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Curitiba
2018
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Coordenação-geral:
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APRESENTAÇÃO
Boa leitura!
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SUMÁRIO
1.CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.......................................................................5
APÊNDICES................................................................................................................35
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1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
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Art. 2°. O tempo de cumprimento das penas previstas no art. 1º será
reduzido para a pessoa:
[…]
§ 1º. A redução de que trata o caput será de:
I - um sexto da pena, se não reincidente, e um quarto da pena, se
reincidente, nas hipóteses previstas no inciso I do caput do art. 1º;
Art. 11. O indulto natalino e a comutação de pena de que trata este Decreto
são cabíveis, ainda que
I - a sentença tenha transitado em julgado para a acusação, sem prejuízo do
julgamento de recurso da defesa em instância superior;
II - haja recurso da acusação de qualquer natureza após a apreciação em
segunda instância;
III - a pessoa condenada responda a outro processo criminal sem decisão
condenatória em segunda instância, mesmo que tenha por objeto os crimes
a que se refere o art. 3º; ou
IV - a guia de recolhimento não tenha sido expedida.
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Tribunal Federal, Min. Cármen Lúcia, suspendeu os efeitos dos artigos impugnados,
fazendo-o até o competente exame a ser levado a efeito pelo Relator ou pelo
Plenário na forma da legislação vigente. Conforme então referido, os dispositivos
questionados não guardariam coerência com a razão da existência do indulto, na
forma constitucionalmente estabelecida, nem se mostrariam proporcionais com a
norma constitucional garantidora da competência presidencial. Assim, tendo sido
identificado desvio de finalidade, o ato administrativo se tornaria nulo, passível de
controle de constitucionalidade do documento normativo.
4 Neste sentido, em 01.02.2018, foi noticiado que a Decisão em questão restou confirmada pelo
Relator Min. Luis Roberto Barroso, submetendo-a ao Plenário para apreciação.
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hipótese prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006, quando a pena privativa de liberdade não for superior a oito anos;
V - um quarto do período do livramento condicional, se não reincidentes, ou
um terço, se reincidentes, desde que a pena remanescente, em 25 de
dezembro de 2017, não seja superior a oito anos, se não reincidentes, e
seis anos, se reincidentes;
VI - um sexto da pena, se não reincidentes, ou um quarto, se reincidentes,
nos casos de crime contra o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou
violência a pessoa, desde que haja reparação do dano até 25 de dezembro
de 2017, exceto se houver inocorrência de dano ou incapacidade
econômica de repará-lo; ou
VII - três meses de pena privativa de liberdade, se comprovado o depósito
em juízo do valor correspondente ao prejuízo causado à vítima, exceto se
houver incapacidade econômica para fazê-lo, no caso de condenação a
pena privativa de liberdade superior a dezoito meses e não superior a
quatro anos, por crime contra o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou
violência a pessoa, com prejuízo ao ofendido em valor estimado não
superior a um salário mínimo.
Parágrafo único. O indulto natalino será concedido às pessoas
condenadas a pena privativa de liberdade que, no curso do cumprimento da
sua pena, tenham sido vítimas de tortura, nos termos da Lei nº 9.455, de 7
de abril de 1997, reconhecida por decisão colegiada de segundo grau de
jurisdição.
5 “Art. 11. § 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente,
salvo expressa manifestação em sentido contrário.”
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ii) Crime cometidos com violência ou grave ameaça
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disposto que, para serem beneficiadas pelo indulto, o quantum mínimo de pena
cumprida pelas mulheres deve ser de 1/6. Em relação aos homens, por sua vez,
persiste sendo exigido o quantum de 1/4 da pena cumprida, conforme já preceituava
o Decreto n. 8.940/2016.
Art. 1º. O indulto natalino coletivo será concedido às pessoas nacionais e estrangeiras que, até 25
de dezembro de 2017, tenham cumprido: [...]
