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O Século XX – O tempo das crises:

Revoluções, fascismos e guerras. Volume 2

Organização de: Daniel Aarão reis Filo, !orge


Ferreira e "eleste #ena

$ditora: "ivilização %rasileira. &'''


Capitalismo, Prosperidade
Estado de Bem-estar sociale

Enrique Serra Padrós.

Professor assistente de História Contemporânea da


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
!o livro " S#culo $$
" per%odo posterior & Se'unda Guerra (undial foi marcado pela reconstru)*o europ#ia e +aponesa,
pela Guerra Fria, pela descolonia)*o e pela nacionalia)*o da e'emonia americana (as foi,
tam.#m, um per%odo de enorme crescimento produtivo nos pa%ses desenvolvidos !enominados de
anos 'loriosos ou /dade de "uro, o fato # 0ue os primeiros trinta anos do pós-'uerra, constitu%ram
uma era 1nica na istória contemporânea 2 espantosa recupera)*o do mundo capitalista, 0uanto ao
crescimento econ3mico e avan)os tecnoló'icos, revolucionou as pautas de consumo e
comportamento at# ent*o e4istentes

5 Som.ra e 6ues so.re o mundo capitalista depois do 7riunfo so.re o naismo 2 Sa%da da
Se'unda Guerra (undial

" impacto da Se'unda Guerra so.re o con+unto da sociedade europ#ia teve caracter%sticas in#ditas
" fato de ter sido uma 'uerra total, envolvendo a mo.ilia)*o de todos os setores produtivos e
recursos naturais, dei4ou cicatries profundas entre os so.reviventes 2s utilia)8es de novas
tecnolo'ias de destrui)*o e as enormes mo.ilidades dos e4#rcitos atin'iram 9reas e4tensas "
.om.ardeio das vias de comunica)*o e o desmantelamento e mudan)a de f9.ricas para onas mais
se'uras contri.u%ram para desor'aniar, ainda mais, a vida material das pessoas 2li9s, nunca se
vira, at# ent*o, tamana transfer:ncia de contin'entes populacionais 2 'uerra deslocara deena de
mil8es de pessoas, soldados, prisioneiros de 'uerra, as v%timas do racismo, tra.aladores for)ados,
al#m dos movimentos espontâneos de popula)*o fu'indo da 'uerra 7ais flu4os provocaram, por
toda a Europa, altera)8es demo'r9ficas, pro.lemas 'eopol%ticos e co0ues 0ue acrescentaram novos
tensionamentos & sempre e4plosiva conviv:ncia entre as diversas nacionalidades continentais 2l#m
das deenas de mil8es de mortos, feridos, mutilados e desa.ri'ados, deve-se conta.iliar o n1mero
de nascimentos 0ue, previstos se'undo as tend:ncias do pr#-'uerra, n*o ce'aram a ocorrer
Calcula-se 0ue ao redor de ;; mil8es de pessoas, potenciais produtores e consumidores, dei4aram
de nascer na Europa, o 0ue # um dado espantoso 2 própria falta de .ra)os no campo 'erou
su.produ)*o, encarecimento dos alimentos e sur'imento do mercado ne'ro em um per%odo em 0ue
a fome e o desa.astecimento estavam na casa da maioria dos europeus

" endividamento das economias europ#ias, em decorr:ncia da 'uerra, # outro fato a destacar "s
pa%ses envolvidos 'astaram seus esto0ues de moeda e recorreram a empr#stimos e4ternos e ao
endividamento
rela)*o a al'unscomercial,
pa%ses doprovocando a reconvers*o
7erceiro (undo Em 5<=;,de por
saldos das anti'as
e4emplo, pot:ncias
a d%vida europ#ias
.ritânica +unto &em
2r'entina >uns 5?@ mil8es de li.rasA só foi erada com a venda de empresas 0ue a Gr*-Bretana
possu%a na0uele pa%s >ferrovias, companias de constru)*o el#trica, transporte ur.anoA 2 essa
altura, parte desse material +9 era considerado o.soleto, mas a nacionalia)8es foram capitaliadas
pelo pro+eto pol%tico peronista

"s %ndices 'lo.ais do fim da 'uerra mostram as enormes dificuldades dos pa%ses europeus para
ressur'ir da destrui)*o material "s n%veis de produ)*o ca%ram em 0uase todos eles Comparada aos
anos , a produ)*o de cereais diminu%ra em D, a de carne @@ e outros produtos a'r%colas D;
Em.ora al'umas tecnolo'ias vinculadas & ind1stria de 'uerra se tivessem desenvolvido, o produto
industrial despencou Claro, al'uns .eneficiaram-se com o colapso europeu "s EU2, durante a
'uerra, triplicaram a produ)*o industrial >em 5<=@ produiram metade da produ)*o mundialA +9 a
sua renda per capita aumentou mais de 5 >de ;; para 5?@ dol9resA

2l#m das perdas materiais, as pot:ncias coloniais europ#ias tiveram enorme dificuldade para
manter seus imp#rios Por 0u: aA a contradi)*o no apelo das metrópoles ao esfor)o de 'uerra
colonial contra as ditaduras fascistas em nome da democracia e li.erdade .A a falta de condi)8es
materiais para resta.elecer a tradicional rela)*o metrópole-col3nia cA a penetra)*o econ3mica
americana nas col3nias europ#ias durante a 'uerra dA a press*o pol%tica e simultânea dos EU2 e da
URSS contra a manuten)*o da ordem colonial a primeira, contr9ria aos mercados fecados a
se'unda, identificando-se com os movimentos revolucion9rios e procurando novos espa)os
econ3micos para relacionar-se /ndependentemente de 0uest8es ideoló'icas, a descolonia)*o
enfra0ueceu a Europa em .enef%cio das superpot:ncias

" impacto da 'uerra so.re a consci:ncia europ#ia foi consider9vel Restou um medo residual da
.ar.9rie, da tecnolo'ia destrutiva, dos perversos efeitos das ocupa)8es Iada mais .rutal, do 0ue a
presen)a de milares de crian)as órf*s, al#m das terr%veis ima'ens dos diversos olocaustos >+udeus,
eslavo, ci'ano e etcA Ieste aspecto, a reconstru)*o foi muito mais dif%cil " cola.oracionismo ficou
como ferida e4posta nas consci:ncias nacionais Puni-lo /'nor9-lo E4ecr9-lo 2 'uerra a.alou
cren)as profundas da cultura europ#ia 2s cicatries f%sicas e morais, +unto com a memória ou o
es0uecimento, foram a outra cara da sociedade 0ue devia reer'uer-se
2 e4peri:ncia da pós-primeira 'uerra e a crise de 5<?< serviram de refer:ncia para evitar situa)8es
posteriormente semelantes " dilema para a economia americana era o de como evitar uma crise
de superprodu)*o no fim da 'uerra "u se+a, como orientar um reordenamento internacional e a
necess9ria reconvers*o de uma economia de 'uerra para uma outra em tempos de pa, sem correr o
risco de um 0ue.ra-0ue.ra 'eneraliado Como faer para ade0uar os altos %ndices de
produtividade atin'idos entre 5<< e 5<=; com a realidade do pós-'uerra Por um lado, era
fundamental evitar a fal:ncias das economias europ#ias, pois a recupera)*o econ3mica da Europa
era estrat#'ica para a manuten)*o da supremacia dos EU2 Por outro, a superpot:ncia destinou
cotas de alimentos a fundo perdido como a+uda umanit9ria para 0ue os europeus enfrentassem os
dolorosos primeiros meses de fome e frio Ia pr9tica o 'overno dos EU2 comprava enormes
esto0ues de seus a'ricultores, mantina os lucros para o setor a'r%cola, impedindo a sua 0ue.ra, e
melorava muito a sua ima'em e4terna Entretanto, a a+uda n*o t*o desinteressada assim Havia
uma contrapartida 2s econ3micas europ#ias deviam se'uir as recomenda)8es americanas de
fle4i.iliar seus mercados e suas pol%ticas econ3micas &s novas tend:ncias estruturadas a partir da
ló'ica do sistema de acumula)*o dos EU2

!esde os anos , +9 se estudavam mecanismos de dinamia)*o do com#rcio e de mudan)as na


ri'ide monet9ria pautada em cima do padr*o ouro >universalmente aceitoA Por#m, em +ulo de
5<==, nos Estados Unidos, representantes de == pa%ses reuniram-se para desenar o panorama
econ3mico mundial Ium cen9rio de fim de 'uerra e reconstru)*o posterior procuraram-se solu)8es
para a falta de pa'amentos internacionais >principalmente dos pa%ses endividados com o conflitoA e
0ue mantivessem a dinâmica rela)*o produ)*o-consumo 2pós diversas propostas, aprovaram o
acordo de Bretton Joods, 0ue introduia as se'uintes modifica)8es aA aceita)*o do dólar como
moeda internacional e convers%vel em ouro >a li.ra esterli na foi usada por pouco tempoA .A livre
conversi.ilidade das moedas nacionais entre si, a partir de uma paridade fi4ada em ouro ou em
dólares cA cria)8es de institui)8es 0ue sustentassem os acordos como o Fundo (onet9rio
/nternacional e o Banco /nternacional para a Reconstru)*o e !esenvolvimento, mais conecido
como Banco (undial Bretton Joods definiu a livre convers*o de dólares por ouro >cada on)a de
ouro foi ta4ada em ; dólaresA, numa #poca em 0ue os EU2 detinam 0uase K das reservas de
ouro Estas enormes reservas tinam sido o.tidas na troca por produtos industriais americanos e
com um artif%cio muito controverso " valor do ouro estava con'elado nos %ndices de 5<= "ra,
somente entre 5<< e 5<=; ouve uma infla)*o 0ue variou, dependendo do setor, entre ? e
= "u se+a, os EU2 lucraram muito vendendo produtos com o valor corri'ido pela infla)*o em
troca de ouro com valor con'elado 2 enorme transfer:ncia de ouro para os EU2 foi um dos fatos
mais importantes do in%cio da reconstru)*o europ#ia 2ssim, podia-se 'arantir a convers*o desse
ouro em dólares mantendo-se o dinamismo do circuito comercial "s EU2 passavam a
desempenar o papel de fiadores da economia internacional Era o famoso Lpadr*o de cam.io ouroM
>Gold E4can'e StandardA 0ue su.stitu%a o padr*o ouro >Gold StandardAa frase Lo dólar # t*o .om
0uanto o ouroM sintetiava a necessidade de mudar a mentalidade das pessoas em rela)*o aos novos
tempos, 0uer dier, desfaer-se do ouro e assumir o dólar como .ase monet9ria internacional
Nuanto ao F(/, vi'iava a aplica)*o das novas normas monet9rias, promovia a esta.ilidade dos
tipos de câm.io e favorecia um sistema multilateral de pa'amentos O9 o Banco (undial prioriava
a reconstru)*o, investindo capital nas economias destru%das e reconvertendo as estruturas produtivas
&s novas necessidades de pa

2 realidade do intercâm.io comercial e do volume de endividamento europeu com os EU2


mostrou-se muito mais comple4a do 0ue se antevia "s pa%ses europeus precisavam de dólares para
saldar d%vidas e via.iliar pro+etos de desenvolvimento Havia duas formas de o.t:-lo Uma, atrav#s
da o.ten)*o de saldos positivos no com#rcio com os EU2 >o 0ue n*o se verificavaA "utra, atrav#s
da venda do ouro dos .ancos centrais nacionais >0ue como vimos, tina o pre)o con'eladoA 2
se'unda possi.ilidade era a mais vi9vel, por#m a situa)*o era dram9tica 2s necessidades dos pa%ses
eram superiores ao 0ue as reservas nacionais possu%am E os EU2 continuavam lucrando Sua
produ)*o escoava para um enorme mercado e4terno, en0uanto acumulava a maior 0uantidade do
ouro 0ue os outros pa%ses eram o.ri'ados a 'astar Evidentemente 0ue o ouro aca.ou e reconstru)*o
ficou incompleta 2 Europa, n*o tendo mais como o.ter novos dólares, passou a conviver com a
crise da Lfome de dólaresM " medo de tur.ul:ncias sociais e a possi.ilidade de avan)os dos
partidos de es0uerda no velo continente levaram o tesouro americano a uma interven)*o cir1r'ica
nas fr9'eis economias europ#ias e +aponesa do pós-'uerra Para revitaliar o capitalismo dessas
re'i8es Era fundamental deso.struir os canais do com#rcio mundial e afastar o peri'o de 0ual0uer
fantasma revolucion9rio Em rela)*o a esta 1ltima afirmativa, deve-se lem.rar 0ue, durante os
primeiros anos do pós-'uerra, en0uanto a Uni*o Sovi#tica consolidava a sua posi)*o no 6este
europeu, a es0uerda mostrava-se muito forte na Fran)a, /t9lia e Gr#cia Esta situa)*o levou os EU2
a ela.orar a !outrina 7ruman, ei4o norteador da sua pol%tica e4terna no alvorecer da Guerra Fria e
0ue antecedeu em al'uns meses o Plano (arsall, do 0ual n*o pode dissociar-se Io dia ; de +uno
de 5<=K, o Secret9rio de Estado Geor'e (arsall, discursando na Universidade de Harvard,
defendeu o aumento da a+uda econ3mica & Europa "s ".+etivos do Plano (arsall eram aA
reconstruir
europeu a sociedade
& economia capitalistadA'lo.al
americana ade0uar.A arecompor a economiaentre
imensa defasa'em europ#ia cA inte'rar
os dólares e ourooe4istentes
"cidente
nos EU2 e a falta deles entre os aliados ocidentais

