Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Campos
Rosa M. E. Costa
Neide Santos
Fundamentos
da Educação a Distância,
Mídias e Ambientes Virtuais
Juiz de Fora
Editar
2007
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados ao Ministério da Educação – MEC,
Secretaria de Educação a Distância – SEED.
Instituição
CECIERJ - Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio
de Janeiro – Consórcio CEDERJ
Autores
Fernanda C.A. Campos - DCC/ICE/UFJF – Doutora em Engenharia de Sistemas e
Computação
Rosa M. E. da Costa – IME/UERJ - Doutora em Engenharia de Sistemas e Computação
Neide Santos – IME/UERJ - Doutora em Engenharia de Produção
Impressão
Editar Editora Associada
Rua Alfredo Teixeira Lopes, 340, Jardim do Sol, Juiz de Fora, MG - 36062- 030
Tel (32)3213-2529
ISBN 978-85-88279-67-4
CDU: 378.155
CDD: 378.17
ii
Apresentação
A Educação a Distância - EAD - representa uma oportunidade para muitos excluídos dos
processos tradicionais de ensino das Universidades brasileiras e um desafio para educadores
e gestores.
O Ministério da Educação - MEC, através da Secretaria de Educação a Distância – SEED, em
parceria com as Universidades públicas vem promovendo projetos que buscam atender às
demandas por curso de qualidade, que sejam inclusivos e que atinjam profissionais em
serviço.
Nesse contexto a formação de professores conteudistas e gestores para atuarem em projetos
de EAD é uma prioridade. O CEDERJ, atendendo ao convite da SEED para liderar o Programa
Inter-Institucional de Capacitação em EAD para o Sistema UAB, elaborou a proposta de um
curso de capacitação de 180 horas para docentes e técnicos das IFES que irão implantar
cursos de graduação e de especialização a distância.
Esse curso de formação de professores e técnicos é constituído de três módulos seqüenciais
cujos principais tópicos englobam: Fundamentos de EAD, Mídias e Ambientes Virtuais,
Construção de Material Didático Impresso e Desenvolvimento de Cursos com Foco no Aluno.
Esse texto aborda o primeiro módulo do curso e discute os conteúdos básicos que embasam a
elaboração de material didático para cursos a distância. Em função do modelo de Educação a
Distância a ser implementado dentro da proposta do Sistema UAB, onde desempenham
importante papel pólos municipais ou estaduais, tutoria presencial e tutoria a distância, gestão
do sistema e interatividade, é fundamental que a socialização das experiências entre os
participantes tenha prioridade, através do compartilhamento de relatos, textos de interesse
comum e busca incessante da construção do conhecimento.
Os autores agradecem ao CEDERJ o convite e a oportunidade de elaborar esse texto e
esperam que o seu uso contribua para a disseminação da Educação a Distância de qualidade,
que rompa as barreiras geográficas, temporais e tecnológicas que separam professores e
alunos e que leve o Brasil a se orgulhar mais de sua Educação.
Os autores
iii
Sumário
Parte I
Fundamentos de EAD 01
1.1 Educação a Distância 01
1.1.1 Introdução 01
1.1.2 Histórico 02
1.1.3 Conceitos 04
1.1.4 Legislação brasileira 06
1.2 Teorias de aprendizagens aplicadas à EAD 07
1.2.1 Comportamentalismo 07
1.2.2 Construtivismo 08
1.2.3 Sócio-Interacionismo 09
1.3 Referenciais de qualidade em EAD 10
Parte II
Mídias e Plataformas de EAD 12
2.1 Mídias para EAD 12
2.2 Plataformas de EAD 17
2.3 Educação a Distância Baseada na Web 19
2.4 Aprendizagem cooperativa 22
Parte III
Material didático para EAD 28
3.1 Projetos de EAD 28
3.1.1 Gestão e equipe multidisciplinar 31
3.2 Produção de material didático para EAD 33
3.2.1 Material impresso 34
3.2.2 Material para a Web 35
3.2.3 Construindo materiais didáticos 39
Referências Bibliográficas 41
Apêndice 44
iv
Parte I
Fundamentos de EAD
1. Educação a Distância
1.1 Introdução
Uma das causas da exclusão social no Brasil é a impossibilidade de formação profissional fora
dos centros urbanos, que sempre discriminou os jovens que não podem se deslocar das suas
cidades do interior dos Estados para estudar num campus universitário, ou que mais
recentemente, não têm como arcar com as mensalidades das instituições particulares. A
Educação precisa ser inclusiva, com qualidade e acontecer ao longo de toda a vida.
Em um país como o Brasil, onde os níveis de escolaridade são desiguais, a Educação a Distância
– EAD - mostra-se como valioso meio de diminuir as distâncias geográficas e propiciar
transformações sociais e econômicas através do crescimento do nível de escolaridade da
população.
A EAD é uma alternativa indispensável para os avanços das soluções educacionais que visam
democratizar o acesso ao ensino, elevar o padrão de qualidade do processo educativo e
incentivar o aprendizado ao longo da vida. Para o efetivo uso desse modelo condições de infra-
estrutura, inovações e metodologias são necessárias (Campos, Santos e Braga, 2003).
A Educação a Distância pode viabilizar a formação de pessoas que vêm sendo excluídas do
processo educacional tradicional por questões de localização ou por indisponibilidade de tempo
nos horários tradicionais de aula. A EAD, segundo Neves (2002), não é um modismo: é parte de
um amplo e contínuo processo de mudança que inclui não só a democratização do acesso a
níveis crescentes de escolaridade e atualização permanente como, também, a adoção de novos
paradigmas educacionais.
Tendo em vista o rápido avanço tecnológico que estamos vivenciando e o advento de novos
meios de comunicação, muitas instituições vêm procurando integrar suas práticas tradicionais com
este novo modelo educacional. Por sua vez a Lei de Diretrizes e Bases - LDB nº 9.394/96 valoriza
a qualificação dos profissionais, destaca a possibilidade de capacitação em serviço, utilizando,
para isso, os recursos da Educação a Distância.
1
O desenvolvimento de cursos a distância exige mudanças profundas no modelo didático-
pedagógico vigente. Neste sentido, várias questões associadas a estas mudanças continuam em
aberto e vão desde a escolha dos recursos a serem utilizados, passando por questões
relacionadas às estratégias de apresentação dos conteúdos e a questões de avaliação da
qualidade dos cursos.
Esse texto foi elaborado com o objetivo de integrar um curso de formação de professores e
técnicos conteudistas e gestores para atuarem e implantarem projetos de graduação e de pós-
graduação lato-sensu à distância. A proposta é apresentar os fundamentos básicos da Educação
a Distância que embasam o aprofundamento dos estudos sobre a elaboração e avaliação de
material didático.
Como grande parte do sucesso de um curso a distância está em sua mobilidade e integração
entre os participantes, professores, tutores e alunos, esse texto deverá ser complementado com a
construção coletiva de uma biblioteca de textos, com o relato e a troca de experiência sobre os
temas abordados e a busca incessante da construção de uma comunidade virtual de
aprendizagem.
Relate para seus colegas e tutores uma experiência que você já teve como professor, tutor ou aluno de
um curso a distância.