V - um quarto do período do livramento condicional, se não reincidentes, ou um terço, se
reincidentes, desde que a pena remanescente, em 25 de dezembro de 2017, não seja superior a
oito anos, se não reincidentes, e seis anos, se reincidentes;
VI - um sexto da pena, se não reincidentes, ou um quarto, se reincidentes, nos casos de crime
contra o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou violência a pessoa, desde que haja reparação
do dano até 25 de dezembro de 2017, exceto se houver inocorrência de dano ou incapacidade
econômica de repará-lo; ou
VII - três meses de pena privativa de liberdade, se comprovado o depósito em juízo do valor
correspondente ao prejuízo causado à vítima, exceto se houver incapacidade econômica para fazê-
lo, no caso de condenação a pena privativa de liberdade superior a dezoito meses e não superior a
quatro anos, por crime contra o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou violência a pessoa, com
prejuízo ao ofendido em valor estimado não superior a um salário mínimo; [...]
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Art. 2º. O tempo de cumprimento das penas previstas no art. 1º será
reduzido para a pessoa:
I - gestante;
II - com idade igual ou superior a setenta anos;
III - que tenha filho de até quatorze anos de idade ou de qualquer idade, se
pessoa com doença crônica grave ou com deficiência, que necessite de
seus cuidados;
IV - que tenha neto de até quatorze anos de idade ou de qualquer idade, se
pessoa com deficiência, que necessite de seus cuidados e esteja sob a sua
responsabilidade;
V - que esteja cumprindo pena ou em livramento condicional e tenha
frequentado, ou esteja frequentando, curso de ensino fundamental, médio,
superior, profissionalizante ou de requalificação profissional, reconhecido
pelo Ministério da Educação, ou que tenha exercido trabalho, no mínimo por
doze meses, nos três anos contados retroativamente a 25 de dezembro de
2017;
VI - com paraplegia, tetraplegia ou cegueira adquirida posteriormente à
prática do delito, comprovada por laudo médico oficial, ou, na falta do laudo,
por médico designado pelo juízo da execução;
VII - com paraplegia, tetraplegia, cegueira ou neoplasia maligna, ainda que
em remissão, mesmo que tais condições sejam anteriores à prática do
delito, comprovadas por laudo médico oficial ou, na falta do laudo, por
médico designado pelo juízo da execução, e resulte em grave limitação de
atividade ou exija cuidados contínuos que não possam ser prestados no
estabelecimento penal;
VIII - acometida de doença grave e permanente, que apresente grave
limitação de atividade ou que exija cuidados contínuos que não possam ser
prestados no estabelecimento penal, desde que comprovada por laudo
médico oficial, ou, na falta do laudo, por médico designado pelo juízo da
execução; ou
IX - indígena, que possua Registro Administrativo de Nascimento de
Indígenas ou outro documento comprobatório equivalente.
§ 1º A redução de que trata o caput será de:
I - um sexto da pena, se não reincidente, e um quarto da pena, se
reincidente, nas hipóteses previstas no inciso I do caput do art. 1º;
II - um quarto da pena, se não reincidente, e um terço da pena, se
reincidente, nas hipóteses previstas no inciso II do caput do art. 1º; e
III - um terço da pena, se não reincidente, e metade da pena, se reincidente,
nas hipóteses previstas no inciso III do caput do art. 1º.
§ 2º As hipóteses previstas nos incisos III e IV do caput não incluem as
pessoas condenadas por crime praticado com violência ou grave ameaça
contra o filho ou o neto ou por crime de abuso sexual cometido contra
criança, adolescente ou pessoa com deficiência.
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• fixa em quatorze anos o limite de idade dos filhos para a concessão da benesse
(inciso III);
• inclui nesse rol a figura dos netos, igualmente com idade de até 14 anos (inciso
IV).
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pessoa com deficiência.
Por fim, não é demais recordar que, para ser beneficiado com
o lapso de cumprimento de pena reduzido, o sentenciado, além de estar arrolado no
art. 2º do atual Decreto, deverá se subsumir a uma das hipóteses de cabimento do
art. 1º. Assim, a título ilustrativo, segue o seguinte caso:
DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO
1/4 de 12 anos = 03 anos
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2.2 Induto Natalino Especial para Mulheres Presas
7 Agravo Nº 70075308353, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio
Miguel Achutti Blattes, Julgado em 08.11.2017.
8 Acórdão n.1066021, 20170020201565/RAG, Relator: Demetrius Gomes Calvancanti, 3ª Turma
Criminal, Julgado em 07/12/2017, Publicado no DJE: 13.12.2017.
