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Análise jurídica sobre o

instituto da eutanásia.
laissnogueira.jusbrasil.com.br

Laís de Sá Nogueira Souza (FACESF)

laiss.nogueira@hotmail.com

Leonardo Barreto Ferraz Gominho (Estácio FAL)

ferrazbar@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar a prática da


eutanásia, por meio do seu conceito, das suas
modalidades e principalmente levantando em conta
os aspectos sociais, médicos e jurídicos. Desta forma,
a presente produção científica convida à reflexão a
respeito do tema, infelizmente ainda vago na esfera
jurídica brasileira, mas tão importante para o meio
acadêmico-científico das áreas do Direito e da Saúde,
como para qualquer cidadão está sujeito a
protagonizá-lo.

Palavras Chave:
Eutanásia; Morte Digna; Suicídio Assistido;
Dignidade.

1 Introdução

A eutanásia é um assunto ainda em debate. O direito


à morte digna ou o direito incondicional à vida?
Promover a morte de alguém diante de grande
sofrimento e compaixão toma a sociedade e divide
opiniões.

Maria Helena Diniz[1] define que a “deliberação de


antecipar a morte de doente irreversível ou terminal,
a pedido seu ou de seus familiares, ante o fato da
incurabilidade de sua moléstia, da insuportabilidade
de seu sofrimento e da inutilidade de seu
tratamento”.

A eutanásia é praticada por grande parte dos povos


primitivos para o extermínio de indivíduos
portadores de deficiências e doenças incuráveis; o
uso do método passou a ser condenada apenas a
partir do judaísmo e do cristianismo, que pregavam
que a vida é sagrada[2].

Os anos se passaram, as hipóteses e concepções


mudaram, novos termos foram relacionados, o
procedimento passou a ganhar destaque na
sociedade pelos avanços da medicina, pelas mídias, e,
no entanto, ainda não é abordado pela nossa atual
legislação.

Por se tratar de um tema polêmico e subjetivo,


requer minuciosa análise, levando em conta critérios
éticos (principalmente na seara da ética médica),
religiosos, jurídicos e sociais.

A ciência como um todo teve e continua a ter um


desenvolvimento bastante intenso, e a medicina
também não seria diferente. Várias doenças dantes
impossíveis de cura e até de tratamento, hoje ou são
totalmente curáveis ou pelo menos podem ser
tratadas e combatidas. Mesmo com todos esses
avanços indiscutíveis, a medicina ainda não
conseguiu dominar plenamente todos os casos de
doenças conhecidos[3].

Por se tratar de um tema dotado de uma relevância


bastante acentuada, pois envolve nada mais nada
menos do que a legalização da prática médica de por
fim a vida de um ser humano, a eutanásia tem tido
uma grande atenção por parte da população em geral
e, por conseguinte, da mídia.

A eutanásia não é um assunto terminado, nem muito


menos fundamentando e estudado a fundo pelos
nossos legisladores em nossos códigos e leis. Essa
deficiência formal das nossas normas jurídicas abre
algumas possibilidades de adoção pela justiça
nacional.

Quando nos deparamos com casos de doentes em


estado terminal, com sua vida terrena condenada
pela classe médica, principalmente se o doente for
um de nossos familiares, um impacto sentimental
bastante forte nos atinge de frente.

Uma das soluções que poderá vir a ser adotada é a


liberação da prática da eutanásia. Nesse caso a
adoção do método ficaria totalmente sujeito a
vontade do paciente, cabendo a ele próprio tomar a
decisão que julgar mais “vantajosa” a sua
interpretação; a justiça não poderia intervir caso o
doente condenado queira por um fim a sua vida e
sofrimento. A intervenção do Estado se daria
unicamente se a vontade do paciente estivesse sendo
violada, seja por familiares, médicos e ou qualquer
outra pessoa ou entidade[4].

A outra alternativa seria a total proibição da prática


e uso do método. Com essa adoção o Estado teria
total poder para não permitir que o apelo à eutanásia
fosse concretizado em qualquer circunstância;
obrigando o paciente a pelejar até o fim com a
doença em busca da cura. A morte seria de cunho
natural e não artificial.
Transcorrida esta etapa abordaremos a respeito da
etimologia usual empregada a respeito deste estudo.
Importante frisar a necessidade de se desenvolver
corretamente a etimologia, pois pela simples análise
da formação da palavra veremos o conceito dela para
as primeiras civilizações e daí decorrerá o trabalho
com o estudo dos termos inerentes.

2 A etimologia

A eutanásia é um termo adotado por Francis Bacon


em 1623 na sua obra Historia vitae et mortis. A
palavra deveria do grego “eu” (bem, bom, belo) e
“thanatos” (morte), significando assim a boa morte,
a morte doce, a morte sem dor nem sofrimento[5].

