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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

TICIANO MACIEL DAMORE

DITADOS: UM LIVRO PARA O AUXÍLIO DA PRÁTICA

DE PERCEPÇÃO MUSICAL EM CASA

NATAL

2010
TICIANO MACIEL DAMORE

DITADOS: UM LIVRO PARA O AUXÍLIO DA PRÁTICA

DE PERCEPÇÃO MUSICAL EM CASA

Monografia apresentada ao
departamento de Graduação da
Escola de Música da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte,
como exigência parcial para
obtenção da graduação em
Licenciatura Plena em Musica

Orientador: Professor Ms. Marcus


André Varela Vasconcelos

NATAL

2010
Catalogação da Publicação na Fonte
UFRN - Biblioteca Pe. Jaime Diniz

D163m Damore, Ticiano Maciel.

Ditados: um livro para o auxílio da prática de percepção


musical em casa / Ticiano Maciel Damore. – Natal, 2010.

57 f. : il.

Orientador: Marcus André Varela Vasconcelos.

Monografia (Graduação) – Escola de Música, Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, 2010.

1. Percepção Musical. 2. Ditado Melódico. 3. Ditado Rítmico. 4.


Educação Musical. 5. Material Didático I. Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 781.68


TICIANO MACIEL DAMORE

DITADOS: UM LIVRO PARA O AUXÍLIO DA PRÁTICA

DE PERCEPÇÃO MUSICAL EM CASA

Monografia apresentada ao departamento de Graduação


da Escola de Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como exigência parcial para obtenção
da graduação em Licenciatura Plena em Musica

Aprovado em: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA:

______________________________

Ms. Marcus André Varela Vasconcelos


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________

Dra. Valéria Lazaro de Carvalho


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________

Ms. Amélia Martins Dias Santa Rosa


Universidade Federal do Rio Grande do Norte
A Deus por me dar condições de realizar esse trabalho,

a meu pai pela força na revisão dos ditados,

a minha mãe por me apoiar em quase tudo que faço,

a Aline por me completar em todos os sentidos,

a meus alunos por servirem de inspiração,

ao professor Helder Alves de Oliveira pela ajuda,

a Marcus André pela paciência, sinceridade e rigorosidade.

Dedico esse trabalho especialmente a minha esposa Aline, que no auge

da minha tendinite, esteve sempre disposta a digitar o que eu escrevia.


RESUMO

O presente trabalho propõe a apresentação de um livro de Percepção Musical


intitulado “Ditados”, contendo ditados melódicos e rítmicos de diversos tipos e níveis
de dificuldade, frutos de três anos de docência da cadeira na Escola de Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tal livro vem acompanhado de dois
CDs de áudio contendo os ditados gravados. O objetivo deste material é auxiliar os
estudantes de Percepção Musical no estudo de ditados fora de sala de aula. Em um
primeiro momento a Percepção Musical como um todo é contextualizada, sendo
explicados os tipos de exercícios mais comuns nessa área. No mesmo capítulo
existe uma reflexão de como esta disciplina é vista sobre a ótica de Educação
Musical e como os autores desta área propõem que ela seja trabalhada. O capítulo
seguinte traz os resultados de uma pesquisa feita com alunos de Percepção Musical
dos cursos técnico e superiores da Escola de Música da UFRN, apontando suas
dificuldades em ditados rítmicos e melódicos e suas dúvidas sobre como estudá-los
fora de casa. Finalmente, é explicado como o livro foi estruturado, os tipos de
ditados propostos, os níveis de dificuldades adotados e sua formatação de maneira
geral.

Palavras-chave: Percepção Musical. Ditado Melódico. Ditado Rítmico. Educação


Musical. Material Didático.
ABSTRACT

This project proposes an Ear Training book called “Musical Dictation”, which
contains melodic and rhythmic dictations of several kinds and skill levels, that were
conceived during a three year experience of teaching the discipline at Escola de
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. This book comes with 2
audio CDs that contain these dictations recorded. The purpose of this material is to
help the students of Ear Training to study outside the classroom. First the Ear
Training is contextualized, and the most used exercises are explained. Later in the
chapter there is a reflection on how the discipline is seen by the perspective of
Musical Education, as well as how the authors in the field proposes working with it.
The next chapter brings the results of a research with Ear Training music students of
Escola de Música da UFRN, pointing their difficulties at musical dictation, as well as
their misinformation about how to study outside the classroom. Finally, it is explained
how the book is structured, its types of dictations, its skill levels and its formulation in
general.

Keywords: Ear Training. Melodic Dictation. Rhythmic Dictation. Musical Education.


Didactic Material.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 8

1 – CONTEXTUALIZANDO A PERCEPÇÃO MUSICAL................................... 10

2 – A PERCEPÇÃO DA PERCEPÇÃO............................................................. 14

3 – O LIVRO...................................................................................................... 18

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 23

REFERÊNCIAS................................................................................................. 25

ANEXOS............................................................................................................ 27
INTRODUÇÃO

Decepção musical: esse é o apelido que muitos estudantes de Percepção


Musical dão para a cadeira, na maioria das vezes obrigatória nos cursos técnicos e
superiores de música do país. A “decepção” surge quando o rendimento do aluno
não é igual ao dos melhores da sala, geralmente estudantes com “super ouvido” que
fazem da disciplina uma passagem feliz e sem dificuldades. Muitas vezes, o
problema se agrava pelo fato do aluno não contar com material didático que auxilie
seus estudos de Percepção em casa, limitando-o a fazer exercícios apenas nas
aulas presenciais. Um ou dois encontros por semana com a disciplina não seriam
suficientes para o aluno que não nasceu com privilégios auditivos (ou que não teve
uma boa formação de base) e que precisa de um material de apoio.
Para o estudo de algumas atividades inerentes à Percepção Musical, como
identificação de intervalos musicais e identificação de acordes e solfejos (explicados
no primeiro capítulo) ainda existem algumas formas de aprimoramento auditivo extra
classe, como partituras (para os solfejos) e alguns softwares (para os intervalos e
acordes). A maior dificuldade está no estudo de ditados melódicos e rítmicos fora de
sala de aula. O material de apoio para esse tipo de atividade é escasso. Em sua
dissertação de mestrado, Otutumi (2008) constata que as mais extremas
dificuldades dos alunos de Percepção estão no campo da melodia, principalmente
com os famosos ditados, e complementa lamentando que há pequena
movimentação na área de Percepção Musical de forma geral no Brasil. Bhering
(2003, p.2) afirma que o material didático relativo à Percepção Musical não existe de
maneira organizada: “O professor acaba utilizando folhas de exercícios
fragmentados, ficando a cargo de cada um produzir o seu próprio material”. O autor
desta monografia confirmou essa afirmação na prática, pois, na ausência de um
material organizado de Percepção Musical, teve que produzir seus próprios ditados
para aplicar em suas aulas junto à Escola de Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (EMUFRN). A experiência de quatro anos em contato com alunos
de diversos níveis, apresentando as mais variadas dificuldades em ditados
melódicos e rítmicos foi o principal fator motivacional dessa pesquisa. A intenção
durante o período era a de poder fornecer um material prático que possibilitasse ao
aluno a prática de ditados fora da sala de aula.