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cumpre pena em regime aberto, substituída por pena restritiva de direitos, e,
portanto, não atende ao requisito previsto no referido Decreto, o qual se
destina somente às "mulheres presas". 3. Consoante jurisprudência
firmada pelo Superior Tribunal de Justiça e por esta Corte, o
magistrado deve se restringir à análise dos requisitos definidos no ato
normativo, sob pena de violação ao princípio da legalidade, em razão
da competência exclusiva do Presidente da República para estabelecer
as exigências para concessão do benefício, nos termos do artigo 84,
inciso XII, da Constituição Federal. (Sem destaques no original)
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pena, bastando o preenchimento das condições pessoais para a incidência do
indulto.
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Considerando que, no exemplo dado, a sanção disciplinar
sofrida pela apenada ocorreu em 25.07.2017 – ou seja, após 14 de maio de 2017,
mas antes de 25 de dezembro de 2017 –, verifica-se que a sentenciada não
subsume às condições exigidas para o indulto natalino, previstas no Decreto n.
9.246/2017, art. 5º, inc. I, II e III, alínea 'a'.
9 Previsão constante no art. 7o, parágrafo único, inciso II, do Decreto n. 8.940/2016 e suprimida na
redação do art. 6o, parágrafo único, inciso II, do atual Decreto.
10Art.7o, parágrafo único, inc. I, do Decreto n. 8.940/2016.
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3. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA COMUTAÇÃO
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Cumpre destacar que o caput do art. 7º ao dispor que “a
comutação da pena privativa de liberdade remanescente, aferida em 25 de
dezembro de 2017, será concedida nos seguintes termos […]”. Justamente por isto,
é possível interpretar que no decreto atual, diferentemente dos anteriores, a
comutação será realizada apenas sobre o remanescente da pena aferida em 25
de dezembro de 2017.
DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO
1/4 de 08 anos de pena remanescente até 25.12.2017 = 02 anos
Nova pena = 12 anos (pena total) – 02 anos (1/4 de pena remanescente)
Pena a ser cumprida após a comutação = 10 anos de pena privativa de
liberdade a ser cumprida – 04 anos já cumpridos, i.e., 06 anos
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Importante destaque merece o parágrafo único do artigo 7º,
do Decreto n. 9.246/2017, ao prever que “a comutação do caput, será concedida às
pessoas condenadas à pena privativa de liberdade que não tenham, até 25 de
dezembro de 2017, obtido as comutações decorrentes de Decretos anteriores,
independentemente de pedido anterior”.
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antinomia de normas que pudesse dar ensejo à distinta interpretação. O que sim
existe é a presença de apenas um dispositivo que, como referido, condiciona a
concessão de comutação com base no Decreto de 2017 à ausência de obtenção de
comutações decorrentes de decretos anteriores.
desde que o período de pena já cumprido pelo sentenciado seja superior ao tempo de pena que
ainda resta a ser cumprido (STJ – Quinta Turma – HC 354864/SP – Rel.: Min. Reynaldo Soares da
Fonseca – Unânime – J. 23.08.2016). O que chama a atenção, neste julgado, é a referência ao
próprio § 1º do artigo 2º do Decreto de então (n. 8.380/2014), que trazia expressamente a
possibilidade de comutação de penas àqueles que obtiveram a concessão de idêntico benefício
anteriormente. Assim, diante da antinomia constatada, interpretou-se sistematicamente o artigo
que indicava inexistir a vedação considerada na origem.
13 STF. HC 422.303/DF, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em
05/12/2017, DJe 12/12/2017.
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4. REQUISITOS SUBJETIVOS PARA INDULTO E COMUTAÇÃO
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importante alteração pelo Superior Tribunal de Justiça que passou a entender que, o
simples cometimento da falta grave, durante o período indicado, já impediria a
concessão dos benefícios14.
14A título exemplificativo têm-se os seguintes julgados: STJ. HC 375.933/MG, Rel. Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 22/11/2016, DJe 02/12/2016 e HC – 366126/MG; e
STF. HC 366.126/MG, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 10/11/2016, DJe
29/11/2016.
15Confira-se, aqui, o Estudo de Caso “Instauração de PAD em decorrência de falta grave”, disponível
em: <http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/Estudo176.pdf>.
