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1) Diagnóstico de Gravidez:
O processo de tal diagnóstico geralmente se inicia quando uma mulher se apresenta com sintomas e, algumas
vezes, com teste domiciliar de gravidez positivo.
Ao exame é possível encontrar sinais presuntivos ou diagnósticos de gravidez.
a) Classificação dos Sinais:
Sinais de Possibilidade ou Presunção:
Com 4 semanas, ocorre amenorreia (atraso menstrual < 10-14 dias) (PRECOCE) em mulheres jovens,
regularmente menstruadas, e com vida sexual, a ausência do catamênio pressupõe a prenhez
Com 5 semanas, ocorrem manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança
de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
Medcurso fala que náusea surge entre a 6-14 semana, tendo como espectro clinico MAIS grave a síndrome
de Hiperêmese Gravídica que corresponde a náuseas + vômitos + perda de peso (>5%) + desidratação +
distúrbio hidroeletrolítico + cetose + cetonúria
Náuseas: > 50% das mulheres sofrem de náuseas, geralmente matutinas no 1º trimestre da gestação e com
consequência imediata vômitos e anorexia
Outras mulheres têm o apetite aumentado, não sendo raro sua perversão (pica ou malacia), ou a
extravagância alimentar;
Com 5 semanas, ocorrem modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos
mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal
e cervical, aumento do volume abdominal).
Com 8 semanas, a aréola primaria torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos de Montgomery
Com 16 semanas, o colostro (secreção amarela) é produzido e pode ser obtido por expressão mamaria
correta e também surge a rede de Haller (aumento da circulação venosa);
Com 20 semanas, surge a aréola secundaria, traduzindo a maior pigmentação, de limites imprecisos, em
volta do mamilo
Com 6 semanas, ocorre polaciúria (pouca urina, mas micção frequente) é habitual no 2-3º mês, quando o
útero, aumentado de volume e em anteflexão acentuada, comprime a bexiga. No 2º trimestre, cessa a
sintomatologia, que retorna nas 2 últimas semanas, ao se insinuar a apresentação fetal;
Sinais de Probabilidade (Mais Precoces):
Com 6 semanas, ocorre amenorreia (atraso menstrual > 10-14 dias);
O aleitamento e a menopausa também podem ser causa de amenorreia;
Dentre as amenorreias patológicas sobressaem as de origem emocional, as vigentes durante o uso dos
anovulatórios, demais e inúmeras outras
Sinal Ligado à Implantação Embrionária:
Sinal de Hartman: Sangramento que ocorre 7-8 dias após a fecundação devido à implantação do
blastocisto (a implantação começa no 6º dia)
Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;
Com 6 semanas, ocorre o aumento do volume uterino que tem tamanho de uma tangerina; com 10 semanas,
o de uma laranja e com 12 o tamanho da cabeça fetal de termo, sendo palpável logo acima da sínfise púbica;
Com 8 semanas o útero adquire consistência cística, elástica-pastosa, principalmente no istmo (sinal de
Hegar). Por vezes tal é o amolecimento dessa região, que se tem a sensação de achar-se o corpo separado
do colo;
Com 8 semanas, ocorre alterações da forma uterina: inicialmente cresce o útero de modo assimétrico,
desenvolve-se mais acentuadamente na zona de implantação.
Devido à congestão, o peritônio torna-se rugoso facilitando a preensão uterina (sinal de Hozapfel)
A implantação ovular desencadeia um crescimento uterino assimétrico, caracterizado por um
abaulamento e amolecimento do sitio de implantação ovular, em comparação ao restante do útero o que
traduz a assimetria uterina na palpação (sinal de Piskacek).
A partir da 8ª semana, quando a matriz, de piriforme assume a forma globosa, o dedo que examina
encontra os fundos de saco ocupados pelo corpo uterino gravídico (sinal de Nobile-Budin).
Há percepção dos batimentos do pulso vaginal, nos fundos de saco (sinal de Osiander), à conta da
hipertrofia do sistema vascular;
Pelo toque vaginal, ao entreabrir a vulva, chama a atenção a coloração violácea da sua mucosa
(vestíbulo e meato urinário), o que se denomina sinal de Jacquemier ou de Chadwick. A mesma
tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de Kluge
Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal
nos fundos de sacos laterais);
Com 16 semanas o aumento do volume abdominal é percebido e o útero torna-se palpável com 12 semanas;
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Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do 8º ou 9º dia após a fertilização.
