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Edificações 1
Professor: Luiz Antônio Arnaud Mendes
Estruturas e Alvenaria
ALUNAS:
Amanda Ferreira
Amanda Cortez
Carolina Stellet
Julya Marçal
A execução das obras que guiam a construção civil, e assim das estruturas que às constitui,
deve ser realizada de acordo com um planejamento, estabelecido de forma prévia, pelos
profissionais atuantes responsáveis, que inclui a escolha do tipo de estrutura a ser utilizada na
execução da obra. O planejamento deve ser a referência básica para as decisões a serem
tomadas durante cada etapa da realização da obra.
De modo geral, hoje em dia são utilizados basicamente três tipos de estrutura: estrutura de
Concreto Armado, estrutura de Madeira e estrutura de Aço ou Metálica. Sendo assim, a
escolha do material e o dimensionamento da estrutura devem ser realizados por profissionais
especializados como Engenheiros e Arquitetos.
1.1 Concreto Armado
O Concreto Armado alia as qualidades do concreto com as do aço, tal solução veio da
necessidade de combinar a resistência à compressão e durabilidade do concreto com as
características do aço, como a resistência à tração. Dessa forma é possível construir elementos
com diversas formas e volumes, com facilidade e rapidez.
Outros materiais como a madeira, alvenaria também são de uso comum, porém suas
aplicações são bem mais restritas. Assim, comparando as estruturas de concreto armado com
outros materiais existentes, é possível entender facilmente a sua larga utilização, pois seus
materiais constituintes possuem alta disponibilidade e o aço ainda possuí facilidade de
aplicação.
Dessa forma o Concreto Armado é a técnica mais utilizada em todo mundo para construção de
estruturas e é aplicado em variados tipos de construção como, por exemplo:
Porém, como todo material, o concreto armado possui vantagens e desvantagens em relação
ao seu uso na construção civil. Dentre as vantagens podemos citar:
É econômico, pois conta com uma matéria-prima com custo relativamente baixo e
especialmente no Brasil, os seus componentes são facilmente encontrados;
Relativa rapidez na construção, pois a e execução e o recobrimento são de certa forma
rápidos;
Sua conservação, pois possui boa durabilidade se dosado de forma correta e se sua
execução de cobrimentos mínimos for respeitada;
Impermeabilidade;
Não exige mão de obra muito especializada, pois é um material que necessita de
equipamentos simples para preparo, transporte, adensamento e vibração;
Resistente ao fogo, às influências atmosféricas, ao desgaste mecânico, ao choque de
vibrações, o aço é convenientemente envolvido pelo concreto e fica protegido contra a
corrosão e altas temperaturas provocadas por incêndios;
Adaptabilidade, favorecendo a arquitetura por sua fácil modelagem;
O uso da madeira na construção civil não é novidade para ninguém, sua utilização é uma
realidade desde os tempos mais antigos. Inclusive, até o século passado as mais relevantes
obras de engenharia eram construídas com madeira ou pedra.
Até hoje é muito utilizada no mundo todo tanto de maneira funcional, como em estruturas e
coberturas, quanto de maneira decorativa. De lá pra cá as técnicas de construção com madeira
mudaram e se aprimoraram, houve melhoramento em relação à resistência ao tempo e
modificou a forma que este material é utilizado na arquitetura.
Residências
Passarelas
Construções rurais
Pontes (com grande utilização do eucalipto)
Cimbramentos
Edificações em ambientes altamente corrosivos, como locais à beira-mar
Telhados e coberturas
Diferente de alguns países como, por exemplo, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, no Brasil o
uso da madeira na construção civil ainda atravessa um preconceito muito grande. Este fato
ocorre devido à falta de conhecimento do material e também a escassez de projetos bem
formulados e específicos. O que é muito comum são essas construções serem idealizadas e
feitas por pessoas despreparadas e sem conhecimento técnico, como pedreiros, carpinteiros,
que são preparados para executar e não pra projetar. A falta de um de um estudo específico
acaba não detalhando o tipo de madeira adequado para o local da obra, considerando assim o
clima da região, preocupação com o nível de umidade, o transporte e armazenamento correto,
podendo gerar complicações e diminuindo a durabilidade do material.
