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CARO ALUNO,

Você está recebendo o primeiro caderno de U.T.I. do Hexag Vestibulares. Este material tem o objetivo de verificar
se você adquiriu os conteúdos estudados nos livros 1 e 2, oferecendo-lhe uma seleção de questões dissertativas
ideais para exercitar sua memória e sua escrita, já que é fundamental estar sempre pronto a realizar as provas de
2ª fase do vestibular.
Além disso, esse material também traz pequenas sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-
-lhe ainda mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e relembrar os pontos que
foram esquecidos.
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.

Bons estudos!

Herlan Fellini
hexag
SISTEMA DE ENSINO

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Autores
Alessandra Alves (Geografia)
Alessandro Fagundes Lima (Geografia)
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Luiz Fernando Marietto (História)
Rodrigo S. Alves (Filosofia/Sociologia)
Diretor geral
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Coordenador geral
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Diretor editorial
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Programação visual
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Editoração eletrônica
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Capa
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ISBN: 978-85-68999-04-2

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GEOGRAFIA
Geografia 1 60
Geografia 2 86
Atualidades 102
U.T.I. - 1

História Geral
AntiguidAde OrientAl e ClássiCA

MesopotâMia
Crescente fértil e Mesopotâmia

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/


Crescente_F%C3%A9rtil>. Acesso em: 22 dez. 2015.

A palavra mesopotâmia é um termo grego e significa “terra entre rios”. Essa região localiza-se entre os rios Tigre
e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque.
Muitos povos antigos habitaram essa região entre 4000 e 500 a.C., aproximadamente.
Destacam-se nesse longo período: babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios.
Eles eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses, e cada um tinha suas funções específicas
na natureza.
Sua administração política era centralizada, na forma do governo absoluto de uma pessoa (imperador ou
rei), que era também sumo sacerdote e comandante em chefe das forças militares.
A economia mesopotâmica estava centrada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.
Todos os povos da antiguidade, em geral, buscavam regiões férteis, próximas a rios, para se fixarem e se
desenvolverem. Nesse sentido, a região da Mesopotâmia garantia à sua população: água para consumo humano e
para as criações de animais, pesca e via de transporte.
Mas, talvez, o maior benefício dos rios Tigre e Eufrates aos povos mesopotâmicos tenha sido o seu regime
regular anual de cheias e vazantes, que garantiam abundante, variada e fértil agricultura.

5
suMérios
Eles criaram e realizaram um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação,
barragens e diques. Uma contribuição marcante dos sumérios foi a criação da escrita cuneiforme a partir de 4000
a.C. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita.
Os sumérios foram também arquitetos e construtores, e construíram os zigurates (torres com formato de
pirâmides que serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos).
Um dos zigurates mais famosos ficou conhecido como a Torre de Babel. Entre as cidades sumérias mais importantes
estão: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.

BaBilônios
O Império Babilônico
Nínive Domínio da Mesopotâmia pelos sumérios
e acádios (3500 - 2000 a.C.)
Primeiro Império Babilônico em sua maior
extensão no tempo de Hamurábi
(1792 - 1750 a.C.)
Assur
Tig

Mari
re
E
uf
ra
te
s

Echnuna

Sipar
Malgium?
Babilônia
Susa

0 100 200
Kish
Nipur
Isin

Larsa Lagash

Ur
Eridu
Adaprado de: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/>. Acesso em: 25 dez. 2015.

Os babilônios construíram suas cidades nas margens do rio Eufrates. Criaram e aplicaram um código de leis escritas
que, até agora, temos conhecimento ser o primeiro de todos os povos.
O imperador e legislador Hamurabi teria criado seu Código, por volta do século XVIII a.C.
A essência de suas leis estava no chamado “conceito legal Talião” (“olho por olho, dente por dente”).
Esse Código de Leis Escritas tinha por objetivo tornar claras, objetivas e permanentes as ordens imperiais
que, assim, organizavam as relações entre a sociedade e o império, não só para os babilônios, mas especialmente
para os povos estrangeiros das cidades vizinhas, que haviam sido recém-conquistadas e, agora, faziam parte do
Estado babilônico.
Essas leis também procuravam organizar a vida dos súditos entre eles, particularmente reforçando a rígida
hierarquização social existente.
Os babilônios também desenvolveram um calendário bem preciso, para principalmente conhecer mais sobre
as cheias e vazantes do rio Eufrates e, assim, aproveitá-las economicamente melhor, desenvolvendo sua agricultura
e a criação de animais.

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assírios
O Império Assírio
Ilírios
Peônios Trácios Mar Negro Sinope
Tieu Cólquida Cítas
Bizâncio Calcedônia
Macedônia Tasos Trapezo

Épiro Abidos
Cízico Astaco Reino Cimérios
Reino de Urartu
Górdio
Ancira
(antes de 712 .a.C.) Mar Cáspio
Mar
Egeu Reino
Atenas
Sardis Frígio Karum
Corinto Lídio Celenas
Mileto
Esparta Marqash

Tarso Samal Nísibis


Carquemis Harrã Musasir
Faselis Guzana
Til Barsip Dur Charrukin
Rodes Arpade Nínive Arbela
Calach

Creta Qarqar Assur Arrapaca


Salamis
Chipre Hamate Ecbátana
Pafos Arados
Tadmor
Mar Mediterrâneo Biblos
Anato

Sídon Damasco Ópis


Cirene Tiro
Sipar
Cuta
Babilônia Kish
Borsipa Nipur Susa
Samaria
Elteque Jerusalém
Líbios Asquelom
Erech
Saís Tânis
Ráfia
Pelúsio
Judá Ur
Bubástis
Sela
On
Mênfis
Adumatu
Amônio
Heracleópolis
Península
Egito do Sinai
(antes de 671 a.C.)
Golfo
Aquetaton
Pérsico
Império Assírio - 824 a.C.
Siut
Império Assírio - 671 a.C.
Mar
Abidos
Tebas Vermelho

Jeb

Disponível em: <https: https://pt.wikipedia.org/wiki/Assíria>. Acesso em: 25 dez. 2015.

Eles se caracterizaram por uma estrita e poderosa cultura militar. A guerra era para os assírios uma fonte de au-
mento do poder político e da riqueza econômica. Eram extremamente cruéis e violentos com os povos que venciam
e conquistavam. Impunham aos vencidos castigos, crueldades e sofrimentos públicos, para assim manterem o res-
peito dos perdedores, por meio do terror, que, aliás, tornava-se logo conhecido por outros povos, que já os temiam
antecipadamente, mesmo antes de confrontá-los. Por isso, tiveram que enfrentar muitas revoltas nas regiões e
cidades por eles conquistadas.

Caldeus
Os caldeus, de origem semita, viveram na região chamada Baixa Mesopotâmia, no primeiro milênio antes de Cris-
to. Entre 612 e 539 a.C., eles formaram um império na Mesopotâmia. O auge do império caldeu ocorreu em 587
a.C., sob o governo de Nabucodonosor II, quando conquistaram o povo hebreu e tomaram a cidade de Jerusalém,
submetendo grande parte desse povo a um longo período de escravidão.
Nabucodonosor II foi o responsável pela construção dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia (que fez
para agradar a imperatriz) e a Torre de Babel (um zigurate vertical de 90 metros de altura).
Após sua morte, o império caldeu-babilônico foi conquistado pelos persas, em 539 a.C., sob o comando do
rei Ciro, e os povos da região mesopotâmica nunca mais seriam verdadeiramente independentes, passando sempre
a fazer parte como territórios conquistados de algum grande império da antiguidade.

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Egito
A civilização egípcia antiga existiu no nordeste africano – em torno do rio Nilo, entre os anos de 3200 a 32 a.C.
Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo era de importância fundamental para a vida
Antigo Egito dos egípcios.
Mar Mediterrâneo Ele era utilizado como via de transporte de mer-
Baixo Egito cadorias e pessoas. Suas águas serviam para homens e
to
Mar Mor

animais beberem, prepararar alimentos, pescar e, prin-


W
NW
N

NE

Delta do Nilo
E
Wadi El Natrun
cipalmente, fertilizar as suas margens, no seu movimen-
SW SE

to regular de cheias e vazantes, à semelhança dos rios


Grande Lago
S Amargo

0
(km)

(mi)
100

60
Pirâmides
Mênfis

Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, que proporcionavam


eris

Deserto
o Mo
Lag

Líbio Deserto uma produção agrícola fértil, abundante e variada, além


qaba

Arábico
Nilo

de A
Go

de propiciar a criação de vários tipos de animais.


Rio

lf

Oásis de Bahariya
od

Golfo
oS
ue
z

A sociedade era dividida em vários grupos, sen-


do que o faraó era o supremo líder, visto pela maioria
Mar como a encarnação da Divindade.
Vermelho
Oásis de Kharga
Sua família mais próxima e os nobres de várias
Rio Nilo

Hammam
at
Quseir

Wadi

Oásis de Dakhla
categorias se situavam logo abaixo de seu poder.
Tebas

Alto
Egito Sacerdotes cuidavam da religião, ritos e cerimô-
nias, que possuíam uma forte carga de simbolismo pe-
rante todos os grupos sociais.
Oásis de Dunqul
Primeira Catarata

Os escribas eram responsáveis por toda a ativi-


dade escrita do Império, desde simples contabilidade
de negócios, passando pela administração econômica
governamental, até a produção sagrada, expressando a
Segunda Catarata

busca de contato, relacionamento e suporte dos deuses.


Adaptado de: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 3 dez. 2014.

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Por esse motivo, havia basicamente dois tipos de escrita – a escrita demótica (mais simplificada e usada para
assuntos do cotidiano) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos).
Os militares representavam a força para a defesa do território e da vida do faraó, como também para o ataque
e conquista de novas terras e submissão à escravidão de povos estrangeiros.
Havia, finalmente, os trabalhadores, que ocupavam várias funções e realizando diversas atividades; os burocra-
tas, que cuidavam da administração, contabilidade e execução das ordens governamentais; os comerciantes, compran-
do e vendendo produtos, dentro e fora do Egito.
Os artesãos eram produtores de quase tudo, como móveis, materiais de construção e arquitetônicos, peças e
máquinas hidráulicas, objetos de arte e decoração, roupas, calçados e todo tipo de adereços; também praticavam a
construção civil de residências, locais de comércio, locais de diversão, túmulos, palácios, estátuas, praças e monumen-
tos, pavimentação de ruas e construção de obras hidráulicas.
Camponeses, pastores e criadores trabalhavam diretamente na terra, no plantio, cultivo e colheita agrícola,
pastoreio e criação de animais.
Os escravos eram utilizados em todo tipo de trabalho, até mesmo, por vezes, no trabalho intelectual, depen-
dendo de suas qualificações, mas a maioria participava do trabalho braçal e manual em todo tipo de construções e
extração de minerais preciosos nas minas.
Esses escravos eram, em geral, estrangeiros capturados das guerras de conquista territorial empreendi-
das pelo Egito, mas também poderiam ser homens livres mais pobres, que, não tendo como pagar suas dívidas,
tornavam-se escravos de seus credores por tempo determinado.
Esse poderoso e extenso Império era sustentado por impostos, cobrados com regularidade e que atingiam
boa parte de toda população, à exceção dos grupos mais privilegiados.
Assim, a economia egípcia baseava-se na agricultura, criação de animais, comércio interno e externo, ar-
tesanato e construção civil, marcadamente de grandes obras de utilidade pública, hidráulicas, diques, represas e
canais de irrigação, para o aproveitamento e irrigação das águas do Nilo, ruas, estradas e portos para a circulação
das pessoas e mercadorias e as constantes guerras e invasões, pilhando a riqueza de povos vizinhos e utilizando-os
como mão de obra escrava.
Como contribuição e herança para os tempos futuros, os egípcios se desenvolveram muito na área da medi-
cina, química e biologia – por meio dos estudos e práticas de mumificação de cadáveres –, conhecimentos impor-
tantes na matemática e geometria, por meio das construções das grandes obras – pirâmides, palácios e templos – e
de engenharia hidráulica, por meio do aproveitamento funcional do rio Nilo e técnicas agrícolas.

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Hebreus
Os hebreus
Fenicios
Tiro Arameus

MAR MEDITERRÂNEO
Reino de
Israel
Jafa Amonitas
Jerusálem
Gaza DESERTO DA ARABIA
Reino de
Judá Moabitas

Filisteus
EGITO
Amalequitas
Territórios progressivamente ocupados
pelas tribos de Israel ao fim do II milênio
Edomitas
Territórios mantidos como tributários
pelo rei Davi e perdidos depois por Salomão

Adaptado de: <http://www.historianet.com.br/conteudo/de-


fault.aspx?codigo=85>. Acesso em: 25 dez. 2015.

Muito do que sabemos sobre o povo hebreu é por meio dos textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia.
O Antigo Testamento contém a visão dos hebreus sobre a origem do mundo, da identidade do Deus Único (Iaweh)
e das normas de conduta ética e moral para a vida dos indivíduos e a formação de uma sociedade mais justa aos
olhos de Iaweh. Além disso, existem, nesses Livros, poemas, orações, profecias, interpelações e questionamentos
ao comportamento do povo em seu relacionamento entre si e com Deus, além de minunciosos relatos de conflitos
internos, guerras e acontecimentos marcantes da história desse povo e descrições detalhadas de rituais, cerimônias
e manifestações religiosas, prescritas ao povo, para que sua fidelidade a Iaweh não fosse abalada.
Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, viveu na cidade de Ur – na Mesopo-
tâmia – e recebeu do próprio Iaweh a revelacão de Sua existência e seu desejo de ser adorado por aquele povo
como Deus Único. Consequententemente a isso, Abraão deveria com sua família e tribo migrar da Mesopotâmia
para Cannaã, que, depois, seria chamada Palestina – como uma Terra Prometida para aquele povo. É nessa região
que se localiza atualmente o Estado de Israel.
Após passarem um período vivendo em Canaã, os hebreus migraram novamente para o Egito, onde viveram entre
300 e 400 anos, e acabaram sendo transformados em escravos. A partir desse momento, os hebreus vão iniciar uma his-
tória de desenvolvimento da sua singularidade como povo, a partir de suas práticas religiosas monoteístas, diferenciando-
-os assim de todos os povos vizinhos e, provavelmente, de todos os povos antigos. Além disso, a perda de liberdade e
dispersão individual num país estrangeiro – o Egito, a percepção dessa unidade e singularidade vai aumentando.
Quando surge o líder Moisés, judeu de origem e acidentalmente criado e educado na corte do faraó, e que,
como Abraão, recebe diretamente de seu contato e inspiração com Iaweh – a missão de retirar seu povo do Egito,
pelo mar que hoje conhecemos por mar Vermelho, até a chamada Terra Prometida – que seria a Pelestina.
Esse acontecimento está relatado em um dos livros bíblicos chamado “Êxodo” e, provavelmente, aconteceu
por volta de 1300 e 1250 a.C.; marca a Páscoa ou “Passagem” dos hebreus pelo mar Vermelho em direção a suas
terras, à liberdade e à sua identidade singular como povo diante de todos os outros.
Por esse motivo, esse acontecimento até os dias de hoje marca para os descendentes dos hebreus um dos
acontecimentos históricos e religiosos mais importantes deles, enquanto indivíduos e membros do povo hebreu e
todos os anos é efusivamente comemorado por eles.
Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à Palestina e, sob a liderança de Josué – irmão de Moisés e
seu natural sucessor – cruzam o rio Jordão e se estabelecem na Palestina. O povo hebreu se dividiu em 12 tribos

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(“os doze filhos de Israel”), que viveram em clãs, subdivididos em famílias – compostas pelos patriarcas, seus filhos,
mulheres e trabalhadores não livres.
O poder e prestígio desses clãs encontravam-se diretamente ligados à figura pessoal de cada patriarca,
mas as ligações entre esses clãs não eram assim tão sólidas e permanentes. Devido a todas as dificuldades em se
chegar e ocupar a Terra Prometida, surgiu a necessidade de poder e comando mais centralizados, ágeis e eficientes
– particularmente no sentido de combater eventuais invasões e organizar as estruturas sociais e econômicas de
uma forma regular e objetiva.
Assim, os hebreus acabaram, por necessidade, escolhendo para essa função de governo chefes militares de
destaque e competência, que foram chamados de Juízes.
Com a concentração do poder em suas mãos, os juízes procuraram organizar, estruturar e manter a união
das doze tribos, pois ela possibilitaria a manutenção da ocupação da Palestina e a criação de uma vida social,
econômica e cultural permanentes.
Os principais líderes desse momento foram os juízes Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel, e o poder de todos
passava por várias situações e acontecimentos, que eram de acordo com as crenças daquele povo – determinados
diretamente por Iaweh, que escolhia e abençoava aqueles homens em sua difícil e complexa missão de manter
aquele povo unido em um território, no qual todos pudessem viver com dignidade.
A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pelas rivalidades internas e desejo de inde-
pendência entre cada um dos patriarcas e suas famílias e clãs.
Os juízes tinham um poder temporário e, mesmo com a unidade cultural (língua, costumes e, principalmente,
religião), aquelas rivalidades e desejo de independência e autonomia permaneciam dominantes entre as tribos.
A plena unidade política foi conseguida com a monarquia, quando sacerdotes e profetas de destaque por
sua palavra, ou mesmo a realização de milagres, escolhiam iluminados por Iaweh os reis – governantes centrais
de todo o povo hebreu.
Sua economia era baseada na agricultura, pesca, criação de pequenos animais, pastoreio e comércio.
A sociedade se dividia entre os laços de parentesco com os patriarcas, e os sacerdotes e profetas se desta-
cavam como intérpretes da Vontade de Deus para aquele povo; essas interpretações estavam ligadas às leituras do
Antigo Testamento, mas também à iluminação pessoal de cada um deles.
Como realizações arquitetônicas, destacam-se muitas muralhas e fortificações militares, a construção da
capital Jerusalém – sede do Governo Hebreu e centro religioso principal. Nessa cidade, o famoso e grandioso
Templo de Jerusalém ou de Salomão, mandado construir pelo rei com o mesmo nome, por volta do século IX a.C.,
no intuito de ser um centro espiritual para o povo hebreu e que guardava a famosa Arca da Aliança, que continha,
entre outros valiosos bens espirituais, as Tábuas dos Dez Mandamentos de Moisés.
Na Literatura, sem dúvida alguma o Antigo Testamento, contido na Bíblia, e o Talmude foram o grande
legado cultural dos hebreus, e que traduzem o seu singular monoteístmo diante de sua época.
É na Palestina também que irá nascer Jesus Cristo, que com seus ensinamentos, vida e obras – até sua
crucifixão, morte e ressurreição – irá criar uma ressignificação para o judaísmo. Por meio de seus seguidores, os
apóstolos e depois os padres que vão percorrer as províncias do Império Romano e difundir Jesus Cristo como o
próprio Iaweh Encarnado na Pessoa de Seu Filho.
Assim, funda-se o cristianismo, que irá tornar-se, junto com o judaísmo, e advindo dele procederá lenta e
inexoravelmente uma influência cultural e transformações profundas em todo o mundo romano e, depois, para
além dele.
Em 70 d.C., a Palestina era uma província do Império Romano; após muitas rebeliões acontecidas na região,
o Governo Imperial de Roma expulsou todos os hebreus da Palestina, destruindo completamente a cidade de Je-
rusalém e o seu Templo.
Esse acontecimento é denominado de diáspora. Até 1948, quando foi fundado o Estado de Israel, os judeus
viveram dispersos pelo mundo – especialmente na Europa – sem pátria.
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gréCiA
A Grécia na antiguidade não formava um país com um governo centralizado, como ocorria no Egito, por exemplo.
Era uma região localizada notadamente numa península a sudeste do continente europeu, hoje conhecida por
península Balcânica, povoada por muitas ilhas entre o mar Egeu e o mar Jônico, cuja maior era a ilha de Creta e
alcançava a costa litorânea ocidental do continente asiático, chamada de Ásia Menor e que hoje faz parte da região
por nós conhecida como Oriente Médio.
Então, basicamente, a Grécia se encontrava dividida em três regiões: Grécia Continental Europeia, Grécia
Insular e Grécia Asiática.
De uma forma geral, a topografia de toda essa região se caracterizava por ser montanhosa e com terrenos
bastante irregulares, pedregosos e fragmentados – o que dificultava as práticas da agricultura e pecuária extensi-

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vas, com exceção de pequenas porções de A Grécia antiga
terreno junto às muitas faixas litorâneas
existentes em toda região, marcadamente
marítima.
Essa topografia dificultava tam-
bém o estabelecimento e concentração de
grandes contingentes populacionais em
uma mesma área e a comunicação entre
as diversas comunidades ali estabelecidas,
favorecendo ao contrário sua autonomia,
isolamento e independência.
Apesar dessa dispersão geográfica,
estes vários povos estavam unidos por uma
cultura comum, com mesmos costumes,
mesmas crenças e uma mesma língua.
Disponível em:< https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mapa_Gre-
Assim sendo, esses povos reconhe- cia_Antigua.svg> Acessado em: 22 Dez.2015

ciam-se como helenos, chamando de bárbaros os estrangeiros que não dividiam a mesma cultura, por considerá-los
inferiores.
A História da Grécia Antiga divide-se em:

§ Período Pré-homérico (2000 a.C a 1100 a.C)


Esse é o período de formação da Grécia, chamada na língua daqueles povos de Hélade.

Povos predominantemente de origem indo-europeia foram ocupando esses territórios e, particularmente,


a ilha de Creta, tornou-se um centro político, econômico e cultural para toda a região, sofrendo muitas
influências dos contatos comerciais com o Egito e a Mesopotâmia, Creta foi absorvendo elementos dessas
duas culturas e fundindo-os com as diversas expressões culturais dos variados povos que viviam em toda
Hélade.

13
§ Período Homérico (1100 a.C a 800 a.C)
Iniciou-se com uma invasão generalizada dos povos dórios, provavelmente vindos da Ásia Menor, mergu-
lhando a região em um período de caos, produzido por guerras, conflitos civis e desorganização das estru-
turas sociopolíticas existentes.
Nesse período, os helenos organizaram-se em comunidades fechadas, denominadas genos e que se carac-
terizavam por serem sociedades de base tribal, clânica e familiar, onde todos os seus membros possuíam
algum tipo de laço de parentesco entre si, a posse da terra era comunitária, predominando o trabalho
agrícola, pastoril e artesanal e a extratificação social acontecia relacionada com a maior ou menor proximi-
dade sanguínea com o pater – em geral uma das pessoas mais velhas da comunidade e com reconhecida
sabedoria para aplicar as leis – todas baseadas nas tradições e costumes daquela comunidade.
Com o intenso crescimento demográfico desses genos, as terras não eram suficientes para todos, então os
membros das famílias mais próximas do pater, denominados eupátridas, apropriaram-se das melhores ter-
ras e os membros mais afastados dessas famílias foram expulsos ou abandonavam o genos, forçados pelas
necessidades de sobrevivência.
Em geral, esses indivíduos marginalizados e empobrecidos dos genos saíram da Grécia pelo mar Indo para
oeste pelo mar Mediterrâneo e ocupando as regiões mais meridionais do território europeu, atuais Itália,
França e Espanha, e ocupando essas regiões, fundavam colônias gregas, que depois se tornariam parte da
chamada “Magna Grécia” – um território colonial grego.
Cidades como Sicília, Marselha e Barcelona se originaram desse processo de colonização.
Essa população colonial se ocupava principalmente das atividades comerciais e negociavam produtos euro-
peus e africanos, vindo comumente a tornarem-se ricos armadores, comerciantes e proprietários de terras.
Alguns desses novos ricos retornavam a seus locais de origem e nascimento, agora ocupados por inúmeras
póleis, onde, em geral, eram discriminados política, social e culturalmente pelos eupátridas – que formavam
por sua vez uma poderosa aristocracia, lutando por manter seus privilégios e estando à frente dos governos
das cidades-Estado.
Em meio a esses genos, os eupátridas iam formando territórios exclusivos para preservar seus privilégios e
interesses políticos e econômicos, mantendo os “plebeus” à margem dessa nova sociedade.
Esses novos território eram as Póleis ou Pólis no singular – cidades-Estado com total autonomia política
umas das outras, sendo na prática pequenos países com centros urbanos que iriam se desenvolver gradati-
vamente em meio a área rural dos antigos genos.

§ Período Arcaico (800 a 500 a.C.)