Portanto, o fornecimento de doa)8es e empr#stimos americanos a +uros .ai4os visava e0uili.rar


or)amentos e esta.iliar as moedas europ#ias /nicialmente, a oferta de a+uda a.ran'ia tam.#m os
pa%ses da Europa "riental Por#m, conecidas as condi)8es de ades*o para o rece.imento da a+uda,
ficou muito claro, para a lideran)as de (oscou, 0ue o plano intervina nas economias nacionais
limitando seriamente a so.erania de pro+etos estrat#'icos de desenvolvimento "u se+a, no 6este
europeu, produiria a invia.ilia)*o de pro+etos socialistas 2ssim, restrito a Europa "cidental
>e4cetuando inicialmente a Espana Fran0uistaA, entre 5<=K e 5<@5 entraram na Europa uns 
.il8es de dólares, na forma de empr#stimos e doa)8es 2 /n'laterra o pa%s mais .eneficiado,
rece.eu D,; .il8es de dólares >se'uido da Fran)a com ; .il8es, 2lemana com = .il8es e /t9lia
com ,; .il8esA Ium primeiro momento, os novos investimentos prioriavam a produ)*o de
alimentos, ra)8es para animais e fertiliantes, posteriormente, mat#rias-primas e manufaturadas "
Oap*o rece.eu a+uda semelante atrav#s do Plano !od'e
" Plano (arsall foi fundamental para a acelerada recupera)*o das economias europ#ias nos anos
; e @ (as foi muito mais favor9vel aos EU2 Entre as condi)8es impostas estava a 0ue facilitava
aos EU2 acessar as mat#rias-primas estrat#'icas do seu interesse >cromo, tun'st:nioA, lem.rando
0ue D de todos os produtos importados pela Europa tam.#m provinam da l9 /nclusive,
confirmava-se o temor sovi#tico 7#cnicos americanos fiscaliavam a utilia)*o dos fundos, a n*o
a.ertura de empresas concorrentes das americanas, os or)amentos estatais e a proi.i)*o de venda de
material estrat#'ico ao 6este europeu

2 receptividade e docilidade dos 'overnos europeus &s orienta)8es americanas era fato levado em
conta 2 interdepend:ncia entre a Europa e os EU2 acentuou-se si'nificativamente " plano
'arantiu aos EU2 manter %ndices de produtividade semelantes aos da 'uerra E se a Europa
recuperou rapidamente um novo ciclo de crescimento, ca.e lem.rar, entretanto, 0ue perdera a
primaia mundial dentro do capitalismo Fora deslocada, definitivamente, pelos EU2 " plano
permitiu superar a tend:ncia & esta'na)*o da Lfome de dólaresM, su.stituindo-a pela dolaria)*o do
mundo 2 com.ina)*o dos efeitos da Confer:ncia de Bretton Joods com os do Plano (arsall
confirmava a id#ia de Lamericania)*o da economia do mundo ocidentalM, ou se+a, a imposi)*o
e'em3nica dos EU2 >7rias, 5<DD, p?=A

Paralelamente ao processo de reconstru)*o europ#ia ocorreu a sua inte'ra)*o Em 5<=K nasceu a


"r'ania)*o Europ#ia de Coopera)*o Econ3mica >"ECEA mais tarde "r'ania)*o de Coopera)*o e
!esenvolvimento Econ3mico >"C!EA Sua fun)*o era a de distri.uir a a+uda do Plano (arsall
Concomitantemente, aprofundava-se a associa)*o entre B#l'ica, Holanda e 6u4em.ur'o >Benelu4A,
e4peri:ncia .em sucedida de elimina)*o de ta4as alfande'9rias e restri)8es comerciais monet9rias
Em 5<;5, avan)ara-se muito com a forma)*o da Comunidade Europ#ia do Carv*o e do 2)o
>CEC2A Proposta no Plano Scuman >ministro de Rela)8es E4teriores franc:sA, visava esvaiar a
competi)*o industrial franco-alem* colocando so. uma autoridade supranacional uma pol%tica de
produ)*o con+unta para o carv*o, a)o e ferro Esta.elecia-se, assim, um 1nico mercado europeu de
carv*o e a)o >sem ta4as, al%0uotas ou discrimina)*o de fretes, su.s%dios e etcA Sendo uma
e4peri:ncia setorial, trou4e 'anos pol%ticos e mostrou o camino da inte'ra)*o sem conflito

Finalmente,
Europa dos em
seis,?;acordavam
de mar)o de 5<;D, Fran)a,
o 7ratado B#l'ica,
de Roma, Holanda,
criando 2lemana,Econ3mica
a Comunidade 6u4em.ur'oEurop#ia
e /t9lia, a
>CEEA Em.ora sem maior omo'eneidade entre os parceiros, ouve voluntarismo pol%tico para
superar o ressur'imento de conflitos 2 livre circula)*o de produtos a'r%colas e industriais e ta4as
alfande'9rias comuns ante terceiros caracteriaram o primeiro per%odo da CEE 2 /n'laterra, ponta-
de-lan)a dos interesses dos EU2 no continente n*o 0uerendo a.rir a sua ona internacional de
influ:ncia >a CommonealtA, optou por n*o faer parte da CEE assim como n*o fiera da CEC2

Em resumo, as perspectivas do 0ue seria a reconstru)*o europ#ia se confirmaram Foram anos


muitos duros para uma popula)*o 0ue tanto sofrera 2 terr%vel destrui)*o material da sociedade
somaram-se mil8es de pe0uenas tra'#dias individuais cu+as feridas permaneceriam e4postas por
muitos anos mais Nual0uer pós-'uerra, por pior 0ue fosse, sempre era melor 0ue a realidade da
própria 'uerra Por outro lado, temia-se 0ue a paralisia da economia europ#ia levasse ao colapso a
economia americana, 0ue se a'i'antara a.astecendo seus aliados (as a e4peri:ncia do fim da
Primeira Guerra e a identifica)*o de uma nova amea)a, a sovi#tica, permitiram uma rela)*o
diferenciada no 0ue di respeito & co.ran)a das d%vidas dos aliados e ao tratamento dado aos
vencidos 2 'rande desco.erta dos EU2 foi 0ue, para manter a e'emonia con0uistada durante a
Se'unda Guerra, era necess9rio recuperar a economia e o tecido pol%tico europeu e +apon:s Em ve
de pa%ses fr9'eis, precisava de aliados para a Guerra Fria e de consumidores para a sua ind1stria
>muito maior 0ue as reais necessidades de seu mercado internoA " acordo de Bretton Joods,
complementado pelo Plano (arsall, 'arantiu um volume de moeda 0ue via.iliou a rela)*o
demanda-produ)*o /sto foi fundamental Garantiu um fant9stico crescimento produtivo e
acumula)*o de capitais nos EU2 e impulsionou a recupera)*o europ#ia e +aponesa 2inda estimulou
a inte'ra)*o na Europa e possi.ilitou 0ue essas economias fossem perme9veis aos interesses
americanos Era o resultado da supremacia indiscut%vel dos Estados Unidos no mundo capitalista

? 2s d#cadas de Pro'resso 2 transforma)*o do capitalismo !emo'rafia, economia, pol%tica e


cultura " desenvolvimento do Pro'resso (aterial e social

2 sociedade emer'ente da 'uerra, de forma 'lo.al, caracteriou-se pela acelera)*o do crescimento


econ3mico e um .oom industrial sustentado pelos avan)os da pes0uisa cient%fica aplicados nos
setores produtivos

" crescimento econ3mico das tr:s d#cadas posteriores & 'uerra constituiu um fato in#dito 2s
perspectivas de esta'na)*o foram afastadas pelos mecanismos internacionais implementados pelos
EU2 2 interdepend:ncia 'radual dos mercados, com.inando-se com um Estado 0ue assumia
tarefas econ3micas e sociais, propiciou Lo 'rande saltoM >Ho.s.am, 5<<;, p?@=A 2 intera)*o
mercado-Estado produiu a Leconomia mistaM " Estado plane+ava, racionaliava e orientava a
produ)*o Comprometia-se com previd:ncia social e 'arantia o pleno empre'o, afastando o clima
de insta.ilidade Era o Estado Re'ulador ou de Bem-Estar Social

(as como se e4plica o crescimento do pós-'uerra Io 0ue di respeito & or'ania)*o do tra.alo, o
0ue predominou na reconstru)*o do pós-'uerra foi a e4pans*o do sistema americano conecido
como fordismo " sistema de tr a.alo montado pelo empres9rio HenrQ Ford consistia na ade0ua)*o
de tarefas se0enciais e repetitivas, e4istentes desde o s#culo passado, com a in#dita esteira
mecânica, criando assim uma lina de monta'em Fi4ando o tra.alador ao lon'o da esteira,
reduia o 'asto in1til de ener'ia e controlava a velocidade do processo de tra.alo "s 'anos em
produtividade
melor foram not9veis
os tra.aladores, estes 7seam.#m estava
tornariam impl%cita no "u
consumidores fordismo a vis*o
se+a, por de 0ue
0ue n*o se remunerasse
ampliar o le0ue de
consumidores se isto implicava mais produ)*o Ford acreditava 0ue ca.ia ao Estado re'ulamentar e
or'aniar essas rela)8es " Ie !eal de Roosevelt dava-le, parcialmente ra*o

2ntes da Se'unda Guerra (undial, o fordismo e4istia somente nos EU2 Ia reconstru)*o
constituiu-se num dos pilares da e4pans*o americana inculado aos princ%pios do Estado capitalista
re'ulador, a+udou a solucionar o pro.lema do e4cesso de m*o-de-o.ra 0ue n*o era a.sorvido pelos
sistemas de tra.alo, mais simples e em menor escala, e4istentes na Europa antes da 'uerra 2
imposi)*o e e4pans*o do fordismo na Europa e Oap*o trou4eram r9pidos .enef%cios 2 lina de
monta'em acelerou e dinamiou a produ)*o, especialiou os tra.aladores em a)8es simples e
moderniou os padr8es de produ)*o, especialmente no setor automo.il%stico e de eletrodom#sticos
2l#m do próprio conceito, 'rande parte da ma0uinaria necess9ria para a lina de monta'em tam.#m
deveria ser comprada dos EU2

(as, em termos pol%ticos, o mais importante talve tena sido a e4porta)*o da concep)*o de um
mercado massificado do 0ual faem parte importantes setores de tra.aladores industriais e
a'r%colas 2 ades*o & id#ia de ver no oper9rio um consumidor potencial teve, como conse0:ncia
imediata, o fortalecimento dos mercados internos e a possi.ilidade de um crescimento econ3mico
parcialmente auto-sustentado das economias nacionais desenvolvidas 2 transforma)*o do
tra.alador em um consumidor de produtos at# ent*o inacess%veis, atrav#s de aumento salarial,
criava uma sensa)*o de meloria material e esvaiava press8es sociais 'erais " fordismo, al#m de
ser um dos pilares do camado Estado de .em-estar social 'erou, tam.#m, demandas de ma0uinaria
e capital "s padr8es de produ)*o em s#rie e em 'rande escala e o consumo massificado, li'ados
direta ou indiretamente a investimentos dos EU2, mostram o real car9ter deste reordenamento
mundial

2 .ase teórica do Estado pós-'uerra nos pa%ses desenvolvidos foi formulada pelo economista
.ritânico Oon (aQnard TeQnes, 0ue em 5<@ pu.licou 2 7eoria Geral do Empre'o, do Ouro e da
(oeda 2 sua proposta fundamental defendia o est%mulo da demanda e o aumento da produ)*o, da
renda e do empre'o atrav#s da interven)*o do Estado Este devia corri'ir os defeitos do mercado
o.+etivando um capitalismo eficiente Como veremos depois, a doutrina TeQnesiana, ao defender o
papel re'ulador do Estado na economia e nas rela)8es sociais, aca.ou sendo a sustenta)*o
e4plicativa do Estado de .em-estar social

Em termos demo'r9ficos, a recupera)*o de pós-'uerra foi acompanada por si'nificativo


crescimento >.a.Q .oomA 2companando a tend:ncia da economia, o aumento populacional
durante os anos de ouro contrastou com o per%odo anterior & 'uerra, 0uando ouve redu)*o do
tamano ideal da fam%lia 2pós 5<=@, e de acordo com as teses TeQnesianas so.re o consumo,
muitos 'overnos estimularam o crescimento da natalidade 2 partir dos anos @ verificou-se uma
retrata)*o em diversos pa%ses desenvolvidos 9rios foram os motivos o medo da superpopula)*o,
a 'eneralia)*o de m#todos contraceptivos, a le'alia)*o do a.orto em al'uns pa%ses, o temor de
novos pro.lemas econ3micos e a conscientia)*o da rela)*o entre fam%lias reduidas e .em-estar
social O9 no terceiro mundo, ouve crescimento permanente 2 redu)*o da ta4a de mortalidade, o
aumento da e4pectativa de vida e o violento processo de ur.ania)*o promoveram alta ta4a de
natalidade " de.ate so.re as teses maltusianas >crescimento demo'r9fico muito maior 0ue a
capacidade da popula)*o produir alimentoA avan)ou nos anos @ e D

2 reconstru)*o europ#ia e +aponesa na a'ricultura passou a ser camada de se'unda revolu)*o


a'r%cola 2 modernia)*o tecnoló'ica e a ma0uinia)*o do tra.alo desenvolveram pe0uenas
prosperidades a'r%colas com o aumento de produtividade E a reforma a'r9ria foi imposta onde
ainda n*o ocorrera, como no Oap*o 2 tecnolo'ia aumentou fantasticamente a capacidade de
produ)*o de alimentos 2 introdu)*o da 'en#tica e da 0u%mica >adu.os, pesticidasA afastou o
fantasma da fome e rompeu a depend:ncia europ#ia dos mercados e4ternos 2 fome cr3nica ficou
evidenciada muito mais como pro.lema pol%tico de prioridade de investimento em escala planet9ria
do 0ue de superpovoamento mundial