Uma causa desse preconceito do uso da madeira no Brasil, é o fato da maioria das
universidades do país não ofertarem um preparo apropriado na área da madeira no curso de
Engenharia Civil, levando a essa falta de conhecimento que gera uma fuga a elaboração de
projetos com estruturas de madeiras.
Além disso, a questão ambiental gera grande preocupação, pois o uso da madeira é rápida e
equivocadamente associado à devastação das florestas. Esse pensamento é leigo, pois
primeiramente a madeira é um material renovável e seu uso não acarreta danos irreversíveis
ao equilíbrio do ecossistema se for feito com responsabilidade ambiental e de forma
sustentável.
Entretanto, para que a aplicação química seja eficiente, alguns fatores devem ser observados.
As madeiras de baixa durabilidade natural necessitam de uma proteção extra ou preservativa
que assegure a longevidade do produto. Dentre os mais utilizados estão os oleosos, os
oleossolúveis, que contêm misturas complexas de agentes fungicidas e/ou inseticidas à base
de compostos de natureza orgânica e/ou organometálica, e os hidrossolúveis, que contêm
misturas mais ou menos complexas de sais metálicos. Apesar dessas opções é sempre
recomendado o uso de produtos preservantes higiênicos, de proteção satisfatória e,
principalmente, que não agridam o homem e o meio ambiente.
A aplicação desses produtos na madeira pode ser realizada sem pressão - a impregnação é
superficial – ou com pressão - a impregnação é profunda e realizada por meio de uma
autoclave, disponível em usinas de preservação de madeiras que garantem maior penetração
do produto. "Os tratamentos realizados sem pressão conferem à madeira uma proteção
limitada contra organismos xilófagos, sendo recomendados para a preservação de peças que
estarão sujeitas a baixos riscos de deterioração biológica", orienta Brazolin.
Seja uma residência, uma edificação maior ou uma obra-de-arte, todo cuidado é pouco. Além
da deterioração ocasionada pelas intempéries, muitos são os microorganismos e insetos que
se alimentam das macromoléculas encontradas no lenho dessas madeiras.
Nas regiões mais secas o teor de umidade inicial deve situar-se entre 7% e 10% . O teor de
umidade da madeira para o fechamento externo, estrutura do telhado, da parede e do piso,
deve estar entre 10 e 16% na maioria das regiões do país, e entre 8 e 13% nas regiões mais
secas.
Uma prática recomendável é o uso de madeira tratada a pressão quando esta ficará em
contato com alvenaria ou com o solo.
É importante também manter as partes próximas às paredes livres de plantas, pois estas
podem propiciar a retenção de umidade e favorecer o apodrecimento.
As bordas das portas e janelas devem ter detalhes construtivos das molduras adequados para
se evitar a penetração de água ou ar úmido.
As calhas são importantes para diminuição da umidade na base da construção, principalmente
quando a água conduzida é direcionada de modo a ser desviada da construção ou
convenientemente drenada.
As contrações são notadas nas dimensões transversais, mas pouco sentidas na direção
longitudinal.
Apesar disso a madeira pode dar bom desempenho quando o fator retratibilidade for
entendido e adequadamente controlado.
Algumas vezes não é possível atender às quatro regras acima, contudo quanto mais elas são
atendidas, mais duráveis, estáveis e melhor aparência terão as construções.
1.2.2.4 Apodrecimento
A maneira mais simples e efetiva de se prevenir o apodrecimento da madeira é mantê-la seca.
Os pontos sujeitos a apodrecimento são as juntas e onde a madeira entra em contato com
outros materiais.
O aço é hoje uma das ligas metálicas mais utilizadas em todo o mundo, possuindo
principalmente o ferro e o carbono em sua composição. A estruturas de aço também tem cada
vez mais ganhado adeptos na construção civil. Porém, o uso das estruturas metálicas em larga
escala ainda é um desafio para o mercado da construção civil, ainda que pesquisas indiquem
seu grande potencial como matéria-prima eficiente para esse setor.
Desde quando se iniciou a utilização de estruturas metálicas na construção civil até os dias de
hoje, o aço tem possibilitado aos arquitetos, engenheiros e construtores, soluções arrojadas,
eficientes e de alta qualidade.