Positivo na urina em 6 semanas e no sangue em 3 semanas.
Pico: 8 -10ª sem
Falso +: psicotrópicos, anticonvulsivante, ACHO, hipertireoidismo, fator reumatóide, neoplasias produtoras
de HCG
Sinais de Certeza (Mais Tadios):
São dados pela presença do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela sua movimentação ativa.
A USG os rastreia com 7-8 semanas;
Com 14 semanas há o sinal de Puzos que consiste no rechaço fetal intrauterino, que se obtém impulsionando
o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. Consegue-se, desta maneira, impressão de rechaço
quando o concepto se afasta e outra quando ele retorna;
Com 18 semanas há a percepção e palpação dos movimentos ativos do feto que inicialmente são discretos,
mas ao longo da gestação tornam-se mais vigorosos
A partir de 18 - 20 semanas, é possível a identificação de segmentos fetais pela palpação abdominal pelo
examinador;
Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo
Pinard a partir de 19-20 semanas em gravidas NÃO obesas;
A Frequência Cardíaca fetal varia de 120-160 bpm;
Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); USG Abdominal USG Transvaginal
Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado Saco Gestacional 5 semanas 4 semanas
por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas Embrião 6 semanas 5 semanas
gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira BCF 7 semanas 6 semanas
manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. Calota Craniana 12 semanas 11 semanas
OBS.: Sintomas Tardios NÃO são empregados para o diagnóstico da gravidez
DISPNEIA:
Usualmente é suave, de aparecimento gradual, e NÃO está associada a outros sinais ou sintomas pulmonares
(tosse, esforço respiratório).
Ela é causada pelos efeitos da progesterona no centro respiratório (aumento da FR).
Caso a “ falta de ar” ocorra de forma aguda e se associe à taquicardia, dor torácica, hemoptise ou sinais de
trombose venosa, deve-se considerar a possibilidade de embolia pulmonar;
LOMBALGIA:
Tipicamente ocorre após o 1º trimestre, mas pode ocorrer na gestação inicial.
Este sintoma resulta de uma modificação no centro de gravidade materno e dos efeitos dos hormônios da
gravidez. Por outro lado, a embedição gravídica promove modificações do sistema articular, com relaxamento
de seus ligamentos. Esta frouxidão acomete TODAS as articulações do organismo materno e contribui para as
alterações na postura materna, que desencadeiam lombalgias, sobretudo na gravidez avançada;
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PALPAÇÃO:
Deve-se avaliar, durante a palpação, os seguintes itens:
Mamas:
Na palpação, a mama apresenta-se com volume aumentado e mais sensível ao
toque. Durante esta etapa, o examinador deverá, com os dedos polegar e
indicador, comprimir a região periareolar e avaliar a saída do “colostro”. A partir,
ou até‚ mesmo antes, da 10ª semana, já se é possível que se perceba a
presença do colostro.
Corpo Uterino:
A palpação do corpo e do fundo uterino é uma etapa de grande
importância no exame físico da gestação. Ora, o corpo uterino, ao longo do
período gestacional, sofre uma série de alterações. Com isto, a sua
localização anatômica habitual apresenta-se em um processo dinâmico de
migração
Localização do Útero Gravídico:
12ª semana: útero gravídico palpável logo acima da sínfise púbica
16ª semana: entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical
20ª – 22ª mês: cicatriz umbilical
40ª semana: atinge o apêndice xifoide
Toque Vaginal:
É uma etapa fundamental no processo de diagnóstico clínico da gravidez.
3 sinais mais importantes devem ser investigados: Osiander, Noble-Budin e Puzos.
O sinal de Osiander ‚ descrito como sendo a
percepção do pulso vaginal, ao toque.
O sinal de Noble-Budin é a percepção, à palpação,
do corpo uterino na morfologia globosa.
Anatomicamente, em pacientes não-grávidas, o
corpo uterino se mostra com formato piriforme.
Durante a gestação, os fundos de sacos laterais
são preenchidos, desmorfolizando a anatomia
piriforme normal do corpo uterino, principalmente,
a partir da 10ª – 12ª semana.
