis meia livro

cacto enguia casaco chave de parafusos farol

26
bolo escritório renda arroz anzol

Tente agora dizer esta lista de palavras ordenadamente.

Não o conseguirá, sem dúvida.

Tente, então, recordar-se do maior número de palavras desta lista.

Verificará que lhe faltam muitas.

Você empregou muito simplesmente um método deficiente, mau.

Na próxima lição estudaremos como fixar uma as palavras pelo método das associações
de imagens.

Este método é muito interessante, é uma excelente aplicação do que acabamos de dizer
acerca das associações.

Curso Sobre a Memória

A memória serve às artes, mas não pode ser aprendida como arte”.
Filostrato

O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAÇÃO (continuação)

Vamos neste tutorial aprender um método que nos ajudará a fazer associações. Logo
após aprenderemos sobre a Repetição.

O MÉTODO DA ASSOCIAÇÃO DE IMAGENS

Este método, muito interessante, é uma excelente aplicação do que acabamos de dizer
acerca das associações na lição anterior.

Se desejar reter uma lista, a do exercício 28 da lição anterior, na ordem e sem esforço,
deverá proceder da forma seguinte:

Crie uma série de associações, em cadeia, partindo da primeira e terminando na última.


Estas associações serão, necessariamente, extravagantes, divertidas ou. A única regra que
conta é a visualização correta e clara das associações efetuadas. Forme imagens muito claras na
sua mente, porque são elas que vão ajudar a fixar as palavras.

Por exemplo, podemos usar entre dezenas de possíveis, esta cadeia de associações:

Imagine um Chapéu de coco, no qual está colocado um telefone; e o receptor deste


aparelho está cheio de espinhos, porque é um cacto este receptor-cacto é difícil de se usar pelo
senhor que esta telefonando, não considerando o fato de ele ter a boca cheia de bolo; mas,
surpresa, neste bolo há um pequeno envelope que se abre e de onde sai muito dinheiro; uma
das notas cai no chão e transforma-se numa enguia que se salva refugiando-se no escritório;
este escritório tem um estilo particular porque tem forma de uma casa, cuja chaminé é formada
por um lápis enorme; que parece com um foguete, ele dispara, voa e vai contra o casaco de um
homem; casaco curioso esse porque é todo feito de renda e pendurado no botão do centro está
uma enorme meia, na qual está amarrada, por sua vez, uma chave de parafusos; esta chave de
parafusos é também uma chave-foguete que voa e vai de encontro a uma tigela de arroz que
um gato está comendo; este gato “coloca” um livro na cabeça, foge e refugia-se no farol de um
automóvel; este farol projeta a sua potente luz sobre um anzol gigante.

Têm vital importância representar distintamente as diferentes associações formadas;


por exemplo, veja o lápis voar do escritório-casa, como um foguete, e aterrar no casaco; veja o
gato a colocar o livro na cabeça, etc... conseguirá, então, sem esforço fixar as 20 palavras; e

27
esta fixação é durável Poderá recomeçar recapitular amanha, enquanto que, sem método, você
terá esquecido mais de cinqüenta por cento das palavras.

Podem acontecer falhas, claro que podem, elas vão lhe ajudar a identificar quais
associações não foram feitas corretamente. Por experiência própria, quando à um furo na
revisão geralmente não esquecemos esse ponto novamente, porque tomamos os devidos
cuidados na próxima associação.

Este é um excelente método. Não se assuste com a estranheza de suas associações,


perceba que muitas vezes esquecemos coisas que vemos sempre, enquanto as esquisitas nunca
esquecemos, se, por exemplo, você ver um disco voador apenas uma vez na sua vida, nunca vai
esquecê-lo, embora tenha visto apenas uma vez.

Este método pode encontrar imensas aplicações no campo das ciências naturais, da
física, da geografia. Tomemos, por exemplo: as principais indústrias da Bélgica. Comece por
fazendo um quadro sinóptico, ou simplesmente uma lista das palavras a reter. Seguidamente,
vai associá-las em cadeia pelo método acima preconizado.

Faça a experiência conosco:

Indústria da Bélgica: siderúrgica, indústria do zinco e do chumbo, cerâmica, vidreira,


indústria do cristal, têxtil, construções mecânicas, indústria química, indústria alimentar, cal e
cimentos, couros e peles.

Para facilitar este agrupamento, procederá por símbolos: a siderúrgica será simbolizada
por uma viga de aço; a palavra vitral representará a indústria vidreira; uma bala de revólver, a
indústria o chumbo; um barracão, a indústria do zinco; um balão de destilação representará a
indústria química; uma porção de salsichas, a indústria alimentar; o têxtil será simbolizado por
uma bobina de fio, o cal e o cimento, por um muro; o couro, por um sapato; as peles, por uma
pele (para adorno feminino); o cristal, por uma taça; a indústria de construções mecânicas, por
um motor.

Daqui extrai-se a seguinte lista: viga de aço, vitral, bala de revólver, barracão, balão de
destilação, salsichas, bobinas, muro, sapato, pele, taça de cristal e motor.

Deixo ao seu cuidado a construção da cadeia de associações (uma viga de aço, voando
sobre um vitral; quebrando o vidro e enchendo o barracão de estilhaços, etc...).

Para evitar a confusão entre países diferentes, não atribuirá o mesmo símbolo à mesma
indústria: a indústria do couro será simbolizada, segundo os países, por uma luva, um cinto,
uma mala de senhora, etc... além disso, relacionará o primeiro nome da cadeia ao nome do país.
Por exemplo, você poderá visualizar um conjunto de vigas de aço que firme a palavra BÉLGICA;
veja seguidamente estas vigas deslocares-se e quebrar alguns vitrais, etc..

Não tenha receio de construir associações audaciosas ou, até, idiotas. O importante, é
“ver” bem as imagens elaboradas. Misture imagens em movimento (como o lápis, a chave de
parafusos, o livro do nosso primeiro exemplo) com imagens fixas. Isso facilita a memorização
das palavras.

Não se preocupe se demorar um pouco para fazer as imagens agora, com a pratica
usando o método das “associações de imagens” chegará a construir as cadeias em dois ou três
minutos, em muitíssimo menos tempo do o estudo mecânico clássico ou tradicional.

EXERCICIO Nº 29

Construa uma cadeia de associações de imagens com a lista das principais indústrias
belgas, servindo-se das palavras-chaves indicadas na lição: viga, vitral, etc..

Não faça outros exercícios hoje, a fim de lhe evitar confundir-se perante todas estas
associações, mas regressaremos a este método nos próximos dias.

Siga com o tutorial amanha.

28
A REPETIÇÃO

A repetição é um principio conhecido do funcionamento da memória. É um método que


as crianças empregam quando começam a aprender qualquer coisa.

A repetição é um potente fator de memorização. Pondo em jogo os reflexos mecânicos


do seu cérebro, ela pode permitir a lembrança de coisas que não apresentam qualquer atrativo
ou interesse e a quais não elaborou associação alguma. Desta forma, até pode, à custa de
repetição, reter um poema numa língua que lhe é totalmente desconhecida, por exemplo.

Esta memória, puramente mecânica, é bem melhor nas crianças que nos adultos. Ela
diminui com o envelhecimento. Em compensação, a capacidade de fazer associações aumenta
com o decorrer dos anos. Então, o que se perde por um lado é largamente compensado pelo
outro.

A repetição desempenha um papel importante na fixação das lembranças – e isso em


qualquer idade.

Repita o que acaba de aprender e faça-o com intervalos. Não deseje “armazenar” tudo,
de uma vez. Pelo contrario, volte à “carga” varias vezes.

Quando estudar qualquer coisa, reveja, sempre que possível o que aprendeu.

Para fixar um nome, uma morada, repita-os mentalmente, varias vezes ao mesmo
tempo, procure elaborar associações.

S. Tomás de Aquino dá-nos, o seguinte conselho, na sua “Summa Theologica”: “É


necessário meditar frequentemente no que queremos fixar”.

Aristóteles nota: “O tempo, sobretudo, é destrutivo”.

As nossas lembranças são corroídas, pouco a pouco, pelo tempo, se nada fizermos para
impedir isso. O remédio é simples: a revisão.

Releia o que aprendeu e a lembrança adquirirá novo vigor.

Agora, para que a revisão não seja demasiadamente morosa, é necessário prepará-la.
Cadernos pessoais, contendo os versos que deseja reter, as datas, os números, as frases
mnemônicas, os quadros sinópticos de matérias estudadas, das varias disciplinas, etc. tudo isso
o ajudará a refrescar, em pouco tempo, as lembranças que iam apagar-se.

Do mesmo modo, destacando as passagens essenciais de uma obra sublinhando ou


anotando no livro ou num caderno especifico (eu prefiro o caderno, para não rabiscar o livro),
poderá rever numa hora, em vez de ter que reler integralmente.

Várias das técnicas que iremos lhe apresentar nesse curso terão o objetivo de ajudá-lo
nas suas revisões, mais a frente poderá fazer revisões mentais, que lhe permitirão fixar muito
melhor as informações retidas. Você já pode fazer isso usando a técnica apresentada acima
como “Associação de Imagens”, bastando para isso selecionar palavras que o ajudem a lembrar
do conteúdo estudado, conhecidas como palavras-chave, faça isso durante o estudo, memorize
as palavras-chave usando a técnica de “Associação de Imagens” e depois com intervalos cada
vez maiores faça a revisão, mental das palavras. Verá que a cada revisão a fixação é muito
melhor. Mais a frente você aprenderá técnicas que facilitarão o estudo quando o conteúdo a ser
estudado for grande, como para um concurso por exemplo.

A Lei de Jost

O psicólogo Jost estudou a rapidez da memorização de um texto em função do numero


de leituras feitas.

29
Mostrou que, por exemplo, se um livro for lido por seis vezes, ininterruptamente, fixa-se
muito menos do que se as seis leituras forem feitas com dez minutos de intervalo.

Outros psicólogos, como Pierón, procuraram o intervalo ideal, aquele que daria os
melhores resultados. Suas experiências provam que, conforme o que se tem que fixar, o
intervalo entre as leituras deverá variar de 10 minutos a 16 horas. Abaixo de dez minutos a
releitura é supérflua. Acima de dezesseis horas uma parte já foi esquecida.

É preciso não se tomar isso a letra, esta regra prova simplesmente que é interessante
quando se deseja memorizar com maior rapidez possível retomar a noite, por exemplo, o estudo
feito de manha.

Durante o seu estudo, separe um tempo para as revisões, eu procuro fazer isso e
revisar da seguinte forma.

Revejo o que estudei de uma a 16 horas, depois no dia seguinte, depois na semana
seguinte, depois no mês seguinte e depois de seis meses torno a revisar. Aumento o espaço
porque a cada revisão a matéria é mais bem fixada, ficando retida há mais tempo.

O tempo de revisão nunca é um tempo perdido, a falta de revisão sim, porque


proporciona o esquecimento, isso é um fato, se deseja aprender alguma coisa é importante
revisar, para a revisão não ser demorada faça-a com organização.

Já vi alguns cursos preparatórios para o vestibular que apenas mostravam a matéria


uma vez por semestre, e pude concluir que a maior parte dos alunos passava após dois anos de
preparação, ou seja, após rever quatro vezes. Claro que tem alunos que passam antes, mas com
certeza eram os que já tinham uma bagagem maior nos estudos, os quais o curso serviu apenas
como revisão.

Outros cursos preparatórios que acompanhei faziam com que o aluno revisasse a
matéria ate seis vezes em um ano. Estes tinham um ótimo nível de aprovação no final de cada
ano.

Concluindo, organize suas revisões de forma a não esquecer o conteúdo estudado.

Se esta a aprender, ao mesmo tempo, o inglês, a contabilidade, a álgebra, o direito, a


geografia, fracione o seu tempo de estudo em sessões bastante curtas: meia hora, por exemplo,
pra cada matéria, de forma a alternar o rever e o estudar com suficiente rapidez, após o
primeiro estudo.

Procure também ter intervalos durante os estudos, por exemplo, pare por 10 minutos
após uma hora de estudo. Vamos falar mais sobre isso ainda no curso.

Em resumo a Lei de Jost, no plano pratico, exprime-se dessa forma: é necessário fazer
uma revisão de modo que a leitura precedente tenha ainda um traço claro, mas, por outro lado,
tardia de modo que a revisão não represente um esforço supérfluo.

EXERCICIO Nº 30

Fixe pelo método das associações de imagens, a lista das 20 palavras seguintes:

carro camisa leiteira avião carvão

óculos leão remo chocolate montanha

arvore cofre rei balança sino

cordel calçada jornal garfo lâmpada

Curso Sobre a Memória

30
O seu maior desafio é se aprimorar
para ser... você mesmo.".
Anônimo

LIÇÃO 8 - NOMES E FEIÇÕES

Agora que você já aprendeu os três fatores de memorização (Impressão, Associação e


Repetição), vejamos algumas aplicações práticas, a primeira delas será como memorizar nomes
e feições.

Consegue imaginar o quão bom seria lembrar dos nomes de todas as pessoas que você
conhece? Como você se sente quando uma pessoa que lhe conheceu há muito tempo e pouco
conversou com você se encontra com você e lembra do seu nome? E aqueles professores que na
primeira ou segunda aula já sabem os nomes de todos os alunos da sala, sejam 10, 30, ou mais
alunos? Geralmente ficamos admirados com isso não? Você lembraria do nome dessa pessoa
também?

A partir de hoje vai lembrar sim. Vamos começar a colocar em prática o conteúdo que
aprendemos ate agora.

Em geral não nos esquecemos das feições dos indivíduos, geralmente é o nome que não
conseguimos identificar com o rosto.

Isso acontece por que:

1. O nome é um elemento abstrato e artificial;


2. Em relação ao rosto basta “reconhecer”, já o nome é preciso “recordar”.

RECORDAR É MAIS DIFÍCIL DO QUE RECONHECER NÃO CONCORDA?

De qualquer modo o método a seguir vai permitir que você recorde tanto do nome como
do rosto simultaneamente.

Sempre que conhecer uma pessoa, preste atenção as seguintes regrinhas:

1. ATENDE BEM NA PESSOA. Não se distraia quando alguém lhe é apresentado.

2. ESCUTE BEM O NOME e tente vê-lo mentalmente.

3. OBSERVE BEM O ROSTO e repita o nome mentalmente ou, se isso lhe for possível,
verbalmente: “Tenho muito prazer em conhecê-lo, Sr. Carlos”.

4. Observe os detalhes: rosto, mãos, vestuário, etc.

5. Faça associações com pormenores e repita o nome. Essas associações podem ser
artificiais, divertidas e até ridículas.

6. Interesse-se por essa pessoa. Tente aprender o maior numero possível de coisas a
seu respeito. Terá assim oportunidade de voltar a fazer associações.

Assim que tiver um pouco de treino, os itens que acabei de ensinar poderão ser
executados rapidamente, e para varias pessoas que lhe forem apresentadas sucessivamente.
Não serão necessários mais do que 4 ou 5 segundos para fazer as associações.

Mas tenho um outro método para lhe apresentar que vai permitir memorizar
rapidamente uma grande quantidade de nomes, esse método é conhecido como MÉTODO DOS
PERITOS.

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Suponha que você se encontra em uma recepção ou participa de um congresso. Você
deseja memorizar o nome de 10, 20, 30 ou mais pessoas que lhe serão apresentadas, fica difícil
utilizar o método acima não?

Mas o MÉTODO DOS PERITOS o ajuda nisso, esse método é o mesmo utilizado pelos
artistas de “music-hall” que retém instantaneamente o nome de 20 ou 30 espectadores.

Essa técnica é baseada no método de associação de imagens e dele já demos um


exemplo anteriormente em nossos tutoriais. O processo consiste em fazer imediatamente uma
associação entre a pessoa que esta perante você e uma palavra que tenha uma assonância
parecida com o respectivo nome. Pode-se proceder dessa fora:

Aqui vai uma lista de nomes tomados por acaso:

» Clemente;
» Gastão;
» Gaspar;
» Mario;
» Pedro;
» Moreira;

Clemente: nome qual pode associar-se “cimento” ou “que mente”;

Gastão: nome qual pode associar-se “glutão” ou “gastador”;

Gaspar: nome qual pode associar-se “gastar” ou “raspar”;

Mario: nome qual pode associar-se “marinho” ou “mar”;

Pedro: nome qual pode associar-se “pedra” ou “preto”;

Moreira: nome qual pode associar-se “amoreira” ou “amora”;

Bem entendido, o importante é representar bem, para si, as coisas que imagina.

Veja o Sr. Clemente, que está à sua frente, se transformando subitamente numa
estatua de cimento.

Veja o Sr. Moreira comendo amoras, muitas amoras.

O essencial é andar rapidamente e visualizar claramente, na imaginação as associações


que se fez.

EXERCICIO Nº 31

Durante 30 segundos examine cada rosto do quadro abaixo e tome conhecimento de


cada pessoa lendo o texto abaixo indicado.

Tente fazer associações com o nome e a profissão, de modo semelhante ao que


acabamos de expor.

Assim que tiver terminado verifique se lembra bem os respectivos nomes, depois pense
em outra coisa durante 15 minutos.

Retorne então ao quadro.

32
Verifique se lembra facilmente do nome destas pessoas e se recorda de quaisquer
outros pormenores ao respeito delas.

Amanha faça uma nova verificação. Se as suas associações tiverem sido bem feitas,
você vai se lembrar. Procure exagerar quando estiver visualizando, exemplo, ao invés de amoras
visualize muitas amoras, ao invés de uma simples pedra, visualize uma pedra gigante, confie em
mim, isso vai ajudá-lo muito, procure sempre exagerar na proporção, tamanho e quantidade.

Ai vão as pessoas, em seguida estão o nome e algumas particularidades de cada uma


delas.

1 – Sr. Velasco: sofre do estomago, mora em São Paulo, mas seu armazém é nos
arredores de Cotia. O Sr. Velasco é um grande especialista na arte oriental. O Sr. Velasco
também aprecia, como passatempo, aquários. O seu primeiro nome é Marcos.

2 – A Sra. Aurora Silveira exerce a profissão de modista de alta costura, possui dois
estabelecimentos de venda ao publico, na Augusta e no Centro. Tem um temperamento muito
alegre, gosta de dançar, de musica clássica bem como de jazz. A Sra. Aurora é casada com um

33
engenheiro do Departamento de Estradas Federais. A Sra. Aurora é gulosa e, sobretudo, delira
com doces.