Esse período correspondeu à formação, crescimento e desenvolvimento das Poléis.
Foi uma época marcada por intensos e variados conflitos sociais.
De um lado, lutavam entre si os eupátridas, membros das antigas aristocracias gentílicas, pelo controle das
póleis, contra a nova classe de comerciantes enriquecidos, que exigia uma posição social e política compa-
tível com sua riqueza econômica.
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De outro lado, aquelas populações mais pobres, que continuram vivendo em suas regiões, lutavam por
melhores condições materiais de vida e também pela participação na administração da Pólis. Muitos, de tão
empobrecidos e endividados, tornavam-se escravos, o que gerava ainda mais revolta contra os eupátridas.
Desde esse momento, algumas póleis começaram a se destacar no mundo grego, fosse por sua posição
geográfica privilegiada, principalmente com acesso estratégico às aguas marítimas que levavam para todos
os continentes, fosse pelo seu poderio militar ou mesmo pelo seu tamanho e demografia, como Atenas,
Esparta, Corinto, Tebas e Olímpia.
Para resolver e pacificar os conflitos em Atenas, no século VII a.C., foram escolhidos legisladores, como Dra-
con e Sólon, que criaram e aplicaram, pela primeira vez, leis escritas, atenuando, diminuindo e reformulando
as diferenças entre as várias classes e grupos sociais.
Mas foi no século seguinte (VI a.C.), no governo de dois tiranos – Pisístrato e Clistenes –, que enfrentaram
decisivamente e extinguiram os privilégios aristocráticos, as bases políticas, sociais e econômicas para um
nova organização das póleis, que seria efetivamente criada.

Período Clássico (V a IV a.C.)


Nesse período, a singularidade cultural grega se define perante si mesma e outros povos, pois os laços culturais
entre a Grécia e suas colônias são estreitados, espalhando-se os valores da cultura grega por todo o ocidente euro-
peu e norte da África, pelo mar Mediterrâneo e, assim, de uma forma bastante sólida, os gregos veem a si mesmos
como o melhor da civilização humana e tratando os muitos povos estrangeiros com os quais mantêm contato –
como bárbaros, incivilizados, incultos e inferiores aos gregos.
Ao mesmo tempo que isso ocorre, em Atenas e em outras póleis, consolida-se como forma de governo e
convivência cultural a Democracia – que toma a própria Pólis como a base da cidadania – pois o Demos-Povo de
cada cidade é visto individualmente e em seu todo como essencialmente iguais, ou seja, parte integrante de uma
cultura superior a todos os outros povos, desfazendo-se, assim, aquelas diferenças internas que marcaram os perí-
odos aristocráticos anteriores.
É nessa época também que se definem na Grécia a influência de duas cidades-Estado sobre todas as outras:
Atenas e Esparta.
Atenas se organiza politicamente em torno da Democracia, valoriza a educação e a cultura de seus cida-
dãos, o embelezamento arquitetônico da cidade, desenvolve o pensamento fiosófico e científico especulativo e
torna-se uma potência colonial marítima rica, influente e poderosa dentro e fora da Grécia.
Esparta se caracteriza pelo domínio de uma elite militar que conforma todos os seus cidadãos aos padrões
militares da existência – rígida hierarquia, frugalidade, simplicidade material, rigidez no trato social e ausência de
quaisquer atividade culturais ou educacionais que não sejam estritamente parte da formação militar dos indivíduos.
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Essa cidade torna-se, na verdade, uma verdadeira potência militar terrestre com um poderoso e disciplinado
exército que se impõe na região do Peloponeso como uma potência grega.
Esse período marca também três tentativas de invasão e ocupação do Império Persa sobre a Grécia durante
quase um século, nas chamadas Guerras Médicas (os persas eram conhecidos pelos gregos como medos), que uniu
durante o período toda a Grécia sob o comando naval de Atenas e terrestre de Esparta – mantendo a independên-
cia das cidades gregas e expulsando definitivamente os persas de seu território em 479 a.C., na batalha de Plateia.
Essa vitória tornou os gregos inigualáveis e superiores aos outros povos, pois a diferença numérica de
forças a favor dos persas era marcante, devendo os gregos sua vitória não a sua quantidade, mas a sua qualidade
enquanto povo que lutava pela sua liberdade e independência.
Com a destruição final do inimigo comum – a Pérsia –, Atenas e Esparta passaram a procurar exercer e
disputar a hegemonia política, econômica e militar sobre toda a Grécia.
Assim, foram criadas a Confederação de Delos, comandada por Atenas e com muitas outras cidades que
dela faziam parte, e a Liga do Peloponeso, comandada por Esparta e também com um grande número de cidades
que dela faziam parte.
Essa disputa entre as duas pólis foi se tornando tão acirrada que desembocou em um conflito de grandes
proporções atingindo toda a Grécia, denominado Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.).
No final do conflito, a Grécia se encontrava materialmente arrasada, com grande diminuição de sua popu-
lação masculina mais jovem e enfraquecendo-a militarmente.

Período Helenístico
Embora a vitória do conflito coube a Esparta, que conseguiu afinal se impor a toda a Grécia, ou aquilo que dela
restava, esse domínio foi de curta duração, pois a própria Esparta estava profundamente enfraquecida. Após uma
igualmente breve hegemonia da cidade de Tebas, a Grécia seria invadida pelo império dos bárbaros macedônios,
comandados pelo Rei Felipe II, vindos do norte da Península e encerrando definitivamente o período de indepen-
dência das póleis gregas, no ano de 336 a.C.
Seu filho Alexandre Magno continuaria e estenderia a obra do pai, criando um imenso Império, que abran-
geu todo o norte da África, a península Balcânica e o continente asiático, desde a Ásia Menor até partes da Índia.
Alexandre havia sido profundamente influenciado pela cultura grega e em seu império ele vai levar a cultu-
ra, costumes e valores gregos a todas essas diversas regiões, que irão ter sua própria cultura regional se misturando
a vários elementos da cultura grega – a esse processo de aculturação chamou-se helenismo.
Com a morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., seu império se fragmentou em três partes independentes
– Macedônia (da qual a antiga Grécia fazia parte), Egito e Mesopotâmia. As diversas lutas entre essas regiões,
foram-nas enfraquecendo, facilitando o domínio romano, ocorrido a partir de 146 a.C.
16
rOmA
A história de Roma se divide em três períodos principais:
§ Monaquia – da fundação da cidade de Roma,em 753 a.C., à implantação da República, em 509 a.C.
§ República – de sua implantação, em 509 a.C. a 27 a.C., quando Otávio, sobrinho de Júlio Cesar, se confere
o título de “Augusto” – até então reservado aos deuses – e acrescenta “César” como adjetivo Imperial de
Poder.
§ Império – de 27 a.C., a partir do governo de César Augusto Otávio até a destruição, saque e ocupação de
Roma e a ocupação dos territórios ocidentais do Império pelos povos germânicos, em 476 da era Cristã.
Roma é uma cidade que inicia sua expansão militar pela península Itálica, já a partir do século VI a.C.
Essa península era ocupada, já há muitos séculos, por povos etruscos e latinos (dos quais faziam parte os
habitantes de Roma), sabinos e samnitas, e os gregos com suas colônias ao sul.
A estrutura política e social da monarquia romana era semelhante àquela do início das póleis gregas:
Havia um rei – o pater –, o Senado – uma numerosa assembleia composta por aristocratas proprietários de
terras – e os patrícios. O restante da população, camponeses, artesãos e pequenos comerciantes e proprietários, era
composta pelos plebeus, que mesmo sendo homens livres, não tinham direito à cidadania. Por fim, a camada mais
baixa, que eram os escravos, comprados de outros povos, tomados em invasões das terras vizinhas, ou homens
livres pobres, que eram escravizados para poderem pagar suas dívidas com os grandes senhores.
Roma ocupava uma região denominada Lácio, que estava estrategicamente próxima ao mar Mediterraneo
e no entroncamento de várias rotas terrestres, que ligavam o Norte ao Centro e ao Sul da península Itálica, essa
região – um extenso vale era cortada pelo rio Tibre e estava cercada por elevações e colinas.
Todas essas condições geográficas permitiam uma melhor defesa da cidade, circulação de pessoas e mer-
cadorias por toda a parte terrestre e marítima vizinhas, e suas terras eram extremamente favoráveis à agricultura,
criação e pastoreio de animais.

Isso fazia de Roma uma cidade rica, populosa e desenvolvida com relação a toda a região.
Desejando mais autonomia, a classe aristocrática se coloca inicialmente contra o rei, e os plebeus cada vez

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em maior número e muitos, enriquecidos pelos negócios, começam a exercer pressão no sentido de ser igualmente
cidadãos e participarem da vida pública de Roma.
Somando-se a expansão territorial, econômica e populacional, a monarquia se mostra cada vez mais in-
capaz de sustentar-se e, afinal, é derrubada pelos patrícios, que instauram a República em Roma, com o Senado
controlando a elaboração, julgamento e aplicação das leis.
Iniciam-se então lutas sociais declaradas entre patrícios e plebeus, por igualdade política e social e melho-
res oportunidades econômicas, gerando instabilidade em Roma, causando seu enfraquecimento diante de seus
vizinhos.
Afinal, o Senado concorda em aplicar uma série de reformas que vão tornar os plebeus cidadãos plenos de
Roma, com direitos semelhantes aos dos patrícios.
Isso coincide com uma crescente expansão do território romano pela península, até no século III a.C., Roma
tomá-la como um todo e iniciar seu domínio comercial no mar Mediterrâneo.
Esse domínio encontrará em Cartago, uma cidade ao norte da África – fundada pelos antigos fenícios – uma
grande concorrente, provocando entre as duas potências, Roma e Cartago, as chamadas Guerras Púnicas (264-146
a.C.) – os romanos chamavam os cartagineses de “punos”, que significa fenícios.
Essas duras guerras, além de servirem de verdadeiro preparo, desenvolvimento e aperfeiçoamento das
forças militares romanas, preparando-as para as futuras conquistas, foram vencidas por Roma, que além de literal-
mente arrasar a cidade rival – Cartago passou a dominar absolutamente todo o mar Mediterraneo, o que aumentou
vertiginosamente as riquezas, poder e influência de Roma, que logo inicia suas conquistas no norte da África e
atravessando o Mediterrâneo em direção ao norte, inicia suas conquistas ao sul daquele continente, que mais tarde
vai ser conhecido por Europa.
Com essa expansão, a vida urbana em Roma e em outras cidades, que vão sendo fundadas nos territórios
ocupados, vai se desenvolver, a riqueza vai aumentar e os contatos culturais com povos diversos vão provocar
intensas trocas de conhecimentos.

Essa ampliação de mercados vai também criar um desenvolvimento do artesanato e da manufatura, mas
também uma entrada em Roma de um grande número de escravos vindos das conquistas, o que vai depreciar a
mão de obra principalmente rural, provocando um êxodo urbano, aumento a população da cidade de plebeus
empobrecidos e politicamente descontentes.

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As lutas sociais nesse período serão intensas, desestruturando o poder do Senado e enfraquecendo a Re-
pública, que vai criar a instituição Tribunato da Plebe, um espaço representativo para, politicamente, os plebeus
encaminharem suas solicitações.
Os irmãos Tibério e Caio Graco vão, respectivamente, ocupar esse cargo, tentando realmente pressionar o
Senado a produzir reformas eficazes para atender aos reclamos dos plebeus.
Ambos serão mortos nesse confronto – com o Senado, aumentando a insatisfação da plebe e fortalecendo
o exército cada vez mais necessário para garantir a ordem na cidade e em torno dela.
Com isso, um de seus generais, Júlio Cesar, acaba assumindo uma certa liderança paralela entre seus ho-
mens e com a própria plebe sublevada.
Utilizando seu carisma e posição, César tenta impor sua autoridade ao Senado, quando é assassinado, pro-
vocando grande comoção na população e em seus aliados, que promovem então um conflito aberto com o senado
e seus aliados aristocratas.
O resultado final desse confronto é a instalação do Império na figura de Otávio, sobrinho de César, que
toma o nome de seu tio como título (que a partir de então será utilizado por todos os imperadores), acrescentando
Augusto – semelhante a divino, tornando a figura do imperador verdadeiramente sagrada e centralizadora – pas-
sando este a comandar os ritos religiosos oficiais, chefiar o exército, o poder executivo e influenciar o judiciário e
o legislativo.
A expansão do poder de Roma alcançou então com o Império toda a Ásia Menor, o norte da África e centro-
-sul ocidental do continente europeu.
Com essa expansão, aliada ao surgimento do cristianismo e algumas seitas orientais que não aceitavam a
divindade do imperador, as revoltas dos escravos e ao aumento de impostos, cria-se uma crise no império enfra-
quecendo sua economia, a autoridade política do imperador e do senado e as forças militares.
Assim, os povos germânicos ao norte do continente europeu acabaram pressionando as fronteiras, invadin-
do e se fixando nas províncias ocidentais, chegando a saquear, destruir e ocupar Roma no ano de 476, colocando
um fim na parte ocidental do Império, que se preservou no Oriente com o nome da cidade em que Constantinopla,
agora capital, foi construída: a antiga Bizâncio daria o nome ao antigo império romano oriental, a partir do século
V, denominado Império Bizantino.

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impériO bizAntinO e CivilizAçãO muçulmAnA
iMpério Bizantino

O Império Bizantino foi a continuação do Império Romano na Idade Média. Sua capital foi Constantinopla (moder-
na Istambul), originalmente conhecida como Bizâncio. Inicialmente, parte oriental do Império Romano (frequente-
mente chamada de Império Romano do Oriente) sobreviveu à fragmentação e às invasões do Império Romano do
Ocidente e, no século V, continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até seu fim, diante da expansão dos
turcos otomanos, em 1453.
As fronteiras do império mudaram muito ao longo de sua existência, que passou por vários ciclos de declínio
e recuperação. Durante o reinado de Justiniano (527-565), alcançou sua maior extensão, após reconquistar muito
dos territórios mediterrâneos, antes pertencentes à porção ocidental do Império Romano, incluindo norte da África.
Com as invasões muçulmanas do século VII, muitas partes do Império foram incorporadas pelos califados
muçulmanos.
Os bizantinos receberam um golpe fatal em 1204, durante a Quarta Cruzada, quando foram dissolvidos e
divididos em reinos latinos e gregos concorrentes.
Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o império restabelecido em 1261, o império teve que
enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para sobreviver.
As muitas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império, e mais terri-
tórios foram perdidos nas guerras contra os turcos otomanos, que acabaram conquistando os territórios remanes-
centes, pondo fim ao Império Bizantino, no século XV.
Os imperadores bizantinos exerciam o cesaropapismo, isto é, governavam politicamente e religiosamente
– Igreja e Estado eram uma coisa só.

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O Cisma do Oriente (1054) ocorreu nesse contexto – disputas teológicas entre a sede da Igreja Oriental com
o patriarca em Constantinopla e a Igreja Ocidental com sede em Roma.
Uma das desavenças determinantes para o cisma foi a Questão Iconoclasta – os orientais de rito grego em
uma cultura mais abstrata e especulativa não aceitavam a representação de figuras sagradas em forma tridimen-
sional, pois diziam ser adoração a ídolos; já no Ocidente, a Igreja teve que se recriar com os valores germânicos
mais ligados à natureza concreta das coisas, inseridos em seus ritos, não viam mal algum na representação tridi-
mensional.
A partir dessa questão, os Orientais passaram a se chamar Católicos Ortodoxos e os Ocidentais, Católicos
Romanos, seguindo cada grupo o seu respectivo chefe espiritual.
Foi a crença na exclusividade da representação bidimensional, especialmente os afrescos, que desenvolveu
muito a arte iconográfica bizantina, desenvolvendo-se até a criação dos mosaicos, figuras compostas pela junção
de inúmeras pedras de variadas cores.
O Império desenvolveu uma estrutura burocrática e militar, baseada administrativamente no Direito Romano
e utilizava predominantemente a Língua Grega e se deixava influenciar diretamente por essa cultura, em sua moral,
costumes crenças e valores.
Sua sociedade era profundamente hierarquizada, com uma noção do “Corpus Christi” na Sociedade, onde
cada indivíduo ocupava uma função designada por Deus em sua própria natureza.
Assim, o imperador, a família real, a nobreza, os burocratas, os militares, comerciantes, camponeses, cons-
trutores, artesãos e artistas desempenhavam suas funções como parte dos Desígnios Divinos, formando na Terra o
Corpo do qual Jesus Cristo no Céu era a Cabeça.

o islaMisMo e sua expansão


O islamismo teve início quando Maomé, um comerciante da cidade de Meca, na península Arábica, se retirou
para uma caverna nos arredores da cidade para meditar, no ano 610. Na caverna, situada no monte Hira, Maomé
recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe mandou recitar versos que lhe teriam sido enviados por Deus e lhe comu-
nicou que ele, Maomé, fora escolhido para ser o último profeta enviado por Deus à humanidade. Os versos foram
posteriormente redigidos, formando o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Maomé começou, então, a pregar, em sua cidade, os ensinamentos que recebera na caverna. As pessoas
que aceitaram esses ensinamentos passaram a ser conhecidos como “muçulmanos”, ou seja, “aqueles que se sub-

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metem à vontade de Deus, aqueles que estão em paz, aqueles que são puros, aqueles que obedecem à vontade de
Deus”, a partir da raiz etimológica árabe salam, que significa “paz, pureza, submissão, obediência”. Esta mesma
raiz etimológica originou o nome da comunidade de seguidores de Maomé, o islã. Porém, os adeptos da nova re-
ligião foram hostilizados pela população e Maomé teve de fugir para a cidade próxima de Iatribe, a atual Medina,
no ano 622. Essa fuga recebeu o nome de Hégira (Hijra) e deu início ao atual calendário muçulmano.
Em Medina, a pregação de Maomé foi melhor recebida. Formou-se uma comunidade muçulmana na cidade
sob a liderança de Maomé. Medina começou então a ser atacada por Meca, que temia o crescimento da nova
religião fundada por Maomé, a qual condenava o politeísmo praticado em Meca e que gerava grandes lucros para
a elite local. Os confrontos se intensificaram até a vitória final de Medina.

Em Meca, Maomé destruiu os ídolos que ficavam no templo da Caaba, preservando somente a Pedra Negra,
um meteorito negro de 50 centímetros de diâmetro. Maomé decretou que a Caaba, daí em diante, seria o centro
da nova religião. Os muçulmanos não se deram satisfeitos com a conquista de Meca e continuaram sua expansão
conquistando militarmente toda a península Arábica, o Oriente Médio, o norte da África e a Pérsia.
Em 632, morreu Maomé, desencadeando uma disputa pela sua sucessão como líder dos muçulmanos, ou
califa. Abu Bakr foi declarado oficialmente como seu sucessor, porém muitos muçulmanos preferiram apoiar Ali ibn
Abu Talib, primo e genro de Maomé. Os que apoiaram Ali passaram a ser chamados de “xiitas”, de shiat Ali (“Par-
tido de Ali”). Os demais muçulmanos passaram a ser conhecidos como “sunitas”, de suna (“caminho trilhado”),
pois eles seguem apenas aquilo que Maomé determinou ao longo de sua vida.
Em 680, morreu Hussein, filho de Ali, em Carbala, transformando esta atual cidade iraquiana em centro de
peregrinação para os xiitas, durante a festa chamada axura.
Com o apoio dos berberes do norte da África, o islamismo alcançou a península Ibérica no século VIII. No
mesmo século, surgiu uma dissidência dos xiitas: o ismaelismo. Os comerciantes árabes propagaram a religião
muçulmana pela África Ocidental, África Oriental e os atuais territórios da Indonésia e Malásia, a partir do século II.
Nesse século, surgiu uma dissidência do ismaelismo: os chamados drusos. Em 1058, nasceu Al-Ghazali, na
Pérsia. Al-Ghazali viria a desenvolver uma interpretação mais mística do islamismo, chamada sufismo, que dava
mais valor à postura interior do que aos rituais exteriores da religião. Em 1207, nasceu, na então província persa
de Balkh, atualmente no Tadjiquistão, o poeta Rumi, que também viria a se destacar dentro do sufismo. Após sua
morte, seus seguidores fundaram, na cidade de Konya, na atual Turquia, a ordem sufi Mevlevi, conhecida pela
prática de uma dança peculiar em que os seus praticantes, os dervixes, giram em torno de si com a finalidade de
obter o êxtase e a comunhão com Deus.

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Os mongóis afegãos conquistaram a Índia e disseminaram o islamismo nesse país e em toda a Ásia Central
no século XIII. Sob a liderança dos turcos otomanos, o islamismo destruiu o Império Bizantino e invadiu a atual Tur-
quia, a Grécia e todo o sudeste da Europa, no século XV. Em 1517, o imperador otomano passou a deter também
o título de califa.

idade Média

Com o tempo e a desagregação do Império Romano do Ocidente, essas ocupações iniciais dariam início a reinos
independentes. No interior deles, estariam presentes tanto costumes romanos quanto dos povos invasores.
Formado na Gália (atual França), o reino Franco foi o mais duradouro desses reinos. Ao estudá-lo, poderemos
perceber esse processo de formação da sociedade feudal, assim como a consolidação ao longo dos séculos VI ao IX.
Os francos tiveram de enfrentar diversas batalhas para se estabelecer na Gália. Eles lutavam com lanças e
combates corpo a corpo, utilizando espadas de lâminas largas.
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Por um longo período, a região dominada pelos romanos ficou protegida contra invasões. Entretanto, no
princípio do século V, um povo de origem germânica atravessou o rio Reno e entrou na Gália. Eram os francos. Eles
conquistaram grande parte do território, estabelecendo-se no norte e, sobretudo, no nordeste.
Os primeiros reis francos descendiam de Meroveu. Por isso, os reis dessa dinastia chamam-se merovíngios.
Meroveu, na metade do século V, lutou ao lado dos romanos contra os invasores hunos.
Clóvis, neto de Meroveu, venceu os alamanos, os burgúndios e os visigodos, ampliando fronteiras do reino.
Com isso, no final do século V, os francos já dominavam grande parte da Europa central.
A importância de Clóvis aumentou quando ele se converteu ao cristianismo, em 496, depois de derrotar os
alamanos. Com a conversão, conquistou total apoio de condes cristãos e bispos da Gália.
Com a morte de Clóvis, em 511, o reino Franco foi dividido entre seus quatro filhos, ocasionando rivalidades
e disputas entre eles. Por fim, em 628, Dagoberto subiu ao trono e estabeleceu que, daí por diante, os reis francos
teriam um único sucessor.
Após o reinado de Dagoberto, vieram os reis indolentes, assim chamados por não cumprirem as funções ad-
ministrativas. O prefeito do palácio, uma espécie de primeiro-ministro, era quem efetivamente administrava o reino.
Um desses prefeitos, Pepino de Heristal, tornou o cargo hereditário e passou-o a seu filho Carlos Martel.
Carlos Martel notabilizou-se por vencer os árabes, em 732, na batalha de Poitiers, detendo a invasão muçulmana
na região central da Europa.
Em 743, foi coroado o último rei merovíngio, Childerico III.

O filho de Carlos Martel, Pepino, o Breve, incentivado pelo papa Zacarias, depôs Childerico III, assumiu o
trono e fez-se aclamar rei. Com isso, iniciou-se uma nova dinastia, a dos carolíngios, nome derivado de Carolus
(Carlos, em latim). O sucessor de Pepino, o Breve, foi seu filho Carlos Magno.
A obra levada a cabo pelos carolíngios, durante o império iniciado por Pepino, o Breve, quando eliminou os
merovíngios, em 751, e foi eleito rei pelos francos, designa-se por “Renascimento Carolíngio”, sendo este período
caracterizado pela confluência do purismo anglo-saxão, da tradição romana e das técnicas bizantinas. Seria Carlos
Magno o obreiro da união de todo o Ocidente cristão, tendo sido sagrado imperador no ano 800. O império duraria
até 843, quando aplicaram as disposições do tratado de Verdun, que o divide em três partes.
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A organização do império, tanto por Pepino, o Breve, como por Carlos Magno, teve como consequência um
enorme desenvolvimento artístico, cujos aspetos mais interessantes se encontram na arquitetura e na pintura, por
meio de afrescos e de iluminuras. As artes suntuárias e a escultura em marfim atingem a máxima expressão. As
balizas cronológicas apontadas para esta renovação cultural vão de 780 até as invasões dos normandos, em 887.
No entanto, o seu reflexo vai muito além daquela data, manifestando-se ainda nas reformas monásticas do
século X.
Notou-se, então, uma verdadeira preocupação em elevar o nível intelectual e moral dos francos. Natu-
ralmente que o clero teve um grande peso na construção da nova face cultural, com a criação de novas escolas
catedralícias, monásticas e presbiteriais nas áreas rurais. Apesar de vocacionadas para a formação do clero, estas
escolas eram igualmente abertas aos laicos que as quisessem frequentar. As escolas elementares dedicaram-se
ao ensino das artes liberais, etapa fundamental de preparação para estudos mais aprofundados. Para atender às
necessidades impostas pela reforma do ensino, Carlos Magno promoveu a vinda de professores estrangeiros, que
passaram a fazer parte daquilo a que se chamou “a academia do palácio”, composta por italianos, irlandeses e
anglo-saxões.
A cultura palaciana atingia o seu auge e as suas figuras mais representativas, para além de Alcuíno, foram
Eginhard (conselheiro de Carlos Magno) com a sua obra Vida de Carlos Magno, e Rábano Mauro, discípulo de Al-
cuíno. Este, juntamente com Paulo Diacro (ou Diácono), impulsionaria a gramática e a métrica, dando origem a um
tipo de literatura enfática. Naturalmente, as querelas dogmáticas recrudesceram, com destaque para as posições de
Jean Scott (ou Scott Erígena) acerca da questão dos conceitos, colocando o problema da religião face à fé.
Foi principalmente na arquitetura que se manifestaram os objetivos mais elevados dos protagonistas da
organização do império, ilustrando bem as transformações ocorridas no âmbito da religiosidade, nomeadamente
em relação à liturgia. Aproveitam-se influências de Bizâncio, em Aix e Germigny. Constituiu, de fato, uma síntese
das diferentes correntes artísticas do Ocidente, que se concatenam durante o reinado de Carlos Magno: influências
da antiguidade trazidas via Itália e Bizâncio e influências provenientes da Inglaterra e da Irlanda.