O sinal de Puzos é o correspondente semiológico
ao rechaço fetal. Ou seja, na procedência do toque
vaginal, a falange distal do examinador
experimenta a sensação de “algo retornando” de
uma cavidade, que é justamente o feto em desenvolvimento.
O primeiro passo na vigência do toque vaginal é a aplicação da regra estabelecida por Goodel, que
descreveu o seguinte:
Colo uterino não-gravídico: apresenta consistência semelhante à cartilagem nasal
Colo uterino gravídico: Consistência semelhante ao lábio
AUSCULTA:
Os batimentos cardiofetais (BCF) que nos informam, durante a gestação, se o concepto está vivo ou
morto, pouco se podendo inferir de suas condições de higidez, a não ser através da monitorização dos
batimentos.
Os BCF, geralmente, são percebidos em torno de 20 semanas de gravidez.
A ausculta clinica pode ser imediata ou direta, aplicando-se o ouvido sobre a parede abdominal da paciente,
e mediata ou indireta, utilizando-se o estetoscópio.
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a) Modificações Locais:
Útero:
O estimulo hormonal (principalmente pelo estrogênio) e o crescimento fetal fazem com que o útero aumente de
peso e tamanho;
O crescimento do útero NÃO é regula ao longo da gestação, pois com 12 semanas o fundo uterino pode ser
palpado acima da sínfise púbica e com 16 semanas o fundo do útero já cresce 1 cm por semana e pode ser
palpado entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical;
As glândulas cervicais crescidas resultam na exposição da Junção Escamo-Colunar (JEC) que torna a
ectocérvice fragmentável e mais suscetível a traumatismo e sangramentos;
Entre os vários hormônios que agem no organismo da futura-mamãe no decorrer deste período, destaca-se a
ALDOSTERONA que é secretada pelas glândulas suprarrenais e tem a função de reduzir a eliminação de sódio
pela urina, aumentando a retenção de líquidos no organismo. O resultado de maior concentração de sódio é a
elevação do teor aquoso dos tecidos, chamados de “EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA”, que provoca inchaço,
principalmente, nas pernas e nos pés. Essa embebição torna o útero mole e pastoso;
O Endométrio vai se modificando na Reação Decidual, com a finalidade de desenvolver um espaço
imunologicamente protegido ao embrião, evitando que os mecanismos de defesa maternos o reconheçam;
Há um aumento do tecido conjuntivo e dos ligamentos de sustentação uterina, bem como dos vasos
sanguíneos e linfáticos.
O útero apresenta modificações de volume, consistência, forma, capacidade, posição, peso, espessura e
coloração;
Peso & Volume: ocorre devido à HIPERTROFIA E HIPERPLASIA celular e das glândulas;
Posição: No primeiro trimestre, útero acentua sua atividade anteversoflertiva, ocasionando compressão
vesical e POLACIÚRIA. Após esse período, verifica-se DEXTROVERSÃO do órgão, o que
Forma: Até a 20ª semana de gestação o útero adquire forma esférica, depois vira da forma globosa para
cilíndrica;
Coloração: Na maturidade sexual, é frequente a (JEC) situar-se por fora do canal cervical, formando uma
eversão ou ectopia, chamada clinicamente de mácula rubra durante o exame especular. No climatério, a
JEC se faz no interior do canal cervical;
Espessura: o MIOMÉTRIO aumenta sua espessura devido à hipertrofia e hiperplasia das partes musculares
e aumento de tecidos conjuntivos;
Consistência: após a nidação ocorre um amolecimento da zona de implantação do embrião;
Resumo das Alterações Uterinas
Repercussão Aumento Diminuição
Crescimento Uterino Do estrogênio e em MENOR grau da
progesterona;
Hipertrofia e hiperplasia dosDo estrogênio e em MENOR grau da
ligamentos redondos,progesterona;
uterossacros e largos
Aumento da VascularizaçãoDo estrogênio e em MENOR grau da
e de Linfáticos progesterona;
Ovários:
As veias ovarianas aumentam;
NÃO há maturação de novos folículos e corpo lúteo;
A vascularização é exuberante;
As células apresentam-se com maior quantidade de citoplasma;
Quando a produção de gonadotrofina coriônica humana começa a declinar, o corpo lúteo regride, ficando com
metade do seu volume Máximo próximo ao termo da gestagestação;
Vulva e Vagina:
Durante a gravidez, a vulva e a vagina aumentam seu volume;
A embebição gravídica faz com que a mucosa vaginal torne-se edematosa, mole e flexível;
O tecido conjuntivo se torna mais frouxo e a musculatura lisa fica hipertrofiada para suportar a distensão que
ocorre durante o parto;
Há aumento das secreções vaginais à exacerbação da flora de bastonetes e à intensa descamação celular
estimulada por ação hormonal;
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b) Modificações Sistêmicas:
Postura e Deambulação:
A postura da mulher grávida se altera devido à expansão do volume uterino para além dos limites da pelve a
ponto de apoiar-se na parede abdominal e ao aumento no volume das mamas, portanto, tais modificações
deslocam o centro de gravidade da gestante para frente. Para compensar esse fato e manter-se em pé com
equilíbrio, a gestante joga o corpo para trás e afasta os pés para ampliar o polígono de sustentação, ou seja, a
gestante busca estabilidade para sua postura e deambulação.
