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EMAGRECER
COM PRAZER
A Arte e a ciência de emagrecer com prazer e saúde
Caio Fleury
Sumário
Prefácio ................................................................................................................................................. 3
Esqueça tudo o que você pensa sobre emagrecimento ................................................................ 5
Calorias não são iguais .................................................................................................................... 16
A raiz do problema ............................................................................................................................ 25
Barriga de trigo, síndrome metabólica e resistência à insulina ............................................... 39
Embasamento científico das dietas ................................................................................................ 50
Alimentação, uma questão política ................................................................................................ 64
A gordura saturada dos alimentos é saudável ............................................................................. 73
A mídia não consegue acompanhar a ciência .............................................................................. 89
Investigação Científica para leigos............................................................................................... 101
A vilanização da gordura saturada ............................................................................................... 117
Colesterol: verdades e mitos ......................................................................................................... 126
Mais sobre colesterol ...................................................................................................................... 144
Dieta low carb no tratamento de diversas doenças ................................................................... 152
Dieta low carb no tratamento da epilepsia ................................................................................. 161
Dieta low-carb ou cetogênica no tratamento da diabetes tipo 2 ............................................. 171
Sono para a saúde e controle do peso ........................................................................................ 181
Como emagrecer com prazer ........................................................................................................ 189
Necessidade individual de proteínas ............................................................................................ 205
Exercícios com prazer .................................................................................................................... 214
Histórias de Superação .................................................................................................................. 230
Receitas Paleo/low-carb ................................................................................................................. 250
Prefácio
Dieta Para Emagrecer Com Prazer lança um olhar transformador sobre o paradigma
atual do que consiste dieta saudável e eficiente para perda de peso, como é divulgado
pelas principais mídias modernas.
Este livro foi escrito ao longo de quatro anos de pesquisa científica sobre
alimentação e perda de peso eficaz e com prazer, para trazer a você informações
preciosas que você dificilmente conseguiria encontrar em outras obras sobre o tema em
língua portuguesa.
Não apenas servirá como um aporte para melhor compreensão do que constitui uma
dieta prazerosa e saudável com bases científicas sólidas, como servirá como uma
ferramenta poderosa para te auxiliar na transformação pela qual poderá estar prestes a se
submeter.
Finalmente, torço para que você tenha sucesso nesta jornada em busca de um
melhor peso e estado de saúde, que possa se aproximar com cada vez mais facilidade
deste seu destino final e, é claro, ao longo deste processo, encontre muito prazer! Caso
contrário, qual é a vantagem?
Disclaimer
- Gary Taubes
Existem diversas teorias sobre o que causa a obesidade, algumas sabemos que são
mais relevantes que outras. As principais e mais condizentes com a literatura são acúmulo
de gordura causado pela produção elevada de insulina inerente a uma dieta rica em amido
(bolos, tortas, doces, farináceos, cereais, entre outros), que com o tempo pode tornar um
indivíduo resistente à insulina, condição metabólica que ocorre na maioria dos casos em
conjectura com o sobrepeso e a obesidade.
Estes fatores são os que fazem parte de todo pacote dos transtornos metabólicos
que precedem a ocorrência de diversas doenças degenerativas modernas como diabetes,
AVC, hipertensão, alguns tipos de câncer, Alzheimer entre muitas outras doenças. Já
várias outras doenças podem estar mais associadas a fatores crônicos do estilo de vida
moderno, como altos níveis do hormônio do estresse ao longo do dia, o cortisol, insônia e
fatores epigenéticos e hereditários, que podem ou não se desenvolverem juntamente com
tais disfunções metabólicas ou a obesidade.
A hipótese dos alimentos com alto valor de recompensa de Stephan Guyenet foi
abordada com mais profundidade no meu primeiro livro “A Dieta dos Nossos Ancestrais:
Um Guia para a Perda de Peso e Manutenção de Saúde”. Esta consiste no fato de
alimentos com alto valor de recompensa, ou alimentos palatáveis de alta “palatividade”
quando consumidos com frequência, as memórias são armazenadas no hipotálamo em
uma região mais especificamente chamada núcleo accumbens, onde emoções fortes são
armazenadas. Esta hipótese caminha de mãos dadas com muitos experimentos recentes
sobre o efeito hedônico destes alimentos no cérebro e provavelmente explica uma parte do
quebra-cabeça da obesidade, junto com outras teorias que relatam o funcionamento de
outros mecanismos biológicos que contribuem para o fenômeno da obesidade.
O médico Alemão Oskar Minkowski descobriu pela primeira vez a relação entre o
pâncreas e diabetes. Eles suspeitavam do papel do pâncreas na digestão dos alimentos.
Para entender melhor a função do pâncreas, eles retiraram este de um cão saudável e
encontraram açúcar na urina do animal, e depois notaram um enxame de moscas
buscando o açúcar da urina.
Muitos exemplos como este existiram ao longo do século 19, sendo que a dieta de
Banting foi considerada pelo Congresso de Clínica Médica em Berlim como sendo uma das
três mais seguras para o tratamento da obesidade, e as outras três dietas eram outras
variações da low-carb, com mais ou menos gorduras, e com a inclusão de exercícios
físicos em 1 delas. Resumindo, o uso da dieta low-carb era amplamente aceito e aplicado
pela medicina até o início da década de 60, quando uma nova teoria surgiu nos Estados
Unidos, dominando o cenário político no governo, afetando drasticamente as diretrizes
nutricionais e as legislações.
Momento de reflexão:
Cada vez mais, pesquisas têm indicado a relação entre o consumo de carboidratos
refinados e uma suposta dependência alimentar causada pelo seu constante consumo
dentro de uma perspectiva neurológica e científica. Este conceito está chamando a
atenção de diversos pesquisadores recentemente, para estudar esta relação e seu
potencial para levar indivíduos ao sobrepeso e obesidade.
Estudos têm demonstrado que alimentos com valor de recompensa alto, como por
exemplo, tortas, bolos, biscoitos e alimentos ricos em trigo e açúcar, ativam os centros de
recompensa do cérebro podendo gerar compulsão alimentar. De acordo com
um estudo deste ano publicado na American Journal of Clinical Nutrition (Jornal Americano
de Nutrição Clínica) carboidratos refinados estimulam regiões do cérebro responsáveis
pela dependência química e compulsão alimentar.
Esta análise foi conduzida por meio de imagens geradas através de equipamentos
de leitura cerebral com o intuito de medir o potencial viciante de certos alimentos,
representado pela ativação de áreas cerebrais responsáveis pelo vício. A área do cérebro
chamada núcleo accumbens, responsável pela memória de cargas emocionais intensas e
o vício, foi ativada intensamente algumas horas após o consumo do milk-shake rico em
açúcar, no momento em que os níveis de glicose sanguínea despencaram após terem
subido drasticamente. Em outras palavras, a alta oscilação nos níveis de glicose
sanguínea faz com que o cérebro se mobilize para que o indivíduo haja consumindo mais
carboidratos como um mecanismo homeostático natural.
A conclusão óbvia do estudo de acordo com Dr. Ludwig, autor do estudo, foi a de
que a restrição de carboidratos refinados como pães e o açúcar é essencial para auxiliar
indivíduos obesos a diminuir os “desejos” por estes alimentos que causam a compulsão
alimentar.
Já outro estudo que também foi conduzido neste ano por Joseph Schroeder
constatou que carboidratos como o biscoito Oreo, uma das marcas mais consumidas nos
EUA é tão viciante quanto à cocaína, em ratos cobaias. Eles não são apenas tão viciantes
quanto à cocaína, mas eles ativaram muito mais neurônios de zonas de recompensa
cerebrais do que a morfina ou a cocaína!
De acordo com o autor do estudo:
A pesquisa reforça a teoria de que alimentos calóricos e com muito açúcar estimulam o
cérebro da mesma maneira que as drogas. Isso pode explicar por que algumas pessoas
não conseguem resistir a esse tipo de alimento mesmo sabendo que não são saudáveis.
Ora, se este fosse o caso o cigarro também não deveria ser considerado viciante! O
cigarro só vicia após certa frequência e nível de consumo, o que é obvio e cientificamente
provado em relação ao seu uso e isso não o destitui de seu caráter vicioso. Da mesma
forma que indivíduos tenham que consumir determinado nível de carboidratos durante
certo tempo para desenvolverem compulsão pelos mesmos, é preciso fumar o cigarro, ou
estar exposto à fumaça por certa frequência e intensidade, para que cause o vício. No
entanto, esta quantidade de carboidratos não precisa ser tão alta e tão frequente assim
para gerar pelo menos um forte “desejo” por eles como foi demonstrado nos estudos
acima.
Níveis elevados de insulina fazem com que seja praticamente impossível utilizar
suas próprias reservas de gordura para queima de energia. A insulina, este hormônio de
armazenamento de gordura, é requerida para o transporte de glicose extra, aquela não
utilizada imediatamente por seu corpo, para armazenamento na forma de glicogênio no
fígado e músculo. Se as reservas de glicogênio estiverem cheias, qualquer glicose extra,
esta será convertida em gordura e estocada em seu tecido adiposo.
Sem entrar em muitos detalhes, no momento é justo dizer que a curto e médio prazo
é possível conseguir resultados satisfatórios em termos de perda de peso e gordura
corporal em uma dieta moderada em carboidratos para quem não faz exercícios e tem
dificuldade de perder peso (150-200g/dia). Contudo o desafio maior a longo prazo, como
um arsenal de evidências mostra é o aumento da fome, baixos níveis de saciedade e de
sensibilidade à leptina (um hormônio que promove saciedade) no sistema nervoso central.
E tão importante quanto, resultados diretamente inferiores - embora razoavelmente bons
comparados com o peso anterior ao início de tal dieta - ao cenário alternativo, que é aquele
que pode ser obtido através de um plano de intervenção low-carb.
Níveis elevados de insulina fazem com que seja praticamente impossível utilizar
suas próprias reservas de gordura para queima de energia.
A insulina diz para seu corpo reter ácidos graxos (gordura) no tecido adiposo e
impede que sejam queimados como forma de energia.
Pesquisas recentes reforçam a teoria de que alimentos com alto teor de açúcar
estimulam o cérebro na mesma região que as drogas. E isso, de acordo com o autor
de um dos estudos, pode explicar por que algumas pessoas não conseguem resistir
a esse tipo de alimento mesmo sabendo que não são saudáveis.
Quanto mais insulina é secretada mais ativa a LPL está em nossas células, portanto
quanto mais insulina é produzida, mais gordura é estocada e quando a insulina está
baixa, utilizamos gordura corporal como fonte de energia.
A gordura dos alimentos não nos faz engordar com os carboidratos. Carboidratos,
principalmente os mais densos e refinados levam ao aumento da fome e ao ganho
de peso.
Picos de elevação do açúcar no sangue levam a sua queda brusca algumas horas
depois e como consequência a fome é aumentada com altas oscilações na glicose
sanguínea.
Ensaios clínicos demonstram com muita clareza que o tipo de alimento e o tipo das
calorias importam MUITO na perda de peso, e contar calorias não garante a perda
de peso.
Referências
http://www.ibge.gov.br/english/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_aval_nutricional/pof20082009_avaliacao.p
df
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=40
Beulens JW, de Bruijne LM, Stolk RP, et al. High dietary glycemic load and glycemic index increase risk of cardiovascular
disease among middle-aged women: a population-based follow-up study. J Am Coll Cardiol. 2007;50:14-21.
http://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/carbohydrates/carbohydrates-and-blood-sugar/
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/Nutrition-in-Clinical-Practice-2011.pdf
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/low-carbohydrate-diets-promote-favorable-body.pdf
http://www.nmsociety.org/docs/Research/Hu_10_SAFA_vs_CHO_CHD_Prevention.pdf
http://www.nutritionandmetabolism.com/content/8/1/41
http://www.nydailynews.com/life-style/health/brain-carbs-study-suggests-sugary-foods-lead-addiction-article-1.1384443
http://www.cbsnews.com/news/processed-carbohydrates-are-addictive-brain-study-suggests/
http://www.npr.org/sections/thesalt/2013/06/26/195292850/can-you-be-addicted-to-carbs-scientists-are-checking-that-out
http://www.marksdailyapple.com/does-eating-low-carb-cause-insulin-resistance/
http://www.marksdailyapple.com/diabetes/
2
Pegue o exemplo do efeito térmico dos alimentos no corpo dos seres humanos e
animais. Este efeito simplesmente significa a quantidade de energia gasta na digestão e
absorção dos alimentos ou das nossas refeições, que pode variar bastante dependendo
do tipo do macronutriente e características específicas dos alimentos.
Resumidamente, alguns tipos de alimentos gastam mais energia do que outros para
serem metabolizados e passam por processos metabólicos diferentes dentro do corpo. Ou
seja, nós gastamos substancialmente mais energia para digerir um filé mignon, por
exemplo, do que um pedaço de pão com o mesmo teor calórico.
Entretanto, como havia mencionado, outras especificidades dos alimentos além dos
macronutrientes influenciam o gasto energético na digestão deles, dado o mesmo
conteúdo calórico. Embora os macronutrientes tenham um papel mais preponderante no
efeito termogênico dos alimentos, a relação peso/caloria dos alimentos, o teor de fibra e
água deles são fatores que alteram o efeito térmico dos alimentos.
Por exemplo, 100 calorias de cenoura são mais dispendiosas caloricamente para
serem digeridas do que 100 calorias de biscoito de água e sal, ou açucarados. Mais além,
considerando estritamente as diferenças no efeito termogênico destes alimentos (sem
considerar a densidade dos micronutrientes e score de saciedade deles), mais calorias da
cenoura deixam de ser digeridas no corpo do que calorias destes biscoitos devido ao alto
teor de fibras da cenoura e do baixo valor dos biscoitos mencionados.
Enfim, o ponto que eu quero salientar é que alimentos ricos em carboidratos são
muito mais propensos a serem convertidos em gordura corporal do que alimentos ricos em
proteínas e em uma escala menor, diferentes fontes de alimentos que proporcionam
calorias exclusivamente na forma de carboidratos, se diferenciam na sua suscetibilidade de
serem transformados em gordura abdominal por custarem mais para serem digeridos e
terem mais fibras anexadas aos carboidratos de modo a diminuir sua absorção.
A maioria dos profissionais de saúde (salvo meus colegas e cientistas creditáveis
com pensamento crítico) acredita que para alterar a composição corporal de alguém é uma
questão bem simples: comer menos ou queimar mais calorias através de exercícios, para
perder peso e gordura corporal. Para ganhar peso é preciso comer mais calorias e para
manter o peso estável é necessário manter as calorias constantes.
Portanto, esta é uma questão muito complexa que não pode ser pré-determinada
por uma equação simples, criada a partir de fórmulas e por um cálculo de gasto energético
estimado por um calorímetro, uma vez que uma caloria é uma medida de energia estimada
por um instrumento físico, um calorímetro, mas não reflete o que acontece com os
alimentos uma vez ingeridos, pois a máquina bioquímica do corpo humano é um
organismo singular e governado por leis naturais das interações químicas internas. Em
outras palavras, o corpo humano assemelha-se mais a um laboratório químico do que uma
conta bancária. Como diz o famoso médico Mark Hyman:
Mark Hyman atesta com sabedoria que o nosso corpo humano não é um “sistema isolado”
como uma máquina física que produz energia a partir do aquecimento dos alimentos, mas
sim uma máquina bioquímica que produz hormônios que regulam o armazenamento de
músculo e gordura em partes específicas do corpo de acordo com matérias primas
específicas, os alimentos ingeridos condições genéticas e externas impostas ou
submetidas ao corpo.
Como disse uma vez meu colega Bruno da Gama:
“Se quisermos falar sobre saúde, devemos pensar em termos biológicos e deixar a
calculadora um pouco de lado, porque o corpo humano é uma máquina complexa que não
funciona simplesmente de acordo com a matemática (contagem de calorias).”
Mark Sisson, autor livro “Primal Blueprint”, biólogo e um dos pesquisadores mais
proeminentes do mundo sobre o tema da nutrição costuma falar bastante sobre contexto
do consumo dos alimentos, que pode se alterar no dia a dia. Em suas palavras:
O valor de referência diário nacional dos Estados Unidos dirá que a proteína tem
quatro calorias por grama, por isso, quando você descobrir a sua ingestão diária, as
calorias do orçamento calórico devem estar em conformidade. Mas a proteína é
utilizada pelo corpo principalmente para manter as estruturas e funções. Sim, pode
ser queimada como combustível, mas realmente apenas como uma fonte secundária
e, mesmo assim, ela deve ser convertida em glicose para ser utilizada. Logo,
dependendo da necessidade dentro do corpo, as primeiras 10, 20 ou 30 gramas de
proteína podem ir para a reparação e para o crescimento dos tecidos - não energia.
Será que nós, portanto, descontamos essas primeiras 30 gramas quando nós
“contamos as calorias?
As gorduras não são apenas para o combustível também. Elas podem ser partes
integrantes de todas as membranas celulares e hormônios e podem servir como
proteção para órgãos delicados. Em que ponto é que as gorduras que consumimos
param de serem estruturais e passam a se tornarem combustível calóricos?”
Enfim, repetidamente a dieta low-carb se mostra superior na perda de peso e
gordura corporal com relação a dietas altas e moderadas em carboidratos em milhares de
estudos, peer reviews (revisões por pares) e meta análises (resumos de dezenas de
estudos ou mais). Este estado superior de queima de gordura, é referido por muitos como
“vantagem metabólica”, atingida pela redução da gordura abdominal e visceral (dos
órgãos), pela redução drástica dos níveis de insulina alcançados com a redução dos
carboidratos, somado aos efeitos no ganho muscular do consumo moderado de proteínas -
embora acima do consumo anterior ao início dos estudos em geral - e da perda de gordura
corporal associada ao maior gasto energético após o consumo das mesmas, através do
efeito termogênico.
Um dos mecanismos pelos quais a perda de peso ocorre é por meio do controle do
apetite. Ensaios clínicos consistentemente demonstram que os alimentos que promovem
mais saciedade são alimentos ricos em proteína e gordura. A proteína é um
macronutriente que sacia mais do que carboidratos, por conseguinte, dietas altas em
proteínas são eficientes na perda de peso e redução de gordura corporal.
Os triglicérides (gordura) são quebrados na célula adiposa (adipose cell) e liberados na corrente sanguínea
como ácidos graxos e glicerol (FFA + Glycerol) no processo de queima de gordura corporal (lipolysis).A
queima da gordura estocada no tecido adiposo é feita através da enzima lipase hormônio-sensível.O principal
inibidor desta enzima para queima de gordura corporal é o hormônio insulina.
Sei que são muitos detalhes para os leigos, então, resumidamente, os estudos
mostram que quando alguém mantém os carboidratos baixos por tempo suficiente, esta
pessoa entra em estado de uso de gordura como principal fonte de energia, tanto a
gordura dietética, quanto a gordura liberada pelas células adiposas, um estado que
favorece a perda de gordura corporal.
Então, estamos nos referindo a duas moléculas diferentes quando estamos falando
das frutas e do açúcar de mesa, a glicose e a frutose. Ambas se diferenciam muito em
suas capacidades de serem metabolizadas pelo organismo, sendo que a glicose pode ser
utilizada por todas as células e tecidos do corpo, enquanto a frutose apenas pode ser
metabolizada pelo fígado. A frutose possui uma capacidade descomunal de aumentar os
triglicérides no sangue, favorecendo uma condição perniciosa no corpo chamada síndrome
metabólica, comparado com outros macronutrientes. Isso vem acompanhado com um
acúmulo de gordura abdominal e visceral.
Esta combinação de glicose com frutose do açúcar de cozinha e das frutas está
diretamente relacionada ao aumento do ácido úrico sérico, podendo levar a hiperuricemia
(acima de 400 µmol/L ou 6,8 mg/dL para homens, e 360 µmol/L ou 6 mg/dL para mulheres)
excretando em excesso no rim de modo a sobrecarregá-lo, podendo levar doenças renais
como gota, causando sintomas como dores nas articulações, no pé ou nas pernas, a
infecções renais, cálculo renal (pedra no rim) e sangue na urina. Embora na maioria dos
casos o excesso de acido úrico no sangue seja assintomático, esta é uma condição séria
e perigosa que acomete uma boa parcela da população, seja por causa primária resultante
majoritariamente do consumo excessivo de frutose e álcool, ou por causa secundária,
decorrente de condições pré existentes como a diabetes e resistência a insulina, também
desencadeadas majoritariamente a partir do consumo excessivo de açúcar, carboidratos
e/ou álcool.
Por hora, sugiro que reflita sobre esta questão e se concluir que você está disposto
a emagrecer SEM FOME e sem contar calorias, comendo comida de verdade, as
evidências mostram que esta é uma boa escolha e por isso este deve ser um grande
passo na direção certa. Algumas décadas atrás, ninguém sabia o que uma caloria
significava e mesmo assim, a população como um todo era substancialmente mais magra
comparada com os níveis atuais de obesidade e sobrepeso beirando 50% da população
brasileira, correlacionados à níveis colossais de distúrbios metabólicos.
Níveis altos de ácido úrico no sangue podem sobrecarregar o rim e causar doenças
renais como gota, infecções renais e cálculo renal (pedra no rim).
Os estudos consistentemente mostram que o consumo de alimentos de verdade,
ricos em proteínas bioativas levam a uma redução espontânea e involuntária no
consumo de calorias.
O corpo humano não é um “sistema isolado”, ou uma máquina física, mas sim um
“laboratório bioquímico” que é modificado por diferentes tipos de macronutriente
consumidos.
Nos alimentos como oleaginosas cruas, vegetais e legumes, as calorias são menos
absorvidas devido ao alto teor de fibras deles.
A “síndrome da contagem das calorias” tomou conta das sociedades modernas por
influência dos norte americanos a partir da década de 80.
Contar calorias não é uma estratégia de saúde e perda de peso pertinente para a
maioria das pessoas.
Referências
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/low-carbohydrate-diets-promote-favorable-body.pdf
http://www.nutritionandmetabolism.com/content/6/1/21
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/6_Month_Low_Carb_Diet_Intervention_in_Obese_Teens.pdf
http://garytaubes.com/2010/12/calories-fat-or-carbohydrates/
http://www.scientificamerican.com/article/what-makes-you-fat-too-many-calories-or-the-wrong-carbohydrates/
http://ajcn.nutrition.org/content/83/6/1442.full
http://ajcn.nutrition.org/content/83/2/260.abstract?ijkey=641408f002ae0519f5233a8a3f56fdcedad74edf&keytype2=tf_ipsecsha
http://ajcn.nutrition.org/content/83/2/260.full
http://diabetes.diabetesjournals.org/content/42/12/1700.full.pdf+html
http://primalbrasil.com.br/calorias-sao-todas-iguais/
http://primalbrasil.com.br/dieta-primalpaleo-guia-definitivo/
3
A raiz do problema
- William Davis, em Barriga de Trigo: Livre-se do trigo, livre-se dos quilos a mais e
encontre seu caminho de volta para a saúde.
Esse fato ocorre por meio do aumento da produção de insulina gerado pelo
consumo frequente de farináceos. Com o tempo, isso danifica as células pancreáticas
beta, as quais produzem insulina. Danos repetitivos às células pancreáticas beta reduzem
sua capacidade de produzir insulina, pois essas células são sensíveis e possuem pouca
capacidade de regeneração. Entretanto, uma vez reduzida a capacidade de o pâncreas
produzir insulina para levar a glicose sanguínea para dentro das células, maior é a
quantidade de glicose no sangue, o que leva a diabetes.
Novamente, segundo os estudos do Dr. Davis, 50g de pão integral, o equivalente a
duas fatias, é suficiente para aumentar os níveis de glicose no sangue – mais do que a
mesma quantidade de calorias do açúcar de mesa e muitos doces. Para que possamos
consumir esses alimentos sem gerar um grande aumento na produção de insulina,
teríamos que consumir menos de uma fatia.
Logo, o conselho que recebemos para comer mais e mais farinha de trigo não é a
solução para a epidemia de diabetes – que, segundo esperado, atingirá um a cada dois
adultos americanos em um futuro próximo, além de 346 milhões de pessoas no mundo.
(Comer mais açúcar e farináceos é o que causa tal situação. Removê-los de nossa
alimentação, isso, sim, nos levaria a deter ou até mesmo reverter grande parte deste
cenário).
O que mudou nas últimas décadas na alimentação moderna dos americanos e dos
brasileiros, além de o fato de nos tornarmos cada vez mais gordos e mais diabéticos? Não
parece que os pesquisadores aprenderam algo particularmente novo sobre o efeito do
açúcar, dos xaropes de glicose e dos carboidratos refinados no corpo humano. No entanto,
o conceito da ciência mudou: médicos e autoridades médicas passaram a aceitar a ideia
de que a condição conhecida por síndrome metabólica é um fator de risco muito importante
– se não o principal – relacionado a doenças cardíacas e diabetes. O centro de controle e
prevenção de doenças dos Estados Unidos agora estima que mais de 75 milhões de
americanos apresentam a síndrome metabólica – uma provável razão para ataques
cardíacos.
Duas fatias de pão integral aumentam o açúcar no sangue mais do que açúcar de cozinha,
e mais do que muitos doces. Estranhamente, isso não impede os nutricionistas de
encorajar as pessoas a consumir tais alimentos. Coma mais trigo e as elevações dos
níveis de açúcar no sangue aumentarão em magnitude e frequência. Isso leva a elevações
maiores e mais frequentes dos níveis de insulina que, por sua vez, criam resistência à
insulina, a condição que leva ao diabetes.
Agora, quanto dessas porcarias estamos comendo e bebendo e quanto tempo leva
para que aconteça conosco o que acontece com os ratos de laboratório? Essa quantidade
necessária é mais ou é menos do que já estamos consumindo?
Mais estudos precisam ser feitos para que seja mais bem estabelecido o tempo que
se leva para que seres humanos venham a sofrer doenças cardíacas e diabetes, e até
mesmo câncer, com tais quantidades de açúcar. O Dr. Lusting, como a maioria dos
pesquisadores do metabolismo da frutose, acredita que essa é a principal razão pela qual
sofremos um aumento súbito no desenvolvemos câncer, doenças cardíacas e diabetes tipo
2 nas últimas décadas.
Triglicérides no gráfico inferior à esquerda, De Novo Lipogênese no gráfico inferior à direita, glicose
plasmática na parte superior à esquerda e insulina plasmática na parte superior à direita. Indivíduos
com resistência à insulina forma representados pela linha vermelha.
Houve uma grande e notável piora nos marcadores de saúde ao longo do dia nos
participantes resistentes à insulina quando consumiram carboidratos, com relação aos
participantes sem resistência à insulina (melhor sensibilidade). A resistência à insulina
aumenta o processo chamado De Novo Lipogênese responsável por converter o excesso
de carboidratos em triglicérides (VLDL), gordura corporal e no fígado (fígado gordo, ou
esteatose hepática).
“Estes dados têm várias implicações importantes para o papel de resistência à insulina no
músculo esquelético na patogênese da síndrome metabólica e diabetes tipo 2 . Em
primeiro lugar, os dados são consistentes com a hipótese de que a resistência à insulina
no músculo esquelético promove dislipidemia aterogênica, promovendo a conversão de
energia a partir de carboidratos ingeridos em de novo lipogênese hepático e o aumento da
produção de VLDL.”
Este fenômeno é refletido frequentemente na literatura científica. Outro
exemplo é um estudo feito em 2007, no qual mulheres foram selecionadas de acordo com
o grau de sensibilidade a insulina delas. Este estudo clínico e randomizado incluiu 4 dietas
durante o período de um ano com mulheres. Os cientistas selecionaram 2 dietas que são
completamente opostas:
Resultado do estudo:
Modelo de Noakes: Quanto MAIOR a resistência à insulina de alguém, MENOR a tolerância aos carboidratos
e a perda de peso com eles. (Índice de massa corporal – IMC e peso na linha vertical e gramas de
carboidratos consumidos por dia na linha horizontal)
Para complementar a sua compreensão sobre o tema, com base na literatura, digo
que é possível ser saudável com alta resistência à insulina, contanto que a alimentação
seja mais compatível com o perfil metabólico destes indivíduos, uma alimentação baixa em
carboidratos.