Um ultimo elemento a destacar para a compreens*o do desenvolvimento 'lo.al da sociedade do


pós-'uerra # a pes0uisa cient%fica e os avan)os tecnoló'icos produidos 2 'uerra atin'iria toda a
estrutura produtiva (at#rias-prima, ener'ia, e0uipamentos, sistemas de monta'em 2
comple4idade e o custo das novas pes0uisas e tecnolo'ias acentuaram a depend:ncia em rela)*o ao
'rande capital Por outro lado, a velocidade na a0uisi)*o de novos conecimentos sucateava
rapidamente a produ)*o 9 pouco desenvolvida >a ind1stria de armas foi o 'rande e4emploA 2
sofistica)*o de al'umas plantas industriais a necessidade de m*o-de-o.ra a automatia)*o
caracteriou os 1ltimos anos do per%odo 2 corrida espacial a ener'ia nuclear, a eletr3nica e a
ro.ótica foram al'uns dos novos setores privile'iados por essa revolu)*o tecnoló'ica 2
aplica.ilidade da ci:ncia passou a ser 0uase direta 2 f%sica aprofundou o desenvolvimento da
ener'ia at3mica >os reatores nucleares e a .om.a H nos anos ;A a astronomia contava, desde
5<;;, com o primeiro telescópio eletr3nicos a .iolo'ia e a 0u%mica desenvolviam a ind1stria
farmac:utica, os produtos sint#ticos, as transfus8es de san'ue e ór'*os, a produ)*o de pl9sticos, etc

" potencial a.erto pelas novas desco.ertas cient%ficas e tecnoló'icas aumentou a demanda de fontes
de ener'#ticas e estimulou o estudo so.re outras " carv*o, o '9s, o petróleo, a eletricidade e a
idr9ulica foram e4plorados como nunca Praticamente, at# 5<D, falava-se em Lener'ia .arataM
Iada mais e4emplar da incr%vel velocidade da transforma)*o do mundo material do 0ue a
massifica)*o do automóvel e dos eletrodom#sticos Facilitando a vida do cidad*o-consumidor
comum, tais produtos passaram a faer parte da vida da sociedade moderna e do Lmodo de vida
americanoM >2merican aQ of lifeA, e4portado mundo afora

2pontadas as diretries e tend:ncias 'erais do per%odo ca.e apresentar uma .reve s%ntese dos
principais pa%ses capitalistas envolvidos na reconstru)*o " discurso omo':neo entre eles, desde o
fim da 'uerra, era o dos valores democr9ticos ocidentais e, acima de todos a li.erdade como valor
universal "s EU2 propuseram uma reconstru)*o do espa)o pol%tico, um modelo .ipartid9rio e a
esta.ilidade do .em-estar econ3mico e da pa social 7al modelo, com al'umas vari9veis e
carre'ado com o anticomunismo do in%cio do pós-'uerra, espalou-se pela Europa e Oap*o

"s EU2, fiadores da ordem ocidental, desenvolveram tr:s orienta)8es 0ue pautaram a reconstru)*o
5A or'aniar a economia capitalista em volta de sua lideran)a e interesses ?A a.rir os imp#rios
coloniais e as metrópoles europ#ias aos seus investimentos e com#rcio A derrotar a onda
revolucion9ria anticapitalista >na Europa, no E4tremo "riente e depois, na 2m#rica 6atina e fr icaA

V vis%vel na pol%tica e4terna americana a intr%nseca vincula)*o entre interesses econ3micos e


militar-estrat#'icos Ieste sentido, a o.ten)*o de mercados estava acompanada pelas necessidades
'eradas
etc pela Guerra Fria
2 administra)*o 7rumancontrole so.re onas
>5<=;-5<;A ener'#ticas,
orientou com :4ito.ases militares, econ3mica
a reconvers*o enclaves 'eopol%ticos
de tempos
de 'uerra para tempos de pa 2 Guerra da Cor#ia >5<;-5<;A, al#m de mostrar a disposi)*o dos
EU2 ante o avan)o revolucion9rio em onas de interesse estrat#'ico, foi tam.#m fator de
dinamia)*o produtiva e comercial >necessidades de apetrecos militares, mat#rias-primas e infra-
estruturaA, principalmente para o Oap*o e para a Europa /nternamente, a ca)a as .ru4as (acartista
intro+etou a Guerra Fria e marcou uma 'uinada conservadora da 0ual n*o escaparam nem os
defensores do reformismo social do 'overno Roosevelt " 'overno Eisenoer >5<;-5<@A
enfrentou dificuldades com a espiral inflacion9ria, 0ue dificultou as e4porta)8es do pa%s,
principalmente com o aumento competitivo das e4porta)8es da 2lemana e do Oap*o 2 ascens*o
dos democratas TennedQ e Oonson ao poder >5<@5-5<@KA fortaleceu al'umas a)8es de matri
WeQnesiana >pol%tica de impostos, amplia)*o de 'astos p1.licos, se'uros sociais, pro'ramas contra a
po.reaA paralelamente, refor)ou-se a pes0uisa nos campos militar e espacial (as o 0ue mais
marcou estas administra)8es foi a a'ressiva pol%tica e4terna Ia 2m#rica 6atina, depois do fracasso
na tentativa de invadir Cu.a >5<@5A, partiu-se para o apoio direto de re'imes contra-revolucion9rios
e ditatoriais " pior foi, por#m, a escalada militar no ietn* "s refle4os da 'uerra e seus custos
contri.u%ram para o dese0uil%.rio or)ament9rio 2 continuada perda de competitividade
internacional nos setores de eletrodom#sticos e material el#trico, al#m do dólar ser uma moeda de
alto valor diante de 0ual0uer outra, favorecia as importa)8es e criava saldos comerciais ne'ativos
"s EU2 estavam numa encruilada

Ia Europa "cidental, o processo de desnaifica)*o >elimina)*o das estruturas residuais naistasA


ficaria incompleto Io conte4to da Guerra Fria, os anti'os 0uadros do servi)o secreto inimi'o,
assim como seus cientistas e empres9rios, tinam utilidade contra URSS (esmo, assim, nos
primeiros meses após a 'uerra, comunistas e socialistas participavam de 'overnos de coali*o com
democrata-crist*os e li.erais, se'undo a ló'ica anterior de uma 'rande alian)a contra o inimi'o
comum 2 r9pida deteriora)*o das rela)8es entre EU2 e URSS, o receio do comunismo e a
e4pectativa de meloria do n%vel de vida dos tra.aladores aca.aram isolando a es0uerda em cada
pa%s Io parlamento ou mesmo em al'uma coali*o de 'overno, a es0uerda foi moderando suas
propostas 'rande parte dos socialistas a.riu m*o do mar4ismo adotando um reformismo ne'ociador
entre o capital e o tra.alo

2 2lemana "cidental sentiu fortemente o impacto da Guerra Fria 2 divis*o territorial, em 5<=<,
entre uma 9rea capitalista >Rep1.lica Federal da 2lemanaA e outra socialista >Rep1.lica
!emocr9tica da 2lemanaA produiu umas das situa)8es mais traum9ticas do mundo
contemporâneo " sistema pol%tico foi estruturado a partir dos princ%pios de democracia,
parlamentarismo, federalismo e 'arantias de li.erdade e direitos 2s for)as pol%ticas a'lutinaram-se
assim Uni*o >democratas-crist*os e outros católicos de direita antinaistas e anticomunistasA
Partido Social-!emocrata >SP!A, es0uerda reformista com al'uns princ%pios mar4istas Partido
6i.eral >F!PA reformista e de centro !e 5<=< aos anos @, a alian)a da Uni*o com os li.erais
ocupou o poder Tonrad 2denauer foi o 'rande nome do ressur'imento alem*o pautado pela
inte'ra)*o e cola.ora)*o com o .loco ocidental, est%mulo & inte'ra)*o europ#ia e 0uestionamento
ao Estatuto de "cupa)*o >0ue vi'orou at# 5<;;A " Lmila're alem*oM continuou nos anos @ com a
amplia)*o de pro'ramas sociais Entretanto, sinais de contra)*o da e4pans*o econ3mica e de
infla)*o come)aram a manifestar-se /sto apro4imou setores pro'ressistas da Uni*o e a social-
democracia >0ue em 5<;D a.andonara o mar4ismoA /mpuseram-se ent*o, medidas de controle de
pre)os e sal9rios e amplia)*o da previd:ncia social Ia pol%tica e4terna, ouve importante
apro4ima)*o com o 6este europeu e com a própria 2lemana "riental JillQ Brandt, o l%der da
social-democracia nos anos @, enfrentou o pro.lema da imi'ra)*o >turca, espanola e portu'uesaA
e a efervesc:ncia estudantil e oper9ria de 5<@K, refor)ando a ordem p1.lica e a se'uran)a Em
5<@<, a alian)a
e'emonia entrecoali*o
2 nova o SP! erefor)aria
os li.eraiso reformismo
afastou os democratas-crist*os do poder
do Estado de .em-estar após vinte anos de
social

(arcada pelo cola.oracionismo de parte da popula)*o durante a 'uerra, a Fran)a passou por
importante reconstru)*o pol%tica " perfil pol%tico definiu-se ao redor dos Partidos Comunistas,
socialista e o (ovimento Repu.licano Popular >democrata-crist*oA 2 constitui)*o de 5<=@
esta.eleceu um poder e4ecutivo fr9'il em .enef%cio do le'islativo 2t# o fim dos anos ;, uma
alian)a entre socialistas e o (ovimento Repu.licano dava & Fran)a destacado papel dentro dos
es0uemas internacionais de inte'ra)*o e coopera)*o, afian)ando o ressur'imento europeu >"72I,
5<=< CEC2, 5<;5 CEE, 5<;DA (as os pro.lemas coloniais a.alaram profundamente o pa%s o
ietn* e a 2r'#lia mostraram a incompet:ncia diplom9tica para encontrar uma solu)*o ne'ociada e
transformaram-se em retum.antes derrotas militares 2pesar do sucesso econ3mico de importantes
setores do pa%s, a L'uerra su+aM na 2r'#lia e a press*o dos militares de e4trema direita em manter a
col3nia des'astaram completamente a / Rep1.lica 2 elei)*o de !e Gaulle em 5<;K, como um
'overno de Lsalva)*o nacionalM, foi acompanada de uma nova constitui)*o e um fort%ssimo poder
e4ecutivo >podia nomear o cefe do 'overno, dissolver a 2ssem.l#ia Iacional, usar poderes
e4cepcionais nas crises, apelar diretamente aos eleitores via ple.iscitosA !e Gaulle +o'ou todo o
seu prest%'io no reconecimento da independ:ncia da 2r'#lia >5<@?A, apesar da violenta campana
do 'rupo paramilitar de e4trema direita "r'ania)*o do E4#rcito Secreto >"r'aniation arm#e
secrete, "2SA Ia pol%tica e4terna, procurou autonomia ante o .loco ocidental, tentando recuperar o
or'ulo franc:s, uma posi)*o internacional de desta0ue e 0uestionando o 'rau de in'er:ncia dos
interesses dos EU2 dentro da Europa 2ssim devem ser avaliadas a retirada francesa do mando
unificado da "72I >5<@@A e visita de !e Gaulle ao Canad9 francófono >5<@DA e as iniciativas
nucleares desde o in%cio dos anos @ /nternamente, por#m, o 'overno sofreu s#rios
0uestionamentos de setores econ3micos pre+udicados com a inte'ra)*o europ#ia X persist:ncia do
desempre'o e da infla)*o somaram-se descontentamentos re'ionais contra o centralismo de Paris
Em 5<@K, conflu%ram as reivindica)8es oper9rias com a intensa mo.ilia)*o estudantil 0ue produiu
o Lmaio franc:sM " 'overno conse'uiu com.at:-lo, mas pouco depois, um !e Gaulle
profundamente des'astado retirava-se da cena pol%tica

