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residência

res i d ê nc i a e m á rea
p ro f i ss i ona l da saú de

Enfermagem em
Centro Cirúrgico e
Centro de Material
e Esterilização
(CC/CME)
CADERNO DO CURSO
© Reprodução autorizada pelo autor somente para uso privado de atividades de pesquisa e ensino, não sendo autorizada sua reprodução
para quaisquer fins lucrativos. Na utilização ou citação de partes do documento é obrigatório mencionar a autoria.

Versão online disponível em: http://ensino.hospitalsiriolibanes.com.br/downloads/caderno-residencia-enfermagem-cc-2015.pdf


residência

res i d ê nc i a e m á rea
p ro f i ss i ona l da saú de

Enf ermagem em
Cent ro Ci rúrgi co e
Ce n tro d e Materi al
e E st eri li z aç ão
( CC/CME)

CADERNO DO CURSO
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Apresentação
Sejam bem-vindos à Residência em Área Profissional da Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e

Esterilização (CC/CME) da Sociedade Beneficente de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês (SBS/ HSL).

Essa residência é uma oferta conjunta de duas instituições reconhecidas em âmbito nacional e internacional: a Faculdade de
Medicina de Marília (FAMEMA), renomada instituição de ensino com cursos de Medicina e de Enfermagem, e a SBS/HSL, com o
apoio do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL), oferecendo excelência na área de saúde, ensino e pesquisa.

Essas duas instituições construíram, em parceria, uma solução educacional visando à formação de profissionais de enfermagem de
forma integrativa e participativa, o que possibilita uma formação crítica e reflexiva e com visão multiprofissional. Essas soluções
educacionais trabalham um perfil de competência construído e utilizado como referência para a construção, o desenvolvimento
e a avaliação do desempenho dos profissionais participantes. Dessa forma, o perfil expressa a articulação dos três domínios:
conhecimentos, habilidades e atitudes, e valoriza a excelência técnica e a humanização nas relações com pacientes, familiares,
profissionais e estudantes, destacando-se o cuidado centrado/focado nas necessidades das pessoas, o trabalho em equipe, a
responsabilidade pela integralidade do cuidado e a agregação de valor à saúde.

A valorização dessa residência e os resultados que dela advirão são um compromisso tríplice entre a SBS/HSL, a FAMEMA e
você, participante da Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização da Sociedade
Beneficente de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês (SBS/HSL).

Contexto
Nos últimos anos vem ocorrendo uma transformação acelerada e profunda na formação dos profissionais da saúde no Brasil e
no mundo, motivada pelo melhor entendimento do processo de adoecimento e da visão ampliada de saúde, que exigem do
profissional uma postura de integralidade das suas ações.

Tais mudanças no cenário internacional foram acompanhadas no Brasil pelo movimento sanitarista que culminou com a formação
do Sistema Único de Saúde – SUS, em 1988. O SUS tem por princípios ideológicos a universalidade, a integralidade e a equidade,
além dos princípios organizacionais de descentralização, regionalização e hierarquização.

Ao final do século XX, começaram a crescer movimentos de transformação da formação na saúde, em parte motivados pela crítica
ao modelo hegemônico, biológico, cartesiano e com pouca ênfase na prevenção e promoção, que mostra pouco impacto no perfil
brasileiro de morbimortalidade.

A década de 90, em resposta a essa demanda, foi marcada por um momento de reflexão e avaliação da formação na saúde no Brasil,
iniciado pelo movimento da educação médica. O diagnóstico das escolas médicas evidenciou uma distância entre a escola real e
aquela ideal diante da realidade brasileira e do SUS. Essa reflexão foi um terreno fértil para a construção das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) para os Cursos de Graduação na Saúde, que passaram a nortear a formação profissional. Em 2001, o Ministério
da Educação homologou as DCNs para os cursos de graduação em Medicina, Enfermagem e Nutrição; em 2002, para os cursos de
residência

Odontologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Farmácia e Fonoaudiologia; em 2003, para Medicina Veterinária e Biomedicina
e, finalmente, em 2004, para os cursos de Psicologia e Educação Física. As Diretrizes Curriculares Nacionais enfatizam o ensino
voltado para a realidade e para as necessidades de saúde da população, o que definitivamente é alcançado se o SUS for o cenário
de aprendizagem, desde a atenção primária até os atendimentos de alta densidade tecnológica. Dessa forma, a academia volta os
olhos para além dos seus muros e passa a construir parcerias e uma nova forma de entender a formação na saúde.

É nesse contexto que em 2014 surgiu a Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização do
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL), ao propor uma mudança na forma de ensino, baseado neste longo processo de
repensar o ensino em saúde. Faz parceria com a FAMEMA e com cenários de prática do SUS, objetivando uma formação humanizada,
de excelência e orientada às necessidades de saúde da sociedade. Concentram em seu projeto político-pedagógico os conceitos do
currículo orientado por competências, da integração entre teoria e prática e da abordagem educacional construtivista.

Essa abordagem busca alterar os processos tradicionais de aquisição de saberes a partir “da memorização e da transferência
unidirecional e fragmentada de informações e de habilidades por um processo de construção e significação de saberes a partir do
confronto com situações reais ou simuladas da prática profissional” e possibilitar, assim, que os estudantes adquiram competências
consideradas necessárias à sua futura prática profissional. O desenvolvimento dessas competências baseia-se na integração entre
teoria e prática, na aprendizagem significativa de adultos e na utilização de metodologia ativa de aprendizagem.

O formato da educação em saúde precisa pautar-se nas descobertas e transformações ocorridas ao longo das décadas e na
6 realidade dos tempos atuais.