1.1.2 Histórico
2
Nesta época, as ferramentas de produtividade (editores de texto, bancos de dados, editores
gráficos, planilhas eletrônicas, etc) tornaram-se populares nos meios educacionais devido ao
surgimento das interfaces gráficas e da conseqüente facilidade de uso. Estes programas, também,
não causaram o impacto esperado na Educação.
3
do Consórcio CEDERJ do Estado do Rio de Janeiro (http://www.cederj.edu.br/cecierj/), na
formação de um grande número de profissionais em diferentes cursos e em vários pólos, e tantas
outras ações e projetos que vêm se consolidando como casos de sucesso na formação de
profissionais em serviço. O Estado de Minas Gerais se destacou ao patrocinar o Projeto Veredas
para formação superior de professores dos anos iniciais do ensino fundamental.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil foi criado em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais
pela Educação, para a articulação e integração de um sistema nacional de Educação superior a
distância, em caráter experimental, visando sistematizar as ações, programas, projetos, atividades
pertencentes as políticas públicas voltadas para a ampliação e interiorização da oferta do ensino
superior gratuito e de qualidade no Brasil. É uma parceria entre consórcios públicos nos três
níveis governamentais (federal, estadual e municipal), universidades públicas e demais
organizações interessadas.
O que você pensa sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil? Seus objetivos serão alcançados? Os
investimentos são suficientes?
1.1.3 Conceitos
4
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB no art. 47, § 3º define que a Educação a Distância
deve ser compreendida como a atividade pedagógica que é caracterizada por um processo de
ensino-aprendizagem realizado com mediação docente e a utilização de recursos didáticos
sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação
e comunicação, os quais podem ser utilizados de forma isolada ou combinadamente, sem a
freqüência obrigatória de alunos e professores.
O Decreto n° 5622, de 19 de dezembro de 2005, em seu artigo 1º, define Educação a Distância
como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias da informação e da comunicação,
com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos
diversos. Esse decreto ressalta ainda que a Educação a Distância organiza-se segundo
metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar previsto a obrigatoriedade
de momentos presencias.
A literatura trás uma grande diversidade de definições para EAD, entretanto, é possível perceber
que há um conjunto de características comuns e que podem ser assim sumarizadas (Nunes,
2005):
5
Procure na Web ou em materiais impressos uma outra conceituação de Educação a Distância ou escreva
uma com suas próprias palavras.
Em 11 de janeiro de 2007 foi publicada pelo MEC a Portaria Normativa n.º 2, que dispõe sobre os
procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a distância.
Os cursos de graduação a distância propostos pelas instituições são avaliados de acordo com os
mesmos procedimentos empregados para os cursos presenciais submetidos, sendo que a
qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise da Comissão. Para orientar a
elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a Secretaria de Educação a
Distância elaborou o documento Referencial de qualidade de EAD para Cursos de Graduação a
Distância, disponível no site do Ministério da Educação para consulta
(http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=62&Itemid=191).
6
Você acredita que a EAD contribuirá para transformar a realidade da Educação no Brasil? E no seu
Estado, o que pode mudar com a maior disseminação da EAD?
Baseado nas teorias, o professor define as etapas do processo de ensino e aprendizagem, prevê
as atividades a serem realizadas pelos alunos e como elas devem ser realizadas, as formas de
acompanhamento do trabalho do aluno e a política de avaliação adotada.
Três teorias de aprendizagem têm sido consideradas as mais representativas das correntes atuais
do pensamento educacional:
• Comportamentalismo
• Construtivismo
• Sócio-Interacionismo
1.2.1 Comportamentalismo
Entende que o homem é um organismo passivo, governado por estímulos fornecidos pelo
ambiente externo (Skinner, 1974). O comportamento é o que pode ser observado e tudo o que
responde a mudança em contingências de reforço. A aprendizagem é descrita como um
repositório de comportamentos que se manifestam a partir de um estímulo particular e da
probabilidade de um comportamento especializado.
O reforço é o elemento mais importante do processo de ensino, mas não é somente a presença
de estímulos ou da resposta que leva à aprendizagem, mas a presença das contingências de
reforço. A aprendizagem seria tudo que pode ser observável através da mudança persistente no
comportamento do aluno em decorrência de estímulos e reforços positivos.
7
As situações educacionais baseadas nas teorias comportamentalistas têm o foco na instrução
individual. A finalidade do processo educacional é levar o aluno a apreender conteúdos
curriculares, basicamente por memorização das informações fornecidas pelo professor. Não são
considerados os interesses e as motivações individuais. O feedback deve ser constante e a
avaliação é, de um modo geral, individual e através de testes objetivos. A interação e cooperação
entre alunos não são aspectos fundamentais para a aprendizagem.
O material didático pode incluir vídeos, textos, guias para o estudante e sites Web. Os ambientes
integrados visam apoiar a criação e aplicação de cursos à distância, se apresentando como
solução de baixo custo e longo alcance tanto para a implementação de programas de educação
continuada, como para apoio do processo de estudo de conteúdos curriculares na educação
formal (Alves, 2001).
1.2.2 Construtivismo
8
exploração livre; ou (ii) o objetivo educacional a ser atingido é uma tarefa a ser cumprida. Para
tanto, ele tem acesso a um conteúdo curricular. Espera-se que o aluno aprenda por recepção
direcionada, exposição indutiva e/ou exposição dedutiva.
Este cenário não tem sido muito utilizado em sala de aula porque o professor não foi formado para
adotá-lo. Mas, a Internet pode ajudar na construção de tal cenário, através de sites de estudo,
portais temáticos e ferramentas de comunicação disponíveis. Neste caso, cabe ao professor
estruturar ou selecionar o material didático, segundo seus critérios. Não é previsto o controle da
navegação, a captura de indicadores sobre a atuação do aluno ou algum tipo de avaliação. O
controle do aprendizado cabe ao aluno, ficando à sua escolha como percorrer a informação
disponível.
Neste contexto, a distância pode ser vista como um elemento positivo para o desenvolvimento da
autonomia na aprendizagem, permitindo que o estudante assimile conhecimento no seu próprio
ritmo. Já os portais temáticos reúnem em um mesmo espaço virtual informações selecionadas
sobre um determinado assunto ou campo do conhecimento, oferecendo formas de comunicação
entre seus usuários e podem dispor serviços de busca, de FAQ (Frenquently Asked Questions),
etc.
1.2.3 Sócio-interacionismo
A construção do conhecimento é uma construção coletiva, marcada pela história e pela cultura. O
desenvolvimento cognitivo é apoiado na concepção de um organismo vivo, onde o pensamento é
construído gradativamente em um ambiente histórico e, em essência, social (Vygotsky, 1989). A
interação social possui um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo e toda função no
desenvolvimento cultural do sujeito aparece primeiro no nível social, entre pessoas, e depois no
nível individual, dentro do próprio sujeito. A aprendizagem é resultado das interações sociais e um
processo social contínuo.
9
As situações educacionais desenvolvidas segundo a ótica sócio-interacionista utilizam os espaços
de trabalho cooperativo e de expressão do grupo. Quando se deseja transpor estas situações
para a Internet pode-se utilizar:
• material didático
• grade curricular
• formas de comunicação
Os indicadores sugeridos não têm força de lei, mas servem para orientação e devem merecer a
atenção das instituições que preparam seus programas de graduação à distância. Esses
indicadores são:
10
• integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino
superior como um todo e para o curso específico;
• infra-estrutura de apoio;
• convênios e parcerias;
Que características de um projeto de Educação a Distância você identifica como fundamentais para o seu
sucesso?
