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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

SILVANA MARTA SALDANHA MACIEL

DIVINÓPOLIS MG

2017
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

SILVANA MARTA SALDANHA MACIEL

Artigo científico apresentado ao Núcleo de


Pós-graduação e Extensão – FAVENI como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em EDUCAÇÃO ESPECIAL.

Orientador: PROF. Ana Paula Rodrigues

DIVINÓPOLIS MG

2017
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Silvana Marta Saldanha Maciel

RESUMO

A Educação Inclusiva implica na mudança paradigmática de posturas e de


interpretação acerca do fenômeno da deficiência. Nesse processo, a
contribuição da Psicologia destaca-se justamente por fornecer fundamentos
teóricos para o estudo do desenvolvimento e da aprendizagem humana. Este
artigo discute as contribuições das teorias sócio interacionista de Vygotsky e
Feuerstein e suas relações com duas tendências encontradas nas práticas em
Educação Inclusiva: propositiva e analítica. Conclui-se que a prática atual em
Educação Inclusiva se aproxima mais de um enfoque propositivo,
diferentemente dos fundamentos teóricos aqui discutidos. Estes exigem
analisar as implicações do processo inclusivo para a promoção do potencial de
aprendizagem do aluno - objetivo final de uma educação inclusiva de
qualidade, para todos. Em justificativa ao tema proposto, partiu do interesse
em demonstrar através deste estudo que a educação inclusiva não se limita
aos portadores de deficiência, implica, sobretudo, na reformulação de políticas
educacionais e de execução de projetos educacionais do sentido excludente ao
inclusivo. Metodologicamente foi utilizada a pesquisa bibliográfica tendo como
fonte de pesquisa, livros, artigos, revistas, legislações e demais publicações
relacionadas ao tema proposto. Como uma educação comprometida com a
cidadania e com a formação de uma sociedade democrática e não excludente
deve promover o convívio com a diversidade, vencendo as diferenças e
alcançando os objetivos propostos? Partindo dos objetivos em avaliar os
direcionamentos na referida tese com percurso compreensivo assumir como
ponto de partida os conceitos do campo da análise de políticas. A referida
perspectiva implicou uma forma de pesquisa do tipo qualitativa, na qual
destaques foram dados à análise documental das seguintes normativas: a
PNEE na Perspectiva da Educação Inclusiva, Diretrizes, Resoluções, Portarias
e Notas técnicas. A análise tem permitido inferir que no contexto dos possíveis
efeitos dessa política da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva –, inscreve-se o de assegurar o direito à educação regular e pública
às pessoas com deficiência.

Palavras-chave: Educação Inclusiva. Psicologia. Fundamentos teóricos.

1 INTRODUÇÃO:

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de


todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma
reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de
modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem
humanística, democrática que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo
como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de
todos.
O artigo descreve a temática como: A importância da Educação Inclusiva
na Educação pretende demonstrar de maneira clara e sucinta, como ocorre
esse processo no âmbito escolar, onde diversos fatores são essenciais para
que ocorra essa inclusão de maneira satisfatória e positiva. Desta forma a
educação e os cuidados na infância são amplamente reconhecidos como
fatores fundamentais do desenvolvimento global da criança, o que coloca para
os sistemas de ensino o desafio de organizar projetos pedagógicos que
promovam a inclusão de todos, independentemente de suas limitações. Neste
contexto o sistema educacional brasileiro se propõe oferecer a cada criança a
oportunidade de aprender tanto quanto sua capacidade permitir, no entanto,
surgem também os problemas de ordem orgânica, quanto psicológica ou
ambiental que também condicionam à deficiência na aprendizagem. Alguns
distúrbios acarretam sérios problemas na aprendizagem a qual consideramos
como deficiências que impossibilitam o perfeito desenvolvimento humano tal
como a escola de garantir a sua principal função: a aprendizagem.
O objetivo deste artigo é: Fundamentar a contribuição da inclusão para o
desenvolvimento pleno da criança levantando questões simbólicas sobre esse
processo inclusivo na educação, onde o interesse pelo o tema surgiu por meio
de analise reflexiva da importância que a inclusão tem no âmbito escolar e
social. De forma contundente partir das ideias de grandes estudiosos no
assunto e a própria Lei de Diretrizes e Bases com os pressupostos legais que
norteiam a educação brasileira, a revisão bibliográfica revelará a grande
importância dessa vertente para a educação, devendo ser a mesma
emancipadora, promovendo conhecimentos, buscando apresentar e
compreender como ficam estabelecidas as legislações que estabelecem como
deve acontecer o atendimento aos educandos portadores de necessidades
especiais com igualdade, uma vez que a educação é um direito adquirido
previamente na Constituição Federal, sendo reorganizado dentro destas
legislações para melhor atender esses educandos.
Busca-se ainda compreender como a inclusão pode favorecer os
envolvidos neste processo tanto no seu desenvolvimento social quanto
educacional, salientando que a educação prepara os educandos para a vida
em sociedade.
Este tema ainda gera muitas discussões e debates quando
contextualizada dentro do ambiente social e educacional uma vez que a
mesma não foi apresentada com a devida clareza aos envolvidos nesta
realidade, tornando-se desde então um assunto que vem gerando muitas
dúvidas e discussões.
Com este olhar, buscou‐se problematizar a construção da identidade das
pessoas com deficiência, bem como as representações sociais que cercam
estes sujeitos. Pretendemos conhecer melhor a política de inclusão, assim
como as concepções, sentimentos, significados e representações ‐ que
emergem no cotidiano escolar dos professores ‐ e as práticas vivenciadas nas
salas de aula regulares.
Na tentativa de problematizar a política de educação inclusiva, assim
como analisar o contexto das escolas diante das práticas de inclusão,
marcamos nosso percurso metodológico em uma pesquisa qualitativa. De
acordo com Richardson (1985, p. 39):

Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem


descrever a complexidade de determinado problema, analisar a
interação de certas variáveis, compreender e classificar processos
dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de
mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de
profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento
dos indivíduos.

A perspectiva pela qual tem se firmado o discurso da inclusão parte da


concepção de respeito, aceitação, compaixão e tolerância ao outro, ao
diferente.
Baseada no ideal de escola democrática, escola para todos (as), escola
aberta, plural etc., a inclusão assume uma perspectiva de promover a
igualdade de direitos à educação. Avaliamos que ao tratar de uma análise de
política educacional, precisamos aprofundar a discussão sobre os sentidos e
significados que emergem dos discursos oficiais, entendendo que, para se
implementar a política de inclusão nas escolas, é necessário muito mais que
vontade política e competências técnicas.
É preciso conhecer os significados e as representações que se
produzem nessa proposta política, para não cair em uma armadilha onde na
medida em que o outro é incluído na escola regular, na sala de aula comum e
relações cotidianas, ele passa a ser excluído dentro do próprio espaço de
vivência (VEIGA‐NETO, 2001).
É imprescindível, ainda, esclarecer que não é nossa intenção polarizar a
discussão entre os defensores da inclusão e os grupos que resistem à ideia de
inclusão em escolas regulares ou grupos que defendem a educação nas
escolas especializadas. Nosso interesse é muito mais no sentido de conhecer e
problematizar a política de inclusão, perceber quais os mecanismos e relações
de poder que está por trás desta proposta, verificar as práticas que estão
sendo desenvolvidas nas escolas e nas salas ditas inclusivas e traçar algumas
perspectivas voltadas à educação das pessoas com deficiência.
Quanto ao problema de pesquisa, propôs-se: a educação especial,
realmente, é aceita no contexto da educação inclusiva? Têm-se as seguintes
hipóteses:
1. A educação especial frente à educação inclusiva apresenta um
quadro estável, intermediário ou sem aceitação, de acordo com a ótica de
alguns estudiosos.
2. Conforme alguns pesquisadores, a educação inclusiva já está
presente em, praticamente, todas as unidades escolares, de acordo com suas
adequações necessárias para os portadores de necessidades especiais.
A Educação Inclusiva é parte integrante da educação e deve ser
compreendida como um direito fundamental e indispensável do ser humano,
principalmente quando se trata de alunos com necessidades educacionais
especiais, visto que o seu objetivo é incluir o aluno e contribuir com o trabalho
do professor, preservando o direito de toda a educação. Desse modo, o tema:
Educação Inclusiva: uma perspectiva de mudança no espaço escolar busca
oportunizar o conhecimento e a investigação das relações que envolvem os
alunos desta modalidade, seja na falta de adaptação física, na especialização,
falta de preparo dos profissionais envolvidos neste processo, materiais
didáticos pedagógicos adaptados, e outras dificuldades que são enfrentadas
para a inclusão destes alunos.
Este artigo será efetivado através de pesquisa exploratória com enfoque
qualitativo-descritiva e bibliográfica, analisando, refletindo e levantando
conclusões que permitiram o estudo do tema analisado. Será um desafio em
todas as áreas da sociedade, principalmente, no âmbito escolar, pois, as
dificuldades encontradas exigem mudança de postura, ideias, práticas e, que o
ser humano esteja propenso à aceitação da diversidade encontrada na
sociedade.
Delimita-se o tema a partir dos princípios básicos da educação especial
na educação: O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação
política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de
todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum
tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma
educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga
igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à
ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da
produção da exclusão dentro e fora da escola.
Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino
evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar
alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no
debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na
superação da lógica da exclusão.
A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais
inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser
repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que
todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. Nesta perspectiva, o
Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial apresenta a Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que
acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir
políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os
alunos.
A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental
importância para o desenvolvimento de um Estado Democrático. Em uma
sociedade inclusiva, as diferenças sociais, culturais e individuais são utilizadas
para enriquecer as interações e a aprendizagem entre os seres humanos.
Trata-se de uma mudança profunda no comportamento e na atitude das
pessoas. No caso das pessoas com necessidades especiais, promover a
compreensão da diversidade é a forma mais coerente de favorecer a inclusão
social e a aprendizagem dessas pessoas. Diante disso, surgiram os seguintes
questionamentos:
• O papel da escola em relação ao desenvolvimento das pessoas com
necessidades especiais está sendo exercido com eficácia ou não existe
autonomia na execução das atividades inerentes a este processo?
• A família contribui no processo de inclusão social ou a sua participação
ainda é tímida e inexpressiva?
Fica hoje entendido que a educação especial ocorre nas escolas
comuns permeando todas as etapas e modalidades da educação profissional e
na educação superior.
“A política de inclusão de alunos que apresentam necessidades
educacionais especiais na rede regular de ensino não consiste apenas na
permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas
representam ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como
desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e
atendendo suas necessidades.”
O eixo norteador da educação inclusiva é a atenção à diversidade, a fim
de se evitar rótulos e preconceitos. É para essa enorme diversidade,
representada pelo alunado que hoje a educação é desafiada a promover
respostas educativas, tendo por objetivo o desenvolvimento pleno de suas
potencialidades, a participação ativa na vida social, no mundo do trabalho, a
aquisição e elaboração de conhecimentos e habilidades acadêmicas, o que
constitui o processo de inclusão escolar.
As escolas inclusivas viabilizam o acesso e a permanência de alunos
com limitações na mobilidade e/ou na comunicação interpessoal, eliminando
barreiras arquitetônicas, programática, comunicacionais e atitudinais, bem
como promovendo apoio humano e tecnológico.
Destacando-se também como principal necessidade o desejo de
conhecer e aprofundar os estudos sobre a política que embolsa o trabalho das
escolas “ditas” inclusivas. Para isso voltamos a atenção para verificar a
qualificação e integração dos professores com alunos especiais, investigando
aspectos relacionados a Infra - estrutura a falta de profissionais especializados
e a falta de recursos didáticos.
Reconhecendo as necessidades especiais dos diversos grupos de
pessoas.
O progresso no sentido de uma educação integradora exige em última
instância uma profunda mudança de atitude em todas as pessoas que têm
alguma intervenção no Âmbito Educativo.
Os resultados, utilizados como referência para a formulação de
subsídios as práticas educacionais inclusivas, apontam para a necessidade de
uma concepção sistemática do aluno e para compreensão da aprendizagem
significativa como um processo social em que os pontos fortes e a competência
de cada criança são trabalhados.