Esses fatos são responsáveis por queixas comuns de dores lombares e cervicais;
Pele:
Devido ao aumento do estrogênio e progesterona acarreta uma hipertrofia do lobo intermediário da hipófise, o
qual é responsável pelo metabolismo da pró-opiomelanocorticotrofina em beta-endorfina e alfa-melanotropina,
estimulando os melanócitos.
Das modificações sistêmicas encontradas na pele, algumas delas são expressas através da hiperpigmentação
cutânea, especialmente na face (CLOASMA GRAVÍDICO), mamas (aréolas primaria e secundaria) e abdômen
(LINHA NIGRA), que clareiam após o parto.
Outras das modificações sistêmicas localizadas na pele correspondem as ESTRIAS GRAVÍDICAS que são
avermelhadas e podem aparecer primeiro na parede abdominal e seguir para coxas e mamas, mas NÃO
regridem no período pós-parto;
Os altos níveis de estrogênios circulantes determinam o aparecimento de TELANGECTASIAS em face,
pescoço e tronco das mulheres grávidas;
ERITEMA PALMAR pode ser encontrada em cerca de 66% de todas as gestantes;
Resumo das Alterações Cutâneas
Repercussão Aumento Diminuição
Estrias Do estiramento da pele (fibras colágenas) Da hidratação da pele
Eritema Palmar Do estrógeno
Telangiectasias Do estrógeno
Linha Nigrans Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)
Cloasma Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)
Metabolismo:
As alterações no metabolismo materno são necessárias para suprir as exigências suscitadas pelo rápido
amadurecimento e desenvolvimento do concepto durante a gravidez;
Nos últimos meses, a grávida exibe AUMENTO na RESISTÊNCIA Á INSULINA. Niveis elevados de Lactogênio
Placentário Humano (hPL), progesterona, cortisol, e prolactina, estão todos implicados no processo.
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O EFEITO DIABETOGÊNICO do hPL resulta na mobilização do lipídio na forma de ácido graxo livres. Esses
ácidos graxos livres serviriam como fonte de energia poupando glicose e aminoácidos que estarão disponíveis
para o feto;
Metabolismo Glicídico:
Parasitismo Verdadeiro: Diante de períodos prolongados de jejum, o feto continua a extrair glicose e
aminoácidos da gestante, em taxas idênticas às existentes nos períodos de alimentação;
A grávida NÃO consome mais indiscriminadamente a glicose como antes, e, à medida que a gestação
progride, diminui a seu uso periférico;
A glicose chega ao feto por DIFUSÃO FACILITADA;
O consumo contínuo de glicose pelo concepto e seu rápido transporte através da placenta influenciam
profundamente o metabolismo dos carboidratos na grávida;
A gravidez avançada está caracterizada por mudanças em seu metabolismo, no sentido de preservar glicose
à custa do uso dos lipídios. A liberação excessiva de ácidos graxos também contribui na redução da
utilização da glicose materna;
Metabolismo Lipídico:
Devido às necessidade de conservar a glicose para o feto e para o próprio sistema nervoso materno, o
metabolismo lipídico sofre modificações no sentido de CATABOLIZAR as gorduras sempre que possível;
Depósitos de gordura são metabolizados e a concentração de ácidos graxos cresce no plasma;
Essa metabolização ocorre em dependência de hormônios de ação lipolítica: adrenalina, hormônio do
crescimento, glucagon e hPL;
Metabolismo Proteico:
A concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida na gravidez;
As proteínas totais, mesmo que tenham seus valores aumentados, têm suas concentrações diminuídas por
conta da hemodiluição plasmática;
As concentrações de ALBUMINAS sofrem REDUÇÃO nítida enquanto é menor a queda das