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indulto natalino e comutação restará suspenso até a conclusão da sindicância ou do
procedimento administrativo, que ocorrerá no prazo de 30 dias, sob pena de
prosseguimento do processo e efetivação da declaração. Uma previsão residual
que, reitera-se, tenderá a figurar como regra.
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Quanto às hipóteses de vedação da concessão de indulto e
comutação, o Decreto n. 9.246/2017, em certa medida, mantém o disposto no
Decreto n. 8.940/2016 em relação às condenações:
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6. CONCESSÃO DO INDULTO E COMUTAÇÃO EM MEIO ABERTO
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ii) Regime aberto e livramento condicional
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Art. 10. O indulto ou a comutação de pena alcançam a pena de multa
aplicada cumulativamente, ainda que haja inadimplência ou inscrição de
débitos na Dívida Ativa da União, observados os valores estabelecidos em
ato do Ministro de Estado da Fazenda.
Parágrafo único. O indulto será concedido independentemente do
pagamento:
I - do valor multa, aplicada de forma isolada ou cumulativamente; ou
II - do valor de condenação pecuniária de qualquer natureza.
17Cite-se, aqui, o seguinte julgado: Execução Penal. Agravo Regimental. Inadimplemento deliberado
da pena de multa. Progressão de regime. Impossibilidade. 1. O inadimplemento deliberado da
pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado impede a progressão no regime prisional.
2. Tal regra somente é excepcionada pela comprovação da absoluta impossibilidade econômica do
apenado em pagar a multa, ainda que parceladamente. 3. Agravo regimental desprovido. (EP 12
ProgReg-AgR, Relator(a): Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, Processo
Eletrônico DJe-111 Divulg. 10-06-2015 Public 11.06.2015)
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somadas ou unificadas para efeito de verificação da viabilidade da declaração do
indulto ou da comutação (art. 12, caput).
29
Item 7. No presente exemplo, o condenado já cumpriu 06 anos, como
referido
Conclusão inicial:
O apenado preenche o requisito para comutação (art. 7º, inc. I, alínea 'a',
c/c com o art. 12, parágrafo único)
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a) a sentença tenha transitado em julgado para acusação, sem
prejuízo do julgamento de recurso da defesa em instância superior;
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Trata-se de procedimento a ser realizado de ofício, ou a partir
de requerimento da Defensoria Pública, do apenado, ou de seu representante,
cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.
Encontra-se previsto, ainda, que podem ser organizados
mutirões pelos Tribunais para fins de concessão de indulto e comutação, bem como
que estes podem ser concedidos, inclusive, pelo Juízo do processo de
conhecimento nos casos de condenados primários, após trânsito em julgado da
sentença condenatória para a acusação.
Por fim, o Decreto refere que o procedimento de declaração do
indulto e da comutação terá preferência em detrimento das decisões relativas aos
demais incidentes no curso da execução penal, exceto tratando-se de medidas
urgentes.
De fato, é declaratória tal decisão. O próprio art. 192 da LEP preceitua que,
concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará
extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de
comutação. Já segundo o art. 193 da LEP, se o sentenciado for beneficiado
por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do
Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da
autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo
anterior (art. 192), ou seja, declarará extinta a pena.
[…] Logo, em sua decisão, restará ao Juiz da execução declarar presentes
os requisitos, uma vez satisfeitos.
Do mesmo modo, não pode o Juízo da Execução Penal deixar de apreciar o
pedido de indulto ou comutação do preso evadido, condicionando a análise
à recaptura. Sendo declaratória a decisão, deve o Juízo analisar se o preso
preenchera os requisitos antes da evasão, especificamente no momento da
publicação do Decreto Presidencial. Em caso positivo, deve conceder-lhe o
indulto ou a comutação. A não apreciação do pleito de indulto ou comutação
significa negativa de jurisdição, em ofensa ao art. 5o, XXXV, da CF.18
18ROIG, Rodrigo Duque Estrada. Execução Penal: teoria crítica.3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p.
531-532.
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Neste sentido, aponta ainda a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça:
19STJ. Quinta Turma - HC – 82184 – São Paulo - Rel.: Min. Laurita Vaz – Unânime – J. 28.06.2007.
20 Por se aplicarem a períodos determinados, aos quais não se superpõem as normas dispostas nos
decretos supervenientes.