Introdução
A Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização, de acordo com a Lei de nº 11.129
de 2005, é orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e está organizada a partir das necessidades da
população e da realidade sociosanitária do Estado de São Paulo, entendendo seu papel como referência nacional em serviços de
saúde de alta complexidade e nas especialidades.

Essa Residência, na modalidade de pós-graduação lato sensu, destina-se ao desenvolvimento de competências dos profissionais
de saúde no cuidado com o paciente; a prover serviços assistências e diagnóstico de produtos para saúde processados, garantindo
a quantidade e qualidade necessária para uma assistência segura, embasada nas necessidades de saúde individual e coletiva, na
organização do trabalho em saúde, na gestão do cuidado e serviço e na educação na saúde.

O Estado de São Paulo possui uma rede hospitalar e ambulatorial importante, com diferentes graus de incorporação tecnológica,
que se depara com o desafio de oferecer uma assistência à saúde com qualidade, entendida aqui como a capacidade de prestar
serviços com efetividade, eficácia, eficiência e equidade, o que depende tanto de uma organização interna do cuidado quanto de
um comportamento coordenado, comprometido e integrado às redes, em uma perspectiva sistêmica de atenção à saúde.
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

O Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa tem uma constante preocupação em inserir o ensino e a pesquisa na rotina hospitalar.
Para tanto investe intensamente no desenvolvimento e na capacitação dos profissionais, levando conhecimento, aprimoramento
e inovação a todos aqueles que atuam na área da saúde. Sua missão é gerar e difundir conhecimento e capacitar profissionais,
contribuindo para a excelência da assistência à saúde, a cidadania e a responsabilidade social.

A Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização do IEP/HSL compõe uma das
iniciativas dessa missão e está organizada em um programa com duração de 24 meses, carga horária total de 5.760 horas, sendo
1.152 horas consideradas teórico ou teórico-práticas e 4.608 práticas. O residente cumpre carga horária de 60 horas semanais, com
direito a uma folga semanal, e 30 dias de férias em cada ano.

Entre os objetivos específicos do programa estão:

•H
 abilitar o residente a planejar, coordenar, executar, supervisionar e avaliar todas as etapas relacionadas ao processamento
de produtos para saúde, recepção, limpeza, secagem, avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou
esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras;

•D
 esenvolver o residente para propor e utilizar indicadores de controle de qualidade do processamento de produtos para saúde
sob sua responsabilidade;

•A
 valiar a qualidade dos produtos fornecidos por empresa processadora terceirizada, quando for o caso, de acordo com critérios
preestabelecidos;
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•D
 efinir critérios de utilização de materiais que não pertençam ao serviço de saúde, como prazo de entrada no CME antes da
utilização; necessidade, ou não, de reprocessamento, entre outros;

• Promover a capacitação e educação permanente e avaliação de desempenho dos profissionais que atuam na CME e CC;

• Garantir a realização das checagens de segurança;

• Despertar atitude crítica e transformadora, voltada para o cuidado competente e humanizado;

• Desenvolver o raciocínio crítico e reflexivo diante de situações da prática clínica;

• Aprimorar o conhecimento na área de gestão do trabalho e do cuidado;

• Atuar em equipe, promovendo o trabalho ético, participativo, corresponsável, multiprofissional e intersetorial;

• Gerenciar planos, programas, projetos e atividades de trabalho na equipe de saúde na qual atua.

A Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização do Instituto Sírio-Libanês de
Ensino e Pesquisa é constituída pela Coordenação de Programa, pelo Núcleo Docente Assistencial Estruturante – NDAE, além
de docentes, tutores, preceptores e profissionais da saúde residentes, vinculados pela Coordenação da Comissão de Residência
Multiprofissional – COREMU. O Programa está organizado em três eixos, a serem trabalhados em quatro semestres:
residência

Eixo Transversal do Programa Atividade Período

Processo do cuidar perioperatório

Aspectos organizacionais do centro cirúrgico e do centro de material e esterilização

Cuidado integral no centro cirúrgico e no centro de material e esterilização

Controle de infecção

Ergonomia no centro de material e esterilização

Gestão e treinamento em serviço

Trabalho de Conclusão de Curso

Reuniões científicas

Eixo Transversal da Área de Concentração Atividade Período

Formação em serviço direcionada à avaliação do paciente cirúrgico

Formação em serviço direcionada ao cuidado do paciente cirúrgico

8 Formação em serviço direcionada à gestão do programa cirúrgico

Formação em serviço direcionada ao controle de infecção

Formação em serviço direcionada ao processamento de produtos de saúde

Formação em serviço direcionada à gestão do centro de material e esterilização


Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Perfil de competência do residente em enfermagem


em centro cirúrgico e centro de material e esterilização

O Programa de Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização do Hospital

Sírio-Libanês tem como um de seus objetivos pedagógicos formar profissionais competentes e com práticas de excelência, sob

a ótica do desenvolvimento de conhecimento, habilidades práticas e atitudinais. Dessa forma, torna-se extremamente relevante

dialogar o perfil do egressos do programa com o perfil do profissional que inicia sua trajetória profissional. Sendo assim, o perfil

desejado dos egressos do programa se apoia no Perfil de Competências para Profissionais das Áreas Assistenciais do Hospital

Sírio-Libanês utilizando esse modelo como referencial teórico.