Francis Bacon inclusive era a favor do uso do método


pelos médicos nas situações em que o enfermo
atormentado já não dispusesse mais de meios para se
curar ao argumentar: “a meu ver eles (médicos)
deveriam possuir a habilidade necessária a dulcificar
com suas mãos os sofrimentos e a agonia da
morte”[6].

Analisada a etimologias passaremos a abordar a


evolução histórica da eutanásia.

3 A evolução histórica
Por se tratar de uma prática que passou a ter um
maior destaque na sociedade há poucos anos,
principalmente pelos avanços dos métodos médicos,
a eutanásia é um tema praticamente não abordado
na atual legislação brasileira.

Assim, a única alusão que poderia ser feita é a


inserção no artigo 121 do Código Penal[7], que prevê
pena de seis a vinte anos de reclusão quando o
médico abrevia o sofrimento da vítima, mesmo com a
alegação de piedade ou compaixão, cometendo assim
o crime de homicídio simples.

Apesar de a discussão do método da eutanásia e a sua


legalização ter ganho atenção apenas nesses últimos
anos, a sua prática e uso já datam de alguns séculos
atrás, sendo que ela só passou a ser condenada a
partir do judaísmo e do cristianismo, tendo em vista
que a vida tinha e continua a ter, mesmo com
algumas heresias infiltradas em certas igrejas, um
caráter sagrado. A grande maioria das sociedades
que antecederam a ascensão do judaísmo e do
cristianismo admitia e praticava a morte voluntária
de indivíduos que fossem portadores de doenças ou
deformidades incuráveis. Genival Veloso de França
[8] relata que:

Na Índia de antigamente, os incuráveis eram jogados


no Ganges, depois de se lhes vedar a boca e as
narinas com a lama sagrada. Os espartanos, conta
Plutarco em Vidas Paralelas, do alto do monte
Taijeto, lançavam os recém-nascidos deformados e
até anciãos, pois "só viam em seus filhos futuros
guerreiros que, para cumprirem tais condições
deveriam apresentar as máximas condições de
robustez e força". Os Brâmanes eliminavam os
velhos enfermos e os recém-nascidos defeituosos por
considerá-los imprestáveis aos interesses do grupo.
Em Atenas, o Senado tinha o poder absoluto de
decidir sobre a eliminação dos velhos e incuráveis,
dando-lhes o conium maculatum - bebida venenosa,
em cerimônias especiais. Na Idade Média, oferecia-se
aos guerreiros feridos um punhal muito afiado,
conhecido por misericórdia, que lhes servia para
evitar o sofrimento e a desonra. O polegar para baixo
dos césares era uma indulgente autorização à morte,
permitindo aos gladiadores feridos evitarem a
agonia e o ultraje.

De acordo com o relato acima, percebe-se que a


morte provocada conscientemente é algo originado e
fundamentado historicamente em regiões que
continham, e que muitas ainda hoje contêm, um
pensamento religioso pagão, envolto de misticismos
e focando sempre a ótica física do ser, colocando a
autossuficiência da sociedade acima do valor de
viver, e pior ainda, na grande maioria dos casos não
dando nem a opção de a vítima opinar quanto ao seu
destino vital. Graças à cultura judaico-cristã é que a
vida ganhou apoio e forças para ocupar o lugar de
que nunca deveria ter saído, o lugar de prioridade
sobre a morte.

Stella Bonici[9], em uma matéria jornalística sobre o


tema, pincela:

Eslavos, Escandinavos e Celtas apressavam a morte


de seus pais velhos e enfermos. Povos nômades e
alguns índios brasileiros matavam os velhos, doentes
e feridos para que eles não ficassem abandonados à
sorte, não fossem presas fáceis para alguma fera, ou
para não serem alvos fáceis ao inimigo. Na Índia,
velhos e doentes eram levados às margens do rio
Ganges, onde tinham suas bocas e narinas tampadas
por uma lama sagrada, e, logo depois, eram lançados
na água. Na Birmânia, doentes incuráveis eram
enterrados vivos.

E a discussão a cerca dos valores sociais, culturais e


religiosos envolvidos na questão da eutanásia vem
desde a Grécia antiga. Platão, Sócrates e Epicuro
defendiam a idéia de que o sofrimento resultante de
uma doença dolorosa justificava o suicídio. Em
Marselha, nessa época, havia um depósito público de
cicuta a disposição de todos. Já indo na contramão do
pensamento desses filósofos, temos Aristóteles,
Pitágoras e Hipócrates, que condenavam o suicídio.
No juramento de Hipócrates consta: “eu não darei
qualquer droga fatal a uma pessoa, se me for
solicitado, nem sugerirei o uso de qualquer uma
deste tipo”.

Desta maneira, a sociedade antiga utilizava a


eutanásia para diversos fins, um deles era o controle
populacional, haja vista que eliminando os enfermos
e fracos os demais poderiam progredir ou até mesmo
se locomover livre do fardo de cuidar de pessoas
enfermas e/ou frágeis. Outras civilizações utilizava a
prática para fins de controle de enfermidades, pois
ao eliminar pessoas em estágio terminal, na mente
deles, estariam controlando a situação epidêmica.
Outros povos a empregavam na tentativa de controle
político.