O uso do aço modificou para sempre a Engenharia Civil. Somente com uso desse metal, foi
possível criar construções cada vez maiores e mais leves, dando asas para imaginação dos
projetistas. Essas criações não seriam possíveis com a rigidez e o peso do concreto, por isso o
uso das estruturas metálicas foge dos materiais de concreto convencionais. Tais estruturas
oferecem uma flexibilidade muito maior nos projetos, pois permitem a concepção dos mesmos
com formas mais fluidas e com curvas que aparentemente não seriam possíveis de serem
construídas. Possibilitam também economia pela quantidade de material usado e também
pela estabilidade econômica do produto no mercado nacional e internacional.
O aço para construção civil pode ser disponibilizado de maneiras variadas pelas indústrias
siderúrgicas. Dentre essas formas, as mais comuns são as chapas grossas, as chapas finas, os
perfis laminados, os cabos, tubos e as barras de aço. Essas formas podem ser combinadas das
mais diversas maneiras para a formação da estrutura metálica.
Galpões Metálicos, que são compostos basicamente por pilares, vigas de sustentação e
elementos de travamento. Geralmente usados para fins logísticos, de armazenagem
ou de produção industrial;
Estruturas tubulares, tubos metálicos são utilizados nos mais diversos segmentos, já que
além de leve e durável, é resistente à corrosão e à oxidação, tem ótimo custo-benefício
e pode ser reciclado. Estruturas tubulares geralmente são empregadas na condução de
cabos de telefonia e internet, no escoamento de petróleo e na estruturação de obras;
Estruturas reticuladas, que são perfis treliçados, formando uma espécie de rede
tridimensional. Por conta dessa formação estrutural, podem alcançar grandes alturas e
suportar grandes cargas. Alguns exemplos são as torres de energia e os suportes de
alguns equipamentos;
Viaduto de Millau, na França – estrutura mista de aço e concreto com colunas e estais.
Ópera de arame, em Curitiba , Brasil – teatro com estrutura de aço tubular e vidro, utilizada para
eventos artísticos e culturais.
O sistema construtivo com estruturas metálicas apresenta grandes vantagens sobre o sistema
construtivo convencional:
compatível com qualquer tipo de material de fechamento, tanto vertical como horizontal,
admitindo desde os mais convencionais (tijolos e blocos, lajes moldadas in loco) até
componentes pré-fabricados (lajes e painéis de concreto, painéis drywall);
Racionalização de materiais e mão-de-obra- Numa obra, através de processos
e reaproveitadas;
Preservação do meio ambiente, uma vez que é menos agressiva ao meio ambiente
Entretanto, assim como qualquer escolha de material, o uso do aço também possui suas
desvantagens:
A qualidade pode ser garantida através de controle tecnológico, que não só diz respeito aos
processos de execução mas também aos de produção, manipulação, transporte e ensaios.
Além disso, para completo controle de qualidade, é necessário a capacitação da mão de obra
operante já que para acontecimento de todas as etapas, há interferência humana nos
processos.
Assim como nos outros tipos de estruturas, no uso do concreto armado também podem ser
geradas e encontradas patologias que podem ter sua causa originada em uma das três
principais etapas da construção: fase de projeto, de execução e de utilização. Nesse trabalho,
daremos mais foco para os erros e cuidados que devem ser tomados na fase de projeto e
principalmente de execução.
1.4.1.1 Projeto
Planta de fôrma
Detalhamento de armadura
Esquema estrutural
No caso do concreto moldado in loco, as peças são moldadas e concretadas utilizando fôrmas
(geralmente de madeira) e escoramento que deverá permanecer por tempo suficiente para o
ganho da resistência do concreto.
Fôrmas
Concretagem
Escoramento
Uma preocupação são as ações que atuam durante a construção além das que são facilmente
estimadas como o peso próprio do concreto, das fôrmas escoras e reescoras, pois são de difícil
determinação e podem passar, durante esse período de construção, as ações de serviço
consideradas no projeto do edifício. São essas ações: o peso dos trabalhadores, equipamentos,
materiais, entulhos, impacto produzido pelo lançamento do concreto, vento, etc (PRADO,
1999).
Por esse motivo, as áreas de projeto e construção devem trabalhar juntas para garantir as
condições necessárias da estrutura. Caso haja sobrecarga acima do estimado no projeto, pode
ser necessário tomar medidas de ajuste como alterar o processo de construção, trocar o
concreto por um mais resiste ou, em últimos casos, refazer o projeto estrutural.