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A proposta desse trabalho é apresentar um livro com ditados melódicos e
rítmicos que possa auxiliar o estudante de Percepção Musical em seus estudos
individuais. O material proposto viria acompanhado de dois CDs de áudio que
conteriam os ditados em si, cada qual com um nível de dificuldade. Tais ditados
foram concebidos pelo autor do projeto, fruto de uma compilação de três anos de
ensino da cadeira na EMUFRN (2007 a 2009), tanto no nível técnico quanto na
Graduação.
O primeiro capítulo aborda os conceitos e perspectivas da Percepção Musical
como um todo, tratando da sua importância e contribuição para o amadurecimento
do estudante de música. Traz também uma discussão sobre a forma como a
disciplina é vista no Brasil, e sugere a partir de propostas de autores da Educação
Musical, um viés calcado na experiência do aluno e compreensão da linguagem
musical ante a simples identificação correta das notas de um ditado. O capítulo
seguinte traz o resultado de uma pesquisa feita com alunos dos cursos Técnico e
Superiores da EMUFRN sobre suas dificuldades com a disciplina, acentuando a
necessidade de um material didático que os acompanhe em seus estudos fora de
sala de aula. O terceiro capítulo mostra como foi feita a distribuição dos ditados no
livro a ser proposto, explicando seus capítulos, níveis e metodologia.

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1 – CONTEXTUALIZANDO A PERCEPÇÃO MUSICAL

A disciplina Percepção Musical, antigamente contida na cadeira de “Teoria da


Música”, é obrigatória na maioria das universidades e conservatórios do País. De
uma maneira geral, o estudante de Percepção Musical vivencia em sala de aula
situações musicais que objetivam aprimorar sua percepção auditiva, e com isso,
melhor prepará-lo para exercer sua profissão de músico.
Essa vivência é vista como essencial para Jesus, Uriarte e Raabe (2007), que
afirmam que o desenvolvimento da percepção auditiva é um dos pilares da
construção do conhecimento musical. É nessa disciplina que a teoria musical
aprendida nas aulas teóricas se conecta com a prática, pois os exercícios de
Percepção são relacionados com as informações musicais dos livros de teoria.
Barbosa (2009) sintetiza a Percepção Musical como um “lugar” de um treinamento
auditivo baseado na realização de solfejos, ditados e exercícios rítmicos.
Vemos na prática da maioria dos professores que há seis atividades vistas em
sala de aula:
a) Reconhecimento de intervalos musicais – intervalo musical é “a distância
entre duas notas” (LEONARD, 1996. p. 86). Nessa atividade o aluno escuta
duas notas (simultâneas ou não) e deve identificar que intervalo existe entre
elas.
Ex:

b) Reconhecimento de acordes – Esse tipo de exercício exige que o aluno


identifique que tipo de acorde (três ou mais notas que soam
simultaneamente) está sendo tocado. Maior, menor, aumentado e diminuto
são os tipos de acordes mais utilizados nas aulas de Percepção.
Ex:

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c) Solfejo – para Ferreira (1999) solfejar é ler ou entoar os nomes das notas de
uma peça musical. Nesta atividade, o estudante deve solfejar trechos
musicais nas claves mais comuns da prática musical (sol, fá e dó na terceira
linha).
Ex.

d) Leitura rítmica – o aluno deverá executar com as mãos, outras partes do


corpo ou voz um exercício rítmico.
Ex.

e) Ditado melódico (foco dessa monografia) – o professor toca em um


instrumento (ou gravação) um trecho musical melódico, a uma ou mais vozes,
e os alunos devem grafar o que conseguem identificar. Geralmente o docente
anuncia o tom, o número de compassos e a primeira nota do exercício, mas,
dependendo do nível da turma, mais ou menos informações iniciais podem
ser passadas. O nível musical dos alunos também deve determinar o número
de compassos dos exercícios, assim como o número de vozes simultâneas e
de repetições do ditado. A forma como o ditado é tocado também varia de
professor para professor, podendo ser apresentado por inteiro ou dividido por
compassos.
f) Ditado rítmico (foco dessa monografia) – semelhante ao ditado melódico,
porém a melodia é substituída por sequências rítmicas, geralmente com o
som de instrumentos de percussão, sendo, portanto mais simples que o
ditado melódico, uma vez que não existe o compromisso em identificar a
altura das notas (mesmo assim, na prática são vistos casos de alunos que
têm menos dificuldades nos ditados melódicos). Nos anexos desde trabalho

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existem vários exemplos de ditados melódicos e rítmicos escritos, que podem
ser ouvidos nos dois CDs que acompanham a monografia.
Existem outros exercícios que também desenvolvem a percepção musical, como
a percepção de modos, cadências e composições de peças e trechos musicais.
Muitas são também as variações dos exercícios supracitados que vão depender
tanto da criatividade do professor quanto da resposta de seus alunos.
Para Otutumi (2008), o desenvolvimento da Percepção Musical é considerado
pela grande maioria dos educadores como de fundamental importância, pois dá um
significativo suporte para a carreira do músico além de anteceder sua formação
profissional, participando no processo de educação musical de base.
Campolina e Bernardes (2001) também consideram o desenvolvimento da
Percepção Musical essencial e indispensável na formação de qualquer músico.
Porém Bernardes (2001) propõe uma discussão sobre a forma como a disciplina é
lecionada no Brasil. Alega que o método tradicional é calcado nas escolas de música
da Europa e América do Norte, onde os alunos têm uma diferente cultura e
formação, e têm o estudo da música incorporado ao seu cotidiano e ao seu processo
escolar, realidade ainda inexistente no Brasil. De acordo com tal método, o
treinamento auditivo é visto como "ginástica auditiva", na qual o ouvido musical é
formado a partir do adestramento para ouvir, reconhecer e reproduzir, podendo não
formar músicos conscientes da linguagem musical.
Os exercícios de Percepção deveriam, para a autora, obedecer ao tempo do
ouvinte, respeitar e direcionar o processo de escuta de acordo com a demanda de
quem ouve e validá-Io da forma como ele acontece. Barbosa (2005, p.2) concorda
com a necessidade de uma proposta que deveria tratar a música como linguagem
e conseqüentemente a “percepção musical como percepção do discurso musical
e não percepção de elementos musicais, e considerar a experiência musical
anterior dos alunos”. Grossi (2001) acrescenta que os exercícios tradicionais são
“formas restritivas de avaliação porque, ao limitar o conhecimento musical a apenas
uma dimensão da música, desconsidera a natureza diversificada da própria
experiência musical”. Aborda que os testes atuais de percepção se baseiam em
formulações como “compare, reconheça e classifique”, e que em sua visão são
limitados por não levar em consideração a forma como as pessoas vivenciam a
música de maneira geral. Grossi ainda relata em seu artigo o sucesso alcançado em