A dieta alta em carboidratos comparada à dieta mediterrânea e low-carb
Neste ensaio clínico de dois anos foram distribuídos aleatoriamente 322 sujeitos
moderadamente obesos a uma das três dietas, uma dieta com baixo teor de gordura e
com restrição calórica, Mediterrânea, com restrição calórica e uma dieta baixa em
carboidratos e sem restrição de calorias. Os participantes eram homens de idade média
de 52 anos e índice de massa corporal 31.
A dieta baixa em gordura foi MUITO inferior em um período de dois anos com
relação às duas dietas altas em gordura, a Low-carb e a Mediterrânea. A dieta low-carb foi
ligeiramente superior à dieta Mediterrânea ao longo de dois anos, porém foi muito superior
a ela durante o primeiro ano.
Peso representado pela linha vertical e meses do estudo na linha horizontal.
• A conclusão do estudo foi a de que o grupo de participantes que seguiu a dieta low-
carb perdeu substancialmente mais peso, cerca de três vezes mais.
Agora, imagine o que aconteceu com os sujeitos do grupo com o consumo alto de
carboidratos? NADA! Uma diferença estatisticamente insignificante. Uma pessoa até
mesmo teve que INICIAR uma terapia medicamentosa para a glicemia. Repito novamente:
A dieta alta em carboidratos se mostrou péssima, principalmente em indivíduos com alta
resistência à insulina. Note a melhora na sensibilidade à insulina em indivíduos sem
diabetes com a low-carb neste mesmo estudo:
Em português:
“A sensibilidade à insulina foi medida apenas em indivíduos sem diabetes. Entre estes
indivíduos, aqueles que seguiram a dieta baixa em carboidratos apresentaram maior
AUMENTO na sensibilidade à insulina do que aqueles na dieta de baixo teor de gordura (6
± 9 por cento vs. -3 ± 8 por cento, P = 0,01). Essa diferença permaneceu significativa após
ajuste de variáveis de linha de base (P = 0,001). Em um modelo ajustado para a
quantidade de peso perdido e variáveis de linha de base, a designação a dieta baixa em
carboidratos (P = 0,01) e a quantidade de peso perdido (P < 0,001) foram preditores
independentes de uma MELHORA na sensibilidade à insulina. A comparação dos sujeitos
de cada grupo demonstrou uma uniforme, porém não significativa, maior melhora na
sensibilidade à insulina entre aqueles indivíduos que seguiram a dieta de baixo teor de
carboidrato”
É importante ressaltar, este estudo demonstrou também que quanto MAIOR o grau
de sensibilidade à insulina do indivíduo MENOR a variação no controle da glicemia entre
dietas diferentes, o que demostra a diferença entre o grau de tolerância aos carboidratos
conforme características genéticas e grau de comprometimento metabólico do indivíduo.
Muito condizente com o modelo empregado por Noakes e com o resto da literatura. Você
já se indagou em qual categoria você se encontra?
Ter uma síndrome metabólica significa que provavelmente as células de seu corpo
estão ativamente ignorando as ações do hormônio insulina – a condição abordada
chamada tecnicamente de resistência à insulina, muito associada à síndrome metabólica.
O excesso da produção de insulina e triglicérides e uma baixa produção de partículas
densas de colesterol, o HDL, são as principais características desta síndrome.
Níveis altos do colesterol “ruim” VLDL, glicose sanguínea, insulina e níveis baixos do
colesterol “bom” HDL e gordura no fígado e órgãos caracterizam a síndrome
metabólica.
Referências
http://www.nmsociety.org/docs/Research/Carbohydrate_Restriction_More_Favorable_Impact_Volek_Lipids2009.pdf
http://jn.nutrition.org/content/early/2009/07/08/jn.109.109603.full.pdf+html
http://apjcn.nhri.org.tw/server/APJCN/17/4/669.pdf
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/Dietary_carb_restriction_induces_a_unique_metabolic_state.pdf
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0708681
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1924794/figure/F1/
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa022637
http://primalbrasil.com.br/barriga-de-trigo-deixar-o-trigo-e-libertador/
4
Muitos animais, como os primatas, aproveitam o verão para comer muitas frutas
selvagens e acumularem gordura visceral e subcutânea para sobreviverem as próximas
estações temperadas e mais frias do ano, porém, os primatas seres humanos não estão
mais engordando levemente durante o verão, como ocorre em populações tradicionais de
seres humanos caçadores e coletores de climas tropicais e temperados, mas sim comendo
carboidratos o dia todo e durante o ano INTEIRO! Isto corresponde com os dados
estatísticos de que mais de 50% da população está obesa e acima do peso. Igualmente, o
que acontece quando macacos e animais de zoológico consomem alimentos que não são
compatíveis a sua dieta nativa do nicho ecológico, o qual a espécie específica conviveu e
evoluiu por cerca de dezenas ou centenas de milhares de anos, como grãos
frequentemente e o ano inteiro?
Os ursos podem reduzir sua taxa metabólica basal em até 75% para
engordarem muito antes do inverno polar. Isso significa que, dada a mesma quantidade
de animais marinhos consumidos neste período do ano, eles se tornam geneticamente
programados a engordarem muito mais por caloria consumida para sobreviverem ao
inverno.
Em outras palavras, muitas pessoas estão gordas e famintas e a solução para isso
eu já estou cansado de repetir, é perder peso SEM FOME e sem se auto impor uma
diminuição na taxa metabólica basal, comendo COMIDA DE VERDADE, low-carb e com
quantidades ótimas de proteínas para promover saciedade.
Não são todas as pessoas com resistência à insulina que se tornam diabéticas, mas
algumas continuam a secretar insulina suficiente para superar a resistência das células ao
hormônio. Porém, ter níveis excessivamente elevados de insulina traz efeitos prejudiciais
por si só – as doenças cardíacas. Uma consequência é o aumento dos níveis de
triglicérides e da pressão sanguínea, diminuição nos níveis do colesterol HDL (reconhecido
por muitos atualmente como o “colesterol bom”), o que mais para frente piora a resistência
à insulina – isso, então, é a síndrome metabólica.
Um exemplo entre muitos estudos feitos com o intuito de medir a insulina produzida
a partir de dietas diferentes, Boden et al. constataram esta enorme diferença na partição
destes nutrientes em dietas isocalóricas (2000 calorias) com diferentes macronutrientes.
Comparem a diferença entre a produção de insulina com a dieta low-carb, na linha
vermelha do gráfico, e duas dietas altas em carboidratos, na linha verde e amarela do
gráfico, ao longo do dia.
Dieta low-carb representada pela barra vermelha do gráfico. Adaptado por Dr. Andreas Eenfeldt
Dieta low carb representada pela barra vermelha do gráfico e a dieta controle pela linha preta. Menos
carboidratos na dieta acarretam em uma produção muito inferior de insulina
Porém, creio que valha muito a pena salientar o fato de que a grande maioria das
pessoas, incluindo boa parcela dos atletas, não possui a maquinaria genética necessária
para queimar carboidratos excessivamente como energia e não acumular gordura corporal
e sair metabolicamente ileso. Portanto, por via de regra, mais carboidratos levam a um
aumento dos níveis de insulina, que na grande maioria dos casos leva ao acúmulo de
gordura corporal. Mais adiante, iremos investigar com mais detalhes o limite de açúcar e
carboidratos que a literatura científica indica ser mais seguro consumir em âmbito
populacional.
Quando Glinsmann disse que não existiam evidências conclusivas para o nível
máximo de açúcar a ser consumido antes de se tornar prejudicial, ele e sua equipe
estimaram que até 20 quilos de açúcar por ano pode não ser prejudicial para a maioria das
pessoas, além do que já consumimos em frutas e vegetais. Isso equivale a
aproximadamente 40g por dia de açúcar adicional (açúcar de mesa ou xarope de glicose),
metade de uma lata de Coca-Cola ou dois copos de suco de maçã. Se esse fosse de fato
tudo que a maioria dos americanos consome, os nutricionistas estariam felizes.
A quantia de 40g de açúcar por dia parece ser menos da metade do que os
analistas da USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States
Department of Agriculture) estimam que os americanos consomem. Desde 2000, calcula-
se que os americanos passaram a consumir um pouco mais do que 100g de açúcar por
dia, e as estimativas da USDA costumam ser as mais confiáveis - similar ao que os
brasileiros consomem, de acordo com os relatórios do IBGE de 2005 e 2009 que examinei.
Dito isso, um fato nós sabemos com absoluta certeza: este consumo de açúcar a nível
nacional não é seguro.
Contraste com indivíduos em populações tradicionais ao redor do globo
Sabemos há muito tempo que dietas altas em carboidratos, mais notavelmente ricas
em carboidratos refinados e o açúcar são altamente problemáticas para diabéticos. O
pesquisador Hussain et al. comparou a dieta cetogênica muito baixa em carboidrato
chamada VLCKD (very low carbohydrate ketogenic diet) com uma dieta moderada em
carboidratos, porém baixa em calorias por 6 meses. Os resultados foram notavelmente
distintos entre os dois grupos. A glicose sanguínea representada pela hemoglobina glicada
(HbA1c) representa a média da glicose sanguínea nos últimos meses antes do exame de
sangue. Os participantes atingiram em média 6,2% de HbA1c em comparação à dieta
baixa em calorias e moderada em carboidratos (quando a dieta é baixa em calorias, os
carboidratos são automaticamente reduzidos), que alcançou uma média de 7,5% de
HbA1c. Ou seja, um valor de mais de 20% na glicose dos participantes que reduziram as
calorias, mas não reduziram carboidratos suficientemente.
Pelos menos meia dúzia de estudos muito bem criteriosos (até onde eu examinei)
demonstram que a redução drástica do consumo de carboidratos é a alternativa dietética
mais eficaz no tratamento da diabetes, sendo capaz de curar totalmente uma parcela
substancial dos pacientes com diabetes tipo 2 dentro de meses e mais da metade dos
participantes conseguiram reduzir drasticamente a terapia medicamentosa e o uso da
insulina. No caso da diabetes tipo 1, que não tem cura, um estudo muito recente conseguiu
reduzir a aplicação da insulina em 50% em média, em algumas dezenas de participantes,
em um período de 12 meses. Dado a severidade dos efeitos colaterais das doses altas de
insulina e o fracasso das terapias medicamentosas, tal intervenção dietética se torna
primordial para o alívio ou a cura desta doença muito perniciosa e debilitante.
No começo dos anos 1920, muitos especialistas em diabetes dos Estados Unidos e
da Europa – incluindo Frederick Banting, que ganhou o prêmio Nobel de Medicina e
Fisiologia, em 1923, pela descoberta do hormônio insulina – suspeitavam que o açúcar
causasse diabetes, baseando-se em estudos feitos com animais e nas observações de
populações em que o consumo de açúcar era raro e o nível de diabetes muito baixo.
No entanto, até mesmo antes de 1920 Dr Moses Barron e muitos outros pioneiros
neste campo de pesquisa já estudavam a relação entre o pâncreas e a diabetes, sendo
que Frederick Bating se disponibilizou-se do material de pesquisa de Barron para
desenvolver sua própria teoria e receber o premio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1923,
sendo que desde os primórdios, no início do século 19, na década de 1820, Dr. Tidemann
e Gmelin, já conheciam o papel de alimentos ricos em amido na conversão de açúcar na
corrente sanguínea através do intestino, e em seguida, o fisiologista Claude Bernard em
1857 descobriu que como consequência do consumo de carboidratos, ocorre seu acúmulo
no fígado na forma de glicogênio e este próprio açúcar do fígado é secretado novamente
para corrente sanguínea. Assim, estas foram as primeiras confirmações do papel dos
carboidratos e do açúcar sanguíneo no surgimento da patologia da diabetes , fenômeno o
qual em seguida ajudou na descoberta da insulina por Dr. Barron e em seguida Frederick
Bating.
O jeito mais fácil e efetivo de reduzir a glicose sanguínea é por meio da restrição de
carboidratos.
Altos níveis de glicose sanguínea representado pela hemoglobina glicada aumenta
o risco de doenças cardiovasculares
Em torno de 30% dos americanos são obesos hoje em dia, com relação a 11% no
começo da década de 60.
A dieta low-carb reduz a insulina ao longo do dia mais do que qualquer outra dieta,
seja hipocalórica ou não.
Referências
https://speakingofresearch.com/tag/animal-testing/page/4/
http://annals.org/article.aspx?articleid=718265
http://www.nutritionjrnl.com/article/S0899-9007%2814%2900332-3/fulltext
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http://www.medwire-news.md/40/89740/Lipidology_News/Low-
fat_diet_fails_to_improve_insulin_sensitivity_in_metabolic_syndrome.html
http://ajcn.nutrition.org/content/86/2/276.full
http://www.nmsociety.org/docs/LowCarbDiet/Nutrition-in-Clinical-Practice-2011.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23805551
http://primalbrasil.com.br/menos-carboidratos-e-mais-sono-parte-3/
5
Neste capítulo iremos analisar os principais e mais criteriosos estudos que refutam
fortemente o argumento de que carboidratos “naturais” em abundância representam
o Santo Graal na perda de peso. Existe grande abundância de estudos mostrando a
superioridade da dieta low-carb na perda de peso, composição corporal, marcadores
cardiovasculares e de saúde comparado com dietas de alto e médio teor de carboidratos e
em menor grau. Embora, um número crescente de estudos demonstra a superioridade da
dieta paleo clinicamente usada (um tanto restrita em carboidratos) com relação à dieta
mediterrânea e a dieta alta em carboidratos. Curiosamente a dieta mediterrânea, muito
testada nos experimentos clínicos, se mostra quase sempre superior na perda de peso que
a dieta alta em carboidratos e quando comparada a dieta paleo, ou a low-carb fica atrás.
Novamente, o denominador comum das dietas dominantes na literatura é a restrição dos
carboidratos e aparentemente há uma correlação direta entre o grau de restrição de
carboidratos e o nível de sucesso de uma dieta.
A ordem dos estudos, embora nem sempre exata, segue da seguinte maneira: a
dieta low-carb com até 20% das calorias na forma de carboidratos se mostra superior na
perda de peso comparada a dieta paleo que geralmente se enquadra na faixa de 30% das
calorias de carboidratos nos ensaios clínicos controlados. A dieta mediterrânea utilizada
usualmente como estudo inclui perto de 40% das calorias na forma de carboidratos. É
claro que há outras peculiaridades nas diferentes dietas empregadas nos estudos, contudo
estou estritamente relatando o denominador comum estimado com base em centenas de
estudos que analisei ao longo dos anos como pesquisador científico. Algumas dezenas
destes estudos foram reportadas por mim no blog e outros no meu primeiro livro “A Dieta
Dos Nossos Ancestrais”, no entanto, aproximadamente 1 dúzia destes estudos específicos
sobre a dieta paleo e a low-carb, eu pretendo abordar neste livro.
Neste estudo muito abrangente, publicado no Obesity Reviews, por exemplo, foi
feita uma meta-análise de 17 estudos low-carb, que em média constataram que não há
alterações nos níveis de colesterol LDL dos participantes, embora aumente um pouco em
alguns indivíduos e diminua em outros. Contudo, obviamente, houve uma melhora
substancial em todos os fatores de risco de desenvolvimento de doenças, como aumento
do colesterol HDL “bom”, diminuição dos níveis de triglicérides, insulina, glicose em jejum,
pressão sanguínea, perda de peso/gordura visceral (abdominal). E diminui nos níveis da
proteína C reativa, que assim como a gordura visceral e os anteriores, é um indicador de
inflamação e infecção relacionada à aterosclerose. Além destes 17 estudos, existem
centenas de estudos e mais meta-análises fornecendo resultados muito coerentes entre si.
Bem vindos à ciência da nutrição!
Neste estudo conduzido pelo centro médico da universidade de Duke, nos EUA, 120
participantes adultos e obesos foram selecionados aleatoriamente e divididos em dois
grupos, sendo um para uma dieta baixa em carboidratos (low carb) e o outro grupo para
uma dieta com pouca gordura, colesterol (exógeno) e baixa em calorias.
Para o grupo dos participantes que seguiram uma dieta low-carb, foram permitidas
quantidades ilimitadas de alimentos de origem animal (carne, aves, peixe e mariscos),
quantidades ilimitadas de ovos, quatro onças de queijo duro, duas xícaras de hortaliças,
como alface, espinafre ou aipo, e uma xícara de vegetais sem amido, como brócolis, a
couve-flor ou aspargos. Não houve qualquer limitação sobre as calorias totais neste grupo,
porém os carboidratos foram mantidos abaixo de 20 gramas por dia no início da dieta. Já
para a dieta alta em carboidratos e baixa em gordura houve uma recomendação de um
consumo de 500 a 1000 calorias a menos do que consumiam antes.
• Aumento de 5,5 pontos nos níveis de colesterol HDL na dieta low carb, uma
mudança significativa, enquanto os indivíduos que seguiram a dieta de baixo teor de
gordura não obtiveram uma mudança significativa.
Após “retornarem” ao seu habitat natural de origem, onde seus descendentes viviam
uma vida e tinham uma alimentação tradicional, por dezenas de milhares de anos como
espécie, a alimentação “nova” foi muito diferente da atual. Fizeram uma curva de 180
graus ou mais, de modo figurativo falando em termos de mudança dos macronutrientes e a
mudança foi maior ainda em termos dos tipos de alimentos consumidos.
Após 7 semanas, os sujeitos tinham perdido na média, incríveis 8 kg, com uma
melhora estupenda na glicemia em jejum passando de nível diabético a não diabético,
níveis de insulina despencaram, e triglicérides evaporaram. Resultados altamente
positivos! Vamos considerar alguns pontos importantes na mudança do estilo de vida e da
dieta destes sujeitos resumidamente:
Uma dieta paleolítica sacia mais por caloria do que uma dieta
mediterrânea, em sujeitos com doença cardíaca isquêmica
O estudo demonstrou que consumir uma dieta rica em “plantas e bichos” sacia mais
por calorias do que uma dieta com plantas e bichos, mas com grãos (raramente
consumidos pelos nossos ancestrais) e o mesmo teor de proteína dos bichos. O estudo
constatou que os grãos foram um dos principais fatores que contribuíram para a menor
perda de peso no grupo que da dieta mediterrânea. A redução de proteínas através dos
animais que normalmente é substituída pelos grãos nos outros estudos comparando a
dieta paleolítica com a mediterrânea não foi uma variável de intervenção neste estudo, pois
o teor protéico das dietas foi bem similar.
Em contraste com a dieta paleo sem grãos e com um teor mais reduzido de
carboidratos, adivinhem qual foi o consumo energético dela? O grupo da dieta paleo com
menos carboidratos e grãos comeu pouco mais de 1400 calorias espontaneamente, de
modo a atingir o mesmo nível de saciedade!
A propósito, não obstante, há um consenso na literatura científica de que dietas
altas em proteína reduzem a fome e levam a um consumo menor de calorias dentro de um
contexto ad libitum (à vontade). Da mesma forma, há um abundante corpo de evidências
mostrando que o chamado “efeito anoréxico” das proteínas é mais preponderante na
conjuntura de um plano de intervenção low-carb. Em outras palavras, geralmente ocorre
um menor consumo de calorias de maneira espontânea e involuntária com uma dieta alta
em proteínas e uma maior redução no consumo calórico em uma dieta alta em proteínas e
baixa em carboidratos também. Isso significa que 3 fatores são responsáveis pelo sucesso
na perda de peso com a dieta paleolítica:
Como eu havia dito no começo deste capítulo, a dieta paleo normalmente é uma
intermediária entre a dieta low-carb e a dieta mediterrânea em termos de carboidratos
consumidos estritamente. A dieta low-carb, nos estudos, normalmente consiste em uma
dieta com menos de 100g por dia na forma de carboidratos, ou menos de 20% das calorias
da dieta, enquanto a paleo e a mediterrânea normalmente se enquadram na faixa deste
próprio estudo demonstrado abaixo no gráfico:
Entre 100-150g de carboidratos por dia na paleo (em torno de 30% das calorias) com relação a 200-
250g na mediterrânea (entre 40 e 45% das calorias). Efeito benéfico da dieta paleolítica nos fatores de risco
cardiovasculares em diabéticos, tipo 2: um estudo cruzado e randomizado.
Diferenças Individuais
Não estou sugerindo que todos devessem seguir uma dieta low-carb (menos de
100g de carboidratos por dia), mas os estudos mostram que a maioria das pessoas a curto
e médio prazo e provavelmente a longo prazo (é muito difícil conduzir estudos a longo
prazo com qualquer dieta) se beneficiam demais com tal regime alimentar. Embora eu
acredite que algumas pessoas possam se beneficiar consumindo um pouco mais
carboidratos e outras menos dentro desta faixa. Entretanto, por meio de depoimentos e
estudos é possível notar que alguns indivíduos como uma parte dos atletas, por exemplo,
ou indivíduos com bastante tolerância a carboidratos podem não ser prejudicados com um
consumo um pouco mais alto de carboidratos, sem ter que consumir pouca gordura.
Isso significa que você deva consumir muitos carboidratos, ou que você deveria
consumir 50% das calorias diárias na forma de gordura saturada, ou que você deveria ter o
colesterol entre 170 a 210 mg/dl? Obviamente não, pois existe uma grande variabilidade
genética entre indivíduos, algo que eu continuo repetindo diversas vezes, portanto o
contexto INDIVIDUAL do metabolismo de cada pessoa deve ser considerado para o
sucesso de qualquer dieta.
Em uma população metade obesa ou com sobrepeso como a nossa, vocês podem
imaginar para onde estes carboidratos estão indo! Não faltam células de gordura para a
maioria das pessoas e o seu excesso leva a criação de moléculas inflamatórias (as
citocinas) que colocam o corpo em uma situação mais crítica ou menos ótima. Além do
risco maior de desenvolver diabetes, câncer e outras doenças degenerativas, há um
aumento dos radicais livres e de produtos de glicação avançada, os AGEs (produto final de
glicação avançada em português) que causam danos celulares e como o próprio nome
insinua, o envelhecimento precoce. Um exemplo visual seria a pele dos fumantes que é
afetada pelos AGEs, por exemplo, mas estão envolvidos nos processos degenerativos de
virtualmente todas as células corporais, no processo de aterosclerose, Alzheimer,
acelerando o estresse oxidativo das células.
Novamente, isso não significa que todas as pessoas precisem parar de comer
alimentos ricos em carboidratos, como tubérculos e 1 ou 2 frutas. São os grãos
processados e o açúcar que causam os principais problemas. As quantidades individuais
para o consumo de carboidratos são diferentes e influenciadas por tolerância individual,
metabolismo, fatores hereditários, grau de atividade física e o estado atual de saúde de
alguém.
O resumo de 25 estudos ao longo da última década sobre a dieta baixa em
carboidratos.
A equipe da organização chamada “Smash the Fat" fez uma compilação dos
principais ensaios clínicos randomizados e controlados realizados sobre a dieta com baixo
teor de carboidratos e alto teor de gordura (LCHF). No caso, foram 25 experimentos
comparando as dietas Low Carb com os regimes baixos em gordura e altos em
carboidratos, com uma tabela completa dos resultados incluindo resultados de saúde e
taxa de adesão. Para quem quiser investigar em mais detalhes cada estudo os links dos
estudos e desta organização estarão disponíveis nas referências deste capítulo. A tabela
abaixo está disponível para download em Excel ou pages no link:
http://smashthefat.com/science/
Perda de peso com a low-carb em negrito em todos os estudos que estão na linha horizontal e logo à
direita na linha vertical a perda de peso com a dieta Low-Fat, na coluna seguinte à direita o total de calorias
consumidas com as dietas baixas em carboidratos (low carb). E por fim, na linha vertical da extremidade
direita, o total de calorias consumidas com as dietas altas em carboidratos (high carb).
Além da relação perda de peso/calorias das dietas na tabela que é evidentemente a
favor das dietas baixas em carboidratos, eles constataram os seguintes resultados da dieta
low-carb com relação à dieta alta em carboidratos:
- Seguidores da dieta Low carb perdem 65% a mais de peso, mas consomem 45
calorias a mais, em média!
De acordo com o professor sueco Fredrik Nystrom, que foi um membro do conselho
sueco, esta decisão tomada pelo governo foi uma vitória. E que o ceticismo de alguns de
seus colegas desapareceu em luz aos estudos científicos conduzidos ao longo do ano, que
se mostram coerentes entre si, com resultados que não deixam nenhuma sombra de
dúvidas, de que gorduras saturadas são benéficas à saúde. Milhares de estudos científicos
levaram o governo sueco a concluir que o consumo destes alimentos beneficia a saúde.
Você não engorda consumindo gorduras, do mesmo jeito que você não fica verde
ao consumir vegetais.
Agora todo o povo sueco está ciente de que uma dieta rica em carboidratos produz
resultados inferiores do que uma dieta baixa ou moderada em carboidratos, e não melhora
os marcadores de saúde relacionados à prevenção de diversos problemas de saúde como
a síndrome metabólica, diabetes, doenças cardíacas e câncer, comparado a uma dieta
baixa em carboidratos. Os estudos demonstram que uma dieta com baixo teor de
carboidratos e alto teor de gordura tem um efeito positivo sobre o colesterol “bom” HDL,
reduz os níveis do colesterol ruim ”VLDL”, triglicérides, níveis de glicose sanguíneos, etc.
Os níveis de colesterol LDL (neutro) se mantêm estáveis ou se alteram pouco, em geral.
Em quanto tempo os EUA irão deixar de promover os famosos grãos integrais que
na grande maioria dos casos ainda são consumidos em sua forma refinada? Se depender
do monopólio governamental com sua política de subsídios aos grãos, nunca. E se
depender da grande indústria dos alimentos processados, que já conquistou o público há
muito tempo, jamais. No entanto, o apoio desta instituição governamental da Suécia em
conjunto com as mudanças mais recentes nas diretrizes do governo americano, são
grandes medidas a favor da ciência e da promoção do consumo de alimentos de verdade.
Uma revisão de 16 mil estudos mostra que a dieta alta em gordura e low-carb
leva a um melhor estado de saúde e de perda de peso. Você leu certo, não
são 5, 10, 20 ou 100, são 16.000 mil!
Uma dieta paleo promoveu mais saciedade por calorias e, portanto, uma
redução calórica, do que uma dieta mediterrânea.
Você não engorda consumindo gorduras, do mesmo jeito que você não fica
verde ao consumir vegetais - Professor Fredrik Nystrom
Referências
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http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa022207
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa022637
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa022637
http://archinte.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=217514
http://annals.org/article.aspx?articleid=717451
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http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0091027
http://annals.org/article.aspx?articleid=1900694
6
- Jeff S. Volek, em A arte e a ciência da vida low-carb: um guia especializado para tornar
os benefícios da restrição dos carboidratos, que salvam as vidas das pessoas,
sustentáveis e agradáveis.
Os experimentos têm mostrado que quanto mais açúcar, ou grãos (trigo integral,
arroz e milho) são dados aos animais, maior o ganho de peso. Fomos enganados
sabotados pelas diretrizes nutricionais americanas incapazes de deixarem a política de
lado e agirem de maneira imparcial nas suas decisões, pois há MUITO tempo a ciência
sabe que os grãos na sua forma mais comumente consumida, junto com o açúcar, é que
são os principais causadores de obesidade e não a gordura, e justamente estes que foram
mais promovidos pelo governo americano nas últimas 4 ou 5 décadas.
Em 1997, 157 mil latifúndios eram responsáveis por 72% da receita das fazendas. O
governo dos Estados Unidos atualmente paga 20 bilhões de dólares anuais como subsídio
direto à agricultura. Dentre os alimentos mais subsidiados nos Estados Unidos, o milho
está em primeiro lugar – com mais de sete bilhões de dólares sendo subsidiados
diretamente pelo governo em 2005.
Figura 2.1
Após o surgimento de Ancels Key, ocorreu uma rebelião entre os cientistas à sua
teoria que não há embasamento científico, no entanto, após virar política, nova geração de
profissionais passou a adotar a posição de Keys e os cientistas que ousaram manter suas
posições de discórdia colocaram suas carreiras em risco. A propósito, este é um grande
problema nos círculos de profissionais em diversos períodos da história, inclusive nos dias
de hoje, que não são desprovidos de falta de integridade moral, pensamento crítico e
científico em certos círculos sociais (alguns políticos entram nesta categoria). Seguir o
rebanho é uma estratégia mais segura para a carreira de muitos profissionais do que a
imparcialidade científica, mesmo que o preço seja a desonestidade intelectual.
