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eleições OMD

Maio/Junho 2009

Fernando Guerra quer


“Uma Ordem Por Todos”
Foi lançada, em Lisboa, no passado dia 26 de Março, a primeira candidatura à Ordem
dos Médicos Dentistas. Encabeçada pelo Dr. Fernando Guerra, a lista “Uma Ordem Por
Todos” assume-se como a alternativa e vê necessidade de uma mudança.

Ricardo Martins

Conselho Deontológico que, segundo a candidatura, «deve ser independente de


qualquer lista e apresentar-se por mote próprio».
No seu discurso de apresentação, Fernando Guerra lançou algumas observa-
ções à actual situação da Ordem. A começar, afirma que o grande objectivo é o
da «revitalização de uma instituição com um discurso inovador e propostas que
introduzam novas soluções, rompendo com pressupostos que teimam em per-
sistir não percebendo que estão gastos e descontextualizados». Se a Ordem ne-
cessita de revitalização, então está desactualizada? À nossa pergunta Fernando
Guerra responde que «é preciso introduzir novas ideias. É preciso criar uma nova
dinâmica com pessoas que tragam a sua força, a sua energia. Porque uma orga-
nização como a Ordem tem que saber revitalizar-se, rejuvenescer. Tem que saber
aceitar soluções alternativas».
O candidato classificou também a Ordem como sendo, actualmente, uma
«mera entidade organizadora de eventos» e onde existem alguns «despesismos
DAVID OITAVEM

incompreendidos pelos colegas que só afastam a vontade de participação co-


lectiva». Questionado sobre quais seriam esses despesismos, Fernando Guerra

Fernando Guerra é o primeiro candidato à Ordem dos Médicos


Dentistas, através da lista “Uma Ordem Por Todos”
A candidatura apresentou 10 linhas de força:
Foi numa sala de um hotel lisboeta que a lista “Uma Ordem Por Todos” se
lançou na candidatura à Ordem dos Médicos Dentistas. A figura principal é o Dr. • Reorientar a Ordem para as questões profissionais.
Fernando Guerra, médico dentista de Coimbra. O associativismo aparenta ser
• Alargar a intervenção dos médicos dentistas na sociedade.
algo a que este responsável não fugiu, tendo sido vogal do Conselho Directivo
da Associação Profissional dos Médicos Dentistas no triénio de 1997 a 2000, • Inovar numa verdadeira estratégia nacional de saúde oral.
altura em que esta passou a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). De resto, o • Criar oportunidades de trabalho, mas com dignidade.
candidato foi também presidente da Comissão Organizadora do Congresso da • Re-equilibrar o número de entradas em medicina dentária.
OMD em 1999.
• Qualificar de forma competente a pré-graduação.
Da lista fazem também parte outros nomes: João Carlos Ramos, candidato
a secretário-geral; Gil Alcoforado, candidato a presidente da Assembleia Geral; • Fomentar as oportunidades de formação pós-graduada.
António Mata, candidato a vice-presidente da Assembleia Geral; Maria João • Propor legislação eficaz e exequível que respeite o médico dentista.
Rodrigues, candidata a vogal da Assembleia Geral; e Reis Campos, candidato a • Racionalizar as despesas e os investimentos da Ordem.
presidente do Conselho fiscal. Aqui não se encontram quaisquer nomes para o
• Reaproximar a Ordem de todos os médicos dentistas.

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«As medidas tomadas têm
sido desgarradas e muitas
vezes funcionado como
medidas populistas, sem
DAVID OITAVEM