ANOTAÇÕES
11
Parte II
Mídias e Plataformas de EAD
2.1 Mídias para EAD
Estamos em uma era onde a Educação exige ciclos constantes e respostas imediatas, não mais
delimitadas pela sala de aula. Neste panorama a incorporação de novas metodologias, técnicas e
mídias à EAD viabilizam o desenvolvimento de cursos bem elaborados, com a intenção de
superar a separação física existente entre professor e aluno e procurando melhorar a
interatividade entre eles.
As primeiras redes de computadores surgiram no final dos anos 60 e início dos anos 70, sendo
conhecidas como tecnologias de Redes Locais (LANs - Local Area Networks). Estas redes eram
compostas por computadores menores e mais baratos e pela necessidade de compartilhamento
de dados e informações. Porém, as várias tecnologias de Redes Locais não eram compatíveis.
Começavam então a ser construídas as chamadas WANs (Wide Area Networks), que conectavam
computadores distantes geograficamente. No entanto, LANs e WANs eram incompatíveis entre si.
A questão pendente era como maximizar o uso de recursos computacionais e compartilhar dados
geograficamente remotos, com compatibilidade, segurança e rapidez. No final de 1970, usando
tecnologias variadas, surge o projeto ARPA (Advanced Research Projects Agency), visando
resolver os problemas de incompatibilidade das redes. O principal aspecto das pesquisas do
ARPA era um enfoque novo para interconectar LANs e WANs, que se tornou conhecido como
Internet.
12
É relativamente recente o desenvolvimento de diferentes tecnologias que permitiram o avanço da
Internet e consequentemente da World Wide Web – Web, o serviço mais conhecido e utilizado
dessa tecnologia. O compartilhamento de canais de informação, a digitalização de imagens e
sons, a possibilidade de acesso simultâneo de diversos usuários a mesma fonte de informação, as
interfaces gráficas, entre outras, forneceram a infra-estrutura necessária para a consolidação do
hipertexto como principal forma de apresentar e recuperar material didático e outro tipo de
informação nos sistemas de Educação a Distância da Internet.
Com as redes de computadores o envio e busca de textos se faz com maior rapidez. A Web
permite que não só seja agilizado o processo de acesso a documentos textuais, mas também a
gráficos, fotografias, sons e vídeos, de forma não-linear usando a tecnologia de hipermídia. O
correio eletrônico permite que as pessoas se comuniquem assincronamente, enquanto que chats
ou bate-papos permitem a comunicação síncrona entre várias pessoas. Neste caso, as novas
tecnologias permitem também a realização de videoconferências, integrando componentes
audiovisuais e textuais.
13
aos propósitos da interação. A prática de EAD mostra que dentre as ferramentas síncronas mais
utilizadas em EAD estão o Chat e Vídeo-Conferência e entre as ferramentas assíncronas se
destacam o e-mail, o fórum de discussão, a lista de discussão e o quadro de avisos. Podemos
considerar que as mídias que concentram as maiores possibilidades para a elaboração de
material didático, tanto na forma impressa, quanto em CD-ROM e na Web são: textos, figuras,
animação, vídeos, multimídia e hipermídia, Realidade Virtual e objetos de aprendizagem.
EAD
Comunicação Mídias
Vídeo Quadro
Chat Conferência Fórum E-mail Aviso
Objetos
Aprendizagem Hipermídia Realidade
Virtual
Vídeo Animação
... Figura Texto
A tecnologia de Realidade Virtual – RV - vem se destacando nos últimos anos por sua
versatilidade de exploração em diferentes domínios do conhecimento. Através de técnicas e
equipamentos específicos, tais como óculos 3D, luvas e rastreadores de posição, a tecnologia de
RV permite ao usuário o uso do computador de uma forma mais intuitiva, criando a sensação de
estar dentro da interface. Os equipamentos captam os movimentos dos usuários e respondem em
tempo real, favorecendo uma interação mais realística e gerando sensações próximas àquelas
14
experimentadas em ambientes reais similares. Entretanto, as aplicações mais comuns ainda são
aquelas que utilizam a tela plana do computador para a visualização das cenas 3D.
A RV pode ser usada na EAD para que possamos aprender visitando lugares onde jamais
estaríamos na vida real, ou realizando atividades que seriam impossíveis ou perigosas de serem
realizadas ao vivo. Os ambientes virtuais 3D promovem uma experiência individual, em primeira
pessoa, o que facilitaria o aprendizado de novos conceitos. Atualmente, a evolução das redes e
dos equipamentos de hardware têm contribuído para ampliar o escopo das aplicações de RV.
Vários pesquisadores vêm desenvolvendo aplicações que poderiam ser utilizadas em cursos a
distância, tais como simulações de eventos físicos. ou museus virtuais
(http://www.louvre.fr/llv/musee/visite_virtuelle.jsp?bmLocale=fr_FR). Neste caso, temos como
exemplo, o trabalho desenvolvido por Cardoso (2004), que criou uma plataforma para a simulação
de eventos de física, onde o aluno pode controlar as variáveis envolvidas nas experiências de
mecânica, ótica ou eletrônica. No caso da mecânica, o usuário pode controlar uma simulação de
movimento de objetos, onde ele pode variar o tipo de piso, ou o peso do carrinho e assistir a sua
movimentação.
Procure saber mais sobre as mídias para materiais didáticos na Web e suas possibilidades de uso nas
suas áreas de interesse.
Objetos de aprendizagem são quaisquer recursos digitais que possam ser reutilizados para
suporte ao ensino. De acordo com o Learning Objects Metadata Workgroup, Objetos de
Aprendizagem podem ser definidos por "qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser
utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias"
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Objeto_de_aprendizagem).
De acordo com a Wikipedia, a reusabilidade é obtida com o armazenamento lógico dos objetos,
permitindo que eles sejam localizados a partir da busca por temas, por nível de dificuldade, por
autor ou por relação com outros objetos em repositorios.
15
Os objetos de aprendizagem são vistos como peças–chave para a melhoria da qualidade do
oferecimento de material didático e como uma solução eficiente para os problemas de
padronização e redução de custo de desenvolvimento de conteúdo na medida em que podem ser
reutilizados (Perpétuo et al., 2004).
Clark (1998) cita dois tipos de objetos de aprendizagem: (a) objetos de informação ou de
conhecimento e (b) objetos instrucionais. Os objetos de informação são partes apresentações,
necessários à entrega de conteúdos como fatos, conceitos, processos, procedimentos e
princípios. Os objetos instrucionais correspondem a objetivos de aprendizagem, exercícios
práticos e feedback. Eles podem também incluir simulações, materiais multimídia e jogos
educativos.
Procure na Web repositórios de objetos de aprendizagem e identifique alguns que possam ser
reutilizados em sua disciplina. Quais características de qualidade um objeto de aprendizagem deve ter?