Ronald M. Krauss foi um dos principais cientistas de nutrição nos EUA e um dos
primeiros a se posicionar contra a teoria de que gorduras saturadas aumentam o risco de
contrair doenças do coração no auge da fobia a gordura. Após revisar toda literatura
científica concluiu que não havia correlação alguma entre o consumo de gordura saturada
e doenças cardíacas.
Mas como nem tudo que reluz é ouro, uma decisão que tem o intuito de causar um
determinado impacto muitas vezes gera um efeito oposto ao desejado. Esta é a famosa lei
das conseqüências não antecipadas, comumente utilizada para descrever a natureza
imprevisível das conseqüências das decisões políticas tomadas pelo governo em diversas
áreas, incluindo a área de saúde e alimentação. Apesar do intuito de erradicar a pobreza e
de fornecer ajuda alimentar, o resultado pode ser exatamente o oposto, pois existem
diversas forças ocultas em jogo, que não podem ser previstas com antecedência, podendo
alterar o resultado final, gerando assim conseqüências não antecipadas.
No caso da ajuda alimentar, muitos têm nos alertado sobre potencial que estas
políticas possuem de causarem um aumento de um suposto senso de dependência, o qual
indivíduos se tornam mais propensos a serem dependentes da “ajuda” do governo para
pagarem suas contas e cada vez mais cultivarem este comportamento. Alguns indivíduos
poderiam, por exemplo, trabalhar algumas horas a menos para que assim possam ser
elegíveis ao programa de ajuda alimentar e indivíduos que se esforçam mais, podem por
este motivo ter que financiar os custos de vida dos primeiros, causando assim o chamado
risco moral (moral hazard).
Outro fator potencialmente prejudicial das políticas de ajuda alimentar é que com
este “benefício” é possível ser consumido qualquer tipo de alimento indiscriminadamente.
Isso significa que estas pessoas recebem mais de 230 dólares por mês para gastar com
refrigerantes, salgadinhos, balas, doces e até mesmo fast food! Isso mesmo, Mc Donald’s,
Burger King, etc. O aumento da ajuda alimentar do governo pode estar exacerbando os
problemas de obesidade e de saúde pública dos EUA. Minha pergunta é: por que estes
incentivos não são, pelo menos, autorizados somente para alimentos saudáveis de
verdade?
De fato, o governo americano atual de 2015 tem uma agenda política com o intuito
de promover a adoção da ajuda alimentar. Um dos meios de promoção deste “ticket
refeição” do governo envolve demonstrações públicas onde é montado um teatro com
personagens, fazendo encenações melodramáticas, convencendo o público local o quão
saudável é se alimentar com o vale de alimentação do governo (Food Stamps). Cenário
semelhante ao da famosa política do “pão e circo” do Império Romano.
O governo atual dos EUA incentiva o uso de um ticket refeição que as pessoas
podem usar para comer fast food, refrigerantes, salgadinhos, balas e doces de
graça. Estes estão por trás do surto da obesidade.
O país gasta bilhões de dólares anualmente para arcar com os custos da obesidade
promovida em parte pelo próprio governo.
A teoria lipídica criada por Ancel Keys nunca foi comprovada, porém mesmo assim,
foi integrado às diretrizes nutricionais americanas durante as últimas décadas, o que
está correlacionado à epidemia da obesidade.
Referências
http://www.census.gov/newsroom/press-releases/2015/cb15-16.html
http://www.trivisonno.com/food-stamps-charts
http://www.huffingtonpost.com/2015/02/28/food-stamp-demographics_n_6771938.html
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2011/08/03/the-9-foods-the-us-government-is-paying-you-to-eat.aspx
https://en.wikipedia.org/wiki/Agricultural_subsidy
http://www.drfranklipman.com/big-fat-surprise-a-conversation-with-nina-teicholz/
http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-families/features/the-science-of-saturated-fat-a-big-fat-surprise-about-
nutrition-9692121.html
http://www.wsj.com/articles/SB10001424052702303678404579533760760481486
7
"Em 12 de janeiro de 1998, na edição de US News and World Report (famosa organização
de mídia nos EUA), o chefe do Departamento de Nutrição e Saúde Pública da Harvard
School, um homem muito inconstante, Walter Willet, foi consultado sobre o fracasso das
dietas baixas em gordura para curar doenças ou salvar vidas. Sua resposta fracassada,
"Foi apenas uma hipótese, para começar”, e não mostrou nenhuma vergonha. Essa
hipótese já custou mais vidas do que as duas últimas guerras mundiais e o conflito do
Vietnã juntos. Basta verificar as estatísticas da Sociedade Americana de Câncer e da
Associação Americana de Cardiologia para as últimas três décadas.”
[Fonte: Wikipédia]
O colesterol tem sido apontado injustamente como o vilão das doenças cardíacas há
muito tempo. O mito do colesterol começou em 1913. O pesquisador russo Nikolaj
Nikolajewitsch alimentou coelhos com colesterol e concluiu que o colesterol deles subiu,
logo supôs que o mesmo ocorre com os seres humanos, sem considerar que ambos são
seres muito diferentes. Galinhas e coelhos são essencialmente vegetarianos, por isso,
quando foi realizado um estudo com estes animais onde eles eram alimentados com alto
nível de colesterol em suas dietas, os bichinhos naturalmente desenvolveram
aterosclerose, já que sua fisiologia não é adaptada a digerir essa quantidade diária de
colesterol, ao contrário dos seres humanos que são adaptados a consumir colesterol.
Depois disso, vários estudos foram conduzidos ao redor do mundo para comprovar
a hipótese de Keys, entre eles o Framingham Heart Study, um dos mais respeitados
estudos no assunto, por ter acompanhado diversas gerações (o estudo começou em 1948
e continua até hoje). Neste estudo, embora os participantes consumissem alimentos com
grande quantidade de colesterol, não houve diferença nos níveis de colesterol em seu
sangue.
Após anos de estudo, eles concluíram que não havia nenhuma relação comprovada
entre a ingestão de gorduras e as doenças cardíacas. Aliás, até o próprio Ancel Keys, o
“fundador” do mito, admitiu seu erro em 1997, declarando:
Mas, eles não pararam por aí. Desde então, a ciência ruim foi sendo construída e
em cima de má ciência, outros grandes estudos ainda insistiram na hipótese de que o
colesterol na dieta estaria relacionado às doenças cardíacas, como o Multiple Risk Factor
Intervention Trial, um dos maiores estudos médicos já realizados em humanos, envolvendo
28 centros médicos e 250 pesquisadores. Os pesquisadores observaram 361.662 homens,
e identificaram aqueles que tinham o maior risco de sofrerem doenças cardíacas, para que
os resultados do estudo fossem mais efetivos. Eles cortaram o consumo de colesterol em
42%, de gordura saturada em 28% e o total de calorias em 21%. E mesmo assim não
houve sucesso. Os níveis de colesterol no sangue caíram minimamente, e o mais
importante, as doenças cardíacas não foram afetadas. Os pesquisadores declararam que
“os resultados gerais não mostram um efeito benéfico nas doenças cardíacas ou na
mortalidade total, neste estudo multifatorial.”
Diversos grandes estudos demonstraram que não havia nenhuma relação entre os
níveis totais de colesterol e mortalidade por doenças cardiovasculares ou quaisquer outras
causas. Um estudo mais recente do Journal of American Medical Association indicou que o
alto nível de colesterol LDL não é um fator de risco para a morte por doenças coronárias,
ou para a mortalidade total.
Um exemplo simples para este fato é um lanche típico de um restaurante que serve
fast food, que normalmente é rico em pão, óleos industrializados, açúcar, refrigerantes,
batatas fritas, etc. Seria correto concluir que o que causa às pessoas engordarem e
desenvolverem doenças cardíacas é a carne? Sem considerar todo resto da refeição que
corresponde à maior parte, ou grande parte das calorias? O centro da questão todo mundo
consegue entender: CORRELAÇÃO NÃO SIGNIFICA CAUSALIDADE!
Agora, para uma maior compreensão da diferença entre o paradigma suportado pela
ciência e o paradigma sustentado pelas autoridades de saúde e a sociedade em geral,
segue um simples resumo:
Gordura não é prejudicial! Muito pelo contrário ela é o combustível preferido pelo
metabolismo para ser usado como fonte de energia e tem sido assim durante a maior parte
de nossa evolução como espécie. Supostamente devido à grande disponibilidade de
gordura para ser consumida ao longo de milhares de anos e a baixa disponibilidade de
carboidratos, a capacidade de nosso corpo de estocar glicogênio (longas moléculas de
glicose que servem como principal meio do corpo para estocar glicose) se tornou muito
pequena; de modo que agora temos que estocar os carboidratos como gordura corporal,
quando o limite de estocagem é excedido.
Em outras palavras, nosso corpo, órgãos e músculos têm uma capacidade limitada
de estocar glicogênio. O que significa que se consumirmos muitos carboidratos de alta
carga glicêmica, os quais são mais rapidamente convertidos em glicose sangüínea e de
maneira mais duradoura, é quase certo que excederemos a capacidade do nosso corpo de
estocar glicogênio e este excesso de glicogênio será convertido em gordura corporal.
O baixo consumo de gordura saturada pode ser muito prejudicial ao nosso sistema
neurológico, tornando os indivíduos mais suscetíveis a desenvolverem transtornos
mentais. O consumo de colesterol não reflete os níveis de colesterol sanguíneos.
O paradoxo europeu
O principal argumento da teoria lipídica de Ancel Keys foi o seu estudo com as
populações européias, contudo a interpretação do estudo foi feita de maneira tendenciosa
para favorecer a sua teoria. Ele ignorou princípios muito básicos da “boa ciência”.
Selecionou apenas os países em que o consumo de gordura saturada mais alto
correlacionava com uma maior taxa de doenças do coração, como a Itália e a Finlândia e
ignorou os países com maior consumo de gordura saturada e menor índice de doenças
coronárias, como a Alemanha, Suécia, França e Suíça.
Os países da cor verde são os que consomem mais gordura saturada na Europa
enquanto os em vermelho consomem menos. Na linha vertical o número de mortes por
doenças do coração para cada 100.000 habitantes. O consumo de gordura saturada é
diretamente proporcional a menor índice de mortes pela doença, enquanto um menor
consumo está inversamente proporcional às mortes pela doença nestes países da Europa.
A França consome mais gordura saturada que todos os outros países e tem menos
morte por doenças cardíacas que qualquer outro país da Europa. Em segundo lugar vem
Suíça que tem a segunda menor taxa de mortalidade. Coincidência? Geórgia, Ucrânia,
Azerbaijão e outros da imagem verde estão morrendo mais pela doença.
Os dados do mapa etnográfico de Cordain com as 229 populações primitivas
descrito no começo do capítulo reforçam mais ainda esta correlação. Embora seja óbvia a
correlação, não estou cansado de estressar o fato de que correlação não significa
casualidade, apenas levanta hipóteses que devem ser submetidas ao escrutínio dos
ensaios clínicos e as meta-análises, muitas das quais já foram analisadas neste livro.
Este último alega que a redução do consumo de gorduras saturadas para menos de
10% do consumo total de calorias diárias, assim como a substituição da gordura saturada
por óleos processados gera uma diminuição no risco de desenvolvimento de doenças
cardíacas e pode salvar 30.000 vidas. Nada poderia estar mais longe da verdade, de
acordo com este estudo conduzido por J Baker e muitos outros.
De acordo com Baker, o estudo feito por Ancel Keys incluiu carboidratos e alimentos
altamente processados e os classificou como gorduras saturadas. O Instituto Nacional de
Excelência Clínica dos EUA passaram também a classificar carboidratos e alimentos
processados como biscoitos, doces, sorvete, salgados e bolos como sendo gordura
saturada. A interpretação do estudo de Ancel Keys, ao invés de ser a de que o consumo
de gorduras saturadas aumenta o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
foi a seguinte:
“A evidência indica que alimentos processados estão fortemente associados ao
aumento da obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e outras doenças de nossa
sociedade moderna. Os nutrientes, macro e micro, encontrados na carne, peixe, ovos e
produtos lácteos, são vitais para a saúde humana e o consumo destes alimentos nutritivos
deve ser incentivado.”
Outro fato que comprova a manipulação dos resultados é a seleção dos países
estudados para que fosse dada a conclusão tendenciosa. Havia mais de 16 países com
dados disponíveis para a conclusão do estudo que foram ignorados, para que a correlação
que ele desejava obter fosse alcançada. Se ele tivesse escolhido outros seis países, como
apresentado nos quadros abaixo (tanto da esquerda como da direita) ele poderia ter
demonstrado que quanto maior o percentual de gordura na dieta, menor o número de
mortes por doenças cardíacas.
Observe os quadros da parte de baixo da figura que embora esteja difícil de visualizar em detalhes
com este tamanho de imagem, fica evidente a linha descendente conforme o consumo de gorduras (linha
horizontal) aumenta de 20% para 40% das calorias nos países (pontos). Mais gordura = Menos doenças
cardíacas (linha vertical). Keys não foi honesto em sua interpretação…
"Seus avós podem ter comido alimentos saudáveis, mas as chances são que
você não esteja fazendo. Isso aconteceu em grande parte por causa das
campanhas erradas contra gordura saturada, colesterol e carne vermelha. Mas
é também uma conseqüência do nosso amor por todas as coisas modernas e
nossa tendência a descartar o conhecimento do passado. O problema é que
estes alimentos agora impopulares fornecem nutrientes que trabalham em
sinergia e são difíceis de obter em outras fontes alimentares. Em outras
palavras, podemos estar acima do peso, mas estamos subnutridos. A solução é
História recente
voltar para a prática de nossos ancestrais e "comer do nariz ao rabo”. Isso
significa comer não só a carne magra muscular (como bife ou peito de frango)
de animais, mas também os órgãos, pele, cartilagens, ossos, e os cortes mais
gordos.
- Chris Kresser, A Cura Paleo: um plano de 3 passos para perder peso, reverter
doenças, e ficar em forma e saudável para a vida.
• Gary Taubes argumenta contra Gordon Tomaselli que ele está simplesmente indo
em direção contrária à ciência a respeito da gordura saturada, dizendo “Os estudos nunca
provaram que ela é prejudicial, muito pelo contrário, experimentos controlados têm
demonstrado o contrário, que a gordura faz parte de uma dieta saudável”. E complementa
“é completamente anti consensual, uma dieta baixa em gordura, a idéia de que não
devemos comer laticínios em sua forma natural, de que deveríamos consumir iogurte diet
ao invés de integral”.
• Taubes cita um estudo publicado em 2010 nos Annals of Internal Medicine, que
demonstra que uma dieta com mais gordura e menos carboidratos, foi melhor na redução
do colesterol total do que uma alta em carboidratos.
Pontos negativos
• Gordon Tomaselli acredita que não comer gorduras é melhor para saúde citando
poucos estudos epidemiológicos sem validade científica. A American Heart Association na
época ainda promovia um consumo de até 10% das calorias consumidas como gorduras
saturadas, o que está em desacordo com o que as pesquisas mais confiáveis e
compreensivas sobre o assunto, já conduzidas.
• Foi triste observar como alguém de posição, com um cargo tão importante e
prestigioso está tão à parte da ciência.
Se você tem um nível alto de colesterol, não significa que seu colesterol VLDL é
alto também.
Em geral nos países da Europa, o consumo mais alto de gordura saturada está
correlacionado com menores taxas de doenças cardíacas.
Referências
http://ajcn.nutrition.org/content/92/4/759.full
http://thepaleodiet.com/wp-content/uploads/2012/04/CRC-Chapter-2006a1.pdf
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Multiple risk factor intervention trial. Risk factor changes and mortality results. Multiple Risk Factor Intervention Trial Research
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BAWatkins2, GL Florant1, M Kelher, L Rogers and Y Li. Department of Health and Exercise Sciences, Colorado State
93&fileId=S0007114512000402
https://www.bhf.org.uk/publications/statistics/european-cardiovascular-disease-statistics-2008
Weight and metabolic outcomes after 2 years on a low-carbohydrate versus low-fat diet: a randomized trial.
Foster GD, Wyatt HR, Hill JO, Makris AP, Rosenbaum DL, Brill C, Stein RI, Mohammed BS, Miller B, Rader DJ,Zemel
http://healthybodydaily.com/dr-oz-heart-health/cholesterol-does-not-cause-heart-disease/#sthash.39RJSlSz.dpuf
http://en.wikipedia.org/wiki/Dr_oz
http://en.wikipedia.org/wiki/Stephen_Sinatra
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679559?dopt=Abstract
8
"Se você quer que seus filhos sejam inteligentes, leia a eles histórias. Se você quer
que eles sejam mais inteligentes, leia-lhes mais histórias.”
- Albert Einstein
Entrevista com o Dr Oz
Outra entrevista recente que chamou mais a minha atenção, por ser com certeza
mais impactante e ter mais implicações para a população em geral, foi com o famoso
cardiologista Stephen T. Sinatra e o nutricionista Jonny Bowden. Eles participaram do
programa The Dr. Oz Show, nos EUA, o programa de saúde mais popular dos EUA
apresentado por Dr. Oz, um dos médicos mais populares deste país, que além de
apresentar o programa apresenta um na rádio Sirius XM e participa de diversos programas
populares junto com outras celebridades.
O título do programa foi “The man who says everything I know about colesterol is
wrong” (O homem que diz tudo que sei sobre o colesterol está errado), que já da para ter
uma boa noção sobre o que se trata! Esta entrevista foi um tanto surpreendente para
muitos pesquisadores e nutricionistas bem informados nos EUA que não imaginavam este
acontecimento, sendo que há poucos anos atrás esta idéia era rigorosamente rejeitada
pela mídia que promove o interesse de grandes corporações, indústria dos alimentos
processados e farmacêuticas.
A fobia do colesterol é usada como base para muitas recomendações dietéticas das
maiores organizações de saúde nos EUA e da USDA por mais de 30 anos, resultando em
uma epidemia de obesidade e diabetes que está diretamente relacionado à mudança no
padrão alimentar da sociedade americana para o consumo de mais carboidratos como os
grãos e o açúcar. Mitos como o medo de gordura, pois ela “entope suas artérias” surgiram
junto com a tendência do maior consumo de carboidratos promovidos por estas instituições
de saúde que são fortemente influenciadas pelas indústrias dos alimentos, sendo
suportados por argumentos baseados na má interpretação de algumas poucas pesquisas.
Em outras palavras dizer que consumo de gordura e o colesterol alto causa doenças
cardíacas é como dizer que a Terra era quadrada há 500 atrás na Idade Média, ou seja,
uma das maiores lendas já contadas. Existe um número muito grande de evidências
demonstrando claramente que o consumo de colesterol não está relacionado com maiores
níveis de colesterol sanguíneo, muito menos de que altos níveis sanguíneos causarão
entupimento das artérias. É apenas uma daquelas coisas que entra na cabeça das
pessoas e não sai mais, como noção de que o planeta Terra era o centro do universo há
meio milênio atrás.
Esta lenda é promovida fortemente pela indústria farmacêutica para que drogas para
a diminuição do colesterol sejam usadas como prevenção de doenças cardíacas. As
políticas de muitas clínicas e consultórios médicos nos EUA já chegaram ao ponto de
recomendarem drogas para a redução do colesterol para mulheres com 30 ou 40 anos
como prevenção primária, sendo que alguns médicos estão prescrevendo drogas até
mesmo para crianças! Até que ponto eles irão chegar?
As pessoas não deveriam entrar em pânico ao verem que seu colesterol está alto,
pois ele pode ser nocivo ou não dependendo do tamanho das lipoproteínas, por isso que
os profissionais mais competentes analisam a completude de todos marcadores
sanguíneos.
Elas realmente não deveriam aceitar sugestões de tomar drogas para abaixar o
colesterol como prevenção primária sem que elas ou o profissional contratado
considerem a totalidade dos marcadores sanguíneos como o colesterol HDL “bom”,
triglicérides, colesterol VLDL (lipoproteínas de muita baixa densidade), níveis de insulina,
colesterol em jejum, score de cálcio coronário, níveis de inflamação, ácido úrico, entre
outros biomarcadores.
Dr. Oz apesar de concordar plenamente com os convidados, ainda tentou por meio
de truques visuais, a passagem da mensagem de que o colesterol LDL está relacionado ao
entupimento das artérias (talvez para disfarçar tudo que vem falando errado sobre o
colesterol com sua retórica dos últimos programas sobre o assunto, assim disfarçando sua
ignorância ou farsa). Apesar de concordar com o fato de que o colesterol LDL por si só não
significa nada e de concordar com tudo que Dr. Sinatra e Dr Jonny Bowden disseram.
Dr. Oz disse no programa que não poder usar o colesterol total como uma referência
pode causar um problema para os médicos que usam este número como base para
acessar os riscos do desenvolvimento de doenças cardíacas e é claro prescrever as
drogas para reduzir o colesterol (estatinas são lucrativas para os médicos e fáceis de
serem prescrevidas). Dr. Sinatra e o Dr. Bowden argumentam em seguida “o segundo erro
do colesterol é acreditar que estatinas são seguras e irão prolongar a vida”. Segundo Dr.
Sinatra:
“Estatinas são drogas antiinflamatórias, elas podem afinar o sangue e ocorre que
isso diminui o colesterol, mas este é o problema. As estatinas diminuem o colesterol, mas
o colesterol não é a causa raiz das doenças cardíacas, é a inflamação. Estas estatinas têm
efeitos colaterais tremendos, nós temos que nos livrar dos remédios de estatina. A causa
raiz das doenças cardíacas é a inflamação, a inflamação causa esta doença e o que causa
inflamação? É o quanto nós pesamos, o que colocamos no nosso corpo e o açúcar é o
inimigo. Quando você tem açúcar no seu sangue ele causa uma placa, o estresse
oxidativo. Esta placa atinge o alimento e o açúcar causa todo aquele material grudento que
prende aos vasos sanguíneos, que cria uma enorme resposta da insulina.”
“Não há dúvidas de que a estatina fará com que seus últimos dias na terra sejam
muito menos agradáveis do que seriam caso não a utilizasse.”
Os autores concluem que o uso da estatina não é seguro como prevenção primária,
podendo levar a efeitos colaterais sendo os mais comuns que acometem em torno de 20%
dos pacientes são disfunção erétil, baixos níveis de testosterona e problemas estomacais e
em menor escala perda de memória e neuropatia. Em geral, drogas redutoras do colesterol
têm um papel melhor na prevenção do segundo ataque cardíaco, ou seja, como prevenção
terciária e isto independente dos níveis de colesterol, porque as estatinas podem reduzir a
inflamação dos vasos sanguíneos e estabilizar as plaquetas coronárias.
Conclusão
Dr. Oz é uma das autoridades médicas mais populares dos EUA sendo fonte de
informações para milhões de pessoas que desejam melhor saúde e qualidade de vida.
Sendo assim, o fato de ele ter admitido que o colesterol total não signifique muito pode
servir como incentivo para que as pessoas não tenham medo do colesterol e tomem
decisões mais conscientes para melhorar a saúde, passando a se alimentarem de
maneira melhor para que melhorem os marcadores sanguíneos que realmente importam.
Não ficar obcecado com colesterol dietético, sabendo ou não porque, abre portas
para que as pessoas possam consumir mais alimentos ricos em colesterol que são
essenciais à saúde. Mais estudos do que suficiente já comprovaram que somente o
colesterol alto não significa nada se não for observado em detalhes. As causas verdadeiras
do desenvolvimento de doenças cardíacas muitas vezes são ignoradas pelas pessoas e
subjugadas por alguns médicos que dão muito mais importância à teoria lipídica por
ignorância ou conveniência.
• Metade das pessoas que desenvolvem doenças cardíacas tem níveis de colesterol
considerados “normais”.
• Peixes e aves, carnes, ovos e frutos do mar e alguns laticínios fazem parte de uma
dieta saudável.
• O consumo dos alimentos ricos em colesterol faz parte de uma dieta saudável.
• Mães e gestantes devem ter um cuidado especial para assegurarem de que estão
se alimentando e alimentando seus filhos com alimentos de modo nutricional densos como
os citados acima.
• Gordura ômega 3 de fontes animais de boa qualidade como peixes de água fria e
ovos e carnes alimentadas a pasto promovem melhor saúde dentro de um contexto
de uma dieta saudável.
• Exercitar-se diariamente, e é claro, não fumar e beber álcool com moderação ou não
bebê-lo.
Um passo positivo, a meu ver, no que diz respeito à transparência ao consumidor
quanto à informação nutricional contida nos alimentos foi iniciativas tomadas pelo governo
americano em março de 2014. Uma proposta que promove um maior foco na qualidade do
alimento consumido e promove o consumo de gorduras e desmente o velho paradigma de
que a gordura engorda, porque possui mais calorias por grama, afirmando que este é um
foco ultrapassado e obsoleto.
Muito correto, no meu ponto de vista e do ponto de vista científico, pois a gordura por
si só, dentro de um contexto de uma dieta saudável, tem um potencial para promoção da
adiposidade extremamente menor do que quando servida com açúcar (milkshake) e
farinhas refinadas (croissant, pizza, salgados). Um dos motivos pelos quais propostas
como estas podem ser positivas.
A primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama em março de 2013 apresentou proposta para que
novos rótulos destaquem açúcar nos alimentos.
A proposta foi feita com base em uma pesquisa que demonstrou que mais de 70%
dos americanos consomem mais do que o limite de consumo diário estabelecido
recentemente. Não por coincidência, 2/3 da população americana estão com sobrepeso ou
são obesas, ou melhor, perto de ⅓ da população com sobrepeso e de 33% obesos como
demonstrado pelos dados mais recentes do governo.
De acordo com Marian Nestle, professora de saúde pública e nutrição da
Universidade de Nova York, a idéia promovida pelo governo e pela indústria dos alimentos
processados de que alimentos com gordura engordam porque possuem 9 calorias por
grama precedeu a epidemia da obesidade durante as últimas 3 ou 4 décadas. Em suas
palavras:
“A idéia, no final da década de 1980, é que, ao cortar a gordura, você estaria cortando
as calorias.”
A indústria por muito tempo utilizou-se deste argumento sem embasamento para
promover a idéia de que mil calorias de refrigerantes, por exemplo, produzem o mesmo
impacto metabólico que o vindo de salmão. A partir daí, uma série de produtos “diet" e em
seguida “light” foram artificialmente produzidos a fim de aumentar a lucratividade de suas
operações. A eliminação da gordura nestes alimentos veio paralela à adição de açúcar
para compensar pela falta de sabor e como já abordamos diversas vezes neste livro ele
não é um alimento, mas sim um ingrediente que altera a fisiologia humana de maneira
profunda e o aumento das citocinas inflamatórias e do ácido úrico no sangue reflete
apenas a superfície do problema.
“Sabemos que o alto consumo de açúcares está associado a uma série de riscos
relativos à doença cardíaca.”
Já que estes açúcares, não são rotulados como “açúcar”, mas como dextrose, mel,
frutose, glicose, etc, a indústria pode destacar no rótulo que o alimento é “livre de
açúcar” para atrair consumidores, mesmo que o produto possua um teor alto de açúcar
nos outros ingredientes.
A relevância para nós brasileiros, além da busca pelo conhecimento por eruditos, é
que em nosso país a indústria está livre para dissimular a grande maioria dos
consumidores que não são peritos em alimentação e rotulagem. No Brasil um alimento
pode ser rotulado como “Sem açúcar” e ainda assim conter uma quantidade alta de açúcar
através de maltodextrina, por exemplo, um tipo de açúcar rico em glicose ou maltitol.
Os grupos de polióis que são feitos a partir da alteração química do açúcar de modo a
assemelharem-se quimicamente ao álcool e ao açúcar também. Este grupo de
açúcar também está comumente presente em diversos produtos processados, muitos dos
quais passam a imagem para o consumidor de produtos saudáveis, geralmente com flores
e belas imagens desenhadas no rótulo. Por legislação os alimentos podem ser
classificados como “sem açúcar” e ainda possuir polióis como o maltitol.
“Há uma falta de consenso científico sobre como fazer uma única
recomendação de consumo de sódio para todos os americanos, devido a um
crescente corpo de pesquisa que sugere que os níveis de ingestão de sódio baixos
recomendados pela DGAC são realmente associados com o AUMENTO da mortalidade
para indivíduos saudáveis.”