Ia Gr*-Bretana, o fim da 'uerra trou4e um fato surpreendente Jinston Curcill, lideran)a maior
na resist:ncia ao naismo, foi derrotado na elei)*o de +ulo de 5<=; Clement 2ttlee, tra.alista,
venceu com um pro'rama de amplas reformas sociais e nacionalia)8es " pro'rama de
nacionalia)8es atin' iu o Banco da /n'laterra, os setores mineiros, as ferrovias, o '9s e a
eletricidade Paralelamente, um ousado plano previdenci9rio ameniava o desempre'o, 'arantia
sa1de p1.lica e a.ria frentes de tra.alo atrav#s de um pro'rama de moradias populares Para
financiar tudo isto, al#m de uma pol%tica de austeridade, optava-se por diminuir o prota'onismo
internacional, ficando a re.o0ue da orienta)*o dos EU2 e a.rindo m*o de importantes col3nias
>Yndia, Pa0uist*o, Birmânia e Ceil*oA " 'overno 2ttlee promoveu restri)8es ao consumo e ao
sal9rio Pior, a escalada militar dos EU2 na Cor#ia e o conse0ente rearmamento do e4#rcito in'l:s
>ante a perspectiva de um novo conflito de propor)8es mundiaisA o.ri'aram o 'overno a cortar o
or)amento dos pro'ramas sociais " resultado n*o poderia ser diferente em 5<;5, os conservadores
voltaram ao poder 7ina in%cio um per%odo de leve desnacionalia)*o >siderur'ia, transporte
rodovi9rioA mas mantinam-se as reformas sociais, assim como consolidava-se a pol%tica de
ne'ocia)*o das independ:ncias coloniais em troca da perman:ncia na Commonealt Em 5<@= os
tra.alistas voltaram a vencer >H JilsonA e, apesar das dificuldades monet9rias, mantiveram os
pro'ramas sociais e os investimentos em escolas, ospitais e moradias Concomitantemente,
cresceram os conflitos no Ulster >/rlanda do IorteA Io in%cio dos anos D, o recrudescimento da
0uest*o irlandesa, acompanada da radicalia)*o dos setores oper9rios e a crescente perda de
competitividade da ind1stria in'lesa es.o)ou um 0uadro de profunda crise
Ia /t9lia manifestava-se
antimonar0uista desdeamericana
(as a press*o a 'uerrae uma
uma recomenda)*o
forte tend:ncia revolucion9ria,
sovi#tica antifascista dae
ao cola.oracionismo
es0uerda com os setores .ur'ueses esvaiaram os setores radicais Em +uno de 5<=@, um ple.iscito
re+eitou a (onar0uia >;= dos votosA "r'aniou-se ent*o, a LReconcilia)*o IacionalM, coali*o
liderada pela democracia-crist* >!CA, so. a 0ual se moviam inclusive, setores fascistas
so.reviventes Io ano se'uinte, os representantes socialistas e comunistas, so. o calor do
endurecimento das rela)8es URSS-EU2, foram e4pulsos do 'overno Em 5<=K, a vitória eleitoral
do .loco da direita, cu+o ei4o era !C apoiada pela /'re+a e pelos EU2, afastou o Lperi'o vermeloM
esta.elecendo as .ases para reconstru)*o do pa%s L" mila're dos anos ;M n*o escondeu as maelas
de uma /t9lia muito desi'ual em termos sócio-econ3micos e re'ionais " contraste entre o Iorte
industrialiado e o Sul a'r9rio se manteve, sendo percept%vel a perman:ncia do flu4o mi'ratório do
se'undo para o primeiro 2 necessidade de apoiar-se em alian)as re'ionais levou a !C a faer
concess8es a outras for)as pol%ticas, provocando se'uida insta.ilidade ministerial Entrementes, a
es0uerda passou a aceitar o +o'o pol%tico da democracia parlamentar e apro4imou-se dos setores
pro'ressistas da !C /sto permitiu 0ue, em 5<;K e 5<@, coali8es entre a !C e a es0uerda
es.o)assem um Estado de .em-estar, como no resto da Europa "cidental Por#m, no fim dos anos
@, os pro.lemas avolumaram-se ouve desacelera)*o econ3mica com infla)*o e desempre'o,
so.reviv:ncia de pr9ticas de nepotismo, clientelismo e corrup)*o das elites " descontentamento
social manifestou-se na forma de 'reves maci)as >5<@<A por sal9rio e fortalecimento dos conselos
de representantes sindicais nas ne'ocia)8es capital-tra.alo-Estado

2 inser)*o do Oap*o no cen9rio internacional causou impacto 2 derrota militar atin'iria duramente
dois pressupostos ideoló'icos .9sicos da sociedade nip3nica, o racismo e o papel divino do
imperador 2t# 5<;5, o 'eneral (ac2rtur administrou o pa%s como território ocupado !urante tal
per%odo foram fi4adas as .ases da recupera)*o do pa%s "s EU2 tinam cinco ei4os de interesse 5A
a destrui)*o do poder militar e a responsa.ilia)*o das suas a)8es ?A a desmilitaria)*o da
sociedade e reconvers*o industrial A a democratia)*o do pa%s e a limita)*o do poder do
imperador >Constitui)*o Parlamentar e Sufr9'io UniversalA =A o desenvolvimento econ3mico 0ue
'arantisse o retorno aos investimentos americanos e auto-sustentasse a reconstru)*o do pa%s e ;A a
transforma)*o do Oap*o em ponto de apoio do sistema defensivo dos EU2 no E4tremo "riente

2ssim sendo, diversas a)8es foram encaminadas para moderniar a mentalidade das elites, impor o
reconecimento dos sindicatos e a reforma a'r9ria 2 reativa)*o econ3mica partiu da modernia)*o
do par0ue industrial preservado pela 'uerra 2s in+e)8es de capital e4terno e a Guerra da Cor#ia
aceleraram o desenvolvimento 2 com.ina)*o de fatores con+unturais com a e4ist:ncia de uma m*o-
de-o.ra .arata e relativamente dócil, a conten)*o do 'asto p1.lico e da infla)*o, e a capacidade de
poupan)a do Estado e da popula)*o 'arantiram o Lmila're +apon:sM Em fun)*o do car9ter
estrat#'ico e 1nico 0ue o Oap*o tina para os EU2 no conte4to da Guerra Fria, o pa%s n*o precisou
direcionar capitais para a se'uran)a nacional ou outros 'astos militares >.em ao contr9rio da0uele
pa%s, L'uarda-cuva nuclearM do mundo ocidentalA !esde a sa%da de (ac2rtur, o Partido 6i.eral-
!emocr9tico esta.eleceu-se no 'overno mantendo la)os or'ânicos com influentes setores
econ3micos Ios anos @, a economia +aponesa ocuparia amplos espa)os internacionais 2d0uirindo
e produindo tecnolo'ia avan)ada, adaptando patentes importadas e desenvolvendo a capacidade de
concentra)*o da m*o-de-o.ra no tra.alo, estruturou uma sofisticada ind1stria sider1r'ica, naval,
automo.il%stica e eletr3nica I*o só ocupava mercados e4ternos como o aumento da renda nacional
criara um 'rande mercado interno

2 reestrutura)*o teve s#rias implica)8es sociais 2s profundas altera)8es no sistema produtivo, o


perfil do empre'o e o a.ur'uesamento de se'mentos oper9rios provocaram desdo.ramentos Em
.reve linas, pode-se destacar

5A 2 e4tens*o da mecania)*o da a'ricultura e sua intensifica)*o tecnoló'ica produiu constante


diminui)*o do campesinato e est%mulo & ur.ania)*o da sociedade 2 introdu)*o da .iotecnolo'ia e
a cria)*o seletiva aumentava a produtividade, li.erando .ra)os no campo Se no mundo
desenvolvido o impacto desse processo so.re o tecido social foi ameniado por outras fontes de
tra.alo nas cidades, no 7erceiro (undo produiu :4odo rural e os cintur8es ur.anos de mis#ria
7al situa)*o com.inou-se com a e4plos*o demo'r9fica, resultando em falta de espa)o, polui)*o,
insufici:ncia de redes sanit9rias, aus:ncia de 9reas verdes e e4cesso de automóveis

?A " crescimento do proletariado europeu, no imediato pós-'uerra, acompanou a incorpora)*o do


fordismo, assim como a e4plora)*o e4tensiva de setores econ3micos cu+as potencialidades, antes da
'uerra, n*o aviam sido utiliadas " uso de tecnolo'ias mais sofisticadas, antes da 'uerra, como a
automa)*o e a posterior ro.otia)*o, produiu pro.lemas 0ue se a'ravariam a partir dos anos D
"utro fator a considerar # 0ue o custo social da m*o-de-o.ra europ#ia, prote'ida pelo Estado de
Bem-estar, estimulou a transfer:ncia de empresas para a periferia, onde uma s#rie de vanta'ens
comparativas, como .ai4os sal9rios e leis sociais permissivas, possi.ilitou o deslocamento con+unto
de va'as de tra.alo >em.ora o n1mero destas fosse 'eralmente inferior &s fecadas na matri da
empresa, pois a a.ertura de novas f9.ricas implicava a ado)*o de par0ues industriais mais
modernosA V comum nos anos D, a presen)a dos Lcintur8es de ferru'emM nas anti'as cidades
industriais europ#ias, resultado de desindustrialia)*o de certos setores produtivos >Ho.s.am,
5<<;, p?<DA Constata-se, entre os oper9rios com capacidade de consumo nos pa%ses desenvolvidos,
uma 'radual acomoda)*o social, perda de solidariedade e com.atividade " acesso ao consumo de
certos .ens de massa, o pleno empre'o, assim como o entorno protetor do Estado de .em-estar,
moderaram as reivindica)8es e fra'iliaram o poder sindical Parte desse .em-estar de setores do
operariado europeu e americano foi financiado pelos tra.aladores do 7erceiro (undo, 0ue, com o
seu tra.alo, 'eraram a ri0uea dos Estados perif#ricos, canaliada e transferida, atrav#s do
com#rcio desi'ual e do pa'amento de +uros e d%vidas, aos pa%ses desenvolvidos

A 2 ascens*o da muler, como prota'onista produtiva e pol%tica, concretiou-se rapidamente "s


anos 'loriosos vislum.raram uma crescente determina)*o para o seu prota'onismo " papel
desempenado na reta'uarda da 'uerra, tanto no setor produtivo, 0uando na estrutura familiar,
permitiu acesso maci)o ao ensino e ao mundo do tra.alo (as permaneceu a desi'ualdade salarial
com um dos 'raves pro.lemas a enfrentar dentro da perspectiva da valoria)*o profissional
Socialmente, a independ:ncia da muler deu saltos si'nificativos " sal9rio e as p%lulas
anticoncepcionais aceleraram uma conscientia)*o social feminina 0ue promoveria uma verdadeira
revolu)*o comportamental e ideoló'ica no fim dos ano @ 2 concep)*o tradicional da fam%lia e da
rela)*o entre os se4os modificava-se radicalmente

=A 2 e4i':ncia de maior 0ualifica)*o da m*o-de-o.ra e o contato com novas tecnolo'ias levaram &
universalia)*o da alfa.etia)*o e do ensino fundamental 2t# os setores po.res passaram a ter mais
consci:ncia da importância da educa)*o para a ascens*o social 2 amplia)*o das escolas e da
universidades foi o.+eto de press*o pol%tica, inclusive no 7erceiro (undo " papel da educa)*o na
politia)*o das massas secundaristas e universit9rias foi evidente Gera)8es mais conscientes,
cr%ticas, e4i'entes e mais .em instrumentaliadas sur'iram deste processo Por isso 5<@K foi o ano
da e4plos*o estudantil E4i'ia-se o are+amento 'eral do mundo acad:mico (as criticavam-se
tam.#m as contradi)8es de uma sociedade 0ue come)ava a ter pro.lemas sociais crescentes, al#m
da .urocratia)*o, massifica)*o, despersonalia)*o e aliena)*o Secundaristas e universit9rios
clamaram
0ue estavamcomo uma 'era)*o
rece.endo 0ue .uscasse
das 'era)8es seu espa)o
anteriores mas muitoomais
o imperialismo, 'ritaram
napalm contraat3mica,
e .om.a o le'adoa
mercantilia)*o de tudo e os valores consumistas da sociedade .ur'uesa, 0ue pausteriava e
massificava 0ual0uer postura aut3noma e solid9ria " parado4o # 0ue a radicalia)*o era de setores
0ue, em tese, viviam muito melor 0ue a 'era)*o anterior mas 0ue e4i'iam, al#m da 0ualidade
material, mais 0ualidade de vida O9 no 7erceiro (undo, 5<@K foi muito mais do 0ue isso foi
tam.#m den1ncia da opress*o econ3mica e4terna, do su.desenvolvimento cr3nico e de muitos
autoritarismos

;A 2 'uerra provocou 'rande crise no sentimento reli'ioso 2s posturas das diversas i're+as ante o
olocausto e diante do próprio naismo foram muitas vees, am.%'uas 2 dimens*o da destrui)*o
umana e material atin'iu em ceio a f# das pessoas 2 isto somou-se a forte presen)a do
materialismo consumista como medida de sucesso e esta.ilidade 2 elei)*o de Oo*o $$/// para o
papado em 5<;K, iniciou um fase de a.ertura aos pro.lemas sociais 2s enc%clicas (ater et (a'istra
>5<@5A so.re aspectos sócio-ec3nomicos, e Pacem in 7erris >5<@?A envolvendo a pa e as rela)8es
internacionais, confirmaram essa preocupa)*o Finalmente, o Conc%lio aticano // >5<@?-5<@;A
esta.elecia as .ases para uma orienta)*o mais sens%vel & situa)*o dos setores po.res e terceiro-
mundistas
" car9ter destrutivo da 'uerra produiu refle48es so.re os limites do uso da ci:ncia e da tecnolo'ia
e so.re os fundamentos de uma #tica civiliatória 2 perda da umanidade estava presente numa
sociedade profundamente ferida /mportante, apesar da euforia material dos anos 'loriosos, sempre
pesou so.re a consci:ncia coletiva a lem.ran)a da .ar.9rie anterior e o medo do olocausto nuclear

"s novos desafios e a procura de novas respostas estimularam a produ)*o cient%fica Ias ci:ncias
econ3micas polemiou-se so.re os caminos a se'uir no mundo do pós-'uerra TeQnes, Gal.rait,
Samuelson e os ultrali.erais HaQecW e Friedman apontaram caminos diferentes para a nova ordem
econ3mica Ia filosofia, o e4istencialismo e o mar4ismo marcaram posi)*o a partir de novas
correntes 0ue renovaram o am.iente intelectual Sartre, 2ltusser e (arcusse estiveram entre os
principais inspiradores da efervesc:ncia pol%tico-cultural do fim dos anos @

7am.#m a produ)*o art%stica e liter9ria sofreu impacto direto dos acontecimentos do per%odo "s
novos avan)os cient%ficos permitiram utiliar outros recursos de e4press*o >o pl9stico na escultura,
a eletr3nica na m1sicaA " e4perimentalismo, a e4ist:ncia de um p1.lico muito maior e de mediana
forma)*o e as diversas percep)8es so.re os fatos produiram uma e4plos*o de manifesta)8es
art%sticas e4tremamente variadas Ia pintura, entre outras correntes, destacavam-se a perman:ncia
do surrealismo, presente no mundo dos sonos, das alucina)8es e do su.consciente >(iró, !al%A e a
aus:ncia de elementos fi'urativos na e4plos*o colorida das formas no a.stracionismo >TandinsWi,
(ondrian, PoliaWoffA Fortemente marcada pela sociedade individualista e de consumo de fins dos
anos ;, a Pop 2rt foi a 'rande representa)*o pl9stica dos anos 'loriosos, mostrando o efeito da
massifica)*o e a mercantilia)*o de tudo atrav#s da transforma)*o de %cones em produtos de
consumo