gamaglobulinas, mas os teores de alfa e de betaglobulinas e do fibrinogênio, ao contrário, aumentam;
Metabolismo Hidroeletrolítico:
As modificações ocorrentes no metabolismo da água e dos eletrólitos são importantes para entender o
significado prognóstico do EDEMA que se observa em muitas mulheres no final da gravidez;
Para conservar o sódio, quando a filtração glomerular aumenta em torno de 50% surge na gravidez um
mecanismo compensatório representado pelo sistema RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA. A
renina é elaborada pelo aparelho justaglomerular renal e pelo útero e age determinando a liberação de
angiotensina I, que se transforma em angiotensina II. Essa última estimula a secreção de ALDOSTERONA
pelo córtex suprarrenal, que por fim aumenta a REABSORÇÃO TUBULAR DE SÓDIO, preservando a
homeostase materna. Isso tudo acarreta na EMBEBIÇÃO GRÁVIDICA;
Resumo das Alterações Metabólicas
Repercussão Aumento Diminuição
Ganho Ponderal deÚtero e seu conteúdo, crescimento das mamas, volume Pressão Coloidosmótica
12,5 kg sanguíneo e do liquido extravascular, e as alteraçõesIntersticial
Retenção de Águametabólicas que aumentam a agua celular, deposição Aminoácidos
(edema) de proteínas e gorduras Concentração de Albumina
HIPERinsulinemia Aumento absoluto das proteínas totais Níveis Plasmáticos de Ácidos
Anemia Ferropriva Secreção endógena de insulina Graxos
HIPERtireoidismo Lipídios totais, colesterol e triglicerídeos Cálcio e Magnésio
Subclínico TBG, T3 e T4 totais Ferro
Iodo
TSH
Sistema Osteoarticular:
TODAS as articulações das gestantes tornam-se RELAXADAS devido aos efeitos dos estrogênios e da
progesterona. Essas modificações são mais proeminentes nas articulações pélvicas (púbis, articulações sacro-
ilíacas e sacrococcígeas);
A maior mobilidade das estruturas articulares pode propiciar tração e/ou compressão nervosa, como, por
exemplo, os nervos ulnar e mediano, produzindo desconforto ou dormência nos membros superiores;
Resumo das Alterações Osteoarticulares
Repercussão Fatores Desencadeantes
Lordose lombar e marcha anserina Peso adicional da gravidez
Compressões radiculares e lombalgia Alterações posturais
Desconforto e dormência nos MMSS Alterações posturais
Maior mobilidade das articulações pélvicas Embebição gravídica
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Sistema Cardiovascular:
Uma das principais alterações é o AUMENTO da frequência cardíaca materna, ocorrendo já a partir de 4
semanas de gravidez e no final ela se situa cerca de 20% acima dos valores pré-gravídicos;
O débito cardíaco AUMENTA cerca de 30 a 50% durante a gestação (começando no inicio do 1º trimestre e
alcançando valores máximos no meio da gravidez);
Como resultado do aumento do débito cardíaco haverá uma ELEVAÇÃO da freqüência cardíaca e do volume
sistólico, sendo esse último o principal responsável pelas alterações iniciais;
A compressão da VEIA CAVA pelo útero gravídico, estando a mulher na posição supina, pode reduzir o retorno
venoso e assim o débito cardíaco em até 25%. Após 4 5 min sobrevêm a bradicardia, indicativos de reflexo
vasovagal e hipotensão (SÍNDROME DE HIPOTENSÃO SUPINA). Nessa situação, o deslocamento do útero
para o lado ESQUERDO é o suficiente para corrigir a síndrome, o que pode ser muito útil durante a cesárea;
A resposta Simpática à dor e à ansiedade durante o parto causa maior elevação na freqüência cardíaca e na
pressão sanguínea;
No pós-parto há um aumento no débito cardíaco em 60-80% por conta de uma autotransfusão sanguínea;