O feudalismo era a estrutura econômica social, política e cultural baseada na posse da terra, predominou na
Europa Ocidental durante a Idade Média. Foi marcado pelo predomínio da vida rural e pela ausência ou redução
do comércio no continente europeu.
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A sociedade feudal baseava-se na existência de dois grupos sociais – senhores e servos. O trabalho na
sociedade feudal estava fundado na servidão, onde os trabalhadores viviam presos à terra e subordinados a uma
série de obrigações em impostos e serviços.
O feudalismo variava de região para região e de época para época, ao longo da Idade Média.
A influência da religião em todos os aspectos da vida medieval era imensa, a fé inspirava e determinava os
mínimos atos da vida cotidiana.
O homem medieval foi condicionado a crer que a Igreja era a intermediária entre o indivíduo e Deus, e que
a graça divina só seria alcançada através dos sacramentos.
A vida monástica e as ordens religiosas começaram a surgir na Europa a partir de 529, quando São Bento
de Núrcia fundou o mosteiro no monte Cassino, na Itália, e criou a ordem dos beneditinos.
O sistema feudal estava completo nos séculos IX e X, com a invasão dos árabes no sul da Europa, dos
vikings (normandos) no norte e dos húngaros no leste.
A partir do século XI, quando se iniciaram diversas mudanças significativas na economia feudal, é que as
atividades baseadas no comércio e na vida em cidades, pouco a pouco, ganhavam impulso.

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u.t.i. - sAlA
1. O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) definiu a cidadania em Atenas da seguinte forma:
A cidadania não resulta do fato de alguém ter o domicílio em certo lugar, pois os estrangeiros
residentes e os escravos também são domiciliados nesse lugar e não são cidadãos. Nem são cida-
dãos todos aqueles que participam de um mesmo sistema judiciário. Um cidadão integral pode ser
definido pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas.
Adaptado de Aristóteles, Política. Brasília: Editora UnB, 1985, p. 77-78.

Relacionando aquilo que você aprendeu sobre o tema com o texto acima, quais as duas principais
condições para que um ateniense fosse considerado cidadão na Grécia clássica?

2. Num antigo documento egípcio, um pai dá o seguinte conselho ao filho:


“Decide-te pela escrita, e estarás protegido do trabalho árduo de qualquer tipo; poderás ser um
magistrado de elevada reputação. O escriba está livre dos trabalhos manuais [...] é ele quem dá
ordens [...]. Não tens na mão a palheta do escriba? É ela que estabelece a diferença entre o que és
e o homem que segura o remo.”
Apud Luiz Koshiba. História – origens, estrutura e processos.

Lendo o texto e lembrando o que você aprendeu sobre o tema, argumente sobre a seguinte afir-
mação:

Nas Civilizações do Antigo Oriente, a Escrita é um dos fundamentos da própria ideia de “Civiliza-
ção”.

3. Alguns povos da Antiguidade foram mercadores e praticavam intensamente o comércio marítimo.


a) Qual a relação entre a localização geográfica da Fenícia e as características econômicas de seu povo?
b) Cite o nome de suas três principais cidades.
c) Cite e comente um legado importante que os fenícios deixaram na História.

4. Vivemos numa forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao con-
trário, servimos de modelo a alguns, ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no tocante às
leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas, quando se trata de escolher (se
é preciso distinguir em algum setor), não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que
dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente, a pobreza não é razão para que alguém, sendo
capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de fazê-lo pela obscuridade de sua condição. Con-
duzimo-nos liberalmente em nossa vida pública, e não observamos com uma curiosidade suspicaz
[desconfiada] a vida privada de nossos concidadãos, pois não nos ressentimos com nosso vizinho
se ele age como lhe apraz, nem o olhamos com ares de reprovação que, embora inócuos, lhe cau-
sariam desgosto. Ao mesmo tempo que evitamos ofender os outros em nosso convívio privado, em
nossa vida pública nos afastamos da ilegalidade principalmente por causa de um temor reverente,
pois somos submissos às autoridades e às leis, especialmente àquelas promulgadas para socorrer os
oprimidos e às que, embora não escritas, trazem aos agressores uma desonra visível a todos.
Oração fúnebre de Péricles, 430 a.C. In: Tucídides. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora UnB, 2001, p. 109. Adaptado.

a) Quais as principais características do regime político de Atenas?


b) Qual a cidade que foi a principal adversária de Atenas na Guerra do Peloponeso?
c) Cite e comente as principais diferenças entre elas.

5. Cite o nome e a principal característica de cada um dos tres Períodos da História de Roma.

6. O historiador grego Heródoto (484-420 a.C.) viajou muito e deixou vivas descrições com reflexões
sobre os povos e as terras que conheceu. Deve-se a ele a seguinte afirmação: “o Egito, para onde se
dirigem os navios gregos, é uma dádiva do rio Nilo“.

“No Antigo Egito, existia uma profunda ligação entre o meio natural e a vida daquele povo.”

Explique a afirmação acima, relacionando seus conhecimentos sobre o tema com o texto.
27
7. “Com relação ao ornamento, Roma não correspondia, absolutamente, à majestade do Império e,
além disso, estava exposta às inundações, como também aos incêndios. Porém, Augusto fez dela
uma cidade tão bela que pode se envaidecer, principalmente por ter deixado uma cidade de már-
more no lugar onde encontrara uma de tijolos”.
(Adaptado de Suetônio. A Vida dos Doze Césares. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 91.)

Considerando o texto e o período de Otávio Augusto no governo de Roma, responda:


a) Qual a relação da reurbanização de Roma durante o Governo de Otávio Augusto, com aquilo que sim-
bolizava a PAX ROMANA?
b) Identifique uma medida social e uma medida política estabelecidas por Augusto para adaptar as tra-
dições romanas àquele momento histórico.

28
u.t.i. - e.O. Nascida nos quadros do Império Romano,
a Igreja ia aos poucos preenchendo os va-
zios deixados por ele até, em fins do sécu-
lo IV, identificar-se com o Estado, quando o
cristianismo foi reconhecido como religião
1. A palavra árabe iman significa ‘ter certeza’ e
oficial. (...) Estreitavam-se, portanto, as re-
designa fé, no sentido da certeza.
lações Estado-Igreja. (...) No Império Caro-
A fé, por conseguinte, não contradiz o co-
língio, a aliança entre os reis e a Igreja foi
nhecimento nem a compreensão. Pelo con-
fundamental para a consolidação de ambos
trário, o desejo de saber é uma obrigação
os poderes e, por vezes, a Igreja assumia
religiosa, e os tempos pré-islâmicos (século
funções que hoje consideramos ser do Esta-
VI) na Arábia são chamados pelos islâmicos
do e este por sua vez interferia nos assuntos
de jahiliya, ignorância.
religiosos.
(Adaptado de Burkhard Scherer (org.). As Grandes religiões:
temas centrais comparados. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 77.) FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média. Nascimento
do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. p.67 e 71.
Como a fé e o conhecimento científico esta-
vam relacionados entre si no mundo islâmi- Sobre as relações entre Estado e Igreja, no
co na Alta Idade Média? período medieval, responda:
a) Qual o papel administrativo desempenhado
pela Igreja Católica durante o Período Medie-
2. “O desenvolvimento da arte bizantina da val?
produção de ícones em mosaicos não con- b) Como o Poder Real dos Francos – Merovín-
tradiz as razões que originaram o “Cisma do gios e Carolíngios contribuiu para a expan-
Oriente” em 1054.” são do cristianismo na Europa Ocidental?
Explique essa afirmação justificando-a.
6. Qual a importância do ponto de vista geopo-
3. A famosa “Batalha de Poitiers”, ocorrida no lítico daquele período, o surgimento, esta-
ano de 732, teve em Carlos Martel, líder dos belecimento e expansão do Islão a partir do
francos e avô de Carlos Magno uma figura século VII?
central.
a) Do ponto de vista religioso e cultural, qual
o significado dessa batalha para as regiões 7. O Imperador Justiniano (527-565) entre
ocidentais do continente europeu? outras realizações, consolidou o conceito e
b) Qual a nova força militar que desempenhou as práticas do Cesaropapismo, que iriam ter
um papel fundamental nessa batalha e que muitas consequências ao longo do tempo na-
depois se tornaria durante todo o período quela região, particularmente no Leste euro-
medieval uma das instituições de sustento peu e na Rússia.
ao feudalismo? O que é “Cesaropapismo”?

4. Qual o significado simultaneamente políti- 8. “O aparecimento da pólis constitui, na his-


co e religioso da Coroação de Carlos Magno, tória do pensamento grego, um aconteci-
ocorrida no Natal do ano 800? mento decisivo (...). O que implica o sistema
da pólis é primeiramente uma extraordiná-
ria preeminência da palavra sobre todos os
5. Observe a ilustração e leia a citação a seguir. outros instrumentos do poder. Torna-se o
Em seguida, responda ao que se pede. instrumento político por excelência, a chave
de toda a autoridade no Estado, o meio de
comando e de domínio sobre outrem (...).
Uma segunda característica da pólis é o
cunho de plena publicidade dada às mani-
festações mais importantes da vida social.
Pode-se mesmo dizer que a pólis existe ape-
nas na medida em que se distinguiu um do-
mínio público, nos dois sentidos diferentes
mas solidários do termo: um setor de inte-
resse comum, opondo-se aos assuntos priva-
dos; práticas abertas, estabelecidas em ple-
no dia, opondo-se a processos secretos. Essa
exigência de publicidade leva a apreender
progressivamente em proveito do grupo e a
colocar sob o olhar de todos o conjunto de
condutas, dos processos, dos conhecimentos
29
que constituíam na origem o privilégio ex-
clusivo.”
(Jean-Pierre Vernant. As origens do
pensamento grego. 1984.)

a) O que era a Pólis?


b) Por que a PALAVRA é tão importante nesse
contexto ao qual o autor se refere?

9. O que significa o termo “Mesopotâmia” e


qual a relação entre esse significado e as ci-
vilizações que surgiram nas várias cidades-
-Estado daquela região?

10. As perseguições aos cristãos no Império Ro-


mano estavam ligadas especialmente a uma
atitude dos cristãos com relação à figura do
Imperador e que era ao mesmo tempo políti-
ca e religiosa.
a) Qual era essa questão?
b) Por que ela era simultaneamente política e
religiosa?

30
U.T.I. - 1

História do Brasil
O períOdO pré-cOlOnial (1500-1530)

A chegada dos portugueses no Brasil ocorreu a 22 de abril de 1500 e se insere no contexto mercantil ibérico e eu-
ropeu dos séculos XV e XVI, quando os portugueses e os espanhóis procuravam encontrar rotas marítimas alterna-
tivas ao Mar Mediterrâneo (fechado aos europeus pelos árabes) e continuar o valioso comércio asiático de produtos
de luxo como seda, especiarias, caros objetos decorativos e particularmente o mais rentável de todos: o açúcar.
Nessa busca, os espanhóis se depararam com o Continente Americano em 1492, na atual região do Mar do
Caribe – América Central – e no seu rastro, bem mais ao sul, os portugueses em 1500.
Entretanto para o governo português, essas novas terras (naquele momento desconhecidas em toda sua
imensidão), ficariam como uma espécie de posse de reserva para se manterem em condições de competição eco-
nômica com a rival Espanha, que já iniciava nos inícios do século XVI, o reconhecimento geográfico e a exploração
econômica de suas descobertas.
Portugal que havia precocemente descoberto, percorrido e explorado a Rota Africana para a Ásia e, por
enquanto, dominava com quase exclusividade essa Rota – estava totalmente focado no muito rentável comércio
com as Índias, como se denominava entre os europeus genericamente o continente asiático.
Assim sendo, o Brasil nesse período permaneceu para Portugal uma fonte econômica secundária, fornecen-
do a partir de seu vasto litoral (progressivamente conhecido pelos portugueses) o valioso pau-brasil – mediante
escambo com os nativos da terra, montando ao longo do litoral – as Feitorias, pequenas fortalezas litorâneas que
serviam de base de apoio aos navios, local de contato e escambo com os nativos e depósito para o pau-brasil, ser
oportunamente levado a Portugal pela próxima expedição que viesse.
Além disso, essas estratégicas fortalezas serviam também como marco da presença portuguesa e locais de
defesa e vigilância do litoral contra eventuais estrangeiros que viessem por aqui.
Esse produto era comercializado também pelos espanhóis, franceses, ingleses e holandeses, que o vinham
buscar regularmente, em pequenas expedições clandestinas, particulares ou financiadas pelos seus governos; e por
esse motivo Portugal organizava regularmente as chamadas Expedições Guarda-Costas – para reconhecer, patru-
lhar e manter a posse do litoral brasileiro, tentando coibir o comércio do pau-brasil feito por outros .
Nesse momento também, o Brasil servia como local de envio dos chamados “Degredados”, criminosos ou
marginais sociais dos quais Portugal queria se livrar.

33
Esses indivíduos eram periodicamente lançados dos navios em grupos na costa brasileira, tendo que nadar
um longo percurso até as praias....muitos morriam afogados ou devorados por tubarões, mas outros entretanto,
que chegavam vivos em terra firme,foram estabelecendo contato e convívio com os nativos , sendo que alguns
deles – anos mais tarde, bem estabelecidos na terra, vieram a prestar valiosa ajuda aos primeiros colonizadores
portugueses.

O iníciO da cOlOnizaçãO
Logo após o Descobrimento, o Brasil permaneceu relativamente abandonado pelos portugueses, que continuavam
a buscar as riquezas do comércio com as Índias. Para Portugal, um Estado, acima de tudo voltado para o máximo
desenvolvimento mercantilista, o Brasil nada ou quase nada poderia oferecer de imediato, em confronto com o rico
mercado de especiarias. Assim foi que, por não atender aos interesses imediatos do Estado nem da classe mercantil
portuguesa, de acordo com as exigências de sua prática mercantilista, conduzida ainda apenas no setor de distri-
buição de mercadorias, o Brasil permaneceu ligado à sua Metrópole por umas poucas expedições ocasionais, que
aqui chegavam com o objetivo de reconhecer mais amplamente o litoral ou de explorar o pau-brasil, madeira com
possibilidade de comercialização, ou ainda, de afugentar os franceses, atraídos pela mesma mercadoria e contes-
tadores da divisão da América entre Portugal e Espanha (Tratado de Tordesilhas,1494).
Gaspar Lemos, em 1501, e Gonçalo Coelho, em 1503, comandaram, respectivamente, as primeiras expedi-
ções de reconhecimento e exploração. Desta última, organizada pelo comerciante Fernão de Noronha, a quem o rei
arrendara a “colônia” para a exploração do pau-brasil em troca da defesa da costa, participou Américo Vespúcio.
O crescimento da presença de franceses, principalmente junto ao litoral, exigiu um esquema de policiamento mais
ostensivo. Para isso, foram enviadas duas expedições guarda-costas comandadas por Cristóvão Jacques, em 1516
e 1526, para combater os corsários franceses. Entretanto, esse recurso não chegou a bons resultados. O litoral con-
tinuou ameaçado, o que exigiu muito mais esforço para garantir a segurança. Por fim, exigiu a ocupação mesma do
litoral, sua colonização, o que mudou radicalmente a política oficial do Estado português, bem como o montante
de investimentos por parte da burguesia lusitana.

A explorAção do pAu-brAsil
O único produto brasileiro com algum valor comercial, embora inferior às mercadorias orientais, era o vegetal do
qual se extraía uma tinta muito usada em tinturaria: o pau-brasil. A extração dessa madeira ocorria no litoral da Co-
lônia, em uma área que ia do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. Os portugueses foram os primeiros a explorá-
-la. Depois de algumas viagens, os espanhóis afastaram-se em respeito ao Tratado de Tordesilhas. Os franceses, sem
compromisso com o Tratado e sem poder comercializar diretamente com o Oriente, lançaram-se ao contrabando.
34
No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi
comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores
e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.
Como já sabemos, açúcar era um produto largamente consumido na Europa por nobres e burgueses, como
um alimento de luxo, e seu comércio produzia grandes margens de lucro. Após as experiências positivas de cultivo
no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga
escala.
O povoamento do território brasileiro estava então vinculado diretamente à produção do açúcar, planta-
do em larga escala em grandes extensões territoriais, trabalhado em todo seu processo – do plantio, colheita,
beneficiamento, produção, embalamento, armazenamento e transporte – executado por mão de obra escrava –
inicialmente nativa e, em seguida, dos africanos, trazidos ao Brasil de seu continente nativo cada vez em maiores
quantidades, através de uma atividade específica e muito rentável em si mesma: o comércio negreiro.
Inicialmente, o rei de Portugal D. João III, em 1534 – dividiu administrativamente o território, nas chamadas
Capitanias Hereditárias, procurando se utilizar de um modelo feudal de ocupação, povoamento e administração
territorial – baseada na iniciativa privada de alguns nobres enriquecidos que teriam larga autonomia sobre seus
territórios, arcando no entanto, com todos os custos relativos à essa ocupação.
Esse sistema, em si mesmo, fracassou pelo quase absoluto desinteresse de todos os eventuais “donatários”
à exceção de Duarte Coelho, em Pernambuco, e de Martim Afonso de Sousa, em São Vicente.
Então, em 1548, o rei criou o sistema de Governo-geral, enviando ao Brasil uma espécie de vice-rei, que
centralizaria todas as principais funções administrativas das Capitanias – dividindo-as em sesmarias e auxiliando
seus proprietários em sua ocupação, desenvolvimento e manutenção.
Também existiam as Câmaras Municipais, que eram órgãos políticos compostos pelos “homens-bons”.
Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades.
Foi construída a cidade de Salvador, pois como a região Nordeste tornou-se o centro econômico da colônia
em virtude da produção açucareira – a cidade servia de base para o controle administrativo e como porto do envio
do açúcar para Portugal e Europa.

o AçúcAr
A produção açucareira, ocorria no sistema de plantation, ou seja, eram grandes extensões de terra desenvolvendo
a monocultura extensiva através do trabalho escravo utilizado em larga escala com o objetivo de realizar a expor-
tação do produto – no caso o açúcar para o mercado externo. O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia
que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole portuguesa no sistema de “Exclusivo Colonial”.

35
senhores e escrAvos
A sociedade no período do açúcar era marcada pela nítida diferenciação social. No alto da sociedade, com poderes
políticos e econômicos quase absolutos – limitados apenas pelo Governador-Geral, estavam os Senhores de En-
genho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres – artesãos, construtores, pequenos
proprietários de terra e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem indígena e
africana.
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres ti-
nham poucos ou quase nenhum direito e nenhuma participação política, viviam em função de seus pais ou maridos.
A Casa-Grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns
agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas
(habitações dos escravos).

Jesuítas
Paralelamente a essa estruturação de modelo colonial, a Companhia de Jesus – uma ordem religiosa recém-
-fundada na Espanha e com muita penetração em Portugal, envia juntamente com os burocratas portugueses e
colonos civis, padres Jesuítas em grupos para levarem a cabo um Projeto de Colonização alternativo e que vão
procurar catequizar e converter os nativos , tanto nas colonias espanholas como no Brasil, ao Catolicismo Romano,
fundando entre nós colégios, que originam vilas – como no caso de São Paulo (1554) , mas principalmente criando
as assim chamadas Missões – aldeamentos de indígenas convertidos administrados pelos padres, que vão procurar
preservar alguns elementos da cultura nativa e fundi-los com a cultura europeia cristã, tornando o indígena um
igual aos brancos em sua educação, conhecimentos e cultura.
36
Esse projeto de colonização irá permanentemente chocar-se com o projeto oficial governamental e dos co-
lonos que veem no indígena somente um instrumento de trabalho escravo, o que vai motivar invasões constantes
dessas missões, principalmente pelos bandeirantes e o choque muitas vezes armados com os índios missionados e
com os próprios jesuítas.
O Brasil tornou-se, como o restante da América, alvo de invasões e disputas territoriais entre as Monarquias
Absolutas da Europa.
Os franceses invadiram o Rio de Janeiro em 1555 fundando uma Colonia denominada “França Antártica”,
sendo de lá expulsos somente em 1567.
Um grupo remanescente fugiu para o norte da colônia lá se fixando por algumas décadas na região corres-
pondente ao atual estado do Maranhão, vindo anos mais tarde a fundar uma nova colônia: A França Equinocial que
teve curta duração – entre 1612 e 1615.

a uniãO ibérica
A partir de 1580, ocorreu a chamada União Ibérica, pois o Rei de Portugal D. Sebastião morto em uma batalha na
África não deixou descendentes portugueses diretos, sendo seu parente mais próximo o próprio Felipe II, Rei da
Espanha, e pelas Leis e Costumes Abslutistas possuía a partir de então plenos direitos políticos sobre Portugal e
suas colonias incluído o Brasil.
Dessa forma Portugal, Espanha, Brasil, partes da India e África, tornaram-se um único Reino.

os holAndeses no brAsil
Justamente em função dessa união entre Espanha e Portugal, os holandeses que, contratados pelo governo portu-
guês, participavam ativamente do transporte do açúcar brasileiro entre o Nordeste e a Europa, além de abastece-
rem o Brasil de escravos vindos da África, trazidos em seus navios – foram afastados dessas lucrativas atividades
pelo governo da Espanha –, pois a Holanda – antiga posseção territorial espanhola na Europa – era historicamente
uma grande rival política e econômica.
Os holandeses responderam a esse ato invadindo formalmente parte do território nordestino – primeiro a
Bahia, entre 1624 e 1625, e depois Pernambuco, entre 1630 e 1654, procurando nessas regiões estabelecerem
colônias, administrando seu território e controlando todo o processo produtivo do açúcar – de seu plantio ao
transporte final.
Um destaque importante dessas ocupações foi o governo do conde Maurício de Nassau, em Pernambuco,
entre 1637 e 1644. Nassau procedeu a pacificação da região, estabeleceu boas relações com os senhores de en-
genho e moradores em geral – através da concessão de crédito bancário, estabelecimento da tolerância religiosa
e desenvolvimento de importantes obras urbanas, além de fomentar a cultura e a educação, trazendo da Holanda
cientistas e artistas.

37
Com o fim da União Ibérica e o restabelecimento da Independência de Portugal e suas colônias, o governo
português se organiza militarmente com parte dos colonos para promover a expulsão dos holandeses do território
brasileiro, que ocorre definitivamente em 1645.
Entretanto, os holandeses, ao deixarem o Brasil, levaram grande quantidade de mudas de cana-de-açúcar,
know-how tecnológico de sua produção, muitos comerciantes especializados no produto, particularmente judeus e
até alguns escravos e brancos construtores das máquinas do engenho açucareiro.
Esses holandeses acabaram por se estabelecer ao norte da América do Sul e em algumas regiões da América
Central, particularmente nas ilhas do mar do Caribe, chegando até a costa leste do atual EUA.
Em alguns desses locais, iniciaram a produção do açúcar, reduzindo e racionalizando os custos, melhorando
a sua qualidade e reduzindo os preços no mercado internacional.
O resultado para o Brasil e Portugal foi a progressiva perda de mercados consumidores e a consequente
diminuição do comércio e dos lucros do açúcar, provocando um lento, mas profundo declínio econômico de toda a
região Nordeste do Brasil como um todo.

bandeirantes
As expedições militares particulares de apresamento indígena, busca de metais e pedras preciosas e reconhecimen-
to territorial que partiam sistematicamente da Vila de São Paulo tiveram durante a União Ibérica grande expansão,
pois agora os paulistas tinham plena liberdade de se aventurar por largas faixas do território colonial antes contro-
ladas exclusivamente pelos espanhóis e assim o território brasileiro, propriamente dito, foi sendo expandido para
muito além da linha imaginária das Tordesilhas (antigo tratado de divisão do mundo recém-descoberto entre espa-
nhóis e portugueses e sancionado pelo Papa), integrando com a abertura de caminhos e rotas fluviais, percorridas
e mapeadas grande parte do cada vez mais imenso território colonial.