As competências desejadas para o egresso do Programa de Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de

Material e Esterilização do Hospital Sírio-Libanês contemplam três grandes áreas: 1) Assistência Interdisciplinar; 2) Gestão do

Trabalho e 3) Educação no Trabalho. Cada área de competência é composta de ações-chaves com os respectivos desempenhos

desejados conforme síntese descrita nos quadros apresentados a seguir:

Área de Competência: Assistência de Enfermagem em CC/CME


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Ações-chave Desempenho

Identifica necessidades Identifica necessidades de assistência de enfermagem utilizando a identificação das necessidades e dos
de assistência riscos envolvidos.

Hierarquiza e prioriza as Hierarquiza e prioriza as necessidades de assistência de enfermagem com qualidade no cuidado
necessidades de assistência holístico e individual, de acordo com a legislação, as políticas e os protocolos.

Planeja e aplica planos deintervenção utilizando os recursos disponíveis, levando em conta o contexto
Constrói e aplica
biopsicossocial do paciente, dos familiares e cuidadores e as condições da equipe, buscando a melhor
planos de intervenção
relação custo-benefício.

Acompanha a aplicação dos Acompanha a aplicação dos planos de intervenção e reavalia as intervenções analisando a evolução do
planos de intervenção e paciente, discutindo as intercorrências e os eventos adversos com a equipe interdisciplinar. Desenvolve
reavalia a assistência relações humanizadas e de excelência, de modo a traduzir valores junto ao paciente no CC.

Promove boas práticas recomendadas no processamento de produtor de saúde para garantir um


Controle de infecção
paciente livre de sinais/sintomas de infecção.

Permite a uniformidade e a eficácia do processamento dos produtos para saúde; a conservação dos
Processamento
materiais; a segurança do paciente e dos profissionais; garante a qualidade do processamento dos
de produtos de saúde
materiais fundamentado no conhecimento científico.
residência

Área de Competência: Educação no Trabalho

Ações-chave Desempenho

Identifica as necessidades de aprendizagem da equipe envolvida no cuidado dos pacientes sob sua
Identifica necessidades de
responsabilidade ou na equipe envolvida no processamento dos produtos de saúde.
assistência
Identifica as próprias necessidades de aprendizagem.

Participa do desenvolvimento de ações educativas dialogando as necessidades de aprendizagem


com as melhores práticas.
Desenvolve ações educativas
Participa da seleção de conteúdos, estratégias, métodos e recursos educacionais com análise de
fontes e informações.

Monitora e avalia processos, produtos e resultados relacionados às ações educacionais realizadas


Avalia as ações educativas
utilizando acertos e erros como norteadores para a melhoria do processo educacional.

Promove o pensamento Participa da produção de novos conhecimentos da sua área de atuação e na área da saúde
científico e a produção de formulando perguntas e hipóteses relacionadas à prática profissional, buscando melhores
novos conhecimentos evidências científicas e apoiando a produção de novos saberes.

Área de Competência: Gestão no Trabalho

10 Ações-chave Desempenho

Prioriza as intervenções segundo riscos, vulnerabilidade e particularidades dos pacientes sob seu
cuidado.
Prioriza as intervenções Prioriza os materiais adequados para os procedimentos cirúrgicos.
Assegura que o processamento de produtos de saúde seja realizado por profissionais qualificados,
de forma a garantir a segurança dos processos.

Organiza o processo de trabalho para o cuidado dos pacientes sob sua responsabilidade
investigando oportunidades e obstáculos ao trabalho e buscando alternativas para resolução, ou
Organiza o processo melhor, encaminhamento segundo os padrões de qualidade.
de trabalho
Organiza o processo de trabalho para uniformidade e eficácia do processamento dos produtos de
saúde e controle da infecção.

Providencia recursos Providencia os recursos disponíveis para a organização da assistência.

Promove a integralidade Busca a construção de um trabalho em equipe interdisciplinar articulando as ações de sua área
do cuidado com cuidados promovidos por outros profissionais de saúde.

Participa da avaliação da organização do trabalho para o cuidado dos pacientes, contribuindo para a
Avalia a organização análise dos resultados imediatos do trabalho.
do trabalho
Participa da avaliação dos processos e dos fluxos de materiais de forma segura.
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Título concedido
Os residentes concluintes farão jus à titulação de “Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e
Esterilização”, modalidade de residência de acordo com a matrícula.

Processo ensino-aprendizagem
A residência é desenvolvida com base em metodologias ativas de ensino-aprendizagem e sustentada na aprendizagem significativa,
que permite aos estudantes reconstruírem a realidade, baseada previamente nas capacidades cognitivas, psicomotoras e
atitudinais, as associações semânticas e estruturais cognitivas que possam ancorar novas capacidades, por meio de confronto
experiencial, representação, simulação-teorização, relação prática profissional e ação. A combinação entre experiências, ambiente
e capacidades individuais permite a constituição das diferentes maneiras de aprender, possibilitando ao residente reconstruir a
realidade, atribuindo-lhe novos sentidos e significados.

A representação do processo ensino-aprendizagem na forma de uma espiral traduz a relevância das diferentes etapas educacionais
desse processo como movimentos articulados e que se retroalimentam. Os movimentos são desencadeados conforme as
necessidades de aprendizagem, diante de um disparador ou estímulo para o desenvolvimento de capacidades.