A pressão sanguínea arterial sofre queda ligeira na pressão sistólica (5-10 mmHg) e maior na diastólica (10-15
mmHg), que alcançam os menores valores na gestação de 20 semanas;
O decréscimo da pressão sanguínea arterial é explicado pela diminuição da resistência vascular periférica que
contrabalanceia o aumento do debito cardíaco;
Pressão Venosa: A pressão venosa nos membros inferiores aumenta cerca de 3x em virtude da compressão
que o útero determina na cava inferior e nas veias pélvicas ocorrente, particularmente, na posição de pé e
parada, nas pernas e/ou coxas;
Na gravidez, há uma tendência á HIPOTENSÃO, LIPOTIMIA ORTOSTÁTICA, EDEMA DOS MEMBROS
INFERIORES, VARICOSIDADES E HEMORRÓIDAS;
Resumo das Alterações Cadiovasculares
Repercussão Aumento Diminuição
Arritmias Débito Cardíaco (30-40%); Pressão Sanguínea 10-15 mmHg
Síndrome da HIPOtensão Supina FC 10-15 bpm Resistencia Vascular Sistêmica
Sopros Cardíacos Retorno Venoso
Maior Probabilidade de Congestão Pressão Capilar Coloidosmótica (edema
Pulmonar intersticial)
Pressão Capilar Pulmonar (edema pulmonar)
Sistema Sanguíneo:
A VOLEMIA (quantidade de sangue circulando no corpo) aumenta cerca de 50% durante a gestação;
O volume começa a aumenta durante o 1º trimestre (a partir da 6ª semana), cresce rapidamente no 2º, atingindo
valores máximos próximos da 28ª semana;
A expansão do volume sanguíneo depende do tamanho e do número dos fetos, logo fotos muito grandes ou
múltiplas gestações podem botar a mãe em risco de DECOMPENSAÇÃO;
O sistema hemostático é responsável pela integridade e permeabilidade do sistema vascular;
Alterações no Hemograma da Gestante:
Relativa LEUCOCITOSE (aumento no nº de leucócitos): maior produção de neutrófilos polimorfonucleares;
Pelo fato do feto apresentar-se como um corpo estranho ao organismo materno, ocorre uma supressão
das imunidades celular e humoral com o objetivo de evitar a “rejeição” dele
Ligeira redução no nº de plaquetas: ocorre por conta da hemodiluição e do aumento de consumo;
A atividade fibrinolítica no plasma diminui acentuadamente durante a gravidez e permanece assim
durante o parto para diminuir o risco de hemorragia durante a dequitação (expulsão espontânea da
placenta e das membranas após a saída do feto);
GRAVIDEZ = ESTADO DE HIPERCOAGULABILIDADE, pois os fatores de COAGULAÇÃO VII, VIII, IX e X
encontram-se aumentados, mas XI e XIII estão diminuídos no final da gestação. A atividade das proteínas
C e S e a antitrombina III não se alteram;
Resumo das Alterações Hematológicas
Repercussão Aumento Diminuição
Hemodiluição (anemia dilucional) Volume plasmático (40-50%) Viscosidade Sanguínea
Volume eritrocitário (20-30%) Hematócrito (30%)
Melhora no quadro clínico de Leucocitose relativa Quimiotaxia e aderência dos
algumas doenças autoimunes leucócitos
infecções urinárias e pneumonias
Aumento na incidência de Agentes pró-coagulantes Sistema fibrinolítico
fenômenos tromboembólicos Fibrinogênio (50%)
Fatores de coagulação VII, VIII, IX e fator
de Von Willebrand
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Sistema Respiratório:
O diâmetro da caixa torácica aumenta cerca de 2 a 3 cm e a circunferência de 6 cm devido ao RELAXAMENTO
das articulações costoesternais;
O diafragma se eleva4 cm durante o decorrer da gestação;
O volume corrente aumenta 40% durante a gravidez, ocorrendo DIMINUIÇÃO progressiva do volume
expiratório de reserva e do volume residual, com conseqüente REDUÇÃO da capacidade residual funcional.