Dito isto nos devemos esclarecer que a eutanásia,


atualmente, divide-se em três modalidades, que são
chamadas de libertadora, piedosa e eugênica (ou
econômica). Na forma libertadora, o enfermo
incurável pede que se lhe abrevie a dolorosa agonia,
com uma morte calma, indolor. Já na forma piedosa,
o moribundo se encontra inconsciente, e, tratando-se
de caso terminal que provoca sofrimento agudo,
proporcionando horríveis espetáculos de agonia, seu
médico ou seu familiar, movido por piedade, o
liberta, provocando a antecipação de sua hora fatal.
Quanto à forma eugênica, trata-se da eliminação
daqueles seres apsíquicos e associais absolutos,
disgenéticos, “monstros de nascimento, idiotas
graves, loucos incuráveis” e outros. Essa modalidade
está presente na lembrança histórica das atrocidades
dos nazistas, contra judeus e outras minorias, em
prol da apuração da raça ariana[10].

Desta maneira, a eutanásia é um assunto que envolve


praticamente todos os setores da sociedade e para
que se possa chegar a uma solução viável para a
questão de sua legalização é necessário a ponderação
desses setores e a observância da ética médica,
religiosa, social e jurídica vigente. Logo, esta análise
não pode ser colocada de lado nessa questão, mas,
sim, são é a peça fundamental para a resolução do
embate da legalização da prática da eutanásia.

Após trataremos a respeito dos termos e espécies de


eutanásia.

4 Termos e espécies de eutanásia

A eutanásia significa que qualquer ato cometido ou


omitido com o propósito de causar ou acelerar a
morte de um ser humano após o seu nascimento, com
o propósito de pôr fim ao sofrimento de alguém[11].
Podemos classificar a eutanásia em ativa ou passiva.
Na eutanásia ativa o ato específico é uma atitude
positiva, cometida para levar a morte imediata do
paciente independe de sua vontade. A prática é
acobertada na Bélgica e na Holanda; Já na eutanásia
passiva o ato é omitido, mas ainda assim intencional,
de deixar de fazer o que está ao alcance para salvar o
paciente, facilitando sua morte[12].

Polêmica como a eutanásia é ela não se limita apenas


a esta divisão, a polêmica se espalha e novas espécies
merecem comentários. Termos como suicídio
assistido, distanásia, ortotanásia e paciente terminal
ganham ênfase nas discussões inerentes a eutanásia.

O suicídio assistido é tido quando o próprio paciente


pratica o ato contra si próprio. A prática é aceita na
Suíça, país em que já existe uma clínica especializada
em suicídio assistido, e no estado do Oregon, nos
Estados Unidos da América, onde médicos podem
prescrever coquetel letal para pacientes terminais
[13].

A distanásia se trata de uma atitude médica que,


visando prolongar a vida de paciente terminal se
utiliza de meios terapêuticos, cujos efeitos são
inúteis, pois não levam à cura ou a melhora e só
aumentam o sofrimento do paciente e da família. O
termo também pode ser empregado como sinônimo
de tratamento fútil ou obstinação terapêutica[14].

Já a ortotanásia é utilizada em pacientes terminais


para caracterizar a morte correta ou no seu tempo
certo. Significa a humanização da morte, sem
abreviá-la e nem prolongá-la desproporcionalmente.
Acontece na hora correta. Os médicos defensores
desta prática concordam que o paciente tem direito
de morrer em casa ao lado de sua família. Para tanto,
observa-se o conforto do paciente para que este
passe os seus últimos momentos serenamente. No
meio jurídico, após a Resolução 1.805/2006, a
ortotanásia significa eutanásia passiva. No entanto,
os médicos preferem chamar de morte natural[15].

No que diz respeito a paciente terminal, de acordo


com Genival Veloso de França[16], é aquele que, na
evolução da doença, não mais responde a nenhuma
medida terapêutica conhecida e aplicada, sem
condições de cura ou prolongamento da
sobrevivência, necessitando apenas de cuidados que
lhe facultem o máximo conforto e bem-estar. O
quadro de coma não é de paciente terminal. É um
paciente inconsciente que pode acordar a qualquer
hora e viver muitos anos. O demente também não é
um paciente terminal. É uma doença crônica
incurável, mas que pode viver muitos anos.
Assim, devemos considerar no caso concreto como
proceder da melhor forma e analisarmos qual a
forma de eutanásia empregada.

Ademais, sempre devemos ter em mente a necessária


ideia de observarmos o que está sendo decidido e
empregado fora de nosso país para depois, se for o
caso, utilizarmos o instituto em nosso território.
Desta maneira, iremos explanar como se legaliza a
eutanásia.