21TJPR. 1ª C.Criminal - RA - 1682223-8 - Curitiba - Rel.: Antonio Loyola Vieira - Unânime - J.
23.11.2017.
22Cite-se, aqui, a Pesquisa n. 531/2017, em que o Centro de Apoio auxiliou o 1º Grupo Criminal na
checagem dos cálculos.
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extinta a punibilidade em relação a um dos crimes pela concessão do indulto (com
base no Decreto n. 7.420/2010), exclui-se também toda a pena cumprida até então.
Uma tal situação levava a reiniciar a própria contagem de cumprimento de pena (no
caso, decorrente de condenação posterior) para efeito de concessão de benefícios.
23Neste sentido, dispõe a súmula nº 501 do STJ: “é cabível a aplicação retroativa da Lei n.
11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais
favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação
de leis”.
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APÊNDICE
APÊNDICE A – COMPARATIVO ENTRE OS DECRETOS DE “INDULTO DE
NATAL” 2016-2017
QUADRO COMPARATIVO
*Artigos suspensos pela Medida Cautelar na ADI 5.874/DF
Art. 1o. O indulto natalino coletivo será concedido Art. 1º. O indulto será concedido às pessoas
às pessoas nacionais e estrangeiras que, até 25 nacionais e estrangeiras condenadas a pena
de dezembro de 2017, tenham cumprido: privativa de liberdade, não substituída por
restritiva de direitos ou por multa, que tenham até
25 de dezembro de 2016, cumprido as condições
previstas neste Decreto.
I - um quinto da pena, se não reincidentes, e um Art. 3º. Nos crimes praticados sem grave
terço da pena, se reincidentes, nos crimes ameaça ou violência à pessoa, o indulto será
praticados sem grave ameaça ou violência a concedido quando a pena privativa de liberdade
pessoa; não for superior a doze anos, desde que, tenha
sido cumprido:
Obs: inciso suspenso (Medida Cautelar na ADI
5.874/DF). I - um quarto da pena, se não reincidentes, ou um
terço, se reincidentes; […]
II - um terço da pena, se não reincidentes, e Art. 5º. Nos crimes praticados com grave
metade da pena, se reincidentes, nos crimes ameaça ou violência à pessoa, o indulto será
praticados com grave ameaça ou violência a concedido, nas seguintes hipóteses:
pessoa, quando a pena privativa de liberdade
I - quando a pena privativa de liberdade não for
não for superior a quatro anos;
superior a quatro anos, desde que, tenha
cumprido:
a) um terço da pena, se não reincidentes, ou
metade, se reincidentes;
III - metade da pena, se não reincidentes, e dois II - quando a pena privativa de liberdade for
terços da pena, se reincidentes, nos crimes superior a quatro e igual ou inferior a oito anos,
praticados com grave ameaça ou violência a desde que, tenha sido cumprido:
pessoa, quando a pena privativa de liberdade for
a) metade da pena, se não reincidentes, ou dois
superior a quatro e igual ou inferior a oito anos;
terços, se reincidentes;
IV - um quarto da pena, se homens, e um sexto Art. 4º. No caso dos crimes previstos no caput e
da pena, se mulheres, na hipótese prevista no § no § 1º, combinados com o § 4º, do art. 33 da Lei
4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de nº 11.343, de 2006, quando a condenação tiver
2006, quando a pena privativa de liberdade não reconhecido a primariedade do agente, seus
for superior a oito anos; bons antecedentes e a ausência de dedicação a
atividades criminosas ou inexistência de
participação em organização criminosa, o indulto
somente será concedido nas hipóteses do § 1º,
do art. 1º deste Decreto e desde que tenha sido
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cumprido um quarto da pena.
Parágrafo único. O indulto natalino será Art. 6º. O indulto será concedido às pessoas
concedido às pessoas condenadas a pena condenadas a pena privativa de liberdade que,
privativa de liberdade que, no curso do no curso do cumprimento da sua pena, tenham
cumprimento da sua pena, tenham sido vítimas sido vítimas de tortura, nos termos da Lei nº
de tortura, nos termos da Lei nº 9.455, de 7 de 9.455, de 7 de abril de 1997, praticada por
abril de 1997, reconhecida por decisão colegiada agente público ou investido em função pública,
de segundo grau de jurisdição. com decisão transitada em julgado.