Ia ar0uitetura, os avan)os t#cnicos permitiram responder &s enormes demandas ur.anas Pr#dios
'i'antescos >edif%cios, est9dios, aeroportos, depósitosA 9reas a.ertas acompanando a e4pans*o
ur.ana, a utilia)*o crescente de novos materiais >vidro, alum%nioA, a op)*o pela altura para dar
mais espa)o &s superf%cies verdes etc S*o marcadas re'istradas disso o edif%cio da "IU, em Iova
ZorW, e as concep)8es arro+adas e funcionais de "scar IiemaQer para a cidade de Bras%lia

2 m1sica, al#m de 'anar ri0ueas r%tmicas important es, tornou-se o.+eto de 'rande consumo de
massas 2ssociada & evolu)*o da mo.ilidade social dos +ovens e adolescentes, aproveitou-se da
fant9stica
televis*o possi.ilidade de ser
e alta-fidelidade torreproduida como
naram-na e4t nunca
remam ente antes o fora
popula " disco
r e pro duirade
m vinil,
o feno3me
r9dio,
no ada
amplia)*o permanente de p1.lico, independentemente de estilos musicais " fen3meno musical
marcante dos anos 'loriosos foi o RocW de Elvis PresleQ a Oimi Hendri4, passando pelos Beatles, o
rocW pautou musicalmente as mudan)as sociais do seu tempo

Ia literatura ecoaram profundamente os pro.lemas do per%odo 2s 0uest8es sociais, a 'uerra e o


pós-'uerra, as infind9veis feridas a.ertas, individuais ou coletivas, o ma0uinismo e a massifica)*o,
o autoritarismo, o papel da ci:ncia, a .urocracia, a contesta)*o etc "rel, Greene, Camus,
(alrau4, Brect, Jeiss, PasternaW, Terouac, Hemin'aQ e Ieruda s*o al'uns dos tantos nomes
0ue refletiram a realidade do pós-'uerra no romance e na poesia

Por 1ltimo, a 0ue # considerada a arte mais caracter%stica do s#culo $$, o cinema Estourou como
um 'rande ve%culo de massa, emocionando o p1.lico com ima'ens, ilus8es e mensa'ens 2
concep)*o de industria cinemato'r9fica lem.ra as modernas empresas produtivas do fordismo 2
preocupa)*o com resultados comerciais imediatos tornou-se o móvel da maioria das produ)8es,
reduindo sensivelmente a 0ualidade do produto 2s inova)8es t#cnicas foram rapidamente
incorporadas, como a cor e tela panorâmica, assim como aproveitaram-se as escolas de cinema Se #
verdade 0ue se criou um mercado para o entretenimento >aproveitando a demanda da massa por
op)8es de laerA, tam.#m # verdade 0ue al'uns diretores produiram 'randes o.ras refle4ivas
Rossellini, !e Sica, Capra, Jeles, 7ruffaut, Gordad, 7ati, Bu[uel, Jilder e Ber'man est*o entre
eles 2 ind1stria de HollQood marcou a produ)*o do per%odo, diversificando tem9ticas e
investindo muito dineiro em 'randes produ)8es E cumpriu, tam.#m, importante papel na
e4pans*o ideoló'ica do Lmodo de vida americanoM, +untamente com a televis*o /nclusive, a difus*o
desta 1ltima 'erou uma ind1stria própria 0ue teve nos EU2 o 'rande motor propulsor !esde os
anos ;, come)aram a produir-se e a e4portar-se intermin9vel e variada produ)*o de s#ries de 7
americanas Produtos t%picos da industria cultural massificada de .ai4a 0ualidade para p1.licos
pouco e4i'entes, a 7 e o cinema >assim como as istórias em 0uadrinosA desempenaram
destacado papel na padronia)*o cultural em curso nos anos ; e @

 2s Bases do Estado de Bem-Estar social o Pro+eto social-democrata para a umania)*o do


capitalismo

2s participa)8es malsucedidas de partidos pol%ticos de orienta)*o social-democrata no poder,


durante o entre 'uerra, e a vontade de marcar distância do socialismo sovi#tico, levaram essa
corrente, em diversas partes da Europa, a prioriar a participa)*o dentro dos limites da le'itimidade
do Estado .ur'u:s 2ssim, atrav# s do +o'o eleitoral e do sistema de alian)as pol%tica s, o o.+etivo
passou a ser o acesso ao 'overno para introduir al'umas reformas de car9ter social, e ent*o,
voltando & trinceira do parlamento, defender tais avan)os at# uma nova ce'ada ao 'overno Com
este tipo de atua)*o, defendendo pro'ramas de moradia popular, luta contra o desempre'o ou
pens*o para os idosos, consideravam 0ue cumpriam com o seu papel Pensavam 0ue, se n*o
eliminavam as contradi)8es do capitalismo, a+udavam a com.ater as tens8es mais vis%veis Ieste
sentido, tinam ra*o, pois n*o modificaram a estrutura econ3mica nem a rela)*o de for)as
e4istentes

" cruamento das propostas de TeQnes com o 'radual afastamento da social-democracia de


propostas revolucion9rias levou-os ao o.+etivo de 'erenciar a economia capitalista, limitando-se a
com.ater seus efeitos sociais ne'ativos "u se+a, atrav#s do Estado, desenvolver pro'ramas sociais,
'arantir o pleno empre'o e evitar dese0uil%.rios internos acentuados 2 tese WeQnesiana de 0ue uma
sociedade sadia devia ter produtividade crescente sustentada num forte mercado consumidor
refor)ava a op)*o social-democrata de 'arantir pleno empre'o, .ons sal9rios e rao9vel co.ertura
social 2 solu)*o era aumentar o consumo isando com.ater a li.erdade caótica das for)as do
mercado, propela
compensada punam a suaa re'
pa social ser ulamenta)*oe+a-se
constru%da racional
0ue,Ess a relcon+untura
numa ativa in'er:ncia do Estad
e4tremamente o era
sens%vel
&s demandas sociais deprimidas pela 'uerra e estimuladas pelo avan)o .olcevi0ue, a proposta
social-democrata n*o dei4ava de ser sedutora para o capitalismo e para a .ur'uesia Ieste sentido,
as estatia)8es .ritânicas levadas a ca.o pelos tra.alistas entre 5<=@ e 5<=D, foram .em sucedidas
pela .ur'uesia Por 0u: Por0ue a orienta)*o reformista defendia a participa)*o do Estado na
atividade econ3mica em circunstâncias especiais, a.rindo m*o da estatia)*o ou socialia)*o 'eral
dos meios de produ)*o 2ssim, o Estado intervina nos se'uintes setores estrat#'icos ou 0ue
e4i'iam um enorme volume de capital privado Fora estas situa)8es, a orienta)*o reformista era a
de 0ue es0uecer posturas radicais anteriores e n*o mais amea)ar o capital e a prosperidade privada
/sto interessava muito a .ur'uesia

" a.andono das teses revolucion9rias pela social-democracia isolou a es0uerda europ#ia dentro de
um 0uadro de Lsatania)*oM do .olcevismo e do comunismo Por#m, n*o se tratou somente disto
"s social-democratas manifestariam diferen)as concretas em rela)*o aos pro+etos socialistas e
a.riram m*o de fatores pol%ticos mo.iliadores 2 op)*o pelo reformismo dentro dos limites do
capitalismo a.riu-les cances eleitorais Ia pr9tica, procurou-s um consenso, um compromisso de
classe envolvendo o capital e o tra.alo TeQnes +9 avia dado o sinal, ca.ia ao Estado intermediar
tal rela)*o >Estado re'uladorA "s Social-democratas preenceram esse Estado com preocupa)8es
sociais pro'ressistas e at# umanistas >se comparadas &s outras propostas da direitaA " consumo
passava pelo compromisso dos capitalistas em direcionar parte dos seus lucros &s atividades
produtivas >criando mais empre'osA e em concordar com uma distri.ui)*o de ri0uea > sem colocar
em risco, em momento al'um, a propriedade privada ou a ierar0uia social e4istenteA O9 os
tra.aladores aceitavam as re'ras do funcionamento do sistema, inseriam-se nele e reconeciam a
propriedade privada do capital Esta foi a compensa)*o da produtividade e da distri.ui)*o de
parcela dos 'anos Sintetiou a com.ina)*o de crescimento econ3mico com uma m*o-de-o.ra
plenamente empre'ada, com sal9rios rao9veis e prote'ida pelo Estado de .em-estar social 7*o
forte foi o impacto deste tipo de proposta & sociedade 0ue at# setores pol%ticos de direita a
assumiram, mesmo 0ue parcialmente 2ssim se e4plica o por0u: dos conservadores na /n'laterra ou
da democracia-crist* na 2lemana preservarem parte do Estado de .em-estar Portanto, o Estado foi
instrumento de diversas a)8es encadeadas 5A assumiu as atividades 0ue n*o interessavam ao setor
privado, mas 0ue eram 'lo.almente importantes ?A re'ulou, mediante mecanismos pol%ticos, as
rela)8es econ3micas entre o capital e o tra.alo e compensou os efeitos distri.utivos do mercado
A desempenou papel econ3mico, fornecendo servi)os e insumos a .ai4o custo, financiando a
atividade privada, realiando o.ras p1.licas e capacitando a m*o-de-o.ra =A incorporou m1ltiplos
pro'ramas sociais >assist:ncia familiar, a.itacional, au4%lio financeiro, sa1deA

"s 'overnos deviam estimular o aumento da produ)*o, diminuir o n1mero dos e4clu%dos do circuito
produtivo e, conse0entemente, promover o crescimento da demanda de todo tipo de consumo
Fundamentalmente, deviam promover uma melor distri.ui)*o de renda entre os setores menos
a0uinoados 2umento s salariais, su.s%dios, 'astos e investimentos 'overnamentais, pr:mios,
redu)*o de impostos, oferta de servi)os sociais etc 7ais eram os mecanismos 0ue apontavam nessa
dire)*o Encontrar um consenso social e pol%tico era o 0ue de mais interessante avia no cen9rio
institucional do pós-'uerra Nuase todos os pro'ramas de 'overno referiam-se a tal o.+etivo "
pleno empre'o e a i'ualdade para todos no rece.imento dos servi)os do Estado de .em-estar social
contentavam se'mentos importantes da popula)*o

Havia, no entanto, um erro de perspectiva nessa proposta de consenso 2 social-democracia


considerava 0ue com o crescimento econ3mico e 'anos de produtividade, avia fatias maiores de
ri0uea para distri.uir entre as massas empre'adas Podia +ustificar, ent*o, 0ue era mais eficiente
a.andonar o 0uestionamento so.re a le'itimidade da propriedade privada dos meios de produ)*o e
aumentar uma fiscalia)*o racional so.re o funcionamento da economia E devia convencer os
capitalistas
afastado de 0ue eles
o fantasma da tinam a 'anar
revolu)*o comdo
no in%cio a manuten)*o
pós-'uerra, de um clima
o capital de esta.ilidade
partiria & procura deEntretanto,
melores
ta4as de remunera)*o, deslocando-se para o 7erceiro (undo >caso das multinacionaisA !a mesma
forma, a incorpora)*o de novas tecnolo'ias faia parte da racionalidade do capitalismo em fase de
maior internacionalia)*o 7anto num caso como no outro, iniciou-se um processo de desempre'o
0ue tomaria um vi#s profund amente a'udo a partir dos anos K S*o dois e4emplos 0ue mostram
como o compromisso do capital com a proposta social-democrata funcionou en0uanto a0uele n*o
encontrou melores condi)8es de reprodu)*o Ia pr9tica, a social-democracia dei4ava at# de ser
reformista I*o tendo o.+etivos nem a)8es revolucion9rias, mesmo assim o reformismo devia
produir, 'radualmente, transforma)8es estruturais (as isto se o Estado n*o tivesse assumido
atividades em setores n*o-lucrativos 0ue su.sidiaram a industria privada >monta'em de infra-
estrutura de transportes e comunica)8es para via.iliar empresas particulares, venda de ener'ia ou
mat#ria-prima su.sidiada etcA "u se+a, o desempeno por de.ai4o do seu real custo si'nificou
transfer:ncia de fundos estatais ao setor privado Nuer dier, retiraram-se do Estado os recursos
com os 0uais poderia desenvolver um verdadeiro pro+eto de estatia)8es Empresas e investimentos
deficit9rios invia.iliaram em m#dio prao o setor p1.lico Escondeu-se, por#m, 0ue su.sidiaram
em 'rande parte, a e4pans*o privada Nuando, em meados dos anos D, os investimentos p1.licos
ficaram o.soletos e sucateados, por falta de reinvestimento e de co.ran)a de pre)os de mercado,
foram alvo de cr%ticas pelos defensores das privatia)8es e dos 0uais e4i'iam Lmenos EstadoM "
ar'umento usado seria o da incompet:ncia do setor p1.lico e da incapacidade re'uladora do Estado
>PreorsWi, 5<K< P;KA