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Identificando Avaliando
os problemas o processo

Formulando Construindo
explicações novos significados

Elaborando Buscando
questões novas informações

Figura: Espiral construtivista do processo de ensino-aprendizagem a partir da exploração de um disparador. (Traduzido e adaptado de Lima, V.V. Learning issues raised by
studants during PBL tutorials compared to curriculum objetctives. Chicago, 2002 (Dissertação de Mestrado – University of llinois at Chicago. Department of Health
Education).
residência

M O V IM E N T O S D O P R O C E S S O D E E N S I N O - A P R E N D I Z A G E M

Identificando os problemas e formulando explicações

A identificação dos problemas, a partir de um estímulo educacional, permite que cada participante explicite suas ideias, percepções,
sentimentos e valores prévios, trazendo à tona os fenômenos e as evidências que já conhece e que podem ser utilizados para
melhor explicar uma determinada situação. As explicações iniciais e a formulação de hipóteses permitem explorar as fronteiras
de aprendizagem em relação a um dado problema, possibilitando identificar as capacidades presentes e as necessidades de
aprendizagem. O exercício de suposições, conjecturas e proposições favorece a expansão das fronteiras de aprendizagem e auxilia
na elaboração das questões de aprendizagem que irão desafiar as fronteiras identificadas.

Elaborando questões de aprendizagem

As questões formuladas devem representar as necessidades de aprendizagem e orientar a busca de novas informações. A seleção
e a pactuação, no coletivo, das questões consideradas mais potentes e significativas para o atendimento dessas necessidades e a
ampliação das capacidades de enfrentamento do problema identificado trazem objetividade e foco para o estudo individual dos
participantes. As questões que desafiam os participantes a realizarem análises, sínteses ou avaliações invariavelmente implicam o
estudo concomitante dos aspectos conceituais, mas vão além do reconhecimento de fatos e mecanismos, requerendo interpretação
12 e posicionamento.

Buscando novas informações


A busca por novas informações deve ser realizada pelos participantes da forma considerada mais adequada. A residência favorece
o acesso a bases de dados remotas e incentiva a ampliação das pesquisas o máximo possível. Há liberdade para a seleção das fontes
de informação, sendo que estas serão analisadas em relação ao grau de confiabilidade.

Construindo novos significados


A construção de novos significados é um produto do confronto entre os saberes prévios e os novos conteúdos e, por isso, é um
movimento sempre presente no processo ensino-aprendizagem. Não somente ao serem compartilhadas as novas informações,
mas a todo o momento no qual uma interação produza uma descoberta ou um novo sentido. Todos os conteúdos compartilhados
deverão receber um tratamento de análise e crítica, quer em relação às fontes, quer à própria informação em questão, devendo-se
considerar as evidências apresentadas.

Avaliando o processo
Outro movimento permanente desse processo é a avaliação. A avaliação formativa é realizada verbalmente ao final de cada atividade
e assume um papel fundamental na melhoria ao longo da residência. Todos devem fazer a autoavaliação focalizando seu processo
individual de aprendizagem e também avaliar a construção coletiva do conhecimento, a atuação dos demais participantes e do
facilitador/orientador nesse processo.
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Corpo Docente

O corpo docente está estruturado por um conjunto de atores que desempenham funções específicas e complementares:

• Docente convidado para atividades teórico-prática ou teórica;

• Docente orientador do projeto de Pesquisa Multiprofissional: orienta a elaboração, construção, conclusão e submissão da Pesquisa
Multiprofissional a uma revista científica, possibilitando uma participação dos residentes de forma construtiva e amigável,
respeitando o cronograma e o fluxo de entrega da Pesquisa Multiprofissional, atentando-se aos prazos preestabelecidos pela
coordenação da residência.

• Tutor de Campo e de Núcleo

> A função de Tutor caracteriza-se por atividade de orientação acadêmica de preceptores e residentes, estruturada preferencialmente
nas modalidades de tutoria de núcleo e tutoria de campo.

> A tutoria de núcleo corresponde à atividade de orientação acadêmica voltada à discussão das atividades teóricas, teórico-práticas e
práticas do núcleo específico desenvolvidas pelos preceptores e residentes.

> Cada Tutor de núcleo acompanha os residentes específicos de sua área de atuação.
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> A tutoria de campo corresponde à atividade de orientação acadêmica voltada à discussão das atividades teóricas, teórico-práticas
e práticas desenvolvidas pelos preceptores e residentes, no âmbito do campo de conhecimento, integrando os núcleos de saberes
e práticas das diferentes profissões que compõem a área de concentração do programa.

• Preceptor: supervisiona diretamente as atividades práticas realizadas pelos residentes nos cenários de prática.

Educação Permanente (EP)


A Educação Permanente (EP) constitui-se uma estratégia político-pedagógica que favorece a mudança/transformação de conceitos e
práticas. Para dar suporte educacional ao trabalho dos tutores, a Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de
Material e Esterilização do HSL conta com a parceria da Famema na condução dos encontros de EP, juntamente com a participação da
coordenação do programa. A EP tem como propósito que o educador reflita sobre o seu processo de trabalho pedagógico, visando à
transformação da prática. O trabalho desenvolvido nos grupos de EP fundamenta-se em metodologias ativas de ensino-aprendizagem,
com estratégias específicas que respeitam a singularidade. Foca o cotidiano dos docentes junto a seus residentes, oportunizando o
acolhimento e a problematização da prática docente vivenciada nos diferentes cenários de aprendizagem, bem como a socialização
dessas experiências, para favorecer seu crescimento e a melhoria/otimização do processo de trabalho. A atividade é mediada por um
docente-facilitador e realizada em encontros quinzenais.
residência

Papel do facilitador de aprendizagem

O facilitador é o mediador do processo ensino-aprendizagem, em quem o grupo deve encontrar um apoiador para o desenvolvimento

de suas capacidades, considerando-se as áreas de competência e os critérios de excelência estabelecidos. Ao trabalhar com o

grupo, o facilitador procura tornar as reuniões objetivas, fomentar a participação, gerar maior transparência, a fim de aprofundar

a compreensão sobre o problema/situação e a interação entre os residentes, bem como construir condições favoráveis para o

trabalho coletivo.