16
Segundo Aquino (2006), atualmente, vivemos a passagem da Web 1.0 para a Web 2.0 com o
surgimento de ferramentas que permitem a escrita coletiva via hipertexto. Estas ferramentas são
os blogs e a Wikipédia
Os blogs são páginas pessoais extremante populares nos dias de hoje. Para Aquino (2006):
O que caracteriza o blog como uma ferramenta de caráter coletivo é a possibilidade que os leitores de
um blog têm de inserir comentários, e consequentemente links, nestes espaços. Além disso, os
blogueiros linkam em seus blogs, os blogs de outros indivíduos, bem como diversos sites, o que forma
uma espécie de comunidade entre os blogueiros e uma modificação na rede hipertextual como um todo,
através da linkagem de outras páginas (é o usuário comum interferindo na morfologia da Rede). Assim,
ainda que o leitor não se torne um co-autor efetivo, já que não interfere no post, ele pode se tornar um
colaborador do dono do blog, já que pode fazer sugestões, críticas, e comentários, através de textos e
links, no comentários.
A Wikipedia é um hipertexto coletivo por excelência. O sistema funciona através de um script
instalado no servidor, o que permite que qualquer usuário da Internet altere ou edite, sem que seja
necessária a autorização do autor, as páginas de informação. Cada alteração realizada
permanece salva dentro do sistema, podendo ser verificada retrospectivamente. De acordo com
Primo e Recuero (2003, in Aquino, 2006), cada alteração, cada inclusão de link dentro de um
verbete da Wikipedia modifica toda sua rede hipertextual e dessa forma constrói-se um hipertexto
do tipo cooperativo.
17
É necessário que as plataformas de EAD ofereçam o máximo de interatividade, usabilidade,
integridade e desempenho para os seus usuários, sendo que a interatividade é um ponto crítico,
pois não se trata somente de dar suporte às interações de ensino-aprendizagem entre alunos,
professores, material didático e instituição de ensino. Trata-se também de possibilitar a formação
de uma comunidade virtual que facilite a convivência social e a colaboração em grupo.
As plataformas de EAD podem ser então definidas como uma coleção de ferramentas para
criação de material educacional, gerenciamento da participação do aluno, testes e avaliações,
enfim tudo que é necessário em um ambiente de ensino/aprendizagem, incluindo as
funcionalidades necessárias para a comunicação entre os participantes do processo.
As ferramentas e funcionalidades das plataformas de EAD têm que facilitar a sua utilização por
todos os atores do processo educativo: suporte, coordenadores, professores, tutores e alunos.
Para esses diferentes usuários o software deve oferecer visões específicas, que se refletem na
permissão do acesso às funcionalidades: o pessoal do suporte tem o acesso mais amplo, os
coordenadores, professores e tutores, geralmente têm acesso às ferramentas de edição,
gerenciamento de avaliação e acompanhamento de participação, e os alunos, em geral, têm
acesso às funcionalidades associadas às suas atividades educacionais.
• Oferecer ferramentas para disponibilizar material didático virtual para os alunos e links
para outros sites na Web;
18
• Apoiar projetos à distância e presenciais que utilizem as plataformas como apoio;
No ambiente virtual a aprendizagem não pode ser passiva. A construção do conhecimento deve
ser o resultado de um processo coletivo, através de um processo ativo de aprendizagem. Os
estudantes não são apenas responsáveis pela sua conexão, mas também devem contribuir com o
processo de aprendizagem por meio do envio de mensagens com seus pensamentos e suas
idéias. Ao fazerem isso, alunos e professores estão criando uma rede de aprendizagem, onde os
fios são compostos pela interação entre eles (Palloff & Pratt, 2002 in Araújo e Filho, 2005).
Com o avanço das tecnologias digitais móveis têm surgido propostas de incorporação desses
dispositivos aos ambientes educacionais virtuais. Esses projetos podem mudar o paradigma da
formação de Comunidades Virtuais de aprendizado, a custos acessíveis, em projetos de
Educação a Distância. Esses ambientes utilizam dispositivos móveis como interface de acesso a
um conjunto de serviços na Web, que garantem a interoperabilidade e a interação entre diferentes
recursos e uma interação entre os usuários diversificada em termos de opções de dispositivos e
computadores.
Nesse processo deve participar uma equipe multidisciplinar composta de todos os envolvidos no
projeto e mais a equipe de suporte à plataforma e os seguintes itens devem ser considerados
(Fernandes, 2007):
19
• Extensibilidade: outro quesito importante é a extensibilidade das plataformas de EAD, isto
é, a capacidade da plataforma de aceitar novos módulos à sua estrutura. Esta
característica é essencial para a prática da EAD que evolui constantemente.
• Recursos: grande parte de uma plataforma de EAD é composta pelos recursos que ela
possui. São estes recursos que vão proporcionar a interação entre os envolvidos no
processo de aprendizagem e na difusão do conteúdo a ser apresentado.
• Usabilidade: uma plataforma rica em recursos pode não ser adequada se estes recursos
não são apresentados ao usuário de forma clara e fácil. Um dos maiores empecilhos à
difusão de uma plataforma é o fato de que nem todos os usuários possuem um
conhecimento mínimo para utilizar a Internet. A interface e a navegabilidade do sistema
devem utilizar os conceitos de usabilidade para se tornar de fácil uso e compreensão,
incluindo os usuários mais inexperientes e os portadores de necessidades especiais.
Gatti (2005) considera que a interatividade, uma das principais qualidades de programas de EAD,
deve ser constante, continuada, atenciosa e cuidada. Segundo a autora a interatividade deve ser
propiciada por diferentes meios no mesmo programa: momentos presenciais coletivos, Internet,
telefone, videoconferências, tele-salas, teleconferência, etc.
A utilização da Web vem sendo cada vez mais usada para apoiar a realização das atividades dos
cursos de EAD e isto se deve, às diferentes formas de comunicação que as redes oferecem e nos
diferentes níveis de interação entre os atores do processo educacional. Essas diversas formas de
comunicação podem ser resumidas em:
20
• Comunicação de um para um: os participantes de uma aula apoiada na Web podem
conversar entre si privativamente através de e-mail (forma assíncrona) ou de chats on-line
(forma síncrona), a utilização do e-mail permite a troca de documentos complexos, já os
chats limitam esses arquivos, quando muito, a imagens; outra possibilidade é a utilização
da vídeoconferência.
• Comunicação de um para muitos: São apresentações on-line ou anúncios, que podem ser
colocados em quadros de aviso, listas de discussão ou até mesmo em sessões de chat
com a presença de todos.
• Comunicação de muitos para muitos: Esse tipo de comunicação é facilitada por diversos
recursos da Web, como por exemplo, chats on-line, listas de discussão e conferências de
áudio e vídeo.
A exploração dos recursos disponíveis na Web vem permitindo a criação de ambientes virtuais
ricos em estímulos para a aprendizagem. Estes ambientes permitem que se aprenda de forma
explorativa e automotivada, num ritmo próprio movido apenas pela vontade e pela capacidade de
aprender (Chaves, 2005). A flexibilidade da Web cria várias situações de uso, distribuídas no
tempo e na localização dos atores envolvidos, como observado na Figura 4 (Ferraz, 1999).