Transporte de concreto
Cura
Trincas e Fissuras
Elas aparecem pela falta de resistência à tração. Podem ser ocasionadas por erro de
projeto, devido a um mal dimensionamento e escolha de resistência do concreto. E
também podem ocorrer na execução, pela falta de ensaios com o concreto que será
utilizado para verificar se realmente atende as necessidades de projeto.
Fissuras
Falta de coesão e segregação do concreto
Elas aparecem pela falta de resistência à tração. Podem ser ocasionadas por erro de
projeto, devido a um mal dimensionamento e escolha de resistência do concreto. E
também podem ocorrer na execução, pela falta de ensaios com o concreto que será
utilizado para verificar se realmente atende as necessidades de projeto.
Deformação Excessiva
Essas patologias podem ser graves se não forem consideradas no projeto e se não forem
controladas através de ensaios na execução. A especificação do módulo de elasticidade
tem o objetivo de minimizar os danos pois deformações excessivas podem causar fissuras
nas estruturas e alvenarias.
A base do orçamento é feita a partir do tipo de obra, no método construtivo, nos tipos de
materiais metálicos escolhidos, no tempo de execução e etc.. Depois se faz um estudo
detalhado do projeto incluindo todos os outros custos necessários para se ter uma ordem de
grandeza mais real. Com isso é feita uma análise para tentativa de diminuição do custo através
de soluções alternativas com mudança dos materiais, do tempo de obra, da mão de obra ou do
planejamento.
1.4.2.2 Projetos
Projeto estrutural: Nele são definidas as cargas, os tipos de perfis utilizados, as seções
transversais, as medidas das peças e o cálculo dos esforços;
Projeto de Fabricação: detalhamento das peças e ligações através da criação de
modelos;
Projeto de Montagem: Este é feito após o projeto de fabricação, fornecendo o
posicionamento das peças, a ordem de montagem mais efetiva e apropriada para a
obra, além da metodologia para a montagem.
1.4.2.3 Fabricação
Suprimento;
Preparação prévia;
Furação;
Desempeno, dobramento e calandragem;
Inspeção de dimensão;
Solda;
Inspeção de Solda;
Acabamento;
Preparo da superfície;
Pintura;
Inspeção de Pintura;
Expedição: A expedição deve ser feita de acordo com a execução da montagem em
campo evitando estocagem de material na obra (SOUZA, 2015 – pág. 13).
1.4.2.4 Montagem
Dentre essas fases de obra, devemos tomar alguns cuidados gerais para evitarmos problemas
de execução. São esses cuidados:
No Transporte e armazenamento
Outro ponto de atenção é a disposição das peças no veículo. A ordem de embarque deve ser
de acordo com o processo de montagem e as peças mais pesadas devem ser embarcadas
primeiro. É recomendado a utilização de caibros de madeira entre as peças transportadas para
evitar o contato direto entre elas podendo causar danos a estrutura.
Deve-se atentar para o fato de que as estruturas são armazenadas em etapas de acordo com a
execução para que não haja grande quantidade de peças estocadas por muito tempo e evitar
com isso a possibilidade de empenamento, deformação ou deterioração.
Transporte
Técnicas de Içamento
Essa é uma atividade feita com uso de maquinas como gruas e guindastes e que necessita de
muito cuidado na execução pois pode provocar acidentes graves.
Para ser feita de forma correta e segura, é necessária a determinação da carga útil da peça e o
centro de gravidade da mesma (DALDEGAN, 2016). A carga das peças pode ser calculada pelo
projeto ou in loco e com isso pode-se ter menor risco na hora do içamento, já que será
escolhido o equipamento que suporte tal carga. E o centro de gravidade deve ser definido com
precisão pois se o gancho não for colocado na posição correta do centro de gravidade,
podemos gerar movimentos indesejados.
Profissionais qualificados
Essa proteção pode ser feita através de pinturas e revestimentos da estrutura de acordo com a
classificação do ambiente onde será feita a obra e é necessária para garantir a durabilidade da
estrutura, protegendo da corrosão não só a estrutura metálica como outros elementos
componentes do edifício como as vedações e lajes.