A função do facilitador da residência é mediar o processo ensino-aprendizagem em pequenos grupos, nas oficinas de trabalho, nas

plenárias e nas demais estratégias educacionais.

Relações de aprendizagem entre os integrantes da residência

A figura a seguir demonstra as relações entre os integrantes da residência, tutor de campo, tutores de núcleo, facilitadores,

preceptores e residentes, mostrando a construção compartilhada das aprendizagens.

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Tutor de núcleo

Tutor de
Preceptor Residentes
campo

Facilitador
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Estrutura da Residência - Atividades Educacionais

O currículo do programa está estruturado em dois eixos:

• Simulação da realidade;

• Contexto real do trabalho do residente.

No eixo baseado na simulação, os autores da residência selecionaram e articularam materiais e recursos educacionais, bem como

elaboraram os textos utilizados como estímulos ou disparadores da aprendizagem dos resdientes e do desenvolvimento de capacidades

relacionadas ao perfil de competência. Ainda nesse eixo, a representação da realidade no formato de situações-problema, filmes,

dramatizações, jogos, vivências e outros busca potencializar a aprendizagem por meio de um maior envolvimento dos residentes e

da articulação entre teoria e prática. As representações do mundo do trabalho são disparadoras da aprendizagem. No eixo voltado

ao contexto real, os residentes trazem e exploram as representações da sua prática profissional por meio de narrativas, com vistas à

produção de um diálogo entre as aprendizagens construídas na residência e as possibilidades de transformação da realidade. São

alguns exemplos de atividades educacionais:

Atividades em pequenos grupos (PG):


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• Situação-problema: atividade organizada por meio de encontros em pequenos grupos para o processamento de situações baseadas

no mundo do trabalho. As situações-problema foram elaboradas pelos autores do programa da residência e cumprem o papel de

disparadoras do processo ensino-aprendizagem. São processadas em dois momentos, sendo a primeira denominada síntese provisória

e a segunda, nova síntese.

• Narrativa: atividade organizada por meio de trabalho em pequenos grupos para o processamento de situações trazidas pelos

residentes a partir de suas próprias experiências, também cumprem o papel de disparadoras do processo ensino-aprendizagem.

Proporciona, de forma direta e intensa, a reflexão dos contextos locais de cada residente, além de abrir um espaço significativo para o

desenvolvimento de algumas capacidades, como ampliação dos sentidos (escuta, olhar, sentir, percepção) e das dimensões intelectual

e afetiva. Também é processada em dois momentos: síntese provisória e nova síntese. (Vide Anexo I - TR Narrativa)

• Plenária: atividade presencial desenvolvida pelos participantes, que compartilham com as demais comunidades de aprendizagem

suas sínteses e produções. Essa atividade cumpre o papel de uma nova síntese ampliada, sendo realizada no mesmo encontro ou no

subsequente. A plenária é organizada e coordenada pelo facilitador que promove a construção de análise crítico-reflexiva.

• Oficina de trabalho: atividade que pode ser realizada em pequenos ou grandes grupos, é orientada ao desenvolvimento de

capacidades específicas e instrumentais.


residência

• Viagem: atividade social e artística dentro de um contexto pedagógico (jantar, sessão de cinema, visitas técnicas etc.) que contribui

para a aprendizagem de forma ampliada e diversificada. Pode ainda ser organizada de maneira articulada a uma oficina de trabalho.

• Educação Permanente: a atividade de educação permanente para os tutores da residência deverá ser realizada quinzenalmente pelo

facilitador de educação permanente. É um espaço para a discussão dos percursos singulares de cada residente ou cada grupo, de modo

a preservar as especificidades e paralelamente garantir o alcance dos objetivos por todos. Possibilita agilidade no reconhecimento de

limitações ou dificuldades e na formulação de planos de melhoria, quer com foco na residência ou na trajetória específica de um participante.

A identificação de conquistas e fortalezas permite o apoio de uns aos outros na direção da melhoria da qualidade da residência.

• Portfólio: o portfólio representa uma coletânea dos trabalhos e das realizações dos residentes, com reflexões sobre as aprendizagens

e as experiências vivenciadas na residência. (Vide Anexo II – TR Portfólio)

• Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): o TCC é uma produção individual que deve ser construída com base no portfólio. Consiste na

síntese crítico-reflexiva sobre a trajetória de construção de aprendizagem e de realizações pelo residente. (Vide Anexo III – Termo de

Referência de TCC)
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• Aprendizagem Auto-Dirigida (ADD): representa espaços protegidos na agenda dos residentes para que realizem

suas buscas e análise de informações e construam seus portfólios. Esse é um período estratégico para o desenvolvimento de

metodologias ativas de ensino-aprendizagem.

• Saúde Baseada em Evidências (SBE): os alunos da Residência Multiprofissional do HSL terão acesso às aulas do Curso de Capacitação

em Saúde Baseada em Evidências. O programa busca o aprimoramento de profissionais de saúde de hospitais públicos e também da

rede sentinela da Anvisa. Objetiva o desenvolvimento crítico e científico dos alunos. Alguns de seus focos são as aplicações práticas

em busca da eficiência, a elaboração de projetos de pesquisa clínica, a economia em saúde e a gestão de tecnologias em saúde.

• Controle Social: espaço formal político-pedagógico no qual o residente desenvolve práticas de gestão, através do exercício de

discussão e reflexão, utilizando dispositivos de articulação e negociação que fomenta a cooperação e a responsabilização junto a

coordenação responsável pelo planejamento do programa, com foco no interesse coletivo. Esta atividade dá a oportunidade para

os residentes se organizarem na defesa de seus direitos, com potencial transformação de seus caminhos, podendo exercer a sua

autonomia e cidadania.
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

A p rend i zage m p r át i ca

Durante o período de dois anos o residente integra a equipe assistencial nos diferentes cenários de prática em que o preceptor, com

apoio do tutor, é sua referência para orientação das suas atividades diárias e sua aprendizagem.