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um processo seletivo onde o teste de Percepção se baseava na vivência da música
em vários níveis de aprofundamento, dentre eles, ouvir uma música e escrever
comentários sobre a mesma, tentar identificar a forma da canção, comentar texturas
e timbres, identificar a relação entre os acordes da música, identificar a quantidade
de vozes ouvidas, entre outros procedimentos. Essas técnicas promovem uma
abertura para uma percepção mais abrangente da linguagem musical.
As práticas propostas por Campolina e Bernardes (2001) sugerem experiências
baseadas na compreensão e criação. Ambas são autoras de um livro com ditados
gravados entitulado “Ouvir para entender ou compreender para criar?”. Tais ditados
contidos em um CD apresentam coerência melódica e sentido musical. Os alunos,
antes de tentarem grafar o ditado, podem fazer anotações sobre o que conseguem
julgar como musicalmente importante, assim como escrever de modo empírico (com
sinais, desenhos, símbolos) os movimentos melódicos e/ou rítmicos do ditado. Uma
vez que a estrutura musical do ditado for compreendida, os alunos passam a tentar
grafar o ditado utilizando a escrita tradicional. Após este processo, as autoras
incentivam a criação e execução de músicas com base no que foi aprendido com o
ditado recém ouvido.
O livro proposto nesta monografia corrobora com as idéias recém apontadas, e
seus ditados devem ser trabalhados sobre tais perspectivas, servindo de
ferramentas para a ampliação do desenvolvimento auditivo do aluno e compreensão
de uma linguagem maior da música. Acredita-se também que as contribuições dos
autores supracitados sobre a forma de utilização da Percepção Musical, em prol da
compreensão da linguagem musical como um todo, podem servir como modelo para
os docentes ainda calcados no modelo ”tradicional”, nem sempre efetivo no Brasil.
Apresentaremos a seguir, os resultados de uma pesquisa que buscou identificar,
na opinião dos alunos, a necessidade de um material para o estudo de ditados fora
de sala de aula.

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2 – A PERCEPÇÃO DA PERCEPÇÃO

Uma vez que na opinião dos docentes existe uma carência de material
organizado para o estudo de Percepção Musical, buscou-se identificar através de
uma pesquisa a mesma necessidade por parte dos estudantes. Assim, esta
pesquisa foi feita com 71 alunos da EMUFRN, todos estudantes de Percepção
Musical de nível técnico e superior. Foram escolhidas turmas de Percepção Musical
II e IV com a intenção de conhecer as necessidades dos discentes que já têm
contato com a cadeira há pelo menos um semestre.
Para a coleta de dados utilizou-se um questionário com quatro questões de
alternativa única. Marconi & Lakatos (2002) definem questionário como um
instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem
ser respondidas por escrito e sem influência do autor do mesmo. Gil (2002)
acrescenta que em um questionário devem ser incluídas apenas as perguntas
relacionadas com o tema proposto, com perguntas formuladas de maneira clara,
concreta e precisa. Com o intuito de evitar distorções nas respostas foi dada
preferência às perguntas objetivas. Mesmo assim, quando a alternativa exigia uma
informação suplementar, existia no questionário um espaço destinado para este fim
(vide anexo A). Durante a aplicação, os alunos receberam o questionário e foram
informados apenas que se tratava de uma pesquisa sobre Percepção e que as
questões só tinham uma alternativa a ser marcada, existindo a preocupação de não
influenciar as respostas dos discentes.
A primeira questão buscava identificar o curso dos alunos que responderam o
questionário, com a finalidade de se chegar a possíveis perfis ou tendências de
algum dos cursos especificamente. O resultado está no quadro abaixo:
Quadro 01: Curso
Entrevistados Qtde %
Nível Técnico 38 53
Nível Superior 33 47
Fonte: Dados da pesquisa

As turmas de Nível Superior eram mistas, e continham tanto alunos do curso


Bacharelado em Música quanto da Licenciatura em Música, que para o objetivo

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deste trabalho serão tratados por um só perfil: Nível Superior. Importante ressaltar a
quase igualdade entre o número de respondentes dos cursos Técnico e superiores.
A questão número dois buscava identificar as dificuldades dos alunos em
perceber e grafar ditados melódicos e rítmicos.

Quadro 02: Dificuldades


Entrevistados Qtde %
Sem dificuldades nos ditados 19 26
Com dificuldades em ditados 20 28
melódicos
Com dificuldades em ditados 12 18
rítmicos
Com dificuldades em ambos 20 28
Fonte: Dados da pesquisa

Nota-se que a grande maioria dos respondentes (74%) tem dificuldades em


ditados em geral. Isso fundamenta a preocupação docente em haver material de
auxílio para alunos de percepção.
Abordando o foco do trabalho, a próxima questão buscava saber como os
alunos estão estudando/praticando ditados fora da sala de aula:
Quadro 03: Estudo fora de sala
Entrevistados Qtde %
Não estudam 21 30
Não sabem como estudar 11 15
Alguém toca para eles 8 11
Utilizam softwares 13 18
Outros 18 25
Fonte: Dados da pesquisa

Analisando o quadro acima, algumas considerações podem ser feitas. A


primeira delas é que 45% dos alunos não estudam ou não sabem como estudar
ditados fora de sala de aula. 11% precisam de terceiros para poder praticar, o que
dificulta o processo de aprendizagem por depender da disponibilidade desses
ajudantes. Dos softwares apontados como material de estudo, os mais citados foram
o Earmaster e o Finale. O primeiro é um complexo programa de treinamento auditivo

