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8 Entrevista

Laurentina Pedroso

A Bastonária

Desde o dia 27 de Janeiro que a Ordem dos Médicos Veterinários tem uma nova bastonária. Laurentina
Pedroso, a primeira mulher a assumir o cargo, revela-nos as suas ideias para a OMV e para a classe veterinária
nacional. União, modernização e transparência parecem traçar o rumo desejado para o mandato do triénio
2010/2012.

Ricardo Martins

Veterinária Actual – Quando surgiu a vontade de vitória difícil. Mas se olharem para os resultados das VA – Até porque a classe é cada vez mais feminina.
se candidatar? outras eleições perceberão que a Lista C e a Lista B LP – As mulheres já são a maioria. Já somos 53%.
Laurentina Pedroso – No final de Julho, princípio de tiveram praticamente os mesmos votos das eleições Mas ainda temos que votar mais, porque os homens
Agosto, fui contactada por uma colega especial que me anteriores. Todos os votos que a nossa lista – Lista A continuam a votar maioritariamente. 44% das mulhe-
colocou este desafio. Ela representava outros colegas – teve foram novos. Houve muita gente que foi votar res votaram nestas eleições. Acho que podemos fa-
que gostariam de ver alguma mudança. Na altura não pela primeira vez. Se as outras listas mantiveram a zer mais.
achei que viesse a aceitar, porque entendo que este é "população" eleitoral habitual, nós tivemos que con-
um lugar de grande responsabilidade e de grande dedi- quistar tudo. Podemos dizer que não foi por tão pou- «É muito fácil unir a classe»
cação e não tenho por princípio começar algo que não co, foi por muitos.
esteja à altura de cumprir. Mas, uma vez que o convi- VA – Referiu na tomada de posse que o voto das VA – Como é que se une a classe quando os resul-
te se colocou, e se calhar também por estarmos em mulheres duplicou. Foram as mulheres que a elege- tados das eleições revelam votações tão diferentes
Agosto, de férias, despertou-se-me uma consciência e ram? nos diferentes órgãos?
já não consegui voltar atrás. Uma grande parte de nós LP – Acho que contribuíram fortemente para isso, LP – Acho que é importante esclarecermos essa situ-
achava que a Ordem não correspondia ao verdadeiro mas acho que os homens também. 243 mulheres vo- ação. No caso do Conselho Directivo e da Assembleia
interesse da classe. Muitos comentavam essa situação taram nas eleições anteriores, em 2008, e 472 vota- Geral temos a situação do “tudo ou nada”, ou seja,
abertamente e ninguém fazia nada para a tornar dife- ram nestas. E nos homens também aumentou. Não as listas ganham ou perdem. No caso do Conselho
rente. Colocaram-me na posição de «se quiseres fazer quer dizer que as mulheres tenham votado numa de- Profissional e Deontológico e do Conselho Fiscal não
bem faz, ou então cala-te para sempre». terminada lista, mas o que se nota aqui é que houve é assim, e as listas vão colocando elementos de acor-
VA – Claro que ao candidatar-se esperava ganhar, qualquer coisa de diferente nestas eleições que levou do com a proporção de votos. Significa que a Lista C
mas esperava que fosse por tão pouco? a que o dobro das mulheres, no espaço de um ano, se colocou quatro elementos no Deontológico e a Lista
LP – Esperava ganhar, e esperava que fosse uma tenham decidido a votar. A colocou três. No Fiscal colocaram dois, a Lista A co-
locou um.
Eu acho que é muito fácil unir a classe quando se
aperceberem do estado em que a Ordem se encontra.
david oitavem

Era preciso mudar mesmo. Mas a luta aqui é pelos ide-


ais de classe. Não há aqui luta de poder.
VA – Esta é uma classe cada vez mais jovem. Em
ocasiões como, por exemplo, a tomada de posse, ve-
rifica-se que quem está presente são os médicos ve-
terinários mais velhos. Os jovens estão afastados da
Ordem e destes momentos?
LP – Acho que os jovens estão afastados destes
momentos, e a classe em geral está afastada. É nossa
responsabilidade motivá-los a participar.
VA – Como se faz isso?
LP – Vão ser 3 anos de trabalho. Motiva-se, por exem-
plo, com algo que fiz nesta tomada de posse e que pen-
so que já vai ser diferente, que é o facto de ter regista-
do o momento em fotografia e em vídeo. Pretendemos
colocar esse vídeo num meio – a Internet – que é muito
utilizado pelos jovens e é de fácil acesso. Os jovens po-
dem não estar presencialmente, mas vão ser convida-
dos a participar vendo a cerimónia em si.