3 – O Dr. André Vaz é advogado. Exerce no Rio de Janeiro. Tem viajado muito, tanto por
motivos profissionais como a titulo turístico. O Dr. André Vaz trabalha dez horas por dia, e por
isso vai de bom grado para férias cerca de 8 a 10 dias, três vezes por ano. O Dr. André Vaz é
solteiro, mora em Ipanema, numa propriedade que pertence a sua família há dois séculos.

4 – A Sra. Ivone Graça casou com um rico industrial de Bauru, vem frequentemente
com seu marido a São Paulo, gosta de coisas bonitas e é uma cliente do Sr. Velasco. A Sra.
Ivone Graça deu-lhe, alias, a tarefa de decorar todo o apartamento que possui em Santos. A
Sra. Ivone Graça tem uma filha de seis anos.

5 – O Sr. Cláudio Azeredo é diretor comercial de uma empresa têxtil. O Sr. Azeredo
casou somente há dois anos (ele tem trinta anos). O Sr. Azeredo é um grande jogador de
bridge. Mora em Sorocaba. Sai muito e dorme apenas seis horas por noite, o que lhe basta.

6 – A Sra. Carmen Flores mora em Campinas, onde nasceu e casou com um químico. A
Sra. Flores gosta muito de ler, especialmente romances históricos, tem 3 filhos, dos quais se
ocupa pessoalmente. A Sra. Flores e o marido vão normalmente passar as férias em
Copacabana, acompanhados dos filhos.

7 – A menina Luisa Viana é apreciadora de estética, trabalha em um Instituto de Beleza,


em Pinheiros. Freqüentou a Universidade de direito, mas não finalizou o curso. A menina Luisa
Viana gosta de cinema e de teatro. A menina Luisa Viana aprecia muito café.

8 - O Sr. Antonio Vidal é um artista (pintor), mas é igualmente um ótimo musico-poeta.


O Sr. Antonio Vidal mora em Caieiras, mas desejaria encontrar um apartamento em São Paulo,
na Lapa. O Sr. Vidal esteve duas vezes para se casar, mas rompeu no ultimo momento. Fuma
muito, come pouco.

9 – O Sr. Alberto Rico nasceu no Rio de Janeiro. Estudou engenharia em Paris. O Sr. Alberto Rico
começou a trabalhar em uma empresa fabricante de motores elétricos, mais tarde preferiu
montar e tomar a direção de um negócio de maquinaria. O Sr. Alberto Rico tem somente 34
anos.

Curso Sobre a Memória

"A cultura certa fortalece os poderes interiores."


Horácio

COMO FIXAR OS SEUS COMPROMISSOS

Neste tutorial você vai aprender a usar sua memória para lembrar de compromissos
com hora marcada, como uma agenda.

Para tanto, basta criar associações entre cada uma das coisas que planeja fazer, na
ordem em que deseja fazê-las.

Exemplo:

Suponha que você deva, ao sair de casa, passar no correio para expedir uma
encomenda. Depois, telefonar ao Rafael para marcar uma entrevista. Também precisa lembrar
de comprar envelopes. Seguidamente as 09h30min o seu cliente, Sr. Felipe vai atendê-lo.
Quando sair deste você planeja às 10h30min se encontrar com outro cliente, o Sr. Monteiro. As
11h30min você deverá estar na rodoviária para esperar um colaborador da firma.

Para memorizar esses compromissos você pode fazer como se segue:

Visualize em seu pensamento ao sair de casa dizendo a sua esposa: “Vou ao correio”.
Imagine-se depois no balcão das “Encomendas Registradas”. Veja o funcionário do correio lhe
devolvendo o troco do seu dinheiro lhe dizendo: “Telefone ao Rafael”.

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Quando tiver finalizado o telefonema, imagine-se estrebuchando encima de montanhas
de envelopes. No primeiro envelope você lê: “Felipe 9h30min”. Em seguida, imagine o Sr. Felipe
despedindo-se de você dizendo: “O Monteiro o espera as 10h30min”. Depois, imagine-se ao sair
do senhor Monteiro vendo um letreiro enorme, cravado na porta com uma flecha que diz:
“RODOVIARIA”.

Conforme verifica, é inútil procurar fazer associações complicadas. São necessários


apenas alguns segundos para estabelecer todas as associações necessárias. Mais uma vez
lembro: o importante é ver as imagens criadas na mente.

Ao sair de casa você pensara imediatamente em ir ao correio e a cada compromisso as


imagens puramente artificiais voltarão no momento oportuno para lembrar o que você tem que
fazer.

Se por acaso tiver em qualquer momento hesitação em lembrar-se do compromisso,


basta retomar a cadeia de associações desde o começo, fazendo uma revisão e você descobrirá
geralmente o que falta, a menos que não tenha visualizado corretamente algum dos
compromissos.

COMO FIXAR O LUGAR ONDE GUARDA SUAS COISAS

Quando deseja lembrar de algo que guarda é necessário que tenha isso em mente na
hora que esta guardando o objeto para fazer a associação.

Exemplo:

Você arrumou as fotografias das férias numa gaveta da escrivaninha da mesa no


escritório. Elas estão ao lado do seu passaporte e de uma fita métrica portátil.

Visualize então a imagem de um passaporte em que haja uma fotografia em cada


página. Imagine em seguida toda uma serie de fotografias arrumadas em fila, e você ao lado
com a sua fita métrica medindo o respectivo comprimento total.

Também aqui as associações não têm qualquer significado, apenas a função de associar
no seu cérebro as fotografias o passaporte e a fita métrica de forma que no futuro você possa
lembrar facilmente de onde estão estes objetos.

COMO FIXAR UMA LISTA DE COMPRAS A FAZER

Se você precisa memorizar uma lista de compras não hesite em recorrer a técnica de
associação de imagens. Você pode usar a técnica mesmo que tenha que memorizar várias listas
referentes a vários locais onde deseja fazer as compras.

Deste momento em diante, abandone as listas de compras e de compromissos e procure


utilizar sua memória juntamente com as técnicas aqui apresentadas. Lembre-se de que quanto
mais você usa e confia em sua memória melhor ela fica e mais fácil você faz associações e
aprende tudo que deseja.

Faça os próximos dois exercícios, depois você aprenderá a memorizar trechos musicais.

EXERCICIO Nº 32

Eis uma lista de compras:

» Caderno

» Tinta

» Laranjas

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» Queijo

» Torradas

» Manteiga

» Refrigerante

» Algodão hidrófilo

» Xarope pra tosse

» Pasta de dentes

Forme tão rapidamente quanto possível as associações de imagens. Dentro de uma


hora, tente reconstituir a lista.

EXERCICIO Nº 33

Tente lembrar do nome dos professores que teve desde os 15 anos de idade. Verá que,
em geral, foram os professores que lhe ensinaram as suas matérias preferidas que você
conseguira recordar.

Isto prova que a afetividade desempenha um papel muito importante quanto a


intensidade da lembrança.

COMO FIXAR UMA MÚSICA OU TRECHO MUSICAL

A memória auditiva encontra-se, em geral, muito desenvolvida em músicos. Sabe-se


que Mozart reconstituiu, de memória, o “Misere da Capela Sixtina”, depois de, somente, duas
audições.

Por vezes, o dom musical desenvolve-se ao mesmo tempo em que uma boa memória
musical. Mas nem sempre isso acontece. Cita-se, por exemplo, o caso de Paderewski, o célebre
pianista polaco, que, quando criança não era capaz de reter uma obra musical melhor que
qualquer outro.

Embora Paderewski já fosse um músico, ele não tinha memória musical superior à
normal. Isso porque ele não tinha treinado corretamente. Um professor soube ajudá-lo neste
sentido, desde então sua memorial musical se desenvolveu prodigiosamente, rapidamente pode
aprender sinfonias inteiras, tinha 15 anos.

Esse e outros exemplos nos mostram que a memória desenvolve-se através de treino e
compreensão.

Analise um trecho musical. Decomponha-o em partes diferentes. Compreenda o sentido


profundo e encadeamento. Então, será fácil fixá-lo.

De um modo geral, para fixar qualquer obra musical siga os seguintes conselhos:

1. Ouça primeiro o trecho todo uma vez, atentamente, para adquirir uma impressão
geral;

2. Ouça novamente, agora, procure analisar as diferentes partes, os diferentes


movimentos. Preste atenção às semelhanças e diferenças que possam existir entre as varias
partes. Se necessário, ouça de novo as partes semelhantes uma após a outra;

3. Escute novamente o começo e o fim;

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4. Tente reconstituir, cantarolando, o começo e o fim;

5. Ouça, outra vez, para fixar trechos;

6. Anote as “falhas” que porventura existam;

7. Escute novamente o conjunto e tente reconstituí-lo inteiramente.

Embora este método seja muito mais simples na prática que no papel, sem maiores
esforços você obterá resultados satisfatórios em apenas uma única sessão.

Pelo menos no principio você pode você poderá, por exemplo:

» Executar os itens 1 e 2 no primeiro dia.

» Os itens 3 e 4 no segundo dia.

» No terceiro dia o item 5 e 6.

» No quarto dia o item 7.

Cada sessão deve durar 20 minutos.

Com a experiência você vai verificar que os primeiros trechos são bem mais difíceis de
serem fixados. Com o tempo fará progressos consideráveis, confirmando mais uma vez que
quanto mais armazenar mais fácil são feitas as novas associações e consequentemente mais
fácil torna-se a memorização.

EXERCICIO Nº 34

Pratique o exercício de memória auditiva descrito na lição. Ouça um trecho musical ou


musica. Tente reconstituir o inicio, cantarolando-o. Depois, tente reconstituir a parte final.

Torne ouvir a musica a fim de fixar outros trechos intermediários.

Seguidamente, ouça-o novamente a fim preencher quaisquer “falhas” que porventura


tenha notado.

Deverá chegar a conhecer todo o trecho ou musica de cor.

Se não conseguir numa única sessão, que deve durar no máximo 20 minutos, retome no
dia seguinte.

Curso Sobre a Memória

“O estudo em geral, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos


é consentido ficar crianças toda a vida".
Albert Einstein

COMO FIXAR O QUE LÊ

Para fixar o que lê primeiramente você tem que estar disposto a ler.

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Isso parece obvio, mas é um problema comum, se você não quer ler, se não esta
disposto a fazê-lo, ai ficar distraído e não vai conseguir se concentrar, esse é portanto o
primeiro ponto a se observar.

Em seguida, tenha, por exemplo, um lápis ao seu alcance e marque os parágrafos ou


passagens mais importantes, as idéias-chave, as noções que deseja memorizar com
precisão.

Assim que terminar a sua leitura, releia todos os parágrafos ou trechos marcados
lateralmente ou sublinhados, feche o livro e tente reconstituí-los.

Se o conteúdo for longo, reveja todos os dias as partes marcadas na véspera, para
consolidar, faça uma revisão semanal.

Se for necessário fixar um certo numero de idéias de maneira precisa e ordenada,


poderá utilizar as tabelas de chamada ou método das localidades, você aprenderá estas técnicas
em tutoriais futuros.

Deste modo você terá um conhecimento particular da obra lida, da qual terá também
uma boa visão de conjunto.

COMO FIXAR O QUE DEVE ESTUDAR

Quando se tratar de estudar, sistematicamente, qualquer matéria, proceda da seguinte


forma:

1 - Assegure-se de que compreende bem tudo o que lê.

Não passe a outro parágrafo antes de ter compreendido claramente o sentido do


precedente.

2 - Tenha a intenção de fixar o que estuda.

É sempre o mesmo principio. Primeiramente, é necessário querer, realmente, para


poder.

3 - Interesse-se pelo que deve estudar.

Não se contente com ler. Reflita nos resultados que poderão advir desse estudo. Pense
nas aplicações ou no proveito prático que dele poderá extrair posteriormente.

4 - Não estude muito de uma vez.

É inútil fazer um enorme esforço para aprender muito de uma só vez.

Se se fatigar, a sua capacidade de assimilação diminue muito. É, pois, pura perda de


energia (normalmente sem resultados práticos).

Estudando uma quantidade confortável de matéria de cada vez, aprenderá sem esforço.

Se precisa aprender 120 versos, faça 4 sessões de estudo de 30 versos, de 20 minutos


cada, por exemplo. E não uma única sessão de duas horas para aprender tudo de uma só vez.

5 - Não decomponha muito o que aprender.

Não se trata de noção oposta à transmitida no item anterior. Apenas quero deixar claro
que você deve se preocupar também em não perder a noção de conjunto.

38
Sse tiver 30 versos a aprender, se torna necessário não fracionar demais, por exemplo,
não estude 2 versos de cada vez, divida o estudo em 3 grupos de 10 versos, por exemplo.

Se não fizer isso poderá perderá a noção de conjunto e terá mais tarde dificuldade em
reencontrar o encadeamento entre os versos.

6 - Procure estudar sempre no mesmo horário.

Estudando, diariamente, no mesmo horário, o seu cérebro vai se habituar a registrar ou


captar nesta hora. Torna-se uma espécie de reflexo condicionado que gera pré-disposição para o
estudo.

Assim você aprenderá mais rapidamente e com menos esforço.

À noite, antes de dormir, é um ótimo momento para o estudo. Do mesmo modo,


também, de manhã, ao despertar, é um momento excelente.

7 - Faça revisões com freqüência.

Recapitule varias vezes o que aprendeu. Reveja três, quatro, cinco vezes as mesmas
coisas, recorrendo, para isso as anotações, sublinhados ou notas tomadas acerca da matéria
assimilada.

É no fim das 24 horas seguintes ao seu estudo que você tem maiores probabilidades de
esquecimento.

Não deixe, pois, passar mais de 24 horas antes de uma revisão. Mas não reveja antes
de 5 ou 6 horas após a primeira leitura (Lei de Jost.)

PARA APRENDER MELHOR UM TEXTO DIFICIL

Para fixar melhor o sentido de um texto que lhe parece difícil tente o método seguinte:

Leia atentamente, cada frase e escreva-a a sua maneira, no seu estilo, de um modo
mais simples, mesmo que seja mais “diluída”, isto é, mesmo que o respectivo sentido seja
menos intenso, ou, ate ligeiramente diferente.

Quando reler seu próprio texto, ficará espantado como o assunto tornou-se familiar e de
muito fácil assimilação.

Este método pode ser usado pelos pais que queiram, por exemplo, auxiliar os filhos a
compreender melhor um poema difícil. Embora os jovens retenham com relativa facilidade coisas
que não entendem bem, o jovem ao reescrever em palavras simples uma poesia difícil ele tirara
melhor partido da sua capacidade de memorização.

Isto é obviamente aplicável também, a qualquer trecho em prosa, de autores “poucos


acessíveis”.

EXERCICIO Nº 35

Pegue um livro instrutivo ou um artigo de revista de caráter documentário.

Leia-o durante dez ou quinze minutos (lápis na mão) procedendo como foi indicado no
tutorial.

Quando a sua leitura terminar, releia as passagens marcadas e sublinhadas.

Verificará que esta leitura lhe deixou uma impressão muito mais durável que numerosas
leituras empreendidas anteriormente.

39
EXERCICIO Nº 36

Tente lembrar-se de nome de pelo menos seis dos seus colegas de infância, com quem
mantinha relações entre os 5 e 10 anos.

Conclusão:

Para concluir eu gostaria de relembrar que para fixar o que lê você deve:

1 – Estar disposto a ler, para melhorar a concentração.

2 – Marcar com as palavras-chave, frases e trechos importantes, tenha sempre em mão


um lápis e um caderno caso não queira ou não possa fazer anotações no próprio livro.

3 – Sempre releia os pontos marcados após a leitura, isso vai ajudar muito a fixar o
conteúdo. Estes também são de grande valia para futuras revisões.

Com relação ao estudo não esqueça de:

1 – Compreender tudo o que lê, tenha em mão um dicionário, não passe a frente se não
compreender o conteúdo. Se o material em questão for muito difícil de compreensão procure um
outro que introduza ao assunto. Isso é muito comum com livros técnicos, alguns são bem
difíceis de assimilar, nestes casos você pode pegar um livro, por exemplo, que introduza o
assunto de forma a ajudá-lo na compreensão do material proposto ao seu estudo.

2 – Tenha a intenção de fixar o que estuda antes de começar a fazê-lo, isso parece inútil
mas não o é, antes do estudo tenha consciência de que precisa fixar o conteúdo do mesmo, isso
vai informar o cérebro que o conteúdo proposto é importante pra você.

3 – Reflita sobre o material estudado. Pense a respeito dele, como aplicá-lo no seu dia-
a-dia ou nas tarefas propostas, isso ajuda o cérebro a fazer associações e fixa ainda melhor o
conteúdo.

4 – Decomponha seu estudo em partes. Um tempo muito grande de estudo não ajuda
na memorização. Nunca fique mais de uma hora seguida estudando, você pode, por exemplo, a
cada 50 minutos de estudo fazer uma pausa de 10 minutos.

5 – Fique atento para não perder a visão de conjunto do conteúdo do seu estudo. Isso
acontece quando você decompõe demais o seu estudo. Fique atento quando isso.

6 – Procure estudar sempre no mesmo horário. Isso ajuda muito nos estudos. É como
programar seu cérebro a estar pronto para o estudo sempre naquele horário. Quando você
começa o estudo o seu rendimento começa baixo, vai erguendo até atingir o nível ideal e depois
de um tempo vai diminuindo. Quando você estuda sempre no mesmo horário o tempo inicial é
bem mais curto, ou seja, você fica mais tempo na linha ideal de rendimento.

7 – Revisões. Nunca esqueça delas. Se você não rever não vai memorizar. Para as
revisões procure utilizar palavras-chave e anotações para que as mesmas sejam mais
produtivas.

Quando for estudar um texto difícil procure após ler escreva as frases com suas
palavras. Isso pode não parecer útil, mas faça o teste e vai notar como a compreensão é
melhorada.

Curso Sobre a Memória

“Não sobrecarreguemos nossas


memórias com um peso
que já se foi".

40
Shakespeare

A CONCENTRAÇÃO – Parte 1

Já aprendemos um pouco nos tutoriais anteriores sobre a concentração e fizemos vários


exercícios de concentração voluntária. Vamos agora aprender a nos concentrar para o estudo,
reflexão ou redação.