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que tem a desvantagem de ser pago, e suas opções de preços variam entre U$ 70 a
U$ 1250. A versão grátis expira em menos de dois meses e tem poucos recursos de
aprendizagem. Já o Finale não tem como ser utilizado como ferramenta de estudo
de ditado a não ser que alguém escreva algum exercício nele, o que novamente
insere o aluno no problema de “depender de terceiros”. Os entrevistados que
marcaram a opção outros utilizam métodos mais informais como “tirar música de
ouvido”. Desta forma, entende-se que é real a necessidade de se buscar novas e
mais acessíveis maneiras de se estudar os ditados, já que os recursos utilizados
pelos alunos apresentam restrições.
A questão final tenta descobrir na opinião dos discentes o que poderia lhes
ser mais útil no estudo de ditados fora de sala de aula. Para isso, foram
apresentadas alternativas neutras como possíveis soluções para suas dificuldades
de maneira a não induzir as respostas em direção ao propósito deste trabalho. Os
resultados:
Quadro 04: Material de Apoio
Entrevistados Qtde %
Livro de ditados com CD 47 66
Mais aulas e atenção individualizada 15 21
Vídeo-aulas 3 4
Maior aprofundamento teórico 6 9
Fonte: Dados da pesquisa

Dos 71 entrevistados, 47 (66%) e, portanto, sólida maioria, se beneficiaria


com o produto proposto pelo trabalho, o considerando o mais útil entre as
alternativas propostas. É importante destacar também a vontade dos alunos em ter
mais encontros por semana, possivelmente desejando vivenciar a disciplina de
forma mais intensiva.
Duas correlações também puderam ser feitas combinando os resultados
tabulados: mais alunos do nível superior disseram ter dificuldades em ditados – 82%
contra apenas 66% dos alunos de nível técnico; 74% dos alunos sem dificuldades
em ditados apontaram que mesmo assim, se beneficiariam do livro proposto.
Através desta pesquisa, buscamos justificar a importância da criação deste
material didático para a aprendizagem dos estudantes desta disciplina. Acreditamos

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que os dados coletados revelam que existe a necessidade da criação de um material
desta natureza. A seguir, apresentamos a proposta do livro e a sua respectiva
estruturação.

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3 – O LIVRO

O livro proposto é por si só, um material didático. Para Santos et all (2006
p.3), antes da escolha e/ou produção de qualquer material didático, é imprescindível
que se questione: “que conteúdos vão ser trabalhados no curso, que visões e
representações serão privilegiadas? Como o conteúdo vai ser organizado? Como é
o modo e a forma desse conteúdo?”. Considerando importantes tais considerações,
o presente capítulo busca respondê-las, assim como especificar os conteúdos
musicais aos quais o material se propõe.
“Ditados” foi pensado para alunos de Percepção Musical dos cursos Técnico
e superiores (Bacharelado e Licenciatura) de Música. Portanto, espera-se que eles
já tenham tido uma iniciação musical básica de percepção de graus conjuntos,
reconhecimento de fórmulas de compassos, etc. O objetivo do livro é auxiliar o aluno
de Percepção Musical em seus estudos particulares e não dispensá-lo das aulas. É
importante ressaltar que o produto não tem a intenção de ser seqüencial, ou seja, o
leitor não deve segui-lo do início ao fim. A finalidade é auxiliar o aluno em diferentes
tipos de ditados de acordo com o que estiver vivenciando em sala de aula naquele
momento.
O livro é dividido em dois níveis de dificuldade. O primeiro apresenta
exercícios musicalmente mais simples. São eles:
• Ditados melódicos a uma voz;
• Ditados melódicos a uma voz com modulação;
• Ditados melódicos a duas vozes;
• Ditados melódicos a duas vozes com modulação;
• Ditados rítmicos a uma voz;
• Ditados rítmicos a uma voz com compassos alternados e variáveis;
• Ditados rítmicos a duas vozes;
• Ditados rítmicos a duas vozes com compassos alternados e variáveis.

Souza (2004 p.1) aponta que como fato social, a música não pode ser tratada
descontextualizada de sua produção sociocultural, defendendo a necessidade de se
trabalhar “a relação que crianças e adolescentes mantêm com a música, e não se
limitar ao estudo da prática ou do consumo musical meramente por seu conteúdo ou

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gênero”. Para a autora, a dificuldade está em se comunicar musicalmente utilizando
como ferramentas as relações sociais dos alunos, seus costumes, suas idéias, suas
origens. Compactuando com tais pensamentos, os ditados rítmicos e ditados
melódicos a uma e duas vozes (em claves de Sol e Fá, respectivamente) buscam
muitas vezes ativar as memórias musicais dos estudantes, utilizado fórmulas
rítmicas e melódicas mais conhecidas, às vezes com trechos de músicas que fazem
parte dos seus cotidianos como valsas de artistas potiguares, hinos de times de
futebol, levadas de bateria com ritmos populares, entre outros. No exemplo abaixo,
um ditado melódico com trecho do “hino da independência do Brasil”.

Figura 01: Ditado melódico a duas vozes com trechos de músicas conhecidas

Fonte: Dados da pesquisa

As modulações dos ditados modulantes de nível um são fáceis de identificar,


pois a relação sensível-tônica e cadências perfeitas são constantemente
apresentadas e os exercícios rítmicos a uma e duas vozes têm os tempos fortes
bem definidos nas gravações.

Figura 02: Ditado melódico a uma voz de nível 1 com modulação

Fonte: Dados da pesquisa

Coerência musical e exercícios de fácil memorização são utilizados em maior


quantidade nesse nível.
O segundo nível contém ditados que desprendem o aluno das convenções
musicais mais comuns (tonalidades com poucos acidentes, estruturas melódicas
familiares ao ouvido, modulações de fácil identificação). São acrescentados ditados

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melódicos com três vozes, sendo feitos também na clave de Dó, assim como ditados
rítmicos também a três vozes. Os tipos de exercícios estão deste nível são:
• Ditados melódicos a duas vozes;
• Ditados melódicos a duas vozes com modulação;
• Ditados melódicos a três vozes;
• Ditados rítmicos a duas vozes;
• Ditados rítmicos a uma voz com compassos alternados e variáveis;
• Ditados rítmicos a duas vozes com compassos alternados e variáveis;
• Ditados rítmicos a três vozes.

Figura 03: Ditado melódico a duas vozes de nível 02

Fonte: Dados da pesquisa

Nas gravações, existe sempre a preocupação de utilizar vozes contrastantes


nos ditados com mais de uma voz. Bumbo, caixa e condução, flauta, tuba e viola,
são alguns dos instrumentos utilizados para esse fim.
Os exercícios rítmicos são todos iniciados pelo pulso do compasso. Logo, nas
partituras mostradas, o primeiro compasso corresponderá justamente a esse pulso,
não devendo ser considerado como parte do exercício.