1.1 Definição do assunto:

Na perspectiva da educação inclusiva, a escola é concebida como uma


instituição de educação formal, que fundamentada na concepção de direitos
humanos, combina igualdade e diferença como valores indissociáveis, avança
na proposta de promover o desenvolvimento de todos os alunos atrelado à
garantia da qualidade de ensino.
A educação inclusiva pode ser definida como uma prática para todos. A
construção de uma sociedade inclusiva vai além da teoria. A importância da
inclusão está relacionada com o respeito à diferença; somos diferentes uns dos
outros, eis o ponto que nos torna iguais. A inclusão escolar é uma realidade e
vai além de uma simples matrícula, existe toda uma complexidade, exige um
novo olhar dos nossos legisladores, um novo modelo organizacional,
professores comprometidos, valorizando as diferenças, visando uma educação
voltada para a igualdade.
A inclusão é um elemento de fundamental importância, uma vez que
movimenta e mobiliza, contribuindo para a transformação, interação. Assim,
tem-se como problema: De que maneira a inclusão das crianças portadoras de
necessidades educacionais especiais pode auxiliar no desenvolvimento integral
e pleno da criança?
A escola pode desenvolver na criança várias capacidades, habilidades
através da música, jogos, histórias, teatros entre outros. Sendo assim, o
professor ao receber uma criança “especial” pode criar um ambiente educativo
que propicie a realização de atividades em que a criança procura e explicar o
mundo em que vive e compreender-se.

1.2 Atendimento Educacional Especializado (AEE)

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é o conjunto de


atividades e recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucional e continuamente para atender exclusivamente alunos com
algum tipo de necessidade especial, no contra turno escolar. Pode ser
realizado em salas de recursos especiais na escola regular ou em
instituições especializadas.

O Objetivo do Atendimento Educacional Especializado (AEE) é


complementar ou suplementar a formação do estudante por meio da
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e
desenvolvimento de sua aprendizagem.
O público-alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE) está
relacionado com:
I – Estudantes com deficiência: aqueles que têm impedimentos de
natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as
demais pessoas.
II – Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles
que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou
estereotipias motoras. Incluem-se nesta definição alunos com autismo clássico,
síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno degenerativo da infância
(psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.
III – Estudantes com altas habilidades/superdotação: aqueles que
apresentam
um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento
humano, isoladas ou combinadas, como intelectual, liderança, psicomotora,
artes e criatividade.
O atendimento educacional especializado - AEE tem como função
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas.
Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos
com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
Consideram-se serviços e recursos da educação especial àqueles que
asseguram condições de acesso ao currículo por meio da promoção da
acessibilidade aos materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos
sistemas de comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares.
Para o atendimento às necessidades específicas relacionadas às altas
habilidades/superdotação são desenvolvidas atividades de enriquecimento
curricular nas escolas de ensino regular em articulação com as instituições de
educação superior, profissional e tecnológica, de pesquisa, de artes, de
esportes, entre outros.
O AEE é realizado, prioritariamente, na Sala de Recursos Multifuncionais
da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da
escolarização, podendo ser realizado, também, em centro de atendimento
educacional especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniado
com a Secretaria de Educação.

2 . DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentos filosóficos:

O fundamento filosófico mais radical para a defesa da inclusão escolar


de pessoas portadoras de necessidades especiais é, sem dúvida, o fato de que
todos nasceram iguais e com os mesmos direitos, entre eles o direito de
convivermos com os nossos semelhantes. Não importam as diferenças, não
importam as deficiências: o ser humano tem direito de viver e conviver com
outros seres humanos, sem discriminação e sem segregações desprezíveis. E
quanto mais “diferente” o ser humano, quanto mais deficiências ele tem, mais
esse direito se impõe. E este é um direito natural, que nem precisaria estar
positivado em lei. Não precisava constar na Constituição.
Assim, o direito de estar numa sala de aula, junto com crianças da
mesma idade, com ou sem deficiência, é anterior ao direito do professor de dar
aula. O direito da criança e do adolescente de estar numa sala de aula é um
direito que decorre do fato de ele ser cidadão, é um direito natural. O direito do
professor de dar aula decorre de uma portaria, que, em certos casos, pode ser
revogada a qualquer momento. Ninguém pode revogar o direito à convivência e
à educação.
Em certo sentido, a escola é a continuação e a amplificação da família. A
segregação, a discriminação, a exclusão é odiosa, tanto na família quanto na
escola.
No dizer de BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS:
“Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos
descaracteriza”.