21
MESMO LOCAL OCASIONALMENTE LOCAIS DIFERENTES
MESMO LOCAL
HORÁRIOS Alunos e professores nunca se
DIFERENTES encontram fisicamente ou
virtualmente. Exemplo: quando o
material é distribuído via Web e usado
o e-mail para mediar a comunicação
OCASIONALMENTE Quando os cursos Quando encontros face-a- Alunos e professores estão muito
NO MESMO tradicionais em sala de face ocorrem apenas no distantes fisicamente, porém ocorrem
HORÁRIO aula são combinados com início e no final do curso, encontros virtuais esporádicos.
listas de discussão para sendo os demais encontros Exemplo: chats ou bate-papos
que os alunos possam realizados de maneira
tirar dúvidas virtual
MESMO HORÁRIO Alunos e instrutores não se encontram
no mesmo lugar (fisicamente), mas os
encontros ocorrem ao mesmo tempo
de maneira virtual, tal como ocorrem
nos sistemas de videoconferência
22
histórico de acesso ao ambiente, notas, freqüência por seção do ambiente visitado,
histórico dos artigos lidos e mensagens postadas para o fórum e correio,
participação em sessões de chat e mapas de interação.
Avaliação (online) Esta ferramenta envolve as avaliações que devem ser feitas ou postadas pelos
estudantes e recursos online para que o professor corrija as avaliações. Fornece
informações a respeito das notas, registro das avaliações, tempo gasto para
resposta etc.
Figura 5 - Ferramentas das Plataformas de EAD e suas aplicações
(Campos e Giraffa ,1999 in Pimentel, 2006 ).
Quais ferramentas de comunicação na Internet você utiliza para interagir com seus alunos? Quais
ferramentas você acha que deveria usar?
23
A aprendizagem cooperativa incorpora algumas facetas básicas do trabalho cooperativo, mas
agrega elementos novos: a intencionalidade da aprendizagem e a tutoria (Barros, 1994). A
aplicação de técnicas de aprendizagem cooperativa na educação formal é importante não só para
a obtenção de ganhos no próprio processo ensino/aprendizagem, mas também na preparação dos
indivíduos para situações futuras no ambiente de trabalho, onde cada vez mais atividades exigem
pessoas aptas ao trabalho em equipe.
A aprendizagem cooperativa independe do uso das novas tecnologias, exigindo basicamente uma
postura pedagógica inovadora e sem preconceitos. Mas, a popularização e potencialidades das
redes de comunicação estão forjando um espaço para que a aprendizagem cooperativa ocorra
nos limites das salas de aula e fora deles. A Internet fornece serviços cada vez mais estáveis,
seguros e amigáveis para a criação de ambientes virtuais de aprendizagem cooperativa
distribuída, onde alunos e professores cooperam entre si, sem as limitações de barreiras
geográficas e de tempo.
No dia a dia, as pessoas interagem para trabalhar juntas, para se divertir ou simplesmente para se
comunicar. Estes agrupamentos, chamados de mundos sociais ou Comunidades Virtuais,
ultrapassam espaço e tempo e podem ter uma longa ou curta duração. Os ambientes de trabalho
cooperativo, que dão suporte aos mundos sociais, devem considerar todas as atividades formais e
informais, estruturadas e não estruturadas envolvidas neste processo.
Para atender aos objetivos apontados, é necessário dispor de um ambiente adequado, tanto do
ponto de vista da proposta pedagógica adotada, quanto da tecnologia escolhida. Para Hsiao
(2007), muitas teorias podem apoiar a aprendizagem cooperativa com o suporte de
24
computadores: o socioculturalismo de Vygotsky e o construtivismo de Piaget, bem como a
cognição situada, a aprendizagem ancorada, a flexibilidade cognitiva e a cognição distribuída.
Estas teorias têm como ponto comum a visão de que os indivíduos são agentes ativos que, a
partir de seus objetivos, constroem conhecimento dentro de contextos significativos.
interdependência positiva, de forma que os estudantes sintam que ninguém terá sucesso,
a não ser que todos o tenham;
melhor forma de entender um dado material, tendo que explicá-lo a outros membros de um
grupo;
Morris & Hayes (1997) entendem que a aprendizagem cooperativa traz benefícios para os alunos,
pois eles precisam aprender a interagir com os outros membros do grupo, a exercitar a tomada de
decisão e desenvolver habilidades de trabalho em grupo, tornando-se mais confiantes em expor
publicamente seus pontos de vista. Este enfoque de aprendizagem pode promover o surgimento
de resultados educacionais, que não são considerados estritamente acadêmicos, como o aumento
da competência de se trabalhar em grupo. Ela é geralmente mais efetiva em domínios onde as
pessoas estão engajadas na aquisição de habilidades, categorização, planejamento conjunto e
tarefas que requerem construção de memória coletiva (Kumar, 1996).
25
Os ambientes específicos para apoiar a aprendizagem cooperativa devem ter quatro requisitos
básicos:
26
compartilhamento de uma base de dados (memória de grupo);
designação de papéis;
suporte a multiusuários.
Encontre na Web outros ambientes virtuais, gratuitos ou livres, para a criação e apresentação de cursos
a distância. Escolha uma delas e descreva suas principais características e funcionalidades.
27
especificar claramente os objetivos da atividade,
explicar claramente que atividades de ensino são esperadas dos alunos e como a
interdependência positiva deve ser demonstrada,
Como você planejaria atividades cooperativas à distância para os alunos de sua disciplina? Qual
ambiente virtual você selecionaria?
ANOTAÇÕES
28
Parte III
Material didático para EAD
Um projeto de EAD deve ser coerente com o projeto pedagógico e não pode ser uma mera
transposição do presencial, pois possui características, linguagem e formato próprios, exigindo
administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos e
pedagógicos condizentes com esse modelo.
Nos Editais da Secretaria de Educação a Distância do MEC para o Sistema UAB encontram-se as
diretrizes para a elaboração dos projetos dos cursos à distância pelas Instituições. Os principais
itens sugeridos incluem: projeto pedagógico (com todos os componentes curriculares, respectivos
ementários e demais componentes pedagógicos do curso), quantitativo de vagas, cronograma de
aprovação interna e execução do curso, necessidades específicas dos pólos de apoio presencial
(infra-estrutura física e logística - laboratórios, bibliotecas, recursos tecnológicos e outros),
quantitativo de pólos e localidades preferenciais de abrangência, descrição dos recursos humanos
(corpo docente específico para educação a distância - professor conteudista e coordenador,
tutores presenciais, tutores a distância, professores regentes e outros), detalhamento do
orçamento e cronograma de desembolso.
Pode-se então sintetizar que o processo educacional realizado a distância envolve a articulação
de uma série de ações pedagógico-administrativas, onde se destacam a construção do material
didático, a estrutura de tutoria, a montagem da infra-estrutura, a gestão do sistema, as formas de
interação e participação de todos os atores e as diferentes formas de avaliação – do aluno, do
29
processo, doa materiais didáticos, da tutoria, entre outros. A figura 6 apresenta os principais
componentes de um projeto (Campos, 2007).
Tutoria
O esforço solitário para aprender nem sempre é bem sucedido. Os alunos não têm hábitos de
estudo independente e a sensação de solidão e o trato impessoal, causados pela distância,
podem levá-los ao desânimo. Neste caso, um tutor pode fornecer meios para que os alunos
superem obstáculos, através de encontros presenciais, apoio por telefone, fax ou Internet.
O tutor é um elemento importante e indispensável na rede de comunicação que vincula os alunos
aos cursos, pois, além de incentivá-los, possibilita a retroalimentação acadêmica e pedagógica do
processo educativo. O tutor deve ter suficiente conhecimento da disciplina que tutora e domínio
das técnicas indicadas para o desenvolvimento da ação tutorial, em suas diversas formas e
estilos. Não lhe cabe, no entanto, transmitir informações adicionais aos alunos, mas ajudá-los a
superar as dificuldades no estudo.