Vocês leram bem caros leitores. Eles “empurraram com a barriga” as posições
anteriores pelo maior tempo possível, mesmo em luz a toda evidência que já é presente há
décadas, para aliviar o contraste de suas recomendações antigas com as atuais. Nos
Estados Unidos eles diriam “Sneaky!”. No Brasil chamamos isso de malandragem.
Quantas vidas seriam poupadas ou melhoradas se a compreensão da literatura viesse
mais cedo, ou se admitissem mais cedo. Modéstia a parte eu estou transmitindo a literatura
ao público no meu blog, o primal Brasil, desde 2011! Porém, apesar disso eu admiro a
coragem e atitude de Connor perante a questão. Enfim, o importante é que estamos indo
rumo à direção certa agora.
Muitos destes açúcares não são classificados como açúcar, por isso podem
passar de maneira despercebida pelo consumidor no rótulo.
Coma muito açúcar com muita freqüência e passará a perceber o açúcar com
menos intensidade, mas se comer pouco açúcar por algumas semanas o seu
cérebro reconhecerá o açúcar com mais facilidade.
A gordura presente dos alimentos não está por traz da obesidade e comer
menos alimentos com gordura tende a reduzir as lipoproteínas HDL “bom”.
Referências:
http://www.latimes.com/nation/la-na-sugar-limits-20150317-story.html
http://www.eatrightpro.org/resource/media/press-releases/public-policy/academy-commends-strong-dietary-guidelines-report
Foster GD, Wyatt HR, Hill JO, Makris AP, Rosenbaum DL, Brill C, Stein RI, Mohammed BS, Miller B, Rader DJ,Zemel
http://healthybodydaily.com/dr-oz-heart-health/cholesterol-does-not-cause-heart-disease/#sthash.39RJSlSz.dpuf
http://en.wikipedia.org/wiki/Dr_oz
http://en.wikipedia.org/wiki/Stephen_Sinatra
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679559?dopt=Abstract
http://primalbrasil.com.br/gorduras-trans-serao-proibidas-nos-eua/
http://primalbrasil.com.br/gordura-trans-solucao-antiga-para-um-problema-novo/
http://primalbrasil.com.br/se-delicie-com-a-gordura-saturada-ela-e-boa-para-voce-parte-1/
http://primalbrasil.com.br/porque-voce-deveria-comer-mais-ovos/
9
Este estudo demonstra uma correlação entre o consumo de carne vermelha com
mortes por qualquer causa. O acompanhamento de mais de 120.000 mulheres e homens
por 28 e 22 anos, respectivamente, no Nurses’ Health Study, e no Health Professionals
Follow-up Study constatou esta correlação.
Esta é uma das raízes do problema nas sociedades modernas, contudo, não
podemos culpar todos por escolher “doce” ao invés de trabalho, mas o que não podemos
de maneira alguma aceitar é que afirmações extraordinárias não exijam provas
excepcionais, como no caso dos benefícios terapêuticos da dieta alta em gordura e baixa
em carboidratos, submetidas ao rigor dos ensaios clínicos controlados e meta análises.
O circulo central compreende o maior grau de evidência científica e últimas camadas o menor grau de
evidência científica
Existe um alto consumo de carne em alguns países com altos índices de doenças
cardíacas, como os Estados Unidos, por exemplo, mas também existe um enorme
consumo de açúcar e carboidratos refinados. E, novamente, qual é o lema básico na
interpretação de estudos epidemiológicos, qual é, vocês lembram? CORRELAÇÃO NÃO
SIGNIFICA CAUSALIDADE! Isso mesmo, eu pude escutar no fundo a platéia gritando.
O problema com este tipo de estudo, em outras palavras, é que não é possível
isolar todas as variáveis envolvidas no desenrolar da vida das pessoas participantes do
estudo em um ambiente real, com relação aos estudos clínicos controlados. Este tipo de
conclusão apenas reflete a extrapolação dos dados. Muitas variáveis não podem ser
controladas, ou podem apenas ser parcialmente isoladas neste tipo de análise. A
correlação entre o consumo alto de carne vermelha e o consumo alto de carboidratos, ou
produtos processados não foi feita e geralmente não é feita. Variáveis como baixa
atividade física e nível de álcool consumido são pobremente isoladas e questionários não
fornecem dados precisos sobre a quantidade exata dos componentes da dieta.
Embora este estudo não tenha tentado separar carnes processadas de não
processadas, o hambúrguer ainda sim se enquadrou provavelmente como um dos
principais participantes da categoria de “carnes não processadas” no questionário do
estudo. Por este e outros motivos, o exemplo do fast food é muito importante para o
entendimento das falhas deste tipo de estudo. Indivíduos que consomem muita carne
geralmente se submetem a hábitos de vida menos tradicionais, podendo incluir muitos
como dormir tarde, consumir muita comida em geral, incluindo bebida alcoólicas,
carboidratos refinados e fast food.
Então, eu pergunto para você meu caro leitor, quantas pessoas você conhece que
vão a um restaurante ou a uma lanchonete e pedem um hambúrguer sem pão? Quantos
conhecidos ou amigos que você conhece que pediriam um hambúrguer e o consumiria
sem o acompanhamento de uma bebida, como um suco ou um refrigerante? Nos EUA
também não é muito diferente. Isso significa que todo hambúrguer consumido, seja em
casa, restaurantes, ou redes de fast food vieram acompanhados de bastante carboidratos
na sua forma mais ofensiva para o corpo humano, grãos refinados e açúcar!
Outra falha enorme do estudo foi a frequência na coleta dos dados dos
questionários. Todos os dados sobre a dieta foram coletados através de questionários de
frequência de alimentos (QFA), que foram preenchidos de 4 em 4 anos!! Eu não sei sobre
vocês, mas eu costumo não me lembrar do que eu comi há 2 ou 3 dias atrás, muito menos
há 1 semana, 1 mês, 1 ano, ou 3 anos atrás! Você sabe quantas gramas de bife
especificamente e exatamente consumia no almoço todos dos dias seguidos nos últimos 4
anos?
Alguns estudos de fato demonstram que o ser humano tende reportar a mais nos
questionários os alimentos que são mais socialmente desejados e que na maioria dos
casos, quando são colocados para estimar o teor calórico consumido por eles mesmos,
erram para menos, ou seja, quase sempre pensam que estão consumindo menos do que
de fato estão consumindo. Este é um fator psicológico do viés de confirmação inerente a
todo ser humano.
Novamente, não podemos concluir absolutamente nada a partir deste estudo dos
questionários “da carne vermelha”, em termos científicos. Talvez sim em termos místicos,
se alguém escolher seguir este caminho por algum acaso, do mesmo modo que alguém
poderia pensar que fumar três maços de cigarro por dia não faz mal para a saúde, na
década de 60.
Moral da história, estes estudos não deveriam ser usados como recomendações de
saúde, mas sim ser incluídos no seu devido lugar, no arsenal de estudos observacionais
superficialmente conduzidos e que suportam tal correlação (bem perto do lixo, quase). Um
pouco mais separado, estaria a pilha de observações epidemiológicas que demonstram
exatamente o oposto, como no caso dos países da Europa, que em geral demonstram uma
correlação entre o consumo de gordura saturada e uma menor taxa de doenças do
coração, incluindo carnes em muitos destes países. E bem perto de sua mesa de trabalho
estariam os ensaios clínicos de verdade.
Acredito ter ficado evidentemente claro na primeira parte deste capítulo que é
importante que, não apenas os pesquisadores, mas qualquer um de nós possa manter um
pensamento crítico ao ler qualquer manchete ou entrevista na televisão, jornais e revistas,
pois de outro modo qual seria a vantagem de ler, se o que estamos lendo está errado? E
isso se aplica a qualquer âmbito de leitura, ou na vida, seja sobre política, economia,
medicina, ou qualquer outro assunto, seja através da mídia, ou através de conversas entre
familiares e amigos. Afinal, a vida é como se fosse um telefone sem fio, portanto, imagine
que tudo que o transmissor da mensagem está dizendo está sendo um pouco alterado
toda vez que a mensagem é transmitida e quando a mensagem chega aos seus ouvidos
ela já passou por uma dúzia de pessoas ou mais. Você realmente acha que estaria
recebendo exatamente a mesma mensagem que a primeira pessoa que recebeu? Bem,
algumas pessoas talvez nunca tenham brincado de telefone sem fio, ou se esqueceram, ou
pensam que é coisa de criança, mas a verdade é que os adultos adoram brincar também,
mesmo sem estarem cientes.
Na grande maioria das vezes, estas variáveis ambientais neste tipo de estudo não
podem ser controladas suficientemente para produzir alguma relação precisa de causa e
efeito. Isso se deve a diversos fatores que caracterizam a natureza imprevisível,
incalculável e imensurável dos hábitos humanos em um ambiente livre de vigilância e não
controlado como nos experimentos clínicos. Os pesquisadores simplesmente não podem
fazer inferências sobre a relação entre a causa e o efeito de diversos fatores ambientais no
organismo humano. Quanto menos variáveis ambientais, menor tende a ser a
imprevisibilidade e o acaso na relação causa e efeito destes fatores e vice versa.
Uma vez que o objeto de estudo mensurado está sendo apenas a bebida alcoólica,
os pesquisadores podem designar o estudo de modo que empreguem mais de seus
recursos na identificação e na acurácia do rastreamento deste hábito alimentar específico
dos participantes do estudo. Mais adiante, ele deve ser colocado dentro da conjuntura do
corpo de evidências clínicas disponíveis sobre o tema.
Se o estudo for bem conduzido com menos interferências ambientais, há potencial
para produzir boas hipóteses para ser comparado com as evidências mais adiante. Por
exemplo, se compararem indivíduos que não bebem, não fumam, não praticam exercícios,
de determinada faixa etária, demografia, determinado tipo de emprego e nível econômico,
mesma região, entre outras variáveis, com outra população com as mesmas
características, exceto com o hábito de beber mais, a validade estatística será mais
relevante para ser considerada junto com o corpo de estudos clínicos e revisões a par
sobre o tema. Com este conjunto de “check and balance” ou camadas de análise, as
conclusões sobre objetos de alguns estudos observacionais bem conduzidos podem ter
alguma utilidade e somar-se na conclusão final.
Portanto, a lição principal a ser tirada com relação a estudos observacionais é a que
não é possível estabelecer causalidade entre as variáveis estudadas nestes estudos,
mesmo que a correlação seja alta. Um exemplo disso seria o fato de alguns países no
mundo terem uma associação alta entre o consumo de gordura saturada e doenças
cardiovasculares, enquanto em muitos outros o consumo de gordura saturada possui uma
correlação inversa a taxa de doenças do coração. São muitas variáveis que não foram
medidas por este tipo de associação, como por exemplo o alto consumo de açúcar e
carboidratos refinados. Portanto, estes estudos isoladamente não possuem validade
científica.
Agora, um exemplo talvez ainda mais evidente do quanto uma correlação não
significa causalidade é tirado a partir das seguintes correlações:
3. Crianças que fazem aulas particulares tem notas mais baixas. Logo, aulas
particulares são responsáveis pelo mau desempenho destes alunos.
Muitas vezes os fatores observados obviamente não estão causando os resultados nos
exemplos acima. Há variáveis ocultas que não foram descobertas, ou estabelecidas, mas
que contribuem em conjunto para o desenrolar dos acontecimentos.
Parece ridículo e constrangedor pensar que alguém poderia formar tal associação,
porém isso acontece na vida real, no meio acadêmico e jornalístico com tanta frequência
que não poderíamos nem imaginar. Uma vez que a associação formada não se parece
bizarra e irracional como os exemplos acima, podemos criar uma noção romântica na
interpretação dos resultados de um estudo sem perceber que estamos sendo irracionais.
Este viés de confirmação pode ser minimizado, ou eliminado quando ao submetermos os
estudos a um processo de análise mais rigoroso, seguindo os princípios básicos de
investigação científica abordados neste livro.
E por fim, para finalizar a questão dos estudos observacionais é importante salientar
melhor quando eles podem ser úteis:
1. O princípio da consistência
Os resultados dos estudos devem ter sido replicados em diversos estudos controlados e
realizados por meio de diferentes métodos para serem validados. Um exemplo disso
seriam as meta-análises, que são estudos de estudos e portanto compreendem a síntese
dos resultados de muitos estudos, e/ou as revisões por pares (peer review), que são
avaliações feitas por um conjunto de especialistas peritos no tema tratado, que também faz
parte deste sistema auto regulatório de revisões ou “check and balance”.
2. O princípio da plausibilidade
Quando existe um possível mecanismo que possa explicar a relação de causa e efeito isso
aumenta a probabilidade de que o gatilho ambiental seja o verdadeiro causador.
3. Grau de associação:
Vantagens: Este tipo de estudo oferece menos influencia de variáveis de conflito com
relação a outros tipos de estudos.
Os experimentos clínicos e randomizados podem ser “cegos” ou não. Quando são duplo-
cegos, tanto os participantes quanto os cientistas não sabem o que cada grupo está
consumindo. Eles são muito usados em medicina, pois são particularmente bons em anular
o efeito placebo de uma intervenção, que calcula-se poder representar até próximo de 30%
do efeito de uma intervenção farmacológica.
Uma análise no ano de 2006 com mais de 600 estudos disponíveis no pubmed, um site de
referências científicas mais usados no mundo, constatou que 78% dos estudos publicados
foram experimentos de grupos paralelos, enquanto 16% eram estudos cruzados. Os 6%
restantes representavam estudos fatoriais e de cluster.
Lembre-se que a ciência por trás da dieta low-carb e paleolítica se baseia principalmente
nestes dois tipos de ensaios clínicos e randomizados, que representam o maior grau de
evidência científica.
Pensamento grupal
Os indivíduos, simplesmente sentem mais afinidade por uma certa teoria por certos
motivos ocultos e não conseguem enxergar a ciência de maneira imparcial. No caso da
teoria de Keys, as políticas do governo influenciaram diversas instituições de ensino a
adotar tais crenças místicas sobre a teoria lipídica e mais adiante o incentivo financeiro das
grandes indústrias farmacêuticas, que passaram a vender drogas redutoras de colesterol
mais do que picolés e que, portanto, passaram a ter muito a ganhar e pouco a perder
financeiramente aumentando suas vendas, incluindo-as como prevenção primária de
doenças.
Para os leigos isso pode soar ótimo. Parece que a droga é um milagre e
extremamente eficiente em reduzir o risco da doença, afinal reduziu o risco pela metade!
Esta é uma armadilha muito antiga, mas que irá continuar pegando muita gente por muito
tempo em nossa história.
A propósito, vale ressaltar que não estou dizendo isso para recriminar o uso de
drogas - nada poderia estar mais longe da verdade. Mas sim, salientar a importância do
pensamento crítico na interpretação dos estudos e diversos âmbitos de nossas vidas, seja
você um profissional de saúde ou não.
Agora, lembre-se da brincadeira do telefone sem fio. Vejamos outra prática no meio
acadêmico que faz parte do jogo. Frequentemente, pesquisadores utilizam como
referências ao longo do artigo escrito sobre o estudo publicado, artigos publicados pelos
mesmos autores, o que significa que se utilizaram argumentos de apenas um pesquisador
ou grupo de pesquisadores, o que limita bastante a interpretação da literatura como um
todo sobre determinado tema que é objeto da pesquisa.
Isso pode ser identificado nos artigos de revisão disponibilizados nas fontes de referências
dos estudos.
1. O estudo conduzido em coelhos poderia apenas ser utilizado como uma hipótese
a ser testada em humanos, repetidamente, antes de ter alguma validade, contudo,
com base em noções pré concebidas e uma bela dose de imaginação concluiu-se
que o mesmo aconteceria com seres humanos, mesmo não havendo sequer
alguma prova de que o consumo de colesterol dietético levaria ao aumento do
colesterol sanguíneo. O grande problema nesta suposição de Keys foi que os
resultados dos experimentos conduzidos em animais não se traduzem aos
mesmos resultados em humanos, principalmente quando os estudos feitos em
humanos consistentemente produzem resultados opostos a estes, refutando
totalmente está hipótese.
Isso em apenas um dos estudos que ele utilizou como base de sua teoria, então
imagine a totalidade dos erros cometidos no geral! Agora, tente visualizar quantos
cientistas e pesquisadores amadores foram influenciados por sua teoria falha e inverídica,
ao longo de varias décadas seguintes? Os danos à sociedade e ao conhecimento humano
são incalculáveis.
Conclusão: os resultados dos estudos em animais devem ser reproduzidos diversas vezes
em humanos e o resultado deve apenas ser considerado dentro do contexto dietético
específico que foi conduzido o primeiro estudo, para haver validade científica dos
resultados.
Comer uma dieta americana rica em fast food foi correlacionado a um maior risco
cardíaco, não algum filé isolado.
Interpretações errôneas como estas de tais estudos epidemiológicos também estão
por trás da confusão a respeito do tema na sociedade.
O risco absoluto muita vezes é mais importante que o risco relativo e muitos estudos
manipulam os dados intencionalmente ou não, ao destacarem o risco relativo
quando não deveriam.
Além dos Kitavas, foram feitos estudos com duas outras populações da polinésia
francesa, os Pukapukans e os Tokelauans, por Ian Prior et. al. Assim como os Kitava
(17%), o consumo de gordura saturada é muito alto nos Pukapukans (34%) e os
Tokelauans (64%), se comparado com a porcentagem das calorias diárias recomendada
durante as últimas décadas pelas autoridades nutricionais dos EUA (7 ou 10%
dependendo do período) e até mesmo da média das populações de caçadores coletores
(16%) ao redor do mundo estabelecidas através do mapa etnográfico de Cordain.
Das três populações estudadas, todas consomem uma dieta rica em carboidratos
provenientes de tubérculos, frutas e vegetais e o IMC e a porcentagem de gordura corporal
destas populações é extremamente baixo (IMC menor que 20), se comparado com a
média de indivíduos de populações industrializadas. O consumo de carboidratos
representa em torno de 70% das calorias diárias consumida pelos Kitavas, 52% pelos
Pukapukans e 34% pelos Tokelauans. O consumo de proteínas ficou em torno de 12% nas
três populações.
Entre as três populações estudadas, peixe de lagos e do mar era a principal fonte
de proteína consumida, em seguida carne de porco e galinhas que eram reservados para
rituais que ocorriam com certa frequência. Os principais alimentos de origem vegetal
destas populações, com algumas diferenças entre eles, são tubérculos (inhame, mandioca
e batata doce) coco, fruta-pão e banana. Vegetais em geral são consumidos diariamente,
assim como outras frutas. O consumo diário de carboidratos dos indivíduos destas três
populações estava na faixa de 180g a 350g diárias e o consumo calórico diário era em
torno de 2.200 calorias. Os níveis de triglicérides e colesterol VLDL são baixos e o álcool
não era consumido.
“Havia pessoas comendo duas vezes mais gordura saturada do que consumiam
antes de entrarem no estudo, no entanto, quando medimos a gordura saturada em
seus sangues, ela diminuiu para a maioria das pessoas”
A distinção foi muito evidente neste estudo, foi um contraste enorme, muito acima
do esperado. Eles descobriram que sua ingestão pode ser duplicada ou quase triplicada,
sem aumentar os níveis séricos. Mesmo que a amostra do estudo seja relativamente
pequena, os resultados se tornam mais estatisticamente significativos por demonstrarem
uma diferença de mais de 100% no impacto sanguíneo de cada uma destas fontes e
devido o princípio da coerência, com diversos estudos que demostram diversas outras
melhorias metabólicas junto com a perda de peso nas dietas baixas em carboidratos. Os
resultados são surpreendentes, mas certamente necessitam de mais estudos para elucidar
melhor a questão de maneira mais precisa e estatisticamente significante.
“Quando você consome uma dieta muito baixa em carboidratos seu corpo
preferencialmente queima gordura saturada”
"Os cientistas em geral concordam que quanto mais HDL que você tem, mais
baixo é seu risco de doença cardíaca. Como você deve ter imaginado, as pessoas
com síndrome metabólica e diabetes tipo 2 também normalmente têm níveis
baixos de HDL ‘bons’. O exercício é um dos meios mais baratos, mais fáceis e
mais eficazes de aumentar o HDL. Consumir gordura saturada é outro!”
Para elucidar mais esta questão sobre a gordura saturada, esta meta-análise
conduzida por Lukas Schwingshackl e Georg Hoffmanne, se une ao corpo de evidências que
se acumula sobre não apenas os riscos de um regime alimentar baixo em gordura
saturada, mas também da sua substituição por gorduras poliinsaturadas ômega 6, na
forma tipicamente consumida. É importante salientar neste momento que gorduras
poliinsaturadas que são geralmente consumidas pela população na forma de óleos de
sementes processados se mostram um fator de risco levemente significativo em outra
meta-análise recente, indicando o que dezenas de ensaios clínicos demostram em média
no que diz respeito a risco no desenvolvimento de certos tipos de câncer. Isto também é o
que mostra alguns dos estudos mais abrangentes sobre o tema, contudo, a ligação entre o
consumo de gorduras poliinsaturadas e doenças cardiovasculares, apesar de ser
estabelecida por alguns estudos, ainda não é tão clara.
Esta meta análise foi conduzida com o objetivo de fazer uma revisão sistemática de
12 ensaios clínicos randomizados com um total de 7.150 participantes, para acessar os
efeitos de um cosumo de gordura saturada vs poliinsaturada no risco de mortalidade por
doenças cardiovasculares, em indivíduos que já possuem doenças cardíacas.
Com esta série de estudos não foi diferente, as análises não demonstraram nenhuma
vantagem em substituir as gorduras saturadas (alimento natural) por poliinsaturadas (óleos
altamente processados e quimicamente modificados). A mortalidade cardiovascular não foi
reduzida.
Conclusão:
“Esta revisão sistemática não fornece nenhuma evidência dos efeitos benéficos da
redução/substituição das gorduras na prevenção secundária da doença cardíaca coronária.
Recomendar uma maior ingestão de ácidos graxos poliinsaturados em substituição de
ácidos graxos saturados não foi associado à redução do risco”
Momento de reflexão
Acham que já leram o suficiente sobre gordura saturada? Estávamos apenas nos
aquecendo! Segue agora outro estudo importante em meio a diversos estudos que
frequentemente investigo sobre o tema.
Durante o período do estudo de mais de três anos, das 235 mulheres estudadas, o
grupo de mulheres que tiveram uma maior progressão da aterosclerose foi o grupo que
consumiu menos gordura saturada. O consumo de óleos de sementes processados, ricos
em omega 6 causou um aumento na progressão da aterosclerose quando substituído pela
gordura saturada e monoinsaturada.
“Quando você consome uma dieta muito baixa em carboidratos seu corpo
preferencialmente queima gordura saturada” - Dr. Volek
Apesar das leis que visam assegurar que as empresas vendam óleos processados
com um aviso no rótulo que possuem gorduras trans, isto não está acontecendo em
São Paulo e possivelmente no resto do país.
Em um estudo com 235 mulheres, o grupo de mulheres que tiveram uma maior
progressão da aterosclerose foi o grupo que consumiu menos gordura saturada.
Referências:
http://ajcn.nutrition.org/content/34/8/1552.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7270479
http://www.carbohydratescankill.com/2435/pearl-of-kitava-study-2-of-2
Multiple risk factor intervention trial. Risk factor changes and mortality results. Multiple Risk Factor Intervention Trial Research
Group.
http://ajcn.nutrition.org/content/66/4/845.full.pdf
http://thepaleodiet.com/wp-content/uploads/2012/04/CRC-Chapter-2006a1.pdf
Framingham Heart Study
http://www.biznews.com/health/2014/11/22/marika-sboros-science-show-tim-noakes-smart-lchf/
http://bmjopen.bmj.com/content/4/4/e004487.full
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-20612009000300030&script=sci_arttext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15721501
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-
789X.2012.01021.x/abstract;jsessionid=A77D3D32CF661E0522B2B1F93DE5BE3A.f02t03
http://corporate.dukemedicine.org/news_and_publications/news_office/news/9412
http://www.thyroid-info.com/articles/lowcarb.htm
11
- Jimmy Moore
A falácia atual é o argumento de Ancel Keys, que já deve estar se revirando em seu
túmulo agora por eu estar mencionando-o tantas vezes neste livro. Ele condicionou não
apenas o pensamento médico ao longo de décadas, mas também influenciou
negativamente o consenso científico até 10 ou 15 anos atrás e a mente de milhões de
pessoas ao redor do mundo, sejam médicos, nutricionistas, profissionais de saúde e o
público em geral. A mídia e a sociedade como um todo são geralmente os últimos a
acompanhar o progresso científico sobre algo específico como as lipoproteínas
“colesterol”. Mais adiante, os países pobres como os latino-americanos são em geral os
últimos a acompanharem as mudanças no paradigma nas nações de primeiro mundo. Dito
isso, no Brasil, atualmente, ainda estamos na “idade das trevas” no que diz respeito ao
entendimento das lipoproteínas.
O LDL , também conhecido por leigos como “colesterol ruim”, tem fama de vilão na
sociedade. Diversas recomendações dietéticas e farmacológicas já foram prescritas sem
nenhum embasamento científico e o prejuízo à sociedade é imensurável. Todos os males
imagináveis pela medicina que se relacionem a doenças do coração são atribuídos a ele. A
maioria dos médicos afirma de pé junto que ele é o principal causador da placa de
ateroma.
Doce, tortas, massas, salgados, bolos, biscoitos e torradas estão por trás do aumento dos
triglicerídeos sanguíneos e das pequenas partículas de LDL aterogênicas ou VLDL, o
padrão B. Por outro lado, o consumo de gorduras saturadas e monoinsaturadas é
responsável por níveis de colesterol sanguíneos majoritariamente constituídos por
partículas grandes e flutuantes de LDL com baixo potencial para aterosclerose, o padrão A.
Mais adiante, a conversão de partículas LDL padrão A para padrão B pode ser exacerbada
com o aumento da insulina no sangue.
São muitas lipoproteínas de baixa densidade pequenas e densas LDL padrão B, no lado direito da
imagem que causam placa de ateroma.
Dois maiores e mais abrangentes estudos já feitos sobre o tema (entre o interhearth
e alguns outros), o estudo Framingham foi feito ao longo de décadas com uma amostra a
nível populacional e o estudo multi-étnico de aterosclerose (MESA), com 6000 homens e
mulheres de 5 comunidades diferentes nos Estados Unidos. O estudo multi-étinico
demonstrou que o número de partículas de lipoproteínas (LDL-P) em nmol/L é um fator
determinante na progressão da aterosclerose e quando o número de partículas não é
levado em consideração e sim apenas o tamanho das partículas de lipoproteínas (padrão
A ou padrão B), partículas pequenas e densas de LDL são mais aterogênicas.
Um modo fácil de visualizar isso seria com este seguinte exemplo: Veículos
carregam passageiros de um local para outro. A estrada seria o nosso sangue, o número
de veículos (1) circulando pela estrada seria representado pelo NÚMERO de partículas
(LDL-P), enquanto o número de passageiros (2) dos veículos seria a CONCENTRAÇÃO do
colesterol (LDL-C) nas partículas e os carros (3) seriam padrão B de partículas pequenas e
densas de LDL e os caminhões (4) seriam o padrão A de partículas grandes e flutuantes
de LDL.
O que os maiores estudos sobre o tema descobriram foi que um maior número de
veículos (LDL-P) é determinante no surgimento e na progressão da aterosclerose,
enquanto o número de passageiros (LDL-C, ou o famoso “colesterol” dos exames
tradicionais) não está relacionado aos processos aterogênicos. Em outras palavras, o que
é mais provável de causar um congestionamento, afinal, o excesso de veículos (LDL-P) em
uma estrada, ou o excesso de passageiros (LDL-C) dentro dos veículos? Claro que o
número de veículos.
Neste ensaio clínico randomizado e cruzado conduzido por Dacid L et. al, 6
semanas de consumo de 2 ovos por dia não afetaram a função dos eicosanóides e não
levaram ao aumento dos níveis de “colesterol” sanguíneos. Eles são altamente nutritivos e
têm sido consumidos pelo ser humano por pelo menos centenas de milhares de anos. Ele
demonstrou que o consumo de ovos não causou alterações significativas no colesterol total
dos indivíduos estudados, sendo que antes dos participantes consumirem uma dieta rica
em colesterol e ovos, a média do colesterol de todos participantes era de 203.8 mg/dl e
depois de consumirem uma dieta alta em colesterol (exógeno), o colesterol total sanguíneo
(endógeno) foi para 205.3 mg/dl, uma alteração que não chega perto de ser
estatisticamente significante.