Figura 04: Ditado rítmico a duas vozes de nível 01

Fonte: Dados da pesquisa

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Notar que o “compasso do pulso” dos exercícios a duas vozes não tem
pausas de preenchimento, como forma simbólica de mostrar que não faz parte do
ditado. Uma barra dupla é colocada logo após o “compasso do pulso” para
assegurar que o leitor não o confunda com o ditado em si. Trabalha-se também a
equivalência de durações. Como muitos exercícios são feitos com sons de
percussão, apenas a acentuação será considerada. Logo, uma colcheia seguida de
uma pausa de colcheia terá o mesmo valor que uma semínima. A acentuação dos
compassos é amenizada nos exercícios rítmicos de nível 2.
Nos ditados rítmicos com compassos alternados e variáveis, adota-se a
equivalência de colcheias entre os diferentes compassos, e todas as fórmulas de
compasso são informadas previamente.

Figura 05: Ditado rítmico a duas vozes com compassos alternados e variáveis
EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4, 3/8, 3/4, 3/8 Compassos: 4 Faixa: 49

Fonte: Dados da Pesquisa

Os ditados contidos no livro são apresentados em dois CDs (um para cada
nível) e devem ser tocados por inteiro, várias vezes, exercitando a capacidade de
memorização e abstração de um trecho musical.
O aluno deverá utilizar o livro acompanhado de um caderno pautado.
Recomenda-se o uso de uma folha de papel em branco cobrindo a partitura-resposta
do mesmo, de forma que só se possam ver as informações iniciais do exercício.
Depois, o aluno deverá correr a folha em branco um pouco da esquerda para a
direita com o intuito de mostrar a primeira nota dos ditados.
Figura 06: Visualização de um ditado
EXERCÍCIO 1 Tom: C Compassos: 4 Faixa: 01

Fonte: Dados da pesquisa


21
Acompanhando a figura acima, o aluno correria a folha de papel, de cima para
baixo, de forma com que só visse a linha das instruções, sabendo então que o tom
do ditado é Dó maior, com quatro compassos e que a faixa do CD a ser tocada é a
primeira. Correndo a folha para a direita, o estudante visualiza a clave, logo após a
armadura e a fórmula de compasso, finalizando com a primeira nota do ditado (ou
quaisquer outras notas que desejar, bastando continuar a mover a folha em branco
para a direita).
Uma vez anotadas as informações do exercício, o aluno toca o CD com a
faixa específica do exercício. Caso necessário, o aluno poderá executar em seu
instrumento a escala do tom do ditado melódico. O objetivo será conseguir grafar em
uma folha de papel pautada o que foi ouvido.
Concordando com a proposta feita por Campolina e Bernardes (2001), os
ditados propostos não precisam ser vistos como “ginástica auditiva”. Antes de grafar
o que está soando no caderno pautado, o aluno pode fazer anotações
despreendidas da escrita tradicional sobre as sensações que o ditado desperta, os
movimentos que a melodia ou o ritmo faz e quaisquer outras impressões que
desejar. Como exemplos, setas para cima ou para baixo podem indicar o caminho
da melodia, e associações a adjetivos musicais ou não-musicais como “infantil”,
“rock´n´roll” ou “me lembra Asa Branca” podem facilitar a compreensão da
linguagem musical existente no ditado. Depois da grafia do ditado, o estudante deve
não só executar o ditado no seu instrumento, como praticar a criação de melodias
semelhantes, tocar tais melodias ou se utilizar de qualquer outra forma criativa que o
ajude a internalizar a linguagem musical como um todo.
Recomenda-se ao aluno com pouca vivência com Percepção Musical o
estudo dos exercícios de nível um (CD 01). Os familiarizados com a prática de ditado
podem praticar os exercícios de nível 2 (CD 02). O livro em sua totalidade encontra-
se nos anexos desse trabalho.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo se propôs a refletir sobre a necessidade da criação de um


material que pudesse auxiliar alunos de Percepção Musical na prática de ditados
melódicos e rítmicos fora de sala de aula. De acordo com a pesquisa bibliográfica,
foi constatada a preocupação dos docentes de Percepção Musical em se ter um
material de apoio bem estruturado, uma vez que na maioria dos casos tal material é
produzido informalmente, sem necessariamente passar por um crivo mais criterioso.
Na pesquisa realizada com alunos da UFRN, grande parte dos alunos que
responderam o questionário mostrou ter dificuldades em ditados de maneira geral e
não sabe como estudá-los fora de casa. A maioria apontou um livro de ditados com
CD como a alternativa que mais lhe seria útil em seus estudos particulares.
Dessa forma, acredita-se que o livro “Ditados” pode servir como ferramenta
de auxílio para os estudos de ditados musicais como um todo. Ressalta-se que o
material não tem a intenção de solucionar de forma definitiva os problemas com
ditados dos estudantes de Percepção. Espera-se apenas que o mesmo possa
auxiliar os estudantes de Percepção Musical a se aperfeiçoarem na prática dos
ditados melódicos e rítmicos, contribuindo para seus desenvolvimentos como
músicos de maneira geral. Também se espera que o material contribua como um
recurso didático válido para a Percepção Musical no País, seguindo o viés da
Educação Musical atual, voltada para as necessidades do aluno.
A pesquisa foi de grande importância para o autor do projeto. As visões dos
educadores musicais que trabalham com Percepção Musical contribuíram para
formar uma nova maneira de abordar a disciplina em sala de aula. Durante os três
anos de confecção e utilização dos ditados, existia ainda a metodologia fragmentada
e tradicional do autor de aplicar os ditados por aplicá-los, os tratando como a
“ginástica auditiva” tão criticada pelos autores referenciados. Depois deste estudo,
fica a certeza de que um ditado pode ser utilizado para abranger um campo maior da
música, significando para o aluno uma melhor compreensão da linguagem musical
como um todo.
Futuramente, pretende-se tornar o livro público, assim como direcionar uma
pesquisa sobre os resultados obtidos com essa ação, apontando a aceitação do
produto por parte dos alunos, as dificuldades e facilidades de compreensão do

23
material, e se de fato este contribuiu para uma melhoria da relação entre os
estudantes e os ditados de Percepção Musical.

24
REFERÊNCIAS

BARBOSA, Maria Flávia Silveira. Percepção musical como compreensão da obra


musical: compreensões a partir da perspectiva histórico cultural. 2009. 149p.
Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2009.