O tutor é o agente do processo que estabelece o vínculo mais próximo do aluno, seja
presencialmente ou a distância. É da competência da tutoria tanto a orientação acadêmica quanto
a orientação não acadêmica. Esta última envolve o estabelecimento de vínculos de confiança e o
incentivo para que o aluno se sinta motivado a aprender.
30
Nos projetos de EAD a tutoria adquire um papel importante e, sem dúvida, constitui um dos mais
relevantes pontos na discussão. Não há um único modelo como referencial já que as propostas
variam de acordo com os paradigmas e características dos projetos. O papel do tutor tem sido ou
o de monitor tira dúvidas, centrando suas atividades no conteúdo das disciplinas, ou de
coordenador das atividades acadêmicas, ajudando o aluno a cumprir o cronograma e orientando
seus estudos.
Por meio da tutoria é possível garantir o processo de interlocução necessário a qualquer projeto
educativo e ela, em geral, existe em duas instâncias: a distância e presencial. A tutoria a distância
utiliza todos os recursos de comunicação tradicionais e os disponibilizados pela Internet,
principalmente as ferramentas dos ambientes virtuais, já a tutoria presencial credita forte ação de
presencialidade ao modelo de Educação a Distância.
Qual o perfil de um tutor para orientar as atividades dos alunos? Qual seria a sua formação necessária?
Em quais disciplinas ele deveria ser capacitado?
Avaliação
Segundo Araújo e Filho (2005) a partir dessa nova visão de interatividade, espera-se que a
avaliação numa comunidade de aprendizagem se dê no sentido da profundidade do conhecimento
produzido e pelas novas competências adquiridas. A tradicional avaliação pelo número de fatos
memorizados ou pela quantidade de matéria memorizada perde o seu espaço.
Por sua vez os alunos precisam estar cientes e entenderem que serão também avaliados
construtivamente e exigirem que os métodos de avaliação reflitam os métodos inseridos nos
ambientes de aprendizagem.
Os processos avaliativos devem ser variados em suas forma (provas, trabalhos, memórias,
elaboração de textos, grupos de discussão, seminários) (Gatti, 2005). É imprescindível que a
avaliação seja organizada e desenvolvida como ação planejada tanto no plano político, como no
pedagógico e deve atender os requisitos da legislação que exige momentos presenciais.
Vasconcellos (1998) ressalta que avaliar é uma necessidade para verificar se estamos atingindo
aquilo que foi planejado, saber se a intencionalidade está se concretizando, analisar porque não
se conseguiu atingir o objetivo e recolhermos subsídios para estabelecer as mudanças que se
façam necessárias.
31
A EAD possibilita uma avaliação contínua, que pode ser realizada de modo virtual ou presencial. A
avaliação virtual apoiada em plataformas de EAD, pode ser realizada através do
acompanhamento da participação em fóruns e sessões de bate-papos, da geração de relatórios,
da solução de questões, dentre outras. A avaliação presencial é desenvolvida através de provas e
testes em formato similar àquelas propostas em cursos presenciais.
Material didático
A estruturação do material didático para EAD tem como objetivo superar a convencional tradição
expositivo-descritiva e levar tanto o estudante quanto o professor a construírem juntos o
conhecimento. Em geral esses materiais são os fascículos das disciplinas, os livros didáticos e os
materiais disponibilizados na Web.
Na Educação a Distância baseada na Web o grande desafio para a equipe de EAD está em
elaborar atividades diferenciadas e que possam ser representadas em cursos na Web que
atendam aos princípios pedagógicos e comunicacionais selecionados para a elaboração do curso.
Comunicação
A Internet trouxe uma nova mutação para a escola: o plano da interatividade. Ela vem alterando a
forma de interagir das pessoas e proporcionado oportunidades de criações de comunidades
virtuais, congregadas por interesses comuns. As mudanças são visíveis e a Web já modificou, de
alguma maneira, a prática pedagógica e mesmo as atitudes dos muitos professores e alunos
usuários da Internet.
A Educação a Distância utiliza as tecnologias da Web, principalmente para a comunicação de
gestores, professores, tutores e alunos. Os ambientes virtuais de aprendizagem fornecem as
ferramentas que viabilizam a comunicação entre todos os atores e trouxe a expansão e
acessibilidade do conhecimento.
Visite os sites de EAD das Universidades e Consórcios e identifique projetos na sua área de interesse.
Reflita sobre a proposta e o currículo do curso.
A gestão de projetos de EAD exige um modelo diferenciado, que representa um desafio para
gestores, professores, tutores e alunos. Um dos desafios é saber lidar com o “just in time” e saber
usar os sistemas de gestão de EAD via Web, incorporados nos ambientes virtuais.
32
para que este processo se realize os atores precisam assumir papeis diferentes dos que
assumem no ensino tradicional: o estudante deve ser agente ativo de sua aprendizagem e o
professor, facilitador do processo de aprendizagem do aluno.
É necessário que novas relações sejam criadas entre os atores envolvidos nos processos de
ensino e aprendizagem para que o aluno se torne autônomo, competente, capaz, enfim, de
conduzir sua formação como agente ativo do próprio conhecimento. A separação física deve ser
compensada pela criação de ambientes de ensino apoiados por um sistema de comunicação
baseado em múltiplos meios. Isso deve permitir a construção do conhecimento pela promoção do
trabalho cooperativo de todos os envolvidos.
Segundo Pimenttel (2006) uma vez definidos os objetivos educacionais, o desenho instrucional,
etapas e atividades, os mecanismos de apoio à aprendizagem, as tecnologias a serem utilizadas,
a avaliação, os procedimentos formais acadêmicos e o funcionamento do sistema como um todo,
é fundamental que se estabeleçam as estratégias e mecanismos pelos quais se pode assegurar
que esse sistema vá efetivamente funcionar conforme o previsto. É o que a autora chama de
gestão de sistemas de EAD. Trata-se da formalização de uma estrutura operacional que envolve
desde o desenvolvimento da concepção do curso, a produção dos materiais didáticos ou fontes
de informação e a definição do sistema de avaliação, até estabelecimentos dos mecanismos
operacionais de distribuição de matérias, disponibilização de serviços de apoio à aprendizagem e
o estabelecimento de procedimentos acadêmicos.
Se, por outro lado, optou-se materiais online as diferentes tecnologias da Web serão utilizadas e a
formação e o trabalho de uma equipe multidisciplinar será imprescindível.
33
• Professor conteudista: produz o conteúdo à luz das orientações pedagógicas. É o
responsável pela elaboração dos conteúdos das disciplinas que integram o curso. Ele
faz também a seleção das estratégias de ensino e aprendizagem que serão aplicadas.
Quais são as características do público alvo dos cursos de EAD da sua Instituição? Eles são professores
ou profissionais em serviço? O que isso influencia no seu planejamento?
...um elemento mediador que traz em seu bojo a concepção pedagógica que norteia o ensino
aprendizagem. Consciente ou inconscientemente, o planejamento e a constituição do material didático
que mediará situações de ensino e aprendizagem, está intimamente relacionado com a concepção
pedagógica do produtor deste material. E, só para pontuar, devemos estar atentos a revisão dos
processos formativos do professor para atuar em Educação a Distância, pois o material didático deve
responder um dos princípios básicos da EAD – estudo autônomo.