Compreendem-se como cenários de prática comum do eixo específico:

1. Centro cirúrgico.

2. Centro de Material e Esterilização.

3. Unidade pré-operatório.

4. Recuperação pós-anestésica.

5. Unidades de Diagnóstico e Terapêutica.

6. Unidade de Terapia Intensiva Adulto.

7. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

8. Serviços de Treinamento e Desenvolvimento e Ambientes de Ensino e Pesquisa.

9. Unidades relacionadas ao insumo de produtos e serviços essenciais para o cuidado e recuperação do paciente cirúrgico: Serviço de
17
Arquivo Médico, Suprimentos, Engenharia Clínica, Gerência de resíduos, Gerência de riscos.

10. Instituição pública vinculada ao HSL.

Carga horária e Semana-padrão

A seguir descrição das atividades educacionais realizadas em uma semana típica (semana-padrão), a qual pode ser modificada, de

acordo com as necessidades percebidas no decorrer do programa, assim como da instituição formadora ou executora do curso.

S e m ana - padr ã o

A semana-padrão contempla atividades teóricas, teórico-práticas e atividades em cenário de prática, incluindo plantões noturnos

e em finais de semana, sendo detalhadas com dias e horários previamente programados pelo corpo docente por meio de escalas

de trabalho. Podem ocorrer alterações das atividades e horários previamente programados, orientadas para a melhoria da

aprendizagem dos residentes.


residência

Exemplos de atividades típicas de uma semana-padrão: Plenária: sínteses elaboradas pelos grupos e discutidas com debatedores;

PG: Pequenos grupos (situação-problema e narrativa); AAD: Aprendizagem autodirigida; SBE – Curso de Saúde Baseada em Evidências;

Oficina de Trabalho de caráter instrumental e de apoio ao desenvolvimento de capacidades, do TCC e da pesquisa multiprofissional;

Viagem: atividade educacional com componente artístico/lúdico, Controle Social e encontro com a Coordenação do Programa.

A elaboração da semana-padrão contempla 80% de atividades práticas. É no cenário de prática que o residente tem a oportunidade

de relacionar a teoria com a prática, inserir-se no mundo real do trabalho, desenvolver as suas competências específicas, bem como

multiprofissionais, no campo do conhecimento, habilidades, atitudes e valores.

Os outros 20% da carga horária são voltados a atividades teórico-práticas e teóricas no seu núcleo específico e comum, bem como para

desenvolver atividades dos eixos transversal do programa e transversal da área, o que inclui o desenvolvimento do TCC e da Pesquisa.

Avaliação

A avaliação é considerada uma atividade permanente e crítico-reflexiva tanto para o planejamento e desenvolvimento de programas

como para o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem em ações educacionais. Permite visualizar avanços e detectar

dificuldades, subsidiando ações para contínua qualificação do processo, do produto e dos resultados.

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Há que se explicitar, desde o início das atividades educacionais, o conjunto de valores e princípios que fundamentam esse processo.

A avaliação está baseada nos seguintes princípios:

• critério-referenciada;

• contínua, dialógica, ética, democrática e corresponsável;

• formativa e somativa.

A avaliação é critério-referenciada quando os objetivos e o perfil desejados são utilizados como critérios ou referências para a avaliação

de produtos e resultados. Em relação ao perfil do residente, os desempenhos observados são comparados aos critérios de excelência

estabelecidos no perfil de competência, sendo consideradas as três áreas de competência profissional.

Em relação à residência, todos os envolvidos devem receber, de modo contínuo e sistematizado, retornos que permitam analisar seu

desempenho e efetuar eventuais acertos e correções em seu percurso. As informações, provenientes de várias fontes, demandarão um

diálogo entre observadores e avaliados, primando pela postura ética, democrática e corresponsável. A avaliação da residência enfoca:

• processo ensino-aprendizagem;

• infraestrutura e recursos educacionais;

• organização das atividades.


Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Para a avaliação do processo ensino-aprendizagem será considerado o desempenho dos residentes e dos docentes (facilitadores,

tutores, preceptores) e os aspectos pedagógicos das atividades propostas. A avaliação será aplicada a cada final de período (Vide Anexo

IV – Avaliação de Desempenho do Residente).

As avaliações de desempenho têm caráter formativo quando objetivarem a melhoria do processo e das aprendizagens dos participantes,

garantindo o reconhecimento de conquistas e oferecendo oportunidades de melhoria, de construção de novos significados e de

renegociação do pacto de convivência sempre que necessário. Serão atribuídos os conceitos “satisfatório” e “precisa melhorar”.

O caráter somativo dessas avaliações cumpre o sentido de tornar visíveis as aprendizagens realizadas e o desenvolvimento de

competência, indicando a aprovação ou reprovação na residência. Para tanto são atribuídos os conceitos “satisfatório” e “insatisfatório”,

respectivamente, para aprovados e reprovados.

Para a avaliação do processo ensino-aprendizagem, da organização e da infraestrutura da residência, são acompanhados indicadores

de participação e de desenvolvimento individual e de trabalho em equipe.

Fre q u ê nc i a

19
A presença é controlada com registro de entrada e saída nas atividades do dia. As faltas justificadas, por motivos estabelecidos na

legislação vigente, devem ser comunicadas ao tutor e preceptor do cenário de prática em que o residente estiver exercendo a atividade.