«Houve muita gente que foi votar

pela primeira vez»


10 Entrevista

VA – Mas esta infra-estrutura actual está mal agora um perfil de direcção que não gasta dinheiro a

david oitavem
aproveitada? não ser que haja forte retorno desse dinheiro.
LP – Esta estrutura irá estar bem aproveitada quan- VA – É uma mensagem de esperança, portanto,
do se começar a trabalhar muito. Agora, se temos lu- aquela que pretende passar?
gares vazios é porque precisamos de massa humana LP - A mensagem é de esperança. Nem eu nem
para dar dinâmica. qualquer dos elementos que faz parte da direcção nos
VA – Como correu a passagem de testemunho com “colocaríamos” numa situação destas se não pensás-
o Dr. Sameiro de Sousa? semos que teríamos capacidade para mudar. E mais:
LP – Bem. Tenho muito respeito pelo Dr. Sameiro de é a nossa obrigação moral e de consciência fazer algo
Sousa. Considero-o uma pessoa amiga, gosto dele e para depois podermos dizer que já tivemos a oportu-
tenho boas relações com ele, quer do ponto de vista nidade de fazer. Temos uma forte esperança e acho
pessoal, quer do ponto de vista profissional. E a pas- que vamos fazer um excelente trabalho. Acho que é a
sagem foi o mais correcta possível. O problema não altura própria para começar a ser feito.
foi na passagem, mas naquilo que se está a passar.
Recuperar oportunidades perdidas
Gestão de índole profissional
VA – Quem sai agora para o mercado de trabalho, e
VA – A Ordem vai fazer contratações? se não tiver contactos privilegiados, tem bastante di-
LP – Não, a Ordem não vai fazer contratações. A ficuldade em encontrar emprego. Há cursos superio-
ordem vai reformular contratações. Quer eu, quer a res a mais ou oportunidades de emprego a menos?
maioria dos meus colegas de Direcção temos uma no- LP - Não há desemprego só para a medicina veteri-
ção do que é a vida empresarial. Temos noção de que nária. É uma situação transversal. O que acho que po-
a economia nos últimos anos tem sido muito difícil. A demos fazer é criar mais oportunidades para os médi-
maior parte das empresas diminui custos e não os au- cos veterinários. Oportunidades que têm vindo a ser
mentaram. perdidas e têm que ser reconquistadas.
VA – A OMV precisa então de uma gestão de índo- VA – Que oportunidades são essas?
le profissional? LP - Por exemplo, no âmbito da saúde pública ou
LP – Precisa mesmo. Disse a palavra certa. Precisa na segurança alimentar. Não há outra profissão que
de uma gestão de índole profissional. Não a tem de faça a ligação desde a produção animal até ao con-
momento. Vamos criar essa gestão para que possa- sumo no caso dos produtos de origem animal, e nós
mos investir dinheiro com um retorno para os colegas. não conseguimos passar essa mensagem para o mer-
E não fazer a gestão de gerir quotas para pagar des- cado de trabalho. A maior parte da sociedade, na qual
VA – A sua lista apostou em site próprio, Facebook, pesas. se inclui o poder político, já não entende o papel fun-
Twitter. Vamos ver uma OMV cada vez mais atenta e VA – A Ordem está em dificuldades financeiras? damental que o médico veterinário tem nestas valên-
presente nestes meios? LP - Não, a Ordem não está em dificuldades finan- cias. Aí vai ser papel da Ordem tentar comunicar ao
LP – Sem dúvida alguma. A modernização da ceiras. nível da sociedade e do poder político para valorizar
Ordem é um dos objectivos da nossa proposta e essa VA – Mas se continuasse por este caminho poderia este tipo de profissões.
modernização faz-se, obviamente, comunicando da ter essas dificuldades? VA – E como vai a Ordem comunicar mais?
forma que hoje é mais fácil comunicar, e que as pes- LP - Acho que sim. Rapidamente poderia chegar LP - Um dos nossos projectos e que vamos concre-
soas preferem. Tendo a classe um leque etário mui- aí, mas mais grave que chegar aí era continuarmos tizar rapidamente, é termos a trabalhar connosco um
to jovem, com certeza são as ferramentas que utili- no caminho em que os associados não acreditam na gabinete de comunicação e imagem. Se temos que
zam hoje em dia. Ordem. Porque quando temos uma gestão adminis- olhar para gestão de uma forma profissional, aqui co-
VA – O mote da sua candidatura era mesmo esse: trativa, de se manter uma estrutura e de se fazer uma loca-se a mesma questão: para trabalharmos a ima-
“Dignificar os médicos veterinários. Modernizar a gestão de pessoal, não podemos dar nada em troca gem e comunicarmos o papel do médico veterinário
Ordem”. A Ordem é assim tão anti-modernidade? aos colegas. O meu trabalho vai ser, de uma forma vamos ter que trabalhar com especialistas. Esse gabi-
LP – Não lhe posso responder agora na totalidade muito transparente, dar contas aos colegas e investir nete ajudará a comunicar de forma mais correcta, mas
porque, como compreende, o meu conhecimento nes- as verbas que temos, que são muito poucas. Vai ter de as acções serão nossas. Temos que trabalhar para
te momento tem a ver com uma reunião com o ante- haver muita criatividade na gestão da Ordem. Temos que o gabinete de comunicação tenha capacidade e
rior bastonário, no mês de Janeiro e a reunião ontem
[nota: a entrevista foi realizada no segundo dia de tra-
david oitavem