Todo treino de memória deve começar por um treino de concentração.

Quanto mais fácil for a sua concentração, mais rápido e profunda será a memorização.

Muitas pessoas se queixam (talvez você seja uma delas) da sua capacidade de
concentração. Mas você verá que seguindo os métodos que eu vou lhe ensinar a sua capacidade
de concentração irá se multiplicar.

Antes de tudo, observe que você é capaz de se concentrar por um período de tempo
limitado sobre tudo o que lhe agrada. Pode se concentrar sobre a capa de uma revista na banca
de jornal, a manchete de um jornal, uma propaganda ou programa de televisão, uma pessoa
que esta passando na rua, etc. Isso prova que seu poder de concentração está submetido
ou depende da sua vontade.

Agora, note que você pode se concentrar facilmente sobre tudo o que lhe
interessa. Quando você lê um artigo sobre algo que lhe interessa ou apaixona, seja sobre o
time que você torce, seu filme preferido, aquela receita que você sempre quis aprender ou sobre
a vida de um ator de novela, você não tem dificuldade de concentração.

Vamos então fazer uma lista sobre o que é difícil e fácil para você se concentrar.

41
Faça em um papel ou imprima a tabela acima e faça uma lista dos assuntos que você
sente necessidade de se concentrar. Anote os que consegue se concentrar facilmente a esquerda
e os de difícil concentração a direita.

Existem nove hipóteses em dez de que na coluna da esquerda estejam listados as coisas
que mais lhe interessam e a da direita aquelas que você tem menos interesse ou que conhece
superficialmente.

Este pequeno e simples teste o ajuda a compreender a necessidade de se interessar


pelos métodos através dos quais poderá aumentar o seu poder de concentração.

Responda agora essa pergunta:

Qual é o sentido profundo de “Concentração”?

A concentração é a faculdade que torna possível fixar a atenção sobre um assunto ou


ocupação, inibindo que esta atenção seja desviada para outros assuntos. Em outras palavras, a
concentração permite que entre todas as imagens e pensamentos que possam evoluir do nosso
cérebro, façamos uma escolha em favor do que decidimos dar nossa atenção, repelindo os
outros.

Fique atento, a dificuldade não esta em escolher o assunto sobre o qual pretende
se concentrar, mas sim em eliminar o aparecimento de pensamentos que desviem
nossa atenção.

Assim, a concentração é sobretudo uma ação de defesa contra pensamentos “intrusos”.

Então, para se concentrar melhor você precisa se armar contra os pensamentos


“invasores” do seu cérebro.

Vamos então aprender a PRIMEIRA ETAPA PARA NOS CONCENTRARMOS:

Não se pode obter concentração sobre quaisquer condições.

Se você precisa se concentrar para o estudo, é necessário para começar, se isolar do


mundo exterior, escolhendo um ambiente favorável. Esse ambiente precisa ser calmo, com boa
iluminação, temperatura normal e silencio. Escolha um assento confortável, em que se sente
direito e uma mesa com a altura adequada.

Nada pior para a perca da concentração que telefone tocando, dores nas costas e
pescoço devido a má postura e acima dos olhos pela iluminação inadequada.

Este ambiente de trabalho é importante por duas razões:

1 – Em geral, não se pode concentrar e estudar sem que estas condições de calma e
conforto sejam respeitadas.

2 – Com esse ambiente favorável você vai criar em si um reflexo condicionado de


concentração.

Fixe bem este ponto:

Para a concentração para o estudo, escolha um ambiente propicio a


concentração e habitue-se a ele.

Já falamos sobre o reflexo condicionado em outros tutoriais, se você estudar sempre nos
mesmos horários e condições, seu corpo vai se acostumar a entrar no estado necessário ao
estudo com essas condições, isso serve também para a concentração, já que sabemos que ela é
imprescindível para os estudos.

42
Existem algumas pessoas que tem maior facilidade para concentração e estudo em
circunstâncias e locais adversos. Mesmo que você seja uma dessas pessoas procure seguir o
principio que aprendemos neste tutorial e verá que vai multiplicar sua capacidade de
aprendizado.

Agora mesmo que você não tenha um local tão propicio a concentração, pode treinar
seu corpo com um pouco mais de dificuldade claro a se concentrar nas circunstâncias que tem a
sua disposição. Mesmo assim procure utilizar sempre os mesmos horários, local e condições.
Falo isso porque as vezes encontramos dificuldades em encontrar um local com o silencio que
julgamos necessário a nossa concentração, isso não é o fim do mundo, com um pouco de treino
você conseguirá se desligar dos “barulhos” externos, mas para isso ainda é importante o
horário, local e condições, quando falo em condições digo em relação a mesa, cadeiras, blocos
de anotações, as coisas habituais que sempre precisa quando vai estudar.

Conclusão:

Neste tutorial salientamos novamente a importância da concentração para os estudos e


relembramos sobre o reflexo condicionado, podemos usá-lo para ajudar nossa concentração.

Aprendemos que temos maior facilidade de concentração em assuntos do nosso


interesse. Devemos nos interessar pelo que queremos estudar.

O primeiro principio que aprendemos sobre a concentração é relacionado ao ambiente.


Um local apropriado facilita a concentração.

Curso Sobre a Memória

“Ser capaz de apreciar


o que passou é
viver duas vezes".
Marcial

A CONCENTRAÇÃO – Parte 2

Vamos continuar neste tutorial seguindo o aprendizado sobre a concentração para os


estudos.

Primeiro vamos relembrar o primeiro principio que aprendemos sobre a concentração


para os estudos que é:

Não se pode obter concentração sobre quaisquer condições, ou seja, você precisa
de um ambiente adequado aos estudos para facilitar sua concentração, a hora que você estuda
também pode ser utilizada para incentivar a concentração através do reflexo condicionado.

O SEGUNDO PRINCIPIO PARA A CONCENTRAÇÃO É:

Elimine as causas materiais de distração e interrupção.

Afaste do seu ambiente de estudo tudo o que pode lhe distrair. Como já falamos,
quando você estiver estudando deve ficar longe do telefone, do livro de romance que esta lendo,
etc.

Não se coloque em frente a uma janela, alem da luz no rosto você pode se distrair com
assuntos diversos.

Procure evitar ao máximo o vai-e-vem das pessoas que o cercam.

São os pequenos pormenores que tem grande importância quando queremos melhorar
nossa concentração.

43
Fique longe da televisão e rádio.

Finalmente, elimine fatores materiais pessoais: a fome, a sede, etc.

Se você ficar parando para beber água ou comer biscoito vai interromper seu ritmo de
trabalho. Beba um grande copo de água, como um biscoito (de germe de trigo) ou um pedaço
de chocolate ante de começar a estudar. Ou então tenha um copo de água e biscoitos ao seu
alcance (mas não sob os seus olhos).

Tudo isso pode parecer obvio, mas se você for interrompido uma vez pelas informações
da rádio, duas por uma pessoa que entra, mais uma porque precisa ir beber água e mais três
por assuntos adversos existentes na rua, sob essas circunstancias não diga que não sabe ou
consegue se concentrar. Diga, sim, que não se coloca nas condições em que a concentração é
possível.

De hoje em diante coloque esses dois princípios em prática em todas as circunstancias


que deseja se concentrar corretamente.

Esses princípios não valem somente para o estudo.

Vamos agora fazer um exercício para favorecer a sua concentração auditiva ajudando a
desenvolver a sua memória musical.

EXERCICIO Nº 37

Ouça uma música, escutando atentamente e faça uma lista do maior numero possível de
instrumentos que conseguir identificar que participaram da composição.

Antes de continuar, responda mentalmente a seguinte pergunta:

Você esta em forma para realizar um trabalho intelectual seguido?

Em outros tutoriais falamos sobre a irrigação do sangue e seu papel na oxigenação do


cérebro. Falamos também sobre os elementos químicos necessários a atividade cerebral e a
astenia.

Se você não respeita (voluntariamente ou não) as regras de higiene que ensinamos ou


se encontra em um estado de fadiga excessiva, não procure concentrar-se para o estudo. Se
insistir, vai apenas se fatigar mais. Portanto, quando estiver fatigado você não deve avançar no
seu estudo.

Se não se sentir em razoável forma física não procure a concentração, porque ela vai
fugir de você. Repouse, levante-se amanha uma hora mais cedo. E, antes de se deitar vá
respirar um pouco de ar fresco, passeando por cerca de meia hora se puder.

Ponha-se fisicamente “no ponto”. Atualiza a higiene da memória com a ajuda do quadro
abaixo:

44
Se tiver 3 respostas ou mais na coluna da direita você não pode e com razão esperar se
concentrar facilmente e é sobre esses pontos que você precisará se dedicar antes de tentar se
concentrar.

Pode e geralmente acontece que apesar de uma boa higiene cerebral você não se sinta
em completa e boa forma física e mental dia ou outro. Nestas ocasiões é necessário
simplesmente fazer uma pequena cura de “refrescamento” antes de iniciar o trabalho, faça
assim:

Dez minutos de marcha; depois tome uma ducha (ou um banho morno de imersão). Se
por acaso não tiver possibilidade de tomar uma ducha, refresque totalmente o rosto.
Seguidamente beba um copo de água fresca, ou leite, ou chá frio (se o suportar facilmente).
Então verificará que está novamente em condições para o estudo e vai concentrar-se facilmente.

Então, para finalizar este tutorial não esqueça do terceiro principio:

Concentre-se apenas quando sua forma física o permitir.

Vamos abordar agora as condições interiores de uma boa concentração: as condições


psicológicas.

Já verificamos com o quadro que fizemos no primeiro tutorial sobre concentração para o
estudo que você encontra dificuldades de concentração com os assuntos dos quais é antipático.
Isso significa que os fatores emocionais, sentimentais e subjetivos interferem para comandar ou
não a concentração.

A não concentração pode ser encarada como um reflexo de defesa contra os assuntos
que não nos agradam suficientemente. O seu subconsciente repele o estudo ou a leitura que lhe
desagrada. Com isso chegamos a seguinte conclusão: é necessário que o assunto sobre o
qual se queira concentrar lhe agrade.

Mas como sabemos, muitas vezes PRECISAMOS estudar algo que muitas vezes não nos
agrada.

Quando isso acontece você precisa tomar consciência da importância daquele estudo
para você. Examine cuidadosamente as razões que o impelem a estudar, o diploma que
pretende obter, a situação que deseja alcançar, a admiração dos seus superiores, resumindo,
reveja o que constitui o seu objetivo, o seu alvo. Penetre bem nesta imagem e neste objetivo
antes de iniciar o estudo.

45
Para facilitar esse esforço e melhorar a fixação do seu objetivo facilitando a
concentração você pode fazer isso:

Pegue duas folhas de papel; Sobre uma você vai escrever o que lhe acontece se
conseguir estudar com qualidade alcançando assim seu objetivo, na outra, você escreve o que
acontece se não se concentrou. Você pode até desenhar alcançando seu objetivo e o contrario.
Coloque as duas folhas de papel diante dos olhos e observe as bem. Assim seu objetivo vai ser
fixado em sua mente, tanto pela motivação da conquista como pela dor do fracasso.

Este é então o quarto principio:

Penetre bem na finalidade que atingirá graças a sua concentração.

Conclusão:

Para obter uma boa concentração você deve aplicar os quatro princípios que estudamos:

1 – Escolha um ambiente propício.

2 – Elimine as causas materiais de distração.

3 – Esteja seguro da sua boa forma física.

4– Penetre bem no seu objetivo ou finalidade.

Curso Sobre a Memória

“A vida é um monte de pequenas coisas".


Oliver Wendell Homes

A CONCENTRAÇÃO – Parte 3

Vamos continuar neste tutorial seguindo o aprendizado sobre a concentração para os


estudos.

Para começar vamos aprender um exercício novo para a concentração.

EXERCICIO Nº 38

Feche os olhos.

Represente para si mesmo o algarismo 1.

Quando ele estiver claramente no seu pensamento, passe para o algarismo 2 tendo
apagado perfeitamente do seu pensamento a imagem do algarismo 1.

Continue assim ate 10.

Aposto que muitas vezes você quer se concentrar sobre uma determinada leitura, MAS,
apesar dos esforços, FRASE APÓS FRASE, a sua atenção se desvia e você verifica que não
progride e tem que reler varias vezes para compreender o que esta lendo. Ambos concordamos
que é um esforço penoso ler desta forma.

Isto pode ser proveniente de duas causas diferentes que já analisamos mas pode
também acontecer devido a um outro fator:

46
Você não tem base suficiente de conhecimento para abordar o assunto em
questão.

Se tentarmos ler uma matéria sobre a qual não possuímos base suficiente não vamos
conseguir compreender, perdendo assim a concentração consequentemente.

Faça então algumas leituras preparatórias, lendo obras ou estudando conteúdo que
serve de introdução ao que se pretende estudar.

Você vai ver que ganhará tempo desta forma. Vale muito mais este procedimento que
tentar progredir penosamente na leitura de uma obra ou matéria que ainda não esta totalmente
ao seu alcance.

Também pode acontecer que o que atrapalha sua compreensão não seja o assunto mas
sim o vocabulário do autor da obra ou material em questão. Neste caso, consulte um dicionário
sempre que precisar, eu particularmente escrevo em um papel sempre o significado de uma
palavra que acabei de procurar no dicionários para consultá-la novamente se precisar durante o
estudo e para futuras revisões. Compreenda que não deve deixar de consultar um dicionário
sempre que tiver duvidas a respeito de uma palavra, tenha sempre um dicionário ao seu alcance
quando estiver estudando.

Seja para o entendimento do assunto da obra ou para efeitos de vocabulário não se


esqueça do QUINTO PRINCIPIO PARA A CONCENTRAÇÃO.

Certifique-se que possue os conhecimentos básicos indispensáveis a leitura


que empreende.

Você já aprendeu sobre a importância dos seus objetivos pessoais. Que sua
concentração será maior de acordo com a importância que da ao assunto a ser estudado. No
entanto, para que sua concentração seja perfeita, é necessário um interesse imediato ao que lê
ou estuda.

Como se apaixonar por aquilo que DEVE ler ou estudar?

Primeiramente, penetrando bem nas vantagens que terá desse estudo de forma direta.
Exemplo, um livro de iniciação a filosofia permite a compreensão das obras dos filósofos
celebres.

Seguidamente, faça a si mesmo as seguintes perguntas:

Porque foi escrito este livro?

Qual a finalidade do autor? Quem era ele?

Em resumo, procurando o sentido da obra ou do conjunto das obras do escritor você


encontrara um interesse mais forte na sua leitura e a sua concentração será melhor. Por isso
nunca deixe de ler os prefácios e o índice dos livros. Neste locais o autor procura fazer
compreender em algumas paginas por que motivo escreveu o livro e o que pretendeu
apresentar, explicar ou demonstrar. Quanto ao índice lê proporciona uma visão do conjunto da
obra.

Ao ler e reler o prefacio você aumentara o seu interesse em relação a obra que deseja
ler. É a razão porque antes de querer concentrar a sua atenção sobre uma leitura um pouco
difícil torna-se necessário respeitar o SEXTO PRINCIPIO:

Procure desenvolver o seu interesse imediato pela obra que vai ler.

Terminamos assim a exposição dos SEIS PRINCIPIOS da concentração para o estudo.


Não busque a concentração para o estudo sem eles. Recordemo-los:

1 – Escolha o seu ambiente.

47
2 – Elimine as causas de distração.

3 – Esteja em boa forma física

4 – Penetre bem na finalidade.

5 – Tenha conhecimentos de base.

6 – Aumente o seu interesse imediato.

Para se recordar destes SEIS pontos, vamos construir uma “concatenação” com as duas
ou três primeiras letras de cada palavra chave (sublinhada). Obtemos a seguinte mnemônica:
AMDISFOR-FINCONINT.

Para reencontrar uma melhor concentração quando durante o estudo sua atenção se
escapa faça o seguinte:

Primeiro, retome profundamente a consciência do seu objetivo pessoal.

Segundo, volte para o local exato que perdeu a concentração e marque-o com o lápis.
Certifique-se que não tenha sido a dificuldade de compreensão que causou a perca de
concentração, se este for o caso tente compreender perfeitamente o sentido antes de
prosseguir, mesmo que precise consultar outros materiais. Se não for o caso retome a leitura e
assinale sempre que perder a concentração. Se tiver mais de três passagens assinaladas na
mesma pagina é inútil prosseguir.

Neste caso suspenda o estudo por 15 minutos. Tome um ar, ande um pouco, beba um
pouco de chá ou água fresca e procure na lista AMDISFOR-FINCONIT quais as causas que o
impedem de se concentrar. Assim que as localizar, terá também encontrado o remédio.

Tudo que aprendemos sobre concentração para os estudos pode ser aplicado no lado
profissional também, para a elaboração de um relatório ou preparação de uma exposição por
exemplo.

Para terminar o estudo sobre os problemas da concentração, recomendo evitar duas


coisas:

1 – A leitura-devaneio

2 – A leitura-“embaladora”

A leitura-devaneio acontece quando você se simplesmente se distrai por uma idéia ou


palavra que encontra. Não se deixe conquistar pelo devaneio ou sonho, aliás, isso vai contra
tudo o que aprendemos sobre a concentração. É necessário criar em si mesmo o seguinte
reflexo condicionado: Quando se lê é indispensável que isso signifique para você obrigação de se
concentrar. Se pretende sonhar, feche o livro, mude de lugar, instale-se num sofá confortável, e
sonhe. Mas proíba a si mesmo a mistura “leitura-sonho ou devaneio”. É uma mistura
envenenada.

A leitura-embaladora acontece quando você lê antes de dormir. Não tenho nada o


objetar quanto a isso desde que você suspenda conscientemente a leitura quando começar a se
sentir sonolento. Não use a leitura para passar do estado vigília para o semi-sono abandonando
as pressas a leitura antes de adormecer profundamente.

Vamos aprender agora um exercício que o levará a concentrar-se sobre um único objeto
e ao mesmo tempo aprofundar em um problema sem distrair.

EXERCICIO Nº 39

48
Primeiramente verifique se aplica corretamente os seis princípios da concentração.

Pegue um objeto qualquer; examine-o, preocupando-se com seu fabricante e com as


suas origens, mesmo remotas.

Exemplo: uma faca. É feita de madeira e de aço. A madeira foi talhada, perfurada, etc...
A lamina é em aço, este provem do ferro e do carvão, etc...