5 A legalização

A legalização da eutanásia implica maneiras de


“burlar” o delito de homicídio sob a aba da piedade,
o auxílio ao suicídio pelo pretexto da libertação; com
o passar do tempo, será menos criteriosa e mais
banalizada, o que será discutido ao longo deste
trabalho. Assim, vão inovando as suas modalidades,
a exemplo do aborto que se inclui no conceito de
eutanásia, até porque o feto tem a sua vida ceifada
pela vontade do (a)(s) genitor (a)(e)(s), que
acreditam ser esta a melhor decisão.

Por não ser um assunto devidamente ajustado pelas


leis e códigos brasileiros, nem sequer arroteado
pelos nossos legisladores, falta posicionamento legal
sobre a prática eutanásia, há posicionamentos
jurisprudenciais diversos, tomados pela livre
convicção. E, nestes casos, só se tem dois caminhos.

Um deles é a liberação da adoção do método, que


ficaria totalmente a mercê da vontade do paciente,
cabendo a ele próprio tomar a decisão que julgar
apropriada. Assim, a justiça não poderia intervir
caso o doente condenado liquidar sua vida de
sofrimento, exceto se a vontade do paciente estivesse
sendo violada por familiares, médicos e ou qualquer
outra pessoa ou entidade.

A outra solução seria a defesa da prática e uso do


método. Desta forma, o Estado teria plenos poderes
para não permitir a eutanásia, em qualquer
circunstância; estando o paciente obrigado a pelejar
até o fim com a doença em busca da cura,
aguardando sua morte natural.

Transcorrido esta etapa passaremos a abordar e


analisar os países que legalizaram o legitimaram a
eutanásia e o suicídio assistido.

6 Os países que legalizaram

Devemos ter em mente que diante da cultura


contemporânea a tradição moral ainda impera e
barra a legalização da eutanásia. Assim, são poucos
os países que têm legislações específicas sobre a
eutanásia.
Quando se trata de tema polêmico e legalização já
nos vem à mente a Holanda, primeiro país do mundo
a legalizar a eutanásia e o suicídio assistido, sob uma
série de condições, o paciente precisa fazer o pedido
em estado de “total consciência”, sofrer dores
insuportáveis e ser portador de uma doença
incurável. De acordo com jornal “The Guardian”, os
coquetéis de drogas letais foram administrados, sob
supervisão médica, a 3.136 (três mil e cento e trinta e
seis) pessoas apenas no ano de 2010. Outra prática
originalmente regulamentada no país, desde 2005, é
a chamada sedação paliativa, na qual médicos
induzem o coma e retiram a hidratação e nutrição de
pacientes com expectativa de vida inferior a duas
semanas[17].

Todavia não podemos imaginar que a decisão para a


permissão veio do nada. Os debates começaram com
o chamado caso Postma, em 1973. A médica
Geertruida Postma, em 1973, foi julgada e condenada
pela prática de eutanásia (homicídio) contra a sua
própria mãe. A idosa senhora estava doente e
reiteradamente implorava que a filha lhe abreviasse
a vida. Diante do caso concreto e de diversas
manifestações públicas a jurisprudência do país foi
se abrandando e estabelecendo critérios gerais para
a prática da eutanásia, mas a legalização só se deu
em 2001 quando o país finalmente legalizou a prática
da eutanásia e do suicídio assistido, alterando os
artigos 293 e 294 da Lei Criminal Holandesa. Isto só
é possível se o paciente tiver uma doença incurável e
estiver com dores insuportáveis; se o paciente deve
ter pedido, voluntariamente, para morrer e; só
depois que um segundo médico tiver emitido sua
opinião sobre o caso. Frise-se que a eutanásia e o
suicídio assistido sofrem intenso controle de uma
comissão regional formada por médicos, juízes e
sociólogos que devem se manifestar pela viabilidade
ou não do procedimento e em caso de dúvida o caso é
submetido ao poder judiciário[18].

Diante da análise realizada na Holanda, a sua vizinha


Bélgica seguiu os seus passos e em 2002 a eutanásia
foi legalizada no país. Para tanto, as pessoas
saudáveis podem deixar registrado o seu desejo de
morrer caso entrem em estado de inconsciência ou
coma durante uma doença terminal. A Lei Belga não
menciona o suicídio assistido, já que naquele país os
médicos não podem simplesmente prescrever drogas
letais, pois são obrigados a administrá-las e
acompanhar o paciente até o momento da morte. A
legislação belga é considerada menos restritiva, e
mesmo pessoas sem doenças terminais já recorreram
a eutanásia. A polêmica se deu em fevereiro de 2014
quando a Bélgica permitiu também a eutanásia em
crianças, sendo os pais os responsáveis pela decisão
[19].

