Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
História Social
INTRODUÇÃO:
A capital maranhense durante a década de 1990 foi palco para inúmeros
confrontos entre gangues juvenis, que em vários momentos deixaram São
Luís assustada. Confrontos esses que tinham como catalisador as pichações.
O Hip Hop desde o seu surgimento em 1968, nos Estados Unidos, até os dias
atuais vem mantendo uma relação direta ou indireta com as gangues, sejam
elas voltadas para a delinqüência juvenil ou não.
O Hip Hop chega a São Luís nos anos de 1980, porém de forma espontânea.
No ano de 1989 surge o Movimento Hip Hop Organizado, que em 1992,
recebe o nome de Quilombo Urbano.
Diante do que foi citado, o trabalho tem como objetivos identificar como se deu
essa relação entre o Hip Hop e as gangues durante a década de 1990 a 2000.
Este período foi fixado porque é a partir dessa década que o Hip Hop estará
de fato organizado e também por ser a fase de maior efervescência de
gangues e confrontos entre as mesmas. O outro objetivo é mostrar quais
foram os resultados dessa relação.
Hoje são raras as pesquisas que abordam estes temas, o Hip Hop, que
carrega o estigma de ser a voz da favela, e as gangues, que assim como o
Hip Hop, está presente em praticamente todas as cidades médias e grandes.
METODOLOGIA:
A pesquisa surgiu de uma experiência pessoal, de uma fase da minha vida,
quando participava de uma gangue. Como a história de vida, segundo Marconi
e Lakatos (1986, p. 106), é uma técnica de pesquisa social que tenta obter
dados relativos à "experiência íntima" de alguém que seja importante para o
objeto de estudo e que a pessoa que fornece os dados tanto pode ser um
observador quanto um participante do fenômeno social, a pesquisa se revestiu
de forte caráter empírico, principalmente em seus primeiros momentos.
RESULTADOS:
No ano de 1993, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente
divulgou um mapeamento das gangues em São Luís e constatou o que o
Movimento Hip Hop já sabia, isto é, que as gangues são formadas
principalmente por jovens cuja idade varia entre 14 e 25 anos, todos eles
moradores de bairros periféricos. O Movimento Hip Hop vai mais além e
afirma também que a maioria dos membros das gangues são negros carentes
de todos os direitos básicos.
Dessa relação, podemos afirmar que durante os anos de 1990 surgiram vários
ativistas políticos de esquerda que tiveram seu primeiro contato com a teoria
marxista ainda quando estavam envolvidos com as gangues. Hoje esses
ativistas militam no próprio Quilombo Urbano ou em partidos de esquerda.