"utra cr%tica 0ue se fa & social-democracia # 0ue, ao impedir a revolu)*o, promovendo o
compromisso de classe 0ue imo.iliou os setores sociais mais radicais, fortaleceu o mercado " seu
pro+eto de compromisso n*o só n*o eliminou as contradi)8es estruturais do capitalismo como
perpetuou a necessidade de manter so. controle os dese0uil%.rios V outro parado4o defendendo
uma economia de mercado com crescente produtividade para manter o pacto social, a social-
democracia fortaleceu o capital e a+udou-o a com.ater suas contradi)8es >dese0uil%.rio na
distri.ui)*o de ri0uea, efici:ncia pela redu)*o salarial, tend:ncias ao desempre'o etcA So. os
preceitos WeQnesianos, a social-democracia procurou conciliar, via Estado, o controle democr9tico
da economia com os interesses privados V ine'9vel 0ue durante os anos 'loriosos esta e4peri:ncia
pareceu definir uma fórmula 0ue satisfaia & maioria dos atores sociais envolvidos " Estado de
.em-estar social f oi uma realidade 0ue se concretiou, em diversos momentos, em 'rande parte da
Europa "cidental Por#m, muito mais do 0ue o en'a+amento de uma consci:ncia solid9ria, o 0ue
motivou o capital e os capitalistas a sustentar o Estado de .em-estar foi o medo do impacto 0ue as
con0uistas sociais dos tra.aladores sovi#ticos poderiam ter so.re o movimento oper9rio mundial
E n*o se es0ue)a de 0ue o financiamento da ades*o ao pacto de consenso teve a enorme
contri.ui)*o indireta da e4plora)*o desenfreada 0ue o 7erceiro (undo continuou sofrendo das
economias centrais

!e 0ual0uer forma, o consumo de .ens cotidianos, como alimento, vestu9rio, moradia e laer,
estava ao alcance da m*o da0ueles 0ue, at# pouco tempo atr9s, os consideravam como lu4o V isto
0ue deu um 'rande f3le'o &s teses defendidas pela social-democracia europ#ia I*o li.ertava o
omem da e4plora)*o, mas tornava-o consumidor do sistema Funcionou assim, en0uanto durou o
consenso e este foi sustent9vel en0uanto 'arantiu empre'o e se'uran)a social

Io pós-'uerra, o Estado aumentou sua atua)*o no con+unto da sociedade, ampliou suas fun)8es e
consolidou-se como pilar da recupera)*o em marca 2 interven)*o do Estado re'ulador deu-se em
duas 'randes esferas a econ3mica, propriamente dita, e a social Em rela)*o & primeira, ca.e
lem.rar 0ue visou re'ular o funcionamento 'lo.al da economia, impulsionando e sustentando a
e4pans*o econ3mica !entro desta perspec tiva, promoveu investime ntos em tr:s dire)8es 5A
ind1strias vinculadas ao desenvolvimento da sociedade de .em-estar ?A ind1strias de .ens de
consumo
em dur9veis
espa)os >prioridade
interiores paraassumiu
" Estado os automóveisA
o.ras deAinfra-estrutura
desenvolvimento de novas
2l#m re'i8es
da oferta industriais
de tra.alo
previs%vel, as demandas de materiais e outros recursos para tais o.ras, por sua ve, multiplicaram e
dinamiaram outros setores produtivos, inclusive privados 2ssim, o.ras em estradas, ferrovias,
rede el#trica, rede de es'oto etc eram em parte de pro'ramas de ur.ania)*o vinculados a cria)*o
de empre'os e esvaiamento de tens8es sociais

"utra atividade em 0ue o Estado e4erceu uma a)*o direta so.re a produ)*o foi o financiamento de
parte da pes0uisa cient%fico-tecnoló'ica Por outro lado, apesar de destacar-se muito a procura do
.em-estar social, a pol%tica de compromisso entre capital e tra.alo teve como uma das re'ras
.9sicas a prote)*o da propriedade privada e da economia de mercado Sendo assim, usaram-se
diversos artif%cios 0ue estimulara m o capital privado su.ven)8es, isen)8es fiscais, linas de
financiamento, pro'ramas monet9rios etc " Estado ainda comportou-se como consumidor >para os
servi)os sociais 0ue prestava e os .ens p1.licos 0ue prote'iaA, sendo um 'rande consumidor de
armamento e apetrecos militares

Finalmente, desenvolveu-se uma pol%tica e4terna a'ressiva, em termos econ3micos, dando


sustenta)*o aos investimentos e empresas 0ue a'iam no mercado mundial !e forma 'eral, estas
foram tend:ncias 0ue caracteriaram a interven)*o econ3mica do Estado do pós-'uerra e+amos
al'uns casos espec%ficos

2 Fran)a teve um forte processo de estatia)8es, pressionada pela presen)a de socialistas e


comunistas no primeiro 'overno do pós-'uerra Companias de se'uro, .ancos, setores ener'#ticos
>'9s, carv*o e eletricidadeA e empresas espec%ficas, como Renault e 2ir France, passaram &s m*os
do Estado >representando 0uase 5\; de toda a produ)*o industrialA 2 planifica)*o estatal visou as
'randes empresas, investindo pesados recursos em tecnolo'ia 2t# 5<;?, o Estado produiu um
crescimento dese0uili.rado, pois privile'iara o carv*o, a)o, cimento, eletricidade, ma0uinaria
a'r%cola, transporte e, depois, petróleo e fertiliantes 2 monta'em dessa infra-estrutura nos anos ;
estimulou, com su.s%d ios e linas de cr#dito, o capital privado 2 aus: ncia do controle estatal no
setor de .ens de consumo ori'inou um dese0uil%.rio entre pre)os e sal9rios 2 deteriora)*o destes
provocou uma onda de 'reves e a retirada dos sindicalistas das comiss8es de modernia)*o >ór'*os
de ne'ocia)*o empres9rio-sindicalista-EstadoA

Ia /n'laterra, os princ%pios TeQnesianos estavam arrai'ados !esde 5<== o pleno empre'o e a


previd:ncia social eram o.+etos de estudo 2trav#s de uma pol%tica fle4%vel entre sal9rios e pre)os,
avia uma preocupa)*o com uma distri.ui)*o de renda mais e0uili.ra da " principal mecanis mo
para isto foi o imposto pro'ressivo 0ue ta4ava a renda, eran)as e patrim3nio imo.ili9rio Em 5<=@,
os tra.alistas, no poder, estatiaram setores estrat#'icos, criando fortes monopólios estatais Ounta
Iacional do Carv*o >5<=@A e Ounta Iacional das Ferrovias Britânicas >5<=@A Ounta Iacional dos
7ransportes (arinos >5<=@A, Ounta Iacional do 2)o >5<=KA Estatiou-se tam.#m, o Banco da
/n'laterra, os aeroportos, a televis*o e o r9dio, o transporte rodovi9rio e a)8es da Britis Petroleum
Rolls-RoQce 2pro4imadamente ? da ind1stria .ritânica estavam estatiados (esmo assim, o
Estado resistiu a assumir formulas 'lo.ais de plane+amento "s conservadores, ao voltarem ao
poder, mesmo privatiando al'uns setores estatais, mantiveram outros e partiram, nos anos @, para
um plane+amento m%nimo, pressionados pelos investidores privados Sur'iu, assim, em 5<@?, o
Conselo Iacional para o !esenvolvimento Econ3mico, inte'rado por seis empres9rios, seis
sindicalistas, seis representantes do 'overno e dois especialistas Este or'anismo deu maior
confian)a ao setor privado e criou as leis de Ci:ncia e 7ecnolo'ia >5<@;A e E4pans*o /ndustrial
>5<@KA

Ia /t9lia, o /nstituto de Reconstru)*o /taliano >/R/A, cr iado durante o re'ime fascista, preservou-se
no pós-'uerra inculado ao 'overno, encaminou a recupera)*o industrial da re'i*o norte e um
pro'ramanademeloria
investir desenvolvimento para evitando
social interna, o sul Houve o cuidado
o aumento das para dinamiarIos
importa)8es as anos
e4porta)8es antesum
;, +9 avia de
pro'rama de plane+amento para a d#cada e pol%ticas para o desenvolvimento da 0u%mica,
petro0u%mica e siderur'ia

Ia 2lemana ocorreu, simultaneamente, o est%mulo da livre concorr:ncia e do livre mercado e


a)8es de plane+amento Umas delas foi a suspens*o dos 'randes cart#is >como no setor .anc9rioA,
descentralia)*o das 'randes unidades produtivas >Trupp, Far.en, HoescA pulveriando a
produ)*o, o 'erenciamento e o poder 0ue isso representava 7udo acompanado por uma ri'orosa
le'isla)*o anti-monopolista "utra e4peri:ncia marcante foram as leis de co-decis8es >patr8es e
empre'ados re'ulamentando os setores produtivosA Ia d#cada de 5<@, o setor p1.lico controlava
= da produ)*o de ferro e carv*o, e @5 da eletricidade, D? do alum%nio e @ das institui)8es
de financiamento

" Oap*o encaminou pol%ticas de plane+amento e intervencionismo estatal sem ter, entretanto, um
setor p1.lico desenvolvido !esde a ocupa)*o americana, o Estado interveio para 0ue.rar o poder
dos 'randes consórcios econ3micos e reduir a 'rande propriedade, de =@ para K do total 2
Guerra da Cor#ia possi.ilitou um 'rande flu4o de dólares 0ue estimularam o plane+amento 2ssim
como na /n'laterra e na Fran)a, prioriaram-se os setores estrat#'icos >a)o, 0u%mica, constru)*o
naval e petróleoA 2os poucos, o Estado desenvolveu a pes0uisa cientifica e estimulou para este
foram decisivos o .oom dos anos @

Finalmente, nos EU2, o intervencionismo econ3mico estatal reduiu-se muito se comparado ao


Ie !eal dos anos  Em 5<=@ foi aprovada a lei do empre'o o Estado o.ri'ava-se a a.rir va'as
de tra.alo Por#m, a 6ei 7aft-HartleQ >5<=DA proi.ia a sindicalia)*o o.ri'atória e e4i'ia um aviso
de sessenta dias antes da defla'ra)*o da 'reve 7al medida prote'ia o capital e disciplinava a m*o-
de-o.ra Nuanto aos d#ficits or)ament 9rios >provoc ados pela crescente conta da Guerra Fria e da
reconstru)*oA, o Estado aumentou os impostos para financi9-los
2 corrida armamentista estreitou a cola.ora)*o entre o setor p1.lico e privado 2 pes0uisa e a
produ)*o no setor .#lico e afins e4i'iram financiamento p1.lico 2 corrida espacial e as novas
demandas industriais de alta tecnolo'ia refor)aram um plane+amento eficiente " maior e4emplo foi
o Pro'rama de 2valia)*o e 2n9lise 7#cnica, ór'*o do Pent9'ono 0ue centraliou todas as empresas
e centros de pes0uisa 0ue tra.alavam para ele so. um es0uema de plane+amento omo':neo e
estandardiado " 'overno TennedQ refor)ou a 'era)*o de empre'os >constru)*o de o.ras p1.licas,
estradas, e0uipamentos ur.anosA, mantendo parte da a'ricultura e das minas so. controle estatal
2pesar da press*o dos 'rupos defensores do Lmais mercado, menos EstadoM, nos anos @ e D
mantiveram-se as iniciativas de .em-estar social

Um dos primeiros elementos ne'ociados foi a e4tens*o do conceito de sal9rio m%nimo Sal9rio 0ue
permitisse conferir, aos indiv%duos, condi)8es decentes de conviv:ncia social Sendo uma iniciativa
de ori'em in'lesa, foi na Fran)a, por#m, vi'ente desde 5<=D, 0ue ele r ece.eu a complementa)*o da
inde4a)*o &s varia)8es de pre)os >5<;A, evitando a defasa'em entre sal9rio e varia)*o do custo dos
produtos .9sicos

Em mat#ria de moradia, o Estado con'elou e fiscaliou os valores dos alu'u#is >Fran)a, /n'laterra,
2lemanaA e desenvolveu pro'ramas de constru)*o de moradias populares em 9reas destru%das pela
'uerra, de constru)*o muito anti'a >2lemana e Fran)aA ou pressionadas pelo crescimento
demo'r9fico Concomitantemente & constru)*o das moradias populares montou-se uma rede de
iniciativas de infra-estrutura 0ue se'uiam a mesma ló'ica >encanamento e a.astecimento de 9'ua,
rede de es'otos, ruasA Reformulou-se toda uma le'isla)*o a esse respeito na Fran)a, uma lei de
+ulo de 5<; instituiu um pro'rama de su.s%dios, redu)8es fiscais e empr#stimos para a constru)*o
civil, assim como a poupan)a-a.ita)*o
Em rela)*o ao ensino, a interven)*o tam.#m foi forte 2s necessidades eram diversas renova)*o
dos 0uadros diri'entes, forma)*o 0ualificada de 0uadros t#cnicos e cient%ficos numerosos para
enfrentar as novas necessidades e responder ao enorme aflu4o em todos os 'raus provocados pela
press*o demo'r9fica e pela ade0ua)*o dos futuros tra.aladores &s novas tecnolo'ia em
desenvolvimento Uma das respostas mais concretas a isto, al#m da multiplica)*o de escolas
p1.licas e pro'ramas de concess*o de .olsas, foi a institucionalia)*o do ensino o.ri'atório Ia
Gr*-Bretana, imp3s-se em 5<=D a idade de 5; anos como limite o.ri'atório, en0uanto 0ue na
Fran)a foi de 5@ anos 2 luta contra o analfa.etismo e a e4tens*o 'eneraliada do ensino prim9rio e
secund9rio caracteriam o per%odo em estudo (as 'randes dese0uil%.rios continuaram acontecendo
em .oa parte do 7erceiro (undo, apesar das relativas melorias e do apoio sistem9tico de
pro'ramas da "IU

