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FORRAGEM

BOLETIM DA
Pecege . QCF . Esalq
02 SET/OUT 2015

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Alterações na qualidade da silagem de milho durante o armazenamento


João L. P. Daniel; Daniel Junges; Luiz. G. Nussio1

A obtenção de silagens de qualidade alta de- e aumento de eficiência produtiva. e técnicos de campo têm observado maior
pende de fatores como: colheita de plantas É de conhecimento comum que o valor quantidade de grãos inteiros nas fezes (Allen,
com maturidade adequada, velocidade de nutritivo de silagens é, tipicamente, menor 1998) e queda na produção de leite (Kung,
colheita, picagem, compactação, vedação do do que aquele da cultura fresca que a deu 2013) quando as vacas passam a receber
silo e manejo de retirada da silagem. Logo, origem (McDonald et al., 1991). Entretanto, silagens “novas”, ou seja, silagens fermenta-
silagens com alto valor nutritivo, livres de pa- pesquisas recentes com silagens de milho das por períodos curtos. Embora a baixa e
tógenos e toxinas e com estabilidade aeróbia e com grãos de milho com alta umidade re- a estabilização do pH de silagens ocorram
adequada somente são passíveis de serem portaram aumento de digestibilidade da MS entre três e sete dias, períodos entre 21 e 30
obtidas se todos os pontos críticos citados quando as silagens são armazenadas por pe- dias têm sido amplamente divulgados como
forem executados com sucesso, culminando ríodos longos (Hoffman et al., 2011; Junges adequados para a estabilização da fermenta-
em redução de perdas de matéria seca (MS) et al., 2013). Além disso, vários fazendeiros ção (Kung, 2013).

Quanto tempo o silo deve ser mantido fechado antes que a silagem seja fornecida

Fibra e amido são as principais fontes de nutrientes constituintes de plantas de milho (Allen et al., 2003). Consequentemente, ganhos im-
portantes em digestibilidade ao longo da estocagem devem se dar, obrigatoriamente, por alterações nestas frações. Para determinar a influ-
ência do tempo de estocagem na digestibilidade da fração fibra em detergente neutro (FDN), foram compiladas 64 médias de tratamentos.

Digestibilidade da fibra

Assim, observa-se que a digestibilidade da fração FDN diminui ao longo do armazenamento (Figura 1). Enquanto as alterações na fração
lignina são insignificantes e a hemicelulose é parcialmente solubilizada (Der Bedrosian et al., 2012). Então, por efeito de diluição, a perda
de porções da parede celular com maior digestibilidade culmina em menor digestibilidade do restante da fibra que permanece inalterada.

70
Digestibilidade de FDN (%)

65

60

55

50
0 100 200 300 400
Tempo de armazenamento (d)
Figura 1 – Efeito do tempo de armazenamento em dias, na digestibilidade de FDN

DANIEL, J.L.P.; JUNGES, D.; NUSSIO, L. G. Alterações na qualidade da silagem de milho durante o armazenamento. In: JOBIM, C.C., CECATO, U.,
1

CANTO, M.W., BANKUTI, F.I.. (Org.). V Simpósio: produção e utilização de forragens conservadas. 5ed.Maringá: Nova Sthampa, 2014, v. 1, p. 23-36.

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Digestibilidade do Amido

Para determinar a influência do tempo de es- des percentuais por dia (Figura 2). O valor encontrados em silagens estocadas por
tocagem na digestibilidade da fração amido, inicial de digestibilidade do amido pode ser mais tempo. De qualquer maneira, apesar
foram compiladas 76 médias de tratamentos. considerado baixo (64%), entretanto, deve- da digestibilidade do amido aumentar con-
A digestibilidade da fração amido aumentou -se ressaltar que estes valores foram obtidos tinuamente, os maiores benefícios ocorrem
0,31 unidades percentuais por dia, em até 28 por incubação in vitro durante 7h e o tempo no primeiro mês de fermentação. Portanto,
dias de armazenamento e, após esta fase, curto de exposição do substrato à digestão com vistas aos ganhos de digestibilidade da
a taxa de incremento de digestibilidade caiu pode ter favorecido o desaparecimento de fração amido, recomenda-se estocar a sila-
10 vezes para aproximadamente 0,03 unida- grânulos de amido prontamente digestíveis, gem por no mínimo um mês.