Veja até onde pode se aprofundar em relação a todas as parte constitutivas do objeto
em questão. A dificuldade consiste precisamente em não se deixar destrair.

EXERCICIO Nº 40

Este é um exercício interessante que pode ser realizado em momentos que não tem
nada a fazer e prova que sua memória pode melhorar consideravelmente. Além disso é um
excelente exercício para o desenvolvimento imediato da memória.

Pegue um baralho e tire uma carta. Identifique-a e coloque de volta no baralho. Pegue
outra carta, identifique-a a primeira que tirou e depois esta nova carta. Coloque-a de volta no
baralho. Pegue uma terceira carta. Identifique as duas primeiras e depois esta terceira. Coloque-
a novamente no baralho. Faça isso sucessivamente.

Anote o seu “score” na primeira vez que executou o exercício. Vai ver que graças ao seu
treino sua memória melhora muito brevemente.

Posteriormente você pode fazer o mesmo exercício mas tirando 2 ou 3 cartas a cada
vez.

Curso Sobre a Memória

“Você vale por tantos homens quantas línguas conhece".


Carlos V

COMO APRENDER IDIOMAS

Se você quer aprender a falar uma língua diferente é necessário chegar a “pensar”
nessa língua, o que significa que seus pensamentos deverão exprimir diretamente usando as
palavras desse idioma sem passar por uma tradução do português para o idioma.

Isso aprece a primeira vista muito difícil, no entanto vai conseguir fazer usando o
método que eu vou lhe ensinar.

Para pensar na língua é preciso por um lado ter vocabulário suficiente e por outro
transformar as palavras em frases de um modo automático.

As duas coisas são antes de tudo uma questão de memória, uma questão de memória
mecânica, porque se sua memória se torna lógica você perde toda a espontaneidade necessária
para falar o novo idioma.

É esse o motivo pelo qual você não deve fixar uma palavra em inglês, por exemplo,
como sendo tradução de uma palavra portuguesa.

Você deve fazer exatamente o contrario, ou seja, associar a palavra inglesa diretamente
a noção ou imagem do objeto correspondente. Isso significa que você não precisa aprender
repetindo: bread – pão; bread – pão; bread – pão; etc., mas sim representar para si mesmo,
visualmente a imagem de pão e repetir “bread”, “bread”, “bread”.

Desta maneira, vai associar diretamente a noção da idéia de pão e não a palavra pão ao
seu significado em inglês.

49
Mas isso somente é um primeiro progresso ao seu estudo de um novo idioma.

Estudando desse modo você consegue vocabulário mas não é capaz de usar ele ainda.

Para falar inglês você precisa saber como constituir as frases conforme as regras do
idioma em questão.

As aplicações das regras de sintaxe e de gramática devem vir de forma espontânea


também. Sem esforço de reflexão. Para conseguir isso você precisa conhecer de memória
algumas frases que se apliquem a regra em questão.

Se você conhecer a seguinte frase em inglês:

“Teria podido encontrá-lo se...”

“Teríamos podido almoçar com ele se” não teria dificuldade em construir frases do
mesmo tipo. Isto vale infinitamente mais que começar a perguntar a si próprio que regra é
preciso aplicar para traduzir o condicional composto do verbo poder, considerando o fato deste
verbo ter somente dois tempos em inglês, o presente e o passado.

É por isso que você precisa armazenar as regras gramaticais sobre a forma de
exemplos.

Para os estudantes que devem submeter-se a um exame não posso dar um conselho
melhor que este:

Aprenda de cor todos os exemplos que são apresentados na sua gramática;


faça uma lista deles e efetue revisões incessantemente até que os domine com
perfeição.

Agora que você já conhece a melhor maneira de aprender a sintaxe, retomemos ao


assunto VOCABULÁRIO.

A melhor maneira de aprender uma palavra em inglês ou qualquer outro idioma


é aprendê-la em uma frase.

Assim ao invés de possuir um utensílio você passa a possuir ao mesmo tempo a


utilização desse utensílio, ao invés de aprender a palavra “bread”, você aprende a utilizá-lo em
frases curtas tais como “here, we eat much bread” (= aqui comemos muito pão). Repita a frase
em inglês varias vezes compreendendo o seu significado, mas sem verificar o texto em
português.

Além disso, você pode já aprende mais uma frase que pode ser usada em outras
circunstancias bastando substituir algumas palavras.

Para fixar o vocabulário estrangeiro você pode por vezes estabelecer uma ligação com
uma palavra portuguesa que tenha a mesma consonância que a palavra estrangeira. Pode
também estabelecer associações com palavras portuguesas fáceis de determinar pela sua
aproximação ou afinidade:

Exemplos para o inglês:

50
Na minha opinião este método não deve ser muito usado, salvo quando se assemelha
em uma etimologia comum entre a palavra inglesa e a base como nos exemplos 1, 2, 3, 4, 5, 7
e 8 acima.

Mas você pode usá-lo eficientemente quando tropeçar varias vezes em uma mesma
palavra.

O resultado de tudo é que para aprender um novo idioma você precisa:

Repetir frases nesta língua.

Até que tais frases penetrem bem e se gravem no seu espírito.

Leia o texto na língua estrangeira, olhe para a tradução, depois repita, repita, repita a
frase estrangeira.

Repita em voz alta para se habituar a pronuncia e para colocar em ação sua memória
auditiva.

Seguem mais alguns conselhos sobre o assunto:

Estude um pouco todos os dias

Durante os primeiros meses não tente falar. Leia muito, em voz alta. Deixe que as
frases se imprimam no seu espírito e um dia muito naturalmente essas frases serão facilmente
invocadas e você falará.

Reveja com freqüência os mesmos textos.

Em resumo, lembre-se que o estudo de uma língua estrangeira deve ser através do
registro mecânico para criar associações que restituirão mais tarde automaticamente as frases
que lhe forem necessárias.

51
Vale lembrar que esta técnica serve para o aprendizado de qualquer idioma e até
mesmo para o estudo de mais de um idioma ao mesmo tempo.

EXERCICIO Nº 41

Encontre as palavras que permitirão estabelecer uma associação de som ou de sentido


entre as palavras portuguesas e inglesas.

Curso Sobre a Memória

“A cultura certa fortalece os poderes interiores".


Horácio

COMO FIXAR A ORTOGRAFIA E EVITAR OS ERROS

Como sabe existe o habito de separar a ortografia gramatical da ortografia do uso.

A ortografia gramática consiste em dar às palavras terminações que são comandadas


pelas regras de gramática: indicação do gênero ou numero para os artigos, os substantivos, os
adjetivos, os pronomes e os verbos.

Para se possuir uma boa ortografia é necessário conhecer a gramática.

Então, se sua ortografia é deficiente você deve começar por uma revisão gramatical da
forma que ensinarei adiante.

COMO FIXAR AS PARTICULARIDADES DE ORTOGRAFIA DAS PALAVRAS

Para conhecer a ortografia de uma palavra é necessário consultar um dicionário.

Mas como você sabe geralmente suas duvidas são semelhantes, exemplo, em relação a
palavra “atraso”, escreve-se com “s” ou “z”? E como evitar recair nos mesmos erros?

Para evitar as dúvidas eis um MÉTODO INFALÍVEL:

Este método é muito simples e baseia-se no método das associações de imagens.

52
Suponha que tenha duvida de “atraso” é com “s” ou “z”.

Primeiro, certifique-se no dicionário: é com “s”. Agora para jamais esquecer estabeleça
uma associação com uma palavra que sabe perfeitamente que se escreve com “s”, exemplo,
“caso”.

Então crie uma associação de imagens entre “atraso” e “caso”.

Exemplificando: imagine um colega que é despedido dado o seu “atraso” constante por
causa do seu “caso”, ou que o professor o suspende pelo motivo: é um “caso” de “atraso”.

Esta imagem, ou outra qualquer (dentro dos princípios que já aprendemos sobre
associação de imagens) o levará a fixar para sempre a ortografia de “atraso”.

Do mesmo modo, por exemplo, em relação a palavra “prazo”.

Associe esta palavra a outra que tenha um “z”, exemplo, “juízo”.

Você pode imaginar-se comprando um automóvel que tem “prazo” de 20 anos para
pagar dizendo a si mesmo sobre o vendedor do carro: Ele perdeu o “juízo” ao dar-me tal
“prazo”.

Assim ficam ligados “juízo” e “prazo” e jamais se esquecerá que “prazo” se escreve com
“z”.

É necessário salientar que as aplicações deste método são extremamente vastas:


COMECE HOJE EM DIANTE A PRATICÁ-LOS.

COMO FIXAR AS REGRAS DE GRAMATICA E DE ORTOGRAFIA

Antes de tudo, para evitar duvidas é melhor compor você próprio frases que comportem
as palavras que o faça hesitar ou as diferentes aplicações das regras de gramática.

Exemplo: (alguns homófonos, homônimos e homógrafos)

- Enquanto minha mãe cosia à maquina, eu comia peixe “cozido”.

- Lá leva acento agudo.

- Quando lá cheguei não tinha assento.

- No canto da cela está a sela do cavalo.

- Durante a sessão de hoje não se registrou qualquer cessão. (ação de ceder)

- Devo apressar-me a apreçar aquele artigo que me interessa.

- Tenho que o aconselhar a ir para o conselho do Porto.

- Enquanto o carpinteiro prega (um prego) o padre prega. (um sermão)

- Mete dó (compaixão) que não conheças o dó (nota de musica).

- O lente (professor) de Física tem uma boa lente (disco de vidro).

CONCATENAÇÕES

53
Tratando-se de listas de palavras que constituam exceção a uma regra, pode-se
construir concatenações ou frases, mesmo infantis, reunindo tais palavras.

Exemplos: (alguns adjetivos com o grau superlativo de forma só irregular, de origem


latina)

Concatenação:

O que o tornou célebre foi o seu tom áspero e acre; conheço-os há anos: foi um mísero
e, no entanto, sempre integro; lutou muito e hoje a sua situação é próspera.

O CADERNO DE ORTOGRAFIA

A fim de permitir revisões fáceis e eficazes é prático fazer um caderno de ortografia.

Neste caderno você anotará todas as palavras que lhe trazem dificuldades.

Isso não o impede, pelo contrário, de aplicar o método das associações de imagens.

Sugiro que classifique as palavras do seu caderno em função dos sons ou grupos de
letras que as compõem. Estabeleça duas páginas para cada som.

É vendo e revendo exemplos que saberá sempre como e quando aplicar as regras de
gramática.

Crie um pequeno “carnet” que contenha todas as pequenas frases nas quais teve uma
hesitação.

Procure no seu dicionário ou gramática a forma correta e escreva-a.

Todas as noites relerá a sua lista.

Muito rapidamente conhecerá de cor todas as formas que podem fazê-lo ter duvidas
atualmente.

54
Conclusão:

- observe atentamente;

- repita revendo regularmente os mesmos exemplos;

- empregue a técnica de associações de imagens para a ortografia corrente e de uso


freqüente.

Verá que graças a estes métodos você NÃO VAI MAIS COMETER DUAS VEZES O MESMO
ERRO!!!

Curso Sobre a Memória

“Sabemos dizer muitas coisas falsas como se fossem verdade e sabemos, quando nos
interessa, transformar a verdade em fábula".
Hesíodo

AS CONCATENAÇÕES

A mnemotecnica tem por finalidade facilitar a recordação de elementos ou dados difíceis


de reter pela memória pura. Ela é especialmente útil para fixar números e listas de palavras que
não tenham qualquer relação entre si ou que se relacionem muito pouco. É utilizada pelos
estudantes que devem armazenar muitos elementos numéricos em Geografia, Ciências, datas
em História, em Direito, Literatura, etc..

É necessário salientar bem que a mnemotecnica substitui a memória MAS NÃO A


DESENVOLVE. Porém, a mnemotecnica combinada com os métodos de memória natural
estudados ate aqui podem lhe dar excelentes resultados assim como tem dado a mim.

Agora vamos estudar para variar a forma mais primária, a mais simplista da
mnemotecnia, as concatenações.

Outros métodos serão estudados mais a frente.

AS CONCATENAÇÕES

Desde os primeiros anos, na escola, que recorremos à mnemotecnia, exemplo:

A fórmula que expressa o “juro de um capital a uma certa taxa, colocado durante
determinado tempo”, é muito bem fixável mediante a mnemônica: Careta sobre 100 isto é: j =
crt / 100 em que j = juro; c = capital; r = razão ou taxa e t = tempo.

Aprende-se também, na geometria, esta mnemônica a respeito do teorema de


Pitágoras:

“O quadrado da hipotenusa é igual, se não se abusa, à soma dos quadrados dos


outros dois lados”.

Vou mostrar mais alguns exemplos escolares:

A lista dos Césares (imperadores romanos) será mais fácil de fixar, lembrando das três
palavras seguintes cujas silabas correspondem à primeira sílaba do nome de um imperador:

Césautica, Claunegalo, Vivestido.

Este aglomerado de silabas não tem sentido, mas o ritmo das três palavras torna-as
fáceis de reter. Estas cadeias de palavras chamam-se concatenações.

55
Os imperadores são:

» César,
» Augusto,
» Tibério,
» Calígula,
» Cláudio,
» Nero,
» Galba,
» Otão,
» Vitélio,
» Vespasiano,
» Tito,
» Domiciano.

As cores do arco-iris, na sua ordem espectral podem ser memorizadas usando a palavra
VAAVAAV.

As cores são: Violeta, Anil, Azul, Verde, Amarelo, Alaranjado, Vermelho.

Uma outra “receita” permite aos estudantes conhecer (a titulo de mera curiosidade) o
valor de “pi” com 10 decimais, contando o número de letras de cada palavra da frase seguinte:

Até a nado a Carla encontrou na margem peixe bem lindo.


3 1 3 1 5 9 2 6 5 3 5

Os especialistas em venda ensinam aos seus alunos que para triunfar em vendas é
necessário o seguinte:

Captar a atenção.

Criar o interesse.

Suscitar o desejo

Provocar a ação.

Você lembrará facilmente destas quatro frases pensando em AINDA.

As concatenações são relativamente fáceis de elaborar e poderá formá-las,


especialmente, para fixar listas de palavras e nomes.

Por exemplo:

Para recordar das principais cidades de um itinerário ou para se lembrar do nome de 5 a


10 pessoas que encontrar ou que participarem em uma conferência, etc..

Entretanto, tratando-se de listas extensas reconheço que as concatenações são


insuficientes.

Por isso lhe ensinarei métodos bem mais eficazes adiante.

EXERCICIO Nº 42

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Construa uma concatenação para reter as sete maravilhas do Mundo Antigo:

1 – Colosso de Rhodes

2 – Pirâmides do Egito

3 – Júpiter olímpico de Fídias

4 – Templo de Diana no Éfeso

5 – Túmulo de Mausolo

6 – Farol de Alexandria

7 – Jardins Suspensos da Babilônia

Você só pode empregar uma sílaba para cada maravilha.

Curso Sobre a Memória

“Volta o espelho para a natureza".


Shakespeare

COMO ESTUDAR A HISTORIA

Para se fixar bem a História é necessário, como nas outras matérias compreender o que
se estuda. E para se compreender a História é necessário o estudo progressivo, indo do geral
para o particular.

Se você ignorar toda a Historia Européia e começar a estudar o Congresso de Viena terá
imensa dificuldade, isso porque não será capaz de ligar os fatos. Vai lhe faltar o poder para
elaborar associações, para relacionar.

O estudo da Historia só será, pois, eficaz desde que seja feito progressivamente.

É por isso que nos primeiros anos de estudo da matéria se ensina toda a Historia em um
ou dois anos, enquanto que, posteriormente, se aprofunda tudo, período por período.

Se você esta tendo dificuldades no estudo de História, primeiramente peque um livro de


iniciação a Historia. Estude esse livro afundo, terá então a trama indispensável para a
compreensão da História e poderá permitir-se aprofundar este ou aquele passo com êxito.

Esta necessidade de passar do geral para o particular adiciona ao fato de os


conhecimentos se sucederem no tempo, como um filme, conduz-nos ao uso de quadros
sinópticos para o estudo.

Tomemos o exemplo da História de Portugal, poderia estabelecer um quadro sinóptico


como o seguinte:

57
Seguidamente, conhecendo bem este quadro, você aprofundará cada um dos principais
pontos e terá novos quadros sinópticos. Por exemplo, em relação a 1ª Dinastia:

58
Seguindo o método que acabei de ensinar, você vai adquirir uma visão de conjunto dos
acontecimentos e poderá então estudar os pormenores que desejar.

Para efeito do estudo das datas que atemoriza tanto os estudantes você pode usar dois
métodos:

1 – O método repetitivo-cumulativo (todos os dias aprende 4 ou 5 datas).

2 – O método mnemotecnico (que será estudado posteriormente).

Você já aprendeu a memorizar a lista dos 12 Césares romanos usando as


concatenações. Você pode usar esta técnica no estudo aqui também.

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É vantajoso que você mesmo aplique este método na pratica construindo as
concatenações necessárias, algumas vezes rindo-se, talvez, do absurdo que elas traduzem, o
que as tornam mais fixáveis.

Você pode facilitar a memorização das datas fazendo analogias ou comparações:

1130 – Morte de D. Teresa


1230 – Reconquista de Elvas
1137 – Batalha de Cerneja
1237 – Reconquista de Tavira e Mértola
1158 – Tomada de Alcácer do Sal
1258 – Inquirições (D. Afonso III)
1179 – O Para reconhece o titulo de rei a D. Afonso I
1279 – D. Diniz sobe ao trono

EXERCICIO Nº 43

Pegue um livro de História, do Ginásio ou Técnico e faça um Quadro Sinóptico dos


nossos Presidentes.

EXERCICIO Nº 44

Se for estudante, tente a utilização deste processo em relação a uma ou duas partes de
matéria (outras que não História) que esteja estudando.

Vai ver a grande utilidade do método.

Generalize a sua utilização ao maior número de assuntos que sejam objeto do seu
estudo.

Curso Sobre a Memória

“O estudo em geral, a busca da verdade e


da beleza são domínios em que nos é
consentido ficar crianças toda a vida".
Albert Einstein

COMO ESTUDAR A GEOGRAFIA

Como para História, são necessários bons conhecimentos gerais antes de se poderem
estudar os pormenores.