38
Como já sabemos, foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do
Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetraram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e
jazidas de ouro e diamantes. E assim eles acabaram encontrando as primeiras minas de ouro, diamantes e pedras
preciosas, nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Após a descoberta dessas primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração e
comercialização. Interessado nesta nova fonte de lucros, pois o comércio de açúcar como vimos estava em franco
declínio, ele começou a cobrar o quinto.
O quinto era um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado
por todos mineradores. O imposto era cobrado nas Casas de Fundição, que transformavam todo o ouro coletado
em lingotes padronizados e identificados com o selo real. O Quinto de cada quantidade de ouro fundido era trans-
formado em lingotes e separados para serem enviados ao Tesouro Real.
Somente esses lingotes poderiam depois serem legalmente comercializados por seus proprietários, pois já
haviam sido “quintados”. Qualquer outra forma de ouro – pó, pepitas e mesmo lingotes não oficialmente selados
–, se comercializados e descobertos pelas autoridades coloniais, eram tratados como contrabando, confiscados e os
envolvidos presos, processados, multados e até mesmo encarcerados ou executados, dependendo de quem fosse e
das circunstâncias do contrabando ou mesmo da quantidade envolvida.
Essa descoberta de ouro, pedras preciosas e diamantes e o início de sua exploração nas regiões auríferas e
diamantinas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira “corrida do ouro” para estas regiões.
Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões da Colônia e de Portugal partiram em busca do
sonho de riqueza.

O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, eram eles que buscavam nas regiões
mais ao sul das Minas Gerais, os animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros alimentos e
provisões, que não eram produzidos nas regiões mineradoras.
Seu trabalho possibilitou o reconhecimento, melhoria e desenvolvimento das estradas e comunicações entre
as regiões da colônia envolvidas nesse processo, particularmente as atuais regiões sul e sudeste.
Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões.
Muitos novos trabalhos complementares à mineração surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de
trabalho na região. Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto), Diamantina e Mariana,
casas suntuosas, locais de administração pública, as vilas cresceram e foram urbanizadas com ruas pavimentadas,
iluminação noturna, locais de diversão e difusão cultural.
Assim a arte da pintura, escultura, assim como a literatura, a música e a poesia encontraram espaço de
criação, difusão e consumo, diferenciando em muito essa região do restante da Colônia.
Para acompanhar administrativamente todo esse crescimento e desenvolvimento na região, a capital da
Colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro no ano de 1763.
39
MOviMentOs nativistas e separatistas
Em função da crise açucareira no Nordeste, algumas profundas desavenças regionais entre os próprios colonos,
disputas territoriais sobre as minas e regiões auríferas ou aumento significativo do controle, vigilância e exploração
econômica da metrópole – ocorreram de fins do século XVII e durante todo o século XVIII – as rebeliões , revoltas
e conflitos nativistas.

§ Revolta de Beckman: Maranhão (1684);


§ Guerra dos Emboabas: Minas Gerais (1708-1709);
§ Guerra dos Mascates: Olinda e Recife (1710-1711);
§ Revolta de Felipe dos Santos : Minas Gerais (1720).

E na crescente crise mercantil entre metrópole e colônia – causando a progressiva falência econômica de
Portugal e sua crescente dependência da Inglaterra, as tensões na Colônia, particularmente nas regiões auríferas e
diamantinas foram aumentando, no progressivo desinteresse da manutenção do Pacto Colonial por parte dos gru-
pos coloniais participantes do poder político local e das riquezas e na sensação por parte das populações brancas,
mestiças e de libertos – trabalhadores braçais ou intelectuais em algumas áreas mais urbanizadas – da exploração
econômica e da submissão politica exercida por Portugal.
Nesse contexto surgem dois movimentos de caráter nitidamente separatista

§ A Inconfidência Mineira: Vila Rica, Rio de Janeiro e arredores (1789);


§ Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates: Salvador e arredores (1798).

Esses movimentos foram duramente reprimidos e seus participantes punidos de acordo com o grupo social
ao qual pertenciam, além da iniciativa governamental de impedir quaisquer tipos de pretensões de autonomia
econômica da colônia proibindo o surgimento e destruindo todas as manufaturas existentes naquele momento.

a vinda da faMília real


A crise econômica mercantil, a falência de Portugal – ocorrem juntamente (e em parte) em decorrência da Indepen-
dência dos E.U.A (primeira colônia americana a se libertar de sua metrópole), ascensão política da França, através
da Revolução Francesa, procurando acabar com todos os princípios absolutistas de poder político e instalando a
democracia representativa liberal como principio racional de administração e politica e a ascensão econômica da
Inglaterra através da Revolução Industrial, recriando por sua vez os princípios de riqueza econômica, anteriormente
baseados no comercio mercantil, agora norteados pela produção industrial.
Dessa forma o Rei de Portugal D. João VI, em 1807 – pressionado conjuntamente por suas dívidas com a
Inglaterra e com a iminente invasão das tropas de Napoleão Bonaparte, herdeiro político direto da Revolução Fran-
cesa é pressionado pelo Governo Inglês e conduzido por seus temores quanto a sua própria segurança pessoal e de
sua família a abandonar Portugal e refugiar-se em sua colônia, Brasil – especificamente na capital Rio de Janeiro,
onde vai permanecer de 1808 a 1821 – procedendo inúmeras reformas econômicas e administrativas liberalizan-
tes, o que vai aproximar cada vez mais o Brasil da ruptura politica definitiva com Portugal em 1822.
40
prOcessO de independência
Em 1820, a burguesia lusa deu início à Revolução Liberal do Porto e convocou as Cortes Constituintes de Lisboa
para a elaboração da primeira Constituição de Portugal. Exigiram o regresso do soberano à Metrópole, seu jura-
mento à futura Constituição e a recolonização do Brasil em favor dos interesses maiores do comércio português.
O caráter recolonizador das Cortes gerou a reação anticolonialista dos brasileiros. Crescia o sentimento
emancipacionista. A presença da Corte de D. João VI no Brasil havia solapado os alicerces do sistema colonial. Já es-
tava inadequado à nova realidade econômica e política da Europa e da América do Norte, bem como não tinha mais
sustentação interna. Os grupos anticolonialistas haviam se fortalecido e seus ideais, propagados e popularizados.
Os novos agrupamentos políticos:
§ Partido Português: defensores da política recolonizadora das Cortes.
§ Partido Brasileiro: força mais importante no processo de independência e caracterizava-se pelo conser-
vadorismo. Seus componentes temiam que a luta pela independência se fizesse acompanhar por mudanças
na estrutura econômico-social do país.
§ Radicais Liberais: defendia que a independência fosse acompanhada por reformas – abolição da escra-
vatura, estabelecimento de um sufrágio amplo e mais autonomia das províncias.

A decisão de D. Pedro de permanecer no Brasil (Dia do Fico), atendendo às pressões do Partido Brasileiro e
os Liberais Radicais, teve reflexos internos e externos. As Cortes acirraram os decretos recolonizadores e as tropas
metropolitanas sediadas no Brasil movimentaram-se contra o regente D. Pedro.
A crise institucional chegava a um limite que apontava para a separação final. No dia 7 de setembro de
1822, às margens plácidas do riacho do Ipiranga, D. Pedro proclamou a independência do Brasil.
O projeto político da independência do Brasil foi resultado, em primeiro lugar, dessa situação particular e
das contradições entre os interesses da elite agrária brasileira e do projeto português de recolonização do Brasil,
expresso na Revolução Liberal do Porto.
A independência brasileira foi sui generis no contexto americano. O Brasil foi o único país a adotar a mo-
narquia ao longo do século XIX como forma de governo. O processo de rompimento com a Metrópole, além de
ter sido liderado por quem era herdeiro dos dominadores coloniais, foi liderado por um representante das elites
dominantes; portanto, por um defensor dos seus interesses e os de outros países, como os da Inglaterra, que não
precisava nem desejava o apoio popular.

41
u.t.i. - sala
1.

O triunfo holandês seria coroado com a chegada do conde Maurício de Nassau-Siegen, que de-
sembarcou como governador em janeiro de 1637. Transformado em mito de nossa história seis-
centista, Nassau ficaria também celebrizado pela missão de pintores e naturalistas que financiou
no seu governo. Frans Post (1612-1680) foi o mais renomado componente da missão nassoviana,
dedicando-se à pintura de paisagens, retratando a natureza tropical e as construções humanas.
Adaptado de Vainfas, R. “Tempo dos Flamengos: a experiência colonial holandesa”.
In: FRAGOSO, J. L. R.; GOUVEA, M. de F. (org). O Brasil colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

a) Quais as principais realizações do Governo Maurício de Nassau?


b) Do ponto de vista colonial, quais as principais diferenças entre a Administração Holandesa e a Admi-
nistração Portugesa no Brasil?

2. No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários PPP, a saber, pau, pão e pano. E,
posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão
abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por qualquer causa pouco
provada, ou levantada; e com instrumentos de muito rigor, ainda quando os crimes são certos, de
que se não usa nem com os brutos animais...
(Adaptado de: ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. 3.ed. Belo
Horizonte: Itatiaia/Edusp, 1982. p.89. Coleção Reconquista do Brasil. Disponível em: <http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000026.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2012.)

De acordo com o texto, como o Padre Antonil se posiciona perante a questão da Escravidão?

3. Durante o Processo de Independência do Brasil, não haviam ideias claras sobre o Federalismo.
Empregava-se “Federação” como sinônimo de “República” e de “Democracia. Mas a historiografia
oficial da Independência procurou ocultar a existência do Projeto Federalista, encarando-o apenas
como resultado de impulsos anárquicos e de ambições personalistas e antipatrióticas.
a) Identifique no texto os dois significados opostos para o Federalismo.
b) Qual o Projeto Político que dominou a conclusão do nossa Independencia?

4. “A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos
tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pes-
soas que atualmente lá estão.“
(André João Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL POR SUAS DROGAS E MINAS)

De acordo com o texto, quais as principais consequências da Corrida do Ouro no Brasil?

5. No início do século XIX, iniciaram-se as revoltas coloniais na América Hispânica, acompanhando


os movimentos separatistas ocorridos no Brasil.
Qual a principal característica do Processo de Independência das Colonias Hispânicas e as diferen-
ça marcante entre sua Emancipação Política e a Emancipação ocorrida no Brasil?

42
6. As expedições destinadas ao apresamento dos nativos, como se pode observar no mapa abaixo,era
a principal atividade econômica dos bandeirantes paulistas entre os séculos XVI e XVIII.

a) Qual a relação existente entre as expedições de apresamento e as atividades econômicas realizadas


pelos moradores da Capitania de São Vicente?
b) Cite um efeito dessas expedições para a colônia portuguesa na América nesse período.

7.

a) Identifique e analise dois elementos representados na imagem, ligados ao contexto histórico de Por-
tugal na segunda metade do século XVIII.
b) Cite e explique duas medidas tomadas pelo Governo Portugues com relação ao Brasil, nesse período.

8. A transformação do Rio de Janeiro em corte real começou apenas dois meses antes da chegada do
príncipe regente, quando notícias do exílio real – tão “agradáveis” quanto “chocantes”, cheias de
“sustos e alegrias” – foram recebidas. Entretanto, como descobriram os residentes da cidade, os
preparativos iniciais para acomodar Dom João e os exilados marcaram apenas o começo da trans-
formação do Rio de Janeiro em corte real, pois o projeto de construir uma “nova cidade” e capital
imperial perdurou por todo o reinado brasileiro do príncipe regente. Construir uma corte real
significava construir uma cidade ideal; uma cidade na qual tanto a arquitetura mundana como a
monumental, juntamente com as práticas sociais e culturais dos seus residentes, projetassem uma
imagem inequivocamente poderosa e virtuosa da autoridade e do governo reais.
(Kirsten Schultz. Versalhes tropical, 2008. Adaptado.)

a) Qual o principal motivo que trouxe a Corte Portuguesa para o Brasil?


b) Cite duas transformações ocorridas na Cidade do Rio de Janeiro com a chegada e presença da Corte
Portuguesa.

43
u.t.i. - e.O.
1. Frans Post chegou ao Brasil em 1637 e fazia parte do grupo de artistas ligados ao Governo Holan-
dês sob o comando de Maurício de Nassau. Paisagens, cenas cotidianas e personagens foram os te-
mas principais representados por Post durante essa época. Observe atentamente a imagem abaixo,
de sua autoria, e depois responda às questões:

Identifique na pintura: a instalação representada; a força motriz utilizada; a mão de obra predo-
minante e o produto processado.

2. “Por mais de um século o Brasil foi o principal exportador mundial de açúcar. De 1600 a 1650 o
açúcar respondia por 90% a 95% dos ganhos brasileiros com exportações. Mesmo no período em
torno de 1700, quando o setor açucareiro declinou, ele continuava a representar 15% dos ganhos
do Brasil com exportações.”
(SKIDMORE, Thomas E. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 36)

Qual o principal acontecimento, ocorrido ainda no século XVII, que iniciou esse vertiginoso declí-
nio?

3. “A primeira coisa que os moradores desta costa do Brasil pretendem são índios escravizados para
trabalharem nas suas fazendas, pois sem eles não se podem sustentar na terra”.
(adaptado de GANDAVO, Pero Magalhães. Tratado descritivo da terra do Brasil. São Paulo: Ed. Itatiaia e EDUSP, 1982, p. 42 [1576])

Nesse trecho percebe-se que o autor compactua com sua afirmação sobre o Brasil do final do século
XVI.
Com base no texto, e considerando que Portugal era governado por uma hierarquia social aristo-
crática e católica, explique por que, quando desembarcarvam na América Portuguesa da época, os
colonos imediatamente procuravam se utilizar da mão de obra escrava.

4. “O ser senhor de engenho, diz o cronista, é título a que muitos aspiram porque traz consigo o ser
servido, obedecido e respeitado de muitos.”
(Antonil - CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL).

Relacionando esse texto acima com seus conhecimentos sobre o Período Colonial no Brasil, faça
um comentário a respeito.

5. No Brasil, em finais do século XVIII, havia grande descontentamento e revolta contra o Governo
Metropolitano e isso deu origem a rebeliões que questionavam o domínio político português. As
rebeliões que tiveram caráter claramente separatistas, foram as Conjurações Mineira (1789) e
Baiana (1798).

“Aviso ao Povo Bahiense

Ó vós, Povo, que nascestes para ser livres e para gozar dos bons efeitos da Liberdade, ó vós, Povos,
que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse
mesmo rei tirano é quem se firma no trono para vos vexar, para vos roubar e para vos maltratar.
44
Homens, o tempo é chegado para a vossa ressurreição, sim, para vós ressuscitardes do abismo da
escravidão, para levantardes a sagrada Bandeira da Liberdade. As nações do mundo todas têm seus
olhos fixos na França, a liberdade é agradável para todos. O dia da nossa revolução, da nossa Liber-
dade e da nossa felicidade está para chegar. Animai-vos que sereis felizes.”

Trecho do panfleto revolucionário afixado nas ruas de Salvador na manhã de 12 de agosto de 1798.
Adaptado de PRIORE, M. del e outros. Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90. São
Paulo: Scipione, 1997.
a) Qual a diferença essencial entre as duas conjurações?
b) Relacione cada uma delas com os respectivos Movimentos que as inspiraram.

6. Analise a imagem a seguir.

Pintada em 1822, esta obra era uma alegoria do Estado Brasileiro na época da Independência.Com
ela se construiu uma imagem positiva do Império e da figura política do monarca, chamado de
“Defensor Perpétuo do Brasil”.
Mas durante Primeiro Reinado, entretanto, a imagem de D. Pedro, foi se modificando.

Diante disso e analisando da pintura, cite e explique


a) Uma característica do Projeto Político monárquico do Primeiro Reinado;
b) Um dos motivos que levaram à mudança da imagem de D. Pedro I durante seu Governo..

7. Os historiadores são quase unânimes em reconhecer que a atividade mineradora do século XVIII
resultou numa forma específica de colonização que a diferenciava do resto do Brasil.
(FARIA, Sheila de Castro. Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p. 397).

Considere o contexto histórico da América portuguesa, no que se refere à sociedade e à economia


colonial do século XVIII, e diferencie esta forma de colonização daquela realizada no Nordeste
açucareiro, dos séculos XVI e XVII.

8. Alguns historiadores afirmam que a História Economica do Brasil, se divide em ciclos econômicos
desde o período colonial até a época atual.
Defina no contexto histórico brasileiro o conceito de “Ciclo Economico” .

9. A solução dada à questão dinástica portuguesa, após o desaparecimento do Rei D. Sebastião em


Alcácer-Quibir (1578), teve consequências na Europa e nas Colonias.
No contexto da produção açucareira no Brasil, qual foi a consequência imediata?

10. Os Tratados de 1810 trouxeram consequências econômicas para o Brasil bastante prejudiciais.
Quais foram elas?

45
U.T.I. - 1

Filosofia e Sociologia
Auguste Comte (1798-1857)
O contexto histórico europeu ao longo do século XIX, foi feito de uma série de movimentos sociais derivados da
Revolução Industrial ou da Revolução Francesa, como os dos trabalhadores que lutavam por melhores condições
de vida. Outro fator relevante era o desenvolvimento das ciências que para Comte seria utilizado para o bem-estar
de todos, mas para que isso ocorresse era necessário que houvesse uma ordem estabelecida na sociedade, pois só
assim colheríamos o progresso. Daí sua célebre frase estampada na nossa bandeira: Ordem e Progresso.
Para que pudesse elevar a sociedade a ter essa ordem Comte viu que era possível aplicar métodos científicos
para os estudos dos fenômenos sociais e assim prever o comportamento humano. No ano de 1838 criou a palavra
Sociologia para designar a ciência que estuda a sociedade moderna. A metodologia utilizada recebeu o nome de
positivismo.
O positivismo é uma corrente filosófica que defende o conhecimento científico como a única forma de co-
nhecimento verdadeiro. Ele seria a própria evolução da nossa forma de pensar que teria passado por outras duas
fases: o pensamento teológico e o metafísico até chegar ao positivo.

Émile Durkheim (1858-1917)


Os fatos sociais podem ser classificados como: as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros,
maneiras de agir, costumes etc., enfim todo um conjunto de “coisas” exteriores ao indivíduo, mas que são apli-
cáveis para toda sociedade. Essas “coisas” acabam por condicionar ou até determinar as ações humanas, porém
é importante lembrar que nem todo fato comum pode ser considerado fato social, pois para ser considerado fato
social é necessário ter influência nos padrões culturais e sociais de toda sociedade.
Para entendermos um pouco melhor essa questão vamos analisar o número de suicídios entre jovens no
mundo. Os três primeiros países com maior índice de suicídio no mundo não são os países da Europa Ocidental,
mas sim do Oriente: China, Coreia do Sul e Japão.
O suicídio nesses países não são influenciados apenas por atos individuais e particulares mas por toda a
cultura e a formação social desses países. Hoje os estudantes da China, Coreia do Sul e Japão possuem uma carga
horária de aulas diárias que chega até 12 horas, além disso, o tempo
Se considerássemos outra cultura e outros padrões sociais, talvez esses indivíduos, com as mesmas frustra-
ções particulares, não optassem pelo suicídio. Este fenômeno pode ser considerado não apenas um fato social, mas
também, um fato psicológico. Fatos sociais não devem ser confundidos com os fenômenos orgânicos e nem com
os psíquicos, que constituem um grupo distinto de fatos observados por outras ciências.
47
Diferentes reAliDADes
A Sociologia é uma ciência que surge no século XIX, tem como objeto de estudo a sociedade moderna através
dos diversos processos sociais. Desse modo, seu campo de conhecimento são os fatos sociais e a interdependência
existente entre eles.
Desse modo, a sociologia através de estudos teórico-metodológicos procura compreender as diferentes
sociedades e culturas.
Existe no mundo uma enorme diversidade de culturas e, portanto, de realidades sociais completamente dis-
tintas umas das outras. Isso pode ser observado nas diferenças da vida social, nos grupos étnicos, nas ideologias,
nas instituições sociais como: a escola, a família, a igreja etc.
A charge abaixo mostra o encontro entre cristãos e africanos e serve de exemplo para podermos pensar as
diferentes formas de perceber a realidade.

Disponível em < https://danielkorne.wordpress.com/2012/07/18/ >

48
ConCeito De senso Comum
O conhecimento do senso comum é uma forma válida de pensamento, mas não é o único possível. O conhecimento
científico muitas vezes parte do senso comum para olhar a realidade, mas ele sempre precisa ir além do senso
comum, a ciência se constrói a partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos
juízos de valor típicos do senso comum. Para lançar um olhar sociológico para a realidade é necessário afastar-se
dessa forma comum de observar a realidade, deixando de lado questões como: "porque vi", "eu acho", "todos
dizem", “ foi sempre assim” e etc.

etnoCentrismo
Se a cultura no que tange aos valores e visões de mundo é fundamental para nossa constituição enquanto indivídu-
os (servindo-nos como parâmetro para nosso comportamento moral, por exemplo), limitar-se a ela, desconhecendo
ou depreciando as demais culturas de povos ou grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma visão
estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo, dessa forma, trata de uma visão que toma a cultura
do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica des-
considera a lógica de funcionamento de outra cultura, limitando-se à visão que possui como referência cultural. A
herança cultural que recebemos de nossos pais e antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao mesmo
tempo em que nos educa.

filosofiA
O surgimento da Filosofia
No final do século VII e início do século VI a. C., surge a Filosofia nas colônias gregas da Ásia Menor (particular-
mente nas que formavam uma região denominada Jônia). De acordo com os historiadores, o primeiro filósofo foi
Tales de Mileto (c. 625-558 a C.).
A filosofia nasce com o intento de responder aos questionamentos que o mito não mais conse-
guia explicar. Agora, o estudo pauta-se na razão (Logos), e não mais na explicação por meio dos mitos.

Observação: Os primeiros filósofos consideravam os elementos originários como forças divinas, mas já não eram
personalizados nem sua ação explicada por desejos, paixões e furores. A palavra filosofia é grega.

É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno,
respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio. Vale lembrar que ocor-
reram algumas condições materiais, isto é, econômicas, sociais, políticas e históricas que permitiram o surgimento
da Filosofia.
Podem ser apontadas como principais condições históricas para o surgimento da Filosofia na Grécia: As
Viagens marítimas, a invenção do calendário, o invenção da moeda o Invenção da escrita alfabética, o surgimento
da vida urbana, a invenção da política.
49
Teorias sobre o surgimento da Filosofia
Existem algumas teorias que explicam o surgimento da Filosofia. Dentre elas destacamos: Teoria do Milagre
Grego: a filosofia nasceu por uma ruptura radical com os mitos, sendo a primeira explicação científica da realidade
produzida pelo Ocidente. Teoria do mito noético: dizia-se que os gregos, como qualquer outro povo, acredita-
vam em seus mitos e que a filosofia nasceu, vagarosa e gradualmente, do interior dos próprios mitos, como uma
racionalização deles. Teoria da origem política da filosofia: vários fatores influenciaram, como os sociais e
econômicos mas sobre a política, valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão. A valorização do
pensamento racional criou condições para que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.
Teoria do Espanto (Aristóteles): Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto, na
estranheza e perplexidade que os homens sentem diante do desconhecido e dos enigmas do universo e da vida. É
o espanto que os leva a formularem perguntas e os conduz à procura das respectivas soluções. A atitude filosófica
que motiva o homem é a libertação da ignorância.

Os pré-Socráticos
Os pensadores pré-Socráticos buscaram explicações racionais para o conhecimento da natureza e da realidade,
tendo como problemas centrais a constante mudança percebida pelos sentidos humanos e a recusa dos sentidos
como fonte segura de conhecimento.
Os primeiros filósofos buscavam descobrir a Arché ou Arqué da Physis. A arché ou arqué (origem/princípio)
seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início,
no desenvolvimento e no fim de tudo. Esses primeiros filósofos são chamados de Filósofos da Natureza (cosmólo-
gos), Físicos, ou ainda de Pré-Socráticos. Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto é, cada filósofo
encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de
suas transformações.
A Arché para cada um deles era diferente: Tales de Mileto: A Arché da Physis para Tales era a Água. Desse
modo, para o filósofo, a “água é o princípio de todas as coisas.” Pitágoras de Samos: A Arché da Physis para Pitá-
goras eram os Números. Relatam os historiadores que Pitágoras foi o primeiro filósofo a utilizar a palavra filosofia
para designar a atividade incansável da busca do saber. Anaximandro: A Arché da Physis para Anaximandro era o
Ilimitado (ápeiron), princípio indeterminado e em movimento perpétuo. Anaxímenes: A Arché da Physis para Anaxí-
menes era o Ar, com seus atributos como a infinitude e o movimento incessante. Heráclito: A Arché da Physis para
Heráclito era o Fogo, que sempre acende e apaga com medida. Observação: Para os historiadores da filosofia, o
primeiro filósofo é Tales de Mileto, e quem “batizou” a filosofia foi Pitágoras de Samos.