balho de Laurentina Pedroso como bastonária], mas


posso dizer que há muita oportunidade de melhoria
em quase tudo o que se faz. No entanto, há decisões
que a anterior direcção tomou que eu gostaria de mu-
dar já e não vou conseguir.
VA – E o que pretendia mudar já?
LP – Gostaria de mudar os milhares de euros de
renda por este imóvel [nota: a entrevista foi realiza-
da na sede da Ordem]. As anteriores instalações cus-
tavam à Ordem 1.800 euros. Estas custam 4.600 eu-
ros. Eu gostava de puder pagar um imóvel que viesse
a ser património da Ordem, até porque o património é
muito pouco. Mas vou estar condicionada ao contrato
que temos, que vai durar o meu mandato na sua qua-
se totalidade. Gostaria de dizer adeus a estas instala-
ções e procurar umas onde pudesse haver uma maior
rentabilidade dos recursos da Ordem.
12 Entrevista

«A modernização da Ordem

é um dos objectivos da nossa

proposta»

david oitavem
material para poder transmitir. A outra parte da co-
municação que acho também importante é com o po-
der político, que não tem sido fácil nos últimos anos.
Quem está no Governo não tem dado valor à profissão VA – E a formação gratuita anual que prevê no seu carnes em Portugal – a primeira na Península Ibérica –
do médico veterinário. programa? a grande parte das pessoas dizia que era impossível.
VA – O que falta para que isso aconteça? LP - Esse já é outro ponto. Já estamos a tratar dela E não foi. Foi certificada.
LP - Falta mostrarmos aquilo que os veterinários e irá ser concretizada. VA – Acha que existem demasiados Velhos do
fazem bem, que é muito. Quando nós não trabalha- VA – Como assegurar então a formação gratuita? A Restelo?
mos a mais-valia de ter os veterinários perante o po- Ordem tem dinheiro para isso? LP - Eu não diria isso. Eu acho é que, a dado mo-
der de decisão, ninguém sabe o que fazemos. Para LP - Eu não preciso de dinheiro da Ordem para a mento na nossa classe, onde se calhar até Agosto me
muitas pessoas o veterinário faz apenas clínica de formação gratuita, e nunca iria recorrer aos dinheiros incluí, houve um desacreditar, um desmotivar, um de-
pequenos animais. É muito importante, e tem um pa- da Ordem para isso. sunir. E é difícil quando perdermos a nossa motivação.
pel de relevo na sociedade e no seu poder emocio- VA – E o Congresso da OMV será também gratuito? Acho que é justificável os colegas se sentirem dessa
nal com as famílias. Mas não é só, e o poder político LP - Sim. forma. Eu própria me sentia assim. Achei é que pode-
tem que ver na Ordem um parceiro principal em mui- VA – E como "chamar" os médicos veterinários ria fazer parte do grupo daqueles que vai arregaçar
tas questões. ao Congresso? Veja-se o exemplo do Congresso do as mangas e trabalhar. A frase não é minha, mas um
VA – Já existem alguns contactos preliminares Hospital Montenegro, cuja última edição teve mais dos administradores de uma das empresas onde tra-
com entidades governamentais? de 1.300 participantes. balhei disse-me que só há dois tipos de pessoas: os
LP - Iremos em breve pedir uma audiência ao se- LP - Isso deve-se ao facto de ter um colega que tem que vão à frente a fazer coisas e os que vão atrás a di-
nhor ministro da Agricultura, mas isso só irá aconte- a tal filosofia empresarial, e que conhece as necessi- zer mal. Eu pergunto aos colegas: em que grupo é que
cer quando eu trabalhar bem os dossiers que quero dades do meio. Nós temos que trabalhar, temos que querem estar hoje? Eu sei em que grupo estou. Espero
apresentar. Mas quando falo de poder político não nos esforçar. Nós podemos ter poucos recursos e fa- que os colegas vão buscar a chama da medicina vete-