O que muitos estudantes não vêem é que a Geografia não é uma descrição de dados
independentes. Pelo contrario, existe uma ligação entre a maioria dos fatos que se tem de
aprender.

A geografia física, quando bem compreendida, permite quase que imediatamente você
consiga deduzir que os recursos agrícolas e os minerais dão lugar a indústrias bem
determinadas. O conjunto dos recursos naturais e os da indústria condicionam, quase
automaticamente o comércio que terá por finalidade a exportação dos produtos do país e a
importação daqueles que lhe faltem (deduzidos por exclusão de partes).

Por conseqüência, o mais importante para compreender bem a geografia é estudar a


fundo a Geografia Geral (programa do ginásio ou das escolas técnicas).

Conhecendo a Geografia Geral, o estudo de cada país ou região, ou de qualquer ramo


especifico da geografia torna-se mais fácil.

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Você também usará os quadros sinópticos no estudo da Geografia, destacando os
encadeamentos lógicos sempre que possível.

Eis um exemplo:

MADAGÁSCAR

Generalidades:

» Grande ilha de 585.000 km².

» Fragmento de um continente desaparecido (com o Decão e a Austrália).

» Portanto: terrenos antigos.

Conclusão: produções variadas, vastas possibilidades, mas sub-exploradas em virtude


do clima.

Em geografia é importante compreender bem as “ordens de grandeza”. Isso facilita a


fixação dos números que se tem que conhecer, elaborando associações ou comparações.

Por exemplo:

Fixe que o Reno e o Elba tem o mesmo comprimento: 1127 km. É também o
comprimento do Gâmbia na África.

O Nilo, o Mississipi-Missouri e o Amazonas ultrapassam os 6000 Km.

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Com esses pontos de referencias você evitará erros enormes.

Poderá em seguida e mais facilmente reter outros números: o Mosela 550 km (apenas
400 a menos que o Mosa ou mais ou menos a metade do Reno).

O Pó na Itália tem 650 km ou seja, 100 a mais que o Mosela.

O Douro em Portugual tem 850 km, ou seja, 200 a mais que o Pó ou menos 100 que o
Mosa.

Não hesite em arredondar: vale mais conhecer os comprimentos de 30 rios com


aproximação de alguns quilômetros que conhecer somente 4 ou 5 exatamente.

O que acabei de dizer em relação aos rios é evidentemente válido para montanhas,
lagos, superfícies de paises, produções de trigo, de carvão, etc..

Para fixar sem dificuldade um certo numero de dados com algarismos que lhe servirão
de referencia, pode utilizar o método das articulações numéricas que será exposto mais adiante.

A seguir temos listas de nomes e produtos para fixar.

Para isso utilizaremos o método das associações de imagens e as concatenações.

Eis um exemplo de concatenação:

Em Geografia Geral começa-se por estudar os 9 planetas do sistema solar:

Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão.

Podemos formar a seguinte frase usando a primeira letra de cada planeta:

Mãe, Vê, Tenho Memória: Já Sei Uns Nove Planetas.

Para o ajudar a fazer as indispensáveis revisões, você arranjará um caderno de


geografia onde reunirá ou agrupará os quadros sinópticos, concatenações e outras frases
mnemônicas que tiver criado. Este caderno vai lhe servir para aplicar o método cumulativo-
repetitivo, já abordado.

Você vai ficar surpreso ao verificar o que poderá fixar seguindo estes métodos.

Em alguns meses, poderá acumular uma soma considerável de conhecimentos. Note


também que o método repetitivo-cumulativo lhe evitará, pratica e efetivamente, a
“carga” intensiva que 95% dos estudantes fazem no período que antecede os exames
e que, desnecessário dizer é imensamente prejudicial, sob todos os aspectos.

EXERCICIO Nº 45

Pegue um manual escolar e aplique o método preconizado ao estudo de uma lição de


geografia: a região do norte do Brasil, ou a região do sul do Brasil, ou a produção mundial do
trigo, etc..

Curso Sobre a Memória

“Universidades podem dar graus, reis podem conferir títulos; mas nenhum dos dois,
nem mais ninguém pode dar conhecimento por diploma".
Knox, M. A.

62
COMO ESTUDAR A MATEMATICA

Para se ter êxito em matemática, é necessário primeiro conhecer bem os teoremas e as


formulas.

A resolução dos problemas faz intervir a inteligência, o raciocínio, a intuição, mas estas
faculdades nada valem se não conhecer a fundo o “programa”, a matéria teórica de que a parte
pratica se alimenta.

Uma vez mais, a memória deve estar a serviço da inteligência, senão esta revela-se
impotente.

A GEOMETRIA

Para aprender geometria é necessário em primeiro lugar compreendê-la.


Consequentemente, o estudo de qualquer lição pressupõe a compreensão completa da matéria.
Se notar lacunas no entendimento da matéria, em geral, não fique constrangido: comece por
pegar seu primeiro livro de geometria.

Faça, para seu uso, um caderno de geometria resumindo cada teorema através de uma
ou duas figuras e algumas formulas.

Deve conhecer os teoremas o suficiente para reconhecê-los a partir das figuras e a


lembrar-se, então, da demonstração respectiva.

Com o apoio deste caderno você pode aplicar o método cumulativo-repetitivo para ter
todo o seu programa de memória, as ordens. Assim os problemas serão mais fáceis, você
mesmo var verificar isso.

Para resolver um problema de geometria tente o método seguinte:

Faça a lista escrita de tudo o que aparece na figura. Em seguida, em faze da lista, você
notará as propriedades que derivam destas primeiras verificações. Rapidamente, a solução do
problema aparecerá.

Quer se trate da demonstração de teoremas ou de problemas a resolver, são


frequentemente, os mesmos princípios que entram em jogo.

Aprenda bem a colocar em relevo estes princípios.

Deve, por exemplo, demonstrar a igualdade de dois segmentos de reta que pertencem a
uma certa figura.

Existem nove probabilidades em dez de que o método a utilizar seja o seguinte:

Vai procurar fazer entrar estes segmentos em dois triângulos e, de seguida demonstrará
que tais triângulos são iguais. Sendo os três lados iguais entre si, terá demonstrado a igualdade
dos segmentos dados. Do mesmo modo, quando se trate de demonstrar a igualdade de dois
triângulos, há fortes hipóteses de que venha a empregar um dos métodos seguintes:

1 – conduzir uma determinada paralela que fará aparecer ângulos alternos-internos ou


ângulos correspondentes.

2 – encontrar ou formar ângulos iguais.

Repito: a resolução de problemas é fácil, a partir do momento em que se domina bem a


matéria e quando se fizeram os exercícios de aplicação de cada lição.

A ALGEBRA

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Aqui, também os problemas são muito fáceis desde se conheça a matéria a fundo.

Há alunos que são maus em álgebra, apenas porque não sabem a base da matéria e
desconhecem que os conhecimentos estão relacionados, embora hierarquizados, ordenados e
organizados.

Os teoremas sobre frações e as operações sobre as frações algébricas, por exemplo,


devem ser absolutamente conhecidos de cor.

Do mesmo modo os famosos “produtos notáveis”:

» (a + b)²
» (a – b)²
» (a + b) . (a – b)

É necessário reconhecer estes produtos quaquer seja a ordem dos fatores:

(a + b)² = a² + b² + 2ab

Mas, é necessário que também os reconheça por exemplo sob a forma:

a² + b² = (a + b)² - 2ab

Aprenda também a reconhece-los quando os elementos não se encontrarem


representados por “a” e “b”.

Mais uma vez, aconselho fazer uso de um caderno especial para o estudo da Álgebra
que terá tudo o que deve conhecer de cor e que estudará pelo método cumulativo-repetitivo.

O conteúdo deste caderno poderá ser, em síntese, todo o programa da parte teórica,
acumulando por exemplo, com alguns enunciados de exercícios em que notou dificuldades mais
serias.

Em matemática, o erro corrente é contar-se demasiado com a inteligência e


raciocínio, não se importando com a memória.

E que a matemática, apesar de ter apoio principal na inteligência, na intuição, tem de


recorrer sempre a conhecimentos anteriores, já adquiridos: ai, precisamente se localiza a
necessidade da intervenção da memória.

O CALCULO MENTAL

Um excelente exercício para se habituar a “brincar” com os algarismos é a pratica do


calculo mental.

Você não calcula mentalmente com mais freqüência, provavelmente por não ter habito.
Existem numerosas operações de calculo mental que poderá dominar completamente e com
eficácia.

Em primeiro lugar a adição:

Se deve adicionar 235 + 661, não ponha a adição por escrito.

Faça-a de cabeça. Para tanto, não se torna obrigatório proceder como por escrito, isto é,
partindo dos algarismos da direita para a esquerda. É necessário partir da esquerda para a
direita assim:

64
200 + 600 = 800

30 + 60 = 90, 890

5 + 1 = 6, 896

Total: 896

Quando há “transportes” (das unidades para as dezenas, por exemplo) é necessário te-
los em conta:

375 + 248

300 + 200 = 500

70 + 40 = 110, 610

5 + 8 = 13

Seja finalmente:

610 + 13 = 623

Alias, vê-se muito rapidamente que os algarismos seguintes vão provocar um transporte
e pode-se, diretamente, imputá-los as unidades superiores (que são adicionadas antes).

Exemplo:

562 + 275

Embora nos preparemos para adicionar 500 + 200, vê-se imediatamente que 6 + 7
provocara “transporte”. Calculamos, então, mentalmente da seguinte forma:

500 + 200, 700 + 100, 800

60 + 70, 30 (ao invés de 130)

2 + 5, 7

Total = 837

É preciso também se habituar a multiplicar por dois qualquer numero dado sem fazer a
operação.

Para isso, procederá como na adição, no método que acabo de ensinar, isto é, cada vez
que vir da direita um algarismo superior ou igual a 5, considerará um “transporte” de 1 no
produto do numero precedente.

Exemplo:

32.761 x 2

Comece da esquerda para a direita, e escreva:

65
6 – depois no momento de escrever 4, verifica a presença de um 7, escreve, portanto 5
em vez de 4.

65 – de novo se apercebe de um 6, em vez de 4, que resulta de 2 vezes 7 = 14,


escreverá, novamente 5.

65.522 – em vez de 2 vezes 2, 4, considerará 5 visto que tem um cinco ao lado.

Total = 65.522.504

Uma vez adquirido o treino necessário, progredirá rapidamente e com menos risco se
proceder desta maneira.

É também necessário saber multiplicar, mentalmente, por 25.

Não ignora, provavelmente, que basta para isso multiplica por 100 ( o que se faz
juntando dois zeros ao numero ou recuando a virgula e depois dividir por 4, ou 2 divisões
sucessivas por 2:

12 x 75 dá 1200 : 4, ou seja, instantaneamente, 300

70x 25 dá 7000 : 4, ou seja, instantaneamente, 1750

62 x 25 da 6200 : 4, ou seja, instantaneamente, 1550

Para multiplicar por 5 procederá de forma idêntica, multiplicando por 10 e dividindo por
2.

186 x 5 = metade de 1890 ou seja, 930.

É muito mais rápido que começar 5x6, 30 e etc.

2834 x 5 = metade de 28.340, ou seja 14.170.

Conclusão:

Habitue-se portanto ao calculo mental e verificará que lhe dará maior facilidade em
todos os ramos da matemática. E na vida pratica o calculo mental vai lhe ajudar em muitos
serviços. Ele facilita bastante a memorização de algarismos.

Curso Sobre a Memória

“O estudo em geral, a busca da verdade e


da beleza são domínios em que nos é
consentido ficar crianças toda a vida".
Albert Einstein

COMO ESTUDAR A FISICA E QUIMICA

O estudo destas ciências comporta duas partes:

1 – Estudo de dados materiais, de fatos, de observações, de experiências.

2 – O estudo de esquemas, fórmulas e problemas.

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Para o estudo de dados materiais e dos fatos aplicará, exatamente, os mesmos métodos
que adotamos para a geografia e a história.

Para o estudo dos esquemas e fórmulas, aconselho a memorização direta, de


preferência a qualquer método mnemotécnico.

Para tanto, seguirá o processo “Impressão-Associação-Repetição”.

Constituirá para si um caderno de esquemas e formulas que aprenderá, fazendo


revisões pelo método “cumulativo-repetitivo”.

Como em matemática, o êxito dos problemas de física e química depende estritamente


do conhecimento profundo das fórmulas. O que aprendeu em matemática é portanto aplicável
aqui.

COMO ESTUDAR AS CIENCIAS NATURAIS

Além do método geral de estudo, que aprendeu ate aqui você aprenderá as ciências
naturais com a ajuda dos meios seguintes:

» Quadros sinópticos a fim de ter uma imprescindível visão de conjunto e fixar as sub-
divisões.

» Elaboração de esquemas simplificados.

» Concatenações, para fixar os nomes dos gêneros, das espécies, das família, etc..

» Método cumulativo-repetitivo para reter os quadros sinópticos, os esquemas e as


concatenações. Para facilitar a aplicação deste método, fará, bem entendido, um caderno
especial no qual consignará todos os elementos a fixar: quadros sinópticos, esquemas e
concatenações.

Eis um exemplo:

Em botânica, distingue-se a forma das folhas segundo o tipo do limbo:

» Folha inteira
» Folha dentada
» Folha lobulada
» Folha cordiforme
» Folha sagitada
» Folha linear
» Folha seca
» Folha composta
» Folha lanceolada

Surge a seguinte frase:

Entre as FOLHAS, indo de flor em flor, corria, saltava, e vi o lírio seco com lástima.

Seria possível, como se compreende, construir outras frases com um pouco de


imaginação, que se adaptasse ao que queríamos fixar.

Terá que recorrer ao dicionário, se tiver dificuldade procurando palavras com as letras
iniciais pretendidas.

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Poderíamos ainda estudar agrupamentos, a reter, formados pelas duas primeiras letras
de cada palavra.

Assim, ordenadamente:

IN – DE – LO – CO – AS – LI – SE – CO – LA

Abstraindo a orden – porque, se a pretendêssemos considerar, poderíamos fixar 2


palavras sem sentido.

INDELOCO SALISECOLA

Em vez das 9 palavras interessadas – poderíamos tomar agrupamentos com significado


(parcial ou total) e mais facilmente flexíveis:

As cadeias podem ser “estúpidas”, mas elas permitem-lhe fixar sem esforço as listas. É
fácil fazer, por si mesmo cadeias deste gênero.

EXERCICIO Nº 46

Pegue um manual de Ciências naturais ou um dicionário enciclopédico e escolha uma


lição que comporte enumerações ou classificações.

Estude-a, aplicando os princípios preconizados.

EXERCICIO Nº 47

Eis um exercício para a memória visual.

Veja as “Atualidades” da TV ou cinema, duas horas depois, anote em uma folha a lista
de todas as imagens que possa evocar claramente no seu pensamento.

Curso Sobre a Memória

“Não é suficiente que seus versos completem


Uma medida, numero ou pés determinados".
Pitt

COMO RETER UMA POESIA, UM PAPEL, UM MONÓLOGO

68
Bergon descreve da seguinte forma o funcionamento da memória mecânica:

“Estudar uma lição”, diz ele, “para a aprender de cor, é repeti-la de tal modo que as
palavras se liguem cada vez melhor e acabem por se organizar em conjunto. Quando a lição for
recitada, um impulso inicial desencadeará o mecanismo”.

Quando se aprende uma poesia acontece, frequentemente, que se fixam mais


facilmente estrofes ou grupos de versos graças ao ritmo e as rimas.

Mas também acontece que se para entre duas estrofes porque não existe seqüência
lógica entre elas. Ou, então, se não há estrofes, para-se logo que o autor, em um dado local,
muda o assunto, o sentido ou a idéia. É isto, exatamente, que torna um texto mais difícil que
outro.

Eis um sistema muito eficaz para remediar estas “falhas” e que é empregado por
inúmeros atores quando tem que aprender uma longa tirada ou extenso monólogo.

Já eu, geralmente, é a ausência de ligação lógica entre as duas passagens que provoca
a “falha” de memória, vai muito simplesmente estabelecer, você mesmo, uma ligação artificial
entre as palavras onde se perde o encadeamento.

Esta ligação será ou não lógica, poderá ser mesmo como sabemos absurda.

Tomemos, por exemplo, o poema de Victor Hugo “Espetáculo Tranqüilizador”.

Este poema é de difícil retenção porque se trata de uma descrição que poderia ser
apresentada em uma ordem diferente.

Não existe qualquer encadeamento lógico entre as estrofes.

Mesmo conhecendo cada estrofe de cor, correrá sempre o risco de estacar entre elas.

Eis como encontrar, sem dificuldade, o encadeamento destas.

Segue o poema:

ESPETÁCULO TRANQUILIZADOR
I
Tudo é luz, tudo é alegria
A diligente aranha
Liga às tulipas de seda
As suas redondas teias prateadas
II
A trêmula libélula
Mira o redondo dos seus olhos
No lago esplêndido onde pulula
Todo um mundo misterioso
III
Nos bosques, onde todo o barulho se desvanece,
O medroso corçozinho brinca, sonhando.
Nos verdes tufos de musgo
Luz o escaravelho resplandecente
IV
O goivo com a abelha
Brincalhona roçando o velho muro
O quente raio alegremente desperta
Remexido pelo germe obscuro
V
Tudo vive e se dispõe com graça
O raio sobre o céu aberto

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A sombra fugidia a água que passa
O céu azul sobre a colinha verde
VI
A planície brilha feliz e pura
O bosque palra, a era floresce
O Homem nada receia: a natureza,
Conhece o grande segre e sorri.
Victor Hugo

No final da primeira estrofe esta a palavra: “prateadas”. É preciso que esta palavra o
conduza a “A trêmula libélula”.

Para tal, estabeleça uma ligação entre as duas palavras.

Por exemplo, pensemos que a prata é um metal, que o metal é frio, que o frio provoca
tremuras.

Prata – Metal – Frio – Tremuras.

Prossigamos:

Entre as estrofes II e III: “misterioso”.... “Nos bosques”.

O que é “misterioso” está escondido.... e onde se esconder melhor que nos “bosques”?
“Escondido” fornece-lhe uma ligação lógica entre as duas estrofes.

Entre as estrofes III e IV: “o escavelho resplandecente”... “O goivo”.

Mas há também ouro menos “resplandecente”, porque é vegetal, e esse é o do “goivo”.

Entre as estrofes IV e V: o “germe obscuro” contém “vida” (porque remexe o raio).