Heráclito de Éfeso
Os primeiros filósofos se preocupavam com a origem, a transformação e o desaparecimento de todos os seres.
Preocupavam-se com o devir. O DEVIR é a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e, obedece a
leis determinadas pela physis. Heráclito defende o mobilismo: considerava a Natureza como um “fluxo perpétuo”,
o escoamento contínuo dos seres em mudança perpétua.
É considerado o “Pai da Dialética”. Segundo o filósofo, nada permanece idêntico a si mesmo, nem por um
instante. Desse modo, tudo está em constante transformação, em eterno devir. O eterno devir traz a ideia de que
o mundo não é um lugar estático, mas sim um fluxo, uma mudança eterna e permanente de todas as coisas, um
constante vir-a-ser.
O movimento segundo esse filósofo só é possível porque tudo o que existe, existe em seu oposto. Desse
modo, só é possível conhecer qualquer coisa porque existe seu contrário. São os Opostos em guerra que possibi-
litam o movimento. A causa do movimento, segundo Heráclito: A Luta Constante dos Contrários/ Luta constante
dos opostos.
50
Exemplo: só existe dia, porque existe noite. Só existe quente, porque existe frio. Só existe seco, porque existe
molhado; etc.
Nunca gera o caos e a desordem. Assim, o universo está em permanente conflito com o seu contrário. Herá-
clito para ilustrar sua dialética utiliza da metáfora do “Fogo”. Ele utiliza esse recurso para demonstrar que tudo flui,
tudo está em constante movimento. Pois “o fogo acende e apaga com medida”. Desse modo, o fogo, como chamas
vivas e eternas, governa o constante movimento dos seres. “Este mundo, que é o mesmo para todos, nenhum dos
deuses ou dos homens o fez; mas foi sempre, é e será um fogo eternamente vivo, que se acende com medida e se
apaga com medida”. O fogo como o princípio eterno que causa a mudança e concebe Deus como a harmonia ou
síntese entre os contrários.
O Logos é que compreende e sabe que a harmonia e a unidade nasce da contradição, do movimento e da
multiplicidade. “A natureza gosta de se ocultar”, afirma Heráclito, querendo dizer com isso que a aparência das coi-
sas não revela a sua verdade que é o eterno fluxo de tudo e sua contradição a estabelecer que tudo é Um: harmonia
e unidade que somente o Logos conhece. Heráclito escreve sobre a forma de aforismos, frases que expressam de
forma condensada uma ideia.
Exemplos: “O Sol é novo a cada dia”, “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as águas
nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”, ”A guerra é o pai de todas as coisas e de todas o rei; de
uns fez deuses, de outros, homens; de uns, escravos, de outros, homens livres”.
O SER para Heráclito é Múltiplo, Mutável, Destrutível. Mas a multiplicidade gera a unidade. Heráclito não
pode ser considerado empirista, vale lembrar que para o filósofo, os sentidos são importantes, mas por si só não são
garantias de conhecimento. Assim, Heráclito tem como reflexão a afirmação da mudança constante, o eterno fluxo,
como fundamento do conhecimento, admitindo tanto a multiplicidade (dos seres) quanto a unidade e a harmonia
garantidas pelo “logos”. Palavras-chave: MOVIMENTO, DEVIR, TUDO FLUI (“Panta rei”). PARMÊNIDES DE ELÉIA
Parmênides defende o imobilísmo, ele é considerado por historiadores da filosofia como o “Pai da Metafísica”, o
“Pai da Ontologia” (refere-se ao estudo do ser) e da “Lógica” (diz respeito a possibilidade de conhecer as coisas
como condições para desenvolver o pensamento).
Quase toda a teoria de Parmênides se encontra em um poema de sua autoria denominado “Sobre a na-
tureza”, que trata basicamente em suas duas partes, do caminho da verdade (Alétheia) e do caminho da opinião
(Doxa). Segundo esse filósofo, não existe movimento, tudo o que vemos é ilusão dos nossos sentidos, “Doxa”, pois
aquilo que corresponde ao Ser, não pode se transformar, ou deixar de ser. Desse modo, o pensamento de Parmê-
nides é absolutamente oposto ao de Heráclito, que afirmava que o Ser estaria em eterno devir. Para Parmênides o
olho engana, o conhecimento não está nos sentidos, mas em um plano metafísico. Esse filósofo é considerado o
primeiro a formular os princípios lógicos de identidade e não-contradição, desenvolvidos posteriormente por Aris-
tóteles. A busca racional do ser vai nos revelar um ser uno, imutável, ingênito, imperecível, eterno, não contraditório
e idêntico a si mesmo.
O fluxo dos contrários é uma aparência, mera opinião que formamos, porque confundimos a realidade com
as nossas sensações. O devir dos contrários é uma linguagem ilusória, não existe, é irreal, não é. Assim, existe o ser,
e não é concebível sua não-existência. Por isso, o ser é, e o não-ser não é.

As vias de investigação do conhecimento


Via do SER: Tudo aquilo que nós podemos conhecer, Parmênides chama de SER.
O SER é tudo aquilo que pode ser pensado, dito e explicado.
Via do NÃO-SER: O NÃO-SER nada é. O NÃO-SER não poder ser dito, nem pensado, muito menos explicado,
porque o NÃO-SER não existe.
Via dos Mortais: São aqueles que acreditam que existe tanto o SER quanto o NÃO-SER. Os mortais tendem
a tomar o Não-Ser pelo Ser, uma vez que guiam seu pensamento pela opinião.
51
Caminhos de investigação
Caminho da Verdade: É o caminho do ser, caminho de todo o conhecimento. Caminho da Opinião (“doxa”): É o
caminho dos enganos, da opinião, do erro, do falso conhecimento. OBS: O SER para Parmênides é Uno, Imutável,
Indestrutível. Parmênides não pode ser considerado empirista. Segundo Parmênides só podemos conhecer pelo
pensamento, já que pensar e ser é uma só coisa para ele. Dessa maneira Parmênides, que afirma a imobilidade do
ser e a identidade entre o ser e o pensar, em oposição à aparência, que é fruto das opiniões formadas pelos homens
a partir dos sentidos.

Os sofistas
Os sofistas são os primeiros filósofos do período socrático. Os sofistas mais importantes foram: Protágoras de Ab-
dera e Isócrates de Atenas. Para os Sofistas, tudo deveria ser avaliado segundo os interesses do homem e de acordo
com a forma com que este vê a realidade.
Os Sofistas eram “Professores Itinerantes” que se preocupavam apenas com a retórica. Assim, usavam
complicados jogos de palavras, trocadilhos, raciocínios sem lógica, todos os recursos do discurso para demonstrar
a “verdade” daquilo que se pretendia alcançar. Utilizavam-se da arte da Persuasão: Convencimento - Fundamental
para a Política, exemplo Protágoras de Abdera: “O homem é a medida de todas as coisas.” - Retórica: Convencer
uma pessoa sobre algo, sem saber se é verdadeiro ou não. “A verdade depende apenas da confiança de quem
ouve” “uma mentira repetida várias vezes se torna uma verdade.”

Democracia direta versus democracia indireta


Ocorre na praça (ágora). Voto dos cidadãos. Debater sobre assuntos. Criada na Grécia Antiga. Elegem-se repre-
sentantes. Criam as leis de acordo com a vontade da população. O filósofo Sócrates, considerado o patrono da
Filosofia, rebelou-se contra os sofistas, dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem
respeito pela verdade, defendendo qualquer ideia, se isso fosse vantajoso, assim, para Sócrates, os sofistas não se
preocupavam com a essência, mas apenas com a persuasão e cobravam para ensinar. Por isso, os maiores críticos
dos sofistas são Sócrates e Platão.
A diferença entre os sofistas, de um lado, e Sócrates e Platão, de outro, é dada pelo fato de que os sofistas
aceitam a validade das opiniões e das percepções sensoriais e trabalham com elas para produzir argumentos de
persuasão, enquanto Sócrates e Platão consideram as opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas,
como fonte de erro, mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade plena
da realidade. A sofística destruía os fundamentos de todo o conhecimento, já que tudo seria relativo e os valores
seriam subjetivos, assim como impedia o estabelecimento de um conjunto de normas de comportamento que ga-
rantissem os mesmos direitos para todos os cidadãos da pólis. Eis que assim, por esse motivo, surge Sócrates, cuja
doutrina se opõe profundamente aos sofistas.

Sócrates de Atenas
Sócrates é considerado um marco na história da filosofia por deixar de analisar especificamente a questão da
origem do mundo na natureza, physis e buscar no próprio homem fundamentos para sua filosofia. Desse modo, os
filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos, por ser um marco divisório na história da filosofia. Só-
crates modifica o eixo das questões propostas pelos pré-socráticos, direcionando as questões filosóficas para temas
52
como a Ética, a formação moral, os limites do conhecimento humano e para a formulação de conceitos universais,
em oposição ao relativismo dos sofistas. Sócrates foi mestre de Platão; Sócrates não deixou nada escrito, tudo sobre
esse filósofo foram outros pensadores que descreveram, sendo que a maior parte dos escritos da doutrina socrática
se encontra nas obras de Platão. Sócrates propunha que, antes de querer conhecer a Natureza e antes de querer
persuadir os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer a si mesmo.
Assim, para o filósofo o homem não deve ser caracterizado por seus atributos exteriores (saúde, corpo,
riqueza ou vigor), mas sim pela sua parte interna, a saber, sua alma (psyqué), na medida em que é precisamente
sua alma que o distingue especificamente de qualquer outra coisa. O homem vivo é a sua alma, o corpo é somente
o conjunto de instrumentos ou ferramentas das quais a alma se serve na vida.
A vida só pode ser bem vivida se a alma estiver no controle do corpo. Isso significa pura e simplesmente que
em uma vida perfeitamente ordenada a alma ou inteligência tem o completo controle dos sentidos e das emoções.
A expressão “conhece-te a ti mesmo” que estava gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego da sabe-
doria, tornou-se a divisa de Sócrates.
Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm de si mesmos a condição de to-
dos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz: a filosofia socrática é conhecida como Antropológica ou
Antroposophica. “Conhece-te a ti mesmo”. Sócrates encontra sua verdadeira missão ao visitar o oráculo de Delfos:
despertar o conhecimento nas pessoas, por meio da Maiêutica. O autoconhecimento é um dos pontos fundamen-
tais da filosofia socrática.
O conhece-te a ti mesmo remete a ideia de que não se pode melhorar e cuidar de uma coisa a menos que
se conheça a sua natureza. Nesse sentido, uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida. Mas essa reflexão
deve ser uma aplicação do logos – exercício racional – sobre as próprias virtudes que definem o ser humano em
sua conduta e em sua relação dialógica com as outras pessoas. O conhecimento do “eu” possibilita e instaura o
conhecimento do “outro”. Assim, na vida, não podemos conseguir um aprimoramento de nós mesmos a menos
que primeiro possamos compreender o que somos. Nosso primeiro dever é obedecer à ordem délfica “conhece-
-te a ti mesmo”, “pois uma vez que nos conheçamos, podemos aprender a cuidar de nós”. Assim, a mensagem
do Oráculo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo”, a acusação e o julgamento definem a missão de Sócrates. Outro
ponto fundamental é quando o indivíduo admite sua ignorância, a consciência da própria ignorância é o começo
da Filosofia: o “sei que nada sei”, para que se realize o principal aspecto de sua filosofia: a busca pelo bem na vida
em sociedade. Sócrates funda um Método que é chamado de Método do Diálogo, ou Método Dialético.
O MÉTODO DO DIÁLOGO: O método socrático, exercitado sob a formado diálogo, consta de duas partes:
Ironia (eiróneia), isto é, refutação: feita a pergunta, Sócrates comenta as várias respostas que a ela são dadas,
mostrando que são sempre preconceitos recebidos, imagens sensoriais percebidas ou opiniões subjetivas e não a
definição buscada. Maiêutica, isto é, parturição: Sócrates, ao perguntar, vai sugerindo caminhos ao interlocutor até
que este chegue à definição procurada.
Esta segunda parte é uma arte de realizar um parto, no caso, parto de uma ideia verdadeira. A ciência,
epistême, socrática é o resultado do método. Por operar com o exame de opiniões, doxa – isto é, definições par-
ciais, subjetivas, confusas, contraditórias – para chegar à definição universal e necessária, Sócrates dá início ao que
Aristóteles chama de indução: chegar ao universal por meio do particular. Portanto, a ironia é o momento no qual
Sócrates interrogava/questionava seu interlocutor sobre aquilo que julgavam conhecer.
O interlocutor apresenta suas opiniões e, Sócrates o envolve na estrutura confusa de suas próprias afirma-
ções, terminando por “trazer à tona” toda a ignorância do interlocutor.
A Maiêutica concepção de ideias, “arte de trazer à luz” novos conhecimentos. Assim, Sócrates dizia que
transportava para a filosofia o exemplo de sua mãe, que sendo parteira, ajudava a trazer crianças ao mundo, tra-
zendo novas ideias.
A finalidade da Ironia socrática não é depreciar o seu interlocutor, mas sim despertar nele o conhecimento,
a partir do momento em que ele admite sua ignorância, quebram-se os preconceitos sobre o assunto o qual de-
53
batem e chegam à busca de um novo conceito, por meio do “parto das ideias”. Desse modo, a maiêutica (o parto
das ideias), o reconhecimento do não saber pela ironia e a ausência de respostas às questões levantadas (aporia)
constituem o fundamento do pensamento socrático.
O método socrático é indutivo, pois parte de afirmações particulares do indivíduo para se construírem con-
ceitos universais. Desse modo, não confundir com o método aristotélico do silogismo que é DEDUTIVO, partindo de
premissa universal, para concluir particularidades do ser. Vale lembrar que quem deu a denominação de indução
ao método socrático foi Aristóteles. Sócrates não tem a intenção de humilhar seu interlocutor, pelo contrário, a
finalidade do filósofo é fazer com que o interlocutor busque a verdade.
O diálogo socrático é aporético, pois não consegue alcançar a definição completa daquilo que se perguntou:
“só sei que nada sei”. Sócrates foi condenado à morte acusado em sua época de corromper a juventude, visto que
a sua ironia enfureceu alguns cidadãos de Atenas que detinham o poder. Sócrates foi levado a julgamento e diante
dos juízes rebateu os argumentos de seus acusadores, e apesar de se declarar inocente, foi condenado à morte por
envenenamento.
Foi dada a ele a chance de escapar da pena se admitisse as acusações a ele feitas, porém, não aceitou a
alternativa, por ser desonesta de acordo com suas ideias. Assim, foi morto por ingestão de cicuta, veneno letal,
defendendo até a morte suas ideias.
A procura da verdade para Sócrates implicava em conseguir uma convivência honesta e digna entre os
homens. Assim, Sócrates procurou caracterizar a sua vida construindo uma personalidade corajosa e guiando sua
conduta pelo seu critério de justiça. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a seus
valores morais e a sua doutrina. PLATÃO (ARISTOCLES) A filosofia platônica tem como fundamento inicial resolver
o embate entre o mobilísmo de Heráclito e o imobilísmo de Parmênides. Segundo Platão, nem Heráclito e nem Par-
mênides estavam errados em suas afirmações acerca da existência ou não do movimento. Para resolver o impasse
entre Parmênides e Heráclito, Platão apresenta relação entre o sensível e o inteligível, presente na Alegoria da
Caverna. A ontologia platônica introduz uma divisão no mundo, afirmando a existência de dois mundos diferentes
e separados: o mundo sensível da mudança, da aparência, do devir dos contrários, e o mundo inteligível da iden-
tidade, da permanência, da verdade, conhecido pelo intelecto puro, sem qualquer interferência dos sentidos e das
opiniões.
O primeiro é o mundo das coisas, material. O segundo, o mundo das ideias ou das essências verdadeiras,
portanto real. O mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou imperfeita do mundo inteligível das ideias
ou essências. O mundo das ideias ou das essências verdadeiras é o mundo do Ser; o mundo sensível das coisas,
material ou aparências é o mundo do falso – ser. O mundo sensível tem influência do pensamento de Heráclito,
pois nele há um eterno fluxo, onde tudo se transforma. Já no mundo inteligível, as essências não mudam, sempre
permanecem idênticas a si mesmas.

Mundo sensível versus mundo inteligível


Cópias Imperfeitas das Ideias. Essências. Mundo das Sombras, do falso conhecimento (Doxa). Mundo das Ideias,
do conhecimento (Episteme). Teoria da Reminiscência. Em A República, Platão desenvolve uma teoria que já fora
esboçada no Mênon: a teoria da reminiscência. Nascemos com a razão e as ideias verdadeiras, e a Filosofia nada
mais faz do que nos relembrar essas ideias. Platão é um grande escritor e usa em seus escritos um procedimento
literário que o auxilia a expor as teorias muito difíceis.
Assim, para explicar a teoria da reminiscência, narra o mito de Er. O pastor Er, da região da Panfília, morreu
e foi levado para o Reino dos Mortos. Ali chegando, encontra as almas dos heróis gregos, de governantes, de artis-
tas, de seus antepassados e amigos. Ali, as almas contemplam a verdade e possuem o conhecimento verdadeiro.
54
Er fica sabendo que todas as almas renascem em outras vidas para se purificarem de seus erros passados até que
não precisem mais voltar à Terra, permanecendo na eternidade. Antes de voltar ao nosso mundo, as almas podem
escolher a nova vida que terão. Algumas escolhem a vida de rei, outras de guerreiro, outras de comerciante rico,
outras de artista, de sábio.
No caminho de retorno à Terra, as almas atravessam uma grande planície por onde corre um rio, o Lethé
(que, em grego, quer dizer esquecimento), e bebem de suas águas. As que bebem muito esquecem toda a verdade
que contemplaram; as bebem pouco quase não se esquecem do que conheceram.
As que escolheram vidas de rei, de guerreiro ou de comerciante rico são as que mais bebem das águas do
esquecimento; as que escolheram a sabedoria são as que menos bebem. Assim, as primeiras dificilmente (talvez
nunca) se lembrarão, na nova vida, da verdade que conheceram, enquanto as outras serão capazes de lembrar e
ter sabedoria, usando a razão. Conhecer, diz Platão, é recordar a verdade que já existe em nós. Segundo Platão os
indivíduos já viveram outras vidas, eles contemplaram todo o conhecimento no mundo das ideias.
Só que eles passaram pelas águas do esquecimento, e vieram para o mundo sensível, tendo se “esquecido”
das ideias que já havia contemplado. Conhecer é recordar. Assim, a alma antes de se encarnar, conheceu as ideias,
pois estava junto delas. Ao encarnar-se, entretanto, esse conhecimento se perderia, numa espécie de “esquecimen-
to.” Uma vez presente no homem, no mundo sensível, ela poderia “recordar-se” pelo processo de reminiscência
(anámnesis).
Por exemplo, quando um homem vê uma gato e aprende o que é esse animal é, sua alma que estaria reco-
nhecendo a ideia de gato. Assim, todo aprendizado seria na verdade uma lembrança. Para adquirir o conhecimento
o indivíduo precisa passar pelo processo de Educação (Dialética Platônica). Assim, o movimento dialético da alma
começa com as sombras (ilusões), passa pelos objetos sensíveis (doxa), vai para o primeiro momento do inteligível
que são os raciocínios (matemática) até comtemplar o bem (analogia do sol), simbolizados na símile da linha de
Platão, com os quarto graus de conhecimento.

55
u.t.i. - sAlA soCiologiA
1. Explique os conceitos de princípio estático e principio dinâmico, fundamentados por Auguste
Comte.

2. Explique qual a importância do conceito de coerção segundo É. Durkheim e o conceito de fato so-
cial.

3. Relacione o conceito de imediatismo com o desenvolvimento do senso comum.

4. Podemos analisar que muitos dos conflitos sociais são fundamentados nas divergências de valores,
pensamento e crenças que estrutura a base da diferentes realidades. Explique o que são diferentes
realidades.

5. O que é etnocentrismo? Como esse conceito estrutura-se na sociedade?

u.t.i. - sAlA filosofiA


1. Qual a diferença entre a filosofia Sofista e o conhecimento fundamentado pela filosofia socrática?

2. Explique a estrutura da filosofia socrática?

3. Qual a diferença entre mundo sensível e mundo inteligível?

4. Explique como se estrutura do conceito de reminiscência segundo Platão?

5. Por que Platão nega as paixões no mundo sensível?

56
u.t.i. - e.o. 4. Uma das primeiras formas que temos para
formular um pensamento é através daquilo
que observamos. O olhar possui uma enor-

(soCiologiA) me capacidade de leituras da realidade, mas


geralmente o nosso primeiro olhar é aquele
que chamamos de senso comum, pois ao ob-
servar algo; as pessoas utilizam suas experi-
1. Em seu estudo sobre o suicídio, Émile ências para explicar aquilo que estão vendo,
Durkheim procurou chamar a atenção para ou seja, essa forma de pensar é, aquela que
a dimensão sociológica deste fato. Assim, é acompanhada de uma série de ideias pré-
“considerando que o suicídio é um ato da -concebidas relacionadas aos nossos valores
pessoa e que só a ela atinge, tudo indica que ideológicos, sociais, religiosos, etc.
deva depender exclusivamente de fatores
individuais e que sua explicação, por con-
Em relação ao conceito de imediatismo re-
seguinte, caiba tão somente à psicologia. De
trate como se fundamenta na sociedade.
fato, não é pelo temperamento do suicida,
por seu caráter, por seus antecedentes, pelos
fatores de sua história privada que em geral 5. Para poder pensar as diferentes realidades
se explica a sua decisão.[...]”. E complemen- é fundamental que nossa percepção da re-
ta: “o suicídio varia na razão inversa do grau alidade não seja imediatista, superficial e
de integração dos grupos sociais de que faz acrítica.
parte o indivíduo.”
(O Suicídio. Estudo de sociologia. São Com base na frase acima, explique cada con-
Paulo: Martins Fontes, 2000.). ceito exposto.
a) Explique os tipos de suicídio definidos por
Durkheim.
b) Discorra a respeito da relação estabelecida
por Durkheim entre os tipos de suicídio e os
tipos de solidariedade por ele definidos.

2. Qual o princípio da Lei dos 3 Estados?

3. Esse vasto conjunto de concepções geral-


mente aceitas como verdadeiras em deter-
minado meio social recebe o nome de “senso
comum”. Para o filosofo belga Chosim Perel-
man (1912-1984), o senso comum consiste
em uma série de crenças admitidas por um
determinado grupo social, cujos membros
acreditam serem compartilhadas por todos
os homens. Em nossas conversas diárias
com as pessoas, surge uma série de opiniões
sobre os mais variados assuntos. Na maio-
ria das vezes, essas opiniões informais que
ouvimos ou emitimos em nossas conversas,
refletem conhecimentos vagos, superficiais
ou ingênuos a respeito de inúmeros temas
que abordamos. Isto é, conhecimentos pou-
co profundos, adquiridos ocasionalmente no
cotidiano, sem uma procura séria e reflexiva
por parte das pessoas.

Apresentando a Filosofia - do Senso Comum


ao Logos De acordo com a passagem acima,
responda o questionamento a seguir:
a) Qual a visão que o Senso Comum tem da fi-
losofia? Você concorda com essa visão? Por
quê?
b) Qual seria a função do Senso Crítico, en-
quanto filosofia, sugerida pelo texto “Apre-
sentando a Filosofia – do Senso Comum ao
Logos”?
57
u.t.i. - e.o. (filosofiA)
1.

O ponto de partida dos pensadores naturalistas do século VI a.C. era a physis. Nesse conceito grego,
estavam, inseparáveis, o problema da origem – que obriga o pensamento a ultrapassar os limites
do que é dado na experiência sensorial – e a compreensão, por meio da investigação empírica, do
que deriva daquela origem e existe atualmente.
(Adaptado de: JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p.135.)

Os primeiros filósofos passaram a substituir todas as divindades míticas pelo ser impessoal, cha-
mado princípio ou, em grego, arché. Àquela arché atribuíram tanto a origem de todas as coisas
quanto a capacidade de compô-las e estruturá-las. Assim, ela representa uma racionalização das
forças divinas, da sua causalidade.
(Adaptado de: TÜRCKE, C. O nascimento mítico do logos. In: DE BONI, L. A. (org.) Finitude
e transcendência. Petrópolis: Vozes; Porto Alegre: PUCRS, 1996. p.89.)

Com base na tirinha e nos textos e a partir dos conhecimentos sobre o surgimento e o desenvolvi-
mento progressivo da Filosofia, explique o significado filosófico da proposição enunciada por Tales
de Mileto de que a água é o princípio de todas as coisas.