BARBOSA, Maria Flávia Silveira. Percepção musical sob novo enfoque: a escola
de Vigotski. Revista Música Hodie, [s.l], vol. 5, nº 2, 2005, p.91-105.

BERNARDES, Virgínia. A percepção musical sob a ótica da linguagem. Revista


da Abem, 6, set, p. 73-85, 2001.

BHERING, Maria Cristina Vieira. Repensando a percepção pusical: uma proposta


através da música popular brasileira. 105p. Dissertação (Mestrado em Música) –
Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2003.

CAMPOLINA, Eduardo; BERNARDES, Virgínia. Ouvir para entender ou


compreender para criar? Uma outra concepção de percepção musical. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio eletrônico. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GROSSI, C. de S. Avaliação da percepção musical na perspectiva das


dimensões da experiência musical. Revista da Abem, Porto Alegre, n. 6, p. 49-58,
2001.

JESUS, Elieser Ademir de; URIARTE, Mônica Zewe; RAABE, André Luís Alice.
Desenvolvendo a percepção musical em crianças através de um objeto de
aprendizagem. Santa Catarina: UNIVALI, 2007.

LEONARD, Hal. Dicionário musical de bolso. Rio de Janeiro: Gryphus, 1996.

MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 5a Edição São Paulo:


Atlas, 2002.

OTUTUMI, Cristiane Hatsue Vital. Percepção musical: situação atual da


disciplina nos cursos superiores de música. 258p. Dissertação (Mestrado em
Música) – Unicamp, São Paulo, 2008.

SANTOS, Cleusa R. dos, et all. A construção do material didático para educação


a distância: a experiência do setor de educação a distância da UNESC. 11p. 2006.
Disponível em:
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/artigosrenote/a34_21199.pdf Acesso em:
11 Nov. 2010.

25
SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM. Porto
Alegre, V. 10, p. 07-11, Mar. 2004.

26
ANEXOS

27
ANEXO A

QUESTIONÁRIO SOBRE PERCEPÇÃO MUSICAL


1) Qual o seu curso?

( ) Curso técnico em música

( ) Licenciatura em música

( ) Bacharelado em música

2) Você apresenta alguma dificuldade em perceber e grafar ditados melódicos e/ou


rítmicos?

( ) Não.

( ) Apenas ditados melódicos.

( ) Apenas ditados rítmicos.

( ) Sim, em ambos os casos.

3) Como você faz para estudar ditados melódicos e/ou rítmicos fora da sala de aula?

( ) Não estudo fora de sala.

( ) Não sei como estudá-los fora de sala.

( ) Alguém toca para mim.

( ) Um software toca os ditados. Qual? ________________________________

( ) Outros. ________________________________________________________

4) Qual das opções abaixo poderia lhe ser mais útil no estudo dos ditados em
percepção?

( ) Livro com CD contendo ditados gravados.

( ) Mais aulas e atenção individualizada

( ) Vídeo-aulas

( ) Maior aprofundamento teórico


28
ANEXO B – O LIVRO

29
ÍNDICE

Introdução .................................................................................. 03

Nível 1 04
Ditados Melódicos ............................................................. 04
1. Ditados melódicos a uma voz ...................................... 04
2. Ditados melódicos a uma voz com modulação ............. 05
3. Ditados melódicos a duas vozes .................................. 06
4. Ditados melódicos a duas vozes com modulação ......... 08
Ditados rítmicos ................................................................ 09
1. Ditados rítmicos a uma voz .......................................... 09
2. Ditados rítmicos a uma voz com compassos
alternados e variáveis .................................................. 10
3. Ditados rítmicos a duas vozes ....................................... 11
4. Ditados rítmicos a duas vozes com compassos
alternados e variáveis .................................................. 12

Nível 2 14
Ditados Melódicos ............................................................. 14
1. Ditados melódicos a duas vozes ................................... 14
2. Ditados melódicos a duas vozes com modulação .......... 17
3. Ditados melódicos a três vozes .................................... 19
Ditados rítmicos ................................................................. 20
1. Ditados rítmicos a duas vozes ...................................... 21
2. Ditados rítmicos a uma voz com compassos
alternados e variáveis .................................................. 23
3. Ditados rítmicos a duas vozes com compassos
alternados e variáveis .................................................. 24
4. Ditados rítmicos a três vozes ......................................... 25

30
INTRODUÇÃO

Neste livro o leitor encontrará diversos tipos de ditados melódicos e rítmicos. Tais exercícios
abrangem tanto níveis de dificuldade fáceis quanto mais elaborados e tentam alcançar tanto
estudantes Percepção Musical de nível técnico quanto de nível superior. Importante ressaltar que o
material abrange tanto padrões musicais mais utilizados no cotidiano musical (aproximadamente
noventa por cento do livro) quanto estruturas mais incomuns e desafiadoras, de forma a tentar
alcançar os mais diversos perfis de estudantes.
Uma vez que o material seja utilizado por alunos, busco preencher uma lacuna muito vista
nas escolas de música que é a ausência de material auditivo para estudo de Percepção Musical em
casa. O procedimento é muito simples: O aluno deverá utilizar o livro acompanhado de um caderno
pautado. Recomenda-se o uso de uma folha de papel em branco cobrindo a partitura-resposta deste
livro, de forma com que só se possam ver as informações iniciais do exercício. Depois, a folha em
branco poderá correr um pouco da esquerda para a direita com o intuito de mostrar a primeira nota
dos ditados. Uma vez anotadas as informações do exercício, o aluno toca o CD com a faixa específica
do exercício. Caso necessário, o aluno poderá executar em seu instrumento a escala do tom do ditado
melódico. O objetivo será conseguir grafar em uma folha de papel pautada o que foi ouvido. O aluno
pode também fazer anotações depreendidas da escrita tradicional sobre as sensações que o ditado
desperta, os movimentos que a melodia ou o ritmo faz e quaisquer outras impressões que desejar.
Como exemplos, setas para cima ou para baixo podem indicar o caminho da melodia, e associações a
adjetivos musicais ou não-musicais como “infantil”, “rock´n´roll” ou “me lembra Asa Branca” podem
facilitar a compreensão da linguagem musical existente no ditado. Depois da grafia do ditado, o
estudante pode praticar a criação de melodias semelhantes, a execução dessa melodia em seu
instrumento ou qualquer outra forma criativa para a internalização da linguagem musical como um
todo.
Recomenda-se ao iniciante em Percepção Musical o estudo dos exercícios de nível um (CD 01).
Os familiarizados com a prática de ditado podem praticar os exercícios de nível 2 (CD 02).
A prática desses exercícios não deve isentar os alunos das aulas de Percepção. Pelo contrário,
um professor deve acompanhar periodicamente os resultados obtidos para certificar-se que a
progressão do estudante está de fato ocorrendo.
Apesar do intuito inicial dos exercícios a serem apresentados nesse livro ser desenvolver a
percepção auditiva através de ditados, nada impede os mesmos de serem usados também como
solfejos.
Professores de Percepção também podem se beneficiar deste material, aplicando os ditados
contidos em sala de aula.