“Germe obscuro” – “vida” – “tudo vive”.

Entre as estrofes V e VI: a “colina verde” “desce”; e desce em que direção? Na direção
da planície.

São necessário apenas alguns segundo para estabelecer elos de ligação deste tipo e isso
lhe evitará, radicalmente, as “falhas” entre duas estrofes, ou entre dois parágrafos, ou entre
duas frases de um texto em prosa.

Como sempre, para se recordar corretamente das “ligações” é preciso representá-las,


para si mesmo, em pensamento de uma maneira bem figurada.

EXERCICIO Nº 48

Aprenda as duas primeiras estrofes da poesia de Victor hugo “Espetáculo


Tranquilizador”.

Curso Sobre a Memória

“A cultura certa fortalece os poderes interiores".


Horácio

AS ARTICULAÇÕES NUMÉRICAS – Parte 1

Você vai aprender agora um método mnemotécnico de aplicação extremamente vasta: o


método das articulações numéricas.

70
Estudaremos este sistema progressivamente, a fim de o fazer assimilar sem esforço
excessivo e, sobretudo, de modo a familiarizar-se completamente com este método.

Para ter o maior resultado possível com este método é necessário que consiga “brincar”
com as equivalências “algarismos-articulações” e que traduza, instantaneamente, os algarismos
em sons e as letras em algarismos.

NÃO TENHA MEDO, verá que é muito simples e útil.

AS ARTICULAÇÕES NUMÉRICAS

O principio é o seguinte:

É evidente que é mais fácil fixar palavras que tenham um significado que números ou
palavras abstratas.

Este método consiste portanto em representar os números em palavras, desta forma:

Cada um dos 10 algarismos de 0 a 9 terá consoantes que o representam. Com a ajuda


destas consoantes pode-se pois traduzir um numero em uma palavra.

As vogais, o “h” mudo e os sons nasais, on, na, em, etc., não tem tradução ou
representação.

Exemplo:

4=r

5=l

54 é igual a l-r ou seja, “ler” ou “lar”.

45 é r-l ou seja “rol” ou “ralo”.

454 é r-l-r ou seja “reler”, por exemplo.

Se você necessitar recordar que determinado assunto se encontra na pagina 454 da sua
enciclopédia é muito mais fácil lembrar da palavra “reles” associando com o assunto em
questão.

Segue a lista das consoantes correspondentes aos dez algarismos, mas antes
chamaremos as consoantes de “articulações”, porque são os sons que contam e não a própria
ortografia, exemplo “g” em Jorge terá o mesmo valor que “j” porque tem o mesmo som.

Eis a lista:

0 = s, z, ç, c (quando se procuncia “ç”), ss

1 = t, d

2 = n, nh

3=m

4=r

71
5 = l, lh

6 = j, g (quando se pronuncia “j”), ch

7 = q, c (quando se pronuncia “k”), g (com pronuncia “gue”), gu, k.

8 = f, v

9 = p, b

Vamos aprender neste tutorial apenas os quatro primeiros números:

0 = s, z, ç, c (quando se procuncia “ç”), ss

1 = t, d

2 = n, nh

3=m

Eis como Aimé Paris, criador do sistema, o ajuda a fixar a articulação principal que
corresponde a cada algarismo:

c – pouco lhe falta para ter a forma de um zero

s – assemelha-se a dois zeros sobrepostos

z – é a letra inicial do “zero”

t,d – tem apenas uma haste e são dentais

n – tem duas hastes

m – tem três hastes

É absurdo mas é eficaz.

Nos exercícios vamos aprender a manejar estar articulações e a sua transcrição.

Exemplo:

Data = d – t = 11

Dominó = d – m – n = 132

Inversamente:

20 = n – s = noz, nós, nice, etc.

EXERCICIO Nº 49

Aprenda as duas estrofes seguintes do “Espetáculo Tranqüilizador” de Victor Hugo que


aprendemos no tutorial anterior.

72
EXERCICIO Nº 50

Escreva a respectiva tradução em algarismos ou números:

Curso Sobre a Memória

“O estudo em geral, a busca da verdade e


da beleza são domínios em que nos é
consentido ficar crianças toda a vida".
Albert Einstein

AS ARTICULAÇÕES NUMÉRICAS – Parte 2

Vamos começar fazendo um exercício:

EXERCICIO Nº 51

Encontre varias palavras para traduzir os números abaixo indicados:

73
Vamos agora aprender 3 novos números com as respectivas articulações:

4=r

5 = l, lh

6 = j, g (quando se pronuncia “j”), ch

E eis também o conselho de Aimé Paris para os fixar:

r – assemelha-se a quatro em letra impresa.

l – representa o 5 porque L representa 50 em numeração romana;

j – manuscrito, tem uma curva como um “seis”.

Mas o melhor para os fixar são os exercícios de aplicação:

RESOLUÇÃO DO EXERCICIO Nº 50

Lembre-se que é o som que importa.

74
Vamos agora fazer alguns exercícios:

EXERCICIO Nº 52

Traduza em números:

EXERCICIO Nº 53

Encontre, pelo menos cinco palavras para traduzir cada um dos números seguintes:

75
EXERCICIO Nº 54

Aprenda as duas ultimas estrofes do poema “Espetáculo Tranqüilizador” de Victor Hugo.

Curso Sobre a Memória

“As riquezas só aproveitam os que sabem usá-la".


Terence

AS ARTICULAÇÕES NUMÉRICAS – Parte 3

Vamos agora aprender os três últimos números:

7 = q, c (quando se pronuncia “k”), g (com pronuncia “gue”), gu, k.

8 = f, v

9 = p, b

E o truque aconselhado por Aimé Paris:

k – assemelha-se a um sete ou ka-sete, cacete.

f – manuscrito, tem dois anéis o oito

p – assemelha-se a um 9 voltado ao contrario e do avesso.

Para fixar o conjunto das 10 articulações, Aimé Paris dá-nos alguns versos de sua
concepção, cujo original apresentamos:

“Sot, Tu Nous Ments,”

“Rends Lês Chants”

“Que Fit Pan.”

Onde reencontra, em maiúsculas, as 10 articulações, por ordem.

Mas com certeza, você já sabe as 7 primeiras e resta-nos apenas fazer exercícios com
as três ultimas.

ATENÇÃO:

76
Na formação das palavras ou frases mnemotécnicas, há que notar que as vogais
colocadas no começo de uma palavra podem facilitar a respectiva transcrição, já que por
convenção não tem articulação numérica.

Por exemplo: 15 pode ser não somente “telha” ou “dela”, mas também “otelo”, ou
“ideal” ou “itália”.

Do mesmo modo, o zero, que se traduz por “s” ou “z”, poderá ocasionar que 51 não se
traduza somente por “leite”, por exemplo, mas também por sólido 051 ou “solda” 051.

RESOLUÇÃO DO EXERCICIO Nº 51

Encontre varias palavras para traduzir os números abaixo indicados:

Vamos a mais alguns exercícios:

EXERCICIO Nº 55

Traduza em números:

77
EXERCICIO Nº 56

Encontre, pelo menos sete palavras para traduzir cada um dos números seguintes:

Curso Sobre a Memória

“A memória serve as artes, mas não pode ser aprendida como arte".
Filostrato

COMO FIXAR DATAS EM HISTÓRIA

Vamos primeiramente corrigir os exercícios do tutorial anterior:

RESOLUÇÃO DO EXERCICIO Nº 55

Traduza em números:

78
RESOLUÇÃO DO EXERCICIO Nº 56

Encontre, pelo menos sete palavras para traduzir cada um dos números seguintes:

É muito fácil fixar numerosas datas transcrevendo-as em articulações.

Será suficiente transcrever os três últimos algarismos de uma data, porque sabe-se
normalmente se o acontecimento ocorreu antes ou depois de Jesus Cristo.

Segue-se os exemplos:

- Fundação de Roma: 752 A. C.. 752 = k – l – n, o que sugere a palavra “colina”, donde
a frase: “Roma foi fundada entre 7 colinas”.

- Batalha de Poitiers: Em Poitiers, Carlos Martel expulsou os sarracenos das comunas


francesas (732).

- Carlos Magno é sagrado... que magnificência (800).

- Batalha de Crécy: Filipe IV perde Crécy; os ingleses prosseguem a sua marcha (1346).

- Depois da morte de Joana d’ Arc, a situação da França parecia sem remédio (1431).

79
- Por todos os protestantes, o Édito de Nantes foi uma lei bem vista (1598).

Desta forma você pode sem dificuldade encontrar frases deste gênero para todas as
datas históricas que deseje reter.

PARA FIXAR AS DATAS COMPLEXAS

Em geral, para se fixar datas basta reter os 2 últimos algarismos, visto que o século é
normalmente conhecido.

Mas há acontecimentos na História de Portugal (por exemplo), como a Reconquista da


Independência, de que, obrigatoriamente, se deve fixar a data precisa: o dia, o mês e o ano.

Para estas datas seguiremos a ordem seguinte:

» No fim da frase colocaremos, como usualmente, as articulações numéricas que


correspondem ao ano;

» No começo da frase, as 3 primeiras articulações nos indicarão o dia e o mês. Se o dia


comportar um único algarismo colocaremos em primeira articulação o som S ou Z, traduzidos
por zero.

Quanto aos meses, serão traduzidos pelo código seguinte:

» Janeiro = 1 = t com exclusão do “d”, reservado para Dezembro.

» Fevereiro = 2 = n

» Março = 3 = m

» Abril = 5 = l

» Junho = 6 = j, ch

» Julho = 7 = k, c (duro, com pronuncia de “q”)

» Agosto = 8 = f ( com exclusão do “v”, reservado para Novembro).

» Setembro = 9 = p, b

» Outubro = 10 = 0 = s, z

» Novembro = v

» Dezembro = d

Exemplos:

20 de junho = n s j

05 de maio = s l l

1 de dezembro de 1640 – Reconquista da independência: no começo da frase aparecerá


“t d” e no fim “r s”.

80
Poderíamos formar esta frase mnemônica:

Todos os portugueses, nesse dia, aclamaram os herois.

EXERCICIO Nº 57

Encontre frases mnemotécnicas baseadas nas articulações numéricas para fixar as datas
seguintes da História do Brasil e Universal:

1500 – Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.

1822 – Independência do Brasil.

1888 – Abolição da Escravatura.

1914 – 1ª Guerra Mundial.

1932 – Revolução Constitucionalista.

1939 – 2ª Guerra Mundial.

1961 – Gagarin e Shepard fazem as sua primeiras viagens no espaço.

Curso Sobre a Memória

O saber é…, apenas memória


Platão

APLICANDO A TÉCNICA DAS ARTICULAÇÕES NÚMERICAS EM CIENCIAS


NATURAIS

Vamos aprender a memorizar os seguintes conceitos de ciências naturais:

O esqueleto humano se compõe de 211 ossos.

Existem 33 vértebras.

Essas vértebras são classificadas em 5 grupos:

» 7 vértebras cervicais

» 12 vértebras dorsais

» 5 vértebras lombares

» 5 vértebras sacras

» 4 vértebras coccídeas

Para memorizar que o esqueleto humano se compõe de 211 osso, podemos traduzir 211
em uma palavra usando a técnica das articulações numéricas. Essa palavra pode ser anotado.
Onde n significa 2, t significa 1 e d também significa 1. Conforme as regras da técnica de
articulação numérica que você a aprendeu.

81
Já para memorizar o 33 de total de vértebras podemos usar a palavra mamãe, já que
esta possui duas letras m cada uma significando um numero 3.

Para memorizar o numero de vértebras dos 5 grupos que se classificam as vértebras


vamos construir uma pequena frase iniciada por mamãe (33) e composta das articulações
seguintes:

Nossa frase poderia ser:

Mamãe, quando não leio, lira.

A lira, instrumento musical muito frágil e sensível é facilmente associável a vértebra,


igualmente frágil e sensível, o que permitira, no caso de esquecimento do significado e objetivo
da frase recorda-la com facilidade. Tente você mesmo um outro exemplo, lembre-se que as
frases mnemônicas são extremamente pessoais, uma frase que faz sentido pra mim e me ajuda
a memorizar e recordar pode não ter o mesmo efeito pra você, por isso você deve criar suas
próprias frases.

Aplicação a Geografia

Vamos aprender o seguinte sobre geogradfia:

O rio Reno e o Elba tem o mesmo comprimento, 1.127 km.

A produção de trigo é:

» Nos EUA: 35 milhões de toneladas;

» Na Rússia: 70 milhões de toneladas;

Vamos a memorização.

Com relação ao rio Reno e o Elba é fácil encontrar a frase, exemplo:

O Reno e o Elba são dois rios teutônicos.

Ou seja, t – t – n – c = 1127

Lembre-se de que você pode usar um dicionário a fim de ajudá-lo a encontrar palavras
para suas frases mnemônicas, isso o ajuda também a enriquecer seu vocabulário, já que vai
estar aprendendo o significado de outras palavras.

Para fixação da produção de trigo poderíamos usar as seguintes frases:

Nos Eua o trigo é mole (35).

Na Rússia o trigo é quase inesgotável (70).

Os grandes escritores

Segue algumas frases que podem ajudar a memorizar datas de nascimento e


falecimento de alguns escritores franceses clássicos:

82
» Marot, um pouco picante (mordaz), foi obrigado a se refugiar em Ferrara (1497 –
1544).

» Rabelais, o Brusco, a amizade era o seu lema (1494-1553).

» Cornieille, sagaz de espírito mas sonhador do que não podia fazer. (1607 – 1684).

O ano de nascimento foi indicado por duas consoantes da primeira palavra que segue o
nome do escritor.

O ano de falecimento por duas consoantes da palavra final de cada frase.

Os séculos não são indicados porque, em geral, são conhecidos.

Segue também alguns exemplos relativos a alguns nomes relevantes da literatura


portuguesa:

» Gil Vicente, jóia louvada do teatro português em que foi mago. (1465 – 1537)

» Camões, num rijo combate, em Ceuta, perdeu uma vista. (1524 – 1580)

» Almeida Garrett, “papa” do romantismo em Portugal, seguiu em toda a sua obra, uma
evolução lírica. (1799 – 1854).

» Alexandre Herculano, da a historiografia portuguesa a reforma de que carecia. (1810 –


1877).

» Julio Diniz, impar no romance campesino, morreu muito novo com a tuberculose.
(1839 – 1871)

É fácil usar estas frases – usando um dicionário se necessário para melhor determinar a
palavra conveniente – para memorização das datas. É vantajoso o conhecimento de alguns
dados que o ajude a compor as frases.

Fixando números de telefone

Visualizando um problema que encontramos no nosso dia-a-dia. Você verá agora como
transcrever números de telefone.

Você traduzira os algarismos pelo sistema das articulações numéricas fazendo uma frase
em relação com a morada, ou o nome, ou a profissão, ou o caráter, ou os hábitos da pessoa
cujo numero de telefone pretende fixar.

Estas frases curtas poderão ser absurdas mas fixam-se facilmente e por muito tempo.

Você não precisa usar essa técnica apenas para números de telefone mas sim para
qualquer numero que queira associar a uma pessoa, veja o exemplo de uma frase onde
queremos associar o numero 48 71 70 a uma pessoa chamada João Cruz, advogado.

48 71 70 – João Crua (advogado) – frequentemente revê códigos.

Outro método para fixar números de telefones

A “tabela de chamadas” técnica que aprendera nas próximas lições possibilita


igualmente a retenção de números de telefone, seguindo um método um pouco diferente. Eu
particularmente prefiro usar esta técnica, mas você deve usar qual apreciar mais. Com a tabela
de chamadas você já terá palavras que representam números memorizadas que facilitara a
criação das frases mnemônicas, mas sobre isso você verá adiante.

83
EXERCICIO Nº 58

Forme frases mnemotécnicas para fixar os elementos seguintes:

» O estanho se funde a 228°.

» O ouro se funde a 1075°

» A distancia de terra a lua é de aproximadamente 384.400 km.

» A circunferência terrestre mede 40.076 km.

EXERCICIO Nº 59

Arranje uma lista de números de telefone de 5 dos seus amigos e encontre frases
mnemotécnicas que o ajude a memorizar estes números.

Curso Sobre a Memória

Não se deve desprezar a memória, deve-se, sim,


conduzi-la e fazer com que nos obedeça!
Georges Duhamel

A TABELA DE CHAMADA

Suponha que você conheça de cor 100 palavras, em ordem de forma que consiga
identificar qual numero é relacionado a cada palavra.

A tabela de chamadas é esta lista, como você sabe números são abstratos e difíceis de
memorizar a menos que demos um significado a eles, relacionando eles com palavras por
exemplo, que são concretas e fáceis de memorizar.

Usando esta tabela você conseguira memorizar facilmente uma lista de ate 100 itens e
saber qual relacionar cada item com sua posição, porque cada item da lista estará associado a
uma palavra que você conhece e sabe qual numero ela representa.

Este é um método fantástico que eu uso no meu dia-a-dia com muita facilidade e para
praticamente qualquer coisa.

Exemplo:

Se o primeiro item da sua lista, conhecida de cor, for a palavra “tia” e se o primeiro
objeto da lista a memorizar é “camisa”, você estabelecerá uma associação como qualquer uma
destas:

» A minha camisa só é lavada pela minha tia (pode visualiza sua tia lavando sua camisa,
lembre-se dos métodos mnemônicos para fazer a associação, exagere no tamanho da tia e na
quantidade de camisas, por exemplo, de forma que a imagem seja absurda tornando mais fácil a
retenção pelo cérebro).

» Esta camisa foi prenda da minha tia.

Procedera do mesmo modo com relação ao segundo objeto e assim por diante.

84
Se lhe perguntarem em seguida qual é o primeiro objeto da lista, saberá que é o que
esta associado a palavra tia, e reencontrará sem esforço a associação feita e,
consequentemente, o objeto em questão.

Mas como conhecer de cor 100 palavras e o seu numero em ordem?

Vamos por partes, eis primeiramente que você utilizara as articulações numéricas para
escolher quais palavras, segue um exemplo das 10 primeiras palavras. Fique a vontade para
mudar as palavras desde que siga as regras da técnica das articulações numéricas que já
aprendeu.

1 – tia

2 – nau

3 – maiô

4 – rei

5 – leão

6 – jóia

7 – cão

8 – fio

9 – paio

10 – taça

Você vai ver que esta tabela é fácil de fixar visto que as palavras traduzem sua
transposição (articulação numérica).