Pintura
A estrutura metálica é vista como menos resistente ao fogo se comparada a de concreto. Mas
se revestida com os matérias adequados, ela pode ter sua resistência melhorada, diminuindo
bastante o risco de incêndio. Essa proteção pode ser feita com diversos materiais como por
exemplo com a aplicação de revestimento com argamassa contendo vermiculita (mineral de
baixa condutividade térmica) ou revestimento de placas e mantas.
Revestimento de argamassa
Alvenaria é o conjunto de tijolos, blocos ou peças unidas entre si, com ou sem argamassa de
ligação, formando um elemento estrutural vertical. Pode ser empregada na confecção de
diversos elementos construtivos, como por exemplo paredes, abóbadas, sapatas, muros, e entre
outros.
Este elemento estrutural tem como principal função adequar ou estabelecer a separação entre
ambientes. Além disso, a alvenaria também tem como finalidade suportar cargas como peso de
telhado e lajes, resistir a cargas gravitacionais, resistir impactos, vedar espaços e fornecer
conforto acústico e térmico aos ambientes. Vale ressaltar que a alvenaria externa, por separar
o ambiente externo do interno, irá sofrer com as ações do vento, chuva, maresia, etc. Logo,
deverá garantir a durabilidade e a estanqueidade do interior da edificação.
A alvenaria estrutural é o tipo de construção que usa das técnicas de alvenaria na base da
edificação, ou seja, na sua estrutura, sendo um modelo de construção que garante o isolamento
e a sustentação de toda a edificação. É um dos tipos de construção mais antigos, com os alicerces
feitos de pedras brutas e assentados em barro, com registros desde a antiguidade.
Além das características já citadas, a alvenaria estrutural ainda funciona como a estrutura
central para a estabilidade do edifício. Por exemplo, a construção convencional usa vigas de
pilares que garantem esta sustentação, enquanto que na construção estrutural a própria
alvenaria (também chamada de “parede portante”) exerce essa função.
A alvenaria estrutural pode ser dividida em três tipos:
Alvenaria Estrutural Armada: os blocos são preenchidos com micro concreto que
envolve barras de aço;
Alvenaria Estrutural Não Armada: as paredes são feitas sem barras de ferro, sendo que
os reforços consistem em vergas ou contravergas fixas entre as paredes;
Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: quando algumas paredes recebem as barras
de ferro e outras não.
Um projeto feito com base na alvenaria estrutural, caso seja bem planejado, consegue atingir
altos índices de racionalização, ou seja, menos desperdícios de materiais, maior garantia de
obras com menos entulhos e sujeiras, e menor tempo de execução da obra. Além disso, há uma
redução no consumo de madeira e aço, por exemplo, em comparação com a construção
convencional.
Por outro lado, como toda a estrutura da edificação consiste nas próprias paredes, é necessária
a avaliação de um arquiteto e um engenheiro estrutural qualificado quando é preciso fazer
qualquer alteração no prédio, visto que a retirada de uma parede pode representar a queda de
toda a construção.
Seja como elemento estrutural ou como simples vedação, as alvenarias são sempre assentadas
em cima de uma base. Esta pode ser o baldrame, alicerce ou algum outro elemento estrutural.
O Baldrame é a viga da fundação que serve justamente de base para a alvenaria, ficando ao nível
do solo. Este deve ser devidamente impermeabilizado, sendo necessário esperar ao menos um
dia para a secagem completa da camada de impermeabilização antes de se iniciar a alvenaria
sobre ele. Já o alicerce é uma espécie de parede, já que em pequenas obras com fundações
rasas, ou mesmo obras que utilizam baldrame, é necessário levantar algumas fileiras horizontais
de tijolos, devidamente impermeabilizadas, para interligar a fundação às paredes.
2.2.1 Materiais e Equipamentos
O principal material para executar uma parede de alvenaria, depois dos tijolos, é a argamassa
de assentamento. Ela tem como função:
Para assegurar o desempenho pretendido, é necessário que a argamassa seja composta de água,
areia, cimento e/ou outros ligantes (como a cal), adições e adjuvantes. Sua mistura é realizada
numa betoneira de eixo inclinável até obter massa homogénea (geralmente 1 min).
Antes de começar a subir uma parede de alvenaria, algumas verificações são importantes.