Ticiano D´Amore

31
DITADOS – NÍVEL UM (CD 1)

Nesta sessão o leitor encontrará ditados melódicos e rítmicos simples, com grau de
dificuldade baixo.

DITADOS MELÓDICOS

1. DITADOS MELÓDICOS A UMA VOZ

EXERCÍCIO 1 Tom: C Compassos: 4 Faixa: 01

EXERCÍCIO 2 Tom: C Compassos: 4 Faixa: 02

EXERCÍCIO 3 Tom: G Compassos: 4 Faixa: 03

EXERCÍCIO 4 Tom: E Compassos: 5 Faixa: 04

EXERCÍCIO 5 Tom: Bb Compassos: 5 Faixa: 05

EXERCÍCIO 6 Tom: A Compassos: 4 Faixa: 06

32
EXERCÍCIO 7 Tom: Am Compassos: 4 Faixa: 07

2. DITADOS MELÓDICOS A UMA VOZ COM MODULAÇÃO

EXERCÍCIO 1 Tom inicial: C Compassos: 8 Faixa: 08

EXERCÍCIO 2 Tom inicial: D Compassos: 4 Faixa: 09

EXERCÍCIO 3 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 10

EXERCÍCIO 4 Tom inicial: G Compassos: 4 Faixa: 11

EXERCÍCIO 5 Tom inicial: F Compassos: 6 Faixa: 12

33
3. DITADOS MELÓDICOS A DUAS VOZES

EXERCÍCIO 1 Tom: G Compassos: 8 Faixa: 13

EXERCÍCIO 2 Tom: F Compassos: 6 Faixa: 14

EXERCÍCIO 3 Tom: C Compassos: 3 Faixa: 15

EXERCÍCIO 4 Tom: Bb Compassos: 6 Faixa: 16

EXERCÍCIO 5 Tom: G Compassos: 6 Faixa: 17

34
EXERCÍCIO 6 Tom: Bm Compassos: 6 Faixa: 18

EXERCÍCIO 7 Tom: F Compassos: 6 Faixa: 19

EXERCÍCIO 8 Tom: G Compassos: 4 Faixa: 20

EXERCÍCIO 9 Tom: A Compassos: 3 Faixa: 21

EXERCÍCIO 10 Tom: F Compassos: 6 Faixa: 22

35
4. DITADOS MELÓDICOS A DUAS VOZES COM MODULAÇÃO

EXERCÍCIO 1 Tom inicial: Am Compassos: 3 Faixa: 23

EXERCÍCIO 2 Tom inicial: G Compassos: 3 Faixa: 24

EXERCÍCIO 3 Tom inicial: C Compassos: 3 Faixa: 25

EXERCÍCIO 4 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 26

EXERCÍCIO 5 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 27

36
DITADOS RÍTMICOS

Os exercícios rítmicos são todos iniciados pelo pulso do compasso. Logo, nas partituras
mostradas, o primeiro compasso corresponderá justamente a esse pulso, não devendo ser
considerado parte do exercício. Notar que o “compasso do pulso” dos exercícios a duas vozes não tem
pausas de preenchimento, como forma simbólica de mostrar que não faz parte do ditado. Trabalha-
se também a equivalência de durações. Como muitos exercícios são feitos com sons de percussão,
apenas a acentuação será considerada. Logo, uma colcheia seguida de uma pausa de colcheia terá o
mesmo valor que uma semínima. A acentuação dos compassos nos exercícios é amenizada. O
primeiro tempo de cada compasso é levemente acentuado.

1. DITADOS RÍTMICOS A UMA VOZ

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 2/4 Compassos: 4 Faixa: 28

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4 Compassos: 4 Faixa: 29

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 30

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 4/4 Compassos: 4 Faixa: 31

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/8 Compassos: 3 Faixa: 32

37
EXERCÍCIO 6 F.Compasso: 4/4 Compassos: 3 Faixa: 33

EXERCÍCIO 7 F.Compasso: 2/4 Compassos: 4 Faixa: 34

2. DITADOS RÍTMICOS A UMA VOZ COM COMPASSOS ALTERNADOS E


VARIÁVEIS

Em todos os exercícios deste capítulo, =

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 4/4, 3/8, 4/4, 3/8 Compassos: 4 Faixa: 35

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4, 4/8, 4/4 Compassos: 3 Faixa: 36

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 4/4, 3/8, 4/4, 2/8 Compassos: 4 Faixa: 37

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 2/4, 5/8, 4/4 Compassos: 3 Faixa: 38

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/4, 1/8, 3/4, 1/8 Compassos: 4 Faixa: 39

38
3. DITADOS RÍTMICOS A DUAS VOZES

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 4/4 Compassos: 4 Faixa: 40

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 41

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 4/4 Compassos: 2 Faixa: 42

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 3/4 Compassos: 2 Faixa: 43

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 4/4 Compassos: 3 Faixa: 44

39
EXERCÍCIO 6 F.Compasso: 3/8 Compassos: 3 Faixa: 45

EXERCÍCIO 7 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 46

EXERCÍCIO 8 F.Compasso: 3/4 Compassos: 2 Faixa: 47

4. DITADOS RÍTMICOS A DUAS VOZES COM COMPASSOS ALTERNADOS E


VARIÁVEIS
Em todos os exercícios deste capítulo, = .

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 4/4, 3/8, 1/4 Compassos: 3 Faixa: 48

40
EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4, 3/8, 3/4, 3/8 Compassos: 4 Faixa: 49

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 3/4, 3/8, 3/16 Compassos: 3 Faixa: 50

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 4/4, 2/8, 4/4, 2/8 Compassos: 4 Faixa: 51

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/8, 2/4, 1/4 Compassos: 3 Faixa: 52

41
DITADOS - NÍVEL DOIS (CD 2)

Nesta sessão o leitor encontrará ditados melódicos e rítmicos com um grau de dificuldade
maior do que no primeiro. Exercícios com três vozes simultâneas são adicionados. Aos alunos,
recomenda-se novamente o uso de uma folha de papel em branco cobrindo a partitura, de forma com
que só se possam ver as informações iniciais do exercício. Depois, a folha poderá correr um pouco da
esquerda para a direita com o intuito de mostrar a primeira nota dos ditados.