Estes investimentos e su.ven)8es estatais foram financiados por recursos próprios do Estado e pelo
mecanismo de tri.uta)*o pro'ressiva so.re sal9rios e lucros das empresas Considerando a
realidade de lar'as camadas populacionais dos pa%ses desenvolvidos, assim como o acesso a uma
variada 'ama de produtos 0ue a au4iliavam, n*o 9 como ne'ar 0ue a vida das pessoas melorou
si'nificativamente durante os anos 'loriosos Este 0uadro # mais positivo ainda, se comparado &
realidade da 'uerra ou da depress*o dos anos  2pós um lon'o per%odo de recess*o e compress*o
das demandas, os anos 'loriosos foram fartos para al'uns e 'eraram e4pectativas para muitos mais
" capitalismo do pós-'uerra foi t*o reformado 0ue ficou irreconec%vel >Ho.s.an, 5<<;, p?@;A
"u se+a, um capitalismo 0ue, nos pa%ses desenvolvidos, mostrava um in#dito 'rau de distri.ui)*o de
ri0uea

= "s !ese0uil%.rios do Sistema e as Premissas da Revolu)*o da /nforma)*o e do Conecimento

Io in%cio dos anos D, a com.ina)*o do es'otamento do sistema de acumula)*o caracter%stico dos
trinta anos 'loriosos e do sur'imento e aprofundamento de pro.lemas de ordem con+untural
ad0uiriam um peso important%ssimo Nuais eram os sintomas da tempestade 0ue se apro4imava e
0ue se manifestavam de forma mais fre0ente no transcorrer da d#cada de 5<@

2 crise come)ou pelos EU2 e foi e4portada a outras re'i8es " dom%nio americano declinara, em
termos relativos, durante as 1ltimas d#cadas 2l'uns indicadores econ3micos mostram a perda de
competitividade da superpot:ncia en0uanto em 5<;; o Produto Iacional Bruto >PIBA do pa%s
representava @,; do mundial, em 5<D mal ce'ava aos ,? 2 própria ta4a m#dia de
crescimento anual do PIB dos EU2, medida em s#ries de cinco anos, era superada
permanentemente, entre 5<; e 5<D, pelo Oap*o, Fran)a, 2lemana e /t9lia 2t# na produ)*o
automo.il%stica, pilar de sustenta)*o do 2merican JaQ of 6ife, verificaram-se dificuldades >diante
da produ)*o europ#ia e +aponesa os EU2 viram reduir-se a sua fatia mundial de ;5 para ;
entre 5<@; e 5<D;A
2 recupera)*o europ#ia, notadamente o mila're +apon:s e alem*o, si'nificou para os EU2 a perda
de espa)o nesses mercados (uito pior, alavancou essas economias a uma acirrada disputa nos
mercados internacionais Com matries industriais mais modernas, a0uisi)*o e reprodu)*o de
tecnolo'ia avan)ada, e especialiando-se em setores produtivos espec%ficos >eletr3nico,
automo.il%stico, sider1r'ico e 0u%micoA, a0uelas economias contavam com a vanta'em de n*o ter
maiores 3nus com a se'uran)a militar, o 0ue, parado4almente, pesava cada ve mais para os EU2
V muito importante salientar 0ue no fim dos anos @, como sinal claro do aumento da competi)*o
internacional, o modelo produtivo .aseado no fordismo come)ara a declinar ante novas formas de
or'ania)*o do tra.alo e da produ)*o !entro da perspectiva de minimiar as con0uistas dos
tra.aladores, 'anou espa)o o toQotismo >apliacado, pela primeira ve, nas empresas 7oQotaA
2trav#s devinculou
toQotismo um ri'oroso controle dedo0ualidade
a esta.ilidade empre'oeeo.ri'ando
o sal9rio &o situa)*o
oper9rio financeira
a realiar tarefas m1ltiplas,
da empresa !estao
forma, come)ava a desenar-se a terr%vel perspectiva do desempre'o, en0uanto atacavam-se as
9reas consideradas pro.lemas para um melor desempeno produtivo a.sente%smo, mo.ilidade
volunt9ria, 'reves, direitos sociais

2s demandas internas da popula)*o dos pa%ses desenvolvidos saturaram-se 2 reconstru)*o das suas
economias, acrescidas de in+e)8es de capital e de novas tecnolo'ias, atin'ia todo o con+unto de
demandas reprimidas desde a 'uerra Por outro lado, tend:ncias decrescentes na produ)*o e na
mar'em de lucros come)avam a pesar mais so.re as concess8es 0ue tinam sido feitas ao
movimento oper9rio para evitar a sua radicalia)*o " alto custo dessa m*o-de-o.ra levou a
e4pans*o de empresas multinacionais ao 7erceiro (undo " Estado de .em-estar social passava a
ser 0uestionado a.ertamente 2 sa%da de capitais e empresas dos espa)os metropolitanos seria,
futuramente, pesada carta de .ar'ana contra os sindicatos e partidos de es0uerda
2 d#cada de 5<@ vivenciou marcado 0uestionamento interno e e4terno dos EU2 Em termos da
ló'ica da Guerra Fria verificou-se a diminui)*o da distância 0ue separava URSS dos EU2 en0uanto
poderio militar, tecnolo'ia espacial e presen)a internacional 2 onda revolucion9ria 0ue se
desencadeou desde Cu.a, pelo 0uintal latino-americano, des'astou a superpot:ncia Iovos pro+etos
nacionalistas e populistas, com.inados com a e4pans*o de 'uerrilas e a radicalia)*o de al'uns
setores vinculados & /'re+a e ao e4#rcito, provocaram uma escalada in#dita na re'i*o O9 no ietn*
ocorria a maior derrota da pol%tica e4terna americana em todos os tempos >e, se devidamente
relativiada, derrota militarA Io ietn* caiu, definitivamente, a m9scara de na)*o pacifista e anti-
colonial dos EU2 mostrando ao mundo a ló'ica do L'rande porreteM, conecida 9 muito tempo por
me4icanos e centro-americanos (ais de ; mil soldados envolvidos, .om.ardeios maci)os e
utilia)*o de todo tipo de armas 0u%micas, com desastrosas conse0:ncias demo'r9ficas,
econ3micas e ecoló'icas, n*o evitaram o atoleiro Pior, a 'uerra produiu fort%ssima indi'na)*o
interna ante o princ%pio de interven)*o presente desde a !outrina 7ruman !a "fensiva do 7et
>+aneiro de 5<@KA at# os 7ratados de Paris >5<DA, o desfeco do conflito fra'iliou a pretens*o
e'em3nica internacional da superpot:ncia

"utros fatores somaram-se & re+ei)*o do conflito no ietn*, mostrando sinais evidentes de
insatisfa)*o Ia sociedade americana do pós-'uerra persistiam 'ritantes desi'ualdades sociais 2
mar'inalia)*o de importantes minorias e4puna as maelas sociais distantes do discurso oficial da
democracia-modelo

2 mecania)*o a'r%cola aumentara a po.rea Ios centros ur.anos mesclava-se a ostensiva


concentra)*o de ri0uea e a visi.ilidade do racismo 5<@K foi o ano do es'otamento da capacidade
de di9lo'o e espera 2 0uest*o racial intensificou-se com o assassinato de (artin 6uter Tin' 2
viol:ncia racista, permanente e impune durante os anos @, varreu as e4pectativas da n*o-viol:ncia
ne'ra 2 .el%ssima frase de 6uter Tin', LEu teno um sono ]^ 0ue todos os omens foram
criados i'uaisM, pronunciada ante ?; mil pessoas na istórica (arca so.re Jasin'ton >5<@A,
surtiu efeito, mas nas m*os de estrat#'ias de luta mais radicais os BlacW (uslins >mu)ulmanos
ne'rosA de (alcom $ >assassinado em 5<@;A o movimento BlacW Poer >Poder Ie'roA, de StoWleQ
Carmicael e a estrutura 'uerrileira dos BlacW Panters >Panteras Ie'rasA, fundada por HueQ
Ieton e Bo..Q Seale em 5<@@ 2 cassa)*o e pris*o do campe*o mundial de .o4e Cassius ClaQ
>futuro (oammed 2liA por ne'ar-se a lutar no ietn*, e o puno levantado dos atletas ne'ros
7omas Smit e Oon Carlos na "limp%ada do (#4ico >5<@KA, ao melor estilo BlacW Poer, foram
marca re'istrada dessa #poca (as a insatisfa)*o contra o sistema n*o se restrin'ia & comunidade
ne'ra

Io espa)o universit9rio, desde o in%cio dos anos @, sur'iu intensa cr%tica de costumes, valores e
pol%tica ao Perse'uido
americano poder institucional 2 Universidade
pela viol:ncia de BerWleQ
estatal e Lproi.idos sim.oliou o estiveram
de manifestar-seM movimentono estudantil
centro de
outros movimentos 0uestionadores do sistema >feminista, 'aQ, ippie e QippieA 7odas estas
tend:ncias cruaram-se com as diversas manifesta)8es de revolta de 5<@K Paris, Pra'a, (#4ico e
Berlim foram centros de a'ita)*o estudantil Ios pa%ses ricos, o inconformismo contra a
prepot:ncia do poder e da autoridade, dos valores conservadores, da .urocracia e do militarismo
Ia 7cecoslov90uia, a e4i':ncia de o4i'ena)*o do socialismo e a den1ncia da satelia)*o do pa%s
pela URSS Ia 2m#rica 6atina, a tentativa de resistir &s ditaduras e &s doutrinas de Se'uran)a
Iacional da matri americana >Brasil e 2r'entinaA, ou a tentativa de evit9-los >Uru'uai, (#4icoA
conflito de 'era)8es, sim mas, tam.#m, conflito de classes Io mundo capitalista, foi violento
sintoma do es'otamento de um sistema planet9rio com marcados dese0uil%.rios pol%ticos e sociais
ou de e4i':ncia de mais democracia, mais li.erdade, mais +usti)a 2 repress*o foi violent%ssima em
todas as partes " saldo pode parecer pouco positivo diante de tantas e4pectativas Entretanto, nos
EU2, os setores ne'ros con0uistaram maior espa)o social e pol%tico, assim como a press*o interna
contri.uiu na retirada do ietn*

2 perda de competitividade econ3mica internacional e o custo alt%ssimo do L'uarda-cuva nuclearM


e do conflito vietnamita fra'iliaram profundamente a e'emonia americana Io fim dos anos @,
os EU2 e4auriram os saldos positivos acumulados durante o .oom dos anos 'loriosos En0uanto
Europa e Oap*o passavam a ter saldos comerciais positivos e a acumular dólares, os EU2 careciam
deles 2 situa)*o revertera-se "s compromissos com seus o.+etivos estrat#'icos levaram a
superpot:ncia & emiss*o de papel-moeda sem lastro em ouro, produindo uma pol%tica inflacion9ria
0ue dificultou, ainda mais, o desempeno das suas e4porta)8es Recess*o e desempre'o
vincularam-se & a'ita)*o social " centro do capitalismo enfrentava terr%vel crise 2 paridade fi4a
do dólar mantina esta moeda artificialmente valoriada em rela)*o as demais, dificultando as suas
e4porta)8es Eletrodom#sticos e automóveis europeus e +aponeses penetraram no mercado
americano (arcas como Renault, J, Fiat, "pel, Honda, SeiWo e Citien recuperaram ou
'anaram prest%'io nos mercados internacionais
" medo de 0ue os dólares dos .ancos centrais europeus _ eurodólares _ fossem usados para
comprar o ouro estocado pelo tesouro dos EU2 >dentro das diretries de converti.ilidade ne'ociada
em Bretton JoodsA assustou o 'overno Ii4on 2 amea)a de uma corrida ao ouro e do colapso do
sistema econ3mico americano assumiu enormes propor)8es, pois afetaria todo o sistema mundial
Em 5; de a'osto de 5<D5, o dólar foi desvaloriado em rela)*o ao ouro em 0uase 5 um ano e
meio depois, nova desvaloria)*o de 5 Com isto, 'anavam competitividade as e4porta)8es
norte-americanas >retornando uma espiral de crescimento e diminui)*o das tens8es sociaisA, al#m de
atin'ir os esto0ues de dólares em poder das economias estran'eiras Pouco depois, decretou-se o
fim da paridade fi4a e da livre converti.ilidade do dólar em rela)*o ao ouro e &s demais moedas "
dólar passou a flutuar, de acordo com as leis de mercado Era o fim da ordem econ3mica do pós-
'uerra "s demais pa%ses, para enfrentar a perspectiva de perda de competitividade no sempre
atrativo mercado americano, foram o.ri'ados a desvaloriar suas moedas tam.#m 2 espiral
inflacion9ria instalava-se nos centros capitalistas desenvolvidos e medidas de conten)*o com
evidente custo social >con'elamento salarial e n*o-concess*o ou renova)*o de con0uistas sociaisA,
somaram-se neste processo de es'otamento do crescimento econ3mico do pós-'uerra 2mea)ados
no próprio campo capitalista e temendo o colapso do seu poder econ3mico, os EU2,
unilateralmente, aviam mudado as re'ras do +o'o 2 diminui)*o das trocas internacionais e da
atividade econ3mica levou & recess*o internacional (as, como se isto fosse pouco, ainda faltava
um condimento final para acelerar e aprofundar a crise

Em outu.ro de 5<D, os mem.ros da "r'ania)*o dos Pa%ses ra.es E4portadores de Petróleo


>"P2EPA, em repres9lia & rea)*o israelense na Guerra do Zon' Tippur, contra a S%ria e o E'ito, e
cansados de esperar o cumprimento da Resolu)*o ?=? das Ia)8es Unidas >devolu)*o dos territórios
ocupados por assumiram
Cis+ordâniaA, /srael desdeimportante
a Guerra solidariedade
dos Seis !iascom
Fai4a de Gaa,
o E'ito 2s Sinai,
medidasColinas do Golan
tomadas ea
constitu%ram
si'nificativa a'ravante con+untural & crise estrutural 0ue se 'estava avia 0uase uma d#cada a
redu)*o de ; do fornecimento do produto ener'#tico >essencial para o desenvolvimento do mundo
industrial contemporâneoA, era acompanada do aumento de D no pre)o do .arril, e a imposi)*o
do em.ar'o total aos pa%ses 0ue apoiavam /srael >principalmente os EU2A