estou a falar só do Ministério da Agricultura, mas zer algo muito bom, com impacto para a classe. Já es- rinária que está no seu coração e que acreditem, por-
também do Ministério da Saúde e do Ministério da tou a organizar o Congresso da Ordem, de resto. Um que esta nova direcção precisa que os colegas acredi-
Economia, que são importantes para nós. Congresso que será abrangente para todos os colegas tem. Nós não vamos trabalhar sozinhos. Precisamos
Também poderão existir situações a nível do parla- na sua área de actividade. de todos. Acho que não há Velhos do Restelo. Há pes-
mento. Poderá haver legislação que a nível da medici- VA – Já começou a organizar? soas desencantadas. Mas acho que se vão encantar
na veterinária tenha que sair e temos também que po- LP - Já tenho o local, mas tenho que o garantir de novamente.
der trabalhar muito perto dos grupos parlamentares forma gratuita. VA – No seu programa defende a revisão dos esta-
para lhes explicar a nossa importância. VA – Pode revelar qual é? tutos e do código deontológico. O anterior bastoná-
VA – Acha que a Ordem vai ter mais visibilidade na LP - Por enquanto não. Tenho um local aqui na zona rio afirmava à nossa revista, em Junho de 2009, que
sociedade em geral por ter agora uma bastonária? da Grande Lisboa, porque para ter um congresso gra- estava entregue um projecto de revisão no gabinete
LP - Vai ter mais visibilidade pela diferença. Até tuito será melhor ser aqui, por questões logísticas. do ministro da Agricultura…
hoje tivemos bastonários, numa profissão marcada- Tenho noção de que quando coloquei no programa
mente masculina, e já não o é. Cerca de 53% dos mé- que o Congresso era gratuito, era para o fazer.
dicos veterinários são mulheres. Mas aquilo que vai VA – E datas? Já existem?
marcar a diferença é o trabalho. Nós vamos trabalhar. LP - Em Outubro. Neste momento estamos a ava-
Não sei estar na vida de outra forma. Estou habitua- liar datas, porque não queremos que coincida com
da a trabalhar e como vivo no meio empresarial estou outros congressos importantes a nível internacional.
habituada a apresentar resultados. Estou habituada Nós hoje não podemos pensar só a nível nacional.
a trabalhar com recursos escassos e pretendo gerar Temos que olhar para nós inseridos na Europa e no
mais com o meu trabalho. E essa é a filosofia que vou mundo. De resto, é também nosso objectivo, e espe-
imputar à Ordem. ramos concretizar, a realização da Semana do Animal
de Estimação em Junho.
Congresso OMV em Outubro
Utopia é de quem não quer tentar
VA – A Ordem vai criar internamente o tal Gabinete
de Relações Externas e Comunicação ou vai recorrer VA – Alguns médicos veterinários dizem que o pro-
a agências de comunicação? grama é bom mas também utópico. Conseguirá reali-
LP - Não vamos criar internamente. Vamos recorrer zar todas as medidas a que se propõe?
a profissionais. Vou arranjar forma de o fazer com as LP - Para mim a expressão de que «não se conse-
verbas que temos, sem aumentar quaisquer custos. gue fazer» é de quem não tenta fazer. Dizer que é utó-
Aliás, qualquer das propostas que vamos executar no pico é de quem não quer tentar. Para mim a noção de
david oitavem

primeiro semestre do mandato – gabinete de comuni- que «é impossível de ser feito» não existe e no meu
cação, gabinete jurídico, apoio aos mais jovens, e bi- percurso pessoal existiram sempre vozes a dizer que
blioteca online – prevejo fazê-lo sem qualquer aumen- era impossível. Quando há 15 anos atrás determinei-
to de custos. -me a certificar, pela primeira vez, uma empresa de
14 Entrevista

O próximo congresso da OMV será

em Outubro, em datas ainda

a confirmar

LP - Ainda não tiver acesso a esses documentos.


