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G. Ciências Humanas - 5. História - 9.

História Social

ASES DE PERIFERIA: A RELAÇÃO DO HIP HOP COM AS GANGUES EM SÃO


LUÍS DO MARANHÃO NA DÉCADA DE 1990

Antonio Ailton Penha Ribeiro 1


José Antonnyone do Rosário Ericeira 1
Luciano Roberto Rodrigues de Sousa 1

(1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO/ UFMA)

INTRODUÇÃO:
A capital maranhense durante a década de 1990 foi palco para inúmeros
confrontos entre gangues juvenis, que em vários momentos deixaram São
Luís assustada. Confrontos esses que tinham como catalisador as pichações.

O Hip Hop desde o seu surgimento em 1968, nos Estados Unidos, até os dias
atuais vem mantendo uma relação direta ou indireta com as gangues, sejam
elas voltadas para a delinqüência juvenil ou não.

O Hip Hop chega a São Luís nos anos de 1980, porém de forma espontânea.
No ano de 1989 surge o Movimento Hip Hop Organizado, que em 1992,
recebe o nome de Quilombo Urbano.

O Hip Hop maranhense encontra na periferia da capital um habitat que permite


a ele se expandir, por outro lado, no fim da década de 1980 surgem as
primeiras gangues, que também tem como habitat a periferia.

Diante do que foi citado, o trabalho tem como objetivos identificar como se deu
essa relação entre o Hip Hop e as gangues durante a década de 1990 a 2000.
Este período foi fixado porque é a partir dessa década que o Hip Hop estará
de fato organizado e também por ser a fase de maior efervescência de
gangues e confrontos entre as mesmas. O outro objetivo é mostrar quais
foram os resultados dessa relação.

Hoje são raras as pesquisas que abordam estes temas, o Hip Hop, que
carrega o estigma de ser a voz da favela, e as gangues, que assim como o
Hip Hop, está presente em praticamente todas as cidades médias e grandes.

METODOLOGIA:
A pesquisa surgiu de uma experiência pessoal, de uma fase da minha vida,
quando participava de uma gangue. Como a história de vida, segundo Marconi
e Lakatos (1986, p. 106), é uma técnica de pesquisa social que tenta obter
dados relativos à "experiência íntima" de alguém que seja importante para o
objeto de estudo e que a pessoa que fornece os dados tanto pode ser um
observador quanto um participante do fenômeno social, a pesquisa se revestiu
de forte caráter empírico, principalmente em seus primeiros momentos.

Tendo a havido a percepção do problema, passou-se, mais conscientemente,


a uma observação participante, em que o observador toma contato com o
grupo, se incorpora ao grupo que está estudando (Idem, p. 68).

Ao mesmo tempo em que isto acontecia, buscou-se realizar leituras acerca do


tema, levantar fontes bibliográficas, livros, periódicos e paginas da internet que
tratassem do assunto, preparando-se a fundamentação teórica da pesquisa.

Passou-se então à realização de entrevistas informais e, depois, de


entrevistas formais, do tipo totalmente estruturada, isto é, "com questões
previamente formuladas" (Barros e Lehfeld, 1986, p. 110). Preferiu-se este tipo
de instrumento de coleta de dados exatamente por permite um relacionamento
mais próximo entre entrevistado e pesquisador e, também, favorecer a
observação das reações verbais e não verbais do entrevistado diante das
questões que lhe são colocadas. A entrevista contou de (X) perguntas, todas
elas do tipo aberta.

RESULTADOS:
No ano de 1993, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente
divulgou um mapeamento das gangues em São Luís e constatou o que o
Movimento Hip Hop já sabia, isto é, que as gangues são formadas
principalmente por jovens cuja idade varia entre 14 e 25 anos, todos eles
moradores de bairros periféricos. O Movimento Hip Hop vai mais além e
afirma também que a maioria dos membros das gangues são negros carentes
de todos os direitos básicos.

Em 1993, já existiam diversas gangues juvenis em São Luís. No entanto, a


primeira gangue de pichadores a atuar em São Luís foi a Garotos Rebeldes.
Ela reunia jovens de vários bairros da capital maranhense. Mas, no início da
década de 1990, ela começa a fragmentar-se, dando origem a outras
gangues. Com o surgimento de novas gangues, iniciam-se as disputas e a
rivalidade, "evoluindo" assim até os confrontos diretos.

Somente a partir do ano de 1992 é que o Movimento Hip Hop Organizado


Quilombo Urbano começa a desenvolver um projeto voltado especificamente
para a questão das gangues, o projeto Ruas Alternativas. Até antes do projeto
a relação do hip hop com as gangues era espontânea, isto porque o hip hop e
as gangues estavam sempre próximos, na periferia ou na Praça Deodoro,
onde acontecia a atividade Sexta Hip Hop.

O projeto alcançou resultados bastante positivos, pois o Quilombo Urbano


começou a ser chamado pelas próprias gangues para apaziguar conflitos e,
dessa relação, vários integrantes de gangues tornaram-se militantes do
Quilombo Urbano.
CONCLUSÕES:
A relação do Movimento Hip Hop com as gangues no primeiro momento deu-
se de forma espontânea e, num segundo, foi mais organizada, visto que o
movimento se relacionava com as gangues através do projeto Ruas
alternativa, que tinha como objetivo direcionar a rebeldia das gangues, pois a
violência produzida por elas esta se refletindo contra eles. Isto é, os conflitos
entre gangues não resolviam e não resolvem os problemas, só os aumentam.
O inimigo da periferia não mora na periferia. O inimigo é outro.

Dessa relação, podemos afirmar que durante os anos de 1990 surgiram vários
ativistas políticos de esquerda que tiveram seu primeiro contato com a teoria
marxista ainda quando estavam envolvidos com as gangues. Hoje esses
ativistas militam no próprio Quilombo Urbano ou em partidos de esquerda.

Outros, depois de terem contato com o Movimento Hip Hop, abandonaram as


gangues e há ainda quem não saiu, mas tem um respeito muito grande pelo
Hip Hop, fato este que pôde ser comprovado no sétimo festival de hip hop que
aconteceu na Praça Maria Aragão, onde estavam presentes membros de
várias gangues rivais, não ocorrendo nenhum incidente.

Trabalho de Iniciação Científica

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