Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
A
PARTIR DO NOSSO ESTUDO, constatamos que um culto cristão tem uma
tríplice estrutura, caracterizada pela ação efetiva das três pessoas da
Trindade, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Assim, pode-se dizer que
o culto cristão possui partes essenciais que se ausentes o
descaracterizariam.
Assim, a estrutura básica da liturgia cristã é trinitária e pressupõe um
primeiro momento teológico, no qual Deus é adorado, um segundo momento
Cristológico, no qual a memória de Cristo é celebrada e proclamada; e um
terceiro momento, Pneumatológico, no qual, pela ação do Espírito, a
comunidade se compromete com o serviço a Deus e ao próximo.
Essa liturgia é construída a partir da ação criativa da comunidade de fé e
compõe-se de atos, gestos e ritos.
devem substituir a própria vida, por mais dura que esta seja, sob pena de
terminar por aniquilar a própria existência. O entretenimento pode causar
dependência, mas não responsabilidade; alivia as tensões, mas não resulta em
compromissos.
Outras formas de
comunicação-não verbal na liturgia
A natureza e o culto
a terra; João, no Apocalipse, nos fala assim da nova Jerusalém: “vi novo céu e
nova terra...”.
A terra é a nossa casa, é o nosso berço e o nosso destino. A nova terra é a
promessa da vida abundante, da redenção plena. Na Bíblia, a palavra terra
aparece quase três mil vezes (2729).
No culto, podemos fazer alusão, ou mesmo utilizarmos de maneira concreta
o elemento terra nos momentos de batismo, de lançamento de pedra
fundamental de edifício religioso, de renovação do pacto, de ofício fúnebre, etc.,
etc.
Não menos importante é a água: no Gênesis, o Espírito de Deus pairava
sobre a face das águas; no dilúvio, as águas cobriram e purificaram a terra de
sua maldade; na libertação do Egito, Moisés tocou a água com seu bordão e o
mar se abriu para que o povo passasse; na chegada à terra prometida, tiveram
que transpor o rio Jordão; o mesmo rio em cujas águas João batizou multidões
e o próprio Jesus; Jesus andou sobre as águas e acalmou a tempestade e os
vagalhões; com água, o eunuco, foi batizado por Filipe e Pedro batizou mais de
três mil almas de uma só vez; Paulo sobreviveu a naufrágios e, como Jonas, foi
devolvido à praia para pregar o Evangelho; na Cidade Santa, descrita no
Apocalipse, há o rio da vida, brilhante como cristal, que corre do trono de Deus
e do Cordeiro, em cujas margens está a árvore da vida, que produz frutos para a
cura dos povos e o último verso do Apocalipse diz: “O Espírito e a noiva dizem:
Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser
receba de graça a água da vida”.
Na Bíblia, a palavra água ocorre 659 vezes, sem contar rio, torrente, chuva,
manancial, fonte, etc.
Na liturgia, a água é simbolicamente significativa no batismo, na celebração
do ágape, na cerimônia do lava-pés, nos cultos de renovação do pacto e de
purificação, etc., etc.
O fogo é também a luz. O primeiro ato criador de Deus foi “haja luz!”; Deus
fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra; Abraão caminhava rumo ao
lugar onde deveria sacrificar o próprio filho com o cutelo numa mão e o fogo na
outra; Moisés viu o fogo em uma sarça que ardia, mas não se consumia; uma
das pragas lançadas sobre o Egito, no processo de libertação, foi a chuva de
pedras e fogo; quando o povo peregrinou durante quarenta anos pelo deserto, o
Senhor ia adiante deles de dia com uma coluna de nuvem e de noite com uma
coluna de fogo para os iluminar e indicar o caminho; no templo, um castiçal
com sete braços ficara junto à Torah, para iluminar-lhe a leitura (“lâmpada para
os meus pés é a tua Palavra, e luz para os meus caminhos”, cantam os
salmistas); Isaías foi purificado do seu pecado, no culto do Templo, por uma
brasa que um serafim tirara do altar com uma tenaz; Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego, amigos de Daniel, foram preservados do fogo, quando atirados
numa fornalha para ser castigado por sua fidelidade a YaHWeH; João Batista
não era a luz, mas veio para que testificasse da luz; Jesus disse: “eu sou a luz
do mundo” e, ainda, “vós sois a luz do mundo”; no Pentecostes cristão, o
Espírito Santo desceu sobre os discípulos e discípulas na forma de línguas de
fogo; o autor de Hebreus diz que “o nosso Deus é fogo consumidor”; inúmeras
são as alusões ao fogo, no Apocalipse, dentre elas, a de que “a morte e o inferno
5
foram lançados para dentro do lago de fogo” e “a cidade não precisa nem do sol,
nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o
Cordeiro é a sua lâmpada.”
A palavra fogo aparece mais de 360 vezes na Bíblia; luz, mais de 320; isso
para não detalhar sobre a palavra lâmpada, sol, glória, e os verbos iluminar,
resplandecer, glorificar, todos esses, termos relacionados com fogo/luz.
No culto, as luzes que se acendem (castiçais) são um importante símbolo da
glória de Deus, da presença do Espírito, da orientação da Palavra de Deus, etc.,
etc.
O ar: no princípio, a terra era sem forma e vazia e o Espírito (ar, sopro,
vento) de Deus pairava sobre a face das águas; tendo criado o homem do pó do
terra, Deus soprou em suas narinas o fôlego da vida; no Dilúvio, quando Deus
lembrou-se de Noé, na arca, “fez soprar um vento sobre a terra, e baixaram as
águas”; na fuga do Egito, um vento vindo do Oriente soprou e abriu o Mar de
Juncos para que o povo alcançasse a liberdade; Elias teve um encontro especial
com Deus após presenciar vendavais, terremotos e saraiva, quando Deus se
apresentou a ele numa brisa tranquila e suave; na visão dos ossos secos,
Ezequiel profetizou: “vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes
mortos, para que vivam”; no Culto do Templo, não deveria nunca faltar o
incenso, que simboliza as orações dos fiéis, feito com finíssimas especiarias
aromáticas; certa vez, Jesus, no barco, “repreendeu o vento e disse ao mar:
Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”;
ressuscitado, Jesus veio ao encontro dos seus seguidores, soprou sobre eles e
disse: “recebei o espírito”; no dia do primeiro Pentecostes Cristão, “veio do céu
um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde [os
discípulos e discípulas] estavam assentados”; o apóstolo Paulo diz que nós,
cristãos e cristãs, somos o bom perfume de Cristo; o último verso do Apocalipse
diz: “O Espírito [vento] e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem!”
Em toda a Bíblia, encontramos a palavra vento, mais de 150 vezes; espírito,
550 vezes, alma, que significa literalmente “garganta”, por onde passa o fôlego,
mais de 400 vezes; aroma e perfume, mais de 100 vezes.
Tudo isso é muito sugestivo no que diz respeito à criatividade litúrgica.
Explorar os aromas e perfumes, e a simbologia do vento (por meio dos
instrumentos de sopro, por exemplo), podem ser tremendamente sensibilizador
no exercício de uma espiritualidade vívida e no processo de transmissão da fé
às novas gerações e aos que se achegam à cultura cristã.
O corpo e o culto
A cultura e o culto