No caso de atestado médico, ele deve ser protocolado diretamente na Secretaria Acadêmica do IEP.

Ava l i a ç ã o de D ese m p enho do R es i dente

Será considerado aprovado na residência o residente que obtiver:

Com relação à frequência:

• Frequência de 100% nas atividades práticas (as faltas e licenças médicas devem ser repostas em sua totalidade);

• Frequência mínima de 85% nas atividades teóricas e teórico-práticas;

• Frequência mínima de 75% nas atividades do Curso de SBE.

Com relação ao desempenho:

As avaliações de desempenho teórico e/ou teórico-prático serão sistematizadas em quatro períodos, sendo o 1º período avaliação

formativa; 2º período avaliação somativa; 3º período avaliação formativa e o 4º período avaliação somativa.
residência

Para aprovação será necessário:


• Conceito satisfatório no plano de recuperação (avaliação formativa)*;
• Conceito satisfatório nas avaliações somativas**;
• Conceito satisfatório no Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.

*O plano de recuperação é customizado em função das necessidades de aprendizagem do residente em questão.

**A avaliação somativa ocorre no final do primeiro ano da residência e é denominada “avaliação” de progresso do primeiro ano para o segundo ano da residência; e ao final

do segundo ano para certificação.

Ava l i a ç ã o dos D ocentes

A avaliação formativa dos docentes nas atividades de pequeno grupo deve ser realizada verbalmente ao final de cada atividade
educacional por todos os residentes, incluindo a autoavaliação do docente. Cabe aos residentes responderem às sínteses escritas sobre
o desempenho dos docentes em documento específico no final de cada estágio, de caráter formativo.

Ava l i a ç ã o do Progra m a da R es i d ê nc i a

A avaliação do programa da residência será processual, permitindo intervenções de melhoria contínuas e oportunas. A liberdade de
20 expressão e as análises críticas são estimuladas, envolvendo todos os atores da residência: coordenador, tutor de núcleo, tutor de
campo, facilitador, orientador de pesquisa, preceptor e residente. Esse exercício faz parte do processo de aprendizagem. A avaliação é
sistematizada semestralmente por meio de um formato específico.

Anexos
A nexo I : T er m o de R e f er ê nc i a – T R N arrat i va

Ao narrar reconstruímos o mundo vivido e, mais do que isso, dotamos os fatos e as vivências narrados de mais sentido e clareza.
Quando narramos, fazemos inevitáveis recortes que não necessariamente nos obrigam a perder o contexto, uma vez que aquilo que
destacamos pode ao mesmo tempo ressaltar aquilo do qual se destaca.

Dependendo de como articulamos conteúdo e forma, a narrativa pode tomar contornos de uma crônica, um conto, uma peça teatral ou
de uma fábula, entre tantos outros. Uma narrativa pode vir entremeada de falas e pensamentos dos atores envolvidos, possibilitando
sempre que os diversos pontos de vista envolvidos sejam expressos.

Suas narrativas devem corresponder a experiências ligadas à sua prática profissional e que você considere “críticas”, no sentido da
reflexão sobre um especial esforço, sobre as tomadas de decisão e ações com seus respectivos desdobramentos. Devem apontar as
contradições e os questionamentos envolvidos, tanto em relação aos seus valores e atuação como aos demais participantes mobilizados.
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Assim como um relato de vida, uma narrativa pode refletir dúvidas, emoções e reflexões. Quando a narrativa for de uma situação

do trabalho, recomenda-se que sejam preservados a identificação do cenário e os nomes reais dos sujeitos envolvidos. É esperado

que a situação narrada permita transposições para as diferentes realidades daqueles que processarão a narrativa e produzirão novos

conhecimentos a partir das histórias compartilhadas.

A possibilidade de as narrativas contemplarem diferentes posições dos diversos atores envolvidos já é um exercício para a ampliação

da nossa leitura e análise de conjuntura.

Formato: seu texto deve ter uma redação clara, que desperte o interesse e seja de fácil leitura.

Recomendações: utilizar no máximo uma página A4, usando letra do tipo Arial, tamanho 11, com espaçamento de 1,5.

A nexo II : T er m o de R e f er ê nc i a – T R Port f ó l i o

O portfólio representa uma coletânea dos trabalhos e das realizações dos residentes, com reflexões sobre as aprendizagens e as

experiências vivenciadas na residência.

Estimula-se que o(a) residente possa elaborar uma reflexão crítica na qual constem suas aprendizagens e experiências vivenciadas nas
21
diferentes atividades desenvolvidas, bem como o significado delas na transformação de suas práticas.

Destaca-se, ainda, que o portfólio propicia o desenvolvimento das capacidades de síntese e de sistematização dos conhecimentos

produzidos individual e coletivamente.

Deve ser considerado um recurso de autoria e criatividade que expresse os aspectos mais relevantes do seu crescimento pessoal

e profissional.

A devolutiva do portfólio deve ser realizada periodicamente ao longo da residência e utiliza análise documental e verbal para a

identificação das realizações alcançadas na trajetória do residente. Essa avaliação também tem referência no perfil de competência e

deve ser orientada às necessidades individuais de aprendizagem, tanto as declaradas pelo residente como as percebidas pelo facilitador.

Podem integrar o portfólio: memorial, expectativas, perfil de ingresso, relatos, histórias, sínteses provisórias e novas sínteses, mapas

conceituais, diagramas, referências bibliográficas e outros, conforme a necessidade e trajetória de cada residente. Além dos registros,

a avaliação de portfólio abre espaço para as reflexões dos residentes, de modo a contemplar seus processos de autoconhecimento,

autodesenvolvimento e autorrealizações.