Um ovo por dia melhora a inflamação, comparado com um café da manhã com aveia em diabéticos.
A proliferação do mito do colesterol no mundo
“Não usem estatinas! O seu benefício é mínimo e o risco de efeitos adversos é muito mais
alto do que o que as farmacêuticas dizem. Vários investigadores independentes mostraram
que há problemas musculares em 25 a 50% das pessoas, especialmente nos mais velhos.
Pelo menos 4% ficam com diabetes e parece haver também ligação a perdas de memória
ou Alzheimer. Os problemas de fígado também são um risco. A campanha do colesterol é
simplesmente o maior escândalo médico do nosso tempo.”
Muitas entidades de pesquisas em diversos países do mundo chegaram a
conclusão, com base em dados estatísticos locais ou internacionais, que simplismente não
há nenhuma relação entre níveis altos de colesterol e uma maior incidência de infartos do
miocárdio. A sociedade Japonesa para nutrição lipídica (Japan Society for Lipid Nutrition),
um órgão Japonês de renome, lançou diretrizes para que não haja mais ênfase na redução
do colesterol sanguíneo endógeno, uma vez que níveis baixos de colesterol estão
relacionados a níveis mais altos de doenças do coração, especialmente quando se
encontram em quantidades muito baixas, abaixo de 160 mg/dl de colesterol total no
sangue com base em dados estatísticos do Japão e dos Estados Unidos (Em outros
países a relação é semelhante).
“Ao examinar todas as causas de morte, como o câncer, pneumonia e doenças cardíacas,
o número de mortes atribuíveis a níveis de colesterol LDL superiores a 140mg/dl é menor
do que o das pessoas com baixos níveis de colesterol LDL.”
• Gordura saturada na forma de óleo de coco, manteiga, gema de ovo, entre outras
fontes e o consumo adequado de omega 3, DHA e EPA (animais marinhos), mais
importantes do que a linhaça e outras sementes – ALA (Alpha-linolenic acid ) –
servem como uma das matérias primas que precisamos para manter a saúde
cardiovascular e otimizar as funções cognitivas (veja o exemplo da famosa doutora
Terry Wahls que curou sua condição de esclerose múltipla severa, basicamente
otimizando sua função mitocondrial com estes e outros ótimos alimentos)
O colesterol alto não é a causa das doenças cardíacas, como muitos pensam, mas
sim a inflamação e os danos oxidativos na parede arterial que são induzidos por particulas
pequenas e densas de LDL, surgidas a partir do consumo excessivo de carboidratos
refinados. A oxidação das partículas de gordura de muita pequena densidade, VLDL,
supostamente gera a criação de plaquetas nas artérias. Estas partículas muito pequenas
estão sujeitas a oxidação. Quando o LDL está acima de 300 mg/dl as chances de que as
mini-partículas tenham aumentado aumentam, por isso a pequena correlação com os
casos de infarto. Outra observação é o fato de que o colesterol total baixo, menor de 190,
quando associado a um HDL baixo, (o colesterol “bom”) aumenta o risco de
desenvolvimento de doenças cardíacas.
Existe um limite em que os níveis de colesterol HDL, LDL e totais possam ser
alterados com intervenções como dieta, exercícios físicos e ganho de massa muscular.
Tentativas de atingir níveis pré-estabelecidos como, por exemplo, os níveis recomendados
até recentemente pela associação americana de cardiologia desprovidos de rigor científico,
ou seja um colesterol LDL abaixo de 100 mg/dl, não é apenas perigoso, como
incrivelmente estúpido. Pois, novamente, em muitos indivíduos este nível almejado de
colesterol está além da capacidade natural do corpo de produzi-lo, a não ser por meio de
drogas ou em estado de severa desnutrição.
Felizmente, cada vez mais profissionais estão se tornando conscientes disso hoje
em dia, embora muitos acabam constantemente colocando em risco a vida destas
pessoas sem estarem cientes de sua ingenuidade e desconhecimento científico.
Dados de mais de 100.000 indivíduos foram utilizados como amostra para este
estudo nacional, em que aproximadamente 75% dos indivíduos hospitalizados por ataques
cardíacos tinham níveis de colesterol “normais”, ou seja, dentro do padrão considerado
ideal pelas autoridades médicas e nutricionais dos EUA e do Brasil, que supostamente não
colocaria os indivíduos em maior risco de desenvolverem doenças cardíacas.
• Mais da metade dos pacientes internados por ataques cardíacos tinham baixos
níveis de colesterol HDL (o colesterol “bom”).
• Dos indivíduos que sofreram infarto pela primeira vez e que não tinham histórico de
diabetes, 72,1% tinham níveis de colesterol LDL abaixo de 130 mg/dl. (Adivinha qual
é a recomendação das autoridades médicas? É de mantê-lo abaixo de 130 mg/dl,
de modo a favorecer o desenvolvimento de doenças cardíacas ao invés de preveni-
las).
A conclusão óbvia deste e de outros estudos é que níveis de colesterol HDL (“bom”)
baixos, junto com níveis de colesterol LDL também baixos estão associados a um maior
risco de infartos.
* Nota: Almost 75 percent of heart attack patients fell within recommended targets for LDL colesterol
- Among individuals without any prior cardiovascular disease or diabetes, 72.1 percent had admission LDL
levels less than 130 mg/dL
- Close to half had LDL levels classified in guidelines as optimal (less than 100 mg/dL
Researchers also found that more than half of patients hospitalized for a heart attack had high-density
lipoprotein (HDL) cholesterol levels characterized as poor by the national guidelines.
• Em 1978, um estudo clínico com 16.000 homens usando drogas para diminuir os
níveis de colesterol total obteve resultados similares.
• No estudo Framingham, homens com colesterol total abaixo de 190 mg/dl ainda
tinham duas vezes mais chances de desenvolver qualquer tipo de câncer do que
indivíduos com o colesterol total acima de 280 mg/dl.
• A partir dos anos 80 esta ligação se tornou cada vez mais evidente em diversos
estudos.
Agora, voltando ao que alguns médicos receitam para abaixar o colesterol como
método de prevenção primária, a realidade é que ele provavelmente está somente
seguindo as diretrizes as quais foram estabelecidas para ele e nunca tentou se aprofundar
mais no assunto de maneira efetiva e se manteve em sua zona de conforto, e o
pensamento científico foi substituído pelo “bom senso” convencional. Lembrem-se, alguns
físicos foram colocados na fogueira na idade média por ousarem dizer que o a terra gira
em torno do sol e não o oposto como a “sabedoria convencional” da igreja afirmava.
Outros estudos também têm demonstrado pouca relação entre o colesterol consumido
e o nível de colesterol sanguíneo, o que contraria novamente a “sabedoria” popular
altamente influenciada pela mídia e a indústria de alimentos processados.
Neste ensaio clínico randomizado e cruzado conduzido por Dacid L et. al, 6 semanas
de consumo de 2 ovos por dia não causaram inflamação e não levaram ao aumento
dos níveis de “colesterol” sanguíneos.
O colesterol tem uma função protetora da bainha da mielina, um tecido gorduroso que
isola as fibras nervosas neurais, que fortalecem a capacidade de condução elétrica
que transmite a mensagem entre os neurônios.
Homens com níveis de colesterol LDL médios, mais especificamente entre 100 e 160
mg/dl morreram menos do coração do que indivíduos com níveis de lipoproteínas LDL
menores que 100 mg/dl, em uma cidade no Japão.
Em 16.850 participantes com colesterol total muito elevado, o índice de mortes por
doença vascular cerebral (AVC) foi inferior ao número de mortes em indivíduos que
tinham colesterol baixo, em um estudo representando o Japão TODO!
Mais da metade dos pacientes internados por ataques cardíacos tinham baixos níveis
de colesterol HDL (o colesterol “bom”) neste estudo.
No estudo Framingham, homens com colesterol total abaixo de 190 mg/dl tinham duas
vezes mais chances de desenvolver qualquer tipo de câncer do que indivíduos com o
colesterol total acima de 280 mg/dl.
Referências
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=The+Journal+of+nutrition%5BJour%5D+AND+1433%5Bpage%5D+AND+1990%5B
pdat%5D&cmd=detailssearch
https://www.lipid.org/uploads/300/Expert%20Panel%20Paper.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15721501
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http://primalbrasil.com.br/livro-a-dieta-dos-nossos-ancestrais/
http://primalbrasil.com.br/video-o-problema-da-piramide-alimentar-2/
http://primalbrasil.com.br/a-suecia-e-a-primeira-nacao-ocidental-a-adotar-uma-alimentacao-low-carb/
http://primalbrasil.com.br/novo-guia-alimentar-ainda-longe-do-ideal/
http://www.lowcarb-paleo.com.br/2012/06/colesterol-iii.html
12
" Costumávamos pensar que os ovos eram ruins e margarina uma maravilha, mas agora
sabemos que os ovos estão entre os alimentos mais ricos em nutrientes do mundo e que a
margarina contém gorduras trans mortais.”
Recebo diversas dúvidas e receios por parte de pessoas que seguem a dieta low-
carb ou paleo e sofrem uma pequena elevação nos níveis de colesterol total e LDL,
embora o oposto ocorra com mais frequência. Houve um tremendo progresso nos estudos,
que indicam o que está por trás do desenvolvimento de doenças cardíacas ao longo dos
últimos 10 a 15 anos, embora o governo e grandes instituições médicas continuem se
atendo a uma ciência falha e incompleta de cinco décadas atrás, o que contribui para a
atual confusão e incompreensão sobre o assunto.
Para o grupo dos participantes que seguiram uma dieta low-carb, foram permitidas
quantidades ilimitadas de alimentos de origem animal (carne, aves, peixe e mariscos),
quantidades ilimitadas de ovos, quatro onças de queijo duro, duas xícaras de hortaliças,
como alface, espinafre ou aipo, e uma xícara de vegetais sem amido, como brócolis,
couve-flor ou aspargos. Não houve qualquer limitação sobre as calorias totais neste grupo,
porém os carboidratos foram mantidos abaixo de 20 gramas por dia no início da dieta. Já
para a dieta alta em carboidratos e baixa em gordura houve uma recomendação de um
consumo de 500 a 1000 calorias a menos do que consumiam antes.
• Aumento de 5,5 pontos nos níveis de colesterol HDL na dieta low carb, uma
mudança significativa, enquanto os indivíduos que seguiram a dieta de baixo teor de
gordura não obtiveram uma mudança significativa.
A totalidade dos estudos sobre o tema também têm demonstrado pouca relação
entre o colesterol consumido e o nível de colesterol sanguíneo, o que contraria novamente
a “sabedoria” popular altamente influenciada pela mídia e a indústria de alimentos
processados e colocando a hipótese-lipídica em cheque junto com as evidências de que o
colesterol sanguíneo total é um pobre ou insignificante indicador de risco do
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Na prática clínica, médicos que fazem o
acompanhamento de indivíduos seguindo uma dieta low-carb também encontram ambos
os casos obviamente, uma diminuição, um pequeno aumento, ou nenhuma alteração nos
níveis de colesterol LDL.
"Eu já comecei a reiterar, colesterol - não importa o " tipo " - não é tão terrível como
você foi ensinado a acreditar. Alguns dos estudos mais notáveis sobre o valor biológico do
colesterol - e para a saúde cerebral em particular - nos guia sobre a forma como as peças
desse quebra-cabeça se encaixam e nos contam uma história coerente. Como vimos, a
ciência está apenas recentemente descobrindo que ambos gordura e colesterol são
severamente deficientes em cérebros doentes e que níveis de colesterol total elevados no
fim da vida estão associados ao aumento longevidade. O cérebro detém apenas 2 por
cento da massa do corpo, mas contém 25 por cento do colesterol total, o que suporta a
função e desenvolvimento do cérebro. Um quinto do cérebro, em peso, é colesterol!”
A questão que ocorre a muitas pessoas é se existe algum risco em ter um LDL
alto (acima de 130 mg/dl). O que estudos claramente dizem é que diminuir o colesterol
LDL a custo de uma diminuição nos níveis de HDL coloca o indivíduo em maior risco de
desenvolver doenças cardíacas, esteja ele acima do peso ou não. Isso é o que dietas ricas
em carboidratos, baixas em gordura e com restrição calórica tendem a resultar na maioria
dos indivíduos, principalmente se ela for rica em trigo e carboidratos refinados.
Trouxe dos meus arquivos este estudo realizado pela Incor, instituto do coração da
universidade de São Paulo (USP) para iluminar mais ainda esta questão e para dar crédito
a pesquisadores brasileiros que são geralmente pouco mencionados por mim.
“Durante seis anos e três meses, 165 pessoas com entupimento parcial das
coronárias (insuficiência coronariana) submetidas à cirurgia no InCor para colocação de
ponte de safena foram acompanhadas pela equipe e divididas em dois grupos. O que os
diferenciava era a taxa de HDL. O colesterol bom estava abaixo de 35 miligramas por
decilitro (mg/dL) de sangue em 101 homens e mulheres, e acima desse valor em 64
pessoas operadas.
Após esse período, 20,7% das pessoas com HDL inferior a 35 mg/dL haviam
morrido, ante 6,25% do segundo grupo. Entre todos os fatores de risco avaliados –
diabetes, hipertensão arterial, triglicérides alterado, tabagismo e taxa de colesterol -, o
nível baixo de HDL foi o único capaz de predizer se uma pessoa com aterosclerose tinha
chance maior ou menor de sobreviver. Sinal de que a HDL em quantidades reduzidas
merecia mais atenção do que vinha recebendo.”
Apesar do HDL a princípio ser a melhor referência para este fim, o ponto central da
questão, novamente, é que deve ser feita uma avaliação completa do indivíduo, de modo a
verificar os níveis de Triglicérides, insulina, glicose em jejum, pressão sanguínea, perda de
peso/gordura visceral (abdominal),diminui nos níveis da proteína C reativa entre outros.
Diferenças individuais
Novamente, não estou sugerindo que todos devessem seguir uma dieta low-carb
(menos de 100-150g de carboidratos por dia), mas os estudos mostram que a maioria das
pessoas a curto, médio, e quando possível de ser comparado, a longo prazo (é muito difícil
conduzir estudos a longo prazo com qualquer dieta) se beneficiam demais com tal regime
alimentar, embora eu acredite que algumas pessoas possam se beneficiar consumindo um
pouco mais carboidratos e outras menos dentro desta faixa. Entretanto, por meio de
depoimentos é possível notar que alguns indivíduos como uma parte dos atletas, por
exemplo, ou indivíduos com bastante tolerância a carboidratos podem não ser
prejudicados com um consumo um pouco mais alto de carboidratos, sem ter que reduzir
severamente as gorduras.
Isso significa que você deva consumir muitos carboidratos, ou que você deveria
consumir 40 a 50% das calorias diárias na forma de gordura saturada, ou que você deveria
ter o colesterol entre 170 a 210 mg/dl? Obviamente não, pois existe uma grande
variabilidade genética entre indivíduos, algo que eu continuo repetindo diversas vezes.
Outro exemplo é que uma pequena minoria de indivíduos nas sociedades modernas
não possui a vesícula biliar, ou que possuem pedra na vesícula o que significa que tem
problemas para digerir a gordura. Neste caso, paradoxalmente, uma dieta rica em gordura
diminui o risco de problemas com a vesícula, que são desencadeados a partir de uma dieta
rica em açúcar e baixa em gordura, associado ao aumento dos níveis de triglicérides,
diminuição do HDL e o sobrepeso.
Também existem indivíduos com colesterol total extremamente alto (acima de 300
mg/dl), o que geralmente é um indicador de um histórico familiar genético de
hipercolesterolemia, uma condição genética que diminui a taxa de remoção das partículas
de colesterol LDL do sangue, uma mutação rara nos genes destes indivíduos que os
tornam mais propensos a desenvolverem esta condiçãohereditária. Neste caso, é
aconselhado um acompanhamento profissional mais específico com uma abordagem que
almeje a redução do excesso de colesterol LDL. Outro fator a ser considerado é o grau
dos danos metabólicos infligido ao organismo de um indivíduo, como o grau de resistência
à insulina e leptina por exemplo, que compromete a tolerância a glicose/carboidratos do
mesmo.
Diminuir o colesterol LDL a custo de uma diminuição nos níveis de HDL coloca o
indivíduo em maior risco de desenvolver doenças cardíacas.
A dieta low-carb reduz os níveis de inflamação mais que outras dietas e em geral
melhora os marcadores de saúde cardíaca como triglicérides, HDL e Apo B
lipoproteína.
Não são todos os indivíduos que deveriam seguir uma dieta baixa em
carboidratos, no entanto a redução ou eliminação de carboidratos refinados da
dieta seja muito benéfica a diversos perfis metabólicos.
"Muitos sintomas crônicos e condições de saúde, tais como fadiga, sonolência, distúrbios
do humor, insônia, doença do refluxo gastroesofágico, distúrbios lipídicos, pressão alta,
dores de cabeça (incluindo enxaqueca), gases, inchaço, síndrome do intestino irritável,
inflamação das articulações, acne, e dificuldade de concentração, para citar alguns, irão
melhorar em uma dieta low-carb/cetogênica. Tratar condições causadas por um estilo de
vida pobre com mudança saudável em relação à forma de viver, como estas podem nos
tornar um país mais saudável e menos dependente de drogas” - Jackie Eberstein
- Dr. Eric C. Westman (Claridade Cetogênica: seu guia definitivo para os benefícios de
uma low-carb, dieta rica em gordura)
Mal de Alzheimer
Dra. Mary T. Newport resolveu testar esta hipótese, realizando assim a incrível
façanha de tratar a doença de Alzheimer do marido com óleo de coco em um contexto de
uma dieta cetogênica. Com o tempo, a Dra. Newport percebeu que uma dieta cetogênica
melhora os sintomas de uma série de outros problemas de saúde. O sucesso do uso do
óleo de coco no tratamento de doenças degenerativas tem garantido a ela o direito de
conduzir pesquisas em seres humanos e animais, na Universidade do Sul da Flórida
(University of South Florida).
Dra. Mary Newport começou a dar ao seu marido de 6 a 7 colheres de sopa de óleo
de coco refinado (Óleo MCT – triglicérides de cadeia média), por dia, misturado nas
refeições. O óleo de coco refinado (MCT) é consideravelmente mais eficaz do que o óleo
de coco tradicional na produção de corpos cetônicos. Em poucas semanas ela começou a
notar uma dramática melhora cognitiva em seu marido.
Dra. Mary dedica boa parte de sua vida em ajudar pessoas portadoras de doenças
degenerativas com o uso do óleo de coco refinado junto com uma dieta cetogênica. Ela
tem acompanhado o tratamento de diversos casos e tem concluído que a grande maioria
das pessoas tem observado melhoras significativas das funções cognitivas e da saúde em
geral. Ela escreveu um livro sobre o assunto e disponibiliza bastante informação em seu
website: http://www.coconutketones.com
Existem diversos depoimentos de pessoas que têm aliviado, ou até mesmo curado
seus transtornos mentais com o consumo de óleo de coco nos últimos anos, com o
aumento da popularidade da dieta Paleo e dietas low-carb. Você pode encontrar
depoimentos de outras pessoas que foram tratadas com uma dieta cetogênica e com o
óleo de coco. Contudo, é importante que um profissional de saúde competente seja
consultado para adotar tal regime alimentar.
Esta notícia pode ser novidade para algumas pessoas, mas muitos já haviam se
deparado com estudos conduzidos mais recentemente que demonstram o potencial de
uma dieta cetogênica no tratamento de diversas doenças degenerativas e uma crescente
tendência de pesquisas com o foco no tratamento de doenças neurológicas. Eles em geral
indicam que uma dieta cetogênica tem um potencial de curar doenças neurológicas, sendo
que notei que o mal de Parkinson, Alzheimer e epilepsia têm sido as mais estudadas,
seguidos de outros transtornos como a Síndrome de Tourette, transtorno obsessivo
compulsivo, entre outros. Você pode encontrar alguns estudos completos na referência
deste capítulo.
Além disso, o tratamento com óleo de coco é recomendado, pois seu consumo
aumenta a produção de corpos cetônicos e corpos cetônicos podem supostamente
aumentar a produção de trifosfato de adenosina ou ATP, responsável por armazenar
energia dentro das células para que possam exercer suas funções vitais, essenciais à sua
sobrevivência. Ou seja, o consumo de óleo de coco fornece um tipo de energia alternativa
ao cérebro, que aumenta a produção de ATP, protegendo assim as células neurais que
estão em risco de serem extintas, devido aos químicos externos que são tóxicos para os
neurônios.
Momento de reflexão
Não é novidade para muita gente que para entrar em estado de cetose é preciso
restringir o consumo de carboidratos e diminuir o consumo de proteínas, de modo a usar
gordura como principal fonte de energia. É possível dizer com base em estudos que o
consumo de carboidratos deve ser restrito a menos de 40g diárias para alcançar este
objetivo, e o consumo de proteínas não deve passar das 80-120g.
Não obstante, é importante ressaltar que é preciso cautela ao adotar este regime
alimentar, para qualquer fim desejado, pois diversos efeitos colaterais podem ocorrer em
algumas pessoas, como por exemplo, dores de cabeça, enjôos, tontura e
irritabilidade. Para minimizar os efeitos colaterais, é importante que sejam consumidos
vegetais com pouco amido como fonte de carboidratos neste regime da alimentação, pois
eles oferecem benefícios à saúde e podem ser benéficos para a flora intestinal.
Em um estudo pequeno um programa abrangente e personalizado de dieta baixa
em carboidratos foi capaz de reverter perda da memória de 9 dos 10 participantes. Você
leu certo sim, a dieta com exercícios e suplementos foi muito eficaz não só na diminuição
da progressão da doença, mas em reverter boa parte da doença em poucos meses de
programa, sendo que em 10% dos casos, um paciente em estado crítico e avançado da
doença reverteu totalmente sua condição.
O estudo foi realizado por Dr. Dale Bredesen da UCLA Centro de pesquisa da
doença de Alzheimer Mary S. Easton e do Instituto Buck de Pesquisa sobre o
Envelhecimento. Mary S. Easton Center for Alzheimer’s Disease Research and the Buck
Institute for Research on Aging. O programa incluiu uma série de medidas terapêuticas
incluindo mudanças abrangentes de dieta, práticas para estimular o cérebro, exercício,
sono adequado, medicamentos e vitaminas específicas.
• Meditar duas vezes por dia e começar yoga para reduzir o stress.
• Dormir de sete a oito horas por noite, ao invés de quatro ou cinco horas.
• Otimizar a higiene bucal usando um fio dental elétrico e escova de dentes elétrica.
O programa teve a duração de cinco meses e meio até 2 anos em alguns indivíduos,
sendo que os pacientes voltaram aos seus empregos com um desempenho
surpreendentemente melhor do que o anterior. Sobre os resultados:
The results reported here are compatible with the notion that metabolic status
represents a crucial, and readily manipulable, determinant of plasticity, and in particular of
the abnormal balance of plasticity exhibited in SCI, MCI, and early AD. Furthermore,
whereas the normalization of a single metabolic parameter, such as vitamin D3, may exert
only a modest effect on pathogenesis, the optimization of a comprehensive set of
parameters, which together form a functional network, may have a much more significant
effect on pathogenesis and thus on function.
“Os resultados aqui apresentados são compatíveis com a noção de que o status
metabólico representa um determinante crucial e prontamente manipulável de plasticidade
e em particular do equilíbrio anormal de plasticidade exibida em SCI, MCI e no começo da
progressão do Mal de Alzheimer. Além disso, enquanto que a normalização de um único
parâmetro metabólico, tal como a vitamina D3, possa exercer apenas um efeito modesto
sobre a patogênese, a otimização de um conjunto de parâmetros, que em conjunto formam
uma rede funcional, pode ter um efeito muito mais significativo sobre a patogênese, e
assim, sobre a função.”
O resumo do estudo:
Uma dieta cetogênica causa este efeito com a redução da glicose sanguínea.
Quem não está cetoadaptado, isto é adaptado a utilizar gordura corporal e dietética
como fonte de energia pode sentir tontura, fraqueza e hipoglicemia durante o
processo de adaptação. Este processo leva geralmente entre 2 e 5 semanas.
É preciso cautela ao adotar este regime alimentar, para qualquer fim desejado, para
evitar efeitos colaterais como, dores de cabeça, enjôos, tontura e irritabilidade.
Referências:
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http://www.tampabay.com/news/aging/doctor-says-an-oil-lessened-alzheimers-effects-on-her-husband/879333
14
Em torno de 1/3 das crianças com epilepsia não obtém nenhum benefício com
medicamentos antiepilépticos, o que torna esta parte da população mais vulnerável e sem
muitas opções de tratamento, exceto a mãe natureza (dieta cetogênica).
Em geral, os estudos indicam que uma dieta cetogênica tem um potencial de curar,
ou de reduzir os sintomas de doenças neurológicas, sendo que Alzheimer e epilepsia têm
sido as mais estudadas, seguidos de outros transtornos como a Síndrome de Tourette,
transtorno obsessivo compulsivo, entre outros. Ela se mostra muito promissora no
tratamento de Alzheimer embora, o volume maior de estudos e tratamentos tem sido
conduzido em indivíduos com epilepsia.
Momento de reflexão
"Se nossos ancestrais não tivessem desenvolvido uma maneira de usar corpos
cetônicos como fonte de energia, nossa espécie teria terminado na lista de
extinção de Darwin há milhares de anos atrás!”
- Dr. Eric C. Westman (Clareza Cetogênica: seu guia definitivo para os
benefícios de uma dieta low-carb, rica em gordura)
Visto que em pelo menos 20% das crianças com epilepsia resistentes a drogas
antiepiléticas são totalmente curadas com a dieta cetogênica e uma porcentagem maior
sofre redução nos sintomas, não seria insensato supor que estas crianças não teriam esta
condição se já seguissem antes uma dieta cetogênica, ou uma dieta cetogênica cíclica
como os nossos ancestrais, ou populações tradicionais seguem. De fato, esta doença não
é identificada em populações primitivas por médicos e historiadores ao longo dos últimos 2
séculos.
Segue uma revisão de 5 estudos feitos com ADULTOS sofrendo de epilepsia que
ilustram bem a situação:
“Precisamos de novos tratamentos para os 35 por cento das pessoas com epilepsia,
cujas convulsões não são impedidas por medicamentos”, disse o autor do estudo Pavel
Klein, do Mid- Atlantic Epilepsia e Sleep Center, em Bethesda, EUA, e um membro da
Academia Americana de Neurologia. “A dieta cetogênica é usada frequentemente em
crianças, mas pouca pesquisa tem sido feita em termos de como ela é eficaz em adultos.”
O cetogênica e a dieta Atkins modificada incluem itens como bacon, ovos, creme de
leite, manteiga, os vegetais verdes folhosos e peixes. A dieta cetogênica consiste em uma
proporção de gordura para proteína/carboidratos de 3/1 ou 4/1 por peso. A dieta Atkins
modificada tem a proporção de 1/1 de gordura para carboidrato/ proteína.
Comparação entre a dieta cetogênica e a dieta Atkins modificada em termos de porcentagem dos
macronutrientes. 5% das calorias consumidas na forma de carboidratos com a dieta cetogênica e 10% das
calorias na forma de carboidratos com a dieta Atkins deste estudo.
Neste outro estudo recente conduzido no ano passado pela Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo, a dieta cetogênica se mostrou inegavelmente
superior do que as drogas no tratamento de epilepsia. O estudo ganhou o prêmio saúde de
2014. O estudo constatou que os corpos cetônicos produzidos pela gordura da dieta
causam um aumento nos níveis do neurotransmissor Gaba, um neurotransmissor
antiexcitatório, responsável por atenuar a carga elétrica em áreas do cérebro, onde ocorre
o ataque epilético. Ou seja, a dieta cetogênica afeta a neuroquímica cerebral de maneira
favorável aos portadores de epilepsia.
Durante seis meses, eles foram incentivados a seguir uma dieta cetogênica, que
substitui carboidratos por proteínas e gorduras. Ao final desse período, 68% dos jovens
apresentaram uma redução nos espasmos — em sete dos casos, eles pararam totalmente.
Ainda houve uma diminuição de 26% no uso de anticonvulsivantes, medicamentos que não
são livres de efeitos colaterais. Está aí uma medida ao alcance de todos os pais para
garantir maior qualidade de vida às crianças com epilepsia refratária.