Seguem alguns exemplos:
Quando uma alvenaria é mal executada, pode ter como consequências o engrossamento do
reboco em parede sem prumo, excesso de recorte em piso cerâmico ou porcelanato em parede
sem alinhamento, trincas, fissuras em portas e janelas sem verga e/ou contraverga, retrabalho
em vãos de portas e janelas sem dimensões necessárias, entre outros. Isso pode ocorrer por
falta de conhecimento ou atenção em 4 aspectos considerados básicos na execução da obra:
2.2.3.1 Marcação
A marcação da parede também pode ser chamada de locação das paredes e pode ser feita por
um topógrafo (depende do porte da obra e da precisão necessária).
A primeira ação a ser feita é conferir a modulação, que é a compatibilidade entre as dimensões
da parede que vai ser construída com as dimensões do componente (tijolo ou bloco). É desejável
que o componente caiba na dimensão da parede sem necessidade de quebras ou enchimentos.
Para fazer essa verificação devem-se enfileirar os componentes no piso, sem argamassa,
acomodando-os no trecho de parede que será executada, com juntas (espaços entre eles) de
aproximadamente 1 cm. Vale ressaltar que os blocos e tijolos são comercializados em diversas
dimensões, e o meio-bloco pode ser usado para facilitar a modulação.
A próxima etapa é definir as juntas entre as fiadas e os componentes. Existem dois tipos de
juntas:
Junta Amarrada: junta na qual cada fiada fica defasada meio comprimento do tijolo ou
bloco em relação à fiada de baixo. É a mais comum e recomendada, pois esta causa um
travamento dos componentes, o que favorece o aumento da resistência da parede.
Junta a Prumo: usada quando a alvenaria fica aparente e pretende-se conseguir um
efeito visual. No entanto, pode ser necessário que alguns reforços sejam feitos, para
evitar trincas nas juntas.
Com a junta definida, inicia-se o assentamento da primeira fiada. Vale ressaltar que fiada é uma
fileira horizontal de pedras ou de tijolos de mesma altura que entram na formação de uma
parede. O local deve estar completamente limpo, bem varrido, e molhado. Os tijolos ou blocos
devem ser também previamente molhados (não encharcados), pouco antes do assentamento.
O assentamento deve ser iniciado pelos cantos, espalhando-se uma camada de argamassa no
piso com a colher de pedreiro. A espessura dessa camada normalmente é maior que as das
demais (mais de 1 centímetro), para acertar o nível da primeira fiada, pois o piso sempre tem
alguma irregularidade. Cada bloco, depois de assentado, deve ter seu alinhamento, nível e
prumo conferidos.
Com o projeto de arquitetura em mãos, é feita a marcação da alvenaria no piso, observando as
dimensões dos ambientes, o esquadro e o alinhamento. As paredes também podem ser
marcadas tanto pelo seu eixo, como pela face do tijolo/bloco, desde que seja descontado a
espessura dos revestimentos (reboco, azulejos, etc).
Em uma reforma, a locação das novas paredes é mais fácil porque as paredes existentes servem
como referência para puxar as medidas.
2.2.3.2 Elevação
A elevação do castelo deve ser feita observando-se a planeza da face da parede (com a régua),
o nível e o prumo de cada bloco assentado. Para a conferência escolhe-se um dos lados da
parede, sendo que se a parede for externa, deve ser escolhido o lado externo.
Depois de executados os castelos, preenche-se o interior das paredes, fiada por fiada. Para o
alinhamento das fiadas usa-se uma linha-guia, presa em pequenos pregos fixados nas
extremidades de cada fiada, nos castelos, como se observa no desenho.
A argamassa deve ser estendida sobre a superfície da fiada anterior e na face lateral do bloco
ou tijolo que será assentado. A quantidade de argamassa deve ser suficiente para que um
excesso seja expelido quando o bloco for pressionado para ficar na posição correta. Esse excesso
deve ser raspado e pode ser reutilizado. Ainda que as linhas-guia facilitem bastante o controle
do alinhamento, do nível e do prumo, a cada 3 ou 4 fiadas, no máximo, deve ser conferida a
planeza, o nível e o prumo da parede.
