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Janeiro/Fevereiro 2009
Dentista para
os pequenos
A paixão por crianças está na base da criação
da Clínica Pequenos Grandes Doutores,
espaço com inúmeras especialidades, mas
que faz da odontopediatria a sua actividade
principal. Porque atender os mais pequenos
não é a mesma coisa que lidar com adultos.
Ricardo Martins
Desde 3 de Setembro do ano passado que Lisboa tem uma clínica criada a
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consultório
Janeiro/Fevereiro 2009
Trabalhar com amigos facilita E uma clínica deste tipo,
construída e adaptada propo-
sitadamente a crianças é ex-
Apesar da prática odontopediatra ser a principal actividade, com um gabinete clusiva dos mais pequenos,
próprio e dedicado, não é a única. Nas restantes duas salas alternam as consul- certo? Errado! Se as consul-
tas de várias especialidades. E para as levar a cabo, nada melhor que recorrer tas de obstetrícia e ginecolo-
aos amigos: «nunca pensei fazer uma clínica só de medicina dentária, até porque gia são indicador dessa não
acho que se tornava demasiado pobre. Achei que era engraçado trabalhar com exclusividade, também na
colegas que tiraram o curso comigo». E a esses juntam-se também amigos de medicina dentária não exis-
amigos. Assim, e uma vez que esses colegas seguiram especialidades diferen- tem esses limites: «também
tes, a clínica apresenta consultas tão diversas como acupunctura, dermatologia, atendemos adultos. Nor-
ginecologia, obstetrícia, nutrição, ortóptica, pediatria e terapia da fala, entre ou- malmente os pais que vêm
tras. E trabalhar com amigos parece ser o ideal, até porque «evitamos algumas com os meninos. E se algum
consultas porque basta ligarmos uns para os outros. Em gestão do pessoal até adulto quiser ser atendido
agora tem facilitado». não vamos dizer que não».
Iniciar a actividade de uma clínica em plena crise não parece ser uma boa Os materiais e todo o equipa-
ideia mas, obviamente, não foi pensado que assim acontecesse. Ainda assim, e mento são também adequa-
apesar do balanço negativo a nível financeiro, «estamos a ter procura, e quem dos aos adultos. Isto porque
entra marca mais consultas». o gabinete tem que estar
preparado para todo o tipo de
paciente, como por exemplo
os deficientes adultos, que
são atendidos por odonto-
pediatras «porque somos os
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que temos mais paciência» e
melhor conseguem lidar com
esse tipo de paciente.
isso». É por essa mesma razão que «no nosso curso de preparação para o parto
as grávidas têm uma consulta de medicina dentária, onde revelamos os cuidados
que elas devem ter com a sua dentição, e os cuidados a ter logo que nasça o
«Sempre trabalhei com crianças, em colónias de férias, bebé a nível de higiene oral». É que por muito estranho que possa parecer a
em trabalhos de tempos livres, em voluntariado. Quando quis um leigo, «há coisas que se podem fazer logo quando o bebé nasce. Como ter
ser dentista decidi que tinha de continuar a trabalhar com elas», o cuidado de limpar as gengivas, por exemplo, depois de beber o biberão. No
revela a Dr.ª curso de preparação, já depois de terem o bebé, ensinamos como devem fazer
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opinião de Rute Gomes, «devem
começar a partir do nascimento do
primeiro dente»
médicos insatisfeitos porque recebem 10 euros e têm que estar ali uma hora a
receber menos do que muitos empregos não especializados». A abertura para
acordos é assim unicamente para os que envolvam percentagens de desconto.
Pais obcecados
Os pais portugueses, segundo a directora da clínica, «estão a tornar-se um
pouco obcecados e querem dar tudo de melhor aos filhos». E às vezes esque-
cem-se de algo bastante importante : os gostos dos petizes. Quando se escolhe
uma pasta para uma criança o primordial, além de incluir flúor se a criança tiver
mais de dois anos, é que ela goste do sabor. Só assim se torna a escovagem dos
dentes num ritual agradável.
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