2. O que significa dizermos que os primeiros que ensinava, e recusa a declarar-se inocen-
filósofos tinham uma “preocupação cosmo- te ou pedir uma pena. Com isso, ao júri, ten-
lógica”? do que optar pela acusação ou pela defesa,
só restou como alternativa a condenação do
3. Platão considera as opiniões e as percepções filósofo à morte.
sensoriais, ou conhecimento das imagens (Danilo Marcondes).
das coisas, como fonte de erro, pois nunca
alcançam à verdade plena. Com base no texto apresentado, explique
quais foram os motivos da condenação de
4. Em 399 a.C., o filósofo Sócrates é acusado Sócrates à morte.
de graves crimes por alguns cidadãos ate-
nienses. (...) Em seu julgamento, segundo 5. Apesar de Sócrates não ter deixado suas
as práticas da época, diante de um júri de ideias registradas por escrito, algumas frases
501 cidadãos, o filósofo apresenta um longo filosóficas muito importantes foram atribuí-
discurso, sua apologia ou defesa, em que, no das a ele. Uma dessas frases é “Conhece-te a
entanto, longe de se defender objetivamente ti mesmo”. A partir de seus conhecimentos,
das acusações, ironiza seus acusadores, assu- EXPLIQUE em que consistia o método socrá-
me as acusações, dizendo-se coerente com o tico de aquisição da verdade:
58
U.T.I. - 1

Geografia 1
Cartografia: MoviMentos da terra
e Coordenadas geográfiCas

MoviMentos do Planeta
1. Rotação: Movimento que a terra executa em torno de seu eixo (duração de 24 horas).
2. Translação: movimento da terra em torno do sol (duração de 365 dias).

influência nas estações do ano


a. Solstício: Período do ano em que o sol possui maior distanciamento em relação à linha do Equador.
Desenvolve as estações de verão e Inverno, onde ocorre maior diferença em relação à duração da lumi-
nosidade do dia e da noite.
b. Equinócio: Período em que os raios do sol incidem perpendicularmente sobre o Equador.
Nessa fase podemos ter as estações intermediárias: Outono e Inverno, com a mesma duração do dia e
da noite.

coordenadas geográficas
Linhas imaginárias (paralelos e meridianos) que dividem o planeta com objetivo de melhor precisar a localização.
1. Meridianos: linhas verticais que ligam o norte e o sul do planeta
O meridiano principal chama-se Greenwich, que divide a terra em leste e oeste.
Com o espaço do meridiano principal, com outro qualquer, temos a Longitude.
2. Paralelos: Linhas horizontais que circundam o planeta.
O paralelo principal chama-se Equador, que divide a terra em norte e sul.
Com o espaço da paralela principal, com outra paralela qualquer, temos a latitude.

MERIDIANOS PARALELOS
antimeridiano Polo norte 90º N Latitudes
180º
de Greenwich norte


Greenwich

Equador
© César da Mata/Schäffer Editorial

Latitudes
0º sul
Longitudes Longitudes
oeste leste

61
Zonas de Iluminação

1. Tropical: 23°27’ norte até 23° 27’ sul.

2. Temperada:
Temperada norte: 23° 27’ até 66° 33’ N.
Temperada sul: 23° 27’ até 66° 33’ S.

3. Polar
Polar norte: 66° 33’ até 90° N.
Polar sul: 66° 33’ até 90S.

Círculo polar
Ártico 4. Zona polar do 66º33'
Norte

Trópico de 2. Zona temperada do Norte 23º27'


Câncer
© César da Mata/Schäffer Editorial

1. Zona tropical
Equador 0º

Trópico de 23º27'
Capricórnio 3. Zona temperada do Sul

5. Zona polar do
Círculo polar Sul 66º33'
Antártico

fuso-horário e noções de Cartografia

fuso-Horário
Medição do espaço terrestre pela duração da rotação da terra.
§ Cada fuso corresponde a 15° (ou uma hora). Esse é o resultado da divisão do espaço do planeta (360°) pela
duração do dia (24 horas).
§ Meridiano de Greenwich é o marco zero. Em direção oeste, as horas diminuem, enquanto ao leste, as horas
avançam.
62
-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12
90° 90°

Círculo Polar Ártico


Reykjavik
60° 60°
Moscou
Is.Aleutas
Vancouver Londres
Berlim
Ottawa Paris Astana

Madrid Bucareste
Nova Iorque Beijing Seul
Açores Argel
Washington
Los Angeles Is. Madeira Trípole Teerã Tóquio
30° Cairo 30°
Trópico de Câncer
Is. Canárias Riad Nova
Délhi
Hong Kong
Is.Havaí Cidade do
México Cabo Verde Dacar Manila
Niamei
Georgetown Adis Abeba
Equador Bogotá
0° 0°
Nairóbi

Meridiano de Greenwich (GMT)


Is.Galápagos
Is.Maldivas
Luanda Jacarta

Lima Is.Fiji
Brasília
Trópico de Capricórnio
Is.Tonga
Is.Pitcairn Maputo
30° 30°
Cidade Sydney
Buenos Aires do Cabo
Melbourne

Is. Malvinas

60° 60°
Círculo Polar Antártico

90° 70 0 140km

180° 120° 60° 0° 60° 120° 180° PROJEÇÃO DE ROBINSON

Horário f racionado Linha internacional de data

Fonte: Atlas Geográfico. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1986. Adaptado.

Brasil
1. Está ao oeste de Greenwich;
2. Possui quatro fusos, sendo o primeiro atrasado duas horas em relação a Greenwich;
3. Horário de verão: período em que os dias são mais longos (nas altas latitudes do país); adianta-se o relógio
uma hora para haver economia de energia.
Brasil: fuso horário
70° O VENEZUELA 60° O GUIA NA 50° O 40° O 30° O
FRA NCESA N
SURINA ME
COLÔMBIA
- 4:30 O L
horas RR GUIANA
OC S
AP EA
Linha do Equador NO

AT
L Â
N
TI

AM PA
CO

MA CE
RN
PB
PI
PE
AC AL
10° S TO 10° S
RO SE

MT BA
PERU

DF
GO

BOLIVIA MG
MS ES
20° S 20° S
PA RA GUA I
SP RJ
o
Capricórni
Trópico de
O

CHILE PR
IC

T
PACÍFICO

ÂN
OCEANO

SC L
AT
ARGENTINA RS O
N
A
E

Escala 1:40 000 000


30° S
C

400 200 0 400 km


30° S
O

URUGUA I
Projeção Policônica
70° O 60° O 50° O 40° O 30° O

- 5 horas - 4 horas - 3 horas -2 horas

Fonte : IBGE. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/politico-administrativo>. Acesso em: Nov. 2014

63
a cartografia
Ciência que tem por objetivo a representação gráfica da superfície terrestre , confeccionando um mapa.
1. Definições de mapas e cartas:
Cadastrais: de 1:5.000 à 1:10.000;
Topográficos: de 1:25.000 à 1: 250.000;
Geográficos: de 1: 500.000 à 1:1.000.000.
2. Ferramentas importantes:
Orientação e rosa dos ventos;
Legenda: Interpretação de símbolos;
3. Sensoriamento remoto: a técnica que se realiza através da separação física do sensor (câmera ou saté-
lite) e a área de estudo, com objetivo de mapeá-lo posteriormente.

Projeções
Arte ou efeito de representar as formas esféricas da terra em um plano.

1. Projeção Cilíndrica: Paralelos e meridianos retos, formando ângulos de 90°.

© Pearson Prentice Hall, Inc.

Projeção Cilíndrica de Mercator: conformante – Mantém a forma dos continentes, mas distorce a área;
© César da Mata/Schäffer Editorial

64
Projeção cilíndrica de Peters: Equivalente – mantém a área, porém modifica a forma.

© César da Mata/Schäffer Editorial

2. Projeção Cônica: Paralelos círculos concêntricos; os meridianos são retas convergentes.

© César da Mata/Schäffer Editorial

3. Projeção Azimutal (plana ou polar): Plano tangente sobre qualquer plano da esfera terrestre; se locali-
zada em um dos pólos, os meridianos serão retas convergentes no centro e os meridianos círculos concên-
tricos.

© César da Mata/Schäffer Editorial

Equador

Eq
ua
do
r

65
Escalas
Relação do tamanho real de uma área e sua diminuição para que possa ser representada em um plano.
Dois tipos:
§ Escala Gráfica: é uma linha reta graduada, na qual se indica a relação da distância real com as distâncias
representadas no mapa. Por exemplo: 1 cm = 100 km
§ Escala numérica: representada por uma fração, na qual o numerador indica a distância no mapa, e o
denominador indica a distância na superfície real.
Uma escala 1:100 000 (um por cem mil) significa que a superfície representada foi reduzida 100 mil vezes.
Nesse caso, 1 cm no mapa = 100 000 cm = 1 000 m = 1 km na realidade.

forMação do território brasileiro


e sua Constituição atual

exPansão territorial do Brasil


1. Colônia:
Tratado de Tordesilhas (1494): divisão ente Portugal e Espanha.
Tratado de Madri (1750): uti possidetis – direito de posse por uso – aumento do território no oeste.

Tratado de Tordesilhas
© Rafael Schäffer Gimenes/Schäffer Editorial

Terras de Portugal
Linha da demarcação de terras
Terras da Espanha

66
Tratado de Madri

© Rafael Schäffer Gimenes/Schäffer Editorial

Limite definido pelo Tradado Terras de Portugal


de Madri, em 1750. Terras da Espanha

2. Império e república:
Aquisição do território do Acre – negociações feitas por Barão de Rio Branco.

§ Dados gerais do território brasileiro:


Área: 8,5 milhões de km²;
litoral: 9.198 Km de extensão;
26 Estados e um distrito federal;
5561 municípios;
200 milhões de habitantes;
Países fronteiriços: Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia, Paraguai, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Ar-
gentina e Uruguai.

regionalização do espaço brasileiro


Meio Natural ao técnico-científico-informacional: Categorias desenvolvidas pelo geógrafo brasileiro Milton Santos:
1. Meio Natural: Caracterizado pela predominância da ordem natural, ocorrendo pouca transformação.
2. Meio técnico: Mudanças realizadas com o advento da revolução industrial (a partir de meados do século
XVII).
3. Meio técnico-científico-informacional (1970);
67
Inovações:
Revolução da informática e da robótica (3ª Revolução Industrial);
Destaque às grandes redes de notícias mundiais (papel da informação mundializada);
Expansão das multinacionais- “homogeneização” cultural;

regionalizações do Brasil
1. Brasil: Meio técnico-científico-informacional e regiões:
Amazônia: AM, PA, AC, RN, AP e RR;
Centro-Oeste: MT, TO, DF, GO e MS;
Nordeste: MA, PI, BA, CE, RN, PB, PE, AL e SE;
Região concentrada: MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS.
Brasil: meio técnico-científico-informacional e as regiões

Amazônia Concentrada Centro-Oeste

2. IBGE: As cinco regiões


Norte: AM, AC, RO, PA, RR, AP e TO;
Centro-Oeste: MT, DF, GO e MS;
Nordeste: MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE e BA;
Sudeste: MG, ES, SP e RJ;
Sul: PR, SC e RS.
68
ES ES

SP RJ SP RJ
DF DF
PR PR
SUL SUL
SC SC

RS RS

1970 Terr. do
1990
Terr. do
Rio Branco RR
Amapá AP

AM AM
PA MA PA MA
NORTE CE
RN NORTE CE
RN
NORDESTE PB
NORDESTE PB
PI PE PI PE
AC AL AC AL
TO
Terr. de SE RO SE
Rondônia BA BA
MT
GO
MT
DF CENTRO-OESTE DF
CENTRO-OESTE SUDESTE GO
MG MG
ES ES
MS SUDESTE
SP RJ SP RJ
GB
PR PR
SUL SUL
SC SC

RS RS

Figura 3 Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.

3. Regiões geoeconômicas:
Amazônia: AC, AM, RR, PA, RO, parte de MT, parte de TO, parte de MA;
Nordeste: parte de Ma, parte do PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, parte da BA, parte de MG e parte do ES;
Centro sul: parte do TO, parte do MA, parte da BA, DF, GO, parte de MG, parte do ES, RJ, SP, PR, SC, RS,
MS e parte do MT.

Figura 4 Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, 6 ed.

69
fatores CliMátiCos
Diferença entre Clima e Tempo
§ Tempo: é o estado da atmosfera em determina momento e lugar
§ Clima: é a sucessão habitual de estados de tempos em determinado lugar

atMosfera
A atmosfera é formada por camadas gasosas sobrepostas com aproximadamente 1000Km de altitude. São elas:

Aquecimento terrestre
Apenas 51% do total dos raios solares emitidos chegam à superfície terrestre, o restante é absorvido pela atmos-
fera ou refletido pelas nuvens.
70
fatores cliMáticos
§ Latitude
§ Continentalidade
§ Relevo
§ Vegetação
§ Maritimidade
§ Correntes marítimas

Massas de ar
São partes da atmosfera (grandes bolsões de ar) que se formam em regiões de relativa homogeneidade e estão em
constante movimento, carregando as características de temperatura e umidade de sua região de origem.
Deslocam-se de regiões de alta pressão para regiões de baixa pressão.
§ Frentes frias: encontro de duas massas de ar, ambas frias, ou uma fria e uma quente
§ Frentes quentes: encontro de duas massas de ar, ambas quentes, ou uma fria e outra quente.

Ventos Alísios

É o resultado da ascensão de massas de ar que convergem de zonas de alta pressão (anticiclônicas), nos trópicos,
para zonas de baixa pressão (ciclônicas), no Equador, a chamada ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), for-
mando um ciclo.

71
Tipos de chuva
§ Chuvas convectivas

Fonte: Jean-François Beaux. L'environnement; repêres pratiques. Paris. Nathan, 1998

§ Chuvas frontais

§ Chuvas orográficas

Fonte: Jean-François Beaux. L'environnement; repêres pratiques. Paris. Nathan, 1998

Fenômenos atmosféricos
§ Ciclones
São fortes ventos carregados de umidade, com velocidade superior a 200km/h. Ciclones tropicais ocorrem
em regiões de baixa latitude e ciclones extratropicais formam-se em regiões de elevadas latitudes. Quando
acontece no Oceano Pacífico ou no Índico, recebe o nome de tufão, quando se formam no Oceano Atlântico
recebem o nome de furacão.

72
§ Tornados
Provocados pelo forte deslocamento de vento em forma circular (força de Coriolis), com velocidade superior
a 800km/h. Ocorrem geralmente no interior da América do Norte.

§ El Niño
É o aquecimento superficial das águas do Oceano Pacifico, como consequência do enfraquecimentos dos
ventos alísios.

§ La Niña
É o resfriamento maior que o normal das águas do Pacifico, que ocorre com o fim do fenômeno El Niño.

Climas do planeta
§ Clima equatorial

§ Clima tropical

73
§ Clima desértico

§ Clima mediterrâneo

§ Clima temperado continental

74
§ Clima temperado oceânico

§ Clima subpolar

§ Clima polar

75
CliMas do brasil
Massas de ar que atuaM no Brasil

Fonte: educação.globo.com/geografia

Atuação das massas de ar no Brasil – Inverno e verão

§ Massa Equatorial Continental (mEc): quente e úmida


§ Massa Equatorial Atlântica (mEa): quente e úmida
§ Massa Tropical Continental (mTc): quente e seca
§ Massa Tropical Atlântica (mTa): quente e úmida
§ Massa Polar Atlântica (mPa): fria e úmida

cliMas Brasileiros

Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

76
Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

77
Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

Fonte: <profwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-Brasil-clima.html>. (Adaptado)

doMínios MorfoCliMátios
e bioMas brasileiros

doMínios
É a combinação de um conjunto de elementos (relevo, vegetação, solo, clima e hidrografia), que se inter-relacionam
formando uma unidade paisagística. São eles:
§ Domínio das terras baixas florestadas da Amazônia
§ Domínio das depressões interplanálticas semiáridas do Nordeste
§ Domínio dos mares de morros florestados

78
§ Domínio dos chapadões recobertos por cerrados e penetrados por florestas galerias
§ Domínios dos planaltos com araucárias
§ Domínio das pradarias mistas

Brasil: domínios morfoclimáticos

Fonte: cursinhopreenem.com.br/geografia
Amazônico
OCEANO
Cerrado
ATLÂNTICO
Mares de Morros
Caatinga
Araucárias
Pradarias
Faixas de transição
0 280 km

BioMas
Formações florestais (vegetação com árvores de grande porte)
§ Floresta Amazônica
§ Mata Atlântica
§ Floresta de Araucárias

Formações arbustivas e herbáceas (constituída por arbustos dispersos e isolados por vegetação rasteira)
§ Cerrado
§ Caatinga
§ Campos

Formações complexas (ocorrem em áreas de transição entre formações e apresentam características de duas ou
mais dessas formações)
§ Mata dos cocais
§ Pantanal
§ Mangue

79
Áreas protegidas no Brasil
Unidade de Conservação

São espaços destinados à conservação de paisagens naturais. Existem unidades de uso indireto, onde os recursos
não podem ser explorados. São elas: estação ecológica, monumento natural, parque nacional, refúgio de vida
silvestre e reserva biológica.
Outra categoria são as unidades de uso sustentável (como as reservas extrativistas), onde é permitido o
uso racional dos recursos naturais. São elas: área de proteção ambiental, área de relevante interesse
ecológico, floresta nacional, reserva de desenvolvimento sustentável, reserva de fauna, reserva
extrativista e reserva particular do patrimônio natural.

geoMorfologia do brasil
relevo
As variadas formas de relevo encontradas na superfície, resultam da ação de forças endógenas (internas), como o
vulcanismo, o tectonismo e abalos sísmicos, responsáveis pela gênese do relevo, e/ou de forças exógenas (exter-
nas), como a ação da temperatura, chuva, vento, águas correntes, geleiras, seres vivos e antropogênicas, responsá-
veis pela esculturação do relevo.

Formas de relevo
Planaltos
Relevo acima de 250 metros, onde o processo erosivo é predominante. Subdividem-se em:
1. Planaltos em bacias sedimentares
2. Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataformas
3. Planaltos em núcleos cristalinos arqueados
4. Planaltos em cinturões orogênicos

Planícies

Relevos abaixo de 100 metros, onde o processo sedimentar é predominante. Algumas delas:
1. Planície litorânea
2. Planície fluvial
3. Planície de erosão
4. Planície de afundamento

Depressões

Superfície rebaixada em relação às demais formas de relevo próximas. Essas formas de relevo se apresentam no
território brasileiro da seguinte forma:
1. Depressão periférica
2. Depressão marginal
3. Depressão interplanáltica
80
u.t.i. – sala
1. Descreva a diferença:
Paralelo e Latitude.
Meridiano e Longitude.

2. O que é Solstício e Equinócio? Como esses fenômenos relacionam-se na dinâmica climática?

3. compare as projeções Cilíndricas de Mercator e de Peters com o contexto histórico que foram cria-
das e destaque as suas respectivas distorções.

4. O que é Sensoriamento Remoto? De que maneira essa tecnologia pode auxiliar no combate ao des-
matamento da Amazônia?

5. Na formação territorial brasileira é muito comum se utilizar do termo de “Ilhas econômicas”. Des-
taque o sentido desse termo e sua relação com o processo de colonização.

6. Com o mapa de “Regiões geoeconômicas”, destaque as características de cada região.

7. Disserte sobre a crise dos mísseis de Cuba, pegando o contexto da guerra fria.

8. O que são Blocos econômicos? Cite um bloco e suas principais características.

9. A globalização é o fenômeno que se estruturou a partir do término da guerra fria. Descreva as


principais características da globalização.

10. Explique o que é IDH, sua função e cite os três requisitos principais que esse índice abarca.

81
u.t.i. – e.o
1. Anuncio de um Imóvel.
“Apartamento 2 quartos no Água Verde (Face norte De frente) 10º andar - Com garagem”
Fonte: http://pr.olx.com.br/regiao-de-curitiba-e-paranagua/imoveis/apartamento-2-quartos-no-agua-
verde-face-norte-de-frente-10-andar-com-garagem-183036643?xtmc=face+norte&xtnp=1&xtcr=1

No ramo imobiliário, é muito comum se utilizar o termo “face norte”. Essa característica possui
grande poder na valorização dos imóveis. Explique por que esse fato ocorre.

2. Analise as figuras:

Figura 2 http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/wp-content/uploads/2014/09/mafalda2.jpg

Projeção Cilíndrica de Arno Peters.


© César da Mata/Schäffer Editorial

Figura 3 http://4.bp.blogspot.com/-adfE7-_Cnis/T0keLtvZBrI/AAAAAAAAAtk/
XvxWDGove64/s1600/Proje%C3%A7%C3%A3o+de+Peters.JPEG

Relacione a charge acima e a projeção de Peters.

3. Mapa de fuso horário.

Figura 4 http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2013/01/fuso-horario-mapa-conceito-em-geografia.jpg

Um Fotógrafo sai do Rio de Janeiro às 18:00 hs do dia 01 (Sábado), em direção à Hong Kong. A
duração do Vôo foi de 12 Horas. Que horas será no Rio de Janeiro quando essa pessoa chegar no
seu destino?

82
4. Analise a fotografia a seguir: 6. Analise a Charge e responda a questão a se-
guir:

Figura4http://www.conic.org.br/portal/
images/2015/camara_constr.jpeg

A construção de Brasília foi um momento


importante, apontou para uma reconfigura-
ção da dinâmica geoeconômica do território
nacional. Explique quais foram os principais
motivos que legaram o governo JK a modifi-
car a capital do Rio de Janeiro, para o centro Figura 5 Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-
do país. uMjY1GOwDic/TwM9u81ySLI/AAAAAAAADUE/
BxkMN-hoCYc/s400/image040.gif

5. Analise duas formas de se regionalizar o Es- O cartunista satiriza a ordem mundial do pós
tado Brasileiro: guerra fria, onde uma das suas principais
Mapa A características é a hegemonia do capitalismo
mundializado.
Descreva as diferenças dos países centrais e
periféricos.

7. Senhor das Armas


Os Estados Unidos foram os que mais gasta-
ram na área militar em 2013, mantendo o
primeiro lugar, com 682 bilhões de dólares.
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-20-
paises-com-os-maiores-gastos-militares-do-mundo

O poder militar é uma grande base da hege-


monia Estatal.
Os Estados Unidos saíram como grande na-
ção vitoriosa do conflito da guerra fria. Nes-
sa perspectiva, os especialistas se dividiram
na analise da nova ordem que seria predomi-
nante na realidade mundial. Alguns utilizam
Mapa B o termo ordem Monopolar, enquanto outros,
de ordem multipolar. Descreva essas duas
proposições.

8. “A acumulação Flexível, como vou chamá-la,


é marcada por um confronto direto com a
rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexi-
bilidade dos processos de trabalho, dos mer-
cados de trabalho, dos produtos e padrões
de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento
de setores de produção inteiramente novos,
novas maneiras de fornecimento de serviços
financeiros, novos mercados e, sobretudo,
taxas altamente intensificadas de inovação
Dê o nome dessas duas formas de regiona-
comercial, tecnológica e organizacional.”
lização, destacando os critérios utilizados
HARVEY, D. A condição pós-moderna: Uma
pelos respectivos autores. pesquisa sobre as origens da mudança cultural.
São Paulo: Ed. Loyola, 20ª ed. 2010. P. 140

83
O geógrafo David Harvey, nessa passagem,
descreve as mudanças que ocorreram na
passagem do modo fordista para o de acu-
mulação flexível. Nessa exposição, podemos
ver transformações profundas ocorreram no
âmbito da produção.
Desse modo, explique quais foram as ino-
vações tecnológicas que possibilitaram essa
mudança, principalmente destacando a frag-
mentação da produção em vários pontos do
planeta.

9. Mexicanos continuam tentando imigrar para


os EUA.
Vizinhos do país mais poderoso do mundo,
os mexicanos se acostumaram a olhar com
cobiça para o outro lado da cerca. Neste caso,
a cerca é uma fronteira de quase quatro mil
quilômetros que separa os dois países.
Atraídos pelo salário em dólares e uma vida
melhor "do outro lado", como eles mesmo
dizem, todos os anos milhares de mexicanos
tentam cruzar a fronteira ilegalmente.
http://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2002/021224_mexicoimigracaors.shtml. 24
de dezembro, 2002. Acessado em 13/04/2016.

No trecho da matéria, podemos acompanhar


uma situação ainda muito atual na relação
dos Estados Unidos com O México. No entan-
to, há uma contradição na relação entre os
dois países, principalmente quando anali-
samos a questão do comércio. Indique essa
contradição.

10.

Figura 6 http://3.bp.blogspot.com/_7Iu6s1xPt7c/
SdjKSByYsSI/AAAAAAAAAbI/n740c0Hj6tI/s320/Alca+2.gif

A ALCA (Área de Livre Comércio das Améri-


cas) foi sugerida pelos Estados Unidos em
1994, no entanto, sofreu diversas críticas,
inclusive no Brasil. Explique de que maneira
a ALCA poderia ser prejudicial para o Brasil,
levando em conta a relação dos trabalhado-
res, como é mostrado na charge.
84
U.T.I. - 1

Geografia 2
Correntes de pensamento geográfiCo

CiênCia e geografia
Espaço como objeto de estudo.