- gestante; I - gestantes;
III - que tenha filho de até quatorze anos de idade III - que tenham filho ou filha menor de doze anos
ou de qualquer idade, se pessoa com doença ou com doença crônica grave ou com deficiência
crônica grave ou com deficiência, que necessite que necessite de seus cuidados diretos;
de seus cuidados;
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V - que esteja cumprindo pena ou em livramento IV - que estejam cumprindo pena no regime
condicional e tenha frequentado, ou esteja semiaberto ou aberto ou estejam em livramento
frequentando, curso de ensino fundamental, condicional e tenham frequentado, ou estejam
médio, superior, profissionalizante ou de frequentando curso de ensino fundamental,
requalificação profissional, reconhecido pelo médio, superior, profissionalizante ou de
Ministério da Educação, ou que tenha exercido requalificação profissional, na forma do art. 126,
trabalho, no mínimo por doze meses, nos três caput, da Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984,
anos contados retroativamente a 25 de dezembro ou exercido trabalho, no mínimo por doze meses
de 2017; nos três anos contados retroativamente a 25 de
dezembro de 2016.
§ 1º. A redução de que trata o caput será de: Art. 3º. Nos crimes praticados sem grave
ameaça ou violência à pessoa, o indulto será
I - um sexto da pena, se não reincidente, e um
concedido quando a pena privativa de liberdade
quarto da pena, se reincidente, nas hipóteses
não for superior a doze anos, desde que, tenha
previstas no inciso I do caput do art. 1º;
sido cumprido:
Obs: art. 1º, inc. I, suspenso (Medida Cautelar na
[...]
ADI 5.874/DF).
II - um sexto da pena, se não reincidentes, ou um
quarto, se reincidentes, nas hipóteses do § 1º, do
art. 1º.
II - um quarto da pena, se não reincidente, e um Art. 5º. Nos crimes praticados com grave
terço da pena, se reincidente, nas hipóteses ameaça ou violência à pessoa, o indulto será
previstas no inciso II do caput do art. 1º; e concedido, nas seguintes hipóteses:
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I - quando a pena privativa de liberdade não for
superior a quatro anos, desde que, tenha
cumprido:
[...]
b) um quarto da pena, se não reincidentes, ou
um terço, se reincidentes, nas hipóteses do § 1º,
do art. 1º;
III - um terço da pena, se não reincidente, e II - quando a pena privativa de liberdade for
metade da pena, se reincidente, nas hipóteses superior a quatro e igual ou inferior a oito anos,
previstas no inciso III do caput do art. 1º. desde que, tenha sido cumprido:
[...]
b) um terço da pena, se não reincidentes, e
metade, se reincidentes, nas hipóteses do § 1º,
do art. 1º.
§ 2º. As hipóteses previstas nos incisos III e IV do § 2º. A hipótese prevista no inciso III do § 1º, não
caput não incluem as pessoas condenadas por alcança as pessoas condenadas por crime
crime praticado com violência ou grave ameaça praticado com violência ou grave ameaça contra
contra o filho ou o neto ou por crime de abuso o filho ou a filha ou por crimes de abuso sexual
sexual cometido contra criança, adolescente ou contra crianças, adolescentes ou pessoas com
pessoa com deficiência. deficiência.
Art. 3º. O indulto natalino ou a comutação de Art. 2º. As hipóteses de indulto concedidas por
pena não será concedido às pessoas este Decreto não abrangem as penas impostas
condenadas por crime: por crimes:
II - tipificado nos art. 33, caput e § 1º, art. 34, art. II - tipificados no caput e no § 1º do art. 33, bem
36 e art. 37 da Lei nº 11.343, de 2006, exceto na como nos arts. 34, 36 e 37 da Lei nº. 11.3434, de
hipótese prevista no art. 1º, caput, inciso IV, 23 de agosto de 2006, salvo a hipótese prevista
deste Decreto; no art. 4º. deste Decreto.
V - tipificado nos art. 240, art. 241 e art. 241-A, V - tipificados nos arts. 240 e parágrafos, 241 e
caput e § 1º, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 241-A e § 1º, da Lei nº. 8.069, de 13 de julho de
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1990; ou 1990.