90
Digestibilidade de amido (%)

80

70

60

50

40
0 100 200 300 400
Tempo de armazenamento (d)
Figura 2 - Efeito do tempo de armazenamento em dias, na digestibilidade de amido

Os maiores ganhos na digestibilidade da matéria seca (MS) ocorreram no primeiro mês de armazenamento (Junges et al., 2013).
Visto que a digestibilidade da fração FDN diminui ao longo do tempo (Figura 1), a principal razão para os ganhos de digestibilidade
da MS ao longo da estocagem é o aumento de digestibilidade da fração amido (Figura 2). Considerando as dinâmicas de altera-
ções nas digestibilidade das frações amido e FDN de forma conjunta, podemos inferir que a forma da curva de digestibilidade da
MS seria similar àquela encontrada para digestibilidade do amido, ou seja, os maiores ganhos em digestibilidade ocorreriam no
primeiro mês de fermentação.

A hidrólise da matriz proteica, que circunda os grânulos de amido no endosperma dos grãos (Buchanan et al., 2000), é a explicação plau-
sível para maior acessibilidade do amido para digestão (Hoffman et al., 2011).

Silagens de milho e de grãos de milho com alta umidade

Ao contrário de culturas pobres em ami- digestibilidade da fração amido (Kung, as etapas do processo de ensilagem fo-
do e ricas em proteína (ex. alfafa, azevém, 2013). Além disso, pesquisas recentes rem executadas com critério. Recomen-
capins tropicais), a ocorrência de proteó- têm apontado o potencial de proteases dações tradicionais têm sugerido que sila-
lise pode ser considerada desejável em exógenas para manipular a digestibilidade gens de milho devem ser fermentadas por
silagens de milho e de grãos de milho do amido de silagens de milho (Windle et aproximadamente três semanas antes de
com alta umidade. Em silagens de grãos al., 2013). serem fornecidas aos animais. Entretanto,
úmidos ou planta inteira de milho, as con- Silagens com valor nutritivo elevado, livre pesquisas recentes sugerem mudanças
centrações de proteína solúvel e amônia de patógenos e toxinas, com estabilidade no valor nutritivo de silagens estocadas
apresentam correlação positiva com a aeróbia adequada só são obtidas se todas por mais tempo.

Com base nestes resultados, silagens de milho devem ser estocadas por no mínimo um mês, visando ganhos em digestibilidade,
mas se o objetivo for maximizar estabilidade aeróbia e digestibilidade, o silo deve ser mantido fechado por três ou quatro meses.

SET/OUT 2015 02
O maior investimento em estruturas de de infiltração de ar na massa ensilada. A composition and nutritive value of corn silage. Journal of
armazenamento e estoque de forragens adoção de estratégias de vedação com Dairy Science, v. 95, n. 9, p. 5115-5126, 2012.
deve ser avaliado durante a tomada de de- eficiência elevada e o uso de aditivos que
HOFFMAN, P.C.; et al. Influence of ensiling time and
cisão em relação ao tempo de armazena- melhorem a estabilidade aeróbia devem inoculation on alteration of the starch-protein matrix in
mento. Por exemplo, se ao invés de três ser considerados. high-moisture corn. Journal of Dairy Science, v.94, n. 5,
semanas, o produtor decidir esperar qua- p. 2465-2474, 2011.
tro meses (16 semanas) antes de iniciar o Referências Bibliográficas
fornecimento aos animais, o estoque de JUNGES, D.; et al. Fitting non-linear regression to maize
silage degradability across the storage period. In: 15th
forragem deverá ser 24% maior. Ignorar ALLEN, M. Strategies to maximize feed intake and milk yield International Conference on Forage Conservation,
boas práticas de conservação diminui o in early lactation. In: Proceedings... Western Canadian High Tatras, Slovak Republic, p. 89-90, 2013.
potencial de ganho em valor nutritivo, que Dairy Seminar. Red Deer, AB. 10-13 Mar. 1998. Department
possivelmente será sobreposto por maio- Agricultural Food, and Nutritional Science, University of KUNG, Jr. L. The effects of length of storage on the nutritive
res perdas de nutrientes, culminado em Alberta, Edmonton, AB, Canada, p. 45-55, 1998. value and aerobic stability of silages. In: DANIEL, J.L.P.;
elevação dos custos de produção da forra- SANTOS, M.C.; NUSSIO, L.G. (eds.). III Int. Symp. Forage
BUCHANAN, B.B.; GRUISSEM, W.; JONES, R.L. Quality and Conservation, July 22-23, Campinas, Brazil,
gem e de produtos gerados pelos animais Biochemistry and Molecular Biology of Plants. American p. 7-19, 2013.
(ex. leite e carne). Quanto maior o tempo Society of Plant Biologists, Rockville, MD. 2000.
de estocagem, maior a exposição do silo McDONALD, P.; HENDERSON, N.; HERON, S. The
a intempéries climáticas (ex. raios UV) e, DER BEDROSIAN, M.C.; NESTOR, K.E.; KUNG, Jr. L. The biochemistry of silage, 2nd ed. Chalcombe Publications,
consequentemente, maiores as chances effects of hybrid, maturity and length of storage on the Marlow, 1991.