A Suíça possui uma legislação bastante parecida com


a da Alemanha, mas as autoridades suíças são menos
rigorosas. Importante frisar que nos dois países a
eutanásia é proibida, porém o suicídio assistido é
permitido, desde que o paciente não tenha a ajuda de
terceiros no momento de sua morte. No entanto, a
Suíça não se opõe à atuação de entidades que
orientam e oferecem estrutura para aqueles que
desejam morrer, o que contribui para a existência de
um mórbido “turismo da morte”, com doentes de
diversos países viajando até lá especificamente para
encerrar suas vidas[20].

Quanto a este “turismo” existem duas associações


locais que promovem de forma rápida e indolor a
morte dos pacientes, trata-se da Dignitas e da Exit. A
Dignitas promove mortes assistidas em um
apartamento em Zurique e já conta com mais de dois
mil associados, desde a fundação da organização
mais de cento e quarenta pessoas já se suicidaram no
local, tomando uma dose letal de barbitúricos
preparada por enfermeiros da organização. O que
assusta é que 80% (oitenta por cento) dos “clientes”
são estrangeiros. No caso da associação Exit, existem
critérios mais rígidos, na medida em que eles apenas
fazem o procedimento em cidadãos suíços ou
estrangeiros residentes na Suíça[21].

Nos Estados Unidos da América cada Estado


Federativo possui competência para legislar.
Atualmente cinco estados autorizam a prática do
suicídio ou morte assistida, método no qual o
próprio paciente ingere medicamentos letais
previamente prescrito por médico. O Oregon, no ano
de 1997, por meio do chamado “Death with Dignity
Act”, foi o primeiro a permitir que médicos receitem
medicamentos letais aos pacientes em estado
terminal que manifestarem sua intenção de abreviar
a morte. Em 2001 a Suprema Corte decidiu por seis
votos a favor e três contra, a Lei do Oregon foi
julgada constitucional, argumentando os juízes
vencedores que cabe ao próprio Estado estabelecer
limites ao exercício da medicina. Em 2008 o Estado
de Washington foi o segundo a legalizar a prática da
morte assistida nos EUA. Lá se exige que o paciente
em estado terminal seja diagnosticado com menos
seis meses de vida, deve ser maior de idade e estar
consciente da sua escolha. O terceiro foi Vermont,
entretanto, foi o primeiro Estado a legalizar a prática
via processo legislativo e não referendo. A lei
estabelece como requisito a necessidade de
manifestação favorável de dois médicos, avaliação
psicológica e um período de espera de dezessete dias
antes da ingestão dos medicamentos. No estado de
Montana a morte assistida é autorizada via processo
judicial. Por fim, importante mencionar que no
Estado do Texas a Lei de “Advance Directives Act”
autoriza em determinados casos que médicos e
hospitais paralisem os tratamentos quando estes se
mostrarem inadequados ou fúteis, permitindo,
assim, a chamada eutanásia passiva[22].

Na América do Sul também existem discussões


jurídicas sobre o assunto, embora nenhum país
tenha leis específicas. No Uruguai, o Código Penal
prevê, desde 1934, que os juízes têm a possibilidade
de isentar quem comete “homicídio piedoso”, o que
na prática coloca nas mãos de cada juiz a decisão
sobre casos de eutanásia. O suicídio assistido,
porém, é crime em qualquer hipótese[23].

O Uruguai foi o primeiro país moderno do mundo a


tolerar a eutanásia, desde que se preencha três
condições básicas: a) ter antecedentes honráveis; b)
ser realizado por motivo piedoso; c) a vítima ter feito
reiteradas súplicas[24].

A Colômbia adotou um procedimento parecido com o


uruguaio. Em maio de 1997, a Corte Constitucional
Colombiana decidiu que os juízes podem isentar
quem cometa o homicídio piedoso, desde que exista
“consentimento prévio e inequívoco” do paciente em
estado terminal. A decisão, no entanto, contrasta
com o Código Penal do país, que ainda prevê o ato de
homicídio piedoso como crime, com pena de seis
meses a três anos de detenção[25]. A eutanásia não
se encontra prevista expressamente em Código
diante da tradição católica no país que ainda é uma
forte barreira rumo a plena legalização e
regulamentação da eutanásia na Colômbia, embora
haja uma grande parcela da população que aceite a
prática[26].

Feitas estas considerações chegamos a um ponto


importante. Pode haver a banalização da eutanásia?

7 A banalização

Devemos analisar que as decisões que legitimam algo


acabam por torná-lo banal a sociedade.
Recentemente, mais precisamente em 29 de
novembro de 2016, a Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal entendeu que não configura crime a
prática do aborto nos três primeiros meses de
gestação. Com o passar do tempo teremos o
crescimento do número dos casos de aborto dentro
do primeiro trimestre gestacional[27].