PrinCíPios da geografia
1. Princípio da extensão: refere-se a uma área em que se estuda o fato geográfico (Importância da Carto-
grafia);
2. Princípio da analogia: comparação de uma área com outras (buscando semelhanças ou diferenças);
3. Princípio da conexão ou interação: relação dos fatos físicos e humanos;
4. Princípio da atividade: dinamismo da paisagem;

esPaço geográfiCo
1. Relação da sociedade com a natureza;
2. Importância do Estado e a conjuntura técnico-científico-informacional na configuração do espaço contem-
porâneo.
§ Correntes de pensamento da Geografia:
1. Determinismo Geográfico (final do século XIX):
O homem é visto como resultado da ação do meio.
2. Possibilismo Geográfico (começo do século XX):
Influência recíproca entre o homem e o meio habitado;
3. Método Regional (1940):
Diferenciação de áreas;
4. Nova geografia/ geografia quantitativa (1950):
análise por meio de métodos matemáticos e análises estatísticas.
5. Geografia Crítica (1960-1970):
Orientação marxista;
Oriunda do processo de descolonização da África e Ásia.

antiga ordem mundial


reordenação geoPolítiCa mundial
1. Fim da Segunda Guerra Mundial (1945);
2. Guerra fria:
Comunismo – União soviética e China;
Capitalismo – EUA, Europa ocidental e Japão;

87
3. Organizações militares:
OTAN - Organização do Tratado do Atlântico: Fundado em 1949 pelos países capitalistas;
Pacto de Varsóvia: Formada pela URSS em 1955.
4. Momentos de tensão na Guerra fria:
Divisão da Alemanha;
Construção do muro de Berlim – 1961;
Espionagem: CIA e KGB;
Crise dos mísseis em Cuba - 1961;
Guerra da Coreia
Revolução Sandinista
Corrida espacial;
Corrida armamentista.
5. Fim da Guerra Fria:
Crise econômica e política na URSS;
Revoltas em repúblicas socialistas (Ex: Hungria e Polônia);
Queda do muro de Berlim;
Capitalismo mundializado;
Crescimento da influência da ONU como poder mundial.

O mundo bipolar: 1948-1991

nova ordem mundial


A expansão do capitalismo gerou duas concepções do poder:
§ Ordem Monopolar: Poder centralizado nos EUA, devido, principalmente a seu grande poder bélico;
§ Ordem Multipolar: poder dos EUA estaria sendo dividido com a Europa (sobretudo a Alemanha) e o
Japão.
88
Nova Ordem Mundial tripolar

RÚSSIA
EUROPA

NORTE EUA
CHINA
JAPÃO
SUL OCEANO
ÁFRICA PACÍFICO

ÁREA DE INFLUÊNCIA
DOS EUA
AMÉRICA
LATINA
OCEANO
PACÍFICO
N
OCEANO OCEANO OCEANIA
O L ÍNDICO
ATLÂNTICO
S
ÁREA DE INFLUÊNCIA
0 4 664 km DA UNIÃO EUROPEIA ÁREA DE INFLUÊNCIA
DE CHINA E JAPÃO

Descolonização da Ásia/ África: Divisão norte-sul – Desenvolvidos e subdesenvolvidos.

1. Países Centrais: Países que concentram as sedes de grandes empresas globais, indústrias e bancos;
Exemplo: EUA, grande parte dos países da Europa e Japão.
2. Países Periféricos:
Baseados em economia agroexportadora / Latifúndio;
Concentração de renda;
Exemplo: Parte dos países Africanos, da América latina e Ásia.
3. Países semiperiféricos.
Possuem grandes concentrações de renda, mas em menor proporção, comparados aos países periféricos;
Patamar intermediário de bem-estar;
Conseguiram constituir uma densidade de industrialização significativa;
Exemplos: Brasil, México, Argentina, Chile e Tigres Asiáticos.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Índice proposto pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento).
§ Função – Comparação da qualidade de vida entre os países.
§ Três dimensões:
§ Riqueza (ou renda per capita);
§ Educação;
§ Esperança média de vida (ou saúde).

89
globalização e bloCos eConômiCos
globalização
Processo de transformação mundial que se iniciou no final do século XX.

Principais características:
§ Poder do mercado financeiro em nível mundial;
§ Aumento do fluxo de transportes em grandes distâncias;
§ Fenômeno da transnacionalização – fragmentação da produção em nível mundial;
§ Diminuição da soberania nacional aos interesses internacionais;
§ Não há benefício igualitário a todos os países – Maior concentração de renda;

movimentos antiglobalização
Seus críticos dizem que esta é responsável pelo crescimento da pobreza.
§ Blocos Econômicos: acordo entre os países membros para maior fluxo comercial, rompendo barreiras
alfandegárias.

§ Formas de integração:
1. Zona de Livre Comércio;
2. União Aduaneira;
3. Mercado Comum;
4. União Monetária.

§ Blocos:
1. União Europeia:

Países membros da União Europeia

União Europeia - UE
Alemanha Hungria
Áustria Irlanda
Bélgica Itália
Bulgária Letônia
Chipre Lituânia
Dinamarca Luxemburgo
Eslováquia Malta
Eslovênia Polônia
Espanha Portugal
Estônia Reino Unido
1800 0 360 km Finlândia República Checa
PROJEÇÃO DE ROBINSON França Romênia
Grécia Suécia
Holanda

Fonte:
Fonte:Atlas
AtlasEscolar
Escolar. IBGE:2014
. IBGE: 201

90
Estágio: União monetária – EURO (exceto os países – Bulgária, Hungria, Croácia, Hungria, Polônia, Repú-
blica Checa, Romênia, Suécia, Dinamarca e Reino Unido).

2. NAFTA – Tratado Norte Americano de livre comércio:


Países membros do NAFTA

NAFTA
Estados Unidos da América
México
Canadá

1800 0 360 km

PROJEÇÃO DE ROBINSON

Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014


Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014

Estágio: livre comércio.

3. APEC: Cooperação da Ásia e do Pacífico:

Países membros da APEC

Cooperação Econômica
Ásia- Pacífi co - APEC
Austrália
Brunei
Canadá
Chile
China
Cingapura
Coréia do Sul
Estados Unidos da América
Filipinas
Indonésia
Japão
México
Malásia
Nova Zelândia
Papua Nova Guiné
Peru
Rússia
Tailândia
Vietnã

900 0 180 km

PROJEÇÃO DE ROBINSON

Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014


Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014

91
4. ASEAN: Associação das Nações do Sudeste Asiático:
Países membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e
Vietnã.
Países membros do ASEAN

ASEAN
Brunei
Camboja
Cingapura
Filipinas
Indonésia
Laos
Malásia
Mianmar
Tailândia
Vietnã

1800 0 360 km

PROJEÇÃO DE ROBINSON

Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014


Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014

5. MERCOSUL: Mercado Comum do Sul.

Países membros do Mercosul

Mercosul
Argentina
Brasil
Paraguai
Uruguai
Venezuela

1800 0 360 km

PROJEÇÃO DE ROBINSON

Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014


Fonte: Atlas Escolar. IBGE: 2014

§ OMC: Organização Mundial do Comércio.


Objetivo: Estímulo ao comércio mundial, empenhando-se em derrubar as taxas (importação/ exportação)
impostas pelos Estados.
§ G8: Países mais desenvolvidos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão, Itália e Reino Unido)
com a Rússia.
Esses países se reúnem eventualmente para discutir temas de ordem mundial.
92
geologia
as Camadas da estrutura interna da terra
Quanto à composição química:
§ Crosta
§ Manto superior
§ Mesosfera
§ Núcleo externo
§ Núcleo interno

Quanto à rigidez dos materiais:


§ Litosfera ou crosta terrestre
§ Astenosfera
§ Manto inferior
§ Endosfera

A estrutura interna da Terra é representada em modelos baseados em dois critérios

Litosfera
Camada sólida da Terra, formada por minerais e rochas. É dividida em:
§ Crosta oceânica ou inferior
SIMA (silicato de magnésio)
de 30 a 70 km de espessura
§ Crosta continental ou superior
SIAL (silicato de alumínio)
de 4 a 8 km de espessura
93
Rochas
São agregados naturais de minerais e formam a parte essencial da crosta terrestre. De acordo com sua origem,
podem ser classificadas em:
§ Rochas Ígneas ou magmáticas
São formadas pela solidificação do magma. Exemplo: Granito (plutônica ou intrusiva), que se solidificou
lentamente e o basalto (vulcânica ou extrusiva), que se solidificou rapidamente.

§ Rochas sedimentares
São formadas pela deposição de sedimentos de origem mineral e orgânico.
Exemplo: Arenito, Calcário, Varvito
§ Rochas metamórficas
São formadas pela transformação de rochas pré-existentes em consequência de alterações de pressão e
temperatura, que reajustam a composição química e a textura das rochas.
Exemplo:
Calcário P+T Mármore
(rocha sedimentar) → (rocha metamórfica)

geologia do brasil e exploração mineral


Províncias geológicas
São macroestruturas definidas pela idade geológica e pelos diferentes tipos de rocha, segundo seu processo de
formação. São elas:
§ Escudo Cristalino ou blocos cratônicos
Formaram-se na Era Pré-Cambriana, portanto são antigos e bastante desgastados pela erosão.
§ Bacia sedimentar
Inicialmente formaram-se a partir da Era Paleozóica.
§ Dobramento moderno
Datam da Era Cenozoica do período Terciário e sua origem se relaciona com movimentos tectônicos. São os
terrenos de maiores altitudes do planeta.

94
As macroestruturas no território brasileiro
Escudos cristalinos
§ São formados por rochas cristalinas (magmáticas e metamórficas) muito resistentes à erosão;
correspondem a 36% do território brasileiro;
§ Possuem importantes jazidas minerais, como ferro, ouro, manganês, alumínio, zinco, estanho, distribuídos
pelos estados do Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Amapá e Rondônia.
Exemplos: Serra dos Carajás (PA), Quadrilátero Ferrífero (MG), Maciço de Urucum (MS).

Bacias sedimentares
§ São formadas por rochas sedimentares, que são menos resistentes à erosão do que as cristalinas;
§ Correspondem a 64% do território brasileiro;
§ Encontram-se importantes combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural.

geomorfologia
dinâmiCa do relevo
Os agentes modificadores do relevo são:

Agentes estruturais (internos)


§ intemperismo
§ vulcanismo
§ abalo sísmico

Agentes esculturais (externos)


§ tectonismo
§ erosão

Teorias que explicam os movimentos da Terra


§ Deriva continental
§ Tectônica de placas

95
tiPos de erosão
§ Eólica
§ Pluvial
§ Fluvial
§ Glacial
§ Marinha ou abrasão
§ Erosão acelerada

PrinCiPais formas de relevo, segundo a geomorfologia


loCal

§ Planície
§ Planalto
§ Depressão
§ Montanha
§ Serra
§ Escarpa
§ Tabuleiro
§ Chapada
§ Cuesta
§ Inselbergue

relevo marinho
§ Plataforma continental
§ Talude continental
§ Região pelágica
§ Região abissal

96
solos
Solo ou rigolito é a parte mais externa e não consolidada da litosfera, que recobre as formas de relevo e as es-
truturas geológicas. Sua origem está ligada ao processo de intemperização das rochas pelos agentes climáticos e
biológicos e ao transporte desses fragmentos pela ação da gravidade.

HORIZONTES
Solos e seus DO SOLOS
horizontes
São as camadas paralelas à superfície do solo.

O Camada de restos de plantas e animais na superfície


do solo
A Primeiro horizonte mineral do solo, mais escuro, por
conter mais húmus que os horizontes B e C.

B Horizonte formado por partes bastante desagregadas


da rocha-mãe, estando abaixo do horizonte A.

C Horizonte formado por partes pouco desagregadas


da rocha-mãe, com presença de materiais que ainda
estão se transformando em solo.

R Rocha-mãe que, submetida ao intemperismo, se


desagraga e se decompõe, dando origem ao solo.

Fonte: slideplayer.com.br

gruPos de solos
§ Latossolos
§ Litossolos
§ Podzólicos
§ Aluviões

solos do brasil
§ Terra roxa
§ Massapê
§ Salmorão
§ Solos aluviais

Problemas no uso dos solos


§ Lixiviação
§ Laterização
§ Compactação
§ Salinização
97
u.t.i. – sala
1. Explique qual a diferença entre tempo e clima e quais são os principais fatores modificadores do
clima

2. Cite dois tipos de clima que atuam no Brasil e compare-os a partir de índices pluviométricos, tem-
peratura e o tipo vegetação

3. Defina o que são domínios morfoclimáticos e bioma. Cite três domínios existentes no Brasil, bem
como suas particularidades.

4. Diferencie os processos geradores das formas de relevo

5. Explique sucintamente como se dá o processo de formação dos três tipos de rochas existentes,
citando pelo menos um exemplo para cada uma delas.

6. Sobre a dinâmica interna da Terra, explique:


a) Como se deu o processo de dobramento do Himalaia e quais as placas tectônica envolvidas
b) Quais são os tipos de placas existentes na litosfera. Explique-as

7. Explique os processos exógenos na esculturação das seguintes formas de relevo


a) Chapadas
b) Cuestas
c) Inselbergues

8. Cite e explique três problemas no manejo dos solos

9. Explique as quatro unidades de planaltos existentes no território brasileiro e um local de ocorrên-


cia para cada um deles

10. Nos domínios morfoclimáticos, explique o que são as áreas de transição e exemplifique-as

98
u.t.i. – e.o rios e de água nos solos – não tem dúvida
em designá-lo simbolicamente por “verão”.
Em contrapartida, chama o verão chuvoso de
“inverno”. Tudo porque os conceitos tradi-
1. Observe a figura que mostra o esquema de
cionais para as quatro estações somente são
circulação geral da atmosfera e responda:
válidos para as regiões que vão dos subtrópi-
cos até a faixa dos climas temperados, tendo
validade muito pequena ou quase nenhuma
para as regiões equatoriais, subequatoriais
e tropicais.
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza
no Brasil: potencialidades paisagísticas. São
Paulo: Ateliê Editorial, 2003, p.85.

Como bem exemplificou o professor Aziz


Ab’ Saber, os sertanejos costumam chamar
o verão de inverno porque, irregularmente,
a Massa Equatorial Continental traz chuvas
esporádicas à região. A partir do texto e da
música do grupo Cordel do Fogo Encantado,
explique a origem da mancha semiárida no
Nordeste brasileiro e o por quê desse déficit
hídrico, que a mEc é uma massa úmida.

a) O que são ventos alísios e contra alísios? 4. Os homens que vivem ao longo dos igarapés
b) Qual é a relação dos ventos alísios com o foram fadados a conviver com as sombras e
fenômeno El Niño? a solidão. Trabalharam ou trabalham para
alguém que mal conhecem. Na qualidade de
2. Os climogramas abaixo representam dois ti- serem gregários, para garantir um tributo
pos climáticos que ocorrem no Brasil. Obser- básico da condição humana, transformaram
ve-os e responda: os igarapés em caminhos vicinais. O “cami-
nho da canoa” do índio tornou-se a via vici-
nal dos amazônides, oriundos de muitas pro-
cedências étnicas e subculturas em contato.
Ninguém melhor do que Euclides da Cunha
conseguiu fixar o drama dos habitantes da
beira dos igarapés, tal como está gravado em
seus escritos, como o Judas Asverus, de “A
Margem da Históri”.
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza
no Brasil: potencialidades paisagísticas. São
Paulo: Ateliê Editorial, 2003, p.73.

Com base no texto, responda:


A qual domínio morfoclimático o texto se re-
fere? Explique suas principais características,
a) Qual é o tipo de clima na localidade A e B? levando em consideração os três patamares de
b) Discorra sobre as características dos dois cli- vegetação existentes.
mas e quais são as massas de ar que atuam
essas localidades.

3.
O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
de só cantar quando chove
“Chover, ou invocação para um dia líquido”
Mas o povo que sente na pele os efeitos di-
retos desse calor – extensivos à economia
regional, pela ausência de perenidade dos

99
5.
A partir do perfil topográfico e geológico acima e de seus conhecimentos, responda:

a) Quais compartimentos regionais de relevos são indicados pelo número 1 e 2?


b) Explique a formação desses compartimentos

6. 8. A chuva é um dos agentes erosivos mais ati-


vos, pois provoca enchentes e enxurradas.
EROSÃO Dependendo do grau de intensidade das
chuvas, ocorre erosão pluvial do tipo super-
ficial, laminar, de sulcos e de ravinamento.

TRANSPORTE

DEPOSIÇÃO
A figura acima representa um processo de
erosão. Defina esse processo e explique por
que ele ocorre.

SEDIMENTAÇÃO 9.
Terra produtiva é grumosa. Quando se pega
na mão, esfarela facilmente. Ela cai igual a
quimera. Seu cheiro é fresco e agradável. Na
aração, não cai em torrões, mas bem solta.
COMPACTAÇÃO A água da chuva entra rapidamente e não
escorre nem empoça. As raízes são abundan-
tes, penetrando profundamente. As plantas
são fortes e sadias. Elas resistem a pragas e
doenças bem como a veranicos e ventos frios.
Ana Primavesi, Agricultura sustentável.
ROCHA SEDIMENTAR São Paulo: Nobel, 1992, p.11

O esquema acima é chamado de litificação Antes, eram apenas as grandes cidades que
ou diagênese, que descreve o processo de se apresentavam como o império da técnica,
formação das rochas sedimentares. Discorra objetos de modificações, suspensões, acrés-
sobre esse processo. cimos, cada vez mais sofisticadas e carrega-
das de artifícios. Esse mundo artificial in-
clui, hoje, o mundo rural.
7. As bacias sedimentares se formaram a par- M. Santos. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996
tir da era Paleozoica, entrando também pela
A má utilização do solo pode levar a uma in-
Mesozoica e pela Cenozoica. Nesses terrenos,
tensa e rápida degradação, capaz de comprome-
encontramos recursos combustíveis fósseis,
ter a produção agrícola e pecuarista. Explique
como o petróleo, o gás natural e o carvão
o processo de salinização do solo e onde esse
mineral. A partir dos seus conhecimentos,
problema é mais intenso no Brasil.
explique a formação do petróleo em áreas
oceânicas (pré-sal).

100
U.T.I. - 1

Atualidades
Panorama GeoPolítico mundial
(o PaPel da onu e da otan)
Introdução
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais das hierarquias de poder existentes entre os países do
mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscilação em seu contexto histórico. Portanto, ao
falar de uma nova ordem mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das relações políticas e econômicas
internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais que dominavam e polarizavam as relações de poder
no globo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem mundial era notadamente marcada pelas corridas arma-
mentista e espacial e pelas disputas geopolíticas no que se refere ao grau de influência de cada uma no plano
internacional. Este era o mundo bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990, mais especificamente após a queda do Muro de
Berlim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhecer apenas uma grande potência econô-
mica e, principalmente, militar: os EUA. Analistas e cientistas políticos passaram a nomear a então ordem mundial
vigente como unipolar.
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns analistas enxergavam que tal soberania pudesse não
ser tão notável assim, até porque a ordem mundial deixava de ser medida pelo poderio bélico e espacial de uma
nação e passava a ser medida pelo poderio político e econômico.
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às sucessivas crescentes econômicas da União Europeia
e do Japão, apesar das crises que estas frentes de poder sofreram no final dos anos 2000. De outro lado, também
vêm sendo notáveis os índices de crescimento econômico que colocaram a China como a segunda maior nação
do mundo em tamanho do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse motivo, muitos cientistas políticos passaram a
denominar a Nova Ordem Mundial como mundo multipolar.
Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma nação que possua o poderio bélico e nuclear dos
EUA. Esse país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam capazes de destruir todo o planeta várias
vezes. A Rússia, grande herdeira do império soviético, mesmo possuindo tecnologia nuclear e um elevado número
de armamentos, vem perdendo espaço no campo bélico em virtude da falta de investimentos na manutenção de
seu arsenal, em razão das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país após a Guerra Fria.
É por esse motivo que a maior parte dos especialistas em Geopolítica e Relações Internacionais, atualmente,
nomeia a Nova Ordem Mundial como mundo unimultipolar. “Uni” no sentido militar, pois os Estados Unidos é líder
incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes econômicas de novos polos de poder, sobretudo a União
Europeia, o Japão e a China.

O novo papel da OTAN


Com a queda do Muro de Berlim (1989), o colapso dos regimes comunistas do Leste Europeu e o fim da URSS
(1991), a OTAN se deparou com uma crise de objetivos que a levou a atuar militarmente, depois da década de 90,
em algumas regiões do mundo:
§ 1995 − Intervenção militar e manutenção da paz na Bósnia-Herzegovina;
§ 1999 − Intervenção militar e manutenção da paz em Kosovo;
§ 2001 − Intervenção militar no Afeganistão;
§ 2011 − Intervenção militar na Líbia.
103
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tem lidado, desde o princípio da década de 90, com a
necessidade de transformação interna devido a seu novo papel na ordem pós-Guerra Fria. A dissolução da União
Soviética eliminou a ameaça à segurança da Europa que motivara a criação da aliança em 1949. O que se seguiu
foi, portanto, a adaptação de suas estruturas e capacidades para um novo ambiente de segurança.
A dissolução do Pacto de Varsóvia em 1991 abriu espaço para a concretização de novos objetivos da aliança
euro-atlântica, que envolviam a estabilização e a democratização das regiões anteriormente sob influência sovié-
tica. Assim, a adesão destes países à OTAN passou a ser uma meta da organização, alcançada primeiramente em
1999, com a entrada da República Tcheca, da Polônia e da Hungria, e posteriormente em 2004, com a entrada de
mais sete países do leste europeu.
Se por um lado a OTAN foi capaz de reformular seus objetivos e atualizar e globalizar sua atuação, por outro
permanece pouco claro o papel desta estrutura multilateral de segurança em um mundo unipolar dominado pelos
Estados Unidos.

AGNU (ONU)
Assembleia Geral das Nações Unidas

A Assembleia Geral (AGNU) é o segundo mais importante comitê da ONU e nele 193 nações se reúnem para
debater questões de abrangência mundial. Nela todas as nações presentes possuem o mesmo poder de voto. Tem
caráter recomendatório, portanto os governos possuem a opção de implantar em seus países as medidas descritas
na proposta de resolução.
A Assembleia Geral se reúne anualmente para debater as questões em pauta, propostas pelos países.

Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança conta com 15 membros, sendo cinco permanentes com direito a veto: Estados Unidos,
China, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Cinco membros não permanentes são eleitos a cada ano pela Assembleia Geral da ONU, assumindo suas
cadeiras no dia 1º de janeiro do ano seguinte, por um período de dois anos.
A renovação se realiza sobre uma base regional e os cinco países pré-selecionados este ano estão seguros
de sua eleição, diante da ausência de adversários declarados.
Os países em final de mandato no Conselho são Chade, Chile, Jordânia, Lituânia e Nigéria. Estes serão
substituídos, em 2016, por Japão, Ucrânia, Egito, Senegal e Uruguai para integrar o Conselho de Segurança das
Nações Unidas pelos próximos dois anos.
Os outros membros não permanentes são Angola, Espanha, Malásia, Nova Zelândia e Venezuela.
Cada país membro do Conselho tem direito a um só voto, e que serão aceitas as resoluções do Conselho
que tiverem um total mínimo de 09 (nove) votos sendo necessário dentre estes o dos cinco membros permanentes
obrigatoriamente.

Funções e atribuições
§ Manter a paz e a segurança internacionais de acordo com os princípios e propósitos das Nações Unidas;
§ Investigar qualquer disputa ou situação que possa vir a se transformar em um conflito internacional;
§ Recomendar métodos de diálogo entre os países;
104
§ Elaborar planos de regulamentação de armamentos;
§ Determinar se existe uma ameaça para a paz ou ato de agressão e recomendar quais medidas devem ser
tomadas;
§ Solicitar aos países que apliquem sanções econômicas e outras medidas que não envolvam o uso da força
para impedir ou deter alguma agressão;
§ Decidir sobre ações militares contra agressores;
§ Recomendar o ingresso de novos membros na ONU;
§ Exercer as funções de tutela das Nações Unidas em “áreas estratégicas”;
§ Recomendar à Assembleia Geral a eleição de um novo Secretário-Geral e, em conjunto com a Assembleia,
escolher os juízes da Corte Internacional de Justiça;
§ Apresentar relatórios anuais e especiais à Assembleia Geral.

Conselho de Direitos Humanos

Criado em 2006, o Conselho de Direitos Humanos (CDH) é o órgão criado pelos Estados-Membros da ONU com
o objetivo de reforçar a promoção e a proteção dos direitos humanos em todo o planeta. Substitui a Comissão de
Direitos Humanos das Nações Unidas.
47 países são eleitos membros do Conselho, por uma Assembleia Geral a cada três anos.
A distribuição de assentos é feita de acordo com uma representação geográfica equitativa (13 do Grupo dos
Países Africanos; 13 do Grupo dos Países Asiáticos; 7 do Grupo dos Países do Leste Europeu; 8 do Grupo dos Países
da América Latina e do Caribe; e 7 do Grupo dos Países da Europa Ocidental e Outros).