Veja o que uma revisão da literatura científica conduzida por Carl E et al. chamada
“A dieta Cetogênica como tratamento para diversas doenças neurológicas” diz a respeito
do tratamento da epilepsia com a dieta cetogênica.
Em português:
Já não existe nenhuma dúvida de que a dieta cetogênica (DC) é eficaz na melhora
das convulsões em pacientes, especialmente as crianças com epilepsia refratária (Vining,
1999; Neal et al, 2008; Freeman et al, 2009). Após sua introdução em 1920, a DC foi
utilizada como primeira ou segunda linha de tratamento para a epilepsia infantil grave.
Momento de reflexão
“As células que exibem as taxas metabólicas mais ativas (isto é, células
cancerígenas) são mais sensíveis à falta de energia metabólica para alimentar a sua
atividade (glicose), um fenômeno bem reconhecido na bioquímica conhecido como o efeito
de Warburg. Teoricamente, privando as células cancerígenas de divisão rápida altamente
metabólica do seu combustível habitual, por exemplo, a glicose (por uso da dieta
cetogênica ou 2DG), pode ser clinicamente terapêutico (popa et al, 2002; Pelicano et al,
2006; Otto et al., 2008). Apesar desta observação celular bem documentada, a DC só
recentemente foi considerada como um tratamento clínico no campo da oncologia.”
- Por Carl E. Stafstrom, publicado em Frontiers in Pharmacology
Óleo de coco/MCT
Referências:
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(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15123336)
http://www.sciencedaily.com/releases/2014/10/141029203747.htm
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http://www.nutritionandmetabolism.com/content/8/1/41/abstract
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1528-1167.2010.02543.x/full
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http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00125-009-1323-x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21070829
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3321471/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20395146
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20204773
15
O índice de diabetes aumentou mais de 5 vezes nos últimos 50 anos nos EUA.
As células cancerígenas são mais sensíveis à falta da glicose, para alimentar a sua
atividade metabólica, novamente, um fenômeno reconhecido na bioquímica conhecido
como o efeito de Warburg. Este fenômeno foi descoberto pelo ganhador do Prêmio Nobel
de 1931, o fisiologista alemão Otto Warburg, em 1920. Sua descoberta de que as células
tumorais usam de açúcar como principal fonte de fermentação para combustível, trouxe-
lhe esta premiação do Prêmio Nobel.
Dr. Thomas Seyfried conduziu estudos feitos com a dieta cetogênica no tratamento
de certos tipos de câncer, com seu estudo publicado na revista médica Carcinogenesis,
autor de obras como o seu livro mais recente Cancer as a Metabolic Disease (Câncer
como uma Doença Metabólica) e professor da Universidade de Boston.
Mais adiante, ele descreve que a dieta cetogênica não está sendo usada em escala
nacional por razões puramente econômicas, o que formaria um grande “buraco” no
orçamento de grandes hospitais e, portanto, interromperia um grande “fluxo financeiro”, em
suas palavras, na receita gerada a partir da quimioterapia e radioterapia.
À luz deste fenômeno existem meios viáveis de tratar certos tipos de câncer por
meio desta dieta em combinação com outras terapias, todavia, esta é uma realidade que
ainda é pouco explorada pela medicina, logo a população em geral não está ciente deste
fenômeno e não pode ser coagida, ou orientada a utilizar tal terapia como tratamento.
Um número crescente de cientistas nos EUA está conduzindo ensaios clínicos para
testar a dieta no tratamento de sujeitos com câncer e os resultados são mais promissores
para certos tipos de câncer e em estados menos avançados.
Entretanto, Dr. Eugene Belas em 2012 conduziu um estudo piloto com 10 pessoas
com câncer avançado em Nova York no Centro Médico de Montrefiore onde os pacientes
foram submetidos a um regime cetogênico ao longo de 28 dias. Os resultados foram
surpreendentes e muito promissores para dizer o mínimo. 100% dos pacientes
estabilizaram a progressão da doença ou tiveram remissão parcial no número de células
cancerígenas.
Se fosse uma droga, ou algum equipamento causando este efeito, com total
segurança seria possível afirmar que milhões de dólares ou mais seriam investidos em tal
terapia medicamentosa para sem delongas poderem ser disponibilizados a venda no
mercado, para clínicas e hospitais.
Infelizmente o ser humano em geral sofre de visão curta, um dos principais vilões do
progresso científico e um tipo de erro comum que acomete pesquisadores na investigação
científica como foi tratado no capítulo do livro sobre a hierarquia das evidências científicas.
E significa que eles estão presos em suas crenças, mesmo a luz de evidências
sólidas demonstrando o oposto delas, ou que existe uma variável diferente, ou uma terapia
nova e mais eficaz no tratamento de uma doença. A história mostra que, em diversos
casos são conjunto de poucos indivíduos e organizações responsáveis pelas inovações,
avanços e mudanças positivas no paradigma das sociedades (Steve Jobs é um bom
exemplo).
Mulher luta contra câncer no cérebro fatal usando dieta cetogênica low carb sem
químio.
Ela tem seguido uma dieta cetogênica (que é bem restrita em carboidratos, alta em
gordura e moderada em proteína) desde fevereiro de 2013, que segundo o Dr. Dominic
D”Agostino, faz com que as células cancerígenas morram de fome.
Isto ocorre porque as células do nosso organismo podem usar tanto gordura quanto
glicose (um carboidratos), mas as células cancerígenas dependem de glicose e não podem
sobreviver com os corpos cetônicos. Então, ao limitar os carboidratos – que se
transformam em glicose no organismo – nós matamos de fome as células do câncer.
“A supressão de glicose sanguínea e picos de insulina pode ser muito eficaz quando
lidamos com doenças crônicas.”
Uma dieta cetogênica já se provou efetiva em produzir uma perda de peso rápida,
no tratamento de epilepsia e protegendo a saúde cerebral. O neurologista Dr. David
Perlmutter, autor do livro Dieta da Mente, me disse que a dieta cetogênica previne – e em
alguns casos reverte – a doença de Alzheimer e ADHD (déficit de atenção e
hiperatividade).
Dr. Jeff Volek, autor do The Art and Science of Low-Carbohydrate Living – “A Arte e
Ciência de Viver com Poucos Carboidratos”, sem tradução no Brasil, me disse que as
dietas cetogênicas aceleram a perda de peso, revertem a diabetes tipo 2 e previnem
doenças cardíacas e câncer.
“Existem muito poucas pessoas que não podem ser ajudadas por uma dieta
cetogênica” – Dr. Volek.
Alix, que em seus trinta anos, faz um MRI a cada seis meses e está postergando a
quimioterapia e radiação, já que seu tumor cerebral foi classificado como de crescimento
lento. Hayden criou um blog chamado Greymadder para contar seu processo de
recuperação do câncer, o que a tornou um tipo de celebridade de Internet.
Mensagem para levar para casa
Com o tempo o corpo que abriga genes que predispõe alguém a desenvolver
diabetes começa a manifestar estes genes de maneira mais preponderante ao
ponto de desencadear a doença.
Referências
http://greymadder.net/
http://primalbrasil.com.br/por-que-dieta-low-carb-deve-ser-primeira-abordagem-no-tratamento-da-diabetes/
http://ajcn.nutrition.org/content/92/4/905.long
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http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00125-009-1323-x
16
“ - Se você ficar sem dormir nesta noite, você pode terminar o seu trabalho.
- Ao terminar o trabalho, poderá morrer em seguida.”
Falta de sono adequado pode levar ao ganho de peso e gordura corporal, além de
aumentar o risco de diversas doenças. Ponto final. Este é o que os dados de todos
estudos a respeito mostram. Então, se você escutar alguma vez que dormir menos do que
o essencial para seu corpo não é um problema, desconfie desta afirmação NA HORA.
Não foi testado quanto de músculo alguém perderia, se a falta de sono fosse
acompanhada de uma dieta ALTA em proteínas, mas é bem possível que tivesse uma
perda também, porém em um menor grau porque a proteína tem uma função muito
importante no anabolismo.
Além de levar ao ganho de peso, a falta de sono pode ser devastadora para o
organismo de diversos modos, como problemas de memória e perda cognitiva, mal
funcionamento do sistema imune (mais gripes e resfriados, entre outros problemas),
levando a altos níveis de estresse (cortisol), maiores níveis de depressão e do
desenvolvimento de diversas doenças.
Quer dizer, você pode engordar e ficar menos saudável quando exposto a muita luz
durante a noite, porque ela causa uma diminuição na produção de melatonina, que é um
hormônio produzido pela glândula pituitária, que nos induz ao sono e cumpre diversas
funções essenciais para o corpo. Estudos mostram uma conexão direta da produção de
melatonina e a função adequada do hormônio insulina. Quando esta produção não é
suficiente, ocorre uma diminuição da sensibilidade das células à este hormônio,
impactando de maneira severa diversos marcadores de saúde metabólica.
Alguns estudos, como o experimento recente feito no Brasil pela Universidade
Federal de São Paulo e pelo Instituto Butantã, reafirmam este fenômeno, demonstrando
que ratos de laboratório que tomaram suplementos de melatonina após serem expostos a
luz artificial ganharam apenas 2% do peso dentro do período de estudo de 12 semanas,
enquanto o grupo de ratos que não receberam melatonina ganharam 2% do peso ao
término do período do experimento.
Em outro estudo realizado por Huang et. al, foi demonstrado que indivíduos tiveram
menor tempo e qualidade de sono quando havia barulho baixo, como uma televisão ligada,
por exemplo, e luz acessa, como uma luz do banheiro acesa.
O sono ficou mais leve e houve um atraso no tempo que os participantes do estudo
levaram para adormecer, maiores níveis de ansiedade e menores níveis de melatonina
foram produzidos pelo corpo. No entanto, a suplementação de melatonina foi mais
eficiente do que tampões de ouvido e máscaras, para que o corpo produzisse melatonina
endógena. A conclusão do estudo foi que a suplementação de melatonina melhorou a
qualidade do sono e os níveis de melatonina sanguíneos em indivíduos saudáveis,
expostos à ruídos simulando uma UTI e luz, com relação a tampões de ouvido e máscaras
para os olhos.
Isto é o que uma série de estudos indica. Ovos e bacon, alguém? Para aqueles
como eu, que tem preguiça de fritar ovos de manhã, não está tudo perdido. Os estudos
mostram que whey protein é uma alternativa tão boa quanto e até mesmo mais eficaz na
supressão do apetite do que outras fontes de proteína como os ovos, atum, ou peru de
acordo um estudo publicado no British Jornal of Nutrition (Jornal britânico de nutrição)
pelos pesquisadores Sebely Pal e Vanessa Ellis em 2010.
Mais além, altos níveis de estresse e a falta de sono geram problemas de memória
e perda cognitiva, prejudicam o funcionamento do sistema imunológico, por isso pessoas
que dormem pouco são muito mais suscetíveis pegar mais gripe e resfriados. Tão
importante quanto, dormir pouco por longos períodos está associado a maiores níveis de
depressão e do desenvolvimento de diversas doenças.
“O relógio não é sempre interrompido nas células cancerígenas, mas estudos têm
mostrado que alterar o ritmo circadiano em ratos provoca o crescimento mais rápido de
tumores e uma das coisas que o relógio faz é definir restrições sobre quando as células
podem dividir.”
Sem sono não há vida. Com o sono ruim, o metabolismo de todas as células do
corpo é afetado negativamente. Em outras palavras, a saúde vai para o brejo, junto com o
hormônio do estresse, o cortisol, que é aumentado, logo a fome e o tecido adiposo tendem
a aumentar.
O americano dormia em média 6:30h por noite em 2005 com relação a 8:30h em 1960.
O relógio biológico influencia toda fisiologia humana de forma profunda. A
ação dos genes e proteínas no corpo todo formam um padrão de atividade diária, de
acordo com a luz e a escuridão do dia, além dos hábitos diários como a alimentação.
O processo de dessincronização do ciclo circadiano se inicia no cérebro, principalmente
através de diversos estímulos nas horas erradas do dia, como os estímulos sonoros
(barulho) e principalmente os visuais (luz) registrados.
O ciclo diário de luz e escuridão do corpo está sintonizado com o relógio biológico
no cérebro, que envia sinais para quase todas as células e tecidos do corpo, para
sincronizar a nível molecular. Porém, com a luz e outros estímulos durante a noite,
este ciclo é alterado. A autora do livro fenomenal “Lights Out: Sleep, Sugar and Survival”
em português “Sem luz: Sono, açúcar e sobrevivência” de Teresa Wisley explica melhor,
de maneira filosófica e com evidências, a relação entre o sono e a nossa saúde.
“Se você inclinar sua cabeça por apenas um momento em total silêncio, você quase
pode escutar uma voz emanando de dentro. Esta voz é um padrão de neurotransmissores
disparando na sua consciência, que tem sido honrada por milênios. Esta voz se chama
‘instinto’.
• Dormir é um instinto.
• Quando você está cansado, seu instinto é dormir.
• Por que você resiste a ele?
• Se você tiver sucesso, a natureza irá tirar seus descendentes de
qualquer modo.
“A exposição à luz artificial foi mínima durante a maior parte de nossa existência,
uma brasa brilhante e uma vela, aqui e ali. Nós dormíamos mais e não tínhamos acesso ao
poder calórico do açúcar e dos farináceos. Agora, nossa existência durante 24 horas bem
iluminadas dia e noite significa, para nosso controle interno, que estamos em um verão
interminável e este estímulo demanda banquetes contínuos. No que diz respeito ao ganho
de peso, a falta de sono em si não é suficiente para tornar um indivíduo obeso. Para isso
uma matéria prima deve estar disponível, os carboidratos.”
Mensagem para levar para casa
Pode haver também ganho de gordura corporal com a falta de sono com o MESMO
consumo calórico, de acordo com um estudo recente.
A falta de sono pode ser devastadora para o organismo de diversos modos, como
problemas de memória e perda cognitiva, mal funcionamento do sistema imune,
altos níveis de estresse (cortisol), maiores níveis de depressão e diversas doenças.
A exposição à luz artificial foi mínima durante a maior parte de nossa existência
“Se você não dormir de noite, você poderá terminar o seu trabalho, mas se você não
dormir por uma semana, não somente seu trabalho irá sofrer, mas você poderá
morrer.” - Teresa Wisley.
Referências
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25887528
http://primalbrasil.com.br/dieta-low-carb-no-tratamento-mal-de-alzheimer/
http://primalbrasil.com.br/trabalho-noturno-associado-transtornos-metabolicos/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23446906
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20456814
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2045710/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?db=pubmed&cmd=showdetailview&termtosearch=16335332&ordinalpos=9&itool=entrezs
ystem2.pentrez.pubmed.pubmed_resultspanel.pubmed_rvdocsum
http://www.journalsleep.org/ViewAbstract.aspx?pid=28841
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2656292/
http://journals.lww.com/neuroreport/pages/articleviewer.aspx?year=2001&issue=12210&article=00001&type=abstract
http://www.journals.elsevierhealth.com/periodicals/ysmrv/article/PIIS1087079201901649/abstract
http://http/www.sciencedaily.com/releases/2013/01/130127134212.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_cam
paign=Feed%253A+sciencedaily%252Fhealth_medicine+(ScienceDaily%253A+Health+%2526+Medicine+News)
http://www.sleepfoundation.org/alert/stress-and-your-immune-systems-response
http://www.eurekalert.org/pub_releases/2012-06/aaos-sde062812.php
http://primalbrasil.com.br/como-aumentar-a-saude-e-a-performance-escolar-do-seu-filho-e-torna-lo-resistente-a-qualquer-
doenca-parte-1/www.webmd.com/sleep-disorders/excessive-sleepiness-10/immune-system-lack-of-sleep
http://primalbrasil.com.br/como-aumentar-a-saude-e-a-performance-escolar-do-seu-filho-e-torna-lo-resistente-a-qualquer-
doenca-parte-1/www.journalsleep.org/ViewAbstract.aspx?pid=28578
http://primalbrasil.com.br/como-aumentar-a-saude-e-a-performance-escolar-do-seu-filho-e-torna-lo-resistente-a-qualquer-
doenca-parte-1/discovermagazine.com/2009/apr/22-new-theory-about-why-sleep-maintain-immune-system#.UTjQFNY3te9
http://www.sciencedaily.com/releases/2015/06/150602130734.htm
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Nossos ancestrais, durante nossa evolução como espécie, tinham pouco acesso a
carboidratos com relação aos dias de hoje, sendo os carboidratos apenas acessíveis em
certas estações do ano. Eram provenientes de vegetais, frutas e alguns tubérculos e
mesmo assim, estes alimentos eram extremamente mais fibrosos e menos palatáveis do
que os atuais. Mesmo as populações indígenas atuais consomem frutas e verduras
selvagens, mais fibrosas que as atuais que foram cultivadas e reproduzidas ao longo do
período neolítico de nossa civilização, tornando-as mais doces e mais palatáveis.
Tubérculos como batata doce, mandioquinha e inhame podem ser bem tolerados pela
maioria das pessoas, se consumidos moderadamente. É claro, o consumo de alimentos
provenientes da agricultura e refinados como pão, biscoito, cereal, doces e macarrão não
fizeram parte da dieta dos nossos antepassados, são lipogênicos e possuem alto potencial
inflamatório, portanto, em consonância com uma estratégia de perda de peso eficiente,
com base científica e de acordo com os princípios básicos que regem a dieta paleo e low-
carb, devem ser restringidos, ou consumidos esporadicamente, como por exemplo, em
caso de emergência, ou melhor, quando realmente não tiver opção.
Para que você tenha uma ideia melhor das diferentes faixas de consumo de
carboidratos (verduras, frutas e tubérculos), segue uma descrição mais detalhada para que
você tenha uma ideia melhor do quanto consumir de carboidratos diariamente, de acordo
com o seu biotipo, perfil metabólico, hábitos, nível de atividade física e características
pessoais para que alcance seus objetivos de perda de peso e saúde.
Para muitas pessoas é muito difícil consumir mais de 150 g de carboidratos por dia,
sem ser por meio de grãos processados, que constituem a atual dieta americana e de
muitos brasileiros (cereal, macarrão, arroz, pão, panquecas, refrigerantes, doces, etc). Por
este motivo, a maioria das pessoas neste nível de consumo de carboidratos aumenta
consideravelmente o risco de acúmulo de gordura, inflamação, aumento no índice de
diabete ou síndrome metabólica. Drástica redução nos níveis de cereais e outros
carboidratos processados é crucial para a perda de peso sustentável a longo prazo e com
saúde. Ao menos que você esteja praticando esportes regularmente e intensamente e
tenha um fenótipo magro, um consumo de carboidratos acima de 150g/dia em média pode
levar ao constante acúmulo de gordura corporal, ou baixos níveis de saciedade e maior
ansiedade, caso o peso seja mantido através de uma grande redução no teor protéico da
dieta.
Esta faixa de consumo favorece o constante aumento de produção de hormônios
que impedem o efeito eficaz da queima de gordura e contribui para o aumento de doenças
crônicas. O consumo de 300g de carboidratos por dia, ou mais, irresponsavelmente
recomendada por algumas autoridades de saúde americanas e brasileiras, leva ao
acúmulo constante de gordura abdominal ao longo da vida.
Esta faixa de consumo pode ser ideal para muitos indivíduos endomorfos (indivíduos
com ossos largos e formas redondas), com tendência a ganhar peso facilmente, ou
sedentários e indivíduos com o metabolismo muito lento, pois permite que você entre em
um processo chamado cetose, quando o corpo queima majoritariamente a gordura
dietética e gordura acumulada como combustível, pois não haverá glicose sanguínea em
quantidades suficientes disponíveis no sangue, como haveria caso carboidratos fossem
digeridos.
Para certas pessoas esta faixa pode funcionar em caráter temporário, por algumas
semanas, para quando quiserem acelerar a perda de gordura de maneira mais rápida
possível, sem comprometer a saúde. Ideal para muitos diabéticos, mas provavelmente não
é a opção mais saudável a longo prazo para a maioria das pessoas, podendo causar
desequilíbrios, como irritabilidade, constipação ou baixos níveis de energia. Alguns destes
efeitos colaterais são passageiros e inerentes a transição da queima de energia
prioritariamente na forma de glicose, para ácidos graxos (gordura) como fonte de energia,
um processo denominado cetoadaptação.
O consumo alto de vegetais, fibras e probióticos pode previnir alguns destes efeitos
colaterais. Nesta faixa você consumirá frutos do mar, carnes, abacate, coco, peixes, ovos,
nozes, sementes, cacau, vegetais e quantidades bem limitadas de raízes, tubérculos e
frutas. Máximo de 1 ou 2 frutas por dia. Populações tradicionais nórdicas ou de climas
temperados costumavam, durante a maior parte do ano, consumir poucos carboidratos, ou
nenhum, assim como as populações indígenas que vivem em nichos ecológicos desérticos
com pouca disponibilidade de matéria vegetal, como os aborígenes da Austrália e os índios
norte americanos.
Nesta faixa de consumo você poderá perder peso de forma saudável, da forma rápida,
talvez a forma mais rápida possível, podendo perder até mais de 8 quilos em um mês.
PS: Não confunda gramas de carboidratos com o peso dos alimentos, ou com calorias.
Segue um exemplo de consumo de vegetais que se enquadra em uma faixa boa de
manutenção de peso para diversas pessoas:
• 100g de banana (1 banana grande) = 100 calorias = 25g de carboidrato aprox.
• 100g de maçã (1 maçã) = 60 calorias = 15g de carboidratos aprox
• 100g de abobrinha = 40 calorias = 9g de carboidratos aprox.
• 100g de batata doce = 80 calorias = 18g de carboidratos aprox
• 100g de batata inglesa = 120 calorias = 30g de carboidratos aprox
• 200g de Brócolis = 50 calorias = 4,4g de proteína + 8g de carboidratos aprox.
TOTAL= 700g = 105g de Carboidratos
Cada grama de carboidrato equivale a 4 calorias (Os 5 primeiros alimentos tem quantidade
insignificante de proteínas e gorduras, por isso não foi incluso).
Grãos processados, como pães, doces, bolos, tortas e macarrão são absolutamente os
vilões da alimentação moderna! Mesmo em sua forma integral são potencialmente
prejudiciais à saúde e garantem o aumento de peso. Basicamente, nossos ancestrais não
consumiam grãos processados pois não tinham como fazê-los e raramente consumiam
grãos. Além disso, o alto índice glicêmico e a alta carga de carboidratos dos farináceos e
fontes de carboidratos densas aumenta a produção de insulina e tende a reduzir a
sensibilidade a leptina no sistema nervoso central, o que piora à saúde além de estimular o
ganho de peso. Menos insulina está relacionado a menores níveis de gordura corporal,
peso e reduz o risco de uma série de problemas de saúde.
Açúcar: provavelmente o principal vilão da atualidade! O açúcar
prejudica o sistema imunológico, pois causa a ineficiência
no funcionamento dos glóbulos brancos; diminui a produção de
leptina, um hormônio crítico para a regulação do apetite;
promove o estresse oxidativo das células do seu corpo; é um
“combustível” para o aumento das células cancerígenas e
quantidades mínimas podem ser suficientes para levar ao
acúmulo de gordura corporal e aumento de
peso. Razões suficientes para riscá-lo da sua dieta, ok?
• Não inclui: açúcar e comidas cheias de amido (tais como pães, massas, arroz
e batatas)
Em outras palavras:
• Leguminosas - Não
• Grãos - Não
• Tubérculos - Quantidades bem reduzidas (dependendo do quão low-carb uma dieta
é adotada)
• Farináceos - Não
• Frutas - Quantidades bem reduzidas (dependendo do quão low-carb uma dieta é
adotada)
• Vegetais/Legumes - Sim
• Fontes animais - Sim
• Coco e abacate - Sim
• Castanhas e sementes - Quantidades moderadas.
• Chocolate 70%+ - Quantidades moderadas, se optar.
• Queijos e laticíneos bons - Quantidades moderadas, se optar.
Mas dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras, então vejam o que um regime
alimentar low-carb pode incluir:
• Oleaginosas: nozes, castanha do pará (até 3-4 por dia), macadâmia, amêndoas,
castanha de caju (leguminosa), etc em moderação pois apesar de serem muito
densas em nutrientes, também são muito densos caloricamente. Até um punhado
por dia (30-40g) cai bem.
• Frutas: frutas vermelhas como morango, acerola, blueberry/mirtilo, amora, etc são
ricas em antioxidantes e baixas em açúcar. Maçã, pêra, pêssego, kiwi, uva,
mexerica, são moderadas em açúcar e portanto podem ser inclusas em uma
alimentação low-carb com moderação, uma vez por dia como sobremesa.
• Frutos do mar: peixes, incluindo peixes de água fria ricos em omega 3 como
sardinha, salmão, truta, bacalhau, etc.
Ensaios clinicos demonstram que quando as pessoas comem uma dieta low-carb ou
paleolítica em um contexto, à vontade, a ingestão calórica normalmente cai. Por este e
outros motivos, não é preciso contar calorias ou pesar a comida para obter os benefícios
de um plano de alimentação low-carb, contudo, no caso de indivíduos com o metabolismo
naturalmente muito lento, ou com danos metabólicos, a contagem de calorias pode servir
de auxilio temporário para ser utilizada quando há um platô na perda de peso, devido a um
possível consumo excessivo de energia por este perfil de indivíduos.
Muitas vezes uma boa redução dos alimentos da categoria “em moderação” já é
suficiente para sair de um platô, sem que haja necessidade de monitorar as calorias,
enquanto o aumento dos carboidratos quase sempre levará ao ganho de peso e gordura
corporal.
Álcool: Vinho, uísque, conhaque, vodka e cocktails sem açúcar. Os últimos com
mais moderação ainda.
Se tiver 20 quilos para perder, por exemplo, consumir menos de 40g de carboidratos
por dia pode ser mais desejado do que comer 90g por dia. Logo, quantidades copiosas de
salada, vegetais e legumes ricos em fibras e baixos em carboidraots, como alface, brócolis,
espinafre, couve-flor, berinjela, repolho, escarola e abobrinha são mais desejáveis para
este perfil de indivíduo do que consumir uma pêra, uva, mamão e outras frutas moderadas
em açúcar.
Alimentos que não fazem parte da dieta low-carb
• Açúcar: Sucos, refrigerantes, doces, sucos, bolos, pães, doces, sorvete, cereais
matinais, bombom, etc.
• Amido: Pão, arroz, batata, massa, cereais integrais, tubérculos, cerveja, banana,
manga, feijões, lentilhas, grão de bico, etc. Novamente, quantidades moderadas de
tubérculos e frutas podem fazer parte de uma dieta low-carb não tão restrita em
carboidratos, com digamos, 80g/dia de carboidratos.
Quanto mais a ciência da nutrição revela, mais evidente fica o fato dos problemas
de saúde surgirem quando os homens manipulam os alimentos de alguma forma que
altera seus compostos naturais, por exemplo, removendo a gordura, adicionando açúcar,
adicionando fibras, químicos e hormônios para chamar a atenção do consumidor; ou
processando os alimentos para alterar mais o paladar do consumidor que muitas vezes já
construiu redes neurais de dependência química em áreas do cérebro que armazenam
emoções fortes, com anos de consumo de alimentos alterados quimicamente a nível
molecular.
O ideal é focar em alimentos que são encontrados na natureza, como bichos criados
naturalmente, peixes de água fria selvagens, vegetais ricos em nutrientes, nozes,
sementes, óleos não-refinados (azeite extra virgem, óleo de coco, manteiga) e moderar
derivados do leite, que são fontes nutritivas, apesar de não serem bem toleradas por
algumas pessoas. O mais importante é consumir os alimentos que nossos corpos foram
adaptados a consumir. As repercussões para saúde são imensas, como perda de peso,
ossos mais fortes, altos níveis de energia e menor risco de desenvolver uma série de
doenças.
Quando você pensar nos benefícios de uma dieta livre de produtos processados,
lembre-se do que nossos ancestrais tinham disponível para comer: não havia bolos, pães e
biscoitos disponíveis. A sua saúde e de sua família valem esta nova atitude, que não tem
preço.
Ensaios clinicos demonstram que quando as pessoas comem uma dieta low-carb ou
paleolítica em um contexto à vontade, a ingestão calórica normalmente cai.