2.2 Fundamentação teórica:


A educação especial tem sido um dos temas que mais se abordam no
âmbito educacional. Define-se como aquele utilizado para reportar os mais
diferentes grupos, que de alguma forma são excluídos dos processos sociais.
A educação inclusiva vem sendo amplamente discutida em diferentes
âmbitos, mas principalmente no contexto educacional, as legislações que
regulamentam a educação inclusiva vêm complementar a Constituição Federal,
no que se refere ao direito a educação, onde este direito esta claramente
garantido.
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu “Art. 6º: São direitos
sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição”.
Aqui estão estabelecidos os direitos constitucionais que devem ser
obedecidos para que todos os cidadãos sejam atendidos de maneira igualitária,
buscando assim um desenvolvimento mutuo e conjunto destes indivíduos no
que se refere ao desenvolvimento social e educacional.
Entende-se aqui que todos têm os mesmos direitos garantidos perante a
legislação vigente em nosso país, no entanto, quando falamos em inclusão
educacional, percebemos que foi necessária a apropriação de uma legislação
especifica que garantisse a participação das pessoas com necessidades
especiais tanto em relação ao convívio social quanto ao educacional.
O maior desafio aqui não se trata diretamente da inclusão destes no
meio social, mas sim de uma aceitação destes enquanto seres que possuem
os mesmos direitos e as mesmas possibilidades destinadas aos demais que
são erroneamente ditos “normais”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB traz em seu capítulo V
que a inclusão dos alunos com necessidades especiais deve ocorrer
preferencialmente na Rede Regular de Ensino com a ajuda de uma equipe
multidisciplinar para dar suporte ao processo de inclusão.
Partindo da revisão literária, segue os desfechos de autores:
Vygotski defendia veementemente a idéia do atendimento educacional
de crianças com deficiência na escola regular.7 Possivelmente não haja autor
da psicologia e da educação que tão precocemente tenha defendido a não
exclusão das crianças, adolescentes e adultos com deficiência, do convívio
social, na escola, inicialmente, e, depois, nas esferas mais amplas da vida
comunitária.
Quanto à sua importância no processo do ensino-aprendizagem
Vygotsky:
Afirmou que as investigações psicológicas relacionadas com o
problema do ensino se limitaram comumente a estabelecer o nível de
desenvolvimento mental da criança. Porém, é insuficiente determinar
o estado do desenvolvimento da criança só com a ajuda deste nível.
Como se determina, geralmente? As tarefas que a criança pode
resolver em forma autônoma são o procedimento para determiná-lo.
Com sua ajuda sabemos o que conhece a criança e o que sabe fazer
hoje, porquanto se presta atenção só as tarefas que ela pode resolver
autonomamente. É evidente que com a ajuda deste método
determinamos unicamente o nível de seu desenvolvimento atual.
Porém o desenvolvimento nunca está definido só por sua parte mais
madura, assim, o psicólogo deve, ao avaliar o estado de
desenvolvimento, ter em conta não só as funções que já
amadureceram, senão também as que estão em processo de
amadurecimento, mais a Zona de Desenvolvimento Proximal, a qual
tem uma importância maior para a dinâmica do desenvolvimento
intelectual e o êxito do ensino que o 50 Compreendendo a Educação
Especial nível atual de desenvolvimento. (VYGOTSKY, apud
SHUARE, 1990, p. 75).

Conforme Beyer (2005) a educação especial esteve guiada por dois


campos paradigmáticos, um que prevalece sob o pensamento médico (clínico–
terapêutico) e outro que afirma resgate do pedagógico com concepção da
educação inclusiva.

No paradigma clínico-terapêutico, há busca pelas causas que


levaram à deficiência, ou seja, “o estudo etiológico circunscreve-se,
na maioria das vezes, aos limites pessoais ou familiares” (BEYER,
2005, P. 17).

Afirmava-se a concepção de correção da deficiência, ou seja, o foco


dessa abordagem era insuficiência do sujeito diante de um padrão considerado
“normal”. Portanto, sob a influência das ciências médicas, a educação passa
ter modo terapêutico, fixado em um modelo de normatização.

Segundo o artigo 8º, do Plano de Diretrizes e Bases da Educação


Básica, para legitimação do paradigma da educação inclusiva, a
escola deve prover e prever de meios para organização das classes
comuns de forma que haja professores das classes comuns e da
Educação Especial habilitados e especializados, como também, uma
flexibilização e adaptações curriculares, que pondere conteúdos,
além de recursos a serem empregados, contemplando as estratégias
de avaliação, de modo que estejam em conformidade com projeto
político e pedagógico da escola (KASSAR, 2002, p.19).
Além de fortalecer a premissa de que a instituição, até mesmo de pré-
escolas e creches, tem o dever de oferecer serviços de educação inclusiva às
pessoas portadoras de necessidades especiais. Portanto, devemos
compreender que o papel da educação especial nesse contexto não está
inteiramente ligado a um paradigma classificatório, que condiciona o indivíduo
a um estigma baseado em praticas sociais excludentes, decorridas da história
da educação especial, mas sim por sua universalidade. Isto é, não é somente
função da educação inclusiva atender aos portadores de necessidades
especiais, mas sim de toda escola.