Aquilo que sei é que tudo que estiver no ministério
estará desactualizado. Esta Ordem nunca foi recebi-
da com grande periodicidade pelo anterior ministro
da Agricultura, e esperamos que o actual ministro nos
receba. Mas neste momento os documentos que esta-
rão em seu poder não são os documentos adequados
à situação de hoje.
VA – Acha que existe uma diferença de postura en-
tre o anterior ministro e o actual?
LP - Eu espero que haja. Posso dizer que tenho es-
perança neste ministro da Agricultura. Tenho esperan-
ça só olhando para o perfil dele. Um homem que per-
cebe de gestão, um homem que também está ligado
à vida académica, mas que sabe ligar os dois mun-
dos, que juntos são o potencial de uma nação. Tenho
sérias expectativas positivas em relação ao traba-
lho que penso desenvolver com o senhor ministro da
david oitavem

Agricultura.
VA – Que Regime Voluntário de Qualificações para
a Progressão da Carreira é este que propunha no
programa? E que ligação tem com a criação de novos
Colégios de Especialidades?
LP - No programa da lista fomos claros de não tor- estão na profissão há mais tempo e fazer uma forma- Surgeons. A associação inglesa tem um mecanismo
nar a formação obrigatória para a renovação da car- ção state of the art. próprio de distinguir os seus membros consoante as
teira profissional, mas sim motivar os colegas a fazer Ao dizermos que a formação não é obrigató- áreas em que eles trabalham, e dentro dessas áreas
uma formação. A Ordem irá providenciar acções gra- ria, achamos que quem se forma deve ter uma dis- haver especialidades específicas: dermatologia, car-
tuitas que serão, essencialmente, de dois tipos: para tinção. E iremos reconhecer isso com Colégios de diologia ou endocrinologia, por exemplo. Portanto,
os mais novos, em que se pretende melhorar e au- Especialidade, num modelo que não é inventado, segmentar aquilo que no mercado pode ser um po-
mentar a qualidade do seu saber; e para aqueles que mas adaptado a partir do Royal College of Veterinary tencial para os colegas. Toda esta especialização só

Aumentam
david oitavem

mulheres votantes
Evolução das votações para a OMV, nas últimas
três eleições:

2006 – triénio 2007/2009


Total de eleitores: 3663
Total de votantes: 473
Votaram 177 mulheres e 296 homens

2008 (intercalares) – 2008/2009


Total de eleitores: 3669
Total de votantes: 697
Votaram 243 mulheres e 454 homens

2009 – triénio 2010/2012


Total de eleitores: 4116
Total de votantes: 1070
Votaram 472 mulheres e 598 homens
Discurso de tomada de posse de Laurentina Pedroso
16 Entrevista

João Gomes Esteves, presidente

da Assembleia Geral, e Laurentina

Pedroso, bastonária,

aquando da tomada de posse

ver e, portanto, um dever que não é movido pela obri-


gatoriedade, mas pela paixão. Acho que isso é que me
tem distinguido nos trabalhos que tenho feito.
Gostaria ainda de acrescentar o seguinte: quero
que os médicos veterinários portugueses contem com
a Ordem. A OMV estará aqui para e precisando deles.
Que cada um procure dentro de si a chama da paixão
de querer ajudar esta equipa, porque vamos precisar
de ajuda para construir o bem maior para todos. z