Art. 4º. O indulto natalino ou a comutação não Art. 9º. A declaração do indulto prevista neste
será concedido às pessoas que: Decreto fica condicionada à ausência da prática
de infração disciplinar de natureza grave, nos
I - tenham sofrido sanção, aplicada pelo juízo
doze meses anteriores à publicação deste
competente em audiência de justificação,
Decreto.
garantido o direito aos princípios do contraditório
e da ampla defesa, em razão da prática de
infração disciplinar de natureza grave, nos doze
meses anteriores à data de publicação deste
Decreto;
24Concede indulto especial e comutação de penas às mulheres presas que menciona, por ocasião
do Dia das Mães, e dá outras providências.
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Art. 5º. O indulto natalino especial será
concedido às mulheres presas, nacionais e
estrangeiras, que, até 25 de dezembro de 2017,
atendam aos seguintes requisitos,
cumulativamente:
I - não estejam respondendo ou tenham sido
condenadas pela prática de outro crime cometido
mediante violência ou grave ameaça;
II - não tenham sido punidas com a prática de
falta grave, nos doze meses anteriores à data de
publicação deste Decreto; e
III - se enquadrem em uma das seguintes
hipóteses, no mínimo:
a) mulheres condenadas à pena privativa de
liberdade por crimes cometidos sem grave
ameaça ou violência a pessoa, que tenham
completado sessenta anos de idade ou que não
tenham vinte e um anos completos;
b) mulheres condenadas por crime praticado sem
grave ameaça ou violência a pessoa, que sejam
consideradas pessoas com deficiência, nos
termos do art. 2º Lei nº 13.146, de 6 de julho de
2015; ou
c) gestantes cuja gravidez seja considerada de
alto risco, condenadas à pena privativa de
liberdade, desde que comprovada a condição por
laudo médico emitido por profissional designado
pelo juízo competente.
Art. 6º. O indulto natalino será concedido às Art. 7º. O indulto será concedido às pessoas
pessoas submetidas a medida de segurança que, submetidas a medida de segurança que,
independentemente da cessação de independentemente da cessação de
periculosidade, tenham suportado privação da periculosidade, tenham suportado privação da
liberdade, internação ou tratamento ambulatorial: liberdade, internação ou tratamento ambulatorial
por período igual ou superior ao máximo da pena
I - por período igual ou superior ao máximo da
cominada à infração penal correspondente à
pena cominada à infração penal correspondente
conduta praticada ou, nos casos da substituição
à conduta praticada; ou
prevista no art. 183, da Lei nº. 7.210, de 1984,
II - nos casos da substituição prevista no art. 183 por período igual ao remanescente da
da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, por condenação cominada, garantindo o tratamento
período igual ao remanescente da condenação psicossocial adequado, de acordo com a Lei nº.
cominada. 10.216, de 6 de abril de 2001.
Parágrafo único. A decisão que extinguir a Parágrafo único. A decisão que extinguir a
medida de segurança, com o objetivo de medida de segurança com base no resultado da
reinserção psicossocial, determinará: avaliação individualizada realizada por equipe
multidisciplinar e, objetivando a reinserção
psicossocial, determinará:
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do Ministério da Saúde; ambulatorial;
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mulher condenada por crime cometido sem grave
ameaça ou violência a pessoa, que tenha filho ou
neto menor de quatorze anos de idade ou de
qualquer idade se considerado pessoa com
deficiência ou portador de doença crônica grave
e que necessite de seus cuidados, e que, até 25
de dezembro de 2017, tenha cumprido um quinto
da pena.
Parágrafo único. A comutação a que se refere o
caput será concedida às pessoas condenadas à
pena privativa de liberdade que não tenham, até
25 de dezembro de 2017, obtido as comutações
decorrentes de Decretos anteriores,
independentemente de pedido anterior.
Art. 9º. O indulto natalino e a comutação de que Art. 8º. O indulto de que trata este Decreto não
trata este Decreto não se estendem: se estende às penas acessórias previstas no
Código Penal Militar e aos efeitos da
I - às penas acessórias previstas no Decreto-Lei
condenação.
nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código
Penal Militar; e
II - aos efeitos da condenação.