um impacto efectivo na
saúde dos portugueses»,
afirma Fernando Guerra

preferiu não exprimir mais que o ser necessário «retribuir aos colegas
essa sensação que, de facto, estão a ser bem aplicadas todas as verbas
com que todos nós contribuímos para a Ordem». E continua: «julgo que é
necessário haver uma maior transparência na aplicação, um maior esforço
de trabalho dentro dessa perspectiva».
No seu discurso, Fernando Guerra afirmou também o desejo de em
Portugal existir uma saúde oral que «chegue de forma efectiva aos portu-
gueses e que tenha realmente impacto na sua saúde. Por isso não pode-
mos concordar com soluções que desrespeitam a profissão nem contri-
buem para a melhoria de vida dos cidadãos». Impunham-se então indagar
acerca de qual a posição sobre os cheques-dentista. Responde Fernando
Guerra: «as medidas tomadas têm sido desgarradas e muitas vezes fun-
cionado como medidas populistas, sem um impacto efectivo na saúde
dos portugueses. Achamos que é preciso reformular a estratégia nacional.
(A questão dos cheques-dentista) é uma peça de uma estratégia e essa
peça carece de reformulação. Achamos que deve ser reformulada a sua
forma de apresentação aos portugueses. Nós não aceitamos que ocorram
propostas com fins políticos, que desrespeitem a nossa profissão e que
não contribuam para a melhoria da saúde oral dos portugueses». Será
então que os cheques-dentista estão a desencadear um problema, em
vez de serem, efectivamente, uma solução? Fernando guerra afirma que
«pode haver repercussões negativas a muito curto prazo. Achamos que é
necessário criar outro conjunto amplo de medidas que permita levar com
efectiva qualidade os serviços de saúde oral aos portugueses».
No seu discurso Fernando Guerra advoga também que a Ordem deve
ser mais transparente: «é essencial a transparência na discussão dos
assuntos relevantes à vida profissional e a divulgação, sem receios, por
todos os colegas». E que tal não acontece, até porque «se encontra no se-
gredo dos deuses uma suposta fundação que supostamente tem que ver
com a Ordem e que consta de um qualquer documento já apresentado ao
secretário de Estado da Saúde, sem discussão prévia, interna ou externa,
sobre detalhes muito importantes do seu funcionamento, demasiado im-
portantes para serem deixados ao livre arbítrio de protagonistas isolados».
A candidatura pretende agora percorrer o país para ouvir os dentistas,
e o candidato adianta que se estão a «organizar sessões, tentando jun-
tar o maior número possível de colegas precisamente porque queremos
ouvi-los, queremos que o nosso projecto seja mobilizador, que os envolva.
Porque a Ordem tem que estar próxima».
A largos meses das eleições, agendadas para Dezembro, está lançada
assim a primeira lista concorrente à actual gestão da Ordem. Veremos se
entretanto mais surgirem.

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Maio/Junho 2009

Orlando Monteiro deixa


antever nova candidatura
A apresentação da primeira lista concorrente
à Ordem dos Médicos Dentistas começou a
agitar as águas eleitorais. Será que o actual
bastonário se recandidata? A resposta, apesar
de não ser taxativa, lê-se nas entrelinhas.

Ricardo Martins

Em entrevista à Saúde Oral n.º 64 Orlando Monteiro da Silva afirmava que «se
a minha candidatura se justificar estarei disponível, como sempre estive, para
os médicos dentistas». E o discurso actual parece seguir na mesma linha: «sou
bastonário em exercício, não candidato. Muito menos me encontro em campa- «Um conjunto alargado de colegas têm-me referenciado como a
nha. Mas naturalmente, já o afirmei, estarei disponível para dar continuidade aos pessoa mais indicada para continuar a dirigir os destinos
projectos da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD)». No entanto, o actual bas- da Ordem», revela Orlando Monteiro da Silva
tonário não se fica por aqui, deixando antever nova candidatura com os apoios
que revela ter recebido: «um conjunto alargado de colegas - a maioria deles nem
estão ligados à direcção da OMD - têm-me referenciado como a pessoa mais
indicada para continuar a dirigir os destinos da Ordem». Das acções levadas a cabo,
A justificação para nova candidatura está, assim, no momento conturbado ou em desenvolvimento pela Ordem,
que se vive a nível mundial, com a crise financeira, e na continuidade necessária
para levar bom porto determinados dossiers determinantes: «este momento de o actual bastonário destaca:
crise económica, financeira e social que estamos a atravessar e os tempos que
se avizinham exigem experiência, estabilidade e pragmatismo. Não me refiro à • Alargamento do programa “cheque-dentista” a mais de 190 mil
estabilidade pela estabilidade, ao imobilismo conformista. Refiro-me a não criar crianças;
rupturas e quebras no tratamento de dossiers e assuntos que não se coadunam • Posterior alargamento a cerca de 1 milhão de diabéticos que exis-
com amadorismos». tem em Portugal.
E é em nome desta continuidade que enumera também as qualidades que •Negociação de um mecanismo de inserção da medicina dentária na
o tornam no responsável ideal para continuar a guiar os destinos da OMD: «a medicina do trabalho.
experiência adquirida a nível nacional e internacional; a consciência das respon- • Um sistema de comparticipação dos actos de medicina dentária
sabilidades assumidas perante a classe; e as relações institucionais e pessoais prestados pelos médicos dentistas nos seus consultórios aos uten-
desenvolvidas ao longo dos anos com diversos agentes decisores ao nível da tes do Serviço Nacional de Saúde.
saúde». E afirma ainda que «algumas das conquistas externas que gradualmente • Ajuda aos recém-licenciados que enfrentam naturais dificuldades
conseguimos – o cheque dentista é talvez o seu maior exemplo – devem-se à no inicio da sua vida profissional.
capacidade que tivemos de “ir” negociando com diversas equipas ministeriais. • Divulgação das regras de implementação de especialidades em
Neste momento, estamos a integrar neste programa mais de 190 mil crianças. É Portugal, particularmente no que respeita à cirurgia oral.
um trabalho diário de estudo, planeamento, negociação». • Alteração/actualização do Estatuto da Ordem, adaptando-o ao
E que nomes fazem parte da nova candidatura? Quais os objectivos? Fica Processo de Bolonha.
a constatação de factos, que permite não revelar mais que isto: «o prazo de • Actualização dos honorários das convenções.
apresentação de candidaturas termina no início de Outubro do corrente ano. Só a • Luta contra seguros e planos de saúde incompatíveis com uma me-
partir daí, até Dezembro, se desenrola a campanha eleitoral. Vamos serenamente dicina dentária de qualidade.

