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Banu Hachem da mesma tribo.[4] Ela nasceu em Meca, provavelmente em 555.[5] Antes de
casar-se com Maomé, casou-se duas vezes com Abu Hala Malaque ibne Nabaxe ibne
Zarrara ibne Tamimi, um cliente do clã mecano de Abdal Dar de quem provavelmente se
divorciou — uma prática comum em Meca — e Utaique/Atique ibne Aide ibne Abdalá do clã
Maczum, que diz-se que faleceu e deixou-a viúva. A ordem dos casamentos é debatida, mas
talvez casou-se primeiro com Abu Hala e então Utaique e isso talvez se confirma pelo fato
de Alçaíde ibne Abi Alçaíde, sobrinho do último, tornar-se parceiro de negócios de Maomé.
Com Abu Hala, Cadija teve duas filhas de nome Hala e Hinde, enquanto que com Utaique
teve outra filha chamada Hinda.[6]
Diz-se que alimentava e vestia os pobres, assistia seus parentes financeiramente e dava
dotes de casamento aos casais pobres,[7] bem como que possuía um ídolo de Uza em sua
casa.[8] Antes de casar-se com Maomé, também tinha propriedade e pôde envolver-se no
comércio. W. Montgomery Watt sugeriu que essa independência provavelmente tem raízes
na persistência de antigas práticas baseadas na realeza matrilinear; como exemplo ele cita
o fato de a irmão de Cadija, Rucaica, ter uma filha chamada Umaima binte Rucaica.[6]
Tornou-se uma mercadora bem sucedida e diz-se que quando caravanas coraixitas
reuniam-se para viajar em sua jornada de verão à Síria ou sua jornada de inverno ao
Iêmem, sua caravana se igualava as caravanas dos outros mercantes coraixitas juntas. [9]
Era conhecida pelos títulos de Amaarate Coraixe ("Princesa de Coraixe"), Taira ("a Pura")
e Cadija Alcobra ("Cadija, a Grande").[7]
Ela não viajava em suas caravanas e contratava outros para negociar em seu nome por
uma comissão. Em 605 ou antes, precisava de um agente à transação na Síria.[6] Abu
Talibe recomendou seu sobrinho Maomé. Sua experiência no lido de caravanas no
negócio de Abu Talibe rendeu-lhe os títulos Alçadique ("o Verdadeiro") e Alamim ("o
Confiável" ou "Honesto"). Ela envio um dos seus pedindo que fosse a Bostra, na Síria, com
suas mercadorias e ofereceu-lhe o dobro do maior valor que já pagou a um coraixita e os
serviços de companheiro seu chamado Maiçara. Ele aceitou e foi acompanhado por
Maiçara.[10] Ao retornarem, Maiçara fez um bom relato da condução do negócio por
Maomé, que resultou no dobro do lucro esperado. Também informou-a que no retorno,
Maomé parou para descansar sob uma árvore e um monge que passava, de nome Nestor,
informou-o que "ninguém além de um profeta já alguma vez sentou embaixo dessa
árvore."[11]
Cadija então consultou seu primo Uaraca ibne Naufal[12] que lhe disse que caso Maiçara
estivesse dizendo a verdade, então Maomé era o esperado profeta dos povos. Diz-se que
ela teve sonho no qual o Sol descia do céu ao seu quintal, iluminando sua casa, e ao
relatá-lo a Uaraca ele disse-lhe para não se alarmar, pois o Sol indicava que o profeta iria
agraciar sua casa. A tradição afirma que, nessas circunstâncias, ela propôs o casamento a
Maomé, que aceitou. Watt, porém, descarta toda essa hipótese, bem como aquela que
Cadija embriagou seu pai para que este consentisse a união.[6]
Vida com Maomé[editar | editar código-fonte]
Iluminura do Siyer-i Nebi de Cadija e Maomé realizando o primeiro abdesto
Após sua experiência na caverna de Hira, Maomé retornou para Cadija em pânico,
pedindo-lhe que o cobrisse com um cobertor. Após acalmá-lo, ele descreveu-lhe o
encontro, que confortou-o com as palavras: "Alá certamente protege-o de qualquer perigo,
e nunca permitiria ninguém insultá-lo como se fosse um homem de paz e reconciliação e
sempre estendeu a mão da amizade para todos."[19] Pouco depois, ela relatou o ocorrido
para seu primo cristão Uaraca ibne Naufal e ele declarou que essa experiência era similar
aquela de Moisés quando recebeu a lei, ajudando a confirmar a crença de Maomé na
genuinidade da experiência.[6] Diz-se que Cadija morreu três dias após Abu Talibe em
619.[20]