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2 – Um retrospecto histórico.

É algo claro a todos que uma tamanha vitória deve possuir uma dupla perfeição, tanto
na quantidade quanto na qualidade. Uma vitória de quantidade somente poderia ocorrer
quando todos os oponentes estivessem sujeitos ao poder vitorioso. Já uma vitória de qualidade,
por outro lado, seria uma vitória tão completa sobre toda oposição de modo que se possa
afirmar que verdadeiramente todas as forças hostis foram derrotadas, que todos os recursos do
inimigo passassem para as mãos do vencedor, que não houvesse nenhuma chance de reação e
que fosse uma mera questão de tempo para que os resultados numéricos aparecessem.
A vitória de Cristo possui essas duas características, mas não as possui simultaneamente.
A vitória qualitativa precede a vitória quantitativa: a última está atrasada por um tempo, pois é
um dos segredos do Pai que não foram revelados; a primeira, por sua vez, ocorreu precisamente
no instante em que o Filho de Deus ressuscitou dos mortos; essa vitória está conosco agora e
sempre estará, até que, finalmente, seja complementada, em seu devido tempo, pela segunda
vitória: a quantitativa.
O pensamento católico não fica indiferente à extensão numérica do feito de Cristo, mas,
em comparação com a intensidade qualitativa da influência da vitória de Cristo, a questão
numérica fica em segundo plano. Não estamos diretamente interessados na questão de se
muitos serão salvos ou não, mas estamos muito mais vivamente interessados com o poder
intrínseco da vitória de Cristo: a remoção de todo e qualquer obstáculo para aquele que deseja
encontrar a Deus. Há algum mal que Cristo não tenha vencido? Ou, tendo Ele vencido, há alguma
chance de que os poderes das trevas possam novamente recuperar-se? É precisamente essa
irrestrita e universal vitória de Cristo que atrai a mente católica e torna a universalidade
numérica uma questão de menor importância. Se todos os homens fossem salvos por Cristo,
mas não fossem salvos de maneira irrevogável do mal, tal salvação seria como nada em
comparação com aqueles que, muitos ou poucos, seriam salvos do mal, uberhaupt, sem
nenhuma limitação possível ou imaginável de sua liberdade.
Está em conformidade com o sentimento cristão, portanto, dizer que Cristo teria
trabalhado em vão se ele deixasse qualquer inimigo inconteste e sem derrota.
O mais antigo e permanente sentimento cristão se ocupa diretamente, embora não
exclusivamente, com o absoluto triunfo de Jesus contido no mistério de Sua ressurreição. A
época mais antiga do cristianismo foi uma época da qual o exíguo número de fiéis não era um
escândalo para sua mentalidade. A oposição entre a fé e a descrença era, de modo evidente,
uma oposição entre a vida e a morte, entre a luz e as trevas. Essa oposição, para o cristão, não
tornava menos brilhante a luz nem a vida menos viva. Mas, mesmo naqueles dias em que
brilhava a aliança da redenção (parece ser no sentido de anel), o pregador católico se alegrava
ao fazer referência ao número de indivíduos conversos à fé. Amavam discorrer sore o poder do
evangelho que vencia qualquer resistência. Os dois pregadores africanos, Tertuliano e
Agostinho, cada qual em seu tempo, deram expressão a esse legítimo sentimento cristão de
exultação. O mais antigo dos dois, Tertuliano, em sua apologia, é espantosamente agressivo ao
falar do número de cristãos da época:

(TRECHO DA APOLOGIA DE TERTULIANO, A SER TIRADO DA PAULUS)[1]