2.2.3.3 Encunhamento
Para evitar esforços não previstos nas alvenarias, principalmente em edifícios altos, o
encunhamento deve ser feito somente depois de executada a elevação do último pavimento,
iniciando o encunhamento por este último andar e descendo- se na direção do térreo.
Dependendo também das definições adotadas no projeto estrutural do edifício, podem ser
adotadas outras técnicas que substituem o encunhamento, como a fixação (feita somente com
argamassa) e a ligação flexível, feita com produtos elásticos.
Quando há um encontro entre duas paredes de alvenaria deve haver uma ligação entre elas,
pois caso contrário poderá ocorrer uma trinca entre as duas. Existem duas formas para realizar
esta ligação:
“Amarrando” ou cruzando os blocos das duas paredes: essa técnica, embora bastante
eficiente do ponto de vista da rigidez da ligação, dificulta a modulação, dependendo das
dimensões dos ambientes e dos componentes.
Fazer as paredes sem amarração dos componentes e, a cada duas ou três fiadas são
inseridas pequenas barras de aço nas juntas, dentro da camada de argamassa, ligando
as duas paredes. Essa ligação pode ser feita também através de tela metálica, como se
vê nos desenhos.
A ligação também precisa ser feita quando a parede encosta num pilar, a fim de evitar uma trinca
ou fissura entre os dois. Também nesse caso costuma-se usar pequenas barras de aço inseridas
no pilar e na junta da alvenaria (chamadas também de “ferros-cabelo”), ou a mesma tela
metálica citada no item anterior, parafusada no pilar.
São pequenas vigas de concreto armado, que devem ser feitas em cima e em baixo das aberturas
da alvenaria, como vãos de portas e janelas, para evitar trincas nos cantos desses vãos. Devem
avançar no mínimo 20 em de cada lado do vão, e ter pelo menos duas barras de aço de diâmetro
de 5 mm. A altura pode ser de 5 cm, ou mais alta, para combinar com a modulação dos
componentes. As vergas e contravergas podem ser feitas também usando o próprio
componente da alvenaria (blocos canaletas preenchidos com concreto e com barras de aço no
seu interior), ou podem ser pré-moldadas na própria obra.
2.2.4.3 Embutimento de instalações
Os tijolos comuns resistem melhor aos cortes, ao passo que os furados são mais frágeis e
costumam estilhaçar, causando grandes rombos na parede. Por isso, devem-se usar tijolos
comuns em paredes ou trechos de paredes onde serão embutidas as tubulações de maior
diâmetro, como as de banheiros, que concentram tubulações hidráulicas. É recomendável
também riscar previamente a parede, demarcando- se com precisão os cortes e fazendo-os com
disco de serra diamantado.
Outra solução é passar as tubulações nos furos dos blocos. Para as instalações elétricas, por
exemplo, que são de pequeno diâmetro e existem em todas as paredes, isto pode ser feito sem
nenhuma dificuldade. Basta que o eletricista acompanhe a execução da alvenaria, passando as
tubulações na medida em que a parede vai sendo elevada. O chumbamento de caixas para
interruptores e tomadas também pode ser feito previamente nos blocos. Assim, os blocos
previamente preparados são colocados na alvenaria nas posições correspondentes às caixas de
tomadas e interruptores.
2.3 Aproveitamento dos Tijolos
Os tijolos que chegam à obra sempre contêm certa porcentagem de peças partidas. Estes
pedaços podem ser aproveitados nos alicerces e nos travamentos das paredes de 1 tijolo. Se a
parede for metade de tijolo e revestida, pode-se também usar estes pedaços. Entretanto, se for
metade de tijolo e ficar à vista, estes pedaços devem ser evitados, já que atrapalham a
amarração e ocasionam falhas no alinhamento e no prumo.
Devido a indústria de tijolos utilizar métodos arcaicos e ser incapaz de controlar com precisão
as variações de medida do próprio material, ocorrem variações entre os tijolos com mesma
dimensão. Justamente por estas variações é que o pedreiro deve seguir estritamente a régua
com a marcação (o cantilhão). Eventuais diferenças precisam ser compensadas a cada fiada para
que, ao chegar no respaldo, esteja tudo devidamente ajustado. As diferenças de dimensão nos
tijolos devem ser amortecidas a cada fiada, aumentando ou diminuindo a espessura da
argamassa.
3. Bibliografia