EXERCICIO Nº 60

Aprenda os 10 primeiros números da tabela de chamada.

Depois de bem aprendidos, passe ao próximo exercício.

EXERCICIO Nº 61

Tente fixar, tão rápido consiga, as 10 palavras seguintes, em ordem, usando a tabela de
chamada.

Proceda rapidamente, associando em pensamento as duas imagens, embora lhe pareça


estranha e ridícula a associação elaborada.

Livro

Cave

Pão

Chave de parafusos

85
Tacho

Cadeira

Pintura

Cortina

Cinema

Caracol

EXERCICIO Nº 62

Forme novamente 5 frases para memorizar números de telefones de amigos seu.

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Agora vamos aprender a seguinte lista da tabela de chamadas:

11 – dado

12 – tina

13 – tema

14 – touro

15 – tela

16 – tojo

17 – taco

18 – tufo

19 – tubo

20 – noz

Certifique-se de dominar a lista acima antes de prosseguir.

Curso Sobre a Memória

A natureza é uma contadora implacável; se você


exige dela um setor mais do que ela está
preparada para dar, ela equilibra as contas
fazendo uma dedução em outro lugar.
HERBERT SPENCER

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

EXERCICIO Nº 63

86
Fixa as 10 palavras seguintes com o apoio da segunda lista da tabela de chamadas ou
seja, os numero de 11 a 20.

Papel

Lápis

Laranja

Caneta

Charuto

Cesto

Agulha

Garrafa

Azeite

Vinho

EXERCICIO Nº 64

Quais são as palavras da tabela de chamada que correspondem aos seguintes números:

8-

3–

9–

2–

5–

7–

4–

1–

6–

EXERCICIO Nº 65

Reveja as 10 frases que formou para fixar os números de telefones dos seus amigos.

Constitua mais duas novas frases.

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

87
Aprendamos agora os números da terceira lista da tabela de chamadas.

21 – noite

22 – ninho

23 – nome

24 – nora

25 – nilo

26 – nicho

27 – naco

28 – nave

29 – nabo

30 – missa

EXERCICIO Nº 66

Quais são as palavras da tabela de chamada que correspondem aos números seguintes:

3–

12 –

13 –

2–

17 –

15 –

5–

7–

6–

18 –

16 –

8–

14 –

11 –

88
9–

1–

19 –

20 –

EXERCICIO Nº 67

Este exercício treinara sua memória olfativa.

É muito útil precisamente porque temos somente raras ocasiões de desenvolver a nossa
memória dos perfumes e odores.

Obtenha uma dezena de perfumes diferentes (amostra de perfumaria, por exemplo).

Pegue 3 e tente distingui-las e designa-las pelo respectivo nome.

Depois, complete com uma quarta.

Depois, com uma quinta, até que possa, sem se enganar, tomar qualquer das 10
amostras e dizer qual seu nome correto.

Este exercício é especialmente recomendado a todos que, na sua atividade profissional,


trabalhem com produtos que tenham odor (alimentos, produtos cosméticos, químicos, etc).

Tome como exemplo produtos de limpeza como OMO, Ájax, Veja, etc. É interessante
distinguir cada um destes produtos pelo seu cheiro peculiar.

Este é um exercício difícil, execute-o e verá como melhorará sua memória olfativa.

Curso Sobre a Memória

Você não gosta de uma matéria porque a aprende.


Você aprende a matéria porque gosta dela.
Se você quer começar a aprender uma matéria,
comece por aprender a gostar dela.
WILLIAN DOUGLAS

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

EXERCICIO Nº 68

Reveja as 12 frases formadas pelos números de telefones dos seus amigos e junte a
elas mais três frases.

EXERCICIO Nº 69

Este exercício tem como objetivo melhorar sua noção de tempo através da memória.

Cronometre um período de 30 segundos e tente contar de 1 a 30 ao mesmo tempo (1


numero a cada segundo).

89
Recomece, sem olhar para o relógio (salvo no começo e no fim). Verifique, logo que a
sua contagem terminar a 30 se esta atrasado ou adiantado.

Tente de novo, para retificar o seu ritmo, se necessário.

EXERCICIO Nº 70

Quais as palavras da tabela de chamadas que correspondem aos números seguintes:

1–

3–

5–

6–

7–

12 –

13 -

14 –

15 –

19 –

21 –

22 –

28 –

30 –

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Aprenda a quarta lista da tabela de chamadas.

31 – meta

32 – mina

33 – múmia

34 – muro

35 – mola

36 – mago

37 – moca

90
38 – mofo

39 – mapa

40 – rosa

EXERCICIO Nº 71

Trata-se de um exercício muito importante para sua memória.

Algumas vezes você deve precisar copiar um texto de um livro ou de um artigo de jornal
ou de revistas. Isto pode constituir para si ótima ocasião para fortificar a sua concentração e a
sua memoriza.

Para tanto, é necessário proceder assim:

Em lugar de simplesmente copiar duas ou três palavras de cada vez, habitue-se


progressivamente a copiar frase a frase, o que fará ganhar tempo e o ajudara a fixar o que
copia.

Esta maneira de proceder habitua-o a assimilar ou abranger mentalmente um numero


máximo de elementos num mínimo intervalo de tempo.

Faça, hoje o seguinte exercício:

Pegue um livro ou revista e copie cerca de trinta linhas, copiando frase a frase.

Lerá uma linha inteira, depois a copie integralmente e assim por diante.

EXERCICIO Nº 72

Quais as palavras da tabela de chamadas correspondem aos números seguintes:

1–

2–

4–

5–

6–

9–

10 –

11 –

13 –

15 –

18 –

91
20 –

23 –

24 –

28 –

30 –

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Aprenda a quinta lista da tabela de chamada.

41 – roda

42 – rena

43 – ramo

44 – raro

45 – rolo

46 – rajá

47 – roca

48 – rifa

49 – roupa

50 – laço

Curso Sobre a Memória

A imaginação é mais importante que o conhecimento.


Albert Einstein

CONCATENAÇÕES

Retomemos agora as concatenações sob uma forma um pouco diferente.

Isto é, incluindo as palavras a reter na respectiva ordem e em uma frase tão curta
quanto possível. Vejamos de que se trata:

Como fixar a lista dos 33 reis de Portugal

Você vai simplesmente fazer concatenações tomando os reis de 5 em 5.

Como são em numero total 33, significa que cerca de 7 frases a fixar.

92
Para aprender, na ordem, usara o método cumulativo-repetitivo.

É preferível que você mesmo faça as concatenações, assim ficara mais fácil a
memorização e também a “tradução” ou seja, transformar as frases nos dados necessários
depois.

Para simplificarmos e como exemplo segue a lista dos 5 primeiros reis:

“Afinal, sabemos, a fim de saudarmos D. Afonso III – 5º Rei de Portugal!”

(Afonso I, Sancho I, Afonso II, Sancho II e Afonso III)

Se pretendermos completar a 1ª Dinastia poderemos construir a seguinte frase, como


exemplo de muitas possíveis.

“Diz-me: afinal o Pedro feriu-o?”

Não vou fornecer mais exemplos pra forçar você a criar os seus próprios que garanto,
lhe servirão muito mais.

EXERCICIO Nº 73

Quais as palavras da tabela de chamadas que correspondem a:

4–

6–

9–

11 –

14 –

17 –

23 –

33 –

37 –

EXERCICIO Nº 74

Eis os nomes dos 5 primeiros reis da 2ª Dinastia ou de Aviz:

» D. João I

» D. Duarte

» D. Afonso V

» D. João II

93
» D. Manuel I

Forme uma concatenação para fixar a ordem da sua elevação ao trono.

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Vamos aprender agora a continuação da tabela de chamadas:

51 – lata

52 – lona

53 – lima

54 – lar

55 – lula

56 – loja

57 – louco

58 – luva

59 – lobo

60 – casa

Este estudo pode lhe parecer um pouco longo, mas vai verificar em breve que atingirá
resultados fantásticos com o conhecimento da tabela de chamadas.

Coragem e paciência!

EXERCICIO Nº 75

Que palavras da tabela de chamadas correspondem aos seguintes números:

9–

11 –

12 –

21 –

22 –

24 –

28 –

31 –

39 –

94
42 –

44 –

47 –

EXERCICIO Nº 76

Este é um jogo praticado pelos escoteiros que você poderá realizar com alguns amigos.

Coloque sobre a mesa 20 objetos. Sem que os participantes vejam.

Quando estiver terminado peça-os para entrar e deixe-os observar os objetos por um
minuto.

Em seguida cubra os objetos com uma toalha e cada um é convidado a escrever a lista
dos objetos de que se lembra.

Aquele que tiver acertado no maior numero, faz uma nova exposição de objetos,
juntando-lhe ou tirando-lhe unidades.

Atenção, a partir de então: não inscrever na lista objetos que já não estão na mesa

Curso Sobre a Memória

A maior sabedoria que existe é a de conhecer-se!


Galileo Galilei

EXERCICIO Nº 77

Eis a lista dos 5 primeiros reis da 4ª Dinastia:

» D. João IV

» D. Afonso VI

» D. Pedro II

» D. João V

» D. Jose I

Forme uma concatenação para os fixar em ordem.

PROEZAS DA SUA MEMORIA

Agora que você aprendeu a tabela de chamada de 1 a 60 vamos aprender uma


aplicação interessante do uso desta tabela.

As palavras da tabela de chamadas atuam como “ganhos” na sua memória onde você
“engancha” as informações que quer memorizar. Isso facilita em muito o processo de
memorização por facilitar as associações entre os neurônios.

A “volta” dos 50 nomes

95
É a volta que você pode agora realizar perante os seus amigos e familiares.

Esta proeza foi praticada nos palcos por ilusionistas que não tinham nem mais nem
menos memória que você.

Basta conhecer corretamente a tabela de chamada.

Solicite a um dos espectadores que anote em uma folha as palavras que forem citadas
pelos outros espectadores, tendo cuidado de, a cada palavra, atribuir um numero de ordem.

Ele começará, naturalmente, por um, dois, três e assim por diante.

Depois, cada espectador fornece uma palavra de cada vez, à cadência de 5 em 5


segundos, por exemplo.

Suponhamos que as primeiras palavras citadas foram:

1 – livro

2 – telefone

3 – tecido

4 – papel

5 – roda

6 – lâmpada

A medida que é dado um nome, você estabelece uma associação com a tabela de
chamada.

Lembre-se de exagerar no tamanho e proporção, fazendo com que a imagem da


associação seja absurda, isso facilita a memorização.

Exemplo:

1 – a minha tia dentro de um GRANDE livro.

2 – o capitão da nau tenta atender um ENORME telefone em plena tempestade.

3 – em Maio o tecido das roupas são SUPER pesados.

4 – o rei tinha uma ENORME coroa de papel.

5 – um leão GIGANDE atravessou uma roda de fogo.

6 – a jóia parecia faiscar quando iluminada pela lâmpada.

Estas associações foram feitas ao acaso em 2 ou 3 segundos.

Para melhor fixar é preciso, como já sabemos, VISUALIZA-LAS, isto é, ao mesmo tempo
que elabora a associação, você tem que VÊ-LA no seu pensamento:

96
1 – “Veja” a sua dentro de um livro grande.

2 – “Veja” o capitão da nau atender o telefone, visualize a nau balançar fortemente no


meio das ondas, o que dificulta que o capitão atenda o telefone.

3 – “Veja” as pessoas andando, em Maio, com roupas com os tecidos super pesados.

Quando tiver chegado a 50 você vai poder, em seguida e sem dificuldade, recitar os 50
nomes, recorrendo, na ordem, a sua tabela de chamada:

Tia vai lembrar: Livro

Nau vai lembrar: Telefone

E assim por diante.

Praticamente, quando tiver efetuado esta volta duas ou três vezes, poderá recitar os 50
nomes a cadencia de 1 palavra por segundo, por vezes, certamente necessitará de 2 ou 3
segundos para reencontrar a associação que tiver criado, mas não demorará e surpreenderá
muito com a sua capacidade de memorização.

Mas há algo mais importante no seu êxito, algo que vai surpreender ainda mais os seus
espectadores.

Suponha que um espectador pergunte uma palavra aleatória, como a 24ª ou a 33ª por
exemplo.

Para você na tabela de chamadas 24 é nora, através desta palavra você rapidamente
encontrará a palavra associada a nora.

Para você na tabela de chamadas 33 é múmia, você encontrará sem esforço a palavra
associada a múmia.

Inversamente, se lhe falarem qualquer palavra da lista, “roda”, por exemplo, você logo
vai associar com a palavra “leão” que é a 5ª palavra da tabela de chamada.

Poderá então dizer, após 2 ou 3 segundos que “roda” é a 5ª palavra da lista.

Para iniciar, comece com 20 nomes.

Você não terá muitas dificuldades para fazer esse exercício com 100 palavras, no
entanto muitas palavras fatiga um pouco seu “auditório” e conseguira efeito sensivelmente
idêntico.

Perceba como você pode usar esta técnica para seus estudos. Facilmente você pode
memorizar listas de palavras-chave que o ajudam a lembrar de todo conteúdo. E poderá revisar
estas palavras mentalmente, uma a uma com o auxilio da tabela de chamadas. Pense no
resultado em assimilação que você consegue com uma revisão mental.

Além disso se você não lembrar de alguma palavra-chave ou conteúdo relacionado a ela
você no seu próximo período de estudo se dedicará aquele item especifico que não conseguiu
lembrar, ganhando muito mais tempo de estudo para novos conteúdos.

Curso Sobre a Memória

A memória serve às artes, mas não pode ser aprendida como arte”.
Filostrato

97
PROEZAS COM SUA MEMORIA (continuação)

A “volta” dos 10 números de 4 algarismos

Eis outra “volta” também de efeitos espetaculares, que você poderá realizar quando
tiver um pouco de treino em relação à “volta” das 50 palavras e logo que estiver apreendido as
palavras da tabela de chamada de 1 a 100.

No entanto, para se treinar, você deve efetua - lá a partir de agora selecionando


convenientemente os números que ira utilizar.

Você pede que lhe sejam fornecidos 10 numeros de 4 algarismos.

Por exemplo:

1 – 2343

2 – 7581

3 – 6217

4 – 2141

5 – 3628

6 – 8710

7 – 4413

8 – 7115

9 – 8334

10 – 2737

Seguidamente, proceda do seguinte modo:

Utilizando a Tabela de Chamada de 1 a 9 e, para o 10, usando a palavra “só”, que


corresponde, na realidade a zero, evocara mentalmente as duas palavras que correspondem aos
2 grupos de 2 algarismos que formam cada número de 4 algarismos.

Exemplo:

2343 – decompõe-se em 23 – 43, ou seja, NOME e RAMO na tabela de chamada.

Associará então NOME e RAMO à palavra tia (nº 1 da tabela de chamada).

Por exemplo:

O meu nome esta escrito num ramo e a minha tia tenta descobri-lo a todo custo.

Em relação ao numero seguinte procederá de forma idêntica, e assim por diante.

Desde modo você vai fixar, facilmente, 10 números e poderá, como anteriormente, citar
o 7º numero, ou dar a ordem de determinado numero citado por alguém.

98
O 10 foi substituído por zero porque o grupo 10 pode figurar nos números citados o que
complicaria as coisas e poderia originar confusões. No entanto com um pouco de mais de treino
você consegue usar o 10 também.

Se praticar frequentemente este exercício, pode tentar a experiência com 10 números


de 6 algarismos, o que não é tão fácil como poderá parecer.

Tenha bem em mente que para ter êxito nestas “voltas”, você precisa primeiro de tudo
visualizar as associações ou conexões rapidamente.

O receio de formular uma associação estúpida, idiota ou incoerente inibe o principiante e


faz ele perder tempo.

É preciso fazer a associação rapidamente de forma a utilizar os 3 ou 4 segundos


seguintes para “visualizar” a associação.

Para evitar enganar-se na ordem dos algarismos, torna-se vantajoso proceder sempre
na mesma ordem, ou seja, da esquerda para a direita, de cima para baixo, do centro para o
exterior.

Assim, no nosso exemplo, primeiro é preciso colocar o NOME no RAMO e depois a TIA
procurando.

Desta maneira, no momento da reconstituição, não enfrentamos o risco de traduzir


RAMO, NOME em vez de NOME, RAMO.

Para além deste exercício de volta, é claro que este exercício poderá ser útil a você para
fixar números na vida profissional ou escolar.

EXERCICIO Nº 78

Fixe as seguintes palavras:

1 – queijo

2 – gato

3 – revista

4 – chave

5 – bota

6 – passaporte

7 – cerveja

8 – ampola

9 – viola

10 – mesa

11 – janela

12 – trave

99
EXERCICIO Nº 79

Fixe os seguintes números:

1 – 3107

2 – 3541

3 – 2316

4 – 1218

5 – 4320

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Assimile a continuação da tabela de chamadas.

61 – jato

62 – china

63 – gema

64 – jarro

65 – jaula

66 – chuchu

67 – cheque

68 – chuva

69 – juba

70 – casa

Curso Sobre a Memória

O seu maior desafio é se aprimorar para ser... você mesmo.".


Anônimo

EXERCICIO Nº 80

Quais são as palavras da tabela de chamada que correspondem aos seguintes números:

17 –

3–

35 –

100
26 –

12 –

45 –

53 –

42 –

49 –

EXERCICIO Nº 81

Fixe os seguintes números:

3107 –

5312 –

6115 –

2362 –

447 –

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Aprenda o prosseguimento da tabela de chamada:

71 – cota

72 – cana

73 – cama

74 – carro

75 – quilo

76 – queijo

77 – côco

78 – café

79 – copo

80 – fuso

A mnemotécnica, como você já aprendeu, substitui a memória, mas não a desenvolve.

101
Bom, isso não é inteiramente verdadeiro.

É verdade que fixar datas de história pela mnemotécnica não melhora a sua aptidão
para reter datas pela memória pura.

Mas a mnemotécnica, através da sua constante prática, constitui uma excelente


ginástica mental, fazendo com que você se habitue a manejar com rapidez as associações
treinando e desenvolvendo o poder da imaginação e concentração.

Então, você não deve subestimar o interesse da mnemotécnica, que contribui


indiretamente para dar mais eficiência a sua memória pura.

