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Resumo: Este estudo trata sobre a criatividade em aulas particulares de instrumento musical
e canto. O objetivo geral foi investigar a concepção de criatividade de discentes, de cursos de
graduação (licenciatura/bacharelado) e de mestrado e doutorado, que atuam como
professores de instrumento musical, procurando também compreender de que forma a
criatividade está presente em suas aulas. Neste texto trazemos um recorte da pesquisa,
apresentando os resultados acerca da concepção sobre criatividade dos participantes. Como
metodologia, utilizamos um estudo de levantamento realizado por meio de um questionário.
Participaram da pesquisa 39 alunos da graduação ao doutorado, de uma universidade pública
de ensino do sul do Brasil. Os resultados indicaram que, embora os participantes possuíssem
diferentes concepções sobre o que é a criatividade, a maioria a compreendia como um
processo cognitivo que pode ser desenvolvido, bem como focavam suas atenções mais no
processo criativo que propriamente no produto criativo. Os resultados deste estudo, portanto,
podem colaborar com outras pesquisas sobre a criatividade no ensino, promovendo a reflexão
sobre a relevância de se valorizar tal perspectiva especificamente no contexto do ensino
instrumental.
Palavras-chave: criatividade, educação musical, instrumento musical
1. Introdução e fundamentação
2. Metodologia
3. Resultados e Discussões
Instrumentos
25
20
15
10
Tempo de atuação
14
12
10
0
menos de 1 ano 1 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 9 anos 10 a 12 anos mais de 13 anos
1
Número de vezes que foi citada.
0 5 10 15 20 25 30
A subcategoria invenções, por sua vez, dentro da categoria criação, abarcou menções
mais genéricas como: “criar”, “invenção” e “criação de ideias musicais”. A premissa básica
nestas respostas é que o aluno utilize o conhecimento para desenvolver algo próprio, ao invés
de apenas reproduzir exercícios e músicas prontas. Santiago (2006) chama a atenção para
importância dos professores de música estarem estimulando de forma gradual seus alunos ao
improviso, composição, escuta ativa, execução de música de ouvido. Segundo a autora, esses
hábitos estarão possibilitando uma familiarização crescente do estudante com a amplitude do
universo musical, conhecimento dos estilos musicais, capacidade de improviso diante de
desafios performáticos, desenvolvimento de sensibilidade auditiva e interpretativa.
Para alguns participantes da pesquisa, ter domínio técnico sobre o instrumento
musical garante uma fluidez e confiança importante para a manifestação da criatividade
musical. Sternberg (2010) descreve aspectos pelos quais a psicologia cognitiva tem estudado
o tema da criatividade, um deles, “é aquilo que você sabe”, vincula essa capacidade ao nível
de conhecimento que a pessoa tem, à uma perícia conquistada com afinco e dedicação que
permite um leque de novas possibilidades. Csikszentmihalyi (1996) reforça que ter uma
fluidez pelos conhecimentos do domínio no qual pretende-se exercer a criatividade é um dos
fatores essenciais para que isso seja possível, por essa perspectiva, poderíamos dizer que o
estudante eleva sua capacidade criativa na música ao desenvolver a habilidade de manejar
seu instrumento, juntamente com o desenvolvimento da escuta e o estudo das bases
teóricas e da música.
Na resposta abaixo, o participante atribui a capacidade de encontrar formas
diferentes de execução, ao nível de conhecimento técnico e de familiarização com o
4. Conclusão
CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. Creativity: flow and the psychology of discovery and invention.
New York: Harper Collins, 1996.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SANTIAGO, Patrícia. A integração da prática deliberada e da prática informal. Per Musi, Belo
Horizonte, n.13, p.52-62, 2006.
STERNBERG, Robert Jeffrey. Psicologia Cognitiva. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
SWANWICK, Keith. Ensino Instrumental enquanto ensino da música. Trad. Fausto Borém de
Oliveira. Cadernos de Estudo: Educação Musical. São Paulo, n. 4, v.5, p.7-14, nov., 1994.