A dieta low-carb inclui: frutos do mar, abacate, carnes, peixes, coco, castanhas,
frango, sementes, ovos, cacau, iogurte integral sem adição de açúcar, legumes e
verduras pobres em amido.
Ela não inclui: açúcar e comidas ricas em amido (como pães, massas, arroz e
batatas).
Se tiver 20 quilos para perder, por exemplo, consumir menos de 40g de carboidratos
por dia tende a ser mais eficiente na perda de peso do que comer 90g por dia, em
um plano low-carb.
Quanto mais a ciência da nutrição revela, mais evidente fica o fato dos problemas
de saúde surgirem quando os homens manipulam os alimentos de alguma forma
que altera seus compostos naturais.
As repercussões para saúde são imensas, como perda de peso, ossos mais fortes,
altos níveis de energia e menor risco de desenvolver uma série de doenças.
Referências:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16971218
http://www.beyondveg.com/billings-t/comp-anat/comp-anat-7k.shtml
http://www.ajcn.org/content/26/11/1180.abstract
http://jcem.endojournals.org/content/85/8/2970.abstract?maxtoshow=&HITS=10&hits=10&RESULTFORMAT=1&andorexacttitle
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http://www.newhope.com/nutritionsciencenews/NSN_backs/Apr_00/cancer.cfm
18
Este efeito termogênico das proteínas pode ser aumentado com o treino regular,
chegando a um gasto calórico em repouso de 200 a 250 calorias a mais, com relação a
uma dieta baixa em proteínas. A proteína é um macronutriente que sacia mais do que
carboidratos, por conseguinte, dietas altas em proteínas são eficientes na perda de peso e
redução de gordura corporal. Com maior satisfação pós-refeições, há uma diminuição
involuntária no consumo calórico diário como um grande corpo de evidências sugere, isto
é, a tendência é sentir MENOS FOME e obter MAIS SACIEDADE por caloria consumida.
No entanto, mesmo quando não há redução calórica, pode ocorrer uma melhora na
composição corporal (mais massa magra e menos gordura), com relação a uma dieta
baixa em proteínas (menos de 80g/dia).
Em um dos estudos mais bem conduzidos sobre o tema, Weigle et al, em 2005,
observaram uma redução de 441 calorias no grupo de participantes quando
consumiram 30% das calorias na forma de proteína, com relação ao mesmo grupo de
participantes, quando consumiram uma dieta isocalórica com 15% das calorias na forma
de proteína, ou a dieta isocalórica com 30% de proteínas. O resultado foi uma PERDA de 5
quilos totais e 3,7 quilos de gordura corporal em 12 semanas, quando os participantes
comeram à vontade! Conheço muita gente que ficaria feliz com este resultado.
Vocês não precisam entender o gráfico em inglês, mas apenas saber que o
consumo de proteínas à vontade causou uma relação diretamente proporcional na redução
de peso e na quantidade total de calorias consumidas, sendo que os níveis de fome
ficaram semelhantes aos mesmos indivíduos quando consumiram a dieta isocalórica com
15% das calorias na forma de proteína (comeram MAIS).
Esportistas
Given sufficient energy intake, lean body mass can be maintained within a wide
range of protein intakes. Since there is limited evidence for harmful effects of a high protein
intake and there is a metabolic rationale for the efficacy of an increase in protein, if muscle
hypertrophy is the goal, a higher protein intake within the context of an athlete’s overall
dietary requirements may be beneficial. However, there are few convincing outcome data to
indicate that the ingestion of a high amount of protein (2–3 g · kg−1 BW · day−1, where
BW = body weight) is necessary. Current literature suggests that it may be too simplistic to
rely on recommendations of a particular amount of protein per day. Acute studies suggest
that for any given amount of protein, the metabolic response is dependent on other factors,
including the timing of ingestion in relation to exercise and/or other nutrients, the
composition of ingested amino acids and the type of protein.
“Dada a ingestão de energia suficiente, a massa corporal magra pode ser mantida
dentro de uma vasta gama de doses de proteína. Sendo que há evidências LIMITADAS
para efeitos nocivos de um alto consumo de proteínas e que existe uma justificação
metabólica para a eficácia de um aumento de proteínas, se a hipertrofia muscular é o
objetivo, a ingestão de proteínas mais alta dentro de um contexto de necessidades
alimentares de um atleta pode ser benéfica. No entanto, existem poucos dados sobre
resultados convincentes que indicam que a ingestão de uma grande quantidade de
proteína (2-3 g por kg de peso corporal) seja necessária.
“Uma dose de proteína que estimula ao máximo a síntese de proteína muscular pós
exercícios parece estar na faixa de 20-25g, embora esta estimativa possa ser menor para
atletas mais leves (isto é <85 kg).
Com base em uma meta-análise de 61 estudos que foram realizados a partir do final
de 2009 foi possível encontrar um leve efeito positivo do consumo de proteínas na
densidade óssea de 1 a 2%, o que refuta completamente esta teoria dos alimentos ácidos
e alcalinos que nunca demonstraram desfechos a seu favor em ensaios clínicos. Os
pesquisadores do estudo constataram que não há nenhuma evidência baseada neste
conjunto de estudos que no total compreendem dezenas de milhares de indivíduos.
O rim produz íons de bicarbonato para lidar com a demanda ácida de alimentos
ácidos como grãos, digamos, e assim manter o PH sanguíneo estável a 7.4, portanto, não
há perda de mineralização dos ossos para lidar com a demanda ácida dos alimentos. Esta
é uma teoria infundada e utilizada por muitos que possuem vontade de acreditar
ingenuamente em um benefício extra do consumo de frutas.
Na prática
• 100g de carnes magras em geral, bovinas, suínas e aves possuem em torno de 20-
30g de proteína.
• Carnes mais gordas, como costelas e bacon proporcionam quantidades mais
reduzidas, porém consideráveis.
• Ovos em torno de 7g de proteína cada.
• Queijos proporcionam na faixa de 9g de proteína para cada 100g de alimento.
• Suplementos como Whey protein (proteína do soro do leite) proporcionam perto de
25g de proteína por scoop/colher de medida.
Mitocôndrias são organelas celulares que produzem energia dentro das células de
diversos tecidos do corpo. Quanto maior o número e a densidade dos mitocôndrias maior é
a produção de energia em ATP (Trifosfato de adenosina) nas células, quando queima
energia através de aminoácidos (formam as proteínas) ou outros nutrientes. Portanto, o
corpo utiliza proteína e gordura no reparo das células do coração, células musculares,
pulmão, entre outros órgãos.
O valor estimado de consumo protéico diário para manter sua estrutura corporal
atual é de 1g por kg de peso (70g em uma pessoa de 70kg). Entretanto, uma pessoa
fisicamente ativa requer mais proteínas para manter sua estrutura corporal, um tecido
muscular maior do que nesta mesma pessoa se tivesse menos massa magra, portanto,
podendo requerer em torno de 1,4-1,8g de proteínas por kg de peso, dependendo do nível
de atividade física. Logo, alguém que pesa 70kg e é ativo fisicamente deverá comer em
torno de 98 a 126g de proteínas por dia, para manter sua massa magra e obter
aminoácidos necessários para funções de reparo celular de diversos órgãos do corpo. Isso
equivale de 400 a 500 calorias diárias na forma de proteínas (4 calorias por grama).
Agora, se você não gosta muito de contar proteínas ou calorias, os estudos como o
primeiro estudo acima mostram que isso não é uma desvantagem em termos de perda de
peso, saúde e composição corporal, contanto que preze pelo consumo de COMIDA DE
VERDADE e siga os sinais de saciedade do corpo.
Para aumentar a perda de gordura corporal sem reduzir a massa magra durante
os períodos de restrição calórica, esportistas devem reduzir a ingestão de
carboidratos e manter o consumo de proteínas.
Proteínas sempre são utilizadas pelo corpo antes da glicose (carboidratos) para
funções de reparo e construção das células quando o consumo de gorduras está
adequado.
Indivíduos sedentários devem comer pelo menos 1kg de proteína por grama de
peso para manter suas funções estruturais do corpo, mas poderão consumir mais
como uma estratégia low-carb de perda de peso.
Acima de 1,8g de proteínas por kg de peso é recomendado para atletas e
praticantes frequentes de musculação de maneira intensa, para otimizar os
processos anabólicos.
Indivíduos com uma dieta hipercalórica ou rica em carboidratos, que precisam dar
o primeiro grande salto no início do processo de perda de peso sem fome
também podem ser beneficiados com um consumo proteico bem elevado.
Referências:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24774063
https://biolincc.nhlbi.nih.gov/studies/omniheart/
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/0264041031000140554?url_ver=Z39.88-
2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed&#.VdzN8flViko
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2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%3dpubmed
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25169440
http://primalbrasil.com.br/as-11-maiores-mentiras-da-nutricao/
19
"A vida é como andar de bicicleta. Para manter o seu equilíbrio, você deve se
manter em movimento. “
- Albert Einstein
Moral da história, o ser humano sempre precisou usar o cérebro e o corpo para
sobreviver. Ele viveu se exercitando ao longo de sua evolução como espécie e usando o
cérebro durante estas atividades físicas para assegurar a maior recompensa dos esforços
empregados para determinados fins necessários à sua sobrevivência. Nossos ancestrais
passavam horas caminhando atrás de suas presas enquanto desenvolviam as estratégias
para obtenção da caça.
A partir deste pressuposto, de que estamos geneticamente adaptados a consumir
certos alimentos e a se exercitar constantemente, é concebível que muitos pesquisadores
acreditem nele e em muitas das evidências arqueológicas e estudos observacionais, que
indicam que uma alimentação e a prática de atividades físicas em consonância com a
nossa carga genética são necessárias para a saúde física e mental.
A cada dia parece que este está se tornando um fato cada vez mais comprovado.
Pesquisas têm constantemente demonstrado que exercícios físicos não são somente
importantes para a saúde do corpo, mas servem de auxílio para manter o cérebro em
forma. Em outras palavras, o nosso cérebro não é diferente dos nossos músculos. Ambos
são importantes para nossa sobrevivência e estão sujeitos a atrofiarem, caso não sejam
exercitados regularmente.
Diversos estudos ao longo das últimas décadas tem demonstrado o efeito benéfico
das atividades físicas em melhorar diversas áreas cognitivas. As atividades físicas são
responsáveis por gerar maior oxigenação e circulação sanguínea em áreas cerebrais,
assim como faz com que o cérebro produza hormônios e neurotransmissores como a
dopamina, serotonina e a endorfina, que promovem o crescimento de células cerebrais e
ajudam áreas cerebrais a funcionarem de forma mais harmoniosa entre elas.
Em outro estudo recente, feito pela UCLA, demonstrou que atividades físicas
aumentam a plasticidade cerebral, ele faz com que o cérebro aumente a neurogênese, ou
seja, a produção de novos neurônios. Isto ocorre por meio do aumento de fatores neurais
de crescimento, auxiliando o cérebro a desenvolver novas conexões neurais.
Os efeitos positivos no cérebro não param por aí, pesquisas feitas com ratos
demonstraram que atividades aeróbicas como a corrida aumentam o número de células
cerebrais do hipocampo, área do cérebro responsável pelo armazenamento da memória e
o aprendizado. O volume cerebral em áreas frontais e temporais é consideravelmente
maior em ratos que praticam atividades aeróbicas, se comparado com os que não
praticam. Este aumento acredita-se ser resultado do aumento no número de vasos
sanguíneos das conexões cerebrais nestas áreas.
Os benefícios cerebrais gerados pela atividade aeróbica são de caráter mais geral,
eles podem ser mensuráveis em termos de níveis de concentração, memória e velocidade
de processamento, ao contrário de exercícios mentais de tarefas específicas, como as
relacionadas a certas tarefas em que o indivíduo é treinado a executar, como, por exemplo,
algumas funções exercidas no trabalho diário, jogos, vídeo game e outras tarefas
específicas. Tarefas específicas são beneficiadas pela prática de exercícios físicos
enquanto as mesmas não beneficiam as funções cognitivas gerais do cérebro citadas, ao
invés disso, auxiliam somente áreas cerebrais responsáveis pela execução da tarefa
específica.
Uma das mudanças mais significativas geradas pela prática regular de exercícios é
a neurogênese, ou seja, criação de novos neurônios. Novos neurônios são gerados no
hipocampo, a área do cérebro responsável pela criação de memórias e inteligência
espacial. Em nível celular, o estresse gerado pelo exercício físico é responsável por
estimular o fluxo de cálcio, que ativa os “fatores de transcrição”, nos neurônios do
hipocampo já existentes. Os fatores de transcrição ativam a expressão do gene, ou seja, o
fator neurotrófico entregue ao cérebro (BDNF), criando proteínas BDNF que agem para
promover neurogênese (criação de novos neurônios). Assim, a geração do BDNF é uma
resposta protetora ao stress e o BDNF age não somente para gerar novos neurônios, mas
também para proteger os já então existentes e para promover plasticidade
cerebral (plasticidade cerebral é a eficiência da transmissão sináptica entre neurônios, que
é considerada a base para o aprendizado e a memória).
Um estudo realizado pela universidade de Essex, no Reino Unido, foi feito com o
objetivo de identificar um benefício sinergético ao realizar atividades físicas ao mesmo
tempo em que se é exposto a natureza, o que foi chamado de “exercício verde” pelos
pesquisadores. Segundo os pesquisadores, existem três níveis de interação com a
natureza, sendo eles: a visualização da natureza por meio de uma janela ou pintura; estar
próximo à natureza, o que pode ocorrer juntamente com outra atividade, como uma leitura
no parque ou caminhar na praia e; participação ativa e envolvimento com a natureza, como
praticar jardinagem, acampar, fazer trilha, entre outras atividades.
“Não diga que você não tem tempo suficiente. Você tem exatamente o mesmo
número de horas por dia que foram dadas a Helen Keller, Michelangelo, Madre
Teresa, Leonardo da Vinci, Pasteur, Thomas Jefferson e Albert Einstein”.
- H. Jackson Brown Jr
As vizinhanças com mais espaço verde tiveram os menores riscos de saúde mental
pobre. O risco de doenças cardíacas foi reduzido em todas as vizinhanças com mais de
15% de espaço verde disponível. A disponibilidade de espaço verde não foi relacionada ao
sobrepeso ou a saúde pobre em geral. De uma maneira geral, os níveis de atividade física
foram maiores nas vizinhanças verdes, mas os ajustes para este fator atenuaram muito
pouco a relação entre o espaço verde e a saúde.
Ter acesso fácil e constante a espaços verdes é, sem dúvida alguma, benéfico de
muitas formas para o ser humano. A sensação de bem estar é inerente ao contato com a
natureza e o nosso distanciamento atual dos espaços verdes é um fator contribuinte para
uma piora na saúde mental e nos níveis de estresse. No entanto, para a prevenção de
doenças ou mesmo controle do peso, outros fatores como alimentação e exercícios físicos
tem um papel mais significante. Associar a prática de exercícios físicos com o contato com
a natureza se prova cada vez mais proveitoso para uma vida longa e saudável.
Acima de tudo, os exercícios são ótimos para o humor. O corpo produz diversos
hormônios e neurotransmissores responsáveis pelo prazer e bem estar (serotonina e
endorfina), concentração, prazer, motivação e foco (noradrenalina e dopamina) e melhor
qualidade de sono (testosterona, hormônio do crescimento e vitamina D – Sol), assim
como o controle de estresse e regulação do sistema nervoso simpático e parasimpático.
Veja este exemplo de um amigo do blog que passou a fazer musculação e corridas
leves após o mês de julho de 2014:
Em outras palavras, embora seja necessário FAZER mais gols do que TOMAR mais
gols, este conselho não serve para nada e seria recebido com escárnio pelos jogadores.
Agora, com relação a perda de peso com exercícios, estudos mostram que em adultos
com sobrepeso ou obesidade se não houver uma dieta eficiente em conjunto, os
resultados deixam a desejar. Exceto por um tipo de exercício que um estudo recente
mostrou de maneira eficiente e definitiva causar redução de peso e gordura corporal e a
melhora de marcadores sanguíneos. Você acertou, o treino intervalado (HIIT) e
musculação.
Não é que você não irá perder gordura com a clássica corridinha (não me levem a
mal, eu gosto das corridinhas que são por vezes confortáveis e mais convenientes), mas
você irá conseguir RESULTADOS SIMILARES a uma hora de corrida com apenas 10
minutos de treino intervalado e será brindado com um aumento de massa magra, não há
diminuição que pode ocorrer com corridas longas. Esta é uma vantagem a mais para quem
está acima dos 50 anos e pretende preservar massa magra e densidade óssea para se
prevenir contra fraturas, que são uma causa comum de morte na terceira idade.
Os estudos são claros e consistentes:
“DESIGN:
Sessenta e dois indivíduos com sobrepeso e obesidade (53,3 ± 9,7 anos, índice de
massa corporal média, 35,8 ± 5 kg/m (2)) foram identificados retrospectivamente a sua
entrada em um programa que consiste em aconselhamento nutricional individualizado,
treino intervalado de alta intensidade e treinamento de resistência duas a três vezes por
semana. Medidas antropométricas, fatores de risco cardiometabólico e tolerância ao
exercício foram medidos no início do programa e após conclusão do estudo.
RESULTADO:
O treinamento físico foi associado com um gasto energético semanal de 1.582 ± 284
kcal. Melhoras clínica e estatisticamente significante foram observadas em termos
de massa corporal (-5,3 ± 5,2 kg), índice de massa corporal (-1,9 ± 1,9 kg/m (2)),
circunferência da cintura (-5,8 ± 5,4 cm), e capacidade máxima de exercício (+ 1,26 ± 0,84
equivalentes metabólicos) (P<0,000 para todos os parâmetros). Massa total de gordura e
massa gorda tronco, perfil lipídico, e relação HDL/triglicérides também foram
significativamente melhorados (P<0,0001). Ao término do programa, a prevalência da
síndrome metabólica foi reduzida em 32,5% (P<0,05).
CONCLUSÕES:
Um intervenção a longo prazo de estilo de vida com exercícios intervalados de alta
intensidade melhora a composição corporal, risco cardiometabólico e tolerância ao
exercício em indivíduos obesos. Esta intervenção parece segura, eficiente e bem tolerada
e poderia melhorar a adesão aos exercícios nesta população.”
Ou seja, você consegue mais resultados com menos! “The best bang out of your
buck!”
Maior chance de adesão a um treino semanal, perda de peso, cintura, gasto calórico
em repouso, níveis de energia e assim por diante. As repercussões para a saúde e a
qualidade de vida são imensas. No entanto, a mudança na alimentação é o principal fator
que contribui para o sucesso de qualquer programa de perda de peso e como havia dito
agora pouco, algumas pessoas não tem aptidões atléticas, ou até mesmo não estão
preparadas psicologicamente para tal tipo de treino, portanto, nestes casos não seria
recomendado tal prática, pelo menos não até que haja um plano de atividades física que
vise ao desenvolvimento de um condicionamento físico que torne você preparado para tal
prática em um futuro próximo. Mais adiante, um bom descanso, sono e tempo de
recuperação são cruciais para obter melhoras na saúde de verdade. Ou seja, não é nem
um pouco saudável ser um esportista estressado e pode aumentar o risco de muitas
patologias crônicas, ao invés de reduzir.
De acordo com muitos estudos como o estudo a seguir conduzido pelo Dr. Izumi
Tabata, famoso por suas pesquisas com treinos intervalados, treinos de “tiro” com
intervalos melhoram tanto a capacidade aeróbica quanto anaeróbica. Este estudo
demostrou que exercícios intervalados com sete séries de 30 segundos cada, feitos em
bicicletas ergométricas, 3 vezes por semana durante 2 semanas tiveram um resultado
muito similar, em termos de capacidade de uso de oxigênio e aumento de glicogênio
muscular, aos exercícios de bicicleta de intensidade moderada de 1 hora e meia a 2 horas,
também 3 vezes na semana durante 2 semanas. O tempo total gasto pelo grupo que fez
tiros intervalados foi de 15 minutos, 3 vezes na semana, enquanto o grupo de
intensidade moderada levou 4,5 a 6 horas na semana, para obter estes resultados
similares.
“Changes in body weight and fat mass (left) and “real” (=calculated based on weight
loss) energy deficit the subjects accumulated over the 13-week study period (data based on
Rosenkilde. 2012)”
Em outras palavras, queimar 300 calorias em exercícios aeróbicos de meia hora não
proporcionam vantagens em termos de perda de peso, do que queimar 600 calorias com
uma hora destes exercícios!! Ou seja, o seu instrutor de spinning não vai ficar feliz com os
resultados. Este foi apenas um estudo, que deve ser reproduzido para proporcionar
resultados mais significativos estatisticamente, contudo.
Momento de reflexão
"Aprenda com ontem, viva para hoje, e tenha esperança para amanhã. O
importante é não parar de questionar".
- Albert Einstein (Relatividade: O Especial e Teoria Geral)
Mais uma vez paradoxalmente e literalmente, neste grupo específico, a sugestão
“comer menos e se exercitar mais” não foi a solução, mas um problema! No entanto,
novamente, este efeito termogênico das proteínas é menos preponderante em indivíduos
sedentários. E também não seria ideal esta quantidade de proteínas para quem tem alto
grau de resistência a insulina, é sedentário e tenta seguir uma dieta cetogênica. Não faz
parte do protocolo usado para este fim que se vem se mostrando muito eficiente na
literatura. Outro fator que faze parte desta equação, influenciando a retenção da gordura
corporal, é o cortisol. Em outras palavras:
Este é menos intenso que os tiros de corrida ao máximo, mas são muito eficientes para a
perda de peso e o condicionamento físico e podem ser feitos na academia, sendo
programados na esteira.
Treino intervalado pesado e curto: 20-30 segundos na velocidade máxima com 2
minutos de descanso entre as 4-8 séries. Se desejar incluir na sua rotina para otimizar o
ganho de massa muscular e o metabolismo (podem ser feitos em rua/parques apenas).
O corpo tende a ficar mais firme como na foto, embora obviamente não tão forte.
Mais com um aspecto magro, podendo assemelhar-se com o corpo das atletas da foto
acima.
Na perda de peso com exercícios, estudos mostram que em adultos com sobrepeso
ou obesidade, se não houver uma dieta eficiente em conjunto, os resultados deixam
a desejar.
Em outro estudo recente, feito pela UCLA, demonstrou que atividades físicas
aumentam a plasticidade cerebral, elas fazem com que o cérebro aumente a
neurogênese, ou seja, a produção de novos neurônios.
Em nível celular, o estresse gerado pelo exercício físico é responsável por estimular
o fluxo de cálcio, que ativa os “fatores de transcrição”, nos neurônios do
hipocampo já existentes, de modo a melhorar a memória.
Exercícios ao ar livre podem ser mais benéficos para o humor do que em ambientes
fechados.
Acima de tudo, os exercícios são ótimos para o humor. O corpo produz diversos
hormônios e neurotransmissores responsáveis pelo prazer e bem
estar, concentração, prazer, motivação e foco e melhor qualidade de sono.
Um bom descanso, sono e tempo de recuperação são cruciais para obter melhoras
na saúde de verdade.
Referências:
http://freud.psy.ohio-state.edu/lab/CNL/Publications_files/Colcombe,2006.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15769301
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15159540
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0000052
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0306452200003493
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22855277
suppversity.blogspot
http://primalbrasil.com.br/exercicios-de-musculacao-vs-exercicios-aerobicos/
dieta saudável individualizada.
http://www.abstractsonline.com/Plan/ViewAbstract.aspx?sKey=2678da0b-715a-407f-90d8-9b850b3a8ff2&cKey=21e39d7a-
e826-4147-81d6-94daab3f747b&mKey=%7BE5D5C83F-CE2D-4D71-9DD6-FC7231E090FB%7D
http://www.bicyclenetwork.com.au/media/vanilla/file/Green exercise.pdf
http://jech.bmj.com/content/56/12/913.abstract
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23587672
http://newsroom.unsw.edu.au/news/how-burn-more-fat-less-effort
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3381813/
20
Histórias de Superação
" O mundo como nós criamos é um processo do nosso pensamento . Ele não pode
ser alterada sem mudar o nosso pensamento. "
- Albert Einstein
"No final das contas, você vai ser capaz de olhar no espelho e ver um novo brilho
nos seus olhos que lhe diz que seu mais importante fundamento na vida está no lugar: Sua
saúde. Com a sua saúde operando bem todo resto se torna possível. Você pode enfrentar
o mundo e criar uma incrível vida nova para si mesmo incrível. Você não terá que trabalhar
muito em sentimentos bons porque eles simplesmente virão naturalmente."
Neste relato, Guilherme Reis conta sua INCRÍVEL história de superação com a
dieta paleo. Aproveite!!
A motivação
Eu estava me sentido mal, sem vontade, sem energia, triste e com dores pelo corpo,
obeso e fumante, então resolvi ir em um cardiologista no começo de 2012.
O cardiologista fez e pediu uma série de exames, me deu vacinas, me fez usar o
houter para medir os batimentos cardíacos em períodos de 24 horas. E o valor gasto com
exames e remédios só aumentava.
O médico me receitou 5 remédios diferentes para tomar duas vezes ao dia, dizendo
que hoje eu não tinha nada, mas teria em 10 anos. O último exame que fiz foi um de
cateterismo. Pedi para o médico remédio para parar de fumar, tomei remédio por 21 dias e
parei de fumar. Cheguei a 120 quilos ou mais.
A mudança
Eu já havia ouvido falar que era possível controlar a saúde pela alimentação e por
coincidência ou não, eu tinha um livro guardado sobre alimentação que eu havia ouvido
falar no site Lifehacker. O livro me chamou o interesse e eu comprei, mas não li. Em
outubro de 2012 eu comecei a ler o livro que se chama “It starts with food” que ensina a
dieta detox de 30 dias Whole30, acabei de ler o livro no fim de novembro.
Eu mudei o estilo de vida, comecei a comer comida de verdade quase o tempo todo,
com eventuais pés na jaca. Continuei lendo e seguindo os blogs e aprendendo cada vez
mais.
Em julho de 2013 comprei minha primeira pulseira FitBit para monitorar minha
atividade e ela me ajudou muito a manter a motivação e poder acompanhar meu nível de
atividade, fui de 3000 passos por dia, nesta época, para 12000/15000 passos diários hoje.
Em setembro de 2013 comecei a fazer Muay Thai e comecei a evitar o uso do carro,
procurando andar a pé e de ônibus. Os aplicativos de GPS de ônibus facilitaram muito não
usar carro e os aplicativos de táxi me deixaram sossegado, sabendo que a qualquer hora
eu poderia chamar um taxi e até hoje usei táxi poucas vezes, exceto por duas vezes em
que eu tinha uma carga mais pesada para levar comigo.
Comecei a ouvir sobre jejum intermitente e comecei a treinar, parei de tomar café da
manhã e depois comecei a pular o almoço duas vezes por semana, até fazer a experiência
de ficar 3 dias sem comer e aprendi que podia ficar sem comer facilmente. Depois ouvi
falar sobre cetose e resolvi experimentar lendo o livro Keto Clarity. Todo tempo fui lendo
um livro atrás do outro, sobre Paleo, sobre Fitness Paleo, sobre crescimento pessoal.
Neste meio tempo eu rompi o tendão do joelho esquerdo no Muay Thay, em maio de
2014, mas continuei fazendo Muay Thai. Fui no médico e foi recomendado a cirurgia,
quando comecei a fazer os exames para a cirurgia parei o Muay Thay, fiz a cirurgia e fiquei
sem fazer esporte por 2 meses (quase 3) e perdi uns 5 quilos durante este tempo parado e
assim que pude comecei a fazer musculação para hipertrofia, tomando todo cuidado com o
joelho. O médico liberou para fazer esportes em fevereiro de 2015 e aumentei a força do
exercício nas pernas.
Participei do evento comida de verdade, fiz curso com Didi D’addio e o último que fui
foi o oficina do estilo de vida da Carol e da Vivi com o Dr. Alexandre Feldman, Dr. Souto e
o Rodrigo Kerlakian, que foi muito legal com os petiscos da Pat Feldman e a degustação
de vinhos orgânicos e Bio Dinâmicos. Estou estudando sobre alimentação crudivora e
fermentação para melhorar mais minha habilidade na cozinha e o próximo projeto é
comprar um desidratador de comidas. E agora estou procurando um personal trainer para
levar meu treino para uma próxima fase.