Os EUA e a Guerra ao Terror


O início do século XXI ficou marcado com as imagens veiculadas ao vivo pelas emissoras de TV do mundo todo
retratando o choque dos aviões contra as duas torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. O pró-
prio quartel-general do exército dos Estados Unidos, o Pentágono, também foi atingido por um desses aviões de
carreira, levando o governo recém-empossado de George W. Bush a declarar a Guerra ao Terror.
Essa guerra não estava direcionada a um país específico, mas a uma prática de ação política pautada em
atentados terroristas. Foi ela que fomentou a política bélica do governo norte-americano na primeira década do
século XXI, levando o país a declarar unilateralmente guerras ao Afeganistão e ao Iraque.
A Doutrina Bush (uma série de medidas adotadas pelos dois governos de George W. Bush na Guerra ao
Terror) caracterizou-se, internamente, por medidas policiais de controle sobre a população do país e, externamente,
pela ação agressiva contra alguns países, alinhados ao que foi chamado de Eixo do Mal, formado por Coreia do
Norte, Irã e Iraque.
A primeira invasão promovida pelos EUA após o 11 de Setembro de 2001 ocorreu no Afeganistão, país
comandado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã e acusado de abrigar as tropas da Al-Qaeda, responsável
pela organização dos atentados em território americano. A ação militar dos EUA conseguiu derrubar o governo dos
mulás do Talibã e constituir um governo mais próximo aos seus interesses.
Em 2003, em ação conjunta à Inglaterra, o governo de Bush afirmou que o Iraque, comandado por Saddam
Hussein desde o final da década de 1970, detinha um grande arsenal de armas de destruição em massa e repre-
sentava um perigo à população mundial. Este foi o argumento para depor o antigo ditador iraquiano, que foi per-
seguido enquanto as tropas anglo-americanas bombardeavam fortemente o país. Encontrado em um esconderijo e
condenado à morte, Saddam Hussein foi enforcado em 2006.
A Guerra ao Terror adotou ações unilaterais pelos EUA, já que não foi aprovada pelos demais países-mem-
105
bros do Conselho de Segurança da ONU. A recusa da invasão pelo Conselho não impediu que os EUA e a Grã-Bre-
tanha invadissem o país árabe, afirmando que havia armas de destruição em massa, o que nunca foi comprovado.
Além disso, os EUA passaram a prender os supostos acusados de terrorismo que capturaram pelo mundo na
prisão localizada na base militar de Guantánamo, na Ilha de Cuba. Situada fora das fronteiras norte-americanas,
a prisão não se submete às leis de país algum, ficando os prisioneiros sujeitos às regras e julgamentos apenas do
exército dos EUA. Essas medidas são duramente criticadas, tanto dentro como fora do país, pois não garantem
direitos mínimos de defesa aos prisioneiros, o que é agravado pelo fato de, ao longo da História, os sucessivos
governos dos EUA terem sempre se apresentado como defensores da liberdade dos indivíduos.

afeGanistão
Eixo do Mal
O termo "eixo do mal" foi usado pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu
discurso anual sobre o estado da União, proferido diante do Congresso norte-americano em 29 de janeiro de 2002.
Segundo Bush, os quatro países que constituem o "eixo do mal"- Afeganistão, Coreia do Norte, Irã e Iraque
- possuíam armas de destruição em massa e patrocinavam o terrorismo regional e mundial.
Acusados de investir em armas de grande impacto, esses "países renegados" representam, segundo a Casa
Branca, uma ameaça real à estabilidade global.

O Afeganistão, o Talibã e a Al Qaeda


O Talibã é um grupo político que atua no Afeganistão e no Paquistão. A milícia tem origem nas tribos que vivem na
fronteira entre esses dois países e se formou em 1994, após a ocupação soviética do Afeganistão (que durou de
1979 a 1989) e durante o governo dos também rebeldes mujahedins. Apesar de islâmico, esse governo era consi-
derado muito liberal, deixando descontentes os muçulmanos mais
extremistas. Assim, a milícia invadiu a capital Cabul e tomou o po-
der, governando o país de 1996 até a invasão americana, em 2001.
TALIBÃ NO
Apesar de ter sido destituído do governo formal, o grupo continuou AFEGANISTÃO
sendo influente. Atualmente, o objetivo do Talibã no Afeganistão é
recuperar seu território e expulsar os invasores dos Estados Unidos Ocupação do Talibã
e da OTAN. Para tentar desestabilizar o inimigo, o grupo utiliza táti- no Afeganistão
cas de guerrilha e ataques de homem-bomba. Uma hipótese é que
o dinheiro para financiar as ações venha de tributos cobrados dos
plantadores de ópio.
Mas a característica principal do grupo é ter uma interpreta-
ção muito rígida dos textos islâmicos, incluindo proibição à cultura
ocidental e a obrigação ao uso da burka pelas mulheres.
Um dos maiores erros que o ocidente comete em relação
ao Talibã é confundi-lo com os terroristas da Al Qaeda. O Talibã é
provincial, age apenas na sua região e não tem nada a ver com os
ataques a países do ocidente, explica Nasser. Outra diferença entre
as milícias é que a Al Qaeda é composta por árabes, enquanto o Ta-
libã congrega indivíduos das tribos afegãs, a maioria deles da etnia
106
pashtun. Porém, apesar das ideologias distintas, os dois grupos são aliados e se ajudam nas questões de logística,
armas e dinheiro. Além disso, quando expulso de vários países, Osama Bin Laden, um dos fundadores da Al Qaeda,
foi acolhido pelo Talibã no Afeganistão.

Paquistão
A política externa do Paquistão é caracterizada pela aliança militar e an-
titerrorista com os EUA e pelos esforços para conseguir a paz definitiva
com a Índia.
O principal grupo talibã do país, o Tehreek-e-Taliban Paquistão
(TTP), foi responsável por inúmeros atentados, intensificando a instabili-
dade política no país.

irã – acordo nuclear


Chamado de Pérsia até 1935, o Irã abriga sítios arqueológicos da época da civilização persa, como as ruínas de
Persépolis.
No Oriente Médio já existiam diversos Estados teocráticos, como a Arábia Saudita, mas, com a Revolução
Islâmica no Irã, em 1979, os fundamentalistas muçulmanos chegaram pela primeira vez ao poder.
No Estado teocrático iraniano, a doutrina islâmica confunde-se com as leis do Estado, e é imposta a todos
os cidadãos. O país conta com um presidente eleito, mas a autoridade máxima é o líder religioso supremo (aiatolá).
Ele tem a última palavra sobre as questões fundamentais para a nação e controla as Forças Armadas, o Judiciário,
a mídia estatal e o sistema eleitoral. Enquanto os presidentes servem por, no máximo, oito anos, o poder do aiatolá
é permanente.
O país, de maioria xiita, disputa a hegemonia no Oriente Médio com a monarquia sunita da Arábia Sau-
dita. A influência do país sofre um sério abalo com o recente conflito na Síria, o seu principal aliado. As tensões
envolvendo o programa nuclear do Irã, suspeito de ter como objetivo a bomba atômica, aumentaram em 2012. As
potências ocidentais, lideradas pelos EUA, ampliaram as sanções econômicas ao passo que Israel ameaça atacar
as instalações nucleares do país.

Histórico
O marco do período moderno é o golpe de Estado de 1921, em que o general Reza Khan derruba o sultão Kajar,
coroando-se xá em 1926 com o nome de Reza Shah Pahlevi. Um decreto real, em 1935, muda o nome do país de
Pérsia para Irã. Durante a II Guerra Mundial, o Irã é ocupado por britânicos e soviéticos. O xá, simpático ao nazismo,
abdica em favor do filho, Mohammad Reza Pahlevi.
Em 1951, o primeiro-ministro Mohammad Mussadeq nacionaliza petroleiras estrangeiras e se confronta
com o xá, que abandona o Irã. O Ocidente boicota o petróleo iraniano. No auge da crise, em agosto de 1953, Mus-
sadeq é deposto por um golpe militar com a ajuda do Reino Unido e dos Estados Unidos (EUA). O xá Reza Pahlevi
retorna com poderes ditatoriais. O xá promove, em 1963, a “revolução branca”, uma campanha modernizante que
abrange a reforma agrária e o direito de voto às mulheres. A forte presença norte-americana no país desagrada às
elites locais.
107
Tratado de não proliferação nuclear (TNP)
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) é um acordo de 1968 cujos objetivos são impedir o uso de materiais
atômicos para fins bélicos e assegurar o uso da energia nuclear apenas para fins pacíficos.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear está baseado na distinção entre as cinco potências nucleares, que
fabricaram ou acionaram uma arma nuclear antes de 1º de janeiro de 1967, e os países não dotados de armas
nucleares. Nos termos do tratado, as potências nucleares se comprometem em não transferir armas nucleares para
ninguém, nem ajudar um país a adquiri-las. O tratado contém o compromisso recíproco dos Estados carentes de
armas nucleares de não desenvolver ou comprar estas armas, e, em compensação, lhes garante o acesso ao uso
pacífico da energia atômica, condicionado ao controle da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Ao todo, 189 países e Taiwan, que a ONU reconhece como território chinês, aderiram ao TNP. Apenas Israel,
Paquistão, Índia e Coreia do Norte não fazem parte do acordo. Os norte-coreanos inicialmente aderiram ao TNP,
mas em janeiro de 2003 se retiraram do tratado. O Brasil é signatário desde setembro de 1998.

Acordo nuclear
Em 2015, o Irã e as grandes potências conseguiram concluir um acordo histórico em Viena, na Áustria, para limitar
o programa nuclear iraniano e impedir que o país desenvolva uma bomba atômica.
Compuseram o acordo: os chefes da diplomacia do Irã e do grupo 5 + 1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha,
França, Rússia, China e Alemanha). O acordo, que o presidente americano, Barack Obama, perseguiu como um dos
grandes objetivos de sua presidências se encerrou após 20 meses, no total, de negociações.
O principal objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano não tenha um caráter militar
e seja exclusivamente pacífico, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país.
Teerã se compromete a reduzir a capacidade nuclear (redução de 2/3 do número de centrífugas de urânio
em 10 anos, de 19.000 a 6.104, diminuição das reservas de urânio enriquecido) durante vários anos e a permitir
que os inspetores da AIEA realizem inspeções profundas em suas instalações. O urânio do país também terá que
ser mantido em um nível de 3% a 4% de enriquecimento – enriquecido a 90% o material pode ser usado para
produzir armas nucleares;
O Irã aceitou conceder um acesso limitado a locais militares, com base no protocolo adicional que permite
um controle reforçado do programa nuclear de Teerã, afirmou uma fonte iraniana.
Os compromissos assumidos pelas potências são: liberar ativos iranianos congelados, reduzir sanções eco-
nômicas a partir de 2016, cancelar, após 3 décadas, restrições contra a aviação do país, o Banco Central iraniano,
o Exército e estatais e tirar o Irã da lista de países sancionados pela ONU.
Países como Israel, Arábia Saudita se opõem ao acordo. Estes países veem com apreensão um acordo que
pode fortalecer o Irã e sentem-se ameaçados com seus termos.
Os rivais do Irã no Oriente Médio temem, por exemplo, que a suspensão de restrições a transações financeiras
- que faziam parte do embargo internacional - darão ao país mais força econômica. Isso significará que o Irã terá
mais dinheiro - e armas - para fornecer aos grupos armados que financia na região, como as milícias xiitas no Iraque
e o Hezbollah, a força militar libanesa que vem também dando apoio ao aliado iraniano na Síria, Bashar al-Assad.
Os conflitos em curso no Oriente Médio em locais como Iraque e Síria podem ser vistos como parte de um
confronto crescente entre os seguidores de duas das principais tradições islâmicas - os sunitas e os xiitas. Dar aces-
so a mais dinheiro e armas ao Irã pode intensificar estes conflitos, e eventualmente reforçar a visão do Irã sobre si
mesmo como um defensor de comunidades xiitas.
108
iraque
A maior parte do território do Iraque fica nos vales dos rios Tigre e Eufrates. Na Antiguidade, a região era chamada de
Mesopotâmia – "entre rios", em grego. O país guarda rico patrimônio arqueológico e enormes reservas de petróleo.
Devastado por três guerras em pouco mais de duas décadas, o Iraque tenta se reerguer após a invasão
militar liderada pelos Estados Unidos (EUA), que derruba em 2003 a longa ditadura de Saddam Hussein.
A nação mergulha numa espiral de violência sectária, e os EUA estendem a ocupação militar para evitar
a guerra civil, embora a presença de suas tropas também seja foco de grande tensão. Com a saída dos últimos
soldados norte-americanos, em dezembro de 2011, o frágil e dividido governo iraquiano tem à frente o desafio de
assegurar sozinho a segurança da nação.
Em 2014, o Estado Islâmico (EI) consolida-se como a mais poderosa organização extremista islâmica em
atividade.

Histórico
O Iraque moderno nasce em 1920, quando esse império é dividido. A Liga das Nações põe o novo país sob a tutela
do Reino Unido, que instala no trono, em 1921, um monarca árabe da dinastia hachemita, Faisal Hussein. Em 1932,
o Iraque entra para a Liga das Nações como Estado independente, mas os britânicos controlam o governo, com
direitos exclusivos de exploração do petróleo.
Em 1958, o general ëAbd al-Karim Qasim derruba a monarquia e instala um regime nacionalista. Há várias
tentativas de golpe, lideradas principalmente pelo Partido Socialista Árabe Baath (“renascimento”, em árabe). Qa-
sim é fuzilado em 1963, num golpe militar com a participação do Baath. Sucedem-se governos instáveis, até que,
em 1968, o Baath se torna partido único. Em 1972, o petróleo é nacionalizado. Uma rebelião da minoria curda no
norte do país é reprimida, com milhares de mortos, entre 1974 e 1975.

Guerra Irã-Iraque
O vice-presidente, Saddam Hussein, amplia sua influência até assumir a Presidência, em 1979. Em 1980, o Iraque
invade o Irã, iniciando uma guerra com o país vizinho. O Iraque tem o apoio dos EUA, temerosos de que a Revo-
lução Islâmica iraniana se expanda pelo Oriente Médio e Ásia Central. O conflito entre os dois países termina em
1988 sem vencedor. Nesse ano, as Forças Armadas do Iraque, em luta contra guerrilheiros separatistas curdos,
usam armas químicas contra os curdos matando cerca de 180 mil civis.

Guerra do Golfo
O Iraque provoca um conflito internacional ao invadir o Kuwait, em agosto de 1990. A ONU exige a retirada militar
e decreta embargo comercial ao Iraque. Saddam anexa o Kuweit. Fracassam as tentativas diplomáticas, e, em 16 de
janeiro de 1991, as forças coligadas de cerca de 30 nações, lideradas pelos EUA, bombardeiam o Iraque, na Ope-
ração Tempestade no Deserto. É o início da Guerra do Golfo. Em 24 de fevereiro, a coalizão ataca por terra e põe
fim à ocupação do Kuwait. O cessar-fogo é assinado em março. Morrem 100 mil soldados e 7 mil civis iraquianos,
30 mil kuweitianos e 510 homens da coalizão.
No fim da guerra eclodem revoltas contra o regime de Saddam. No sul, a comunidade xiita toma várias ci-
dades. No norte, separatistas curdos ocupam territórios. A repressão do governo é violenta. Pressionado pela ONU,
Saddam suspende as ações militares, e uma zona de exclusão para voos iraquianos é imposta no sul e também no
norte, onde os curdos obtêm autonomia.
109
Queda de Saddam
Em 2002, o governo de George W. Bush, nos EUA, acusa Saddam Hussein de acumular armas de destruição em
massa e de possuir ligações com a rede islâmica Al Qaeda, ameaçando atacar o país como parte da ofensiva global
contra o terrorismo. Em 19 de março de 2003, norte-americanos e britânicos iniciam a guerra sem o respaldo da
ONU. Após a conquista de Bagdá, em 9 de abril, instalam um governo de ocupação em aliança com as lideranças
xiitas. As autoridades sunitas – nas quais Saddam se apoiava para governar – são marginalizadas. Saddam é cap-
turado em dezembro.
Saddam Hussein foi executado, em dezembro de 2006, após ser declarado culpado por crimes contra a
humanidade. Saddam era acusado ainda de ter ordenado e executado as campanhas militares no Curdistão, entre
1987 e 1988, que provocaram a morte de 180 mil curdos.

Questão curda
Os curdos formam a minoria étnica sem Estado próprio mais numerosa do Oriente Médio: são mais de 30 milhões
de pessoas, ocupando um território que engloba partes da Turquia, da Síria, do Iraque, do Irã, da Armênia e do
Azerbaijão.

Iraque
§ Após a invasão do Iraque pelos EUA e a consequente queda de Saddam Hussein, foi aprovada a região
autônoma do Curdistão, com suas próprias forças armadas, taxas e leis, tornando o curdo a língua nacional,
juntamente com o árabe.
§ Os peshmergas curdos ("aqueles que enfrentam a morte" ), que durante anos enfrentaram o Exército do
ex-presidente Saddam Hussein, são os guardiães da fronteira com a Turquia e atualmente combatem os
militantes do Estado Islâmico.
§ Entre 10 mil e 50 mil yazidis, minoria religiosa do país, estão encurralados em montanhas no norte do Iraque
fugindo do Estado Islâmico (EI). Como se as armas dos radicais islâmicos já não fossem suficientemente
aterrorizantes, os yazidis lidam com outros inimigos: a sede, a fome e o forte calor

Turquia
§ O PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) iniciou a luta armada em 1984 para reivindicar autonomia
para os cerca de 12 milhões de curdos que vivem no sudeste da Turquia. Com esse objetivo, o partido orga-
nizou vários atentados no país.
§ Em 2015, o partido de esquerda pró-curdos, Partido Democrático do Povo (HDP) obteve mais de 10% dos
votos, garantindo assentos no Parlamento pela primeira vez na história.

110
u.t.i. - sala
1. A Região Autônoma da Rojava é um dos poucos pontos brilhantes a emergir da tragédia dos con-
flitos que ocorrem no Oriente Médio. Depois de expulsar os agentes do regime de Bashar al-Assad,
em 2011, e apesar da hostilidade de quase todos os seus vizinhos, Rojava não só manteve a sua
independência como constitui uma experiência democrática notável. Todavia, mais uma vez os
curdos estão cercados: os jihadistas do Estado Islâmico e a maior potência da OTAN na região, a
Turquia, querem afogar em sangue a semente da liberdade dos curdos e provar que não pode ha-
ver na região um povo livre em que as mulheres e os homens sejam iguais. A defesa da cidade de
Kobani é, atualmente, expressão cabal da histórica luta de toda a nação curda para fazer valer seu
direito à autodeterminação.
(Adaptado de N. R. de Almeida, Os curdos numa armadilha histórica. http://outraspalavras.
net/posts/os-curdos-numa-armadilha-dahistoria. Acessado em 28/09/2015.)

a) O povo curdo totaliza hoje aproximadamente 30 milhões de pessoas. Em quais países estão majorita-
riamente distribuídos? Qual a principal reivindicação política dos curdos?
b) Dê duas características da organização denominada Estado Islâmico e aponte os países em que ela
controla territórios e recursos.

2. Mais de uma década atrás, sob o governo de George W. Bush e o pretexto da “guerra ao terror”, os
Estados Unidos ocuparam o Iraque. Há pouco, em Mossul, no norte de um país ensanguentado, os
terroristas do Isis fincaram a bandeira de um califado jihadista.
Boletim Mundo: Geografia e Política Internacional, agosto de 2014.

a) Em que contexto foi desencadeada a “guerra ao terror” mencionada no texto?


b) Apresente pelo menos um fator responsável pela atual situação de instabilidade política no Iraque e
que o tenha transformado em “um país ensanguentado”.
c) Quais regiões são atualmente dominadas pelo califado jihadista? Em que países se localizam?

3. Leia o texto a seguir.


O que domina o mundo hoje é o confronto entre grupos islâmicos prontos a tudo, inclusive ao
suicídio, e o império americano, que possui as armas mais poderosas mas não consegue controlar
totalmente o Afeganistão, o Iraque e os outros países do Oriente Médio.
TOURAINE, Alain. "Um novo paradigma para compreender o mundo hoje". Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p. 76.

Considerando o confronto entre os grupos mencionados no texto, apresente e explique uma das
razões do interesse estadunidense no Oriente Médio.

4. Desde o inicio de sua ofensiva, em 9 de junho de 2014, o grupo jihadista Estado Islâmico avançou
de forma exponencial. Beneficiado pela fraqueza e sectarismo do estado iraquiano e pela guerra
civil na Síria, os radicais ganharam reforços e conquistaram novos territórios, propagaram o terror
a partir da dizimação de minorias étnicas e chocaram o mundo com a execução de vítimas inocen-
tes. Hoje lideranças mundiais debatem uma coalização capaz de parar os radicais, que avançam
cada vez mais fortes e atrozes.
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/mundo/desvende-o-estado-islamico/> Acesso em: 25 de fev.2015.

a) O que é o Estado Islâmico e como surgiu?


b) Qual é o principal objetivo do Estado Islâmico?

111
5.

a) Interprete a charge acima a partir do que se esperava do movimento denominado como Primavera
Árabe para os países do Oriente Médio.
b) Como a Guerra da Síria pode ser associada ao movimento expresso na charge acima?

112
u.t.i. - e.o.
1. Explique a formação da OTAN e do Pacto de Varsóvia no contexto político-militar que se seguiu à
Segunda Guerra Mundial.

2.
ORIGEM E DESTINO DE POPULAÇÕES DE REFUGIADOS EM 2004
país/lugar de origem principais países de destino total
Afeganistão Paquistão/ Irã/ Alemanha/ Países Baixos/ Reino Unido 2.084.900
República Democrática do Congo Tanzânia/ Zâmbia/ Congo/ Burundi/ Ruanda 462.200
Somália Quênia/ Iêmem/ EUA/ Reino Unido/ Djibuti 389.300
Palestina Arábia Saudita/ Egito/ Iraque/ Líbia/ Argélia 350.600
Iraque Irã/ Alemanha/ Países Baixos/ Reino Unido/ Suécia 311.800
Fonte: www.acnur.org.br. Acessado em setembro de 2008. Adaptado.

Conforme a ONU - Organização das Nações Unidas, o número de refugiados tem crescido nos últi-
mos anos.
Em relação a esse fenômeno:
a) Cite duas causas principais desses deslocamentos, explicando, ao menos, uma delas.
b) Faça uma análise crítica do caso afegão, considerando os respectivos países de destino.

3. Atualmente, o petróleo representa 63% de Observando as tabelas,


toda a energia primária consumida. A esca- a) indique as três principais regiões de reservas
lada do petróleo na liderança dos energéti- mundiais de petróleo;
cos deste século foi impulsionada pela disse- b) faça a relação entre a distribuição das reser-
minação do motor a combustão interna, que
vas e do consumo.
mudou o padrão tecnológico da industria-
lização no século XX. Essa nova posição as-
sumida pelo petróleo na matriz de consumo 4. A expressão "Crise do Golfo", utilizada pelos
mundial fez crescer na mesma proporção a meios de comunicação para referir-se ao con-
componente política dos negócios a ele re- flito entre o Iraque e o Kuwait, indica a exis-
lacionados. Os choques de 1973 e 1979 e a tência de uma questão espacial estratégica.
guerra Coalizão x Iraque de 2003 foram de-
a) Dê o nome desse golfo e a sua localização.
monstrações claras do conteúdo estratégico
que o petróleo adquiriu. b) Caracterize a questão estratégica que envol-
(www.bndes.gov.br)
ve a região desse golfo.

PETRÓLEO NO MUNDO 5. Analise o mapa a seguir.


(% em relação ao total mundial

reservas % consumo %

Arábia Saudita 25,4 EUA 25,2


Iraque 10,8 Japão 8,2
Kuwait 9,5 Ex-URSS 5,9
Irã 9,0 China 5,2
Emir. Árabes Unidos 8,9 Alemanha 4,2
Venezuela 6,6 Coreia do Sul 3,1
Ex-URSS 6,5 Itália 2,8
México 5,0 França 2,7
Líbia 2,8 Reino Unido 2,5
EUA 2,6 Canadá 2,4
China 2,3 Índia 2,4
Nigéria 1,5 Brasil 2,2

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A região em destaque é o Curdistão, que
abriga cerca de 26 milhões de curdos, a mais
numerosa etnia sem estado no mundo. Essa
etnia nativa das áreas montanhosas vive
nessa região há 8 mil anos. Em 1923, alguns
governos dos países participantes da I Guer-
ra Mundial dividiram a área ao assinarem o
Tratado de Lausanne, que espalhou os cur-
dos por sete países. Considerando o mapa e
o texto apresentados,
a) escreva os nomes de quatro países que estão
na área do Curdistão;
b) cite dois recursos naturais de importância
geopolítica presentes na área ocupada pelos
curdos.

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