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Maio/Junho 2009
declarações onde recusa «que a Ordem seja uma mera entidade organizadora
Não estão definidos de eventos», que renuncia «aos despesismos incompreendidos pelos colegas»,
nomes nem programa de e que «é essencial a transparência na discussão dos assuntos relevantes (…)
nova candidatura porque, demasiado importantes para serem deixados ao livre arbítrio de protagonistas
revela o bastonário, não isolados», o actual bastonário responde com um enigmático «não comento». No
sente «necessidade de entanto, afirma que «essas considerações, não foram, infelizmente manifestadas
o fazer, a tanto tempo nos órgãos próprios da Ordem. Esses são os locais adequados para, nesta fase,
das eleições», afirmando manifestar possíveis discordâncias. Até à data, tal nunca foi feito».
ainda que «estou é a Também o candidato Fernando Guerra se revelou crítico em relação aos
trabalhar, com a minha cheques-dentistas, facto desvalorizado pelo o bastonário, que revela aquilo que
equipa, concentrado considera serem factos isentos: «2662 médicos dentistas aderiram ao programa
no programa eleitoral e dezenas de milhar de pessoas entraram já no universo dos consultórios de me-
que foi sufragado pelos dicina dentária. Pessoas que de outra forma a eles não teriam acesso. Em pou-
colegas há dois anos cos meses conquistamos dezenas de milhar de pacientes para os colegas que
atrás e que continua a estão no programa». E relembra que «nem todos os colegas terão vocação para
ser cumprido ponto por este programa, que, lembre-se, é um programa de saúde oral comunitária. E de
ponto» adesão facultativa». Ainda assim, o responsável demonstra querer mais «passa-
dos 8 meses sobre o início do programa, já forçamos o Governo – que vê em nós
aguardar evoluções futuras». Assim sendo, não é de estranhar que Orlando um parceiro sério, credível e combativo – a alargar o âmbito do cheque dentista».
Monteiro da Silva refira que «não estão definidos os nomes, o programa, a apre- E afirma ainda que «estamos a falar de política de saúde oral. Estamos a falar
sentação, nem sinto necessidade de o fazer, a tanto tempo das eleições. Estou de uma maratona. Não corremos 100 metros e depois vamos dar autógrafos».
é a trabalhar, com a minha equipa, concentrado no programa eleitoral que foi Remata a questão com um elucidativo «não sou adepto de fogachos populistas»,
sufragado pelos colegas há dois anos atrás e que continua a ser cumprido ponto concluindo ainda que «por maioria de razão, pelas funções que desempenho,
por ponto». pela minha forma de ser e estar na vida, a minha postura será sempre de grande
Em relação à candidatura do Dr. Fernando Guerra, nomeadamente as suas responsabilidade e respeito por todos».

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