De modo que se pense a ”educação para todos” como uma


alternativa de cooperação em prol do objetivo comum: proporcionar
acesso e permanência ao ensino a todos os indivíduos (KASSAR,
2002).

Explica Mazzotta:

Enfatiza o caráter preventivo/corretivo do atendimento educacional,


sendo “atribuído um sentido clínico e/ou terapêutico à educação
especial, reforçado pela não exigência de um professor especializado
para classes especiais e sim apenas uma recomendação ao nível do
“sempre que possível”. Ainda de acordo com sua análise, a Educação
Especial é entendida como parte integrante da Educação por meio da
Portaria CENESP/MEC nº 69/86 (BRASIL, 1986), que define normas
para a prestação de apoio técnico e/ou financeiro à Educação
Especial nos sistemas de ensino público e privado, visando ao
desenvolvimento pleno do educando com necessidades especiais.
Este autor ressalta que a palavra educando aparece pela primeira vez
em textos oficiais. (Mazzotta1996, p.73).

Mantona confirma que:

A inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois


não se limita aos alunos com deficiência e aos que apresentam
dificuldades de aprender, mas a todos os demais, para que obtenham
sucesso na corrente educativa geral. Os alunos com deficiência
constituem uma grande preocupação para os educadores inclusivos,
mas todos nós sabemos que a maioria dos que fracassam na escola
são alunos que não vêm do ensino especial, mas que possivelmente
acabarão nele! (Mantoan, 1999).

Sabemos que estamos apenas no início de uma extensa caminhada


pela busca da excelência da educação. A educação especial representa um
novo rumo para a sociedade, trazendo um novo paradigma de educação,
derrubando barreiras do preconceito e ascendendo uma cultura democrática de
valorização humana.
Segundo Carvalho:

A proposta da educação inclusiva não representa um fim em si


mesmo, como se, estabelecidas certas diretrizes organizacionais, a
escola melhorasse, num passe de mágica. Muito mais do que isso,
pretende-se, a partir da análise de como tem funcionado o nosso
sistema educacional, identificar as barreiras existentes para a
aprendizagem dos alunos, com vista às providências políticas,
técnicas e administrativas que permitam enfrentá-las e removê-las.
Pretende-se identificar processos que aumentem a participação de
todos os alunos, reduzindo-lhes a exclusão na escola e garantindo-
lhes sucesso em sua aprendizagem, além do desenvolvimento da
autoestima. 2003, p. 149.

Sassalki afirma que:

Atualmente busca-se transformar determinadas posturas observadas


através da história das sociedades, a partir de uma educação
inclusiva. Nessa perspectiva, a ideia central da inclusão é uma
mudança na forma de entender a pessoa portadora de necessidades
especiais, propiciando uma “sociedade para todos”. (Sassaki, 1999).

A inclusão não somente depende da capacidade do sistema escolar


(Diretor, coordenador, professores, pais e outros), em buscar soluções para o
desafio de colocar alunos portadores de necessidades especiais em uma
mesma sala de aula e proporcionar a eles uma educação que seja também
diferenciada, como também fazer de tudo para que nenhum aluno seja excluído
com base em alguma necessidade especial.
Segundo Rodrigues:

A educação inclusiva é o processo de adequação das escolas a


realidade da diversidade humana. A inclusão se baseia em princípios
como: a aceitação das diferenças individuais como atributo e não
como obstáculo; valorizar cada pessoa como ela é e a convivência
dentro da diversidade humana. Rodrigues (2010).

2.3 Procedimentos metodológicos:

Para a elaboração dessa pesquisa, utilizamos revisão bibliográfica,


exposição, discussão e debates, acerca dos temas relacionados à educação
especial e educação inclusiva conforme a postura de autores, formação
profissional para atendimento às necessidades especiais.