Aspectos muito diferentes e complexos envolvem a concepção, planejamento, construção,
entrega e avaliação de projetos de EAD. Um ponto central nesta temática é o material didático.
Bielschowsky et al (2003) entendem que:
34
Em um processo de EAD, a mediação pedagógica realizada pelo material didático é muito mais relevante
do que a realizada no ensino presencial. Por isso, a produção do material didático constitui um aspecto de
fundamental importância nessa modalidade de Educação. O material didático de EAD precisa contemplar
não apenas o conteúdo; ele também deve ser motivador para a auto-aprendizagem e, de alguma forma,
promover a busca da interação entre os alunos e entre o aluno e o professor. Com efeito, esse é um
enfoque metodológico distinto do adotado em livros-textos comuns. A postura metodológica coincide com
a tendência pedagógica do Construtivismo. Isso significa que, enquanto aprende, o aluno constrói seu
conhecimento, reelaborando o saber. Assim, ao ser produzido, esse material não está voltado apenas
para o conteúdo, mas também tem como objetivo ajudar o aluno a estabelecer suas próprias conexões de
pensamento, levando-o a “construir” seu conhecimento em rede, respeitando a capacidade individual de
cada um.
Em um curso a distância é muito importante que o aluno receba um material didático de qualidade
e adequado à metodologia do ensino a distância. O material didático, juntamente com a estrutura
organizacional e metodológica de suporte, deve proporcionar interatividade em diversas formas:
aluno-aluno, aluno-professor, aluno-tutor, etc.
Os produtores do material didático têm grande responsabilidade pela mediação pedagógica, pois
a concretizam quando escrevem um texto, produzem um vídeo, uma fita de áudio, ou um CD-
ROM.
Para realizar esta mediação, faz-se necessário priorizar a forma como se utilizam os elementos
visuais e verbais. São considerados visuais todos os elementos que dão forma ao material
(tamanho, tipologia, destaques), suas divisões estruturais (sumários, títulos, unidades didáticas,
seções, aulas/atividades) e recursos (símbolos, ilustrações, quadros). Os elementos verbais
precisam ser empregados com rigor e cuidado, visando à melhor comunicação possível.
• Incluir no material educacional um guia (impresso ou on-line) que oriente o aluno quanto às
características da EAD, direitos, deveres e atitudes de estudo a serem adotados, informe
sobre o curso escolhido, esclareça como se darão as interações com professores, tutores
e colegas, apresente cronograma e sistema de acompanhamento.
35
• Defina de maneira clara e precisa, que meios de comunicação e informação serão
colocados á disposição do aluno (livro-texto, cadernos de atividades, leituras
complementares, roteiros, obras de referência, Websites, vídeos, etc).
O material didático deve ainda, sugerir links onde outros materiais pedagógicos relacionados
podem ser encontrados. A produção do material didático deve ser feita por uma equipe
multidisciplinar, envolvendo docentes autores e equipe técnica composta de Web-designer,
diagramadores, especialistas em linguagem e comunicação e equipe de planejamento
instrucional.
É importante que o material didático seja rico em links, notas históricas, indicações de atividades e
leituras suplementares (programas, simuladores, animações, vídeos e sites).
Toda disciplina deve ser acompanhada do "Guia Didático da Disciplina", ou algum tipo de ajuda
que esclareça para os alunos como eles devem trabalhar. O Guia pode vir anexo ou inserido no
próprio corpo da disciplina e deve orientar o aluno a respeito das exigências da disciplina e de
suas peculiaridades metodológicas.
Quando em Educação a Distãncia se fala em material para a Web conceitos como colaboração,
compartilhamento, reutilização e construção coletiva do conhecimento ficam evidentes.
Antes do advento dos atuais navegadores Web no início de 1990, já havia sido produzida bastante
literatura técnica a respeito do potencial dos hipertexto em diferentes áreas entre elas a área
36
educacional. Criada, inicialmente, para ser um espaço de compartilhamento de documentos e de
colaboração entre pesquisadores, a Web cresceu de forma muito veloz, deixando de ser um local
de consultas para ser tornar um espaço comercial. De acordo com Aquino (2006), quando
Berners-Lee criou as páginas Web, o potencial de criação coletiva do hipertexto desapareceu, já
que construir páginas de informação exigia conhecimento da nova linguagem, o HTML e espaço
de armazenamento no disco rígido de algum provedor de acesso à Internet. Até muito
recentemenente, o usuário das páginas Web era um receptor de informações, como entendido por
Michalak e Coney (1993), com poucas possilbildiade de co-autoria .
O uso crescente da Web como meio de oferta de Educação vai certamente requerer o
desenvolvimento de ferramentas mais adequadas ao processo educacional. O futuro da
Educação a distância com o apoio das tecnologias da Web é promissor e ainda em aberto.
Para que a livre navegação pela Web seja permitida e incentivada e que conteúdo do site
educacional seja adequado propomos as seguintes diretrizes para o planejamento (Campos,
2001):
• Elaborar plano de navegação que garanta uma boa navegabilidade e busca das
informações de forma semântica;
Para a definição e escolha dos temas a serem abordados em um material didático na Web duas
tecnologias vêem sendo muito usadas: os mapas conceituais e as ontologias. Um mapa
conceitual é uma ferramenta que permite representar e organizar conhecimento. Essa técnica é
formada por conceitos e relações existentes entre os conceitos, organizados de forma hierárquica.
37
Os conceitos mais gerais são colocados no topo da estrutura e os mais específicos vão sendo
acrescentados em um nível inferior, de acordo com seu grau de inclusão. É uma ferramenta
conceitual de grande valia para a representação e organização de conhecimento. Os conceitos
são representados através de nodos inter-relacionados, que expressam o conhecimento existente
sobre um assunto. A ligação entre dois ou mais conceitos é feita através de uma linha tracejada
entre eles. Para evidenciar o porquê de um relacionamento, palavras de ligação são colocadas
nas linhas, formando assim proposições simples que mostram o significado do vínculo. A figura 7
é um exemplo de uso de mapa conceitual na definição do conteúdo relacionado a esse material
didático, usando o software CmapTools v4.09 para Windows (http://cmap.ihmc.us/download/), de
acesso gratuito.
Procure saber mais sobre mapas conceituais, instale uma ferramenta gratuita e aceite o desafio de definir
um mapa conceitual da sua disciplina.
38
classes de objetos e as relações entre eles e quando corretamente definida deve preservar o
significado específico dos termos e expressões de um domínio do conhecimento. Ela é um
sistema ordenado de classificação, onde a informação é agrupada de acordo com
relacionamentos tidos como naturais. Ela deve ser estruturada de forma hierárquica, em sub-
categorias, com nível descendente de detalhes e refinamento de termos.
Observe materiais didáticos na Web e descreva as suas características boas e ruins. Isso pode lhe ser útil
para definir e avaliar suas propostas.
39
3.2.3 Construindo materiais didáticos
Na elaboração do material didático devemos considerar que se faz necessário a definição de:
b) Definição do conteúdo a ser disponibilizado – para tal pode-se fazer uso de mapas
conceituais ou ontologias.