Art. 10. O indulto ou a comutação de pena Art. 10. A pena de multa aplicada,
alcançam a pena de multa aplicada cumulativamente ou não, com a pena privativa de
cumulativamente, ainda que haja inadimplência liberdade ou restritiva de direitos não é alcançada
ou inscrição de débitos na Dívida Ativa da União, pelo indulto.
observados os valores estabelecidos em ato do
Ministro de Estado da Fazenda.
Obs: artigo suspenso (Medida Cautelar na ADI
5.874/DF)
Parágrafo único. O indulto será concedido Parágrafo único. O indulto será concedido
independentemente do pagamento: independentemente do pagamento da pena
pecuniária, que será objeto de execução fiscal
I - do valor multa, aplicada de forma isolada ou
após inscrição em dívida ativa do ente federado
cumulativamente; ou
competente.
II - do valor de condenação pecuniária de
qualquer natureza.
Obs: artigo suspenso (Medida Cautelar na ADI
5.874/DF)
42
pena de que trata este Decreto são cabíveis,
ainda que:
I - a sentença tenha transitado em julgado para a
acusação, sem prejuízo do julgamento de
recurso da defesa em instância superior;
II - haja recurso da acusação de qualquer
natureza após a apreciação em segunda
instância;
III - a pessoa condenada responda a outro
processo criminal sem decisão condenatória em
segunda instância, mesmo que tenha por objeto
os crimes a que se refere o art. 3º; ou
IV - a guia de recolhimento não tenha sido
expedida.
Obs: artigo suspenso (Medida Cautelar na ADI
5.874/DF)
Art. 12. As penas correspondentes a infrações Art. 11. As penas correspondentes a infrações
diversas serão unificadas ou somadas para efeito diversas devem somar-se, para efeito da
da declaração do indulto natalino ou da declaração do indulto até 25 de dezembro de
comutação, na forma do art. 111 da Lei nº 7.210, 2016.
de 1984.
Parágrafo único. Na hipótese de haver concurso Parágrafo único. Na hipótese de haver concurso
com infração descrita no art. 3º, não será com infração descrita no art. 2º, não será
concedido o indulto natalino ou comutada a pena declarado o indulto correspondente ao crime não
correspondente ao crime não impeditivo impeditivo enquanto a pessoa condenada não
enquanto a pessoa condenada não cumprir dois cumprir integralmente a pena correspondente ao
terços da pena correspondente ao crime crime impeditivo dos benefícios.
impeditivo.
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na hipótese de condenados primários, desde que
haja o trânsito em julgado da sentença
condenatória para a acusação.
Art. 14. A declaração do indulto natalino e da Art. 12. A declaração de indulto terá preferência
comutação das penas terá preferência sobre a sobre a decisão de qualquer outro incidente no
decisão de qualquer outro incidente no curso da curso da execução penal.
execução penal, exceto quanto a medidas
urgentes.
Art. 15. Este Decreto entra em vigor na data de Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de
sua publicação. sua publicação.
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APÊNDICE B – COMPARATIVO ENTRE OS DECRETOS DE
QUADRO COMPARATIVO
I - não estejam respondendo ou tenham sido I - não estejam respondendo ou tenham sido
condenadas pela prática de outro crime cometido condenadas pela prática de outro crime cometido
mediante violência ou grave ameaça; mediante violência ou grave ameaça;
II - não tenham sido punidas com a prática de II - não tenham sido punidas com a prática de
falta grave, nos doze meses anteriores à data de falta grave; e
publicação deste Decreto; e
III - se enquadrem em uma das seguintes III - se enquadrem, no mínimo, em uma das
hipóteses, no mínimo: seguintes hipóteses:
b) mulheres condenadas por crime praticado sem d) mulheres condenadas por crime praticado sem
grave ameaça ou violência a pessoa, que sejam violência ou grave ameaça, que sejam
consideradas pessoas com deficiência, nos consideradas pessoa com deficiência, nos termos
termos do art. 2º Lei nº 13.146, de 6 de julho de do art. 2º do Estatuto da Pessoa com Deficiência;
2015; ou
c) gestantes cuja gravidez seja considerada de e) gestantes cuja gravidez seja considerada de
alto risco, condenadas à pena privativa de alto risco, condenadas à pena privativa de
liberdade, desde que comprovada a condição por liberdade, desde que comprovada a condição por
laudo médico emitido por profissional designado laudo médico emitido por profissional designado
pelo juízo competente. pelo juízo competente.
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