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Fundamentos Teóricos
O Zohar aqui, identifica Israel com a Shekinah como a Noiva do Sagrado Um,
abençoado seja Ele.
Indica claramente que há duas unificações acontecendo no Sh'ma, de Israel com
YHVH Elohaynu e de YHVH Elohaynu com YHVH, a primeira, unificação de
identidades, e a última, de diferenças.
A identificação de Israel com a Shekinah é um conceito kabbalistico mais
generalizado, já que ambos são vistos como diferentes aspectos da sefirah Malkhut,
a sefirah mais inferior e receptáculo final do Diagrama da Árvore da Vida.
Essa identificação é o centro do entendimento místico da prece de Israel que
expressa o anseio da Shekinah pela unificação com o Sagrado Um, abençoado seja
Ele.
Essa passagem do Zohar também esclarece outros aspectos do Yichud divino.
Explica a famosa declaração de Zacarias — "O Senhor será Um e seu Nome Um" —,
tornando claro que, quando se faz referência ao "Nome" de Deus, isso é sempre
entendido esotericamente como referência a Shekinah, mostrando como essa
declaração pode ser interpretada como uma chave para o Sh'ma.
Mostra também que a inserção litúrgica de "Abençoado seja o Nome de Glória de
seu Reino para todo o sempre", em seguida às seis palavras do Sh'ma, tem o
propósito de revelar o significado esotérico do Sh'ma nas orações, envolvendo uma
unificação divina do masculino com o feminino.
Essa referência a Shekinah, ela, que se entende por nome, Glória e Reino
(Malkhut), seria apropriada apenas se as palavras precedentes a Sh'ma fossem
esotericamente entendidas implicando um Yichud envolvendo Shekinah, o que a
unidade proclamou ser uma unificação.
Podemos deduzir que esse Yichud era entendido como tríplice por causa da fórmula
que introduz a terceira bênção do Amidah depois do Kedushah: "Tu és santo e Teu
Nome é santo, e seres santos louvam-te diariamente, para sempre".
Os seres santos que dividem com Deus e Seu Nome o divino atributo de santidade
podem ser identificados com os anjos que executam o Kedushah celestial, uma
concepção que aparece em todas as visões posteriores do Trono que derivam dessa
tradição sacerdotal.
Entretanto, são vistos como os executores humanos do Kedushah, aqueles que
recitam essas palavras durante seus serviços devocionais terrenos e que, por isso,
se tomam Kedushim, os Santos celestiais que representam a forma final de suas
transfigurações, como Metatron simbolizou a figura transfigurada de Enoch.
Então, executando o Kedushah terreno, o celebrante tem uma experiência de
unificação com o coro celestial em louvor ao Sagrado Um, abençoado seja Ele, pela
qual é preenchido com mesma santidade que é a promessa dessa bênção "para
sempre".
Outra indicação do coração esotérico do Judaísmo normativo é dada na prece com a
qual o devoto introduz suas várias bênçãos.
Isso, na versão mais condensada, pode ser traduzido como: "Veja, estou pronto e
preparado para cumprir o Mandamento [Mitzvah] de pela unificação [Yichud] do
Sagrado Um, abençoado seja Ele, e Sua Shekinah por meio daquilo que está
escondido e velado em nome dc toda Israel".
Como explica Chayim Vital em seu Etz Chayinz, há três curiosos estágios na
maturação de Ze'ir Anpin: depois de sua primeira gestação no útero de Imma e de
um período de amamentação, há o retorno para uma segunda gestação:
E agora explicaremos o que diz o Zohar no capítulo Acharei Mot, p.65: "Depois que
ele [Ze 'ir Anpin] acabou a amamentação, entra em um segundo período de
gestação". Ze' ir Anpin retorna ao útero de Imma para conseguir seu cérebro,
mesmo que já tenha completado para si um total Partzuf de seis sefirot durante a
amamentação. E para que não fique surpreso com a idéia de uma segunda gravidez
[de Imma] depois do período de amamentação, não diga: "De minha carne verei
Deus"
Essa, então, é a gnose secreta que envolveu a religião hebraica desde a fundação,
a essência oculta de sua tradição esotérica ao longo dos milênios e a fonte da
vitalidade permanente do Judaísmo.
Por mais escondida que estivesse, os textos e mestres também estavam lá,
capazes de satisfazer os buscadores sérios e infundir devoção comunitária com
reformulações sempre novas de seu conteúdo místico.
Com ou sem a apropriada kavanah, os serviços devocionais e outras observâncias
ritualísticas conduzem um poder que toca e transforma a alma.
Os textos bíblicos e místicos sussurram significados que podem, posteriormente,
instruir a alma a respeito da natureza e do propósito de suas experiências,
capacitando-a finalmente a "escutar" a mensagem secreta da criação:
Sh'ma: Yisrael, YHVH Elohaynu, YHVH — echad! Escuta: Israel, YHVH Elohaynu, [e]
YHVH [são] um!
Continua