DITADOS MELÓDICOS

1. DITADOS MELÓDICOS A DUAS VOZES

EXERCÍCIO 1 Tom: Am Compassos: 5 Faixa: 01

EXERCÍCIO 2 Tom: A Compassos: 8 Faixa: 02

EXERCÍCIO 3 Tom: Ab Compassos: 10 Faixa: 03

EXERCÍCIO 4 Tom: Am Compassos: 4 Faixa: 04

42
EXERCÍCIO 5 Tom: F Compassos: 8 Faixa: 05

EXERCÍCIO 6 Tom: G Compassos: 8 Faixa: 06

EXERCÍCIO 7 Tom: D Compassos: 6 Faixa: 07

EXERCÍCIO 8 Tom: Ab Compassos: 6 Faixa: 08

EXERCÍCIO 9 Tom: B Compassos: 5 Faixa: 09

43
EXERCÍCIO 10 Tom: Eb Compassos: 8 Faixa: 10

EXERCÍCIO 11 Tom: D Compassos: 5 Faixa: 11

EXERCÍCIO 12 Tom: F Compassos: 3 Faixa: 12

EXERCÍCIO 13 Tom: Am Compassos: 5 Faixa: 13

EXERCÍCIO 14 Tom: G Compassos: 8 Faixa: 14

44
EXERCÍCIO 15 Tom: C Compassos: 4 Faixa: 15

2. DITADOS MELÓDICOS A DUAS VOZES COM MODULAÇÃO

EXERCÍCIO 1 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 16

EXERCÍCIO 2 Tom inicial: G Compassos: 5 Faixa: 17

EXERCÍCIO 3 Tom inicial: G Compassos: 5 Faixa: 18

EXERCÍCIO 4 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 19

45
EXERCÍCIO 5 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 20

EXERCÍCIO 6 Tom inicial: C Compassos: 4 Faixa: 21

EXERCÍCIO 7 Tom inicial: F Compassos: 3 Faixa: 22

EXERCÍCIO 8 Tom inicial: F Compassos: 4 Faixa: 23

46
3. DITADOS MELÓDICOS A TRÊS VOZES

EXERCÍCIO 1 Tom: C Compassos: 6 Faixa: 24

EXERCÍCIO 2 Tom: C Compassos: 6 Faixa: 25

EXERCÍCIO 3 Tom: D Compassos: 3 Faixa: 26

EXERCÍCIO 4 Tom: E Compassos: 5 Faixa: 27

47
EXERCÍCIO 5 Tom: Bb Compassos: 4 Faixa: 28

EXERCÍCIO 6 Tom: Bb Compassos: 4 Faixa: 29

EXERCÍCIO 7 Tom: Am Compassos: 4 Faixa: 30

48
DITADOS RÍTMICOS

Assim como no volume anterior, os exercícios rítmicos são todos iniciados pelo pulso do
compasso. Logo, nas partituras mostradas, o primeiro compasso corresponderá justamente a esse
pulso, não devendo ser considerado parte do exercício. Notar que o “compasso do pulso” dos
exercícios a duas vozes não tem pausas de preenchimento, como forma simbólica de mostrar que não
faz parte do ditado. Novamente, a acentuação dos compassos nos exercícios é amenizada. Nos
exercícios rítmicos deste nível não existe mais a acentuação no primeiro tempo de cada compasso.

1. DITADOS RÍTMICOS A DUAS VOZES

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 3/8 Compassos: 3 Faixa: 31

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 6/8 Compassos: 2 Faixa: 32

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 4/8 Compassos: 2 Faixa: 33

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 34

49
EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 4/4 Compassos: 2 Faixa: 35

EXERCÍCIO 6 F.Compasso: 4/4 Compassos: 4 Faixa: 36

EXERCÍCIO 7 F.Compasso: 3/4 Compassos: 5 Faixa: 37

EXERCÍCIO 8 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 38

EXERCÍCIO 9 F.Compasso: 4/4 Compassos: 3 Faixa: 39

50
2. DITADOS RÍTMICOS A UMA VOZ COM COMPASSOS ALTERNADOS E
VARIÁVEIS

Em todos os exercícios deste capítulo, =

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 3/4, 4/8, 3/4, 4/8 Compassos: 4 Faixa: 40

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 4/4, 1/2, 4/4, 1/2, 4/4 Compassos: 5 Faixa: 41

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 4/4, 3/8, 4/4, 2/8 Compassos: 4 Faixa: 42

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 2/4, 5/8, 4/4 Compassos: 3 Faixa: 43

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/4, 1/8, 3/4, 1/8 Compassos: 4 Faixa: 44

51
3. DITADOS RÍTMICOS A DUAS VOZES COM COMPASSOS ALTERNADOS E
VARIÁVEIS

Em todos os exercícios deste capítulo, =

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 3/4, 3/8, 3/4, 3/8 Compassos: 4 Faixa: 45

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4, 2/4, 3/4, 2/4 Compassos: 4 Faixa: 46

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 4/4, 6/8 Compassos: 2 Faixa: 47

EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 4/4, 2/8, 4/4, 2/8 Compassos: 4 Faixa: 48

52
EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/8, 2/4, 1/4 Compassos: 3 Faixa: 49

4. DITADOS RÍTMICOS A TRÊS VOZES

EXERCÍCIO 1 F.Compasso: 3/4 Compassos: 4 Faixa: 50

EXERCÍCIO 2 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 51

EXERCÍCIO 3 F.Compasso: 5/4 Compassos: 2 Faixa: 52

53
EXERCÍCIO 4 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 53

EXERCÍCIO 5 F.Compasso: 3/4 Compassos: 6 Faixa: 54

EXERCÍCIO 6 F.Compasso: 4/4 Compassos: 3 Faixa: 55

54
EXERCÍCIO 7 F.Compasso: 4/4 Compassos: 3 Faixa: 56

Obs. Apesar deste exercício conter melodias e acordes, o objetivo é identificar apenas o ritmo do
ditado

EXERCÍCIO 8 F.Compasso: 3/4 Compassos: 3 Faixa: 57

EXERCÍCIO 9 F.Compasso: 4/4 Compassos: 2 Faixa: 58

Criação: Ticiano D´Amore


Revisão: Osvaldo D´Amore e Marcus André Varela Vasconcelos
Arte: Aline D´Amore

55
ANEXO C – CDS COM DITADOS GRAVADOS (à parte)

56

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