Nesta residência, o portfólio, além da dimensão reflexiva do processo ensino-aprendizagem, será utilizado como um dos instrumentos

de avaliação de desempenho do residente.


residência

A nexo III : T er m o de R e f er ê nc i a – T R T C C

A pesquisa consiste na elaboração, conclusão e submissão de um artigo referente a uma pesquisa feita pelo residente, com vistas à

resolução de um problema existente, de forma a contribuir com a sociedade em geral.

As definições de temas, orientadores e suas linhas de pesquisa deverão ser compartilhadas pelos tutores e coordenador que dialogarão

com os residentes, de forma compartilhada para construírem os grupos de pesquisa, buscando o consenso dos residentes quanto às

suas expectativas. Abaixo segue uma tabela com as etapas da pesquisa, cujo cronograma deverá ser pactuado no início do programa,

o qual deverá ser observado atentamente pela equipe para a efetivação da submissão do artigo.

Caberá à equipe seguir as normas de elaboração do artigo determinadas pelo periódico previamente escolhido, sendo de sua

responsabilidade e de seu orientador o cumprimento das normas para o aceite do artigo para a publicação. O comprovante da

submissão do artigo deverá ser entregue até o término da residência. O produto construído pelo coletivo dos residentes será avaliado

e considerado na classificação de competência.

22

Etapas da Pesquisa

Resposta à Revisão Metodológica


Definição do Tema
(mediante pré-agendamento para resolução de pendências)

Elaboração do Projeto (Introdução, Justificativa, Objetivos, • Submissão ao CEPESQ (projeto, documentos e TCLE)
Materiais e Métodos, Cronograma, Orçamento, Referências) • Cadastro do Projeto na Plataforma Brasil

1ª Devolutiva do Orientador Coleta de Dados

Prazo para Reapresentação do Projeto Análise Estatística

2ª Devolutiva do Orientador Interpretação dos Dados

• Escolha do Periódico
• Submissão à Diretoria de Pesquisa, que, em caso de aprovação, Elaboração do Artigo no Formato do Periódico
o encaminhará à Revisão Metodológica

Devolutiva da Revisão Metodológica


Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Avaliação

O TCC faz parte da avaliação de desempenho do(a) residente no curso, sendo avaliado pelo respectivo orientador, por escrito e com a

atribuição de conceito. É um dos instrumentos que compõem o registro da certificação do residente.

Os critérios utilizados para avaliação são:

• Clareza na redação: se o texto está apresentado de forma clara.

• Encadeamento lógico: se as partes da narrativa estão apresentadas de forma lógica/encadeada.

• F undamentação: se a narrativa traz informações fundamentadas em literatura pertinente ou evidências empíricas que sustentem,

respectivamente, as reflexões sobre as aprendizagens e as realizações. Todos os TCCs terão oportunidade de melhoria, desde que

entregues no prazo. A atribuição de conceito será comunicada presencialmente aos residentes. Os possíveis desdobramentos são:

(i) conceito “satisfatório” – TCC aprovado; (ii) conceito “precisa melhorar” – TCC a ser reformulado segundo aspectos apontados e

reapresentação para nova análise; (iii) conceito “insatisfatório” – TCC reprovado após análise da reformulação.

23
Formato e Prazos

O texto deve ser digitado em página tamanho A4, com margens de 2,5 cm, em letra tipo Arial, tamanho 11, e espaçamento de 1,5 linha.

As páginas de rosto e a capa devem respeitar a padronização estabelecida para o curso.

O cronograma de entrega dos produtos parciais e do produto final será pactuado no início do programa.
residência

A nexo I V : Ava l i a ç ã o de D ese m p enho do R es i dente

Residência em Saúde: Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização


Residente:
Tutor: Data:

Este instrumento destina-se ao registro do desenvolvimento de competências


com identificação de atributos positivos e com necessidade de melhoria.

1. C
 omo tem sido a contribuição do estudante nas atividades das sessões de pequeno grupo em relação a análise do problema,
formulação das questões de aprendizagem e construção da nova síntese?

2. Como tem sido o desenvolvimento na construção do portfólio?


Pontuar a organização do material, reflexões, relato de experiência de aprendizado em cenário de prática.

3. Como tem sido o desempenho do estudante no cenário de prática?

24

4. Como tem sido o desempenho do residente na avaliação teórica e prática?


Pontuar ações de melhoria para o desenvolvimento do residente.

5. Plano de melhorias:

6. Análise e comentários do Residente sobre sua avaliação:

Conceito:

Assinatura e carimbo do(a) Residente Assinatura e carimbo do(a) Tutor(a)


Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

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Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional.

26 Parecer CNE/CES nº1.133, de 7 de agosto de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Medicina
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Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CC/CME)

Equipe responsável pela elaboração do caderno


Marilda Sirani de Oliveira
Ana Lucia Mirancos da Cunha
Andreia Alfaya Acuna
Cristina Silva Sousa
Leonice dos Santos

Instituição Formadora
Faculdade de Medicina de Marília - FAMEMA

Instituição Executora
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa - IEP/HSL

Instituição Parceira
Hospitais do SUS vinculados ao HSL

27
Instituto Sírio-Libanês
de Ensino e Pesquisa
Rua Prof. Daher Cutait, 69
Bela Vista - São Paulo - SP
CEP 01308 060

Tel.: 55 11 3394 0100 (seg. a sex. das 8h às 20h)


Fax: 55 11 3155 0494 Escaneie o código
acima para mais
iep@hsl.org.br informações sobre
www.hospitalsiriolibanes.org.br/iep nossas atividades.

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