A prática será utilizada como meio de controle de


natalidade, retirando o foco para a questão crua:
uma mãe que por algum motivo quer matar o seu
filho durante a gestação. Existem formas
alternativas para um filho indesejado, entre eles a de
prevenção da gravidez, que tem alto índice de
eficácia, e, se ainda assim, não conseguiu evitar a
gravidez, existem programas e lares para adoção. É a
irresponsabilidade de dois interferindo junto ao
Estado na vida de um ser que sequer voz tem para
defender seu direito. O dever do Estado é zelar antes
de tudo pela vida, pois, sem vida, não há direito[28].

A legalização retira o medo da punição e vai fazer


com que mais e mais pessoas pratiquem
imotivadamente, podendo torná-la dever, ao invés de
direito. Ademais, uma pessoa fragilizada
emocionalmente pelo medo que a morte traz a
qualquer um, pode não estar em bom estado para
tomar decisão tão séria e definitiva. Quando se está
tomado pelas dores, qualquer um acredita que seu
fim está próximo, sentindo-se incapaz de suportar. E
muitas vezes, suporta[29].

O Portal DW – Made for Minds[30] noticiou que em


um “asilo na Alemanha converte-se em abrigo para
idosos que fogem da Holanda, com medo de serem
vítimas de eutanásia a pedido da família. São quatro
mil casos de eutanásia por ano, sendo um quarto sem
aprovação do paciente”. O problema holandês é que
mesmo com rigoroso controle para a liberação da
eutanásia foi observado que famílias com idosos
pedem a eutanásia mesmo contra a vontade do idoso.

Na Europa, a realidade confirma que a eutanásia


atinge pessoas com deficiências mentais e pessoas
que não se manifestam a favor da “solução”, ou seja,
não funciona e é apenas uma resposta para casos
específicos, nem respeitando a vontade da vítima.
Assim, está satisfazendo as vontades de pessoas que
se cansaram de cuidar de idosos, deficientes e
enfermos. Infelizmente o instituto está sendo
banalizado, sendo uma resposta perigosa que não
dignifica as sociedades.

Feita esta consideração iremos abordar o caso do


físico Stephen Halking.

8 O caso “Stephen Halking”[31]

Dentre inúmeros casos, temos o do físico Stephen


Halking que com vinte um anos caiu de patins e foi
diagnosticou com esclerose lateral amiotrófica,
doença degenerativa que iria progressivamente
paralisar seus músculos, e, de acordo com o médico,
o levaria à morte em no máximo três anos. Apesar do
diagnóstico, continuou a sua vida, casou-se, teve três
filhos e era um físico conhecido que trabalhava no
Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados
Unidos.
Em 1985, com a saúde bastante agravada por uma
pneumonia, durante uma viagem a Suíça, os médicos
sugeriram desligar o respirador artificial, mas sua
esposa não aceitou e levou o marido de volta para
Cambridge. Submetido a uma traqueostomia, nunca
mais falou. A partir de então, faz uso de um
computador, com voz eletrônica, para se comunicar,
mas continuou sua vida da maneira que podia.

Em 1988, publicou “Uma Breve História do Tempo”,


livro que fala sobre a origem do universo, com
ilustrações criativas e texto bem-humorado, escrito
em linguagem simples, para leigos, Stephen Hawking
desvenda desde os mistérios da física de partículas
até a dinâmica que movimenta centenas de milhões
de galáxias por todo o universo. O livro o alçou ao
reconhecimento mundial.

Stephen Hawking continuou sua jornada com


diversas obras, entre elas, “Buracos Negros,
Universos Bebês e outros ensaios”, “O Universo
Numa Casca de Noz”, “A Teoria de Tudo: A Origem”,
“O Grande Projeto” e “Minha Breve História”.

Stephen Hawking produziu algumas teorias


fundamentais da física moderna. A Mais célebre é o
teorema de singularidade. Supõe a existência de um
ponto com força gravitacional no centro dos buracos
negros capaz de atrair qualquer coisa (similar ao
acúmulo de energia infinita que deu início ao Big
Bang.

Ele recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio


Especial de Física Fundamental; foi laureado pela
descoberta da radiação dos buracos negros, por sua
contribuição à física quântica e seus estudos sobre a
origem do universo.

Paralisado, em uma cadeira de rodas, só lhe resta o


controle dos movimentos da bochecha direita, que
usa para se comunicar com a ajuda do computador.

Diante da vida de Stephen Hawking nos vem uma


indagação: e se a esposa de Hawking optasse por
desligar respirador artificial? Se os aparelhos fossem
desligados não teríamos o exemplo nem as
descobertas desse brilhante físico que mesmo diante
de tantas dificuldades contribuiu e contribui até hoje
grandemente com toda a civilização mundial.

Perdeu os seus movimentos físicos, ficando


impossibilitados de andar, de se locomover, de falar,
mas em muito pôde contribuir em seus lares e toda a
sociedade, prestando sua inteligência, seus
conhecimentos, sabedorias e experiências,
encorajando semelhantes.
Todavia, em que pese esse brilhante caso concreto,
existem os defensores da eutanásia, este é o tema da
continuação desse estudo.