A capacidade total pulmonar NÃO é alterada, pois com discreto aumento na capacidade inspiratória há a
compensação dessa DIMINUIÇÃO do volume de reserva expiratório;
A freqüência respiratória permanece “constante”;
A ventilação/minuto AUMENTA significativamente e representa a modificação mais importante na função
pulmonar;
Aproximadamente 60 – 70% das gestantes relatam DISPNÉIA ao longo da gestação;
O sintoma pode apresentar-se no repouso ou durante a atividade física e é atribuído à ação da progesterona;
Em virtude da HIPERVENTILAÇÃO, encontra-se pequeno AUMENTO na Po2 e DIMINUIÇÃO da Pco2 arteriais;
O aumento na excreção renal do bicarbonato compensa metabolicamente essa alcalose respiratória;
Resumo das Alterações Respiratórias
Repercussão Aumento Diminuição
Dispneia fisiológica Consumo de O2 (20%) Capacidade Residual Funcional
Congestão Nasal PO2 Arterial (25%);
Alcalose Respiratória Compensada Ventilação Minuto PCO2 Arterial
Dificuldade na Intubação Ângulo Laríngeo + Edema Laríngeo Bicarbonato sérico
Alterações na Gasometria Edema de Vias Aéreas
Sistema Urinário:
Cerca de 30% das mulheres apresentam o rim aumentando na gravidez;
80% das grávidas têm dilatação nos ureteres e pelves renais, especialmente no lado direito;
A depuração da creatinina, muito semelhante à filtração glomerular, pode ser medida mais fácil é comumente
usada para avaliar a função renal;
A filtração glomerular eleva-se entre 30 a 50% desde o 2º mês. Esse aumento na taxa de filtração glomerular
determina que maior quantidade de substância se apresente aos túbulos renais. Por isso pode ocorre o
seguinte:
Diminuir as concentrações de uréia e creatinina;
É fisiológica a PROTEINURIA;
A quantidade de glicose filtrada sobe e a habilidade máxima do rim em absorvê-la permanece igual;
O volume urinário diário NÃO aumenta;
A freqüência urinária (POLACIÚRIA) decorre da compressão exercida pelo útero gravídico na bexiga. A
atonia vesical faz aumentar a capacidade do órgão;
Presença dos mecanismos compensatórios do sistema renina-angiotensina-aldosterona;
O aumento na taxa de filtração glomerular da GLICOSE, SEM alteração de sua capacidade de reabsorção
tubular, provoca o aparecimento de GLICOSÚRIA
A dextrorrotação do útero e a ação miorrelaxante da progesterona nos ureteres provocam certo grau de estase
(sensibilidade) urinária ureteral. Esses fatores, somados à alteração da imunidade da gestante, predispõem à
infecção urinária;
Resumo das Alterações Urinárias
Repercussão Aumento Diminuição
Glicosúria Fisiológica Taxa de filtração glomerular Redução da Ureia e Creatinina
Aumento na Incidência de Infecções doReabsorção de sódio (ação da Plasmática
Trato Urinário aldosterona) Reabsorção Tubular de Glicose
Aumento da Frequência Urinária Diâmetro do ureter e da pelve renal Tônus Vesical
Incontinência
Sistema Digestório:
Ocorre melhora no apetite e manifestação de “desejos”;
Do 1º ao 4º mês, em 50 a 90% das grávidas apresentam náuseas e vômitos, o que poderá levar anorexia;
Ainda NÃO há comprovações do motivo da ocorrência de náuseas matinais, mas acredita-se que possa estar
relacionada a níveis crescentes de estrogênio no sangue, ao retardo no esvaziamento gástrico e fatores
emocionais;
Se os vômitos estiverem prolongados para além de 20 semanas, deve-se investigar a hipótese de
HIPERÊMESE GRAVÍDICA;
Recomenda-se evitar água e carboidrato em excesso, principalmente de manhã, quando as náuseas e os
vômitos estiverem mais atuantes;
As gengivas estão comumente edemaciadas, hiperêmicas e sangram com facilidade;
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Fonte:
Obstetrícia Fundamental - Rezende - 12ª edição;
Manual de Ginecologia e Obstetrícia – SOGIMIG;
Obstetrícia – Williams – 23ª edição
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/caderno_atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf
http://files.drresumo.webnode.com.br/200000469-
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Medcurso 2013 – Obstetrícia Vol. 1
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