2.4 Técnicas para coleta de dados:

A pesquisa será realizada por meios de coletas de dados qualitativo-


descritiva e bibliográfica, analisando, refletindo e levantando conclusões que
permitiram o estudo do tema analisado.
O processo de análise e interpretação dos dados teve como finalidade à
organização de forma sumária dos mesmos, de tal forma que possibilita o
fornecimento de respostas ao problema proposto na investigação. Para que
isso se utilizou o estabelecimento de categorias; tabulação eletrônica,
avaliação das generalizações obtidas com os dados e interpretação dos dados.

2.5 Análise e interpretação dos dados:

Os dados obtidos demonstraram que apesar de possuir um projeto de


inclusão, as escolas não se encontram adaptadas estruturalmente e
pedagogicamente para atenderem os PNE e os educadores não possuem
apoio técnico-pedagógico que contribuam para a construção de uma prática
inclusiva propiciando uma educação de qualidade para todos, baseada em
fundamentos democráticos e na valorização de toda e qualquer diversidade
que esteja presente no sistema educacional.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Consideramos que é importante destacar que a acessibilidade é um


direito de todos; deste modo, a acessibilidade é necessária para aqueles que
estão excluídos, mas também beneficia aqueles que não são excluídos.
Em uma escola inclusiva, todos devem ter acesso a todos os espaços,
para que possam participar de todas as atividades e para ter as condições
necessárias para se manifestar.
Muitos estudiosos justificam que as relações entrem os diferentes alunos
e o aluno portador de necessidades educacionais especiais, facilita as etapas
do processo de ensino-aprendizagem, pois os alunos que possuem algum tipo
de necessidade (auditiva, motora, visual, etc.) tendem a imitar os demais
alunos, ou seja, se uma criança que tem dificuldades de locomoção convive
com outras crianças consideradas normais durante a realização de uma
atividade recreativa, essa criança irá interagir e tentar se locomover igual as
demais crianças consideradas normais.
Sendo assim, reconhecendo a importância da escola e das interações
entre diferentes tipos de alunos no processo de desenvolvimento do aluno
portador de necessidades educacionais especiais e as concepções de diversos
estudiosos sobre este assunto, justificamos a importância desse projeto de
pesquisa.
A inclusão social da pessoa com deficiência significa torná-la
participante da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos
seus direitos. Sendo assim, uma reestruturação educacional, objetiva oferecer
um espaço democrático e competente, onde se possa trabalhar com todos os
educandos e educadores, sem distinções, baseando-se no princípio que o
respeito à diversidade deve ser desejada.
Assim sendo, o referido artigo, buscou reunir dados que possam
contribuir para a construção de bases sólidas para a implementação de um
projeto de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em
uma escola regular.
Os resultados obtidos neste estudo permitiram responder aos objetivos
inicialmente propostos. Nesse sentido, foi possível verificar as concepções da
comunidade escolar estudada a respeito dos conceitos e impressões sobre
inclusão e escola inclusiva; verificar o conhecimento que essa comunidade tem
sobre conceito de inclusão; averiguar se os educadores obtiveram capacitação
para acolher, conviver e trabalhar com PNEEs e se os educandos receberam
orientação para acolher PNEEs e conviver com elas; levantar as reais
condições da escola e dos problemas relativos à inclusão e, identificar as
dificuldades e o potencial sinalizados por essa mesma comunidade escolar.
O ensino ideal destinado a todos é aquele que tem a idéia de unidade da
diversidade, uma instituição social que tem por obrigação atender a todas as
crianças sem exceção, ser aberta, democrática, e de qualidade, buscando
amanhã uma sociedade com vida mais justa, mais saudável e mais igual,
através da solidariedade entre todas as pessoas.
O desafio não é apenas colocar alunos com necessidades especiais
dentro de uma mesma sala de aula e sim fazer com que essa educação
inclusiva proporcione a esses alunos uma evolução no seu desenvolvimento
educacional e pessoal, e os faça sentir inclusos numa sociedade que deveria
ser igual para todos.

4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial.


Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. 2. ed.
Brasília: MEC; SEESP, maio 2002.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa
Oficial, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva.
Brasília: MEC/SEESP, 2008.
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Interamericana Para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
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necessidades educacionais especiais. Porto Alegre: Mediação, 2005.
CARVALHO, Rosita Edler. Removendo Barreiras para a Aprendizagem.
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NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS. Brasília: Corde, 1994.
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MANTOAN, M. T. E. Compreendendo a deficiência mental: novos
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Brasília: Ministério da Educação, 1999.

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