Depois do primeiro mês de dieta, em 2013, que eu perdi 10 quilos, eu vim perdendo
peso aos poucos, algumas semanas mais outras semanas menos, porque eu aprendi
desde o começo que o objetivo principal era saúde e que emagrecer seria consequência
da minha saúde. Apesar de às vezes ficar meio chateado de a balança não estar descendo
rápido, eu mantive a motivação. Eu nunca fiz o dia do lixo, eu achei melhor me manter na
linha porque os dias do lixo acabariam acontecendo, mas quanto menos melhor. Levou
quase dois anos para eu não precisar usar força de vontade para não comer produtos de
padaria.
Eu sigo a Paleo/Primal mais à risca, evito ao máximo qualquer produto
industrializado, com mais de um ingrediente na lista ou com ingredientes que não se
compram no supermercado.
Esta mudança de estilo de vida eu fiz sozinho, minha mulher não acreditou, achou
que era uma dieta muito radical e não quis me acompanhar.
Dar de volta
Estou participando de grupos Whole30 e Ceto da Didi D’addio no Whats App, criei
grupos de receitas no facebook para Whole30, Cetogênica e Paleo.
História de sucesso Poliane Lotoski
Nasci e fui criada no interior de Goiás, sempre tive uma alimentação bem caseira e
típica e sempre fui muito magra, até depois de ter meus 3 filhos. Quando me casei, tive
que me mudar para o exterior e por isso tive que mudar a minha alimentação. Como meu
esposo é vegetariano, eu comecei a acompanhá-lo por praticidade mesmo, mas comia
carne de vez enquando, quando o corpo pedia. Passei a comer muita batata, pão,
macarrão, enfim, me encher de carboidratos e por isso engordei muito rápido.
Não entendia o que estava acontecendo exatamente, cheguei até mesmo a pensar
que por minha alimentação ser pouco frequente (geralmente era 3x ao dia), meu
metabolismo não funcionava direito. Então logo comecei a comer a cada 3h contando no
relógio, programava até mesmo um alarme para me lembrar, mas isso fez com que minha
fome aumentasse, fazendo com que eu ficasse obcecada com minha alimentação, me
levando contar até os minutos para comer de novo. Fiquei mais preocupada ainda com
meu peso, resolvi mudar e pegar pesado mesmo nos exercícios, corria horas na esteira,
comprei muitos equipamentos para praticar em casa e passei a frequentar mais a
academia.
Não obtive nenhum resultado satisfatório, por isso fui mais além e tomei a decisão
de me tornar vegetariana de vez. Cortei toda a gordura, passei a comer pães integrais com
queijos magros, o que não deu certo, é claro. Gastava uma fortuna com “alimentos
integrais saudáveis”, comia bastante açúcar na forma de frutas e sucos.
Como estou passando uma temporada no Egito, país Islâmico onde mulher não tem
tanta ajuda em academias, passei a pesquisar bastante como executar os exercícios
corretamente, pois sabia que ninguém iria me ajudar. Entretanto, fui pesquisar sobre
exercícios para barriga na internet e logo me deparei com uma foto do abdômen do Caio
em um artigo com um título que achei totalmente ridículo, tão ridículo que resolvi ler. Fiquei
horrorizada com as loucuras que estavam escritas no blog e com os comentários dos
loucos que acreditavam e acompanhavam o site. Com o tempo fui ficando muito curiosa
sobre esta dieta maluca e passei a pesquisar mais, pois aquilo não poderia ser verdade de
jeito nenhum! Em determinado momento minha ficha caiu, bati de cara com a ciência me
provando que tudo em que eu acreditava estava errado. Entrei em choque e minha vida
passou como um filme em minha mente. Voltei no tempo e enfim descobri os motivos de
eu ter engordado nos últimos 2 anos.
Li bastante e ainda leio muito sobre o assunto, mas me convenci muito rápido de
que a dieta Primal baseada no que nossos ancestrais consumiam é a dieta mais saudável,
por isso logo mudei a minha alimentação de uma só vez, porque estava muito decidida e
não queria perder mais tempo. Faz pouco mais de 2 meses que descobri a dieta e desde
então minha vida mudou. Já estou bem acostumada com as mudanças e não vou voltar
atrás de jeito nenhum, pois os benefícios se tornaram tão evidentes e além do mais eu
prezo demais por minha saúde para voltar a comer veneno.
Nunca fiz nenhuma dieta louca, apesar de comer errado eu seguia as orientações
convencionais corretamente, porém quando resolvi fazer uma dieta foi “a dieta” e o meu
corpo respondeu muito rápido. Alguns dias, por exemplo eu me senti como no período pós-
parto dos meus filhos, quando por estar acostumada com a gravidez sentia falta da barriga.
Eu passava a mão em minha cintura e via que estava faltando um pedaço ali, de modo
que parecia ser outra pessoa. Eu estava com 72kg e queria perder 10kg. Com 1 mês de
dieta eu já estava pesando 64kg, mas ainda quero chegar pelo menos até os 62kg.
Não costumo usar o espelho ou roupas como referência, sempre me baseei mais na
balança digital ou em roupas, por isso quando sai com minhas amigas me assustei quando
vi uma foto que tiramos juntas, pois não acreditava que estava magra daquele jeito.
Atualmente eu faço musculação voltada para força e ganho de massa muscular e estou
admirada com o quanto ganhei de massa muscular e perdi de gordura.
O sucesso do meu filho
O sucesso com a minha dieta se tornou tão notável que resolvi colocar meu filho
para seguir a dieta Primal. Tenho 3 filhos, o mais velho de 11 anos estava com o peso que
eu tinha quando eu engravidei dele, 56kg. Ele estava muito triste, porque queria
emagrecer, mas passava fome, fazia muitos exercícios e não emagrecia nada. Ele é tímido
e estava virando mais tímido ainda, com baixa auto-estima e passava por todos os
problemas que uma criança obesa sofre.
No início eu o obrigava a seguir a dieta, mas ele não gostava muito de alguns
alimentos, como os ovos e gostava de “alimentos” como pães. Fui persistente e mesmo
com toda a dificuldade eu punha ele para comer 2 ovos fritos na manteiga ghee no café da
manhã, fazia a marmita dele para levar para a escola com comida de verdade e também
parei de dar dinheiro para evitar que ele comprasse comida. Ficava com dó quando ele me
falava que tinha vergonha de comer na escola o que ele estava comendo, mas mantive a
dieta dele e fui explicando pra ele o porquê dele seguir esta dieta. Logo passou a receber
elogios na escola, sentiu na própria pele e viu com os próprios olhos seu emagrecimento,
sua vergonha passou e ele começou a falar sobre o estilo de vida para os colegas e
professores e até mesmo incentivá-los a seguir a dieta Primal. Muitos, notando sua
mudança, aderiram à dieta ou algo parecido e estão tendo resultados também.
Atualmente ele é mais inteligente, ficou popular na escola, em outras palavras, virou
outra criança. Começou a se exercitar da forma correta e está entrando em forma. Hoje ele
já pensa no corpo que ele quer ter quando crescer e que quer treinar para hipertrofia no
futuro. Ainda precisa perder um pouquinho de peso e já não está perdendo peso tão rápido
como antes, mas vou manter a alimentação dele do jeito que está.
Meu marido
Meu marido estava muito acima do peso e com a barriga muito grande e dura. Tinha
problemas de digestão, alergias na pele e coceiras inexplicáveis. Quando ele viu a minha
mudança e do meu filho, ele me pediu para ajudá-lo à emagrecer. Pensei que seria muito
difícil para ele, pois não come carne, mas abria mão de vez enquando para comer peixes,
frutos do mar, ovos, leite e derivados. Sei que não é bem vegetariano, mas ele estava
caminhando para se tornar um por completo. Eu pensava que ele tinha que comer muita
proteína porque ainda não tinha entendido muito bem a ideia, mas depois descobri que a
dieta usava a gordura como principal fonte de calorias e não a proteína e logo ficou tudo
mais fácil. Ele disse que faria um teste de 1 mês e nesse mês emagreceu 8kg. Disse que
não vai mais parar, que será pra vida toda. Faz um pouco mais de 1 mês que ele está
seguindo a dieta Primal e ainda precisa emagrecer bastante, mas os problemas digestivos,
alergias e coceiras acabaram e está bem mais disposto.
Os meus outros dois filhos são muito magros, mas entraram na ideia da dieta
também. Hoje eles mesmos evitam doces e não comem nada com trigo. Comem de tudo
desde que seja livre de grãos e açúcar e estou conseguindo fazer com que eles ganhem
massa magra comendo comida de verdade.
Tenho muito que agradecer à você Caio pelo excelente trabalho que faz e gostaria
também de agradecer ao Dr. Souto que é sempre muito prestativo e atencioso. Deus irá
retribuir o bem que vocês fazem.
História de sucesso: Viviane Anastacio
Eu costumava pensar que podia comer de tudo, sem pensar no que estava
comendo e ficar magra eternamente. Como nunca tive problemas de peso na infância eu
não me preocupava com a alimentação, por isso comia a qualquer hora o que me dava
vontade. Costumava sair de casa de manhã atrasada, aos trancos e barrancos e comer na
rua um sanduíche ou bolachas, pois leite com café sempre me deu náuseas.
Foi assim até os meus 26 anos mais ou menos, quando me mudei para São
Francisco na Califórnia e passei a trabalhar num hotel como gerente de treinamento.
Voltei para Barcelona onde morava antes de me mudar para os EUA, depois de
dois anos. Comecei outra vez a comer como comia antes, incluindo mais peixes, carnes e
menos comida no café da manhã, já que tinha mais acesso à comida mediterrânea como
verduras, carne, peixes, gordura boas e não tomava café da manhã em um hotel. Dentro
de um ano esta magra novamente. Na verdade, o emagrecimento havia acontecido de
maneira natural, pois naquela época eu não dava muita atenção à saúde e à alimentação,
pois meu foco na vida era trabalhar e estudar.
Foi quando eu me mudei para a Suíça que tudo mudou. Cheguei aqui com 30 anos
e logo passei a aumentar o consumo de pães, pizza, vinhos e chocolate, comecei a
trabalhar sentada na frente do computador e beber álcool por causa do frio que faz
aqui. Enfim, eu envelheci, fiquei gorda, inchada, retendo líquido nas pernas e na barriga e
ficava sempre resfriada. Foi somente depois de uma desilusão amorosa que eu decidi
refletir um pouco sobre meu estilo de vida. Percebi que já não conseguia emagrecer tão
rápido quanto antes, pois meu metabolismo havia se tornado mais lento, por isso comecei
a malhar na academia. Fiz tanto exercício sem comer direito e sem orientação que fiquei
muito magra, ao ponto de perder músculos e ficar sem energia e sem entusiasmo.
Após seis meses de depressão acordei para a vida novamente, pois descobri a
DIETA PRIMAL! Descobri que o meu corpo está geneticamente adaptado a se alimentar
como nossos ancestrais do período paleolítico. Deixei de contar calorias e passei a
consumir mais gorduras e verduras além de batata doce pós-treino, para repor as reservas
de glicogênio dos músculos. Acredito que quem não faz musculação ou esportes de muito
esforço não precisa comer batata doce todos os dias. Aprendi que meu organismo não é
bem tolerante ao Glúten, que está presente nos cereais e em quase todos os alimentos
industrializados.
Passei a fazer mais exercícios ao ar livre como saltar, pular e HIIT (High Intensity
interval Training – Treino intervalado de alta intensidade) que para mim é uma combinação
que gera queima de gordura corporal e enrijece os músculos. Acredito que o estilo de vida
Primal é o ideal para nós, pois não fomos feitos para lidar com o estresse, comida
industrializada e sedentarismo da vida moderna, que é responsável pelo surgimento tantas
doenças fisiológicas e psicológicas. A dieta Primal ajudou a equilibrar meu sistema
hormonal e melhorou demais meu estado emocional e físico.
Seguem algumas dicas que aconselho à todos que querem começar a dieta Primal:
1- Elimine tudo que é vendido em pacotes. Faça isso por uma semana e sinta a
diferença.
2- Inclua em todas as refeições peixe, carnes, ovos, sempre acompanhados com
uma gordura saudável como abacate, o que nos deixa mais saciados e diminuiu muito a
vontade de comer doces.
Quais foram as principais mudanças que você percebeu ao adotar a dieta e como
ela influenciou a sua jornada de preparação para participar da competição de Ms. Fitness?
Existe apenas um site suíço que se dedica a falar da dieta primal, mas entre os
atletas ela já esta ficando muito conhecida. Aqui na Suíça as pessoas têm bastante
consciência de que precisam se alimentar bem e valorizam muito isso. Carnes orgânicas
de gados criados em pastos, tratados de forma humana é o que a população espera
consumir.
Conte para nós como é sua alimentação em um dia normal? O que come em cada
refeição?
Acordo às 6h da manhã e vou para a academia fazer meu treino de 40 min com
pesos além de HIIT (High Intensity interval Training – Treino intervalado de alta
intensidade)
Depois dos treinos como sempre uma banana ou uma batata doce para me
recuperar. Também tomo um whey protein se for demorar para chegar em casa.Procuro
sempre comprar carnes e alimentos orgânicos porque penso muito na minha saúde, prefiro
economizar em coisas supérfluas e investir na minha alimentação. Fora de casa, tento
sempre levar comigo um pouco de whey protein e amêndoas, caso sinta fome.
Quais dicas você daria para pessoas que querem atingir melhor forma física,
definição muscular e perda de gordura com saúde?
Eu agradeço a vocês dois, Caio e Bruna, por divulgarem o estilo de vida primal. Este
é um estilo de vida que gera ótimos resultados para a saúde, bem estar emocional e
condicionamento físico e isso é o mais importante e deve ser cada vez mais valorizado
pela sociedade que está sujeita ao estresse e ao desgaste do dia a dia contemporâneo.
Acho que as pessoas têm que dar uma chance a elas mesmas e fazerem um pequeno
teste, ao adotar o estilo Paleo/Primal por poucas semanas. Tenho certeza que elas se
surpreenderão com as mudanças, assim como eu me surpreendi.
Obrigada.
Viviane Anastacio
Historia de sucesso: Polyana Freitas
Sou adepta da dieta Páleo há mais de 2 anos e me sinto saciada e liberta dos
antigos paradigmas. O que me levou a seguir e prescrever para meus pacientes são os
dados científicos bem comprovados, resultados fantásticos na prática clínica como perda
de peso, melhora dos indicativos nos exames, redução de dores inflamatórias e processos
alérgicos , disposição e persistência no tratamento. Se tornou um estilo de vida baseado
numa alimentação saudável com alimentos frescos e naturais, motivo para grande
aumento na procura de orientações seguras.
A alimentação Páleo apresenta muitas variáveis, o que explica o fato que todas as
pessoas podem aderir. Meu trabalho como nutricionista é adequar a conduta para a
necessidade individual do paciente. A adequação, quantidade e qualidade na alimentação
vão modular a dieta páleo prescrita em consultório e que pode ser adotada a longo prazo
através de uma boa orientação.
Meu primeiro contato com a dieta low-carb e paleolítica por meio de uma amiga. Ela
começou a me contar sobre esta dieta, que a princípio parecia ser algo completamente
fora do comum, uma vez que permite o consumo de gorduras em grandes quantidades!
Obviamente a princípio pensei que se tratava de mais uma dieta maluca da moda, mas
fiquei curiosa e pesquisei mais sobre o assunto. Ainda bem incrédula, a cada artigo,
documentário, ou trecho de livros que lia, ficava cada vez mais envolvida até que resolvi
colocar em pratica o que pesquisava e criei um perfil no Instagram (@lchfdelicia) pra
registrar meu progressos, compartilhar receitas e informações com meus familiares e
amigos.
Eu decidi optar por este regime alimentar porque sempre sofri me alimentado da
maneira errada e com minha auto-imagem. Cresci com sobrepeso, a pesar de nunca ter
sido obesa, pois sempre sofri com compulsão a carboidratos refinados e por isso sempre
perdi roupas quando engordava. Seguia tudo à risca do que pensava ser a coisa certa a
fazer para emagrecer com saúde, comendo produtos zero, light e integrais. Percebi que
isso somente aumentava minha fome e me tornava escrava dos carboidratos, os quais me
sentia obrigada a comer de 3 em 3 horas. Este hábito se mostro diversas vezes ser
desestimulante, pois sempre depois de uma semana eu desistia e acabava comendo algo
que não devia, engordando e me sentindo cabisbaixa até quando eu recuperava meu
animo e começava a dieta “zero” novamente alguns dias depois.
Minha dica pra quem quer atingir melhor forma física, definição e perda de gordura
com saúde é: LEIA e se informe muito, pois seu corpo é o seu templo. Embarquei nesta
jornada porque li informações sérias e coerentes e estou convicta de que esta é o regime
alimentar mais adequado para mim.
Recomendo demais a leitura do Primal Brasil do Caio Fleury, do blog do Dr. Souto e
o livro The Art and Science of Low Carbohydrate Living pra entender melhor os princípios
da dieta low carb. Contudo, mais importante do que sua dieta ser ou não cetogênica é:
COMA COMIDA DE VERDADE. Fuja dos produtos industrializados o máximo possível e
elimine os grãos da sua vida. Você já vai sentir uma grande diferença e melhoras
extraordinárias em todos ambitos de sua vida. Simples assim!
Obrigada Raquel, por compartilhar conosco sua história!
21
Receitas Paleo/low-carb
Há tempos eu estava querendo uma receita de cookies low carb que fosse fácil,
saborosa e sem açúcar, é claro.
Era exatamente estes cookies low carb que eu procurava! Eles não são doces,
porque não vai açúcar, claro, mas são muito saborosos e achei que são a pedida ideal
para quando bate aquela vontade de uma ‘coisinha’ sabe?
Ingredientes:
Modo de preparo:
Depois adicione os outros ingredientes (é melhor misturar com uma colher, senão
gruda na sua mão). Unte as mãos com manteiga e faça pequenas bolinhas, depois
amasse-as para fazer o cookie. Coloque-os em uma assadeira forrada com papel manteiga
e asse por 12 minutos, aproximadamente, em fogo baixo-médio.
Ingredientes
Unte uma forma de bolo inglês com manteiga e polvilhe com um pouco farinha de
amêndoas. Preaqueça o forno a 170 °C. Em um bowl ou refratário fundo, misture a farinha
de amêndoas e o sal. Lave o alecrim e seque com um papel toalha. Separe as ervas do
ramo e pique bem com uma faca. Com um batedor, bata os ovos e depois adicione a
manteiga e misture bem. Coloque o alecrim picado e misture.
Aos poucos, vá adicionando os ingredientes secos aos úmidos e mexa até obter
uma massa uniforme. Coloque a massa na forma e asse por 22 minutos. Vire a forma do
lado contrário e asse por mais 22 minutos. Verifique com um palito o ponto da massa – se
ele sair limpo, está pronto.
Bolo de Cenoura
Ingredientes
3 cenouras
3 ovos
2 xic. de farinha de amêndoas
3/4 de xic. de óleo de coco
Bata tudo no liquidificador. Leve para assar em forma untada, no forno médio-alto.
Cobertura
Derreta 150g de chocolate 70% cacau, em banho maria. Cubra o bolo e se delicie!
Gelatina de verdade
Esta receita pode parecer um pouco inusitada para alguns, mas há tempos venho
querendo experimentar receitas que incluem ossos em seu preparo, devido a variedade de
receitas que é possível de fazer a partir dela e os benefícios de seu consumo. Decidi
começar pelo caldo de mocotó, de preparo simples, que após pronto pode ser usado de
diversas maneiras, inclusive substituindo a gelatina incolor.
Eu optei por não comer o mocotó em si, mas o Caio experimentou e achou delicioso! (o
que ele não gosta!) É possível acrescentar alguns temperos ao caldo para fazer a sopa de
mocotó, também podemos acrescentar outros ingredientes como canela, cravo, anis e
fazer uma geléia de mocotó (bem conhecida em alguns lugares do país).
Eu, pessoalmente, fiz o caldo puro, que vou usar para engrossar molhos, sopas, caldos e
etc.
O caldo de mocotó é rico em colágeno e gelatina, uma vez que as gelatinas comerciais são
“derivadas” do osso do boi. O colágeno é uma proteína responsável pelo reparo dos
ossos, dos tecidos, da pele (previne as rugas), dos dentes, dos olhos, ligamentos e
outras partes do corpo. Além disso, ajuda no crescimento muscular, uma vez que facilita
a síntese de creatina no corpo. Podemos encontrar neste caldo outros nutrientes
importantes para a saúde, como a glicina (aminoácido), prolina (aminoácido), quantidades
altas de manganês, vitamina C, vitamina B6 e quantidades significativas de ferro, cálcio,
selênio, fósforo, cobre e potássio.
Eu comprei um pé de boi (gastei R$ 9,00) e usei apenas 1/3 para preparar a receita, que
rendeu bastante. Pedi para o açougueiro cortar em rodelas para facilitar.
Como preparar o caldo de mocotó:
Coloque a quantidade de mocotó desejada (eu usei 1/3 do pé) e encha a panela de
pressão com água (mais ou menos ¾ da panela).
Após começar a pressão, deixe o caldo cozinhar de 50 minutos à 1 hora no fogo médio.
Depois de pronto, você pode usar as partes do osso se quiser fazer uma sopa com eles,
ou utilizar apenas o caldo.
Minha receita rendeu esta quantidade:
Para ficar ainda mais prático, congelei uma parte do caldo em forminhas de gelo, para
poder descongelar depois apenas a quantidade necessária.
Para estrear esta maravilha nutricional, resolvi testar esta receita deliciosa de Pannacotta,
da minha querida amiga Maria Alm, do site Mais Gorduras, Menos Carboidratos, que
imagino que vocês já conheçam.
Ingredientes
• 1 gema crua
• 1 copo de café quente
• 1 colher de sopa de cacau em pó
• 2 colheres de sopa de creme de leite fresco (ou ghee)
• 2 quadradinhos de chocolate 70% ou 85%
• 1 pitada de canela em pó.
Modo de preparo
Adoro receitas práticas, que você pode usar o que tem sobrando na geladeira. Esse
é o caso da Frittata. Para quem não conhece, é semelhante à um omelete, mas vai ao
forno e fica aerada, com uma consistência de suflê. No meu caso, usei frango desfiado e
brócolis. A receita é simples, refogue o recheio que quiser usar (ótimas opções: carnes,
legumes, cogumelos e queijos) em um frigideira e reserve. O ideal aqui é usar um
recipiente que possa ser ir ao forno, mas que dê também para esquentar no fogão. Uma
assadeira pequena dá conta do trabalho. Bata os ovos (eu usei 5, para duas pessoas) e
despeje por cima do recheio, no recipiente utilizado. Esquente no fogão por alguns
minutos, para formar a base da Frittata e depois leve ao forno até ficar completamente
cozido. Eu adicionei parmesão ralado à minha, no final, para gratinar.
2 cenouras grandes
1/4 xic. de leite de coco
1 col. de sopa de manteiga
1 col. de sopa de gengibre ralado
Cozinhe as cenouras até que fiquem macias e bata no liqudificador com os outros
ingredientes. Pronto!
Do jeito que eu gosto! Carne francesa acebolada com cogumelos, vinho, manteiga de
garrafa e pimenta, muita pimenta!! O sal rosa do Himalaia também não pode faltar e com
este também não tenho restrições. Mais um dia paleo saudável com menos de 10% de
gordura corporal. Nunca foi tão fácil….
Ingredientes:
Rendimento: 2 pessoas.
Refogue o alho e meia cebola na manteiga, adicione água e cozinhe apenas os tubérculos
por uns 10-15 minutos. Em seguida adicione a carne e o resto dos ingredientes para
cozinhar até ficar pronto.
Hoje vou dar uma sugestão que, na verdade, só será útil amanhã. Estou falando do café
da manhã. Algumas pessoas não sentem fome logo que acordam e outras não
conseguem começar o dia sem antes comer alguma coisa. Seja qual for a sua preferência,
o importante é fazer as escolhas certas para que você obtenha os melhores benefícios em
termos de energia e produtividade. Aqui vão algumas sugestões para o café da manhã
primal:
• Salada de frutas: é sempre bom começar o dia com uma refeição cheia de
vitaminas e antioxidantes. Fique atento apenas ao tamanho da porção, pois uma
quantidade muito grande de frutas tem uma dose alta de frutose, o que não é bom.
• Panqueca de coco: um dos meus preferidos logo cedo! Dica: substitua o coco por
amêndoas moídas, fica muito bom.
• Suco verde: embora o consumo de sucos não seja enfatizado aqui (um copo de
suco contém altas doses de frutose, já que são necessárias muitas frutas para se
fazer um suco, portanto, muitas vezes você acha que está tomando algo saudável
quando na verdade está injetando uma boa dose de açúcar na sua corrente
sanguínea) o suco verde é mais como uma salada batida. Os vegetais ajudam a
diminuir o índice glicêmico da bebida, sendo uma boa opção para a manhã. Bata 3
folhas de couve manteiga ou qualquer folha verde escura, uma maçã, uma banana,
2 ou 3 tâmaras e 2 col. de linhaça. Fica muito bom!!
Escondidinho de Mandioquinha
Eu AMO escondidinho!! Independemente do recheio, acho fácil, acho prático, acho
saboroso e faço ocasionalmente aqui em casa. Está é uma receita que alguns de nossos
leitores não considerem fazer com muita frequência, pois proporciona em torno de 80g de
carboidratos para meio kg de alimento e portanto não é low-carb, embora seja paleo.
Entretanto, um prato deste é condizente com um plano low-carb para quem segue uma
dieta low-carb não muito restrita em carboidratos.
Como gosto demais dessa receita não resisti em compartilhar com vocês. Espero que
apreciem também!
Escondidinho de Mandioquinha
Ingredientes
500g de mandioquinha
1/2 xic de creme de leite fresco ou leite de coco natural
2 col. de sopa de manteiga ou óleo de coco
Sal marinho
pimenta do reino
1 col. de chá de noz moscada ralada
Recheio
As melhores opções de recheio são, claro, algum tipo de carne. Já fiz com frango desfiado,
frango em cubinhos, carne moída, carne assada desfiada, linguiça… carne seca fica ótimo
também, embora dê um pouco mais de trabalho.
Modo de preparo
Descasque e corte as mandiquinhas. Ferva 1,5 L de água e cozinhe as mandioquinhas até
que fiquem bem moles ao espetar o garfo – o que acontece bem rápido, pois a
mandioquinha fica pronta logo. Assim que estiver pronta, retire do fogo e escorra toda a
água, é importante levar ao liquidificador com quase nada de água, senão o purê vira uma
sopa. Bata no liquidificador a mandioquinha, o creme de leite (ou leite de coco), a manteiga
(ou oleo de coco), o sal, a pimenta e a noz moscada, até obter a consistência de purê.
Deposite metade da receita em uma assadeira alta, cooloque o recheio de sua preferência
e cubra com o restante do purê. Leve ao forno por 20 minutos e estará pronto!
Obs: se quiser usar 250g de mandioca e 250g de mandioquinha também fica muito bom!
Talvez precise de um pouquinho de água para bater bem. Só não recomendo usar apenas
mandioca porque ela é mais gosmenta e fica muito difícil fazer um purê só com ela.
Salada Quente de Outono
Esta receita é ideal como acompanhamento do prato principal, ou para quem quer dar uma
secada por uns dias. Vou falar a verdade, tive a ideia desta receita em um almoço, e ela se
criou basicamente do que eu tinha disponível na geladeira. Particularmente, achei que
ficou muito boa, embora bem simples, pode ser complementada com diversos ingredientes
para que fique mais elaborada.
A salada é sempre um prato prático, de preparação e montagem rápida, que mata a fome
sem muito trabalho. Porém, com a temperatura caindo, folhas verdes e geladas nem
sempre são o que queremos para acalmar o estômago. Nessas horas, a salada quente
entra em ação, sendo tão prática quanto a versão gelada, tem a vantagem de alimentar e
esquentar ao mesmo tempo.
Para a minha receita de hoje, usei frango desfiado. Costumo preparar bastante frango de
uma só vez e congelar em pequenas porções, para sempre ter a mão quando preciso. Eu
gosto de misturar peito e sobrecoxa de frango, mas você pode fazer com as partes que
preferir. Vamos à receita, que serve 2 pessoas.
Ingredientes:
Modo de preparo
Simples e muito fácil como falei, mas você pode adicionar o que quiser na sua receita.