Material
Didático
Presencial À distância
Objetos
Aprendizagem Hipermídia Realidade
Virtual
Vídeo Animação
... Figura Texto
Plataforma
Figura 9 – Componentes para elaboração de material didático para EAD.
40
Reflita sobre o diagrama de componentes para elaboração de material didático. Como ele pode ser
detalhado? Quais atividades são necessárias?
Essa seção não esgota o conteúdo sobre a elaboração de materiais didáticos. No contexto em
que esse texto foi elaborado, as questões relativas ao detalhamento das atividades são abordadas
em outros módulos. Mas cabe aqui uma reflexão final: Quem sabe fazer Educação à distância?
Quem sabe elaborar material didático para cursos on-line? Estamos trilhando caminhos,
rompendo barreiras, consolidando experiências e buscando soluções. O desafio está lançado.
Relacione algumas palavras-chave encontradas neste módulo, que devem corresponder ao que você
considerou mais relevante no conteúdo desse curso e apresente uma pequena justificativa.
ANOTAÇÕES
41
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, l. H. L., FILHO, G.J. L., 2005. Comunidades virtuais de aprendizagem: novas dinâmicas
de aprendizagem exigem novas formas de avaliação. Anais do XVI Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação – Juiz de Fora, Brasil.
BERNERS-LEE, T; HENDLER, J. & LASSILA, O. 2001. The Semantic Web. Scientific American.
Guarino, N. (1998). Formal Ontology in Information Systems. Proceedings of FOIS’98, Trento,
Italy, June. OS Press, pp. 3-15.
BRUNER, J. 1966. Uma Nova Teoria de Aprendizagem. Rio de Janeiro: Edições Bloch.
CHAVES, E., 2005. Tecnologia na Educação, Ensino a Distância, e Aprendizagem Mediada pela
Tecnologia: Conceituação Básica, Disponível na Internet via
http://www.edutecnet.com.br/Textos/Self/EDTECH/EAD.htm, acessado em 2005.
CLARK, R. 1998 Recycling knowledge with learning objects, Training and development, vol. 52,
pp. 60-63, Oct.
42
GATTI, B. A, 2005. Critérios de Qualidade. PGN1 - Formação de Professores a Distância.
Disponível em http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/ead/, acessado em 25/05/2005.
MORRIS, R. AND HAYES, C. 1997. Small Group Work: Are group assignments a legitimate form
of assessment? Proceedings of the 6th Annual Teaching Learning Forum, Murdoch University,
February.
SKINNER, B.F. 1974. Ciência e Comportamento. São Paulo. Editora da Universidade de São
Paulo.
VYGOTSKY, L.S. 1989. A Formação Social da Mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes. Editora
Ltda. São Paulo.
WOODBINE, G. 1997. Can the various forms of cooperative learning techniques be applied
affectively in the classroom in content driven accounting courses? Proceedings of the 6th Anual
Teaching Learning Forum, February.
43
Apêndice
Plataforma Moodle
O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) (http://www.moodle.org) é
um ambiente de aprendizagem à distância, que permite a criação de cursos on-line, páginas de
disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem. É um ambiente que apresenta
uma abordagem sociial construtivista em seu desenvolvimento e sua proposta de uso. A utilização
do ambiente é feita através de navegadores Web.
A plataforma Moodle foi desenvolvido por Martin Dougiamas e ainda é um projeto em andamento.
A primeira versão foi lançada em 2002, antes disso, vários protótipos foram desenvolvidos e
descartados. A versão inicial foi aplicada a turmas pequenas de nível universitário, e estava
sujeita à pesquisas de estudo de casos, analisando a colaboração e a reflexão entre os grupos de
participantes. Desde então, foram disponibilizadas uma série de novas versões com a introdução
de mais recursos, melhor escalabilidade e melhor desempenho.
É um software livre e gratuito, podendo ser baixado, utilizado e/ou modificado por qualquer pessoa
para atender necessidades específicas, desde que seguidas algumas regras, como por exemplo,
disponibilizar o código-fonte. Além disso, pode ser instalado em vários ambientes desde que estes
sejam capazes de executar a linguagem PHP, possui ainda suporte a diversos tipos de bases de
dados (em particular MySQL).
O Moodle não é usado apenas por Universidades, mas em escolas de ensino médio, escolas
primárias, organizações, companhias privadas e por professores independentes. Sua comunidade
atualmente congrega enorme quantidade de usuários, com mais de 75.000 usuários registrados,
falando 70 idiomas em 138 países.
A figura 10 apresenta a tela principal da plataforma Moodle, após o login do usuário e a escolha
do curso. A interface é simples, eficiente, compatível, e baseada em navegadores de tecnologia
simples. Na listagem dos cursos, é mostrada uma descrição dos cursos existentes no servidor,
44
incluindo acessibilidade para convidados. Os cursos também podem ser categorizados e
pesquisados.
Esta plataforma permite criar três formatos de cursos: Social, Semanal e Modular. O curso Social
é baseado nos recursos de interação entre os participantes e não em um conteúdo estruturado.
Os dois últimos tipos de cursos são estruturados e podem ser semanais e modulares. Esses
cursos são centrados na disponibilização de conteúdos e na definição de atividades. Na estrutura
semanal informa-se o período em que o curso será ministrado e o sistema divide o período
informado, automaticamente, em semanas. Na estrutura modular informa-se a quantidade de
módulos.
45
entradas na página do curso: de um lado adiciona-se o Material e do outro as Atividades. Este
recurso está apresentado na figura 11.
46
O participante tem a facilidade de cooperar com uma discussão a partir do seu próprio
gerenciador de e-mails.
O Moodle é um dos ambientes virtuais de aprendizagem que apresenta uma gama de recursos
incluindo uma extensa variedade de formas de avaliação. Mesmo assim a instalação e a
manutenção da plataforma podem ser feitas com uma pequena equipe ou até mesmo uma
pessoa, mesmo para ambientes com um grande número de usuários. A figura 12 mostra todos os
módulos disponíveis na plataforma Moodle e o mecanismo de controle de recursos.
Devido a uma interface leve e customizável, a plataforma Moodle é altamente escalável e o seu
sistema modular, permitindo facilmente a inclusão e exclusão de módulos a partir da instalação
inicial. Dentre as funcionalidades e características do Moodle podemos citar:
47
• Capacidade de ser instalado em plataformas Unix, Linux, Windows, Mac OS X,
Netware e qualquer outro sistema que suporte PHP;
• Atualização simplificada de uma versão para outra mais recente: possui uma
sistemática interna que permite fazer atualização de suas bases de dados e reparar-se
automaticamente;
• Necessidade de apenas um banco de dados (que pode ser compartilhado com outras
aplicações, se necessário);
• Código fonte do programa pode ser alterado para adaptar-se às necessidades, por
tratar-se de código aberto (software livre – GPL);
• Autenticação é feita por módulos plug-in, permitindo fácil integração com sistemas já
existentes na organização;
Esse texto não é um tutorial completo sobre a plataforma Moodle. O próprio site oficial da
plataforma é um curso sobre Moodle, contém uma excelente documentação para usuários e para
administradores e instruções para desenvolvedores. As comunidades Moodle, em cada país,
atuam de forma colaborativa para enriquecer as funcionalidades do sistema e o conteúdo da
documentação.
48