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INFORMAÇÕES ECONÔMICAS

Custo de produção da cana-de-açúcar safra 2014/2015


Visão do setor sucroenergético
Haroldo Torres1; Glauber dos Santos;

Como se comporta o custo de produção da compreendeu as fases do preparo de solo uma análise comparativa entre as regiões
cana-de-açúcar em propriedades que utili- ao estágio de colheita, excluindo as fases Centro-Sul Tradicional (SP e PR), Centro-Sul
zam esta cultura como fonte de volumoso? seguintes em virtude da diferença do ma- Expansão (MG, GO, MS e MT) e Nordeste,
Na intenção de estabelecer valores para quinário e métodos. observam-se algumas diferenças pontuais
comparação, esta seção apresenta o custo Há mais de 10 anos o PECEGE/ESALQ entre os estágios de produção (formação
de produção da cana-de-açúcar encontrado realiza o acompanhamento do custo de do canavial, tratos soca e colheita), deter-
por agricultores do setor sucroenergético. produção da cana-de-açúcar destinada à minadas principalmente, pelos sistemas
Para efeito de comparação, este custo fabricação de açúcar, etanol e energia. Em de produção vigentes.

Preparo do solo

Considerando o preparo de solo, observa-se que os custos – em valores absolutos (hectare cultivado) – na macrorregião “Expansão” são
cerca de 30% menores quando comparados ao da “Tradicional”, o que se deve ao preparo de solo reduzido (Quadro 1).

Gestor de projetos PECEGE/ESALQ; haroldo@pecege.esalq.usp.br


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Plantio

No plantio, a situação se inverte, a região de plantio mecanizado, que comparativa- em torno de R$ 680,00/hectare, o que é
“Expansão” gasta em torno de 5% a mais mente ao manual. Em termos relativos, explicado pela diluição de custos na região
quando comparado à “Tradicional”, o que ou seja, R$/hectare colhido, entretanto, os “Expansão”, em função da maior longevida-
em partes é justificado pelo maior índice valores entre as regiões são semelhantes, de do canavial.

Formação do canavial e tratos soca

Os tratos culturais do canavial, tanto em quenas diferenças, devido, principalmente, sensivelmente mais elevados, dado que os
“planta” como em “soca”, se mostram se- aos diferentes tipos de produtos utilizados, painéis desta macrorregião declaram, em ge-
melhantes entre os produtores modelo da em especial, defensivos. No caso de tratos ral, maior utilização de doses de corretivos de
região “Tradicional” e “Expansão”, com pe- soca, os resultados para “Expansão” são solos, aumentado os custos neste estágio.

Justificativa das diferenças dos custos de produção

Apesar dos aspectos pertinentes aos sis- a remuneração da terra é balizada pelo dicional”, o alto valor atribuído à remune-
temas de produção justificarem parte das indicador de contratos de arrendamento, ração do proprietário – quase três vezes
diferenças dos custos de produção entre na região “Tradicional” os gastos com tal maior que a região “Expansão” –, dado a
as macrorregiões, os fatores que mais pe- despesa são praticamente o dobro quan- relação direta com a escala de produção,
sam, do ponto de vista econômico, são de do comparados aos da região “Expansão”. que a propósito, influencia também na de-
origem administrativa. Considerando que Além disso, chama atenção na região “Tra- preciação de benfeitorias.

Quadro 1 - Detalhamento dos fatores de formação dos custos de produção de cana-de-açúcar na safra 2014/2015.

Descrição Expansão
Descrição
R$/ha R$/t % R$/ha R$/t %

Preparo de solo 284,61 3,9 8,3 186,96 2,15 7,3

Plantio 674,12 9,23 19,6 694,68 7,98 27,3

Tratos planta 90,1 1,23 2,6 86,02 0,99 3,4

Remuneração da terra 1.316,50 18 38,3 750,91 8,63 29,5

Outros 1.074,89 14,7 31,2 828,09 9,52 32,5

Arrendamento 127,4 1,75 — 205,11 2,36 —

Despesas administrativas 328,14 4,5 — 351,45 4,04 —

Depreciação benfeitorias (D) 31,62 0,43 — 15,88 0,18 —

Remuneração do proprietário 502,13 6,88 — 184,97 2,13 —

Remuneração do capital 85,6 1,17 — 64,19 0,74 —

TOTAL 3.440,22 47,11 100 2.546,66 29,27 100

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Glauber dos Santos, Daniel Junges e Haroldo Torres.

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