david oitavem
Perfil

david oitavem
Licenciada em
faz sentido se houver um retorno para a classe. mos correcto para conseguirmos fazer melhor. Medicina Veteri-
VA – E o gabinete de apoio jurídico? Em que con- VA – É também a directora da Faculdade de nária pela Facul-
sistirá e que plano de acção prevê que tenha? Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de dade de Medici-
LP - Espero que esteja criado muito rapidamen- Humanidades e Tecnologias. Não teme que seja vis- na Veterinária de
te. Não costumo demorar tempo a fazer coisas que já ta como uma defensora dos interesses privados na Lisboa, em 1985,
deviam estar prontas há muito tempo. O gabinete ju- formação? Laurentina Ma-
rídico vai dar apoio aos colegas em vários sentidos. LP - Não, porque teria que incluir também os inte- ria Rilhas Pedro-
Em questões como as contratações, os contractos resses dos industriais das carnes [nota: Laurentina so é doutorada
de aluguer de uma clínica, como responder a clien- Pedroso é também directora executiva da Associação pela University of
tes mais difíceis que possam criar problemas, etc. E Portuguesa dos Industriais de Carnes]. Eu quando as- Newcastle Upon
aos mais jovens este gabinete poderá ajudar quando sumi este desafio, que é uma missão, decidi com a Tyne, Inglaterra, e possui equivalên-
forem contratados e não tenham ninguém que possa consciência que tenho em tudo o que faço na vida, cia ao grau de Doutor em Ciências Veteriná-
dar uma indicação de como é o contrato com uma de- com ética, rigor, transparência. No discurso da toma- rias pela Universidade Técnica de Lisboa.
terminada empresa, por exemplo. Vou conseguir fa- da de posse salientei que a transparência é muito im- Actualmente é Directora e Professora Catedrática
zer isso com o dinheiro que já se gasta actualmente portante. E a transparência na responsabilidade que Convidada da Faculdade de Medicina Veterinária
e penso que ainda conseguirei poupar. Poupar para assumi, nas medidas que vou tomar, nos meios que da Universidade Lusófona de Humanidades e Tec-
investir também noutras áreas onde seja necessário. vamos utilizar e é a transparência na prestação de nologias, bem como Directora Executiva da Asso-
VA – O que é o “Projecto Confiança no Futuro”? contas aos colegas. ciação Portuguesa dos Industriais de Carnes.
LP - Já é todo este conjunto de medidas, mas mais VA – Como vai ser o seu dia-a-dia daqui para fren- Do seu percurso académico constam ainda um
pormenorizadamente é o nome do projecto apropria- te, com mais este cargo? Pós-Doutoramento, em 1992, pela Faculty of Medi-
do aos jovens. É dar a segurança que os jovens re- LP - Vai ser como é habitualmente. De muito tra- cine, Iowa, nos EUA, e coordena, desde 2000, vá-
cém-graduados precisam de ter. Que esta casa está balho, muita dedicação. Muitos colegas consideram rias Pós-graduações e Mestrados em Segurança
aqui para os ajudar nas dificuldades que possam ter este programa ambicioso. Vou tentar ultrapassar as Alimentar e Saúde Pública.
nos primeiros anos de carreira, que são os mais difí- expectativas que os colegas possam ter. A sua experiência profissional é marcada por
ceis de inserção no mercado. Aquilo que nos propo- VA – Ainda é muito cedo, mas em 2013 vamos as- mais de 15 anos na área da segurança alimen-
mos atingir agora é a confiança da classe. A Ordem sistir à tomada de posse para seu segundo mandato? tar, com especial interesse no sector das Carnes,
está aqui para servir a classe e vice-versa. Porque os Ainda é cedo. Gosto de programar a minha vida tendo sido directora da qualidade em empresas
colegas também têm que se envolver, ajudar, colabo- com uma estratégia futura. Daqui a uns anos gostaria como a Fricarnes e a Sicasal, e secretária-geral da
rar. E colaborar passa, por exemplo, pelo pagamento de estar onde a minha motivação me leve a trabalhar AFABRICAR.
de quotas. As quotas que se pagam a esta casa, se para algo que não seja só do meu interesse, mas do Foi igualmente consultora em sistemas de pré-
fizermos as coisas por alto, não custam mais do que interesse de outros. Agora a minha missão é a defesa requisitos e de segurança alimentar – HACCP, en-
um café por dia. Vamos é encontrar forma de moti- dos interesses dos médicos veterinários portugueses. tre outras, da Refrige Coca-Cola e do Holiday Inn
var as pessoas para que saibam que este dinheiro É aquilo que eu quero que aconteça. Azores. É também, desde 2007, Presidente do
corresponde a um retorno da parte da Ordem. O pro- VA – Quem é Laurentina Pedroso? Organismo de Normalização Sectorial das Carnes,
jecto de confiança do programa destinava-se aos jo- LP - Alguém que vive com paixão, ciente de que e em 2009 recebeu, no Texas, EUA, o Prémio
vens, mas a confiança é para os colegas na sua to- amanhã podemos sempre fazer melhor do que hoje. "International Leadership Award", atribuído pela
talidade. E não quero olhar para trás de uma forma Alguém que quando abraça um papel, uma missão, o International Association for Food Protection.
negativa. Vamos aprender com aquilo que não acha- interioriza em cada célula do seu corpo como um de-

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