9 As alegações da corrente favorável à eutanásia

Um mal necessário. Esse é o principal argumento dos


que encontram na eutanásia a maneira para cessar o
sofrimento físico do paciente e de sua família. As
correntes defensoras dessa perspectiva se dividem
em radicais e moderadas. As radicais se consolidam
na ideia de que não há porquê prolongar uma vida
sem dignidade, poupando o paciente, sua família e a
sociedade, com a ocupação dos leitos e recursos
hospitalares para o seu atendimento. Já as
moderadas sugerem que quando há consentimento
do enfermo ou da família, somados à certeza da
inevitabilidade próxima da morte atestada por
profissional habilitado não há motivos para negar o
direito de escolher livre e racionalmente a morte
digna, pois, da mesma forma que é assegurado o
direito de viver, também deve ser o direito de morrer
[32].

Dores, sofrimentos insuportáveis, doenças


incuráveis, ônus econômico (no ponto de vista do
emprego de recursos em vão, que não salvarão a vida
do enfermo, sendo que estes recursos poderiam estar
direcionados aos que podem progredir), vontade do
paciente, são mais argumentos dos favoráveis à
legalização da prática[33].

Há ainda a divisão de posicionamentos quanto à


questão da voluntariedade, pois a vontade do
paciente pode divergir com a da família. Há casos em
que o doente tem condições de expressar sua vontade
e outros casos em que isso não lhe é permitido,
cabendo aos familiares decidirem sobre.

Com interessantíssima peculiaridade, José Carlos de


Almeida[34] assevera:

Um argumento que se pode avançar a favor da


eutanásia não se debruça sobre a avaliação ética da
eutanásia, mas antes posiciona-se, pura e
simplesmente, contra as leis que a proíbem ou a
penalizam. Neste sentido, não se trata de tomar uma
posição a favor ou contra a prática da eutanásia,
afirmando que a eutanásia é ou não um mal, mas tão-
só afirmando que existe um reduto de moralidade e
imoralidade privadas que as leis não devem invadir.
O poder só tem legitimidade para ser exercido sobre
um membro de uma comunidade contra a sua
vontade para evitar prejuízos a outros membros
dessa comunidade. Essa é a perspectiva que John
Stuart MILL defende em Sobre a Liberdade. E mais.
Ninguém pode ser legitimamente forçado a agir ou a
abster-se de agir porque será melhor para ele,
porque o fará mais feliz, porque, na opinião de
outros membros, agir desse modo seria sensato ou
mesmo justo. As leis que impedem a eutanásia ou a
criminalizam são leis que criam “crimes sem
vítimas”. Criminalizam-se certas práticas onde não
existem vítimas. É evidente que no caso da eutanásia
sempre se poderá dizer que o paciente que morre
após um procedimento eutanásico será ele a vítima.
Mas quando o procedimento eutanásico resulta do
seu pedido consciente, claro e reiterado, será que
podemos falar ainda da existência de uma vítima? O
doente que solicita a eutanásia não é vítima, quando
muito é a lei que criminaliza a eutanásia que o
vitimiza. A lei que cria o crime, cria a vítima; antes
da lei não havia vítima, como também não havia
crime.[...] Fazer da eutanásia um crime significa que
não se deixa à consciência de cada um a liberdade
para praticar ou seguir aquilo que, em privado,
entender o que é melhor para si, sem que isso venha
a molestar os outros. A criminalização da eutanásia
representará, nesta perspectiva, uma intromissão
intolerável do poder na esfera privada de decisão dos
cidadãos. Uma sociedade democrática, pluralista e
evoluída deixa que cada um decida fazer ou não a
eutanásia. Não impõe uma postura moral ou imoral
através da lei.
A abordagem acima traz a importante reflexão sobre
o livre-arbítrio. A disponibilidade do direito à vida é
a questão ampla do tema. Aqui falamos da eutanásia
voluntária, praticada por piedade. O cúmplice de
uma ação pode ser punido mais do que o agente
principal, que clamou pelo auxílio? Há que se
considerar a não interferência do Estado em um
momento tão delicado para quem o vive, o não
julgamento, a não imposição legal, a configuração ou
não do crime para quem continua a viver, movido
pela compaixão.

Conclusão

O presente artigo tratou, sob os aspectos históricos,


médicos, éticos e legais da eutanásia, com o intuito
do despertar da consciência humana para as
diretrizes de uma sociedade harmônica: a
solidariedade, a benevolência, o amor. Estes valores
são representados por atitudes fora dos padrões
egoístas que tanto vemos hoje.

É claro que como tema polêmico que é, existem seus


defensores e os que negam a possibilidade.

