SEGRE, Roberto. Mestre e discípulos no urbanismo latino-americano (1920-1960):
Buenos aires e Havana, duas cidades paradigmáticas. In: Urbanismo na América do Sul: Circulações de ideias e constituição do campo, 1920-1960, Marco Aurélio A. Filgueiras Gomes (Org.). EDUFBA, Salvador, 2009.
Buenos Aires
A Persistência do sistema acadêmico
A esse respeito, Segre (2009) aponta:
Era evidente que a estrutura rígida da malha colonial, mesmo se a quadra
tradicional mantinha a sua validade, não era mais adequada nem as exigências de uma população numerosa nem ao imaginário urbano do novo poder político. (p.96)
A esse respeito, é preciso considerar que:
A história urbana de Buenos aires, até os anos quarenta, se sintetiza na
sucessão de projetos que elaboram soluções acadêmicas para o centro cívico e administrativo, e sugestões para o desenvolvimento dos bairros periféricos. Dentro e fora dos limites da capital federal. (SEGRE, 2009, p. 96)
Segre (2009) identifica que:
Na construção do sistema simbólico do poder e na valorização do centro,
existiam dois problemas essenciais, mantidos nessas primeiras décadas: como e onde construir novos ícones arquitetônicos, e qual o relacionamento viário entre eles.
“Em coincidência com estas primeiras obras no centro, o paisagista francês
Charles Thays já tinha projetado o extenso sistema verde do parque de Palermo na zona norte da cidade” (SEGRE, 2009, pag.97) O autor observa.
A esse respeito, Segre (2009) aponta que:
Daí que, quando dois prefeitos de Buenos aires convidaram especialistas
estrangeiros – primeiro, em 1907, Carlos T.Alvear convida o urbanista Joseph Antoine Bouvard; e em 1924, Carlos Noel convida o paisagista J.C.N. Forestier -, [...] Sem dúvida, esses dois profissionais deram significativas contribuições, especialmente na visão global da cidade e nas propostas de sistemas viários que integrassem entre eles os bairros suburbanos. (pag.98)
“Na arquitetura e o no urbanismo, até os anos trinta, predominou totalmente o
modelo acadêmico”. (SEGRE, 2009, pag.98) O autor observa.
A esse respeito, Segre (2009) é preciso observar que:
Nele, havia como propostas principais: o resgate da costa e sucessivos
projetos para estruturar as centralidade, bem como o desejo de criar uma nova Praça de Maio, com a derrubada da Casa Rosada e do Calbido, abrindo o espaço para o rio e para o Porto Madero; a criação das duas Diagonais – Norte e Sul; e o interesse inicial pelo controle urbanístico das áreas periféricas. (pag.99)
“Já nesse período, existe uma superposição entre tradições acadêmicas e as
propostas do Movimento Moderno”. (SEGRE, 2009, pag.100) O autor afirma.
A esse respeito, Segre (2009) é preciso identificar que:
Estas ainda não atingem o desenho urbano no centro – por enquanto
limitado aos altos prédios de escritórios de “Facão” racionalista -, que mantém os princípios de composição clássicos, inclusive aplicados em projetos de arquitetos identificados com as novas tendências. (pag.100)
A esse respeito, Segre (2009) afirma que:
É o caso de Fermin Bereterbide (1899 – 1979) e Ernesto Vautier (1899 –
1989), que elaboram, em 1932, uma alternativa para a Avenida Nove de Julho, com um centro cívico formado por duas torres simétricas, mas desenhadas com os códigos formais do Movimento Moderno. (pag.100)