Poderíamos fazer uma antologia dos escritos de Santo Agostinho de ditos significativos
acerca do poder do cristianismo no mundo político. Um dos mais conhecidos encontra-se no
Enarratio: “Atentai, pelo menos, à glória da Cruz de Cristo. Aquela cruz que seus inimigos
insultaram está na fronte dos reis. Todo o mundo provou seu poder. Cristo ‘triunfou sobre o
mundo’: Domuit orbem non ferro sed ligno.”[2]
Em todos os tempos sempre se pensou mais a respeito do absoluto triunfo de Cristo, de
modo que essa fé não sofria nenhum escândalo nem com os pecados dos fiéis nem por causa
do número de incrédulos. A Idade Média sem dúvidas possuía esse senso universal da
supremacia de Cristo. As expressões externas desse sentimento são simplesmente intensos. Seu
ponto culminante foi a posição do Papado, neste fenômeno único que pode ser descrito como
o Império Papal e que, se entendido corretamente, não é nada mais que a convicção partilhada
por toda uma civilização de que todas as coisas estão sob os pés do Filho de Deus que reina nos
céus.
O período que chamamos Renascença é uma grande afirmação da vitória final de Cristo
no plano universal, asserção feita tanto por católicos quanto por protestantes, embora de
diferentes modos. O protestantismo limitou o triunfo de Cristo à missão redentora do Filho de
Deus e à firme confiança do homem de que a eficácia suprema da redenção de Cristo aplicou-se
a todos os indivíduos. O catolicismo, por outro lado, vai, ao longo dos tempos, dando uma
interpretação da vitória de Cristo muito mais elevada. A mentalidade católica deste período é
expressa melhor na inscrição colocada pelas ordens do Papa Sixtus V sobre o antigo obelisco
que por sua ordem foi colocado diante da Basílica de São Pedro, na qual está até hoje: Christus
vincit, Christus regnat, Christus imperat, Christus ab omni malo plebem suam defendat. “Cristo
vence, Cristo reina, Cristo impera. Defenda seu povo de todo o mal”.
Apesar de todas as perdas da Igreja por causa da Reforma Protestante, não parece haver
nenhuma diminuição na mentalidade dos católicos a respeito do invencível poder de Cristo. A
arte do Renascimento certamente fez algo magnífico: expressou, através de suas obras de arte,
o triunfo de Cristo.
A questão agora é se nós mantemos atualmente esse antigo senso do triunfo de Cristo.
Está fora de dúvida que os católicos alguma vez hesitaram em sua fé. E como poderiam, uma
vez que o triunfo de Cristo é parte integral e indispensável do Credo? A antiga Liturgia, que é
exclusivamente a Liturgia da Vitória de Cristo, como veremos, permanece ainda sem qualquer
modificação. Os hinos do triunfo estão em nossos lábios sempre que fazemos as orações oficiais
da Igreja e isso, portanto, não evita que o sentimento e a imaginação sejam moldados de outra
forma, de modo que, com uma fé teórica que não conhece nenhuma sombra na glória de Cristo,
pode haver muito menos exaltação nos corações dos homens e das mulheres.
Seria difícil analisar as causas de tamanha mudança de mentalidade. O enfraquecimento
da fé seria a óbvia fórmula na qual assentar a origem dessa triste doença. Entretanto, uma
diminuição da fé é o resultado de outros poderes malignos em ação, não a causa independente.
A negação da posição de Cristo nos assuntos da humanidade é um fenômeno relativamente
recente: podemos atribuir ao século XVIII o início desse movimento hostil contra a supremacia
do Redentor. Todo o século XIX foi a glorificação de uma civilização que vangloria-se de sua
independência de Cristo e sua completa autossuficiência; de modo algum ela admitirá qualquer
dívida ao Filho de Deus em seus feitos.
Essa quase universal autossuficiência do mundo político tornou-se uma grave tentação
para os próprios fiéis. Assim, observamos em toda a parte os exemplos dessa atividade defensiva
dos cristãos, do sentimento de inferioridade, no mínimo sentimentalmente e na imaginação,
que adquiriu várias formas, desde a forma especulativa até a devocional. Tornamo-nos muito
inquietos por causa das conclusões da dita ciência da religião comparada. Tornamos o problema
da salvação dos infiéis uma aguda questão, a ponto de prejudicar a doutrina da salvação dos
fiéis através de Cristo. Admiramo-nos tão prontamente com as obras do mundo moderno que
cometemos injustiças ao cristianismo em nossos julgamentos, ao jugar os cristãos do passado.
Na política constantemente somos presas de slogans e nos perdemos em rebanho como aqueles
que não têm a Cristo como seu Líder. Não é raro que nossa vida devocional revele uma
ignorância ou esquecimento lamentáveis das doutrinas essenciais de ordem sobrenatural tal coo
são em Cristo.
A diminuição do espírito de adoração no mundo pode ser considerado como o mais
evidente sinal do declínio da fé em Cristo. Ela é ao mesmo tempo causa e efeito. Quando o
homem para de rezar a Cristo e de adorá-lo como seu Senhor e Mestre, seus sentimentos
secularizam-se cada vez mais, assim como, por outro lado, a prática mundana aumenta a
impaciência com todos os deveres de adoração pública e privada.

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