Aos que defendem o entendimento genérico é que a


Eutanásia é um mal necessário, variando pela
perspectiva de que não há porquê prolongar uma
vida sem dignidade, poupando o paciente, sua
família e a sociedade, com a ocupação dos leitos e
recursos hospitalares para o seu atendimento e as
que defendem que a palavra ou consentimento do
enfermo ou da sua família, somados à certeza da
inevitabilidade próxima da morte atestada por
profissional habilitado não há motivos para negar o
direito de escolher livre e racionalmente a morte
digna.

Os pontos acima mencionados são levados em


consideração justamente pelos países que adotaram
a prática da eutanásia, são eles: Holanda, Bélgica,
Suíça, Alemanha, Estados Unidos da América (nos
Estados do Oregon, Washington, Vermont, Montana
e Texas), Uruguai e Colômbia.

Entretanto, não é esse o nosso ponto de vista, até


porque, atualmente o giro das notícias é muito
rápido e somos atingidos por elas. Assim, ao vermos
casos de pessoas que vencem uma batalha nos
encoraja a olhar para a nossa existência e sentirmos
que somos capazes de vencer também, quando vemos
alguém perecer, nos fragilizamos e imaginamos que
naquela situação, a solução é perecer. Isto porque o
exemplo é a maior forma de influência e educação.

Não se pode generalizar um assunto tão complexo e


particular, no entanto nenhuma enfermidade é
eterna. Se o caso é gravíssimo, de grande sofrimento,
em pouco tempo o corpo por si só se degradará.
Ainda assim, há esperança de cura. A medicina
avança todos os dias e a qualquer momento chegam
novas descobertas para os males do corpo humano.
Se não tem mais condições de prestar solidariedade e
auxílio, entreguem a algum órgão competente. As
pessoas, principalmente em seus últimos minutos
precisam de atenção e amor, sendo estes os únicos
valores que são levados por quem vão e eternizados
por quem fica.

Importante aqui mencionar mais um caso, retirado


de texto de autoria de José Roberto Pereira dos
Santos[35] que relata um caso dramático, de
importante relevância, que é um convite à reflexão:

Flamínio Fávero transcreve em seu livro Medicina


Legal, um trecho da aula de Estácio de Lima “Perto
de Paris, adoece a filha de um médico, vitimada de
difteria; na época doença de difícil prognóstico cuja
evolução para óbito ascendia à cifra espantosa de
99%. Valeu-se de tudo que possível o pai para salvar
a filha. Vieram os fenômenos asfíxicos. A cianose da
face era, então, o sinal precursor da morte!
Consultara, em desespero de causa, os colegas de
Paris. Nenhuma resposta, doía-lhe, ao infinito, o
espetáculo da ansiedade sem cura da pobrezinha.
Pensa, nesse instante, em abreviar o desfecho. Uma
injeção de ópio muito forte que aliviasse tudo, tudo...
Pensou, e fez! Não falhou o tóxico. Veio, cedo, a
serenidade definitiva. No momento do enterro
recebeu um telegrama com os seguintes dizeres:
Roux acaba de descobrir o soro antidiftérico,
aplicando-o com êxito. Aguarde remessa”.

Embora muito remota pelos princípios humanos e


cristãos da sociedade, com a legalização da
eutanásia, caso ocorra no Brasil, estar-se-á
admitindo uma forma de burlar o crime de auxílio ao
suicídio pela modalidade libertadora, de burlar o
homicídio pela modalidade piedosa e, finalmente, de
burlar o infanticídio e até o aborto criminoso pela
modalidade eugênica ou econômica.

A vida é o bem jurídico indisponível, está no ápice da


hierarquia dos valores, com elevada dignidade.
Dignidade esta, que não está na forma como morre.
Indigno não é um ser marcado pela dificuldade.
Indigno é o ser sem princípios morais. Indigna é a
sociedade que não oferece amparo aos que
necessitam, aos que nem tiveram a oportunidade de
viver.

Observa-se que a prática de abreviar a vida do


paciente, ainda que a pedido deste ou de seu
representante legal é expressamente vedado na
esfera médica. O profissional é responsável pela
saúde do paciente e não deve ser movido pelo
desespero do paciente, tirando-lhe a vida, apenas
podendo oferecer cuidados disponíveis, levando em
consideração o desejo do paciente quanto a
continuação do tratamento. Ressalte-se, a função de
um médico é garantir, sem esforços a vida do ser
humano, não a sua morte.

Ademais, seria de extrema importância e necessidade


de que o Brasil não legalizasse a prática da
eutanásia, e, sim, desse um passo à frente, rumo a
um horizonte aberto e limpo, e não desse um passo
para trás, voltando a um passado de ignorância e
paganismo. Ir contra o que o mundo selecionou de
melhor em tantos séculos de história, e se apegar ao
que o próprio ser humano rejeitou com a evolução do
seu raciocínio lógico, é colocar em risco o que ainda
resta ao Brasil, a boa vontade e o bom caminho,
mesmo que eles não sejam totalmente postos em
prática.

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