Aprenda agora mais uma lista da continuação da tabela de chamada:

81 – fita

82 – vinho

83 – fumo

84 – vara

85 – vala

86 – ficha

87 – faca

88 – fava

89 – fiapo

90 – poço

EXERCICIO Nº 82

Este exercício tem por finalidade ajuda-lo a desenvolver a sua memória táctil.

Pegue em diferentes amostras de tecidos, de preferência tecidos lisos, porque no inicio é


mais fácil do que com tecidos felpudos.

Tente reconhece-los com os olhos fechados, tocando, apalpando.

Seguidamente, quando tiver conseguido perfeita identificação, faça o mesmo exercício


com amostras de um mesmo tecido mas em qualidades diferentes.

Não esqueça este exercício. Ele poderá ser inútil aos que não encontram utilização na
profissão, mas, efetivamente, a memória táctil pode ajudar acessoriamente em numerosas
circunstancias.

Você também pode fazer este exercício com amostras de papel ou materiais polidos
como mármore, aço polido, vidro e etc.

EXERCICIO Nº 83

Que palavras da tabela de chamada correspondem aos seguintes números:

102
61 –

43 –

57 –

59 –

71 –

74 –

80 –

76 –

Curso Sobre a Memória

A cultura certa fortalece os poderes interiores.".


Horácio

A TABELA DE CHAMADA (continuação)

Chegamos ao fim da tabela de chamada, segue a ultima lista para você memorizar:

91 – peito

92 – pano

93 – puma

94 – pêra

95 – bala

96 – beijo

97 – pico

98 – povo

99 – pipa

100 – taças

A tarefa de memorizar as 100 palavras com certeza lhe pareceu um pouco fastidiosa,
mas o conhecimento da tabela de chamada vai permitir realizar novos empreendimentos.

Para fixar instantaneamente uma serie de números de 2 algarismos

É preciso naturalmente conhecer de cor a tabela de chamada.

103
Suponhamos que você deseja fixar uma serie de números começando por:

12

16

53

...

Este números correspondem as palavras:

Cão

Tina

Tojo

Lima

...

Você tem agora que optar entre dois métodos:

1º - Associar estas palavras em cadeia, pelo método de associação de imagens.

2º - Associar com a própria tabela de chamada, na ordem numérica:

1 – tia – cão

2 – nau – tina

3 – maio – tojo

4 – rei – lima

...

EXERCICIO Nº 84

Fixe em cerca de um minuto a lista dos números seguintes:

47

93

28

51

23

104
41

32

EXERCICIO Nº 85

A que palavras da tabela de chamada correspondem os números seguintes:

71 –

83 –

26 –

31 –

43 –

6–

16 –

54 –

Curso Sobre a Memória

“O estudo em geral, a busca da verdade e


da beleza são domínios em que nos é
consentido ficar crianças toda a vida".
Albert Einstein

O MÉTODO DOS LOCAIS

Este método é mais fácil de aplicar do que a tabela de chamadas, mas se aplica
dificilmente a palavras abstratas e aos números.

No entanto é muito pratico para a fixação de listas de objetos.

Eis em que consiste este método:

Escolha um cômodo da sua casa que conheça perfeitamente, seu quarto, por exemplo.

Atribua um número de ordem a cada uma das partes seguintes:

1 – a porta pela qual entra.

2 – a parede situada à esquerda, ao entrar.

3 – o canto localizado entre a parede esquerda e a parede da frente.

4 – a parede da frente.

105
5 – a janela.

6 – o canto situado entre a parede da frente e a da direita.

7 – a parede da direita.

8 – o canto seguinte.

9 – o assoalho.

10 – o teto.

Para fixar uma lista de objetos em uma certa ordem, por exemplo:

Pão

Gato

Telegrama

Alho

Você deve colocar em imaginação o pão em frente à porta, o gato na frente da parede
da esquerda, o telegrama no canto seguinte ou sobre um móvel que ocupe esse canto, o alho
defronte da parede da frente ou sobre um móvel ali situado, etc.

Como pode perceber você deve associar cada palavra com um locar do cômodo.

Este processo é extremamente simples e a experiência mostra que você fixará sem
dificuldade os objetos assim colocados.

A vantagem deste sistema esta em que ele evita fazer uma verdadeira associação.

Para reter 100 nomes basta escolher dez cômodos ou locais que conheça bem e que
referenciará e adaptará para cada dezena.

Por exemplo:

O seu quarto para os números 1 a 10.

A sala de jantar para os números de 11 a 20.

A cozinha para os números de 21 a 30.

O banheiro para as divisões de 31 a 40.

A varanda para as palavras de 41 a 50.

O escritório para as palavras de 51 a 60.

E assim por diante.

Sendo cada divisão classificada da forma indicada, você poderá executar a volta dos 50
nomes ainda com mais facilidade que pela tabela de chamada, mas com a condição de pedir aos
seus amigos unicamente nomes de objetos concretos.

106
Na pratica, o sistema de locais permite memorizar listas que lhe sejam enumeradas,
mesmo rapidamente.

Se desejar atingir o virtuosismo na utilização da sua memória, o método dos locais vai
ajudá-lo bastante.

Graças a este método, você poderá fixar instantaneamente 100 números de 2 ou 4


algarismos. Fixar a ordem das cartas de um baralho que são folheadas a sua frente em uma
partida, ou, jogar de memória uma partida de damas ou xadrez. Mais adiante você vai saber
como.

De qualquer modo será interessante para você constituir 30 ou 60 locais – o ideal será
100 – e aprende-los gradualmente.

EXERCICIO Nº 86

Elabore uma lista dos 20 primeiros locais e aprenda-a.

EXERCICIO Nº 87

Execute o exercício dos 20 nomes, colocando as palavras em cada um dos locais 1, 2,


3,... (não recorra a tabela de chamadas).

Você vai ver até que ponto se obtêm rápidos resultados com este método.

Segue as palavras

Óculos

Disco

Fotografia

Radiados

Prato

Carta

Boina

Ziper

Almofada

Tesoura

Queijo

Urso

Pato

Cola

107
Pedra

Mascara

Prego

Bolo

Régua

Flauta

Curso Sobre a Memória

“Não sobrecarreguemos nossas


memórias com um peso
que já se foi".
Shakespeare

COMO FIXAR 100 NÚMEROS DE 2 ALGARISMOS OU 100 NUMEROS DE 4


ALGARISMOS

Para reter uma série de números de 2 algarismos, bata associar as palavras


correspondentes a cada numero de 2 algarismos na tabela de chamada a um local determinado
no método dos locais.

Exemplo:

36

29

77

41

Você pode imaginar uma mago (36) em frente da porta do seu quarto olhando um
grande nabo (29) pendurado na parede do lado esquerdo, no canto seguinte está um enorme
côco (77), etc...

Se conhecer claramente a sua Tabela de Chamada e os Locais a rapidez de execução


deste exercício pode ser considerável porquanto não existe qualquer associação a encontrar. É
suficiente representar nitidamente as coisas na imaginação.

Para 100 números de 4 algarismos, basta atribuir 2 palavras-chave a cada local.

Para 3629, por exemplo: na parede esquerda, podemos colocar uma mago (36) em
cima de um nabo (29) que está prestes a esborrachar-se por virtude do peso, e assim
sucessivamente.

Note que quando tiver de associar varias palavras em uma determinada ordem (seja
com uma palavra da Tabela de Chamada, seja com um local), é importante poder reencontrá-las
na ordem exata.

Para isso, adote a ordem lógica de leitura, isto é, da esquerda para a direita ou de cima
para baixo.

108
No exemplo acima é necessário colocar o “mago” sobre o “nabo” para indicar a ordem
por que estão dispostos os algarismos dentro do número: 1º - 36; 2º - 29 (de “cima para
baixo”, na cena imaginada).

Se tiver somente 50 números de 4 algarismos para fixar, pode decompor cada numero
de 4 algarismos em 2 números de 2 algarismos. Cada número de 4 algarismos será
reencontrado tomando a palavra-chave dos locais impares e a do local imediatamente seguinte.

Assim você não terá dificuldades com 10 números de 20 algarismos visto que cada
numero é constituído pelos 10 grupos de 2 algarismos situados em cada local.

EXERCICIO Nº 88

Constitua e referencie mais 20 locais (de 21 a 40) e aprenda-os.

EXERCICIO Nº 89

Fixe, pelo método dos locais, os números seguintes:

74

23

70

92

93

75

24

61

25

64

65

EXERCICIO Nº 90

Fixe os 10 números seguintes, de 4 algarismos, colocando 2 palavras-chave em cada


local:

3281

2362

8334

6541

109
3922

1075

8977

4506

2337

9126

EXERCICIO Nº 91

A figura seguinte é uma reprodução de um quadro de Peter Claesz, pintor holandês do


século XVII.

Para o ajudar a identificar alguns dos objetos ali representados, segue uma lista dos
principais:

Brasas

Copo de vinho

Torta de frutas

Espelho

Livros

Violinos

Flauta

Caderno

Alaúde

Relógio

Colher

Pão

Faca

Tampão

Bolos secos

Cachimbo

Tabaqueira

110
Frasco

Tartaruga

Observe o quadro durante 2 minutos e faça uma classificação como a indicada


anteriormente na lição sobre o assunto.

Atente bem a posição dos objetos no quadro.

Depois de terminar a sua observação, pegue uma folha de papel e escreve o nome de
todos os objetos de que se lembrar, bem como sua respectiva posição no quadro.

Embora este quadro seja de rara complexidade (por isso foi escolhido) você deve ter
êxito neste exercício.

Doze horas após ter executado este exercício em média procure rever atentamente o
quadro novamente para estabelecer uma representação mental exata.

Curso Sobre a Memória

“Ser capaz de apreciar


o que passou é
viver duas vezes".
Marcial

EXERCICIO Nº 92

Fixe, com o método da sua escolha os seguintes números:

3174

2367

3318

2976

4156

111
8188

EXERCICIO Nº 93

Faça instantaneamente e da esquerda para a direita as multiplicações seguintes:

3425173414 x 2 =

346253844 x 2 =

57269357 x 2 =

COMO FIXAR INSTANTÂNEAMENTE UM NÚMERO DE QUALQUER EXTENSÃO

Eis uma forma extremamente fácil de realizar, mas que requer um pouco de treino.
Quando você tiver efetuado 3 a 4 vezes vai domina-la perfeitamente.

Pegue o seguinte numero, por exemplo:

5.766.168.708.141

Primeiramente separe-o em grupos de 2 algarismos:

5.76.61.68.70.81.41

Agora elabore uma cadeia de palavras com base na Tabela de Chamada:

Leão, queijo, gato, chuva, casa, búzio, roda.

Memorize esta lista simplesmente usando o método de associação de imagens.

Este método permite fixar facilmente e instantaneamente um número de 20 ou 30


algarismos ou três números de 8 a 10 algarismos.

COMO RE-JOGAR DE MEMÓRIA UMA PARTIDA DE DAMAS OU DE XADREZ

Para damas, visto que cada pedra se desloca de uma “casa” para a outra, pode-se
codificar a sua deslocação indicando o numero da “casa” onde se encontrava e o numero
daquela onde for depois desta.

O conjunto da partida pode, pois codificar-se do seguinte modo: 16 – 22; 37-31, etc.

Basta agora que aplique um dos métodos que tem sido exposto para fixar todos os
“movimentos” de cada partida.

Em relação ao xadrez o método é um pouco menos preciso porque os “peões” tem uma
denominação diferente: no entanto, o método é perfeitamente aplicável.

EXERCICIO Nº 94

Aprenda 20 novos locais, de 41 a 60.

EXERCICIO Nº 95

112
Pelo método dos locais, tente fixar a ordem por que são lançadas na mesa 10 cartas de
um baralho, associando a imagem de cada carta ao local respectivo, por ordem.

Com um pouco de treino, obterá apreciável desenvolvimento neste exercício.

COMO FIXAR ANOTAÇÕES EM UMA CONFERÊNCIA

Se o evento for uma exposição ou comunicado que você precisa fazer, o ideal é que
você divida o conteúdo em certo numero de partes onde cada parte possa ser sintetizada em
uma palavra.

Estas palavras-chave são facilmente memorizáveis através da Tabela de Chamada.

Se você for dar um discurso, poderá multiplicar as divisões ou palavras chaves


dependendo do tempo do seu discurso em até 100 palavras, já que dispõe de 100 “ganchos” na
Tabela de Chamada.

Inversamente, se você for assistir uma conferencia ou um discurso, como não conhece
antecipadamente o respectivo conteúdo vai proceder com base em pequenos fragmentos.

Assim que o orador tenha utilizado ou exposto uma idéia-chave, você vai associá-la a
Tabela de Chamada e assim sucessivamente.

Poderá então lembrar facilmente quando chegar em sua casa ou no escritório toda a
conferência por escrito, graças as associações que fez na Tabela de Chamada.

Algumas pessoas podem obter mais êxito aplicando o método das localidades:
experimente e verifique qual o sistema que melhor lhe convém.

Quando se pretende fixar por métodos mnemotécnicos palavras abstratas é preciso


substituí-las rapidamente por palavras concretas ou por imagens concretas que elas possam
invocar. A formação das associações e das imagens se torna então mais fácil. Exemplos:

Guerra: pode substituir por uma estátua de Marte (Deus da Guerra) ou por uma bomba.

Fome: por um homem magro, faminto.

Curso Sobre a Memória

“A vida é um monte de pequenas coisas".


Oliver Wendell Homes

COMO FIXAR TARIFAS, HORÁRIOS DE COMBÔIOS, AVIÕES, ETC.

O Sistema das articulações numéricas proporciona uma retenção fácil de horários.

Assim facilmente você pode fixar as horas de partida para certas localidades que lhe
interessarem. Basta traduzir os 4 algarismos que indicam a hora em consoantes e delas formar
uma palavra, exemplo:

Pode-se formar a palavra: “um taco na mala”

Você pode usar também as palavras da Tabela de Chamada:

113
“NORA” e “MOLA”

Para fixar tarifas você pode:

» Utilizar as palavras da sua própria Tabela de Chamada;

» Constituir palavras usando a técnica das articulações numéricas;

» Combinar os dois métodos.

Você deve encontrar agora entre as técnicas que conhece a melhor maneira que se
adapte ao seu caso especifico.

EXERCICIO Nº 96

Aprenda 20 novos locais, de 61 a 80.

EXERCICIO Nº 97

Imaginemos que as idéias de uma conferência são:

» Desequilíbrio orçamental

» Inflação

» Alta dos salários

» Aquisição de bens de consumo pelos trabalhadores

» Crescimento da procura

» Alta de preços

» Greves

» Alta de preços de revenda

» Fecho dos mercados estrangeiros

» Saídas de ouro

Encontre imagens materiais que simbolizem estas idéias e retenha-as pelo método das
associações em cadeia ou pela Tabela de Chamada. Você pode usar também o método dos
locais.

EXERCICIO Nº 98

Aprenda, por método à sua escolha, as horas de partida e de chegada de cinco viagens
que possa vir a fazer.

UTILIZANDO SEUS MOMENTOS DE ÓCIO

Já afirmei que sua memória será um instrumento dócil e fiel na medida direta da sua
confiança nela e na freqüência que a utilizar.

114
Não se torne escravo de uma agenda ou de um bloco de anotações que consulta dez
vezes por dia.

Pelo contrário, em vez de consultar a sua agenda, recorra a sua memória dez vezes por
dia e isso o tornará mais confiante e sua memória vai melhorar constantemente.

Você executou até agora alguns exercícios que possibilitaram treinar com certa
regularidade sua memória para melhor comportamento e eficácia da mesma.

Dedicar seu tempo na realização dos exercícios que tem aprendido já é bom, mas você
pode também aproveitar todos os momentos de ócio do dia a dia – durante os períodos de
deslocação ou de transporte, ou durante os momentos e espera, por exemplo.

Vamos agora responder as seguintes perguntas:

» Que podemos fazer nos momentos de ociosos do nosso dia a dia?

» Como transforma-los em momentos produtivos?

Vamos às respostas possíveis, basta a você escolher?

1 – Rever mentalmente as noções que aprendeu, recentemente ou não: recitará um


poema ou recordará uma passagem de prosa, reverá datas que fixou por diferentes métodos
que aprendeu.

2 – Fará uma recapitulação, tão completa quanto possível do que leu ou fez ontem ou
hoje, durante o dia.

3 – Pode efetuar uma revisão de tudo que deverá fazer no dia de amanhã. Depois, na
semana seguinte e assim sucessivamente.

4 – Pode praticar um jogo de observação com as vitrines, os rostos ou os movimentos


que durante uns instantes estão sob sua vista.

5 – Pode fazer exercícios de cálculo mental.

O essencial é “pôr a render” esses 5, 10, 15, 20 minutos diários de “tempo morto”.

Adote, pois a seguinte regra:

Suprima os seus momentos de ócio: utilize-os para treino das suas funções cerebrais.

EXERCICIO Nº 99

Aprenda, depois de a ter constituído ou elaborado a lista dos últimos 20 locais (81 a
100).

EXERCICIO Nº 100

Amanhã, utilize seus momentos de ócio conforme aprendeu.

CONCLUSÃO

Neste momento sua memória pura melhorou consideravelmente. Sua capacidade de


concentração está certamente mais estável e fácil. Consequentemente você se encontra capaz
de explorar os recursos do seu cérebro.

115
Além disso você conhece a mnemotécnica, cujos princípios permitem fixar sem esforço
listas, nomes, números, horários, etc.

Combinando equilibradamente mnemotécnica e memória pura, você terá a seu dispor


um utensílio extraordinário, na sua vida profissional ou escolar.

Poderá acumular conhecimentos e utilizar em seu beneficio a superioridade que adquiriu


graças ao treino e formação de sua memória.

Qualquer que seja a sua idade, agora pode dizer que tem uma memória mais flexível e
fiel, estará sempre aumentando seu valor pessoal. Aproveite-a, pois para alargar seus
conhecimentos.

Aprender coisas novas é para os jovens dispor de meios de ação suplementares,


indispensáveis hoje para quem quer triunfar. E para os menos jovens, aprender é obter a
certeza de que não está paralisado, é mostrar-se ativo, dinâmico e capaz e aumentar o seu valor
pessoal. Quando se procura aprender mais, quando se tenta aprofundar os seus conhecimentos
neste ou naquele ramo, fica-se jovem de espírito.
Medo: por uma criança aterrorizada.

116

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