2 crise do petróleo precipitou mudan)as radicais na economia internacional 7odas as economias


desenvolvidas viram-se o.ri'adas a rea'ir ante o encarecimento .rutal do com.ust%vel uma nova
alta nos pre)os, a partir do fim da d#cada, empurrou o pre)o do .arril do petróleo para = dólares,
0ue +9 fora de 5,D; dólares em 5<; e ?,5K dólares em setem.ro de 5<D Crise, restri)8es e infla)*o
direta e imediata somaram-se aos outros sintomas do es'otamento do sistema "s 0ue mais sentiram
foram os pa%ses 0ue, al#m de dependerem do petróleo estran'eiro, tinam constru%do suas redes
internas de transporte e comunica)*o a partir de rodovias e transporte terrestre automotivo >caso
.rasileiroA Uma das ima'ens mais fortes da necess9ria reestrutura)*o tecnoló'ica e de padr8es de
consumo foi a dif%cil su.stitui)*o dos o.soletos Lcarr8esM americanos por uma nova 'era)*o de
automóveis menores e mais econ3micos de ori'em europ#ia e +aponesa

2s perdas provocadas pela alta do petróleo foram desi'uais Ganaram os pa%ses produtores
alores fant9sticos foram acumulados >petrodólaresA "s EU2, apesar do impacto inicial, sentiram-
no em menor escala, pois possu%am importantes +aidas e reservas, o 0ue les permitia uma situa)*o
muito mais confort9vel do 0ue seus concorrentes diretos >Europa e Oap*oA, 0ue dependiam
sensivelmente das e4porta)8es 9ra.es Por outro lado, os EU2 atra%ram os petrodólares mediante
+uros atrativos, o 0ue les permitiu nova valoria)*o do dólar em rela)*o &s demais moedas fortes
>si'nificante aumento unilateral da d%vida dos pa%ses perif#ricos, 0ue acumulavam saldos comerciais
ne'ativos e empr#stimosA " Oap*o e os pa%ses europeus conse'uiram compensar parte das perdas
sofridas com a transfer:ncia desses custos aos pa%ses dependentes como acr#scimo de valor
a're'ado a sua produ)*o tecnoló'ica de ponta Sem d1vida, as economias afetadas a m#dio e lon'o
prao foram as perif#ricas, pois tiveram sua produ)*o prim9ria desvaloriada >salvo e4ce)8esA,
viram um crescimento acelerado e asfi4iante da d%vida e4terna e sofreram maior ta4a)*o nas
rela)8es econ3micas e financeiras esta.elecidas com os pa%ses desenvolvidos

2 crise provocou desdo.ramentos importantes "s EU2, desde o fim dos anos @, ressentiam-se do
des'aste crescente no ietn*, da perda de competitividade econ3mica, da infla)*o, do desempre'o e
da sa%da de reservas de ouro 2 crise de 5<D imp3s medidas de co0ue para comprimir o consumo
e diminuir o volume de moeda circulante o esp%rito WeQnesiano era atin'ido Io 'overno Carter
permaneceram os pro.lemas internos Io e4terior, os EU2 perderam posi)8es e influ:ncia na
2m#rica Central >Iicar9'uaA, frica >e4-col3nias portu'uesasA e sia >/r* e 2fe'anist*oA

Ia 2lemana, a crise levou & revis*o dos pro'ramas sociais en0uanto o desempre'o aumentou >um
mil*o de desempre'ados em 5<D=A Pro.lemas sócio-econ3micos e a escalada violenta do 'rupo
Badder-(einof >fra)*o do E4#rcito ermeloA des'astaram os 'overnos social-democrata de
Brandt e Scmidt

Ia Fran)a, Pompidou e Giscard d`Estain' n*o conse'uiram reverter o impacto ne'ativo da crise do
petróleo 2 revis*o dos pro'ramas sociais des'astou o 'overno e a.riu caminos aos socialistas, 0ue
ce'ariam ao poder com Fran)ois (itterrand em 5<K5

2 /n'laterra tam.#m foi sacudida Em 5<D@, avia 5,; mil*o de desempre'ados 2l#m do
a'ravamento da crise social, o 'overno tra.alista de Harold Jilson enfrentou forte press*o dos
separatistas da /rlanda do Iorte e uma 'rande pol:mica so.re a entrada da Gr*-Bretana na CEE
Esta situa)*o a.riu camino para a ascens*o do pro+eto neoli.eral dos conservadores liderados por
(ar'aret 7atcer
Ia /t9lia, a crise foi tam.#m pol%tica, a irrup)*o das Bri'adas ermelas e o assassinato de 2ldo
(oro em 5<DK acompanaram a fra'ilidade dos 'a.inetes ministeriais e um certo e0uil%.rio entre a
!C e os comunistas >estes, na lina eurocomunista de distanciamento de (oscouA Io fim da
d#cada, & insta.ilidade social somavam-se os pro.lemas vinculados & corrup)*o e & a)*o da m9fia

!ois aspectos finais devem ser analisados dentro da perspectiva da mudan)a de rumo ocorrida nos
anos D e 0ue se manifestavam su.terraneamente desde a recupera)*o do pós-'uerra as profundas
transforma)8es tecnoló'icas em andamento e o processo de 'lo.alia)*o da sociedade mundial >a
famosa aldeia 'lo.al anunciada por (ac6uanA a reestrutura)*o da economia capitalista no pós-
'uerra trou4e a articula)*o cada ve maior entre ci:ncia, tecnolo'ia e produ)*o I*o 9 d1vida de
0ue a Se'unda Guerra (undial valoriou so.remaneira a pes0uisa cient%fica aplicada aos pro.lemas
'erados pela dinâmica do conflito Essa rela)*o se aprofundou ainda mais em tempos de pa 2
desco.erta de novas 9reas cient%ficas e de novos setores produtivos insere-se na ló'ica da ade0ua)*o
entre conecimento acumulado e condi)8es tecnoló'icas >ener'ia nuclear, eletr3nica, avia)*o
supers3nica e pes0uisa espacialA Prepara-se, desta forma, a terceira revolu)*o industrial ou
revolu)*o t#cnico-cient%fica 2 ci:ncia transformou-se em o.+eto de produ)*o e as empresas e
universidades uniram-se na pes0uisa cient%fica de ponta
2 internacionalia)*o provocada pela e4pans*o das empresas multinacionais & procura de vanta'ens
competitivas desenou uma rede mundial, onde a troca de informa)*o, as e4peri:ncias
or'aniacionais e o fracionamento da produ)*o atin'iram escala planet9ria Iovas formas de
associa)*o entre empresas, filiais, matries, fus8es, tudo em nome de um processo de 'rande
concentra)*o de poder, onde o conecimento e a velocidade de transmiti-lo passaram a ser fator
essencialmente estrat#'ico " crescente investimento em ci:ncia e tecnolo'ia produiu
concentra)*o de investimentos >no caso americano, muito vinculado ao esta.lismente militarA 2s
economias nacionais mais fortes optaram por desenvolver os novos setores de ponta es.o)ados
durante os anos 'loriosos e e4portaram para o 7erceiro (undo ind1strias com tecnolo'ia o.soleta
ou poluidora >mas sem perder o controle so.re elasA

Iesse sentido, destacaram-se os avan)os na inform9tica, ro.ótica e telecomunica)8es Por 0u:


Por0ue foram os fundamentos da0uilo 0ue mais tarde se camaria processo de 'lo.alia)*o Foram
os fatores revolucion9rios 0ue atin'iram, em momentos diferenciados, o con+unto da popula)*o
mundial " controle so.re tempos menores para a transmiss*o da informa)*o, a instantaneidade, a
sofistica)*o da comunica)*o >principalmente a m%dia eletr3nicaA e a informatia)*o crescente de
0uase toda atividade produtiv a multiplicam novas possi.ilidades de investi'a)*o cient%fica e
produtiva, e confi'uravam tend:ncias 'erais do 0ue se camou aldeia 'lo.al

2s 'uerra mundiais, a Guerra da Cor#ia, a Guerra Fria e a descolonia)*o acompanaram os


pro'ressos dos meios de comunica)*o e o impacto da propa'anda 2 transmiss*o das palavras e das
ima'ens ce'ou ao âm.ito econ3mico e o controle dos flu4os de informa)* o tornou-se, tam.#m ,
fator, criador de ri0ueas e poder

2s sociedades industriais foram permea.iliadas pelos meios de comunica)*o, constituindo um


comple4o produtivo capa, de ao mesmo tempo, fa.ricar aparatos de transmiss*o e criar produtos
para um p1.lico cada ve maior " uso pol%tico da televis*o atrelou-a aos interesses do Estado ou do
capital privado, 0ue, atrav#s da pu.licidade, pode controlar seu conte1do e mensa'em (eia d1ia
de a':ncias de not%cias controlam 0uase toda a informa)*o vinculada Ia Guerra do ietn*, tivemos
a primeira transmiss*o ao vivo " impacto das ima'ens so.re a popula)*o foi espetacular e a.riu a
pol:mica so.re o controle e a censura dos meios

Finalmente,eaderapide
individuais do desenvolvimento
uso dom#stico 2 e4pans*o da
do inform9tica
seu consumoa.riu
e as aperspectivas
possi.ilidade dos computadores
futuras de associa)*o
entre informatia)*o e comunica)*o d*o &s pot:ncias e empresas 0ue controlam tal possi.ilidade o
delicado papel de internacionaliar padr8es de consumo, modismos lin'%sticos, valores e4ó'enos e
desvaloria)*o das culturas afetadas por essa fant9stica e4pans*o tecnoló'ica

Em resumo, 5<D foi o ano da crise 0ue salientou o es'otamento do modelo econ3mico montado no
pós-'uerra "s cortes nos pro'ramas sociais, a'u)aram ainda mais a crise, 0ue atin'ia em ceio um
universo de tra.aladores acuados pelas mudan)as tecnoló'icas, pelas novas tend:ncias de
investimento do capital e pelo avan)o de pro+etos 0ue es.o)avam a su.ordina)*o completa do
Estado ao mercado

2 internacionalia)*o da economia e o aumento da competi)*o, +unto com o pro.lema do petróleo,


produiram infla)*o de custos, crise de oferta e recess*o " 3nus deste processo foi passado &
periferia "s pa%ses do 7erceiro (undo, n*o conse'uindo saldas seus compromissos, viram sua
d%vida e4terna crescer e4traordinariamente

" es0uema de Bretton Joods completara seu ciclo Permitira encontrar uma sa%da e0uili.rada para
o capitalismo no pós-'uerra, mantendo uma situa)*o vanta+osa para os EU2 Por#m, a com.ina)*o
entre o custo social interno, a ascens*o de economias competitivas e o custo da parafern9lia militar
da Guerra Fria provocou o es'otamento do sistema na passa'em dos anos @ para os D 2
possi.ilidade do Oap*o e da Europa trocaram seus dólares acumulados pelo ouro estocado nos EU2
amea)ou a .ase financeira desta pot:ncia

" fim da converti.ilidade do dólar em ouro, acompanado pela sua desvaloria)*o >para recuperar
competitividade no e4teriorA, produiu uma infla)*o 0ue se espalou mundo afora " aumento do
pre)o do petróleo aprofundou essa situa)*o Pol%ticas protecionistas, crise financeira e 0ue.ra de
empresas sucederam-se 2 crise ener'#tica afetou desi'ualmente as economias nacionais 2 paralisia
produtiva e a rela)*o econ3mica come)aram a casti'ar os .enef%cios sociais num momento em 0ue
o desempre'o come)ou a crescer de forma consistente 2s finan)as p1.licas tiveram 0ue socorrer o
capital privado e rompeu-se a pol%tica de consenso e compromisso 0ue a social-democracia a+udara
a consolidar como mecanismo de constru)*o do Estado de .em-estar social Io fim dos anos D,
este modelo de Estado come)ou a ser desmontado, en0uanto o movimento oper9rio foi ficando cada
ve mais acuado "s anos 'loriosos estavam aca.ando 2 crise do modelo do Estado de .em-estar
social foi, tam.#m, uma crise civiliatória, uma crise de e4pectativas !entro do violento processo
de permanente internacionalia)*o da economia mundial, refor)ado no pós-'uerra, o capital
encontrou um novo modelo de acumula)*o 0ue, nos anos D, tornara o.soleto o compromisso social
do pós-'uerra

B/B6/"GR2F/2

BE2U!, ( 5<<5 História do capitalismo de 5; a nossos dias S*o Paulo, Brasiliense
BEI, J e GR2(6, H 5<K@ El Si'lo $$ (#4ico, Si'lo $$/  ols
C2P2RR"S lera, O( 5<<D 5 pel%culas so.re História contemporânea (adri 2liana
CR"UE7, ( 5<@ 2 Vpoca Contemporânea >História Geral das Civilia)8esA S*o Paulo !ifel
FERI2I!E, 2 5<<= História !el mundo contemporâneo Barcelona, icens-vives
G2RC/2 FG e 6"REI", O( 5<<@ História !el mundo actual, 5<=;-5<<; (adri 2liana, ?
vols
H2REZ, ! 5<<? Condi)*o pós-moderna S*o Paulo, 6oQola
H"BSB2JI, E 5<<; 2 Era dos E4tremos o .reve s#culo $$ >5<5=-5<<5A S*o Paulo Compania
das 6etras
62I!ES, ! S 5<<= Prometeu !esacorrentado Rio de Oaneiro, Iova Fronteira
(2R7/IE
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